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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 SOLO .......................................................................................................... 5

2.1 Estruturas do solo ................................................................................ 6

2.2 Solos não – coesivos............................................................................ 6

2.3 Solos coesivos ..................................................................................... 6

2.4 Índices físicos ....................................................................................... 7

2.5 Ensaios para caracterização dos solos ................................................ 8

2.6 Limites de atterberg .............................................................................. 9

2.7 Granulometria ..................................................................................... 10

2.8 Classificação dos solos ...................................................................... 10

2.9 Sistema unificado de classificação de solos....................................... 11

2.10 Sistema de Classificação HRB/TRB ................................................... 12

3 DEFINIÇÃO, CONCEITOS E TIPOS DE PAVIMENTOS .......................... 13

3.1 Funções do pavimento ....................................................................... 16

3.2 Aspectos funcionais do pavimento ..................................................... 16

3.3 Classificação do pavimento ................................................................ 17

3.4 Pavimento flexível .............................................................................. 17

3.5 Pavimento rígido ................................................................................ 21

3.6 Pavimento semi - rígido ...................................................................... 25

3.7 Materiais ............................................................................................. 25

3.8 Camadas ............................................................................................ 29

3.9 Regularização do subleito .................................................................. 31

3.10 Reforço do subleito ............................................................................ 31

3.11 Sub-base ............................................................................................ 32

3.12 Base ................................................................................................... 33

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3.13 Revestimento ..................................................................................... 33

3.14 Serviços.............................................................................................. 34

3.15 Imprimação......................................................................................... 34

3.16 Fresagem ........................................................................................... 34

3.17 Dosagem ............................................................................................ 35

4 PROJETO DE PAVIMENTOS................................................................... 36

4.1 Estudos geotécnicos .......................................................................... 37

4.2 Reconhecimento do subleito .............................................................. 38

4.3 Objetivos ............................................................................................ 38

4.4 Sequência dos serviços...................................................................... 39

4.5 Coleta de amostras e execução dos ensaios ..................................... 41

4.6 Traçado do perfil longitudinal / apresentação dos resultados ............. 42

4.7 Estudo das ocorrências de materiais para pavimentação .................. 43

4.8 Prospecção preliminar ........................................................................ 43

4.9 Prospecção definitiva ......................................................................... 46

4.10 Sondagens e coleta de amostras ....................................................... 46

4.11 Ensaios de laboratório ........................................................................ 46

4.12 Avaliação de volume das ocorrências – cubagem ............................. 47

4.13 Apresentação dos resultados ............................................................. 48

4.14 Solicitações nas camadas .................................................................. 48

4.15 Parâmetros para o projeto .................................................................. 49

4.16 Solicitações ........................................................................................ 49

4.17 Pressão e área de contato ................................................................. 50

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 51

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!

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2 SOLO

Fonte: materiasdoenem.com

De acordo com SARTORI 2015, o solo, como um dos materiais mais antigos
empregados na construção civil, faz-se presente na maioria das obras de engenharia,
sendo utilizado como base de suporte para estruturas de fundações, por isso então
faz-se necessário o conhecimento de suas propriedades, para que possa ser feita uma
previsão de seu comportamento diante das solicitações.

Os solos, no entendimento de Caputo (1983, pg.14 apud SARTORI G; 2015),


”são materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas,
por desintegração mecânica ou decomposição química.

Ainda segundo Caputo, entende-se por desintegração mecânica, ações de


agentes como: água, temperatura, vento e vegetação. Enquanto que na
decomposição química, o principal agente é a água e seus mecanismos de ataque,
como: oxidação, hidratação, carbonatação. Cabe ainda ressaltar que as argilas
representam o último produto da decomposição.
Na perspectiva de Das (2007, pg.1; apud SARTORI G; 2015), o solo é definido
como um agregado não cimentado de grãos minerais e matéria orgânica decomposta
(partículas sólidas), com líquidos e gás nos espaços vazios entre as partículas sólidas.
5
Sendo que o conhecimento de propriedades como origem, distribuição dos grãos,
capacidade de drenagem, compressibilidade, resistência ao cisalhamento e
capacidade de carga são de suma importância para que os engenheiros civis possam
aplicas os conceitos de Mecânica dos Solos em obras.

2.1 Estruturas do solo

Para DAS (2007 pg.63; apud SARTORI G; 2015), a estrutura do solo é definida
como o arranjo geométrico de partículas, umas em relação às outras. Essa estrutura
pode ser afetada por muitos fatores, entre eles pode-se citar: forma, composição
mineralógica das partículas, tamanho, natureza e composição da água do solo. De
forma geral, este material pode ser dividido em duas classes: coesivos e não -
coesivos.

2.2 Solos não – coesivos

Subdivida em duas categorias principais, alveolares e com grãos isolados, esta


classe é caracterizada por apresentar elevado intervalo de índice de vazios. De acordo
com Das (2007, pg.64; apud SARTORI G; 2015) solos com estruturas com grãos
isolados, as partículas estão dispostas em posições estáveis, com cada partícula em
contato com sua adjacente, sendo que a forma e distribuição do tamanho destas e
suas posições relativas influenciam diretamente sobre a densidade do agrupamento,
desta maneira, é possível então ter um grande intervalo de índice de vazios.
Já para solos com estrutura alveolar, materiais relativamente finos, como areias
e siltes, formam pequenos arcos com correntes de partículas, de maneira a formar
grandes índices de vazios. Nesta classe, carregamentos abruptos e/ou carga elevada,
levam a estrutura à ruptura, resultando em recalques expressivos.

2.3 Solos coesivos

Para este tipo de solo os grãos são muitos finos, na maioria dos casos
imperceptíveis a olho nu. Para uma melhor compreensão a respeito deste tipo de solo,
é necessário saber quais forças atuam sobre as partículas de argila suspensas em

6
água. Desta forma, segundo Vargas (1977; apud SARTORI G; 2015), as partículas
alcançam o estado disperso, onde as partículas podem permanecer em suspensão
ou sedimentar lentamente. As partículas então ficam orientadas paralelas umas às
outras e com estrutura dispersa. A partir de um potencial atrativo ocorre o processo
de floculação, onde no movimento das partículas, estas podem ser captadas umas
pelas outras. Desta forma, existe uma influência da condição iônica da água, como
também pela presença de cátions nas bordas das partículas de argila, relacionada
diretamente ao potencial atrativo-repulsivo.

Segundo Das (2007; apud SARTORI G; 2015), existe um enfraquecimento


da camada dupla ao redor da partícula, por parte dos íons, quando o sal é
adicionado a uma suspensão de argila em água, dispersa anteriormente.

Por isso, então, forma-se uma estrutura floculada, assim, depósitos de argila
formados no mar são altamente floculados. As argilas com este tipo de estrutura
apresentam um alto índice de vazios e pouco peso.

2.4 Índices físicos

Para Pinto (2002; apud SARTORI G; 2015) o volume total de um solo é


constituído por três fases: partículas sólidas, água e ar. comumente, chamam-se as
fases de água e ar de vazios. Para a determinação do comportamento de um solo, é
necessário conhecer a relação proporcional que existe entre essas três fases. Ainda
segundo Pinto (2002; apud SARTORI G; 2015), as quantidades de água e ar são as
únicas que variam, uma vez que as partículas de solo permanecem as mesmas,
alterando apenas seu estado.
Suas propriedades estão ligadas diretamente ao estado em que se encontram,
como exemplo Pinto (2002; apud SARTORI G; 2015) cita, quando é o volume de
vazios que diminui, a resistência do material aumenta.
Sabendo então, que o estado em que o solo se encontra é condição
fundamental para apontar seu comportamento, alguns índices foram criados para
relacionar os volumes e pesos das três fases supracitadas. Estes são de suma
importância no estudo das propriedades do solo.

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Umidade (w): a umidade de um solo pode ser definida como sendo a razão
entre o peso da água contida em um determinado volume de solo úmido e o peso
seco.
Índice de vazios (e): relação entre o volume de vazios e o volume das
partículas sólidas. Não pode ser determinado diretamente, é necessário ser calculado
através de outros índices.
Porosidade (ƞ): razão entre o volume de vazios e o volume total da amostra
de solo. Sempre é expressa em porcentagem.
Grau de Saturação (S): relação entre o volume de água e o volume de vazios.
Um valor igual a 0%, representa um solo seco, enquanto que 100% um solo saturado.
Peso específico natural ou peso específico (γn): razão entre o peso total do
solo e seu volume total. Para casos de compactação, usa-se o termo peso específico
úmido.
Peso específico aparente seco (γd): relação entre o peso dos sólidos e o
volume total. Este valor corresponde ao peso específico que o solo teria, caso viesse
a ficar seco. Depende do peso específico natural e da umidade.
Peso específico aparente saturado (γsat): peso específico do solo caso esse
tornasse-se saturado sem variação de volume. Pouca aplicação prática.
Peso específico aparente submerso (γsub): usado para determinação de
tensões efetivas, representa o peso específico efetivo do solo quando submerso.
Compacidade (CR): o estado natural de um solo não coesivo (areia,
pedregulho) define-se pelo grau de compacidade ou densidade relativa.

2.5 Ensaios para caracterização dos solos

De acordo com o comportamento do solo segundo a ótica da engenharia civil,


solos diferentes com características similares podem ser classificados em grupos e
subgrupos através de sistemas de classificação, que abordam uma linguagem comum
para expressar de maneira concisa, sem descrições detalhadas, diz Das (2007; apud
SARTORI G; 2015).

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Para a criação de tais parâmetros, Vargas (1977; apud SARTORI G; 2015)
afirma que recorreu-se a algumas de suas propriedades físicas mais
imediatas como: granulometria, plasticidade, atividade de fração fina dos
solos e propriedades relacionadas com a compacidade e consistência do
mesmo.

A partir de estudos realizados pelo Engenheiro Atterberg, o próprio, em 1908;


apud SARTOR G; 2015, estabeleceu limites de consistência, para caracterizar as
mudanças entre os estados desta. Casagrande, posteriormente então, adaptou os
procedimentos propostos por Atterberg afim de descrever a consistência de solos com
grãos finos e teor de umidade variável (DAS, 2007; apud SARTORI G; 2015). Com
isso, foi possível obter quatro estados básicos do solo, baseado em seu teor de
umidade: sólido, semi-sólido, plástico e líquido.

2.6 Limites de atterberg

Limite de Liquidez (LL): a determinação do limite de liquidez (LL) é feita pelo


aparelho de Casagrande, que consiste em um prato de latão em forma de concha,
sobre um suporte de ebonite. Por meio de um excêntrico, imprime-se ao prato
repetidamente, quedas de altura de 1 cm e intensidade constante (CAPUTO, 1983,
p.54; apud SARTORI G; 2015).
Segundo Das (2007; apud SARTORI G; 2015), o limite de liquidez é definido
como o teor de umidade no ponto e transição do estado plástico para o estado líquido.
No Brasil, a padronização deste ensaio é realizada pela NBR 6459 (1984; apud
SARTORI G; 2015).
Limite de Plasticidade (LP): Este outro parâmetro, é determinado pelo cálculo
da porcentagem de umidade para a qual o solo começa se fraturar quando se tenta
moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro e de 10 cm de comprimento. É realizado
manualmente por repetidos rolamentos da massa de solo sobre a placa de vidro
despolido. No Brasil este ensaio é padronizado pela NBR 7180/1984; apud SARTORI
G; 2015.
Índice de Plasticidade (IP): é o valor correspondente entre a diferença do
limite de liquidez e o limite de plasticidade (IP = LL – LP). Para Caputo (1983; apud
SARTOR G; 2015), a zona em que o terreno se encontra no estado plástico, máximo
para as argilas e nulo para areias, fornece um critério para se ajuizar do caráter
argiloso de um solo. Assim quanto maior o IP, mais plástico será o solo.
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2.7 Granulometria

Segundo os entendimentos de Caputo (1983; apud SARTORI G; 2015), diante


as dimensões de suas partículas, as frações constituintes dos solos recebem suas
devidas denominações.
Segundo a ABNT, elas podem ser classificadas na escala granulométricas
a seguir:
 Pedregulho: conjunto de partículas cujas dimensões (diâmetros
equivalentes) estão compreendidas entre 76 e 4,8 mm;
 Areia: entre 4,8 e 0,05 mm;
 Silte: entre 0,05 e 0,005 mm;
 Argila: inferiores a 0,005 mm.

2.8 Classificação dos solos

De acordo com SARTORI 2015, diante do que já foi supracitado em relação


aos solos, é fácil perceber que existem inúmeras variações dos solos, o que dificulta
sua caracterização de região para região, e é por isso que sistemas de classificação
foram criados, indicando características geotécnicas semelhantes para determinados
grupos de solos.
Cada sistema de classificação leva em conta um aspecto do solo, há um que
leva em conta a origem dos solos, outro com base na textura, àquele que classifica
segundo aspectos visual e táctil, pedologia e ainda um que leva em consideração
parâmetros geotécnicos do solo.
Contudo, segundo Caputo (1984; apud SARTORI G; 2015), existem dois
principais sistemas de classificação, sendo o: Unified Classification System – U.S.C
(Sistema Unificado de Classificação), idealizado por A. Casagrande e a classificação
Transportation Research Board TRB, antigo (HRB) Highway Research Board, que é o
mais empregado atualmente para uso em estradas.

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2.9 Sistema unificado de classificação de solos

Segundo Caputo (1984; apud SARTORI G; 2015), de maneira geral, os


solos são classificados em três grupos:
 Solos grossos - aqueles. Cujo diâmetro da maioria absoluta dos grãos
é maior que 0,074 mm (mais que · 50% em peso, dos seus grãos, são
retidos na peneira nº 200).
 Solos finos - aqueles cujo diâmetro da maioria absoluta dos grãos é
menor que 0,074 mm.
 Turfas - solos altamente orgânicos e extremamente compressíveis.
Neste primeiro grupo enquadram-se pedregulhos, areias e solos com pequenas
quantidades de materiais finos. Para o segundo grupo, temos solos mais finos de
baixa ou alta compressibilidade. E para o último grupo, temos solos de regiões
pantanosas e com alta taxa de decomposição vegetal acumulada.

Fonte: repositorio.roca

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2.10 Sistema de Classificação HRB/TRB

Ainda conforme SARTORI 2015, nesse sistema, os solos são reunidos em


grupos e subgrupos em função dos resultados de alguns ensaios, sendo eles:
Granulometria por Peneiramento; Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade, assim
como também o índice IG, que é um número inteiro variante entre 0 a 20, cuja função
é determinar a capacidade de suporte do terreno, onde 0, significa ser um excelente
solo para a fundação de um pavimento e 20, um material muito ruim.
IG = 0,2 * a + 0,005 * a * c + 0,01 * b * d, onde:
 a = % do material que passa na peneira de nº 200, menos 35; caso esta
% for >75, adota-se a = 40; caso esta % seja < 35, adota-se a = 0;
 b = % do material que passa na peneira de nº 200, menos 15; caso esta
% for >55, adota-se b = 40; caso esta % seja < 15, adota-se b = 0;
 c = valor de limite de liquidez (LL) menos 40; caso o LL > 60%, adota-se
c = 20; se o LL < 40%, adota-se c = 0;
 d = valor de índice de plasticidade (IP) menos 10; caso o IP > 30%,
adota-se d = 20; se o IP< 10%, adota-se d = 0;
 Os valores de "a", "b", "c" e "d" deverão ser expressos em números
inteiros e positivos, assim como o valor de IG.
Segue tabela abaixo com a demonstração da - Classificação dos Solos
HRB

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Fonte: repositorio.roca

Como demonstrado na tabela acima, os solos granulares compõem os grupos


A-1, A-2, A-3, e os solos finos, os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7 e subdivisões.

3 DEFINIÇÃO, CONCEITOS E TIPOS DE PAVIMENTOS

De acordo com ROSSI (2017), Pavimento é toda a estrutura existente nas ruas
onde as pessoas se locomovem, seja de carro, ônibus, caminhão, bicicleta ou a pé.
Em todos os locais de locomoção de pessoas e veículos haverá esforço vertical
realizado pelo peso dos mesmos denominados de solicitação, em alguns locais mais
e outros locais quase desprezíveis, e essa solicitação será repassada para o
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pavimento que por sua vez deverá resistir e redistribuir esses esforços para a sua
estrutura independente de sua intensidade.
Além do esforço vertical, o pavimento deverá resistir aos esforços horizontais
existentes no pavimento. Para isso, um estudo do solo e das solicitações deverá ser
realizado para que o projeto e a obra de pavimentação resistam a todas essas
solicitações e tenha uma maior durabilidade, afetando diretamente a sociedade, que
além de ter um maior conforto na sua locomoção também ficará sujeita a menos
acidentes de trânsito devido à má qualidade das vias e seus pavimentos.

Fonte: betaeq.com.br

Segundo definição do DNIT, em seu Manual de Pavimentação de 2006 apud


ROSSI A; 2017, pavimento de uma rodovia é a superestrutura constituída por um
sistema de camadas de espessuras finitas, assentes sobre um semi-
espaço considerado teoricamente como infinito – a infraestrutura ou terreno de
fundação, à qual é designada de subleito.
A diferença essencial entre os tipos de pavimentos é basicamente como eles
irão distribuir a carga recebida pelo volume do tráfego para o subleito daquela
estrutura.

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As figuras 1 e 2 ilustram como são constituídas as estruturas do
pavimento flexível e rígido, respectivamente.

Fonte: monografias.poli.com

Balbo (2007 apud AGUIAR F; 2017) descreve que as cargas impostas a esse
tipo de estrutura se distribuem em campos concentrados, aplicando pressões
elevadas no subleito em regiões próximas ao ponto de aplicação, sofrendo,
segundo Brasil (2006ª; apud AGUIAR F; 2017), deformações elásticas
significativas em todas as camadas.

Fonte: monografias.poli.com

15
Os pavimentos rígidos são aqueles que transferem as tensões nele aplicadas,
de maneira dispersa, ao subleito (BALBO, 2007; apud AGUIAR F; 2017).
Embora seja comum afirmar que os pavimentos rígidos são compostos por
concreto de cimento Portland na camada de revestimento, Balbo (2007; apud
AGUIAR F; 2017) indica que há tipos de pavimentos asfálticos que se portam
de maneira semelhante, conhecidos como full depth asphalt.

3.1 Funções do pavimento

Segundo a NBR-7207/82 da ABNT; apud MARQUES G; 2006 tem-se a


seguinte definição:
"O pavimento é uma estrutura construída após terraplenagem e destinada,
econômica e simultaneamente, em seu conjunto, a:
 Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo
tráfego;
 Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;
 Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável
a superfície de rolamento."

3.2 Aspectos funcionais do pavimento

Quando o pavimento é solicitado por uma carga de veículo Q, que se desloca


com uma velocidade V, recebe uma tensão vertical (de compressão) e uma tensão
horizontal (de cisalhamento), conforme figura 01 (SANTANA, 1993; apud MARQUES
G; 2006).
A variadas camadas componentes da estrutura do pavimento também terão a
função de diluir a tensão vertical aplicada na superfície, de tal forma que o subleito
receba uma parcela bem menor desta tensão superficial (p1). A tensão horizontal
aplicada na superfície exige que esta tenha uma coesão mínima.

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Fonte: ufjf.br

Figura 01 - Cargas no Pavimento (SANTANA, 1993; apud MARQUES G; 2006).

3.3 Classificação do pavimento

Conforme FILHO (2018), de forma geral, são conhecidos três tipos de


pavimentos. Eles são classificados em pavimentos flexíveis, pavimentos semi-rígidos
e pavimentos rígidos, porém esse estudo procura dar ênfase aos pavimentos flexíveis
e rígidos.

3.4 Pavimento flexível

De acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006 apud FILHO J;


ROCHA E; 2018), os pavimentos flexíveis são aqueles compostos por uma camada
superficial asfáltica – revestimento, apoiadas em camadas de base, sub-base e de
reforço do subleito, constituídas por materiais granulares, solos ou misturas de solos,
sem adição de agentes cimentantes, e que sob carregamento sofre deformação
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elástica em todas as camadas, ou seja, a carga se distribui em parcelas
aproximadamente equivalentes e com pressões concentradas.
A pavimentação é realizada essencialmente com material asfáltico na camada
de revestimento, e por isso, pode ter sua resistência muito variável, visto que
dependendo da espessura dessa camada a resistência pode aumentar ou diminuir.

Segundo Balbo (2007; apud ROSSI A; 2017), é o pavimento no qual a


absorção de esforços dá-se de forma dividida entre várias camadas,
encontrando-se as tensões verticais em camadas inferiores, concentradas
em região próxima da área de aplicação da carga.

Segundo o Manual de Pavimentação do DNIT; apud ROSSI A; 2017, pavimento


flexível é aquele em que todas as camadas sofrem deformação elástica significativa
sob o carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui em parcelas
aproximadamente equivalentes entre as camadas.

Fonte: nucleodoconhecimento.com

Com relação aos materiais utilizados nos pavimentos flexíveis, os agregados


correspondem entre 90% e 95% do revestimento, sendo responsável por suportar e
transmitir as cargas aplicadas pelos veículos e resistir ao desgaste sofrido pelas
solicitações. Já o material betuminoso – asfalto, corresponde entre 5% e 10% do
revestimento, tendo função aglutinante e ação impermeabilizante (BERNUCCI et al.,
2010 apud FILHO J; ROCHA E; 2018).

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Dentre os tipos de revestimento dos pavimentos flexíveis, existem as misturas
usinadas. Para Bernucci et al. (2010; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), essa mistura
de agregados e ligante é feita em uma usina estacionária, e posteriormente
transportada para o local de utilização. Ainda segundo Bernucci et al. (2010; apud
FILHO J; ROCHA E; 2018), um dos tipos mais utilizados no Brasil é o concreto
asfáltico usinado a quente – CAUQ.

Fonte: asfaltoars.com.br

O CAUQ pode ser empregado como revestimento, camada de ligação – binder,


regularização ou reforço do pavimento. O concreto betuminoso somente deve ser
fabricado, transportado e aplicado quando a temperatura ambiente for superior a 10ºC,
e sua execução não é permitida em dias de chuva (DNIT, 2006; apud FILHO J;
ROCHA E; 2018).
Na Especificação de Serviço do Concreto Asfáltico - 031/2006–ES (DNIT, 2006;
apud FILHO J; ROCHA E; 2018), os materiais constituintes são o agregado miúdo, o
agregado graúdo, o ligante asfáltico e o filer. A composição deste concreto asfáltico
deve satisfazer a algumas tolerâncias em relação à granulometria e a percentuais do
ligante asfáltico determinados no projeto de mistura.

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O agregado miúdo pode ser areia, pó-de-pedra, uma mistura dos dois ou outro
material indicado nas especificações complementares. Suas partículas individuais
devem ser resistentes, sem a presença de torrões de argila e sem substâncias
nocivas, apresentando uma percentagem igual ou superior a 55% de areia.
Já o agregado graúdo pode ser pedra britada, escória, seixo rolado
preferencialmente britado ou outro material indicado nas especificações
complementares, com desgaste Los Angeles igual ou superior a 50%. O ligante
asfáltico é classificado em três tipos de cimentos asfálticos de petróleo: CAP-30/45,
CAP 50/70 e CAP 85/100.
O material de enchimento, filer, deve ser constituído por materiais finamente
divididos, como cimento Portland, cal extinta, pós-calcários. Quando aplicado deve
estar seco e sem grumos.
O processo executivo do CAUQ é divido em várias etapas, e de acordo
com a Especificação de Serviço do Concreto Asfáltico - 031/2006–ES (DNIT, 2006
apud FILHO J; ROCHA E; 2018), sendo elas:
 Imprimação: o ligante betuminoso, geralmente é asfalto diluído, CM-30
e CM-70, é aplicado por um caminhão com bomba reguladora de
pressão e sistema de aquecimento, logo após o perfeito adensamento
da base e a varredura da superfície com vassoura mecânica. O ligante
deve ser absorvido pela base em 72 horas, tendo como objetivo a
impermeabilização do solo através da penetração do material
betuminoso. A taxa de aplicação é definida em laboratório, variando
entre 0,8 l/m² a 1,6 l/m².
 Pintura de ligação: passados mais de sete dias entre a execução da
imprimação e a do revestimento, a pintura de ligação de ser feita. O
material betuminoso utilizado tem uma taxa recomendada pelo DNIT de
0,3 l/m² a 0,4 l/m², e as mais usadas são: RR-1C e RR-2C. O objetivo da
sua aplicação é promover melhor condição de aderência entre a
superfície da base e o CAUQ.
 Distribuição do CAUQ: o CAUQ deve ser distribuído sobre a superfície
já imprimada e pintada, com auxílio de caminhões basculantes
adequados e vibro acabadoras. Os materiais utilizados não devem
exceder a temperatura de 177ºC.

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 Compactação do CAUQ: ao término da distribuição, a compactação
deve ser iniciada pelos bordos, longitudinalmente, continuando em
direção ao eixo da pista. Porém, em superelevação deve-se começar a
compactação sempre pelo lado mais baixo para o ponto mais alto da
curva. Ela é feita com o rolo pneumático e rolo metálico liso. Com o fim
da compactação o tráfego só é aberto após o completo resfriamento.

3.5 Pavimento rígido

Segundo Bernucci et al. (2010; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), os


pavimentos rígidos são aqueles em que o revestimento é constituído por
placas de concreto de cimento Portland.

Revestimento este que possui elevada rigidez em relação às camadas


inferiores e espessura fixa em função da resistência à flexão das placas, portanto,
absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Para
Balbo (2009; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), essas placas de concreto de cimento
Portland são assentadas sobre o solo de fundação ou uma sub-base, no qual
desempenham as funções de revestimento e base, podendo ou não ser armadas com
barras de aço.

Fonte: nucleodoconhecimento.com

Os principais materiais utilizados em pavimentos rígidos são o cimento Portland


CP-I, CP-II, CP-III e CPIV, agregados graúdos e miúdos, água, aditivos, materiais
selantes de juntas, fibras de plástico ou de aço e barras de aço CA-50, CA-60 e CA-
25 (DNIT, 2004; apud FILHO J; ROCHA E; 2018).

21
Segundo Balbo (2009; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), o revestimento do
pavimento rígido é feito com concreto, o qual pode ser elaborado por pré-moldagem
ou produção in loco, e dos tipos de pavimentos rígidos existentes, o pavimento de
concreto simples – PCS. É o mais comum na pavimentação rodoviária.

Fonte: dynatest.com

O PCS é formado de placas de concreto moldadas in loco, definidas por


serragem de juntas transversais e longitudinais, algumas horas após a sua moldagem.
Na construção dessas placas vários tipos de concreto podem ser empregados, como
o concreto convencional, o concreto de alta resistência e o concreto compactado com
rolo (BALBO, 2009; apud FILHO J; ROCHA E; 2018).

Para Pitta (1998; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), o pavimento de concreto


simples apresenta na composição do concreto, o cimento tipo Portland, o
agregado miúdo, o agregado graúdo, a água e como opcional, aditivos
químicos. O pavimento também é composto por barras de aço de
transferência e de ligação e por selante de juntas.

Os cimentos tipo Portland adequados à pavimentação de concreto simples são


o Portland comum – CP-I, Portland composto – CP-II, Portland de alto forno – CP-III
e o Portland pozolânico – CP-IV.
O agregado miúdo mais indicado é a areia natural quartzosa, cuja dimensão
máxima característica dos grãos é de 4,8 mm, não sendo admitidos grãos menores
do que 0,075 mm. Já agregado graúdo mais utilizado é o pedregulho ou a pedra

22
britada, ou ainda a mistura de ambos, cuja gradação granulométrica fique entre 50
mm e 4,8 mm.
A água destinada ao amassamento do concreto deve atender aos limites
máximos determinados pela norma DNIT 036/2004-ME; apud FILHO J; ROCHA E;
2018, deve ser isenta de teores prejudiciais de substâncias estranhas.
Os aditivos químicos são opcionais, contudo possuem importante ação na
melhoria dos fatores físicos e químicos do concreto. Os mais convenientes a serem
empregados no concreto são os plastificantes, os incorporadores de ar e os
aceleradores de endurecimento.
Nas barras de transferência, quando prevista no projeto, o aço é
obrigatoriamente liso e sem o uso de aços especial. Já as barras de ligação podem
usar os dois tipos de aço, desde que o cálculo feito seja referido ao aço efetivamente
empregado.
O selante de juntas deve ser aderente ao concreto, resistente à infiltração de
água, à penetração de sólidos e resistente à ação de solventes. Dependendo da sua
natureza e do tipo de aplicação, pode ser moldado a quente, moldado a frio ou pré-
moldado.
Segundo DNIT (2013; apud FILHO J; ROCHA E; 2018), o processo
executivo do pavimento de concreto simples obedece algumas etapas, a saber:
 Preparo da sub-base: a sub-base deve estar nivelada e regularizada,
com sua conformação geométrica mantida até a ocasião da execução
do pavimento. Caso tenha sido indicada a colocação de película isolante
e impermeabilizante sobre a superfície da sub-base, deve-se verificar se
a mesma está corretamente esticada e se as emendas são feitas com
transpasse de 20 cm, no mínimo.
 Mistura, lançamento e espalhamento do concreto: o concreto deve
ser produzido em centrais do tipo gravimétrica, dosadoras e
misturadoras, de forma homogênea e sem segregação. O período
máximo entre a mistura e o lançamento do concreto deve ser de 30
minutos. O lançamento pode ser feito por descarga lateral ou frontal à
pista. No espalhamento do concreto podem ser usados diversos
equipamentos como a pá-distribuidora do sistema de fôrmas

23
deslizantes, pá triangular móvel, rosca sem-fim ou caçamba que receba
o concreto, distribuindo-o com altura uniforme por toda largura da pista.
 Adensamento do concreto: o adensamento do concreto deve ser feito
por vibradores hidráulicos ou elétricos fixados em barras de altura
variável, possibilitando executar a pista na espessura projetada. Deve
haver alimentação contínua do equipamento, a fim de manter
homogênea a superfície final.
 Acabamento do concreto: o acabamento do concreto deve ser
executado pela passagem da régua acabadora longitudinal. Também
devem ser empregadas as desempenadeiras metálicas de cabo longo,
na direção transversal à pista e em seguida as desempenadeiras
metálicas de base larga, para o acabamento final, junto com as
desempenadeiras de cabo curto, para acabamentos localizados. Após a
perda do brilho superficial do pavimento acabado, deve-se executar a
texturização da superfície do pavimento, através de ranhuras, para
aumentar a aderência com os pneumáticos.
 Cura do concreto: na cura do concreto devem ser utilizados produtos
químicos capazes de formar uma película plástica. A aplicação deve ser
realizada manualmente ou com equipamento autopropelido, devendo
ser iniciada logo após a texturização do concreto. Caso acorra
evaporação da água de amassamento durante a concretagem, deve ser
aplicada uma segunda demão de produto químico.
 Execução das juntas: as juntas longitudinais e transversais devem
estar em conformidade com as posições indicadas no projeto, não se
permitindo desvios de alinhamento superiores a 5 mm. As juntas
longitudinais são divididas em juntas longitudinais de articulação e de
construção. Já as juntas transversais se dividem em juntas transversais
serradas e de construção. Nas juntas longitudinais são instaladas as
barras de ligação, obedecendo às posições e especificações definidas
em projetos. E nas juntas transversais são instaladas as barras de
transferência, com suas especificações definidas no projeto, devendo as
barras permitir a movimentação da junta.

24
3.6 Pavimento semi - rígido

Ainda temos o pavimento semi- rígido que é um tipo de revestimento


intermediário, entre o flexível e o rígido.
Segundo Balbo (2007; apud ROSSI A; 2017), é composto por um revestimento
asfáltico com base ou sub-base em material tratado com cimento de elevada rigidez,
excluídos quaisquer tipos de concreto. Segundo o Manual de Pavimentação do DNIT
do ano de 2006, pavimento semirrígido caracteriza-se por uma base cimentada por
algum aglutinante com propriedades cimentícias.

Fonte: bibliodigital.unijui

3.7 Materiais

Conforme Rossi (2017), os materiais utilizados na pavimentação podem variar


conforme o tipo de pavimento ou tipo de camadas necessárias em cada obra.
Os materiais utilizados para a base, sub-base e reforço do subleito são
classificados segundo sua natureza e comportamento. Existem muitos tipos de
materiais utilizados nesse tipo de obra, a seguir serão apresentados os mais comuns,
que serão adotados no estudo de caso desse projeto.
Brita Graduada Simples: é um material bem graduado com diâmetro nominal
máximo de 38mm, porém é mais usual com diâmetros nominais menores, mais possui
poucos finos passantes na peneira #200. Geralmente apresenta índice de suporte
Califórnia (CBR) maior que 60% e expansão nula ou muito baixa.

25
A distribuição do material deverá ser realizada preferencialmente com vibro
acabadora e ser compactada logo após o espalhamento do material na pista (ODA,
2016; apud ROSSI A; 2017).
Macadame Hidráulico: é composto por agregado graúdo, agregado miúdo e
água. Foi um material muito utilizado antigamente, antes do aparecimento da BGS,
ainda é utilizado em locais que não apresentam usinas de BGS. Primeiramente o
agregado graúdo é distribuído na pista, devendo ser compactado.

Após a realização dessa etapa, deverá ser adicionado o agregado miúdo que
irá se localizar nos vazios existentes entre os agregados graúdos. Por fim,
para preencher qualquer outro vazio são adicionados os agregados finos e a
água que irão se alojar nos vazios e formar uma estrutura firme da camada
(ODA, 2016; apud ROSSI A; 2017).

Fonte: portalcoroado.com

Macadame Seco: é similar ao macadame hidráulico, porém a diferença é que


nesse caso não há presença de água para realizar o preenchimento dos vazios na
camada. (ODA, 2016; apud ROSSI A; 2017).

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Fonte: mapio.net

Solo Agregado: composto por agregados, solo e água. Esses materiais podem
ser misturados em usinas e são aplicados diretamente no solo e compactados
posteriormente por rolo liso ou pé de carneiro (ODA, 2016; apud ROSSI A; 2017).

Fonte: portaldetecnologia.com

Ainda conforme ROSSI (2017) - rachão: o rachão é um material mais bruto e


utilizado em camadas onde há a necessidade de aumentar a resistência, basicamente
são pedregulhos de grandes dimensões que são aplicados no solo sem que sejam
compactados. Normalmente utilizado para reforço do subleito ou sub-base.

27
Fonte: arealbozza.com

Os materiais para a camada de revestimento variam de acordo com o tipo de


pavimento: flexível, rígido ou semirrígido.
E para isso pode-se utilizar os seguintes materiais:
Asfalto: bastante utilizado em pavimentação, pode ser apresentado em 3 tipos:
cimentos asfálticos, asfaltos diluídos e emulsões asfálticas.
Cimento Asfáltico (CAP): segundo a definição de (PINTO E PINTO, 2015;
apud ROSSI A; 2017) o cimento asfáltico é o asfalto obtido especialmente para
apresentar características adequadas para o uso na construção de pavimentos,
podendo ser resultado de destilação de petróleo em refinarias ou do asfalto natural
encontrado em jazidas.
Asfalto diluído (AD): segundo a definição de (PINTO E PINTO, 2015; apud
ROSSI A; 2017) o asfalto diluído ou cut-backs são diluições de cimentos asfálticos em
solventes derivados do petróleo de volatilidade adequada, quando há necessidade de
eliminar o aquecimento do CAP ou utilizar um aquecimento moderado.
Emulsões asfálticas (EAP): segundo a definição de (PINTO E PINTO, 2015;
apud ROSSI A; 2017) emulsão asfáltica de petróleo é uma dispersão coloidal de uma
fase asfáltica em uma fase aquosa (direta) ou, então, de uma fase aquosa dispersa
em uma fase asfáltica (inversa), com a ajuda de um agente emulsificante.

28
É obtida pela combinação de água com asfalto aquecido, em um meio
intensamente agitado e na presença dos emulsificantes, cujo objetivo é oferecer certa
estabilidade ao conjunto, favorecer a dispersão e revestir os glóbulos de betume de
uma película protetora, mantendo-os em suspensão.
Cimento: em pavimentos rígidos será utilizado o cimento Portland como base
para a produção dos elementos da camada de revestimento. Segundo a NORMA
DNIT 059/2004 – ES apud ROSSI A; 2017, o cimento Portland poderá ser de qualquer
tipo, desde que satisfaça as exigências especificas da DNER-EM036 apud ROSSI A;
2017, para o cimento a ser empregado.

De acordo com Balbo (2007 apud FILHO J; ROCHA E; 2018) pavimentar uma
via propicia o aumento operacional para o tráfego de veículos, através da
implantação de uma superfície mais regular e mais aderente, proporcionando
aos usuários maior conforto no deslocamento e mais segurança em
condições de pista úmida ou molhada.

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT


(2006 apud FILHO J; ROCHA E; 2018), o pavimento de uma rodovia consiste de uma
superestrutura formada por um sistema de camadas de espessura finita, construída
após a terraplenagem, destinada a resistir e distribuir os esforços verticais oriundos
dos veículos, a melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e segurança,
e a resistir aos esforços horizontais, tornando mais durável a superfície de rolamento.
Essas camadas são divididas em revestimento, base, sub-base, reforço de subleito e
subleito.
A seguir serão apresentadas as camadas da estrutura do pavimento:

3.8 Camadas

De acordo com ROSSI (2017) a estrutura do pavimento é composta de algumas


camadas que serão construídas após a terraplenagem do local, acima do subleito e
vão variar conforme a solicitação do trafego no local. Toda a estrutura do pavimento
está acima do subleito que funciona como a fundação do sistema que irá receber os
esforços absorvidos pelo pavimento.

29
Acima desse subleito basicamente a estrutura do pavimento é constituído de
uma regularização do subleito, um reforço de subleito, caso haja necessidade, uma
sub-base acima desse reforço de subleito, seguido de uma base e por fim um
revestimento.
Quanto ao subleito, os esforços impostos sobre sua superfície serão aliviados
em sua profundidade (normalmente se dispersam no primeiro metro). Deve-se,
portanto, ter maior preocupação com seus estratos superiores, onde os esforços
solicitantes atuam com maior magnitude.
O subleito será constituído de material natural consolidado e compactado, por
exemplo, nos cortes do corpo estradal, ou por um material transportado e compactado,
no caso dos aterros. Eventualmente, será também aterro sobre corte de
características medíocres de subleito (BALBO, 2007; apud ROSSI A; 2017).
A camada de melhoria e preparo do subleito deve apresentar as seguintes
características, segundo a INSTRUÇÃO DE PROJETO, do Departamento de
Estradas de Rodagem de janeiro de 2006; apud FILHO J; ROCHA E; 2018:
 Capacidade de suporte medida pelo Índice de Suporte Califórnia (ISC)
superior ou igual à 2%;
 Expansão máxima de 2%;
 Grau de compactação mínimo de 100% do Proctor Normal. Para solos
finos lateríticos ou para solos granulares pode ser utilizada a energia de
100% do Proctor Intermediário.
No caso de aproveitamento do subleito de estradas já implantadas,
cascalhadas, o solo na profundidade de 0,20 m abaixo do greide preparado para
receber o pavimento deve ser escarificado, umedecido e compactado na energia
indicada anteriormente.
No caso de ocorrência de solos com ISC inferior a 2%, deve-se efetuar
substituição destes solos na espessura a ser definida de acordo com os critérios
adotados nos estudos geotécnicos. Para subleito com solos de expansão superior a
2%, deve ser determinada, experimentalmente, a sobrecarga necessária para o solo
apresentar expansão menor que 2%.
O peso próprio do pavimento projetado deve transmitir para o subleito pressão
igual ou maior do que a determinada pelo ensaio. Caso o peso próprio da estrutura
não seja suficiente para proporcionar pressão maior ou igual à determinada no ensaio

30
de sobrecarga, deve-se efetuar a substituição de solos em espessura definida nos
estudos geotécnicos realizados.

3.9 Regularização do subleito

A regularização não constitui propriamente uma camada de pavimento, sendo,


a rigor, uma operação que pode ser reduzida em corte do leito implantado ou em
sobreposição a este, de camada com espessura variável (Manual de Pavimentação –
DNIT, 2006; apud ROSSI A; 2017).

A regularização deve dar à superfície as características geométricas —


inclinação transversal — do pavimento acabado. Nos trechos em tangente,
duas rampas opostas de 2% de inclinação — 3 a 4%, em regiões de alta
precipitação pluviométrica — e, nas curvas, uma rampa com inclinação da
superelevação (SENÇO, 2007; apud ROSSI A; 2017).

3.10 Reforço do subleito

Não é sempre necessário, e vai depender do solo do subleito e do esforço


solicitado do pavimento.
É uma camada de espessura constante, construída, se necessário, acima da
regularização, com características tecnológicas superiores às da regularização e
inferiores às da camada imediatamente superior, ou seja, a sub-base. Devido ao nome
de reforço do subleito, essa camada é, às vezes, associada à fundação.
No entanto, essa associação é meramente formal, pois o reforço do subleito é
parte constituinte especificamente do pavimento e tem funções de complemento da
sub-base que, por sua vez, tem funções de complemento da base. Assim, o reforço
do subleito também resiste e distribui esforços verticais, não tendo as características
de absorver definitivamente esses esforços, o que é característica específica do
subleito (SENÇO, 2007; apud ROSSI A; 2017).
O emprego de camada de reforço de subleito não é obrigatório, pois
espessuras maiores de camadas superiores poderiam, em tese, aliviar as pressões
sobre um subleito medíocre.

31
Contudo, procura-se utilizá-lo em tais circunstancias por razões econômicas,
pois subleito de resistência baixa exigiriam, para alguns tipos de pavimentos
(especialmente aos flexíveis), do ponto de vista de projeto, camadas mais espessas
de base e sub-base.
Logicamente, o reforço de subleito por sua vez resistirá a solicitações de maior
ordem de grandeza, respondendo parcialmente pelas funções do subleito e exigindo
menores espessuras de base e sub-base sobre si, sendo em geral menos custoso o
emprego de solos de reforço, em vez de maiores espessuras de camadas granulares
ou cimentadas quaisquer que sejam (BALBO, 2007; apud ROSSI A; 2017).
Segundo a INTRUÇÃO DE PROJETO, do Departamento de Estradas de
Rodagem de janeiro de 2006; apud ROSSI A; 2017, os solos apropriados para camada
de reforço do subleito são os de ISC superior ao do subleito e expansão máxima de
1%.

3.11 Sub-base

É a camada complementar à base, quando, por circunstâncias técnicas e


econômicas, não for aconselhável construir a base diretamente sobre a regularização
ou reforço do subleito. Segundo a regra geral — com exceção dos pavimentos de
estrutura invertida - o material constituinte da sub-base deverá ter características
tecnológicas superiores às do material de reforço; por sua vez, o material da base
deverá ser de melhor qualidade que o material da sub-base (BALBO, 2007; apud
ROSSI A; 2017).
Segundo a INTRUÇÃO DE PROJETO, do Departamento de Estradas de
Rodagem de janeiro de 2006; apud FILHO J; ROCHA E; 2018:
Os solos, misturas de solos, solos estabilizados quimicamente, materiais
pétreos ou misturas de solos quando empregados na camada de sub-base do
pavimento devem apresentar as seguintes propriedades geotécnicas:
 Capacidade de suporte, ISC, superior ou igual a 30%;
 Expansão máxima de 1%.

32
3.12 Base

É a camada mais importante da estrutura do pavimente, pois fica localizada


logo abaixo do revestimento do pavimento, seja rígido, semirrígido ou flexível, pois
será responsável pelo suporte estrutural do pavimento tendo que dissipar as cargas
para as próximas camadas, reduzindo sua intensidade. Caso a qualidade da base não
seja boa será muito provável que aconteça algum dano a esse pavimento.

É a camada destinada a resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e


distribuí-los. Na verdade, o pavimento pode ser considerado composto de
base e revestimento, sendo que a base poderá ou não ser complementada
pela sub-base e pelo reforço do subleito (SENÇO, 2007; apud ROSSI A;
2017).

Segundo a INTRUÇÃO DE PROJETO, do Departamento de Estradas de


Rodagem de janeiro de 2006; apud ROSSI A; 2017, os materiais ou misturas de
materiais, quando empregados na camada de base do pavimento, devem apresentar
as seguintes propriedades geotécnicas: - capacidade de suporte, ISC, superior ou
igual a 80%; - expansão máxima de 1%.

3.13 Revestimento

Conforme ROSSI (2017) o revestimento do pavimento é a última camada


existente na estrutura. Ela irá receber diretamente a ação do tráfego e será
diretamente ligada a qualidade do subleito. Dependendo da resistência do subleito, a
espessura será mais espessa ou não. Logicamente, o revestimento deverá ser de boa
qualidade para além de resistir aos esforços solicitantes do tráfego, também
proporcionar um bom rolamento da pista, fornecendo maior conforto ao usuário.
O revestimento é a camada que apresenta o material com o maior custo da
estrutura, então deverá ter sua espessura respeitada para que não haja a redução da
resistência daquele pavimento.
Vale ressaltar que a espessura da camada de revestimento,
independentemente do tipo de pavimento, vai estar diretamente ligada a qualidade do
subleito, visto que quanto melhor a qualidade do subleito, menor a necessidade de
grandes espessuras para o revestimento e as outras camadas da estrutura do
pavimento.

33
É a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a
ação do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento quanto às
condições de conforto e segurança, além de resistir ao desgaste, ou seja,
aumentando a durabilidade da estrutura (SENÇO, 2007; apud ROSSI A;
2017).

3.14 Serviços

Pintura de ligação:
Segundo definição do DNIT na norma 145/2012 - ES; apud ROSSI A; 2017,
pintura de ligação consiste na aplicação de ligante asfáltico do tipo RR-1C sobre
superfície de base ou revestimento asfáltico anteriormente à execução de uma
camada asfáltica, objetivando promover condições de aderência entre esta e o
revestimento a ser executado. Na norma citada anteriormente também são descritas
as diretrizes para a realização do processo da pintura de ligação, inclusive os
equipamentos necessários.

3.15 Imprimação

Segundo definição do DNIT na norma 144/2014 – ES; apud ROSSI A; 2017,


imprimação consiste na aplicação de asfalto diluído do tipo CM-30 ou emulsão
asfáltica do tipo EAI sobre superfície da base concluída, antes da execução do
revestimento asfáltico, objetivando conferir coesão superficial, impermeabilização e
permitir condições de aderência entre esta e o revestimento a ser executado. Na
norma citada anteriormente também são descritas as diretrizes para a realização do
processo de imprimação, inclusive os equipamentos necessários.

3.16 Fresagem

De acordo com ROSSI (2017), não é necessária em todas as obras de


pavimentação, somente quando há um pavimento pré-existente e se faz necessário
fresar a pista para construção de uma nova camada ou de um pavimento novo.
Segundo definição do DNIT na norma 159/2011-ES; apud ROSSI A; 2017, é a
operação em que é realizado o corte ou desbaste de uma ou mais camada (s) do
pavimento asfáltico, por processo mecânico a frio.

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Na norma citada anteriormente também são descritas as diretrizes para a
realização do processo de fresagem a frio, inclusive os equipamentos necessários.

3.17 Dosagem

As propriedades mecânicas de uma mistura asfáltica estão relacionadas ao


esqueleto granular e ao tipo e teor de ligante empregado, bem como a interação entre
estes dois produtos. Não há uma recomendação de dosagem para misturas de
módulo elevado.

A dosagem de misturas asfálticas é feita de maneira que se atendam aos


parâmetros físicos e mecânicos desejáveis para uma camada de pavimento
após compactação. É através da dosagem que se inicia toda a análise de
uma estrutura de pavimento bem como seu comportamento diante dos
materiais empregados e das condições de campo sobre as quais o pavimento
está submetido. As características avaliadas em uma dosagem são a
estabilidade, durabilidade, flexibilidade, impermeabilidade e resistência ao
atrito (ROHDE, 2007; apud PEREIRA M; 2012).

Inicia-se um processo de dosagem pela escolha dos materiais a serem


empregados. Esta seleção irá depender principalmente da localização do segmento
que será executado ou ainda da escolha do projetista. É importante que se tenha
conhecimento dos resultados do projeto de mistura para que se possa avaliar já no
início se a mistura atende às especificações.
Os ensaios dos agregados e do ligante que serão empregados na mistura são
de extrema importância para conhecimento e comparação entre diferentes tipos de
dosagem. O objetivo de uma dosagem é obter como produto uma combinação e
graduação de agregados econômica e com teor de asfalto correspondente para que
se consiga obter uma mistura com: asfalto suficiente para garantir um pavimento
durável; estabilidade suficiente da mistura de maneira a resistir às ações do tráfego,
vazios suficientes na mistura compactada de forma a permitir a expansão térmica do
asfalto sem perda de estabilidade à elevadas temperaturas, trabalhabilidade
adequada da mistura, entre outros aspectos e propriedades.

35
Os resultados de uma dosagem podem inclusive impactar nos custos. Por este
motivo é importante que se faça uma análise detalhada do material que será utilizado.
O alvo de uma dosagem bem elaborada é sempre buscar pela garantia da estabilidade
adequada e durabilidade máxima.

4 PROJETO DE PAVIMENTOS

Na elaboração de projetos de pavimentos existem diversos fatores limitantes


que devem ser preliminarmente identificados e estudados. Tanto as características
regionais, quanto as limitações técnicas e econômicas devem ser de total
conhecimento do projetista para garantir que o projeto possa ser executado,
atendendo, de fato, às condições preestabelecidas.
Os recursos, muitas vezes escassos, estabelecem limites no projeto, os quais
refletem diretamente na qualidade do pavimento. Mesmo conhecendo-se os níveis de
solicitações previstas e demais características relacionadas ao comportamento do
pavimento durante sua vida em serviço, a escassez de recursos pode conduzir a um
projeto de menor qualidade. Quando isso acontece é fundamental elaborar uma
política adequada de manutenção e reabilitação do pavimento construído, incluindo
uma avaliação detalhada dos custos associados a cada estratégia de projeto para
evitar um gasto ainda maior (SÓRIA, 1997; apud ODA S; NOVO J; 2016).

Segundo o DNER (1996; apud MARQUES G; 2006) um Projeto de


Engenharia tem sua versão final intitulada Projeto Executivo e visa, além de
permitir a perfeita execução da obra, possibilitar a sua visualização, o
acompanhamento de sua elaboração, seu exame e sua aceitação e o
acompanhamento da obra. O processo comporta três etapas que se
caracterizam pelo crescente grau de precisão: Estudos Preliminares;
Anteprojeto e Projeto Executivo.

Estudos Preliminares: Determinação preliminar, por meio de levantamento


expedito de todas as condicionantes do projeto das linhas a serem mais
detalhadamente estudadas com vistas à escolha do traçado. Tais estudos devem ser
subsidiados pelas indicações de planos diretores, reconhecimentos, mapeamentos e
outros elementos existentes.
Anteprojeto - Definição de alternativas, em nível de precisão que permita a
escolha do (s) traçado (s) a ser (em) desenvolvido (s) e a estimativa do custo das
obras.
36
Projeto Executivo - Compreende o detalhamento do Anteprojeto e perfeita
representação da obra a ser executada, devendo definir todos os serviços a serem
realizados devidamente vinculados às Especificações Gerais, Complementares ou
Particulares, quantificados e orçados segundo a metodologia estabelecida para a
determinação de custos unitários e contendo ainda o plano de execução da obra,
listagem de equipamentos a serem alocados e materiais e mão-de-obra em correlação
com os cronogramas físicos e financeiros.
Na fase de anteprojeto são desenvolvidos, ordinariamente os Estudos de
Tráfego, Estudos Geológicos, Estudos Topográficos, Estudos Hidrológicos e Estudos
Geotécnicos.
Na fase de projeto são complementados os estudos e desenvolvidos o Projeto
Geométrico, Projeto de Terraplenagem, Projeto de Drenagem, Projeto de
Pavimentação, Projeto de Obra-de-Arte Especiais, Projeto de Interseções, Projeto de
Obras Complementares (envolvendo, Sinalização, Cercas e Defensas) e Projeto de
Desapropriação.

4.1 Estudos geotécnicos

Conforme MARQUES (2006), é a parte do projeto que analisa o comportamento


dos elementos do solo no que se refere diretamente à obra. Os estudos geotécnicos,
de um modo geral podem ser assim divididos:

Fonte: ufjf.br

Os estudos geotécnicos para um Projeto de Pavimentação compreendem:


 Reconhecimento do Subleito

37
 Estudos de Ocorrências de Materiais para Pavimentação.

4.2 Reconhecimento do subleito

Ainda conforme MARQUES (2006), para o dimensionamento de um pavimento


rodoviário é indispensável o conhecimento do solo que servirá para a futura estrutura
a ser construída.
Este solo de fundação, chamado subleito, requer atenção especial, através de
estudos geotécnicos, que possibilitam o seu reconhecimento, identificação e
quantificação das suas características físicas e mecânicas assim como a obtenção
dos parâmetros geotécnicos necessários ao dimensionamento da estrutura.
A espessura final do pavimento, assim como os tipos de materiais a serem
empregados são função das condições do subleito. Quanto pior forem as condições
do subleito, maior será a espessura do pavimento, podendo muitas vezes, ser
requerida a substituição parcial do mesmo, com troca por outro de melhores
condições.
O estudo do reconhecimento do solo do subleito, normalmente é feito em
estradas com terraplanagem concluída embora haja também, uma tendência no
sentido de que todos os estudos tratados sejam feitos previamente à terraplanagem.
Desta forma o projeto da rodovia englobaria os projetos de terraplanagem e
pavimentação.

4.3 Objetivos

O estudo do subleito de estradas de rodagem com terraplenagem concluída


tem como objetivo o reconhecimento dos solos visando à caracterização das diversas
camadas e o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do projeto de pavimento
(DNER, 1996; apud MARQUES G; 2006).
Nestes estudos são fixadas as diretrizes que devem reger os trabalhos de
coleta de amostras do subleito, de modo que se disponha de elementos necessários
para o projeto de pavimentação.

38
4.4 Sequência dos serviços

Ainda conforme MARQUES (2006), O reconhecimento do subleito é


normalmente feito em três fases:
Inspeção expedita no campo:
Nesta fase são feitas sondagens superficiais no eixo e nos bordos da
plataforma da rodovia para identificação dos diversos horizontes de solos (camadas)
por intermédio de uma inspeção expedida do campo.
Coleta de amostras / ensaios:
Estas amostras visam fornecer material para a realização dos ensaios
geotécnicos e posterior traçado dos perfis de solos. São definidos a partir dos
elementos fornecidos pela inspeção expedia do campo.
Traçado do perfil longitudinal:
De posse dos resultados dos ensaios feitos em cada camada ou horizonte de
cada furo, traça-se o perfil longitudinal de solos constituintes do subleito estudado.
Inspeção expedita de campo:
Este item foi extraído de DNER (1996; apud MARQUES G; 2006):
Para a identificação das diversas camadas de solo, pela inspeção expedita no
campo, são feitas sondagens no eixo e nos bordos da estrada, devendo estas, de
preferência, serem executadas a 3,50 m do eixo. Os furos de sondagem são
realizados com trado ou pá e picareta.
O espaçamento máximo, entre dois furos de sondagem no sentido longitudinal,
é de 100 m a 200 m, tanto em corte como em aterro, devendo reduzir-se, no caso de
grande variação de tipos de solos. Nos pontos de passagem de corte para aterro
devem ser realizados também furos de sondagem.
A profundidade dos furos de sondagem será, de modo geral, de 0,60 m a 1,00
m abaixo do greide projetado para a regularização do subleito. Furos adicionais de
sondagem com profundidade de até 1,50 m abaixo do greide projetado para
regularização poderão ser realizados próximos ao pé de talude de cortes, para
verificação do nível do lençol de água (ver Projeto de Drenagem) e da profundidade
de camadas rochosas.
Em cada furo de sondagem, devem ser anotadas as profundidades inicial e final
de cada camada, a presença e a cota do lençol de água, material com excesso de
umidade, ocorrência de mica e matéria orgânica.
39
Os furos de sondagem devem ser numerados, identificados - com o número de
estaca do trecho da estrada em questão, seguidos das letras E, C ou D, conforme
estejam situados no bordo esquerdo, eixo ou bordo direito. Deve ser anotado o tipo
de seção: corte, aterro, seção mista ou raspagem, com as iniciais C, A, SM, R.
Os materiais para efeito de sua inspeção expedita no campo, serão
classificados de acordo com a textura, nos seguintes grupos:
 Bloco de rocha: pedaço isolado de rocha que tenha diâmetro superior
a 1 m;
 Matacão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio entre 25cm e 1m;
 Pedra de mão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio entre 76 mm
e 25 cm;
 Pedregulho: fração de solo entre as peneiras de 76 mm (3") e de 2,0
mm (nº 10);
 Grossa: fração de solo entre as peneiras de 2,0 mm (nº 10) e 0,42 mm
(nº 40);
 Fina: fração de solo entre as peneiras de 0,42 mm (nº40) e 0,075 mm
(nº 200);
 Silte e Argila: fração de solo constituída por grãos de diâmetro abaixo
de 0,075mm.
De acordo com MARQUES (2006), são usadas, na descrição das camadas de
solos, combinações dos termos citados como, por exemplo, pedregulho areno-siltoso,
areia fina-argilosa, etc. Deverão também ser anotadas as presenças de mica e matéria
orgânica. As anotações referentes a Bloco de Rocha, Matacão e Pedra de Mão,
complementarão a descrição das camadas, quando for o caso.
Para a identificação dos solos pela inspeção expedita, são usados testes
expeditos, como: teste visual, do tato, do corte, da dilatância, da resistência seca, etc.
A cor do solo é elemento importante na classificação de campo.
As designações "siltoso" e "argiloso" são dadas em função do I.P., menor ou
maior que 10, do material passando na peneira de 0,42 mm (nº 40). O solo tomará o
nome da fração dominante, para os casos em que a fração passando na peneira nº
200 for menor ou igual a 35%; quando esta fração for maior que 35%, os solos são
considerados siltes ou argilas, conforme seu I.P. seja menor ou maior que 10.

40
4.5 Coleta de amostras e execução dos ensaios

Este item foi extraído de DNER (1996; apud MARQUES G; 2006):


A medida que forem sendo executadas as sondagens e procedida a inspeção
expedita no campo, são coletadas amostras para a realização dos seguintes ensaios
de laboratório:
 Granulometria por peneiramento com lavagem do material na peneira de
2,0 mm (nº 10) e de 0,075 mm (nº 200);
 Limite de Liquidez;
 Limite de Plasticidade;
 Limite de Contração em casos especiais de materiais do subleito;
 Compactação;
 Massa Específica Aparente "in situ";
 Índice Suporte Califórnia (ISC);
 Expansibilidade no caso de solos lateríticos.
A coleta das amostras deve ser feita em todas as camadas que aparecem numa
seção transversal, de preferência onde a inspeção expedita indicou maiores
espessuras de camadas. Para os ensaios de caracterização (granulometria, LL e LP)
é coletada, de cada camada, uma amostra representativa para cada 100 m ou 200 m
de extensão longitudinal, podendo o espaçamento ser reduzido no caso de grande
variação de tipos de solos.
Tais amostras devem ser acondicionadas convenientemente e providas de
etiquetas onde constem à estaca, o número de furo de sondagem, e a profundidade,
tomando, depois, um número de registro em laboratório.
Para os ensaios de Índice Suporte Califórnia (I.S.C.) retira-se uma amostra
representativa de cada camada, para cada 200 m de extensão longitudinal, podendo
este número ser aumentado em função da variabilidade dos solos.
As determinações de massa específica aparente seca "in situ" do subleito e
retiradas de amostras para o ensaio de compactação, quando julgadas necessárias
são feitas com o espaçamento dos furos no sentido longitudinal, no eixo e bordos, na
seguinte ordem: bordo direito, eixo, bordo esquerdo, etc.

41
As determinações nos bordos devem ser em pontos localizados a 3,50 m do
eixo. Mediante comparação entre os valores obtidos "in situ" e os laboratórios, para
cada camada em causa, determina-se o grau de compactação.
Para materiais de subleito, o DNER utiliza o ensaio de compactação AASHTO.
Normal, exigindo um grau mínimo de compactação de 100% em relação a este ensaio,
sendo o I.S.C. determinado em corpos-de-prova moldados nas condições de umidade
ótima e densidade máxima correspondentes a este ensaio. Em geral, o I.S.C.
correspondente a estas condições é avaliado mediante a moldagem de 3 corpos-de-
prova com umidades próximas a umidade ótima.
Para fins de estudos estatísticos dos resultados dos ensaios realizados nas
amostras coletadas no subleito, as mesmas devem ser agrupadas em trechos com
extensão de 20 km ou menos, desde que julgados homogêneos dos pontos de vista
geológico e pedológico.

4.6 Traçado do perfil longitudinal / apresentação dos resultados

Segundo o DNER (1996; apud MARQUES G; 2006) os resultados dos ensaios


de laboratórios devem constar de um "Quadro - Resumo de Resultados de Ensaios",
notando-se que, para dar generalidade ao modelo, figuram ensaios que podem não
ser feitos durante o reconhecimento do subleito.
Com base no "Quadro-Resumo", é feita separadamente, para cada grupo
de solos da classificação TRB, uma análise estatística dos seguintes valores:
 Percentagem, em peso, passando nas peneiras utilizadas no ensaio de
granulometria. Geralmente são analisadas as percentagens, passando
nas peneiras nº 10, nº 40 e nº 200.
 LL
 IP
 IG
 ISC
 Expansão (ISC).

42
4.7 Estudo das ocorrências de materiais para pavimentação

De acordo com MARQUES (2006), nesta fase são feitos estudos específicos
nas Jazidas da região próxima à construção da rodovia que serão analisadas para
possível emprego na construção das camadas do pavimento (regularização do
subleito, reforço, sub-base, base e revestimento).
Estes estudos são baseados nos dados da Geologia e Pedologia da região e
podem ser utilizados fotografias aéreas, mapas geológicos, além de pesquisa com os
moradores da região, reconhecimento de jazidas antigas, depósitos aluvionares às
margens dos rios, etc. Durante os trabalhos é feita também a localização das fontes
de abastecimentos de água.
O termo “Jazida” denomina todo depósito natural de material capaz de fornecer
matéria-prima para as mais diversas obras de engenharia e o termo “Ocorrência” é
empregado quando a matéria-prima ainda não está sendo explorada.
O DNER; apud MARQUES G; 2006 fixa modo como deve ser procedido o
estudo de jazidas. Normalmente são feitas em duas etapas:
 Prospecção preliminar;
 Prospecção definitiva.
Os próximos itens foram adaptados do Manual de Pavimentação do DNER
(DNER, 1996; apud MARQUES G; 2006).

4.8 Prospecção preliminar

De acordo com MARQUES (2006), a prospecção é feita para se identificar as


ocorrências que apresentam a possibilidade de seu aproveitamento, tendo em vista a
qualidade do material e seu volume aproximado.
A prospecção preliminar, compreende:
 Inspeção expedita no campo;
 Sondagens e;
 Ensaios de laboratórios.

43
Assim sendo nas ocorrências de materiais julgados aproveitáveis na
inspeção de campo, procede-se de seguinte modo:
 Delimita-se, aproximadamente, a área onde existe a ocorrência do
material;
 Faz-se 4 e 5 furos de sondagem na periferia e no interior da área
delimitada, convenientemente localizados até à profundidade
necessária, ou compatível com os métodos de extração a serem
adotados;
 Coleta-se em cada furo e para cada camada, uma amostra suficiente
para o atendimento dos ensaios desejados. Anota-se as cotas de
mudança de camadas, adotando-se uma denominação expedita que as
caracterize. Assim, o material aparentemente imprestável, constituinte
da camada superficial, será identificado com o nome genérico de capa
ou expurgo. Os outros materiais próprios para o uso, serão identificados
pela sua denominação corrente do lugar, como: cascalho, seixos, etc.;
 Faz-se a amarração dos furos de sondagem, anotando-se as distâncias
aproximadas entre os mesmos e a posição da ocorrência em relação à
rodovia em estudo.
Uma ocorrência será considerada satisfatória para a prospecção
definitiva, quando os materiais coletados e ensaiados quanto a:
 Granulometria por peneiramento com lavagem do material na peneira de
2,0 mm (nº 10) e de 0,075 mm (nº 200);
 Limite de Liquidez LL.;
 Limite de Plasticidade LP;
 Equivalente de Areia;
 Compactação;
 Índice Suporte Califórnia - ISC;
Ou pelo menos, parte dos materiais existentes satisfizerem as especificações
vigentes, ou quando houver a possibilidade de correção, por mistura, com materiais
de outras ocorrências.

44
As exigências para os materiais de reforço do subleito, sub-base e base
estabilizada, são as seguintes:
Para reforço do subleito: características geotécnicas superiores à do subleito,
demonstrados pelos ensaios de I.S.C. e de caracterização (Granulometria, LL, LP).
Para sub-base granulometricamente estabilizada: ISC > 20 e Índice do
Grupo IG = 0 para qualquer tipo de tráfego.
Para base estabilizada granulometricamente:
 Limite de Liquidez máximo: 25%
 Índice de Plasticidade máximo: 6%
 Equivalente de Areia mínimo: 30%
Ainda conforme MARQUES (2006), caso o Limite de Liquidez seja maior que
25% e/ou Índice de Plasticidade, maior que 6, poderá o solo ser usado em base
estabilizada, desde que apresente Equivalente de Areia maior que 30%, satisfaça as
condições de Índice Suporte Califórnia e se enquadre nas faixas granulométricas
citadas adiante.
O Índice Suporte Califórnia deverá ser maior ou igual a 60 para qualquer tipo
de tráfego; a expansão máxima deverá ser 0,5%. Poderá ser adotado um ISC até 40,
quando economicamente justificado, em face da carência de materiais e prevendo-se
a complementação da estrutura do pavimento pedida pelo dimensionamento pela
construção de outras camadas betuminosas.
Quanto à granulometria, deverá estar enquadrada em uma das faixas das
especificações:

Fonte: ufjf.br.com

A prospecção preliminar das pedreiras é realizada mediante as indicações


geológicas, procurando-se avaliar no local por meio de sondagens e de
levantamento expeditos:

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 O volume de capa ou de expurgo da pedreira;
 A altura e a largura da frente de exploração de rocha aparentemente sã
da pedreira.

4.9 Prospecção definitiva

De acordo com MARQUES (2006) a prospecção definitiva das ocorrências


de materiais compreende:
 Sondagens e coleta de amostras;
 Ensaios de laboratório
 Avaliação de volume das ocorrências.

4.10 Sondagens e coleta de amostras

De acordo com MARQUES (2006), uma vez verificada a possibilidade de


aproveitamento técnico-econômico de uma ocorrência, com base nos ensaios de
laboratório - realizados nas amostras coletadas nos furos feitos de acordo com a
prospecção preliminar, será, então, feito o estudo definitivo da mesma e sua cubagem.
Para isso, lança-se um reticulado com malha de 30 m ou mais de lado, dentro dos
limites da ocorrência selecionada, onde serão feitos os furos de sondagem.

4.11 Ensaios de laboratório

Conforme MARQUES (2006), em cada furo da malha ou no seu interior, para


cada camada de material, será feito um Ensaio de Granulometria por peneiramento,
de Limite de Liquidez de Limite de Plasticidade e de Equivalente de Areia (quando for
indicado). No caso de existirem camadas com mais de 1,00 m de espessura, deve-se
executar os ensaios acima citados, para cada metro de profundidade dessa camada.
Para determinação do Índice Suporte Califórnia (ISC) a mesma orientação deverá ser
seguida, ensaiando-se materiais de furos mais espaçados, se for o caso.

46
O Ensaio de Índice Suporte Califórnia para ocorrência de solos e materiais
granulares, é feito utilizando os corpos-de-prova obtidos no ensaio de compactação,
ou os três que mais se aproximem do ponto de massa específica aparente máxima,
de acordo com o método padronizado do DNER.
Quando solicitado, são realizados também ensaio de Determinação de Massa
Específica Aparente "in situ" do material "in natura".

4.12 Avaliação de volume das ocorrências – cubagem

De acordo com MARQUES (2006), com a rede de furos lançada (de 30 em


30m) e com a profundidade de cada furo e cada horizonte, pode-se calcular o volume
de cada tipo de material encontrado na jazida.
As quantidades mínimas de materiais de ocorrência a serem
reconhecidas, para cada quilômetro de pavimento de estrada, são
aproximadamente as seguintes:

Fonte: ufjf.br.com

No que se refere às pedreiras, será obedecido o que recomenda a Norma ABNT


6490/85 (NB-28/68; apud MARQUES G; 2006), para "Reconhecimento e Amostragem
para Fins de Caracterização das Ocorrências de Rochas".
A coleta de amostras de rochas para serem submetidas aos ensaios correntes
de Abrasão Los Angeles, Sanidade e Adesividade é realizada através de sondagens
rotativas ou então, quando a ocorrência assim o permitir, por extração por meios de
furos com barra-mina e explosivos no paredão rochoso.
Quando for necessário, os ensaios correntes poderão ser complementados
pelos exames de Lâmina e de Raio X do material coletado. A cubagem do material
poderá ser realizada por auscultação a barra-mina.

47
Quando necessário, poderá ser providenciado o lançamento de um reticulado
com lados de 10m a 20m aproximadamente. Admite-se que seja considerado como
rocha, o maciço abaixo da capa de pedreira.

4.13 Apresentação dos resultados

Conforme MARQUES (2006), os resultados das sondagens e dos ensaios dos


materiais das amostras das ocorrências de solos e materiais granulares são
apresentados através dos seguintes elementos:
 Boletim de Sondagem;
 Quadro-resumo dos Resultados dos Ensaios;
 Análise Estatística dos Resultados;
 Planta de Situação das Ocorrência;
 Perfis de Sondagem Típicos.
Geralmente para cada ocorrência é apontada a designação de J-1, J-2 etc...
Os resultados das sondagens e dos ensaios dos materiais rochosos (Pedreiras) são
também apresentados de maneira similar às ocorrências de solos e materiais
granulares, sendo apontado para cada pedreira a designação de P1, P2 etc.

4.14 Solicitações nas camadas

Todas as camadas de um pavimento, sobretudo a capa de rolamento, são


solicitadas por flexão dinâmica e por compressão, concentrada em uma pequena
área, o que exige desses materiais resistência à tração, à compressão e
principalmente ao cisalhamento.
O conceito básico para pavimentos flexíveis com bases puramente granulares
consiste em dotar o pavimento de uma base com espessura tal que a tensão vertical
de compressão e a deflexão no subleito sejam inferiores a determinados valores-
limites, correspondentes a níveis de ruína, estabelecidos a partir de critérios
consistentes, para cada situação que se tiver (YODER & WITCZAK, 1975; apud ODA
S; NOVO J; 2016).

48
4.15 Parâmetros para o projeto

Para o projeto de pavimentos são necessárias informações sobre: as


solicitações; a fundação; a própria estrutura e as intempéries. A presença da própria
estrutura como um dado de dimensionamento faz com que o processo seja, a rigor,
um processo de verificação em lugar de um dimensionamento (YODER & WITCZAK,
1975; apud ODA S; NOVO J; 2016).

4.16 Solicitações

Uma só roda de um veículo que trafegue sobre o pavimento impõe uma


solicitação que pode ser caracterizada por (YODER & WITCZAK, 1975 apud ODA
S; NOVO J; 2016):
 Magnitude da carga por roda ou força aplicada (N ou kgf);
 Pressão de contato do pneu com o pavimento (MPa, KPa ou kgf/cm2);
 Área de contato (cm2);
 Velocidade de aplicação ou tempo de duração.
Além disso, o número de aplicações das cargas, ou seja, o número de veículos
que solicita o pavimento é determinante para a sua vida útil. A magnitude da carga de
uma roda ou força aplicada por um único pneu varia de cerca de 200 kgf (~1980 N)
para automóveis até 20.000 kgf (~198.000 N) para grandes aviões (YODER &
WITCZAK, 1975).
A carga de uma roda atua sobre o pavimento com uma pressão de contato que
é aproximadamente igual à pressão de enchimento do pneu. Como em relação ao
pavimento, o pneu tem uma deformabilidade muito maior, isso quer dizer que a área
de contato entre pneu e pavimento é determinada pela pressão do pneu (SÓRIA,
1997; apud ODA S; NOVO J; 2016).
Por exemplo, considerando um pavimento típico, em bom estado estrutural,
solicitado estaticamente por um lado do eixo simples de rodas duplas de caminhão
com pressão de 80 lb/pol2 (0,55 MPa) e carga (força) de 4500 kgf (44100 N). Nesse
caso, o deslocamento vertical (deflexão) do pavimento é da ordem de 0,5 mm,
enquanto o pneu tem uma deformação vertical (visível a olho nu), cerca de 20 vezes
maior.

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Tanto a deformação do pneu como a do pavimento são, nesse caso, elásticas
(recuperáveis), isto é, aliviada a carga, ambos voltam à sua forma original (YODER &
WITCZAK, 1975; apud ODA S; NOVO J; 2016).

4.17 Pressão e área de contato

Se o efeito da rigidez das paredes laterais dos pneus for ignorado, a pressão
de contato é igual à pressão de enchimento dos pneus e uniformemente distribuída
sobre a área de contato. Na realidade os pneus de baixa pressão tendem a ter maior
pressão de contato no centro e os de alta pressão, o contrário. Mas para efeitos
práticos é, de modo geral, suficiente considerar a pressão de contato uniforme e igual
à de enchimento. Portanto, será considerada a forma de impressão de contato do
pneu com o pavimento como sendo circular (SÓRIA, 1997; apud ODA S; NOVO J;
2016).

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAROLINA ROSSI, Anna. Etapas de uma obra de pavimentação e


dimensionamento de pavimento para uma via na ilha do fundão. Monografias, [S.
l.], p. 1-63, 2017.

DIGIACOMO AGUIAR, Fred. Avaliação funcional e estrutural do pavimento


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DNIT, MANUAL. Manual de pavimentação: DNIT - Publicação IPR - 719. [S. l.: s.
n.], 2006. 278 p.

LUCIANO DE OLIVEIRA MARQUES, GERALDO. Pavimentação trn 032. Ufjf., [S. l.],
p. 1-210, 2006.

MOACIR DE MENDONÇA FILHO, José; GOMES DE AZEVEDO ROCHA, Eider.


Estudo Comparativo entre Pavimentos Flexível e Rígido na Pavimentação
Rodoviária. Nucleodoconhecimento, [S. l.], p. 1-19, 6 jun. 2018.

MINITTI LEITE PEREIRA, Mariana. Estudo de mistura asfáltica de modulo elevado


para camadas de base de pavimento. Teses.usp, [S. l.], p. 1-143, 2012.

MOLZ, Carine. Viabilidade da utilização do material fresado estabilizado


granulometricamente em base de pavimentos. Ct.ufsm, [S. l.], p. 1-65, 2017.

ODA, Sandra; MARCEL DE FARIA NOVO, Jean. Desenvolvimento de um sistema


de qualidade das obras de infraestrutura de transportes. Tce, [S. l.], p. 1-150,
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SARTORI, GUILHERME. Estudo de estabilização de solos para fins de


pavimentação na região de campo mourão. Repositorio, [S. l.], p. 1-54, 2015.

WEIMER BERRES, GABRIELA. Análise de execução e desempenho de


revestimento asfáltico sobre vias pavimentadas com pedras
irregulares. Bibliodigital, [S. l.], p. 1-58, 2018.

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