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Introdução
O presente trabalho enquadra-se na cadeira de Experiencias Laboratoriais e visa compreender
o processo de desnaturação de Proteínas.
As proteínas são macromoléculas formadas por moléculas menores denominadas de
aminoácidos. Essas moléculas são produzidas em nossas células e desempenham funções
fisiológicas e estruturais essenciais à vida dos seres vivos. (NELSON, 2011)
Entre as importantes funções das proteínas destacamos a defesa, pela acção dos anticorpos; o
transporte de gases, a contracção muscular, os catalisadores, pela acção das enzimas etc.
Devido a alguma mudança no meio, seja em altas temperaturas, variações de PH, as proteínas
podem perder suas funções por meio de um processo conhecido como desnaturação.
1.1.Objectivos
1.1.2.Objectivos específicos
Caracterizar o processo de desnaturação das proteínas
Descrever os factores que causam a desnaturação das proteínas
Indicar as forças moleculares que atuam na manutenção da estrutura de proteínas
1.2.Metodologia
●Pesquisa bibliográfica
Quanto a metodologia do trabalho, foi um estudo bibliográfico, que consiste no levantamento
de materiais de leitura como é o caso dos artigos, manuais electrónicos, sites da internet, que
tratam de assuntos similares ao tema destacado. Para o seu efeito foi necessária uma leitura
atenciosa de conteúdos, compreensão, a selecção dos conteúdos e depois o desenvolvimento
do trabalho.
2. Proteínas
2. Proteínas
Segundo Maria (2014), proteínas são componentes essenciais a todas as células vivas e estão
relacionadas praticamente a todas as funções fisiológicas. São utilizadas na regeneração de
tecidos; funcionam como catalisadores nas reacções químicas que se dão nos organismos
vivos e que envolvem enzimas ou hormônios; são necessárias nas reacções imunológicas e,
juntamente com os ácidos nucleicos, são indispensáveis nos fenómenos de crescimento e
reprodução.
Quimicamente, as proteínas são polímeros de alto peso molecular (acima de 10.000), cujas
unidades básicas são os aminoácidos, ligados entre si por ligações peptídicas.
As propriedades de uma proteína são determinadas pelo número e espécie dos resíduos de
aminoácidos, bem como pela sequência desses compostos na molécula. Nem todos os
aminoácidos participam necessariamente de uma proteína, mas a maioria desses compostos
contém na molécula grande proporção de um mesmo aminoácido. Alguns aminoácidos são
encontrados em poucas proteínas, porém em concentrações elevadas. É o caso da
hidroxiprolina, pouco distribuída na natureza, mas constituindo ao redor de 12% da estrutura
do colágeno. (NELSON, 2011)
A síntese de proteínas ocorre nas células vivas sob a influência de sistemas enzimáticos, e a
ligação peptídica é repetida, formando cadeias longas de resíduos de aminoácidos. A
condensação de menor número de aminoácidos forma compostos de peso molecular
relativamente baixo (até 10.000), chamados peptídeos.
Os peptídeos são compostos cuja complexidade de estrutura está situada entre os aminoácidos
e as proteínas, sendo classificados, de acordo com o número de unidades de aminoácidos de
que são formados, em di-, tri-, tetrapeptídeos e assim por diante. Se o composto for formado
por menos de dez unidades de aminoácidos, são denominados oligopeptídeos, ficando
reservada a denominação polipeptídeos para os compostos com mais de dez unidades.
As estruturas e propriedades das proteínas e dos peptídeos também são diferentes; em geral
os peptídeos, ao contrário das proteínas, possuem cadeia reta, são solúveis em água, não
coagulam pelo calor e não precipitam em soluções saturadas de sulfato de amônio. Todas as
proteínas são constituí das de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre e possuem
composição muito semelhante: 50% a 55% de carbono, 6% a 8% de hidrogênio, 20% a 24%
de oxigênio, 15% a 18% de nitrogênio e de 0,2% a 0,3% de enxofre.
Existem proteínas nas quais o teor de enxofre pode chegar a 5%. Muito raramente as
proteínas contêm fósforo. As proteínas sofrem mudanças nas suas estruturas com muita
facilidade, o que torna bastante difícil o estudo desses compostos. Por hidrólise total, as
cadeias peptídicas dão origem aos aminoácidos livres. A degradação de proteínas, seja
química (por reacção com ácidos ou álcalis) ou enzimática, leva à formação de polímeros
menores e, finalmente, aos aminoácidos livres.
Existem vinte tipos de aminoácidos que podem participar da formação das proteínas, sendo
classificados como naturais – aminoácidos produzidos pelo organismo e essenciais –
ingeridos na dieta.
Cada proteína tem uma estrutura específica, o que consequentemente, determina a sua
especificidade de acção.
A sequência de aminoácidos formadores de uma proteína é determinada pelos genes
formadores dos cromossomos, sendo que o enrolamento na forma de uma hélice, que pode ou
não torcer sobre si mesma, é responsável pela variedade de proteínas existentes nos
organismos dos seres vivos.
Porém, as proteínas podem sofrer modificações na sua sequência de aminoácidos, decorrentes
de mutações, alterações na forma por variações de temperatura ou pH, desnaturação,
deixando de realizar suas funções normais. Por outro lado, algumas proteínas podem retomar
a sua acção, a partir do momento em que o meio retorne às suas condições normais.
Dentre os diferentes tipos de proteínas destacam-se as enzimas, que são proteínas importantes
no controle das reacções que ocorrem no interior dos organismos vivos, sendo extremamente
específicas, isto é, atuam somente sobre determinado composto e efectuam sempre o mesmo
tipo de reacção.
As enzimas têm acção específica e podem sofrer alterações, quando submetidas à diferenças
de temperatura e pH. Tais alterações são factores desfavoráveis, que podem influenciar na
actividade metabólica das enzimas.
Entre as diversas e importantes enzimas presentes nos seres vivos, a catálase, produzida nos
organelos membranosos, denominadas de peroxissomos, tem um importante papel na
degradação de um subproduto tóxico, o peróxido de hidrogénio, obtido da oxidação de certas
substâncias orgânicas.
A desintoxicação pelo peróxido de hidrogénio e outras desintoxicações por substâncias
tóxicas, que ocorrem dentro dos organismos, acontecem no fígado, órgão rico em
peroxissomos.
a) Altas temperaturas
Existem bactérias termofilias e arqueobactérias, que produzem proteínas altamente resistentes
a elevadas temperaturas. Mas de forma geral, proteínas não suportam uma grande variação de
temperatura no meio em que estão ativas. Cada uma delas suporta um limite de calor
específico, que quando ultrapassado sofrerá mudanças em sua estrutura. Os dobramentos
sofrem alterações e a mudança em um pedaço da proteína, leva a mudança em toda sua
conformação.
b) PH
PHs extremos podem alterar a carga, levando ao rompimento das ligações de hidrogênio e
consequentemente à mudança estrutural da proteína. Cada proteína trabalha em um PH
específico. Exemplo: a pepsina é uma proteína que têm função de enzima. Sua atividade é
ótima em PH 2, no estômago, catalisando a reação de hidrólise das moléculas de proteínas
ingeridas na alimentação. Ou seja, neste mesmo PH uma proteína está em atividade, enquanto
outras sofrem desnaturação e hidrólise no estômago.
Solventes orgânicos como o etanol e a acetona, ureia e detergentes agem no núcleo das
proteínas globulares, desestabilizando a parte hidrofóbica.
Quando colocamos algo ácido, como limão, no leite e ele coalham. É uma prática para fazer
doces, queijos e coalhada, em que o PH ácido leva à desnaturação e precipitação das
proteínas. Quando fritamos ou cozinhamos um ovo. Aquela clara que passa de transparente a
branca, nada mais é que a proteína albumina que desnatura pela alta temperatura.
Quando nossa temperatura corpórea se eleva muito na febre, é preciso controlá-la para que
não haja perda de funções em proteínas essenciais em nossas vias metabólicas. Temperaturas
acima de quarenta graus podem levar a inactividade de algumas enzimas, causando danos
irreversíveis ao nosso corpo.
Algumas proteínas globulares desnaturadas conseguem voltar à sua estrutura terciária natural,
quando expostas às condições nativas para sua actividade. É o processo de renaturação.
Exemplo clássico é o experimento da ribonuclease que perde sua função na presença do
solvente orgânico e dobra espontaneamente à sua estrutura tridimensional, quando ele é
retirado do meio.
Justamente por sua estrutura tridimensional depender das interacções entre as cadeias laterais
dos resíduos de aminoácidos que as constituem, as proteínas globulares são bastante
susceptíveis a mudanças no meio onde se encontram. Essas mudanças interferem com as
interacções entre as cadeias laterais, o que leva à desestabilização da estrutura globular. Essa
desestabilização “desmancha” o enovelamento da cadeia polipeptídica.
O desenovelamento da cadeia polipeptídica é denominado desnaturação. A desnaturação é
acompanhada pela diminuição da solubilidade da proteína, em virtude da exposição dos
resíduos hidrofóbicos. Em alguns casos, essa diminuição da solubilidade pode ser bastante
drástica, acarretando na precipitação da proteína. Uma coisa importante a ser destacada é que
a desnaturação afecta não somente a solubilidade, mas também a actividade biológica de uma
dada proteína. A proteína desnaturada pode perder completamente a sua actividade biológica.
Podemos não nos dar conta, mas um exemplo de desnaturação que nos é bastante familiar e
que observamos frequentemente no nosso cotidiano é o que ocorre ao prepararmos um ovo
cozido ou frito. A mudança que ocorre com a albumina da clara do ovo durante o cozimento
ou a fritura é consequência da desnaturação. Nesse exemplo, o processo de desnaturação é
irreversível. No entanto, em alguns casos, a desnaturação tem um carácter reversível e a
proteína pode voltar a apresentar a sua conformação nativa, ou seja, a sua estrutura globular
original e, consequentemente, a sua actividade biológica. Com base no exemplo da principal
proteína da clara do ovo, a ovo albumina, você já pode identificar um agente desnaturante: a
temperatura. O aumento da temperatura causa a desnaturação das proteínas, sendo que a
termolabilidade varia entre elas. Raras proteínas apresentam-se como sendo termoresistentes,
como é o caso das proteínas isoladas de bactérias extremófilas, mais especificamente, das
bactérias termacidófilas, as quais são adaptadas a altas temperaturas e condições ácidas para
se desenvolverem; as condições típicas são de 80°C a 90°C e pH 2. Tais exigências podem
ser resultado de adaptações a condições adversas encontradas na Terra primitiva.
Uma vez que esses microorganismos estão adaptados a esse tipo de habitat, suas proteínas
devem ser estáveis e biologicamente activas nessas condições. Além da temperatura, entre os
outros agentes desnaturantes podemos citar as alterações de pH, a presença de detergentes e
de metais-traço, como o Hg e o Pb. As pontes dissulfeto (ligações covalentes) não são
afectadas pelos agentes desnaturantes citados até agora. Para a desnaturação completa de uma
proteína que apresente pontes dissulfeto, ela deve ser tratada por um agente desnaturante
denominado agente redutor, como o β-mercaptoetanol, que reduz as ligações S-S.
Além dessas interacções não covalentes, ligações covalentes do tipo ponte dissulfeto podem
ocorrer em algumas proteínas: pontes dissulfeto intracadeia ou pontes disssulfeto intercadeia
(nesse último caso, presentes em proteínas com estrutura quaternária). Agora você pode
entender como as subunidades da hemoglobina, por exemplo, podem permanecer firmemente
juntas, apenas através de interacções fracas (não covalentes) intercadeias. As superfícies
opostas “se encaixam” de modo muito preciso e estável.
3. Conclusão
A sua estrutura está estritamente ligada à sua função. Dentre as milhares de proteínas, cada
uma delas têm funções específicas, que evoluíram em um meio, com determinadas
características. O processo de desnaturação proteica ocorre quando este meio é alterado de
forma que mude a estrutura tridimensional da proteína, afectando sua actividade biológica. A
desnaturação não afecta as ligações peptídicas entre os aminoácidos, a estrutura primária é
mantida.
4. Referências Bibliográficas