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2 DE BIOQUÍMICA
Data: 08/02/22
1). Quais são as estruturas que uma proteína pode assumir? Quais as interações
químicas estabilizam cada uma dessas estruturas?
1.1- Estrutura Primária: é caracterizada por uma sequência linear de aminoácidos que
formam uma cadeia peptídica. Estes aminoácidos são interligados por ligações peptídicas
(ligação amida) que acontece entre a carboxila α de um aminoácido e a amina α de outro. E,
a formação de um dipeptídeo a partir de 2 aminoácidos é acompanhada pela perda de uma
molécula de água. É esta estrutura que vai determinar todas as outras estruturas, pois cada
proteína tem uma estrutura primária diferente. A cadeia principal de uma cadeia peptídica é
rica em potencial de formação de ligações de H. Cada unidade contém um grupamento
carbonila, que é um bom aceptor de “é” das ligações de H e um grupamento NH, que é um
bom doador de “é” para esta ligação.
1.2 - Estrutura Secundária: É formada pelo dobramento de cadeias peptídicas (sobre ela
mesma) em estruturas regulares tais como a alfa(α)-hélice (cujo arcabouço principal é
firmemente espiralado formando a parte interna do bastão enquanto que as cadeias laterais se
projetam para fora em uma disposição helicoidal) e a folha beta(β)-pregueada (cuja cadeia é
quase totalmente distendida e as cadeias laterais de aminoácidos adjacentes apontam para
sentidos opostos. Filamentos peptídicos adjacentes podem se estender em sentidos opostos
(antiparalela) ou no mesmo sentido (paralela). Esta estrutura se refere ao arranjo espacial de
resíduos de aminoácidos (cada aminoácido em um peptídeo) que estejam perto um do outro
na sequência. É estabilizada por ligações de H entre os grupos NH (amino) e CO (carbonila) da
cadeia principal de aminoácidos próximos na cadeia peptídica.
1.3 Estrutura Terciária: É a estrutura compacta e assimétrica assumida por uma cadeia
peptídica, sendo também chamada de estrutura tridimensional ou conformação da proteína. É
formada quando uma estrutura secundária é dobrada sobre si mesma, originando uma
estrutura enovelada. Esta estrutura se refere ao arranjo espacial de resíduos de aminoácidos
que estão bem longe na sequência. É estabilizada por ligações entre os grupos “R” de
aminoácidos que estão distantes na cadeia peptídica. Um ou mais tipos de ligação podem estar
presentes na estrutura da proteína, dependendo dos aminoácidos presentes. Os tipos de
ligações entre os “Rs” são: Ligação dissulfeto - entre “Rs” que contenham enxofre (S); Ponte
salina ou ligação iônica (entre “Rs” carregados com cargas opostas); Interação hidrofóbica ou
ligação de Van der Walls (entre “Rs” hidrofóbicos); e Ligações de H (entre “Rs” polares não-
carregados).
R: A albumina é uma proteína globular composta apenas por aminoácidos, sendo a mais
abundante no sangue humano. É encontrada no plasma do sangue (seroalbumina), sendo
produzida naturalmente pelo fígado, mas que também pode ser encontrada no leite
(lactoalbumina) e no ovo (ovoalbumina). Sua principal função é ser responsável por manter
constante os níveis de líquido nos vasos sanguíneos. Consiste em uma proteína solúvel em
água e moderadamente em soluções salinas concentradas, e está sujeita à desnaturação
quando exposta ao calor excessivo. É responsável por dar mais viscosidade ao sangue,
contribuindo para a manutenção do pH e transporte de nutrientes, tais como cálcio, gorduras
e magnésio. Apresenta diversas funções no organismo, com importantes funções no
metabolismo, tais como: regulação da pressão osmótica (controle a quantidade de água entre
os tecidos e o sangue. Também é essencial para a regulação da pressão oncótica no plasma.
Quando esta substância está em falta, a água do plasma “escorre” para um espaço entre uma
célula e outra (espaço intersticial), o que acaba sobrecarregando o sistema renal; realiza o
transporte de hormônio da tireoide pela corrente sanguínea, auxilia a condução do pigmento
da bile de coloração amarelada (bilirrubina), resultado de alguns processos realizados no
organismo, e que permanece no plasma sanguíneo até ser expulso na urina e também na
condução de nutrientes, como o cálcio; outra função da albumina é o seu uso pela medicina
em tratamentos de queimaduras ou hemorragias graves, em pessoas que passaram por
cirurgias plásticas; também contribui para o processo de reconstrução muscular, pois ela
contribui com a recuperação e aumento da massa muscular. É considerada uma proteína
dinâmica (esse tipo de proteína realiza funções como defesa do organismo, transporte de
substâncias, catálise de reações, controle do metabolismo), pois atua no transporte de
substâncias e regulação dos processos metabólicos.
> Relativo à sua constituição como proteína, o colágeno é considerado uma proteína estrutural
e fibrosa, constituída por três polipeptídios helicoidais associados em uma tripla-hélice. Essa
proteína forma fibras que ficam embebidas em uma rede de proteoglicanos (moléculas
constituídas por uma proteína central e cadeias de carbono). Tais fibras são bastante
resistentes, o que configura a sua função estrutural, dando sustentação, resistência e
elasticidade aos locais onde se encontram, como tecidos conjuntivos e ósseos, músculo liso,
tendões, entre outros locais.
Sob o ponto de vista estrutural, a albumina é uma proteína globular e o colágeno, uma proteína
fibrosa. A diferença consiste em:
> Proteínas Estruturais: Como o próprio nome indica, sua função principal é a estruturação
das células e dos tecidos no corpo humano. A maioria das proteínas fibrosas são insolúveis em
meio aquosos e possuem pesos moleculares bastante elevados. Normalmente são formadas
por longas moléculas de formato quase retilíneo e paralelas ao eixo da fibra. Fazem parte deste
grupo as proteínas estruturais como o colágeno do tecido conjuntivo, a queratina do cabelo, a
miosina dos músculos, entre outras;
> Proteínas Globulares: Possuem estrutura espacial mais complexa e são esféricas.
Geralmente são solúveis em meio aquoso. São polipeptídios firmemente dobrados em forma
de “bola” e solúveis em água. São exemplos de proteínas globulares as proteínas ativas, como
as enzimas, as transportadoras como, albuminas (transporte) e hemoglobina (transportador
de oxigênio das hemácias)
R: Quando, de forma popular, se diz que o leite “talhou”, na realidade houve a coagulação da
proteína, a caseína do leite. A proteína é sensível às variações bruscas de temperatura e pH e,
em condições ideais, “prefere” a temperatura ambiente e o pH neutro, próximo ao da água.
Quando há proliferação de bactérias no leite, ele se acidifica, pois as bactérias produzem ácido
lático e o acúmulo desse ácido diminui o pH, tornando mais ácido, de modo que a acidez muito
alta, sozinha, já é o suficiente para fazer o leite coagular. Além disso, a proteína quando o leite
está em meio ácido, já não está tão estável na situação de acidez, ficando instável e sensível
a mais alguma variação no meio, como por exemplo, a variação da temperatura, onde o seu
aumento favorece a coagulação da proteína que já se encontra em um meio ácido. A elevação
da acidez é determinada pela transformação da lactose por enzimas microbianas, com formação
de ácido lático, caracterizando a acidez desenvolvida do leite. Desse modo, o leite talhado é
resultado da ação de microrganismos que, pelo fato de o leite ser rico em lactose, açúcar que
é fermentado por bactérias presentes no leite de mamíferos e que produzem ácido láctico neste
processo, provoca acidificação do leite, precipitando suas proteínas.
. Sob o ponto de vista bioquímico, a perda das estruturas secundária e terciária da proteína ou
rompimento de ligações peptídicas é denominada desnaturação da proteína. São fatores que
provocam a desnaturação: calor, radiações eletromagnéticas de certos comprimentos de onda
(como as emitidas em um micro-ondas ou os raios ultravioletas do Sol), ácidos e bases,
solventes orgânicos, íons de metais pesados. Um exemplo comum que pode ser citado é o
regurgitar de um bebê. O cheiro azedo é característico da acidez do suco gástrico que se
encontra no estômago e o coágulo que ele regurgita é a proteína presente no leite. Essa
proteína coagula ao entrar em contato com o ácido, perdendo suas estruturas secundária e
terciária as quais são mantidas pelas ligações de hidrogênio. A coagulação é a ação em que o
leite “talha”, ou seja, coagula formando uma estrutura parecida com um gel à coalhada. Por
sua vez é um fenômeno químico, pois as estruturas químicas que constituem o leite são
alteradas. Na coagulação láctica, uma reação característica na formação da coalhada é a
conversão da lactose em ácido láctico, aumentando a acidez do meio e tornando o leite azedo.
Neste caso a acidez do meio faz que os íons cálcio se solubilizam juntamente com os fosfatos,
tornando as macromoléculas de caseínas insolúveis.
. A desnaturação pode ser caracterizada, qualquer que seja o agente utilizado, por alterações
de determinadas propriedades dessa macromolécula: Diminuição da solubilidade (precipitação,
floculação, coagulação), modificação da viscosidade da solução, aumento da reatividade
química das cadeias laterais, perda da atividade biológica no caso de enzimas ou hormônios,
modificação da mobilidade eletroforética.
Ocorre quando há modificação covalente da molécula da enzima, com conversão entre formas
ativa / inativa. Algumas enzimas são ativas quando fosforiladas e inativas quando
defosforiladas ou vice-versa. O processo ocorre principalmente por adição / remoção de
grupamentos fosfato de resíduos específicos de serina da enzima. Este processo é conhecido
como fosforilação / defosforilação.
> Pode-se observar essa modificação química se pensarmos que a maioria das enzimas são
proteínas; estas sofrem uma série de modificações químicas fisiologicamente, que controlam a
sua atividade. Então, são inúmeras as reações de adição de grupos químicos, às cadeias laterais
de uma enzima (alquilação, metilação, fosforilação, etc.), onde um dos mecanismos mais
comuns é o de fosforilação. Receptores nas membranas celulares enviam uma sinalização, que
alteram os mensageiros secundários (pode-se considerar aqui a molécula de ATP) que ativam
e controlam os níveis de atividade das enzimas proteína quinase e proteína fosfatase. A proteína
quinase é uma proteína que adiciona grupos fosfato em outra proteína. Tem-se a proteína-
alvo, que no caso é a enzima, e ela pode ser fosforilada por ação dessa proteína quinase. Em
muitos casos, essa proteína fosforilada tem uma ação bastante diferente da proteína não
fosforilada. Tem-se neste caso, enzimas que são ativadas por fosforilação e enzimas que são
inativadas, os dois casos podem ser observados. Ainda, os resíduos de aminoácidos que podem
ser fosforilados (serina, treonina, tirosina) e a fosforilação se dá pela adição ao grupo hidroxila
da cadeia lateral desses aminoácidos. Seguindo o caminho inverso, uma proteína que está
fosforilada, que tanto pode ser uma enzima ativa ou inativa, ela pode sofrer a remoção desse
grupo fosfato por uma proteína fosfatase, onde a remoção desse grupamento recupera a
enzima defosforilada e esse mecanismo pode variar de acordo com cada caso.
Obs: Essa é minha prova completa. Fiz em um rascunho e depois copiei para o formulário. No
entanto, o Google não permitiu o envio das minhas respostas completas pelo formulário. Então,
enviei este arquivo, em anexo, com a prova 2. As explicações também estão no formulário.