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FACULDADE DE ENGENHARIA “CONSELHEIRO


ALGACIR MUNHOZ MAEDER”
ENGENHARIA CIVIL

ALEX DO NASCIMENTO FERREIRA


EMERSON AZEVEDO DA SILVA
IZADORA APARECIDA PEREIRA SANA

PROJETO DE FUNDAÇÕES

Presidente Prudente - SP
2021
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FACULDADE DE ENGENHARIA “CONSELHEIRO


ALGACIR MUNHOZ MAEDER”
ENGENHARIA CIVIL

ALEX DO NASCIMENTO FERREIRA


EMERSON AZEVEDO DA SILVA
IZADORA APARECIDA PEREIRA SANA

PROJETO DE FUNDAÇÕES

Trabalho Bimestral, apresentado a Faculdade


de Engenharia “Conselheiro Algacir Munhoz
Maeder, Curso de Engenharia Civil,
Universidade do Oeste Paulista, como parte
dos requisitos para a sua conclusão.

Orientadora:
Nome: Beatriz de Mello Massimino Rotta

Presidente Prudente - SP
2021
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LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 - Execução da Sapata Isolada........................................................ 11


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sapata Isolada............................................................................... 09


Figura 2 - Bloco 1........................................................................................... 10
Figura 3 - Perfil Geotécnico............................................................................ 12
Figura 4 - Projeto de Fundações modelo........................................................ 13
Figura 5 - Pilar em L....................................................................................... 19
Figura 6 - Projeto de Fundações Final............................................................ 21
5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Base das sapatas.......................................................................... 14


Tabela 2 - Área das sapatas.......................................................................... 16
Tabela 3 - Cargas nos pilares........................................................................ 17
Tabela 4 - Dimensões das sapatas isoladas................................................ 18
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 07
2 OBJETIVOS............................................................................................ 07
2.1 Objetivo Geral........................................................................................ 07
2.2 Objetivos Específicos........................................................................... 07
3 ABORDAGEM METODOLÓGICA......................................................... 08
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................... 08
4.1 Fundações diretas................................................................................. 08
4.2 Sapatas Isoladas................................................................................... 09
5 ESTUDO DE CASO................................................................................ 10
5.1 Fundações Utilizadas............................................................................ 11
5.2 Justificativa da Escolha da fundação.................................................. 11
5.3 Perfil Geoténico..................................................................................... 12
5.4 Projeto de Fundações modelo............................................................. 13
6 ROTEIRO DE CÁLCULO........................................................................ 14
6.1 Tensão Admissível – Método SPT (NBR 6484).................................... 14
6.2 Cargas nos Pilares................................................................................ 16
6.3 Cálculo das dimensões das Sapatas – Pilares quadrados................. 17
6.4 Cálculo das dimensões do Pilar em L................................................. 18
7 RESULTADOS....................................................................................... 21
8 CONCLUSÃO......................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 23
7

1. INTRODUÇÃO

As Fundações são elementos que têm por finalidade transmitir as cargas de


uma edificação para as camadas resistentes do solo sem provocar ruptura do terreno.
Portanto, devem ser resistentes para suportar as tensões causadas pelos esforços
solicitantes (carregamentos provenientes da estrutura, como peso próprio,
sobrecargas, ações de vento e empuxos).

A escolha do tipo de fundação adequada depende dos estudos das


características do solo, da existência de lençóis freáticos, das edificações vizinhas,
custos, dos esforços atuantes sobre a edificação, dos materiais disponíveis e
elementos estruturais da fundação. Quando bem projetada, a fundação corresponde
de 3% a 10% do custo total do edifício, mas caso contrário podem atingir de 5 a 10
vezes o custo da fundação apropriada para o caso. Nesse sentido, ter entendimento
profundo e qualificado é fundamental para a melhor aplicação e resultados, evitando
manutenção prematura e riscos maiores.

Posto isto, este trabalho final da disciplina de fundações se justifica à medida


que tem o intuito de englobar os conhecimentos obtidos nesta disciplina com o dia-a-
dia da área da geotecnia.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Geral

O presente trabalho tem como objetivo principal recalcular a geometria de um


projeto de fundações real.

2.2 Objetivos Específicos

Com o intuito de atingir o objetivo principal do trabalho, os seguintes objetivos


específicos foram traçados:
8

• Apresentar as informações pertinentes do projeto de fundações;


• Calcular a tensão admissível do Solo;
• Apresentar o roteiro de cálculo e os resultados;
• Exibir o Projeto de Fundações recalculado.

3. ABORDAGEM METODOLÓGICA

Para a realização deste trabalho, procurou-se inicialmente realizar uma


Entrevista com o Engenheiro Gustavo Hiroyuki Akashi (CREA-MS 31037) responsável
pela elaboração e execução do projeto em questão, com o intuito de extrair
informações que motivaram a escolha da fundação, essa entrevista será apresentada
no estudo de caso.

A fim de embasar o estudo realizou-se uma revisão bibliográfica sobre


fundações diretas, especificamente: sapatas isoladas, o tipo de fundação utilizada no
projeto modelo.

Na sequência, é realizada uma apresentação no estudo de caso dos dados do


projeto, do perfil geotécnico e das fundações utilizadas. Em seguida, é exibido o
memorial de cálculo e o projeto final. Na finalização, é feita uma conclusão de acordo
com o conteúdo do trabalho e com os resultados obtidos.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Fundações Diretas

Segundo (REBELLO, 2008), fundações diretas ou rasas são definidas quando


as cargas da edificação (superestrutura) são transmitidas ao solo logo nas primeiras
camadas. Para isso ocorrer é necessário que o solo tenha resistência suficiente
nessas primeiras camadas para suportar as cargas decorrentes da estrutura.

De acordo com a NBR 6122/2010, fundações rasas, diretas ou superficiais, são


aquelas onde a carga da edificação é predominantemente transmitida ao terreno
através da base da fundação. Além disso, a profundidade de assentamento em
relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.
9

Dentre esse tipo de fundação, podemos encontrar as sapatas, os radier, as


sapatas associadas, as vigas de fundação ou baldrame, os blocos e as sapatas
corridas.

4.2 Sapatas Isoladas

Segundo (VELLOSO,2010) sapata isolada é uma placa de concreto em que


suas dimensões em planta são da mesma ordem de grandeza, e que as sapatas
isoladas são usadas quando as cargas transmitidas pela superestrutura são pontuais
ou concentradas, como as cargas de pilares e as reações de vigas na fundação (vigas
baldrames).

A sapata isolada é a mais comum nas edificações, nesse tipo de sapata o


objetivo é que o elemento de concreto armado resista aos esforços provenientes de
uma única coluna ou pilar. Nesse caso, elas são indicadas para terrenos que possuam
resistência considerável às tensões, e quando a carga que será distribuída for
pequena. Quanto ao formato da sapata, este pode variar de acordo com as
necessidades de projeto. As formas em que as sapatas podem ser executas são:
quadrada, retangular, poligonal e circular.

Figura 1: Sapata isolada

Fonte: Ebah,2001.
10

5. ESTUDO DE CASO

O Projeto de fundações apresentado neste tópico é do Bloco 1 da Sede do


Poder Executivo do Município de Bataguassu.

Figura 2: Bloco 1

Fonte: Secretária de Obra da Cidade de Batagassu

5.1 Fundações Utilizadas

No projeto foram utilizadas fundações diretas do tipo sapatas isoladas.

As sapatas tem formatos quadrados, com dimensões variando de 60 a 220


centímetros, com altura de 40 a 75 cm e profundidade de 3 metros.
11

Imagem 1: Execução da sapata isolada

Fonte: Arquivo Pessoal do Engenheiro Gustavo Hiroyuki Akashi

5.2 Justificativa da Escolha da fundação

De acordo com Engenheiro Gustavo, foi escolhida essa fundação levando em


consideração o ponto de vista técnico e econômico, pois se trata de um edifício térreo,
sem a necessidade de uma fundação profunda. Outro fator motivador, foi a rapidez de
execução das sapatas e também da capacidade de construção sem necessidade de
muitas ferramentas ou equipamentos especiais.
12

5.3 Perfil Geotécnico do solo

Figura 3: Perfil Geotécnico

Fonte: Secretária de Obra da Cidade de Batagassu


13

5.4 Projeto de Fundações Real

Figura 4: Projeto de fundações modelo

Fonte: Secretária de Obra da Cidade de Batagassu


14

6. ROTEIRO DE CÁLCULO

6.1 Tensão Admissível – Método SPT (NBR 6484)

- Bulbo de tensões

Os bulbos de tensões formados pelas aplicações de cargas das sapatas,


alcançam a profundidade “z” de acordo com o tipo de base das sapatas.

Utilizaremos como base a medida média das fundações diretas reais

Tabela 1: Base das sapatas

Base das Sapatas


Pilares (cm)
1 220
2 150
3 150
4 180
5 220
6 150
7 150
8 150
9 150
10 150
11 150
12 150
13 220

Fonte: Elaborado pelo autor

𝐷𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎𝑠


𝐷𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 =
𝑄𝑡𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎𝑠
15

220 + (150 𝑥 9) + 180 + 220


𝐷𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 = = 168,5 𝑐𝑚
13

𝐷𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 = 170 𝑥 170 𝑐𝑚

Sapata de base quadrada:

𝑧 = 2,5 𝑥 𝐵

𝑧 = 2,5 𝑥 1,7 = 4,25

𝑧=5

- Cálculo do SPT Médio

Cota de apoio z= -3 metros

6+6+4+4+7
𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 5,4
5

Com base no valor médio de SPT (na profundidade de ordem de grandeza


fornecida pelo Bulbo de tensões, contando a partir da cota de apoio), pode-se obter a
tensão admissível pela fórmula a seguir:

𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝜎𝑠 = ( 𝑀𝑝𝑎)
50

5,34
𝜎𝑠 = = 0,108 𝑀𝑝𝑎
50

𝜎𝑠 = 108 𝑘𝑃𝑎
16

6.2 Cargas nos Pilares

As cargas nos Pilares foram calculadas a partir das dimensões das sapatas
presentes no Projeto de Fundações e da tensão admissível calculada no item 6.1.

A partir da fórmula:

1,05 𝑥 𝑃
𝐴=
𝜎𝑠

Isolando o P, temos:

𝐴 𝑥 𝜎𝑠
𝑃=
1,05

Tabela 2: Áreas das sapatas

Dimensões (m) Área


Pilares
a b (m²)
P1 2,2 2,2 4,84
P2 1,5 1,5 2,25
P3 1,5 1,5 2,25
P4 1,8 1,8 3,24
P5 2,2 2,2 4,84
P6 1,5 1,5 2,25
P7 1,5 1,5 2,25
P8 1,5 1,5 2,25
P9 1,5 1,5 2,25
P10 1,5 1,5 2,25
P11 1,5 1,5 2,25
P12 1,5 1,5 2,25
P13 2,2 2,2 4,84

Fonte: Elaborado pelo autor

Logo, a carga no Pilar 1 será:


17

4,84 𝑥 108
𝑃1 = = 497,8 𝑘𝑁
1,05

Tabela 3: Cargas nos Pilares

Cargas
Pilares
(kN)
P1 497,83
P2 231,43
P3 231,43
P4 333,26
P5 497,83
P6 231,43
P7 231,43
P8 231,43
P9 231,43
P10 231,43
P11 231,43
P12 231,43
P13 497,83

Fonte: Elaborado pelo Autor

6.3 Cálculo das dimensões das Sapatas – Pilares quadrados

- Área das Sapatas

1,05 𝑥 𝑃
𝐴=𝑎𝑥𝑎=
𝜎𝑠

Assim, para calcular a área do P2 teremos:

1,05 𝑥 𝑃
𝑎= √
𝜎𝑠
18

1,05 𝑥 231,43
𝑎= √ = 1,50 → 150 𝑐𝑚
108

Logo, a Sapata 1 terá: 150 x 150 cm

Tabela 4: Dimensões das sapatas isoladas

Cargas
Sapatas σs (kPa) a ( cm) a ( cm)
(kN)
SP2 108 231,43 150 150
SP3 108 231,43 150 150
SP4 108 333,26 180 180
SP5 108 497,83 220 220
SP6 108 231,43 150 150
SP7 108 231,43 150 150
SP8 108 231,43 150 150
SP9 108 231,43 150 150
SP10 108 231,43 150 150
SP11 108 231,43 150 150
SP12 108 231,43 150 150
SP13 108 497,83 220 220

Fonte: Elaborado pelo Autor

6.4 Cálculo das dimensões do Pilar em L

O pilar real será substituído por um pilar fictício de forma retangular circunscrito
ao mesmo e seu centro de gravidade coincidirá com o centro de carga do pilar em
questão.
19

Figura 4: Pilar em L

Fonte: AutoCad 2019

Figura 1 (retângulo)
𝐴1 = 80 𝑥 20 = 1600 𝑐𝑚²
𝑥1 = 40 𝑐𝑚
𝑦1 = 10 𝑐𝑚

Figura 2 (retângulo)
𝐴1 = 20 𝑥 40 = 800 𝑐𝑚²
𝑥2 = 10 𝑐𝑚
𝑦2 = 40 𝑐𝑚

𝑃 𝑥 𝐴1
𝑃1 =
𝐴1 + 𝐴2

497,8 𝑥 1600
𝑃1 = = 331,87 𝑘𝑁
1600 + 800
20

𝑃 𝑥 𝐴2
𝑃2 =
𝐴1 𝑥 𝐴2

497,8 𝑥 800
𝑃2 = = 165,93 𝑘𝑁
1600 + 800

(𝑃1 𝑥 𝑥1) + (𝑃2 𝑥 𝑥2)


𝑥𝑐𝑐 =
𝑃1 + 𝑃2

(331,87 𝑥 40) + (165,93 𝑥 10)


𝑥𝑐𝑐 = = 30 𝑐𝑚
331,87 + 165,93

(𝑃1 𝑥 𝑦1) + (𝑃2 𝑥 𝑦2)


𝑦𝑐𝑐 =
𝑃1 + 𝑃2

(331,87 𝑥 10) + (165,93 𝑥 40)


𝑦𝑐𝑐 = = 20 𝑐𝑚
331,87 + 165,93

𝑎0𝑓 = (2 𝑥 (𝑎0 − 𝑥𝑐𝑐)) + 5

𝑎0𝑓 = (2 𝑥 (80 − 30)) + 5 = 105 𝑐𝑚

𝑏0𝑓 = (2 𝑥 (𝑏0 − 𝑦𝑐𝑐)) + 5

𝑎0𝑓 = (2 𝑥 (60 − 20)) + 5 = 85 𝑐𝑚

Dimensões da Sapata:

𝑎0𝑓 − 𝑏0𝑓 = 105 − 85 𝑐𝑚 = 20 𝑐𝑚

𝑎0𝑓 − 𝑏0𝑓 = 2 𝑚
21

𝑎 = 1 𝑏 = 0,2 𝑚 𝑐 = 4,84𝑚²

(−(0,2) ± √0,22 + 4 𝑥 4,84


𝑥=
2

𝑥 ′ = 2,102 = 210,2 𝑐𝑚 = 215 𝑐𝑚

𝑥 ′′ = 2,302 = 230,2 𝑐𝑚 = 235 𝑐𝑚

Base da Sapata (235 x 215) cm


21

7. RESULTADOS

Figura 5: Projeto de Fundações final

Fonte: Elaborado pelo Autor


22

8. CONCLUSÃO

De acordo com resultados obtidos, podemos concluir que a utilização de


fundações rasas tipo sapatas foi adequado, uma vez, que o solo apresenta pouca
resistência e trata-se de edificação térrea, onde as cargas solicitantes nos pilares são
baixas. Sendo assim, mantivemos o tipo de fundação.
23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e


execução de fundações. p. 1–18, 1996.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e


execução de fundações. p. 1–18, 2010.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo -


Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio. p. 1–17, 2001.

REBELLO, Yopanan Conrado Pe. Guia Prático de Projeto, Execução e


Dimensionamento. São Paulo, 2008. 239 p.

VELLOSO, Dirceu A.; LOPES, Francisco R. Fundações: critérios de projeto -


investigação do subsolo - fundações superficiais. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.
v.1. 226 p .

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