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Universidade Católica de Moçambique

Lecenciatura em ensino de Geografia

Cadeira: Pedogeografia

Fatores que Concorrem para a Alteração dos Solos após a Sua Formação
Estudante: Tutor: José Francisco Quinta Cavarro

Outubro 2023
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Índice
Introdução.........................................................................................................................................4

Fatores que Concorrem para a Alteração dos Solos após a Sua Formação......................................5

Clima................................................................................................................................................5

Material de Origem...........................................................................................................................5

Relevo...............................................................................................................................................6

Tempo...............................................................................................................................................6

Intemperismo Químico.....................................................................................................................6

Intemperismo Físico.........................................................................................................................6

Atividades Humanas.........................................................................................................................7

Agricultura Intensiva........................................................................................................................7

Desmatamento e Urbanização..........................................................................................................7

Mineração.........................................................................................................................................7

Construção Civil...............................................................................................................................7

Irrigação............................................................................................................................................7

Uso de Produtos Químicos...............................................................................................................8

Poluição............................................................................................................................................8

Uso Inadequado de Terras................................................................................................................8

Desperdício de Recursos..................................................................................................................8

Mudanças Climáticas........................................................................................................................8

Erosão...............................................................................................................................................8

Processos de Transporte...................................................................................................................9

Rotação de Culturas..........................................................................................................................9

Plantio Direto....................................................................................................................................9

Conservação de Áreas Naturais........................................................................................................9


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Uso de Cobertura Vegetal.................................................................................................................9

Manejo Integrado de Pragas.............................................................................................................9

Compostagem e Reciclagem de Resíduos Orgânicos.......................................................................9

Controle da Erosão.........................................................................................................................10

Fertilização Equilibrada..................................................................................................................10

Manejo Sustentável do Gado..........................................................................................................10

Educação e Conscientização...........................................................................................................10

Políticas e Regulamentações..........................................................................................................10

Conclusão.......................................................................................................................................11

Referencias bibliográficas..............................................................................................................12
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Introdução
Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir os fatores que desempenham um papel
significativo na alteração dos solos após a sua formação. Os solos são recursos naturais
fundamentais e sua evolução contínua é influenciada por uma série de fatores inter-relacionados.

Objectivo geral

 Estudar os solos e a sua formação

Objetivos específicos

 Identificar os factores que influenciam na alteração dos solos


 Caracterizar os factores que influenciam na alteram

Em termos metodológicos, o trabalho foi feito com base em fonte bibliográficas e com base
também na internet. Em termos organizacionais, o trabalho parte da introdução, do
desenvolvimento onde demonstramos os factores que concorrem para a alteração dos solos e
finalmente demos as notas conclusivas.
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Fatores que Concorrem para a Alteração dos Solos após a Sua Formação
O solo corresponde à porção superficial da Terra onde é realizada a maior parte das atividades
humanas. Trata-se de uma parte integrada da paisagem, responsável pela sustentação da vida
vegetal e da manutenção dos recursos naturais relacionados. Acima de tudo, o solo é também um
importante recurso natural (BRADY e WEI, 2013).

O processo de formação dos solos é chamado de pedogênese e ocorre principalmente em razão da


ação do intemperismo, responsável pelo desgaste de uma rocha original (rocha mãe) e sua
gradativa transformação em sedimentos, que dão origem ao material que compõe os solos.

Clima
De acordo com BRADY e WEIL (2013).a maior parte dos agentes intempéricos está relacionada
com processos meteorológicos e climatológicos, a exemplo da água das chuvas, dos ventos e da
temperatura. Assim, o tipo climático e suas variações ao longo do tempo são determinantes para a
formação dos solos e também para a velocidade do desgaste do material original.

Regiões de clima mais quente tendem a apresentar processos mais acelerados de formação dos
solos, pois o calor acelera as relações químicas. A intensidade e frequência das chuvas, a pressão
atmosférica, o índice anual de insolação e a força dos ventos também são fatores importantes
nesse contexto.

Material de Origem
Segundo BRADY e WEIL (2013).o material de origem corresponde à formação rochosa original
que foi intemperizada para dar origem aos solos, dando a ele suas principais características. Por
mais que existam solos cuja composição advém do depósito sedimentar oriundo de diferentes
áreas, é a rocha mãe que determina suas principais características.

Assim, materiais rochosos compostos por arenitos, por exemplo, darão origem a solos arenosos;
já material composto por granito dará origem a outros tipos de solos.

Exploração de como o tipo de rocha ou sedimento de origem afeta as propriedades do solo.


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Relevo
O relevo – isto é, as formas externas da crosta terrestre – também é decisivo no processo de
formação dos solos, pois ele exerce direta influência na forma de atuação dos agentes
responsáveis pelo intemperismo, como a água e os ventos.

Em áreas de relevo mais inclinado, a infiltração da água é menor, o que provoca uma menor ação
do intemperismo sobre a rocha mãe e também uma remoção maior dos sedimentos na superfície,
formando solos mais rasos. Já em áreas mais baixas, o acúmulo de água é maior, provocando uma
maior ação intempérica e, por outro lado, dificultando a drenagem, o que ocasiona a redução do
ferro e solos mais orgânicos. Além disso, o grau de inclinação do relevo torna-o menos ou mais
exposto à iluminação solar, o que também afeta a sua composição e textura (BRADY e WEI,
2013).

Tempo
O período de tempo também precisa ser considerado no processo de formação dos solos. Áreas
formadas em épocas geológicas mais recentes estiveram por menos tempo expostas aos agentes
intempéricos e, por isso, apresentam solos jovens e mais rasos, geralmente com menor
quantidade de material orgânico. Já as áreas geologicamente mais antigas podem apresentar solos
mais profundos (a depender dos fatores anteriormente citados) e, em muitos casos, mais
“lavados” e alterados quimicamente.

Intemperismo Químico
A ação da água, dióxido de carbono, oxigênio e outros compostos químicos interage com
minerais presentes nas rochas, causando sua decomposição e transformação em minerais
secundários. Isso enfraquece a rocha e contribui para a formação do solo.

Intemperismo Físico
A ação de ciclos de congelamento e descongelamento, expansão e contração térmica, raízes de
plantas e atividade de organismos escavadores fragmentam as rochas, quebrando-as em pedaços
menores.
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Atividades Humanas
As atividades humanas têm um impacto significativo nos solos em todo o mundo, muitas vezes
resultando em degradação do solo e perda de sua qualidade. Esses impactos podem ser diretos ou
indiretos e afetam a estrutura, a fertilidade e a saúde dos solos. Aqui estão algumas das principais
atividades humanas e seus impactos nos solos:

Agricultura Intensiva
Impacto: uso extensivo de maquinaria agrícola, aração profunda e uso excessivo de fertilizantes
e pesticidas podem levar à compactação do solo, erosão, perda de matéria orgânica e poluição do
solo e da água.

Desmatamento e Urbanização
Impacto: a remoção da vegetação natural para dar lugar a áreas urbanas ou agrícolas pode
resultar na exposição do solo à erosão, compactação e perda de biodiversidade.

Mineração
Impacto: a extração de minerais e minérios pode causar a remoção completa da camada
superficial do solo, resultando em grandes áreas de degradação do solo, incluindo a formação de
pilhas de resíduos e poluição do solo e da água com produtos químicos tóxicos.

Construção Civil
Impacto: o construção de estradas, edifícios e infraestrutura pode levar à compactação do solo, à
impermeabilização da superfície e à destruição da estrutura do solo, tornando-o menos capaz de
reter água e nutrientes.

Irrigação
Impacto: a irrigação inadequada pode causar a salinização do solo devido ao acúmulo de sais nas
camadas superficiais, tornando-o infértil.
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Uso de Produtos Químicos


Impacto: o uso excessivo de fertilizantes pode causar a acidificação do solo e a lixiviação de
nutrientes, prejudicando a qualidade do solo. Além disso, a aplicação de pesticidas pode afetar
negativamente a biodiversidade do solo e a saúde dos micro-organismos benéficos.

Poluição
Impacto: o poluição do solo por produtos químicos industriais, resíduos sólidos, lixões e
derramamentos de substâncias tóxicas pode tornar o solo inabitável para muitos organismos e
plantas e pode resultar na contaminação das águas subterrâneas.

Uso Inadequado de Terras


Impacto: práticas como o monocultivo, o uso de terras inadequadas para a agricultura e o
sobrepastoreio podem causar erosão, degradação do solo e perda de produtividade.

Desperdício de Recursos
Impacto: o desperdício de recursos naturais, como a aplicação inadequada de resíduos orgânicos
e a falta de reciclagem de nutrientes, pode resultar na depleção de nutrientes essenciais para o
solo.

Mudanças Climáticas
Impacto: as mudanças climáticas, incluindo o aumento das temperaturas e a maior frequência de
eventos climáticos extremos, podem afetar a umidade do solo, a disponibilidade de água e a
distribuição de organismos no solo.

Para mitigar os impactos negativos das atividades humanas nos solos, é importante adotar
práticas de manejo sustentável, como a agricultura orgânica, a conservação de áreas naturais, o
reflorestamento e a reciclagem de resíduos orgânicos. A proteção e a preservação dos solos são
essenciais para garantir a segurança alimentar, a saúde do ecossistema e a sustentabilidade
ambiental.

Erosão
A erosão é um processo natural no qual o solo é desgastado e transportado pela água, vento, gelo
ou atividade biológica. A erosão pode remover camadas superficiais do solo, afetando sua
fertilidade e qualidade.
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Processos de Transporte
A água, o vento, o gelo e a gravidade são agentes naturais de transporte de sedimentos e minerais
intemperados, o que afeta a distribuição e a composição dos solos.

A gestão e conservação dos solos são essenciais para garantir a sustentabilidade ambiental, a
segurança alimentar e a preservação dos recursos naturais. Através de práticas adequadas, é
possível manter a qualidade do solo, reduzir a degradação e promover o uso responsável dos
recursos do solo. Abaixo estão algumas estratégias e técnicas de gestão e conservação dos solos:

Rotação de Culturas
A rotação de culturas envolve a alternância de diferentes culturas em uma mesma área ao longo
do tempo. Isso ajuda a reduzir o esgotamento de nutrientes específicos do solo, diminui a pressão
de pragas e doenças e melhora a saúde do solo.

Plantio Direto
O plantio direto é uma técnica que envolve o cultivo sem revolvimento do solo. Isso ajuda a
reduzir a erosão, manter a cobertura vegetal do solo e preservar sua estrutura.

Conservação de Áreas Naturais


A preservação de áreas naturais, como florestas, pântanos e pradarias, ajuda a proteger o solo da
erosão, mantém a biodiversidade do solo e contribui para a qualidade da água.

Uso de Cobertura Vegetal


A cobertura do solo com plantas, como gramíneas e leguminosas, ajuda a reduzir a erosão, a
lixiviação de nutrientes e a manter a umidade do solo. Isso inclui o cultivo de plantas de
cobertura e a prática de cobertura morta.

Manejo Integrado de Pragas


A implementação de estratégias de manejo de pragas que reduzam a necessidade de pesticidas
contribui para a saúde do solo e evita a contaminação por produtos químicos.
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Compostagem e Reciclagem de Resíduos Orgânicos


A compostagem de resíduos orgânicos, como restos de plantas e resíduos de alimentos, produz
material orgânico rico em nutrientes que pode ser incorporado ao solo para melhorar sua
fertilidade.

Controle da Erosão
A implementação de práticas de controle da erosão, como terraços, cercas-vivas e barreiras
vegetativas, ajuda a prevenir a perda de solo devido à erosão hídrica e do vento.

Fertilização Equilibrada
A aplicação equilibrada de fertilizantes, com base em análises de solo, ajuda a evitar o excesso de
nutrientes que podem ser prejudiciais ao solo e ao meio ambiente.

Manejo Sustentável do Gado


O manejo sustentável do gado, como o pastoreio rotativo, ajuda a evitar o sobrepastoreio, que
pode levar à compactação do solo e à degradação.

Educação e Conscientização
A educação dos agricultores, dos consumidores e do público em geral sobre práticas de gestão e
conservação dos solos desempenha um papel crucial na promoção de práticas sustentáveis.

Políticas e Regulamentações
Políticas governamentais que promovem práticas agrícolas sustentáveis, a conservação de áreas
naturais e a proteção dos solos são fundamentais para a gestão e conservação dos solos em nível
nacional e regional.

A gestão e conservação dos solos são parte integrante da agricultura sustentável e do


desenvolvimento sustentável como um todo. Essas práticas ajudam a preservar a produtividade
agrícola a longo prazo, proteger os recursos hídricos e reduzir a perda de biodiversidade. É
fundamental que agricultores, governos, organizações e comunidades adotem medidas para
proteger e preservar esse recurso valioso para as gerações futuras (SANTOS, R.D.; LEMOS,
R.C.; SANTOS, H.G.; et all, 2015).
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Conclusão
Em conclusão, os solos são sistemas dinâmicos que estão constantemente sujeitos a uma série de
fatores naturais e atividades humanas que contribuem para sua alteração após a formação. Os
fatores naturais, como o clima, a vegetação, a topografia e os processos geológicos,
desempenham um papel fundamental na evolução dos solos ao longo do tempo. Eles influenciam
a formação de horizontes do solo, a distribuição de nutrientes e a capacidade de retenção de água.

Por outro lado, as atividades humanas, incluindo a agricultura intensiva, a urbanização, a


mineração, a construção civil, o uso de produtos químicos e a poluição, têm um impacto
significativo na degradação do solo e na perda de sua qualidade. Muitas vezes, essas atividades
resultam em compactação, erosão, perda de matéria orgânica e contaminação do solo.

Portanto, compreender os fatores que contribuem para a alteração dos solos é essencial para a
gestão sustentável desses recursos vitais. A adoção de práticas de conservação do solo, como a
rotação de culturas, o plantio direto, o manejo de resíduos orgânicos e a preservação de áreas
naturais, desempenha um papel crucial na proteção e na manutenção da qualidade dos solos.
Além disso, a conscientização pública e a implementação de políticas ambientais adequadas são
essenciais para preservar esse recurso indispensável para a vida na Terra, garantindo a segurança
alimentar, a saúde dos ecossistemas e um futuro sustentável para as gerações futuras. Em última
análise, a proteção dos solos é uma responsabilidade compartilhada por todos, e ações conjuntas
são necessárias para enfrentar os desafios que a alteração dos solos apresenta.
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Referencias bibliográficas
PENA, Rodolfo F. Alves. "Fatores de formação dos solos"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-formacao-dos-solos.htm. Acesso em 11 de
setembro de 2023.

BRADY, N.C; WEIL, R.R. Elementos da Natureza e Propriedades dos Solos. 3ª ed. Tradução
técnica: Igo Fernando Lepsch. Editora Bookman, Porto Alegre, RS, 2013. 685 p.

SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; et all. Manual de descrição e coleta de solo no
campo. 7ª ed. revisada e ampliada, Viçosa. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 101p, 2015.

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