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1. – Introdução................................................................................................................. 1
20. – Fluxo de Cisalhamento em Seções Formadas por Elementos Esbeltos ........ 539
Sumário ____________________________________________________________
22. – Estabilidade Estrutural. Flambagem de Colunas .......................................... 689
Sumário ____________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1
1. – Introdução
Problema
Físico
Modelo
Teórico
Simplificações
Facilidade de Resultados Coeficientes
(impõem
solução aproximados de segurança
restrições)
1.2.1 – Materiais
efetuar a seguinte classificação dos elementos de barra, os quais estão ilustrados na Fig.
(1.5).
Vigas – São elementos de geometria linear que possuem dois graus de liberdade,
v (deslocamento perpendicular ao seu eixo) e (rotação da seção transversal). As
vigas diferem-se segundo suas condições de vinculação podendo ser: viga em balanço,
viga simplesmente apoiada, viga bi engastada, viga Gerber (viga articulada e isostática
sobre mais de dois apoios), viga contínua (viga hiperestática sobre mais de dois apoios),
entre outros. São solicitadas por esforço cortante e momento fletor.
Treliças – As treliças são estruturas lineares constituídas por barras retas,
dispostas, em geral, formando painéis triangulares. As treliças são solicitadas
predominantemente por esforços de tração e compressão. Isso se deve ao fato das barras
que formam a treliça serem conectadas por articulações assumidas como perfeitas. As
barras que compõem este tipo de estrutura podem ser divididas em banzos inferior e
superior, montante e diagonal conforme indicado na Fig.(1.6). Nesse tipo de estrutura,
apenas os deslocamentos dos pontos que conectam as barras são determinados. A
rotação relativa entre as barras é, normalmente, desprezada. As treliças podem ser
planas, quando suas barras estão contidas em um único plano, ou espaciais no caso
contrário.
Pilares – São barras, geralmente retas e com eixo disposto verticalmente, em
que os esforços solicitantes são: esforço normal (compressão), esforço cortante e
momento fletor. Permite-se representar, com esse elemento estrutural, os deslocamentos
e rotações dos pontos que o compõem.
1.2.3 – Carregamentos
I. Forças Distribuídas
longo de uma determinada região (área) da estrutura. São mensuradas por meio de uma
unidade de força dividida por uma unidade de área.
I. Apoio Móvel
ações externas, o gradiente das tensões e deformações tende a ser uniforme, ou seja, as
concentrações decorrentes da aplicação das ações externas tendem a desaparecer.
Assim, a diferença entre o comportamento mecânico real e aquele previsto pelos
modelos matemáticos da mecânica dos sólidos/resistência dos materiais, os quais
assumem distribuição uniforme de tensões e deformações, é significativa apenas na
região vizinha à de aplicação dessas ações externas.
Em outras palavras, este princípio estabelece que se um corpo estiver sujeito à
ação de um conjunto de forças, aplicado numa zona limitada da sua superfície, as
tensões e deformações provocadas por essas forças a uma “distância suficientemente
grande” do seu ponto de aplicação dependem apenas de sua resultante e não da forma
como estas são aplicadas.
Assume-se, como parâmetro prático, que as tensões e deformações tornam-se
uniformes a partir de uma distância igual à maior dimensão da superfície onde estão
aplicadas as ações externas. Este princípio é sustentado por observações experimentais.
Na Fig. (1.25) apresenta-se a aplicação do princípio de Saint Venant. Destaca-se, nessa
figura, a zona de concentração de tensões e deformações, além da zona onde essas
grandezas apresentam variação uniforme.
2.1 – Introdução
Condição cinemática: ux 0 , u y 0 .
2.2.1 – Exemplo 1
Um conjunto de cabos suporta uma caixa cujo peso é igual a 1,0 kN. As
dimensões dos cabos bem como sua disposição estão apresentadas na Fig. (2.1).
Determine as forças atuantes ao longo dos cabos AC e BC efetuando o equilíbrio
estático do ponto C.
2.2.2 – Exemplo 2
Para a resolução desse problema, as forças atuantes no ponto material devem ser
decompostas em relação às direções x e y, ou em relação aos versores unitários i e j.
Para a força F1 , suas componentes podem ser obtidas com base no apresentado na Fig.
F1x F1 cos , F1 y F1sen F1 16i 12 j
Assim, o vetor resultante das forças atuantes no ponto material considerado pode
ser calculado como:
2 2
F F1 F2 F3 F 16 0 F3 i 12 12 F3 j
2 2
O que resulta em:
2 2
F 16 F3 i F3 j
2 2
A intensidade do vetor resultante é calculada somando-se o quadrado de cada
uma de suas componentes e em seguida extraindo sua raiz quadrada (norma de um
vetor). Efetuando este procedimento tem-se:
2 2
2 2
F 16 F3 F3
2 2
Manipulando algebricamente o termo anterior obtém-se:
F32 F32
F 256 16 2 F3 F F32 16 2 F3 256
2 2
O mínimo valor da intensidade de F pode ser obtido usando os conhecimentos
2F 16 2 0
d F 1 2 1
2
F3 16 2 F3 256 3
dF3 2
d F
1 2F 16 2
3
0
dF3 2
F32 16 2 F3 256
d F
F 8 2
3
0
dF3
F32 16 2 F3 256
Portanto, para que a intensidade da força resultante seja mínima, isto é nula, a
razão acima deve possuir numerador nulo. Dessa forma, a intensidade será também
nula. Assim:
F3 8 2 0 F3 11,31 kN
Para que a solução obtida anteriormente seja válida, o valor de F3 obtido deve
tornar o denominador não nulo e o termo dentro da raiz em um número maior que zero.
Fazendo esta verificação tem-se:
Se o corpo está em equilíbrio, qualquer parte isolada deste deve também estar
em equilíbrio. Assim, seccionando o corpo apresentado na Fig. (2.7) em duas partes,
como indicado na Fig. (2.8), ambas as partes, quando analisadas de forma isolada,
devem permanecer em equilíbrio.
Para que a condição de equilíbrio seja mantida em cada uma das porções do
corpo, surgem forças i , denominadas forças internas, que reestabelecem a condição de
equilíbrio. Assim, se o corpo está em equilíbrio estático, a seguinte condição deve ser
observada:
i i 0
F (2.2)
Porém, deve-se enfatizar que as forças internas, i , surgem aos pares (pela 3ª
Assim, uma condição necessária para que o equilíbrio estático ocorra é a apresentada
pela Eq.(2.3):
Fi 0 (2.3)
Figura 2.9 Corpo rígido submetido a forças F. Figura 2.10 Movimentação cinemática do corpo.
M A F d M A Fd (2.4)
Como as forças internas surgem aos pares (3ª Lei de Newton) e têm sentidos
opostos, a parcela decorrente dos momentos internos é nula. Dessa forma, a Eq.(2.5)
pode ser reescrita como:
i
d F i M 0 (2.6)
F 0
x
F 0
y (2.12)
M 0 z
F 0
x F 0
y F z 0
(2.13)
M 0 x M 0 y M z 0
O vetor deslocamento, u , é formado por uma componente orientada ao longo da
direção x, ux , e outra na direção y, u y . Além desses, o elemento infinitesimal ainda
2.3.1 – Exemplo 3
Para que o equilíbrio ocorra, as Eq. (2.12) devem ser atendidas. Assim:
F 0
x Fh 0
F 0
y FV 10 0 FV 10 kN
M 0 A 10 2 M 0 M 20 kNm
O exercício apresentado neste item será proposto para a resolução pelo leitor.
Para a estrutura mostrada na Fig. (2.15), determine as reações de apoio e mostre que o
princípio da superposição dos efeitos é válido para o problema.
2.3.3 – Exemplo 5
A porta apresentada na Fig. (2.16) possui peso próprio igual a 100 N. Determine
as reações em suas articulações, sabendo que a dobradiça A suporta apenas reação
horizontal e a dobradiça B suporta reações horizontal e vertical. As dimensões
apresentadas na Fig. (2.16) são dadas em metro.
F 0
y FBV 100 0 FBV 100 N
2.3.4 – Exemplo 6
W d
F y 0 800
2
0 W d 1600
d 6 ft
Consequentemente:
1600
W W 266, 67 lb
6 ft
2.3.5 – Exemplo 7
Hipótese 1 (h=0)
Para essa hipótese, o diagrama do corpo livre pode ser construído facilmente,
como mostrado na Fig. (2.20). Aplicando as equações de equilíbrio estático obtém-se:
Hipótese 2 (h = 20 cm)
Considerando a Hipótese 2, o diagrama do corpo livre pode ser construído
posicionando-se o apoio A a 20 cm da base do corpo, conforme indicado na Fig. (2.21).
M 0 A 20 A 50 180 25 0
B x y 20 Ax 50 Ay 4500
F 0 A B 0
x x x Ax B cos 30º 0
F 0 A B 180 0
y y y Ay B sen 30º 180
A obtenção das reações de apoio passa pela solução conjunta das três equações
de equilíbrio obtidas anteriormente. Organizando-as de forma matricial, para a solução
de um sistema de equações, obtém-se:
__
Além disso, seu ponto de aplicação, x , é obtido utilizando a seguinte equação:
__ xw x dx
x L
(2.15)
w x dx
L
Deve-se enfatizar a semelhança das Eq. (2.14) e Eq. (2.15) com as equações que
possibilitam a determinação da área e centro de gravidade, respectivamente, de figuras
planas.
2.5.1 – Exemplo 8
L 0
2
4
1
xw x dx x 2 4 x
2
dx
__ __ __
x L
x 0
x 1, 0 m
w x dx
4
1
2 4 x
2
L
dx
0
3.1 – Introdução
Para que o equilíbrio seja satisfeito, o esforço N deve ser igual à força F
aplicada. Assim, pode-se definir o esforço solicitante normal como: “Conjunto de forças
auto equilibrado atuante em um elemento estrutural em equilíbrio de modo que a
resultante no elemento seja nula”.
a rotação no plano, xy . Deve-se enfatizar que estes três GDL estão associados ao
deslocamento de corpo rígido do sistema. Para que não ocorra este tipo de
deslocamento, a estrutura deve ser convenientemente vinculada. Neste caso, três
vinculações devem ser adicionadas, cujas reações são determinadas por meio das
equações de equilíbrio de corpo rígido no plano, Eq.(2.12).
Figura 3.3 Sistema formado por dois pontos materiais e um elemento de barra simples.
Para o caso 1A, observa-se a presença de três nós no plano. O sistema formado
por esses nós conduz à existência de seis GDL, sendo dois GDL (dois deslocamentos no
plano) por nó. Ao sistema formado por três nós, pode-se acrescentar um elemento de
barra simples, como mostrado no caso 2A. O elemento de barra simples retira um GDL
do sistema. Portanto, o sistema resultante possui cinco GDL, os quais são dois
referentes ao nó isolado e três relacionados ao deslocamento de corpo rígido, ( ux , u y e
Nas treliças, apenas esforços normais estão presentes. Isso ocorre pelo fato das
barras estarem ligadas aos nós, os quais são considerados como articulações perfeitas.
Para demonstrar que nessa estrutura apenas esforços axiais estão presentes, pode-se
considerar a barra mostrada na Fig.(3.9):
Para que a hipótese de nós perfeitamente rotulados seja atendida, a ligação entre
as barras deve ser projetada utilizando-se pinos lisos ou parafusos. A ligação pode
também ser construída por meio de chapas soldadas, conforme indicado na Fig. (3.10),
desde que todas as barras concorram para um único ponto.
Figura 3.10 Ligação de barras de treliça. Ligação parafusada e por meio de uma chapa de ligação.
3.3.1 – Exemplo 1
Para aplicar o método dos nós deve-se escolher um nó onde existam no máximo
duas incógnitas. As incógnitas, neste problema, referem-se ao número de forças
desconhecidas atuantes sobre o nó. Assim, pode-se escolher o nó B para iniciar os
procedimentos de equilíbrio. Isolando este nó do restante da estrutura, como
apresentado na Fig. (3.17), obtém-se:
Equilíbrio nó B:
F X 0 N AB N BC cos 0
F Y 0 N BC sen 1, 2 0 N BC 3,1201 kN compressão
Assim, têm-se definidos todos os valores dos esforços normais atuantes nos
elementos de barra simples. Como verificação ao leitor, sugere-se que as reações Ax e Ay
sejam também calculadas considerando o equilíbrio de corpo rígido e os valores
encontrados devem ser comparados aos obtidos pelo método dos nós.
3.3.2 – Exemplo 2
Para a treliça mostrada na Fig. (3.20), determine os valores dos esforços normais
em suas barras utilizando o método dos nós.
Para a resolução deste problema, deve-se atentar para o fato de que todos os nós
da estrutura possuem mais que duas incógnitas. Portanto, antes do processo de
equilíbrio de cada um dos nós ser iniciado, devem ser determinadas as reações de apoio
3.4.1 – Exemplo 3
M 0 1200 8 400 3 D
A y 12 0 Dy 900 N
F 0 A 1200 900 0
y y Ay 300 N
F 0 A 400 0
x x Ax 400 N
M 0 400 3 300 4 N
F BC 3 0 N BC 800 N (tração)
F 0 300 N cos 0
y FC N FC 500 N (tração)
F 0 400 N N N
x BC FE FC sen 0
400 800 N FE 500 0,8 0 N FE 800 N (compressão)
3.5.1 – Exemplo 4
Equilíbrio do nó D:
Inicialmente, devem ser determinados os versores unitários que definem a
geometria das barras DB, DA e DC, as quais concorrem ao nó D. Esses versores são
obtidos subtraindo-se as coordenadas cartesianas dos pontos final (A, B e C) e inicial
(D) que definem as barras simples de interesse. Em seguida, divide-se as componentes
do versor por sua norma, de forma a torna-lo unitário. Por meio de uma simples
inspeção na geometria da estrutura, e com base no sistema de coordenadas adotado,
pode-se escrever que:
1
LDB 10i 5 j 10k
15
1
LDA 10i 5 j 10k
15
1
LDC 2i 5 j 10k
129
Como nas treliças estão presentes apenas esforços normais, sabe-se que as
componentes destes esforços atuam na direção paralela ao eixo das barras simples.
Assim, as componentes destes esforços podem ser escritas com base nos versores
unitários determinados anteriormente. Portanto, o conjunto de esforços normais e
carregamento que atua sobre o nó D pode ser assim escrito, com base em suas
componentes:
N DB
N DB 10i 5 j 10k
15
N DA
N DA 10i 5 j 10k
15
N DC
N DC 2i 5 j 10k
129
F 0i 0 j 1000k
A partir dos valores definidos para as componentes dos esforços e da força,
apresentados acima, pode-se efetuar o equilíbrio do nó por meio das seguintes
condições:
F F F
X Y Z 0
F 0 10 N DB 10 N DA
X
2
N DC 0
15 15 129
5 5 5
FY 0 15 N DB 15 N DA 129
N DC 0
10 10 10
Z 15
F 0 N DB
15
N DA
129
N DC 1000 0
10 10 2
15 15
129 N
DB 0
5 5 5
15
15
129
N DA 0
N DC 1000
10 10 10
15
15
129
Resolvendo o sistema matricial anterior obtém-se:
3.5.2 – Exemplo 5
M 0 8 2 V 4,5 0
AC B VB 0i 0 j 3,556k
M 0 V 6 3,556 3 8 3 0
y A VA 0i 0 j 2, 222k
F 0 3,556 2, 222 V 8 0
z C VC 0i 0 j 2, 222k
Equilíbrio do nó D:
O primeiro passo a ser efetuado para o equilíbrio desse nó refere-se à
determinação dos versores unitários das barras que concorrem ao nó D. Com base no
sistema de coordenadas adotado, e nas dimensões dos elementos de barra simples, tem-
se:
1
LDB 0i 2,5 j 6k
42, 25
1
LDC 3i 2 j 6k
7
1
LDA 3i 2 j 6k
7
Consequentemente, as componentes dos esforços normais nas barras que
concorrem ao nó D e da força aplicada podem ser expressas como:
N DB 0i 2,5 j 6k
N DB
42, 25
N DC 3i 2 j 6k
N DC
7
3i 2 j 6k DA
N
N DA
7
F 0i 0 j 8k
Resolvendo este sistema, composto por três equações e três incógnitas, tem-se:
barra AD, N AD , é compressivo. Além disso, deve-se destacar que o valor encontrado
29, 25
29, 25
42, 25
0
6N
Z 0 N BA 0 N BC 42,BD25 3,556 0
F 0
Reescrevendo as três equações acima em um sistema matricial, de forma a torná-
lo mais facilmente solvível, tem-se:
3 3
0
29, 25 29, 25 N 0
4,5 4,5 2,5
BA
N BC 0
29, 25 29, 25 29, 25
6 N BD 3,556
0 0
29, 25
trativos uma vez que estes apresentaram valores positivos. Já o esforço N BD , este é de
compressão devido a seu sinal negativo. Além disso, deve-se destacar que o valor
determinado para o esforço N BD , por meio do equilíbrio do nó B, é igual ao valor
encontrado efetuando-se o equilíbrio do nó D. O mesmo comentário deve ser feito para
o esforço N AB , o qual apresentou valores iguais para os equilíbrios dos nós B e A. Essa
verificação simples reforça o fato de que os cálculos efetuados neste exercício estão
corretos.
Sugere-se que o leitor faça verificações semelhantes durante a resolução dos
exercícios propostos. Este procedimento simples permite a determinação de erros
durante a resolução dos exercícios.
4.1 – Introdução
Figura 4.2 Elemento de barra geral em equilíbrio sob a ação de carregamento externo.
Figura 4.4 Elemento de barra geral em equilíbrio sob a ação de carregamento externo.
Para que o elemento esteja em equilíbrio estático, os três GDL relativos ao seu
deslocamento de corpo rígido devem ser convenientemente impedidos por meio da
aplicação de condições de vinculação adequadas. Para o elemento apresentado na Fig.
(4.7), pode-se empregar um engaste ou uma combinação entre apoios fixo e móvel,
conforme indicado na Fig. (4.8), para a obtenção do equilíbrio estático.
Porém, como deve-se proceder em estruturas mais complexas que possuem mais
de um elemento de barra geral? Como deve ser feita a conexão entre as barras? Para
responder a estas perguntas deve-se inicialmente entender o processo de conexão
(vinculação interna) entre as barras. Como o elemento de barra geral plano apresenta
três GDL, cada conexão pode transmitir três, dois ou apenas um dos GDL do plano.
Para a ilustração desses casos, deve-se considerar as barras apresentadas na Fig. (4.9).
plana, surgirão, no ponto de secção, um esforço normal (Nc), um esforço cortante (Vc) e
um momento fletor (Mc), todos auto equilibrados segundo a terceira lei de Newton.
Estes esforços podem ser determinados efetuando-se o equilíbrio de corpo rígido das
porções separadas da estrutura isoladamente. Para isso, as equações de equilíbrio de
corpo rígido devem ser empregadas.
4.3.1 – Exemplo 1
F x 0 Ay 0
L P
M A 0 Bx L P
2
0 Bx
2
P P
F y 0 Ax
2
P0 Ax
2
Considerando o primeiro trecho, o primeiro conjunto de equações pode ser
F x 0 N0
P P
F y 0
2
V 0 V
2
P P
Mx 0 M 2 x 0 M x
2
Deve-se ressaltar que o esforço cortante no trecho considerado é constante,
conforme as equações acima. Além disso, o momento fletor apresenta variação linear ao
longo do comprimento do elemento, estando este esforço tracionando a face inferior do
elemento.
Para o segundo trecho, análise semelhante deve ser efetuada. Sabendo que este
F x 0 N 0
P P
F y 0
2
P V 0 V
2
P L P
M x 0 2 x P x 2 M 0 M L x
2
Deve-se destacar que no segundo trecho o esforço cortante é constante e o
momento fletor apresenta variação linear. Porém, ao contrário do primeiro trecho, o
momento fletor apresenta variação negativa em relação à ordenada x, indicando,
portanto, que seu valor diminui à medida que a ordenada x aumenta. Neste trecho,
embora constante, o esforço cortante apresenta sinal oposto ao observado no primeiro
trecho. Com base nas equações que descrevem a variação dos esforços solicitantes ao
longo do comprimento da barra, pode-se construir os diagramas de esforços solicitantes.
Para o problema estudado, estes diagramas, que nada mais são que representações
gráficas das equações determinadas anteriormente, estão ilustradas na Fig. (4.18).
4.3.2 – Exemplo 2
F x 0 Ay 0
F y 0 Ax PL2 0 Ax PL2
L L
M A 0 M A PL2 L1 2 0
2
M A PL2 L1 2
2
Como na estrutura considerada tem-se a presença de dois trechos, devido à
descontinuidade do carregamento uniformemente distribuído, as equações que
descrevem a variação dos esforços solicitantes ao longo do corpo do elemento serão
obtidas para cada um dos trechos. Efetuando um corte ao longo do intervalo 0 x L2
obtém-se o diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (4.20).
F x 0 N 0
F y 0 V Px 0 V Px
x x2
M x 0 M Px 2
0 M P
2
Considerando agora o segundo trecho, cujo intervalo é L2 x L1 L2 , uma
secção deve ser efetuada neste intervalo de maneira a determinar as variações dos
esforços solicitantes no trecho. Procedendo a este corte, obtém-se o diagrama de corpo
livre ilustrado na Fig. (4.21).
F x 0 N 0
F y 0 V PL2 0 V PL2
L L22
M x 0 M PL2 x 22 0 M PL2 x P
2
Deve-se destacar, com base nas equações obtidas, que o esforço cortante
apresenta variação linear no primeiro trecho e comportamento constante no segundo. Já
o momento fletor, este apresenta variação quadrática no primeiro trecho e linear no
segundo. Assim, a partir destas equações, os diagramas de esforços solicitantes podem
ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (4.22).
4.3.3 – Exemplo 3
Para a resolução deste exemplo, o primeiro passo a ser seguido trata da obtenção
do diagrama de corpo livre da estrutura, o qual permitirá a determinação de suas reações
de apoio. Este diagrama está apresentado na Fig. (4.24).
F 0
x Ay 0
F y 0 8, 75 5, 0 x V 0 V 8, 75 5 x
x 5 2
M x 0 8, 75 x 5, 0 x M 0
2
M 8, 75 x
2
x
Com base nas equações acima, observa-se que neste trecho o esforço cortante
apresenta variação linear, enquanto o momento fletor apresenta variação quadrática.
Considerando agora o segundo trecho, cujo intervalo é L1 x L1 L2 , um corte neste
trecho gera o diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (4.26). Aplicando sobre este
corpo as equações de equilíbrio de corpo rígido, obtêm-se as seguintes equações.
F y 0 8, 75 5, 0 2, 0 V 0 V 1, 25
2, 0
M x 0 8, 75 x 5, 0 2, 0 x
2, 0
M 0 M 1, 25 x 10
F y 0 8, 75 5, 0 2, 0 5, 0 V 0 V 6, 25
2, 0
M x 0 8, 75 x 5, 0 2, 0 x
2, 0
5, 0 x 3, 0 M 0 M 6, 25 x 25
Com base nestas simples definições sobre o elemento de viga, constata-se que
todas as estruturas cujos esforços solicitantes foram determinados neste capítulo são do
F y 0 V x V x V x q x x 0
(5.1)
V x q x x
V x x M x q x 0
2
Dividindo ambos os membros da Eq. (5.3) pelo comprimento do elemento
infinitesimal, x , e na sequência tomando o limite quando x 0 , ou seja quando o
elemento infinitesimal torna-se uma seção transversal da barra, obtém-se:
M x q x x M x
lim V x 0 lim V x 0
x 0 x 2 x 0 x (5.4)
dM x
V x
dx
Com base no resultado apresentado pela Eq. (5.4), verifica-se que a inclinação
do diagrama de momento fletor é igual à intensidade do esforço cortante atuante na
seção transversal considerada. Deve-se também destacar que os valores mínimos e
máximos do momento fletor podem ser facilmente encontrados utilizando-se a Eq. (5.4)
e os conceitos clássicos de cálculo diferencial. Quando V assume valor nulo,
F x 0 N x N x N x p x x 0
(5.5)
N x p x x
sendo que A e B são as ordenadas genéricas "x", ao longo do eixo da barra, inicial e
final, respectivamente, e Δ é a variação dos esforços solicitantes no intervalo
considerado.
As relações diferenciais apresentadas anteriormente são válidas apenas em
pontos onde não atuam ações pontuais, ou seja, forças ou momentos concentrados.
Nesses dois casos especiais, surgem descontinuidades nas variações dos esforços
solicitantes ao longo do domínio da estrutura. Portanto, estes casos devem ser
criteriosamente considerados. Apenas para ilustrar o surgimento da descontinuidade,
deve-se considerar o elemento infinitesimal de comprimento x apresentado na Fig.
(5.3). Este elemento está submetido apenas a uma força concentrada de intensidade F.
F y 0 V x F V x V x 0 V x F (5.8)
verifica-se que no ponto onde V não é contínua dM também não apresenta valor
dx
definido. Portanto, os pontos de descontinuidade no diagrama de esforço cortante
conduzem a pontos onde o diagrama de momento fletor possui derivadas não contínuas.
Nesses pontos, as tangentes das curvas que descrevem o momento fletor imediatamente
antes e depois da descontinuidade possuem valores diferentes.
5.1.1 – Exemplo 1
F x 0 Bx 0
53
F y 0 By
2
0 By 7,5kN
53 3
M B 0 M B 2 3 0 M B 7,5 kNm
para a variação do esforço cortante ao longo do comprimento da viga fica definida como
5x2
V , que é o mesmo resultado obtido por meio da metodologia do capítulo
6
anterior.
Aplicando agora as relações diferenciais na determinação da expressão que
descreve a variação do momento fletor ao longo do comprimento da viga obtém-se:
5x2 5 x3
M V x dx M dx M C
6 18
Como na coordenada x = 0 nenhuma ação externa é aplicada, constata-se que
nesse ponto o momento fletor é nulo. Portanto, a constante de integração, C, que surgiu
da integração da equação do esforço cortante deve ser nula para que essa condição de
contorno seja atendida. Portanto, a expressão que descreve a variação do momento
5 x3
fletor ao longo do comprimento da viga torna-se igual a M , que é a mesma
18
expressão obtida utilizado-se a metodologia empregada no capítulo anterior. Com base
nessas duas equações, os diagramas de esforços solicitantes podem ser construídos, os
quais estão apresentados na Fig. (5.6).
7,5
M
V
+
7,5
Figura 5.6 Diagramas de esforços solicitantes.
5.1.2 – Exemplo 2
F x 0 NB 0
1, 0
M B 0 2, 0 1, 0
2, 0
C y 1, 0 0 C y 1, 0 kN
F y 0 V B 2, 0 1, 0 1, 0 0 VB 1, 0 kN
F 0
x Ax 0
F 0
y Ay 5, 0 1, 0 0 Ay 6, 0 kN
M 0 A M 5, 0 1, 0 1, 0 2, 0 0 M 7, 0 kN m
Considerando o esforço normal, observa-se que este tipo de esforço é nulo ao longo de
todo o comprimento da viga. Portanto, o diagrama de esforço normal para a viga
considerada é o apresentado na Fig. (5.11).
esforço no trecho desejado. Por meio de um equilíbrio simples, constata-se que sobre o
nó D o momento fletor é igual a -1,0 kN (tração na parte superior).
q 2 e V 2dx V 2 x C3 em x 0 ,V 1
C3 1 V 2 x 1
2 x 2
M 2 x 1dx M x C4 x 0 , M 0
2
C4 0 M x 2 x
Representando graficamente as equações apresentadas acima, obtêm-se os
diagramas de esforços solicitantes ilustrados nas Fig. (5.11), Fig. (5.12) e Fig. (5.13).
5.1.3 – Exemplo 3
formado por duas vigas, onde uma viga apoia-se sobre a outra, e atua um carregamento
uniformemente distribuído.
F x 0 HA 0
14, 0
M A 0 VB 12, 0 150, 0 14, 0
2, 0
0 VB 1225, 0 lb
F 0
x ND 0
M 0 C 1225, 0 2, 0 VD 8, 0 0 VD 306, 25 lb
F 0
y VC 1225 306, 25 0 VC 918, 75 lb
6.1.1 – Exemplo 1
Parcela y 50 cos 40 kN .
F 0 30 20 H 0
x A H A 50 kN
M 0 20 3 10 7 40 2 30 1,5 V
A c 5 0 Vc 51 kN
F 0 V 51 40 10 0
y A VA 1 kN
N H A 50 cos 40 kN
VH A 50sen 30 kN
F 0
N N 40, 6 kN
F 0
V 29, 2 10 5 V 0 V 20,8kN
M 0 x 29, 2 5 10 5 2,5 M 0 M 21kNm
Com base nas equações diferenciais, verifica-se que na barra 1 o esforço normal
atuante é constante ao longo do comprimento da barra, sendo o mesmo de tração.
Devido a presença da carga distribuída sobre a barra 1, constata-se, com base nas
Eq.(5.2) e Eq.(5.4), que o esforço cortante apresentará variação linear ao longo do
comprimento da barra, enquanto para o momento fletor, esta variação será quadrática.
Assim, considerando os esforços nas extremidades da barra e as informações relativas à
variação destes ao longo de seu comprimento, obtêm-se os diagramas de esforços
solicitantes, os quais estão apresentados na Fig. (6.6).
sentidos opostos (terceira lei de Newton). Dessa forma, para a barra 2, o diagrama de
corpo livre mostrado na Fig. (6.7) pode ser facilmente obtido.
Para o esforço normal atuante na barra 1 sobre o nó B, de valor igual a 40,6 kN,
sua decomposição em relação aos eixos x e y resulta:
Para a verificação da correção dos resultados até aqui obtidos, pode ser efetuado
o equilíbrio de corpo rígido do elemento mostrado na Fig. (6.9). Como todas as ações
são conhecidas, as equações de equilíbrio de corpo rígido devem ser satisfeitas. Assim:
F 0
x F 20 20 0
x OK !
F 0
y F 41 51 10 0
y OK !
M 0 B M 10 3 511 21 0
B OK !
Com base no diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (6.9) e nas relações
diferenciais, constata-se que o esforço normal é trativo, constante e igual a 20 kN.
Como não existem cargas distribuídas sobre a barra 2, conclui-se, com base nas Eq.
(5.2) e Eq.(5.4), que o esforço cortante apresentará variação constante e o momento
fletor variação linear ao longo do comprimento da barra. Deve-se ressaltar que devido à
reação do apoio C, surgirá uma descontinuidade no diagrama de esforço cortante de
intensidade igual à reação deste apoio, a qual produzirá um “bico”, ou ponto com
derivada descontínua, no diagrama de momento fletor. Assim, com base nestes
comentários, os seguintes diagramas de esforços solicitantes podem ser construídos.
6.1.2 – Exemplo 2
M 0 VA 8 20 6 10 8 8 60 60 40 2 20 2 0
B 2
VA 60 kN
F y 0 60 20 10 8 20 40 VB 0
VB 100 kN
O equilíbrio de corpo rígido da porção esquerda da estrutura, ou seja, aquela
definida pelos nós A, C e G, pode ser efetuada utilizando o fato do momento ser nulo
sobre a articulação. Assim:
M 0 G 60 4 H A 6 10 4 4 20 2 60 0
2
H A 30 kN
F 0
x 30 H B 0 H B 30 kN
F 0 N 60 kN
N
F 0 V 30 kN
V
M 0 30 3 M 0
C M 90 kN
PNV 60 3 36 kN
5
PV 60 4 48 kN
V
5
Somando convenientemente as parcelas correspondentes a decomposição das
ações da barra 1 sobre a barra 2, verifica-se que a força orientada paralela ao eixo da
barra 2 é igual a PN 24 36 PN 60 kN . Já a parcela orientada perpendicular ao
F N 0 60 4,8 5 N 12 0 N 24 kN
F V 0 30 6, 4 5 16 V 0 V 18 kN
PxN 24 4 19, 2 KN
5
Py 24 3 14, 4 KN
N
5
Px 18 3 10,8KN
V
5
PyV 18 4 14, 4 KN
5
Somando convenientemente as parcelas x e y calculadas acima, obtém-se o
diagrama de corpo livre mostrado na Fig. (6.24).
F 0
N 30 N 0 N 30 kN
F 0
V 0 10 4 V 0 V 40 kN
M 0 F 60 10 4 4 M 0
2
M 140 kNm
Com base no diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (6.24) e nos valores
acima calculados para as ações nas extremidades da barra 3 é possível a construção dos
diagramas de esforços solicitantes desta barra. Com base nos esforços atuantes nas
extremidades da barra e nas relações diferenciais, observa-se que o esforço normal é
compressivo, constante e igual a 30 kN. O esforço cortante apresenta variação linear ao
longo do comprimento da barra, já que sobre esta existe um carregamento
uniformemente distribuído orientado de forma perpendicular ao seu eixo.
Consequentemente, utilizando as relações diferenciais, verifica-se que o momento fletor
apresentará variação quadrática ao longo do comprimento da barra. Como o esforço
cortante não passa por zero ao longo do comprimento da barra, constata-se que o
momento máximo ocorrerá nas extremidades da barra. Considerando estes comentários,
obtêm-se os diagramas de esforços solicitantes apresentados na Fig.(6.25).
F 0
N N 0
F 0
V V 20 kN
M 0 F M 40 kN
Com base nos valores dos esforços nas extremidades da barra e nas relações
diferenciais, constata-se que o esforço normal é nulo. Além disso, o esforço cortante
será constante e o momento fletor apresentará variação linear ao longo do comprimento
da barra. Esse comportamento ocorre devido à ausência de carregamentos distribuídos.
Assim, os seguintes diagramas de esforços solicitantes podem ser construídos.
F 0
N N 0
F 0
V V 40 kN
M 0 E M 80 kNm
140
30 0
40
40 20
NF VF
MF
F 0
x VF 30 0 VF 30kN
F 0
y 40 20 N F 0 N F 60kN
M 0 140 40 M F 0 M F 100 kNm
Com base nas ações “XF” obtidas no equilíbrio apresentado acima, pode-se
reconstruir o diagrama de corpo livre mostrado na Fig. (6.29). Dessa forma, obtém-se o
diagrama de corpo livre ilustrado na Fig. (6.32).
F 0
N N 60 0 N 60 kN
F 0
V V 30 0 V 30 kN
M 0 E 100 30 3 M 0 M 10 kNm
F 0
N 100 N 0 N 100 kN
F 0
V 30 V 0 V 30 kN
M 0 E
M 30 3 0 M 90 kNm
Devido a ausência de forças distribuídas sobre esta barra, constata-se, com base
nas relações diferenciais apresentadas no capítulo anterior, que o esforço normal será
constante, compressivo e igual a 100 kN. Além disso, o esforço cortante apresentará
comportamento constante e o momento fletor apresentará variação linear ao longo da
barra. Os diagramas de esforços solicitantes para esta barra, com base nestes
comentários, podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (6.35).
F 0 0 30 30 0
x OK !
F 0 100 40 60 0
y OK !
M 0 80 10 90 0 OK !
60 10
80
30
0
40 30
100
90
Figura 6.36 Verificação do equilíbrio do nó E.
6.1.3 – Exemplo 3
F x 0 H A 10 5 0 H A 50kN
F 0 50 10 5 H 0 H 0
x D D
M 0 V 8 50 5 10 5 5 2 10 4 4 2 M
D A C M C 2 VC VC 0
VA 5, 625 kN
F y 0 5, 625 10 4 VD 0 VD 45, 625 kN
sen 3
5
cos 4
5
F 0 V V 10 4 0
y C D VC 45, 625 40 0 VC 5, 625 kN
M 0 V 4 10 4 4 2 M
C D C 0 M C 102, 5 kNm
F 0 43,375 4,8 5 N 0
N N 19,375kN
F 0 25,5 3, 6 5 V 0
V V 7,5kN
M 0 25,5 5 3, 6 5 5 2 M 0
B M 82,5KN m
F 0 N 5, 625 0
N N 5, 625 kN
F 0 V 10 2 0
V V 20 kN
M 0 M 10 2 2 2 102,5 0
B M 82,5 kN m
1
1
20 1 5,625
82,5
6.1.4 – Exemplo 4
2
M 0 V 2 3 2 2 0
B C VC 3kN
F 0 V 3 2 3 0
y B VB 3kN
F 0 H H
x B C
H B e HC .
F 0 3 H 3 0
x A HA 0
F 0 2 3 5 3 2 3 V 0
y A VA 14kN
Fx 0 3 3 H B 0 HB 0
F y 0 5 3 VB 0 VB 8kN
M 0 0 0
A OK !
F 0 0 0
x OK !
F 0 14 8 2 3 0
y 00 OK !
variação constante no trecho considerado, com valor nulo mais especificamente. Este
comportamento decorre da ausência de uma carga distribuída de forma perpendicular ao
eixo da barra, como também ilustrado na Fig. (6.56), e pelo fato das forças
perpendiculares ao eixo da barra atuantes nos extremos da barra serem nulas. Pelo fato
do esforço cortante ser nulo, o momento fletor apresentará variação constante no trecho
considerado. Como os momentos fletores são nulos nos extremos, seu valor é nulo ao
longo do comprimento da barra. Com base nas considerações deste parágrafo, podem
ser construídos os diagramas de esforços solicitantes da barra analisada, os quais estão
apresentados na Fig. (6.57).
7.1.1 – Exemplo 1
FAB
8
25,3
FCD
FCB
Com base no equilíbrio desses dois nós, determinam-se as forças atuantes sobre
os nós B e D, pertencentes ao pórtico, referentes às reações da treliça. Tais ações
obedecem a terceira lei de Newton, ou seja, ação e reação. Assim, obtém-se o conjunto
de forças mostrado na Fig. (7.5) para os nós B e D respectivamente.
24 KN 16
28,842
21 KN 24
24 21
24 21
HE
M
VE
Com base na Fig. (7.7) podem ser obtidas as reações de apoio da estrutura
aplicando-se as equações de equilíbrio de corpo rígido. Assim:
F x 0 24 21 H E 0 H E 3 kN
F y 0 VE 16 2 1,5 24 0 VE 11 kN
2 1,52
M E 0 21 3 24 1,5 2
24 3 M 0 M 47, 25 kNm
Iniciando o traçado dos diagramas de esforços solicitantes pela barra 1, esta deve
ser isolada da estrutura como mostrado na Fig. (7.8). Para que a variação dos esforços
solicitantes ao longo do domínio da barra seja conhecida, os valores das ações em suas
extremidades devem ser determinados. Assim, aplicando as equações de equilíbrio de
corpo rígido à barra mostrada na Fig. (7.8) obtém-se:
M
N
-47,25
11
F 0x V 3 kN
F 0y N 11 kN
Com base nos valores das ações nas extremidades da barra 1, determinados
anteriormente, pode-se utilizar as relações diferenciais para o traçado dos diagramas de
esforços solicitantes. A partir destas relações, e dos valores dos carregamentos atuantes
sobre a barra, constata-se que o esforço normal será constante, compressivo e igual a 11
kN. Já o esforço cortante, este será também constante e igual a 3 kN. Devido a seu
sentido (tende a rotacionar a barra no sentido horário) seu sinal é positivo. O momento
fletor apresentará variação linear ao longo do comprimento da barra (uma ordem
polinomial a mais que para o esforço cortante), sendo que os momentos fletores em suas
extremidades tendem a tracionar sua face esquerda da barra. Assim, obtêm-se os
diagramas ilustrados na Fig. (7.9).
N 21
F x 0 N 21 0 N 21 kN
F y 0 V 24 2 1,5 0 V 27kN
2 1,52
MD 0 24 1,5
2
M 0 M 38, 25 kNm
M-
24 21
27
11 M
Figura 7.12 Verificação do equilíbrio nó D.
F 0
x 24 21 3 0 OK !
F 0
y 11 16 24 0 OK !
M 0 D 38, 25 38, 25 0 OK !
7.1.2 – Exemplo 2
M 0 V 8 10 6 10 4 10 2 0
C A VA 15 kN
F 0 15 10 10 10 V 0
y C VC 15 kN
F 0
x HA 0
De posse dos valores das reações de apoio, os valores das ações nas
extremidades das barras devem ser calculados. Portanto, deve-se separar a estrutura em
seu nó B, ou seja, sobre a articulação. Através dessa separação, obtém-se o diagrama de
corpo livre apresentado na Fig. (7.15).
F 0
y 15 10 V1 0 V1 5 kN
Para que as variações dos esforços normal, cortante e momento fletor ao longo
da barra ADB sejam determinadas, as ações determinadas anteriormente devem ser
cosseno () são dados por: sen 3 e cos 4 . Assim, utilizando esta
5 5
informação e o diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (7.16) é possível a
determinação da decomposição das ações.
Com base nos comentários efetuados anteriormente para a variação dos esforços
solicitantes na barra ADB, podem-se representar os diagramas de esforços solicitantes
para a barra CEB. Estes diagramas estão apresentados na Fig. (7.20).
Como parte final deste exemplo, sugere-se que o leitor verifique se o equilíbrio
do nó B, onde atua uma força concentrada de 10 kN, é atendido. Para isso, basta
verificar se a somatória das forças atuantes sobre o nó é nula.
8.1 – As Grelhas
8.1.1 – Exemplo 1
M A
y 0 5 2 10 2 1 2 10 4 VE 4 0 VE 27,5 kN
M E
x 0 VA 3 5 3 VF 3 10 3 0 3 VA 3 VF 15
VA VF 5
F z 0 VA VE VF 5 10 10 10 2 0
VA 27,5 VF 45 0 VA VF 17,5
M 0 x T 0
M 0 y 6, 25 2 M 0 M 12,5 kNm
F 0
z 6, 25 V 0 V 6, 25 kN
Com base nas relações diferenciais, constata-se que o esforço cortante possui
valor constante ao longo do comprimento da barra, enquanto o momento fletor possui
variação linear. Assim como o esforço cortante, o momento torçor possui valor
constante ao longo da barra, sendo igual a zero. Portanto, com base nessas informações
e nos valores das ações nas extremidades das barras, os diagramas de esforços
solicitantes para a barra AB podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig.
(8.5).
Antes dos valores das ações nas extremidades da barra BD serem determinados,
deve-se considerar o equilíbrio do nó B. Este procedimento, que é necessário devido a
transmissão de esforços de uma barra para outra, é efetuado reaplicando sobre o nó B
(com sentidos opostos) as ações atuantes sobre a extremidade da barra AB que concorre
ao nó B (3ͣ lei de Newton). O nó B, bem como os esforços atuantes sobre ele, estão
apresentados na Fig. (8.6).
M 0 x M xBD 0
F 0
z 6, 25 5 FzBD 0 FzBD 1, 25 kN
Fig. (8.7). Impondo, sobre a barra mostrada na Fig. (8.7), as equações de equilíbrio de
corpo rígido obtêm-se:
M 0 x 1, 25 3 M 0 M 3, 75 kNm
M 0 y 12,5 T 0 T 12,5 kNm
F 0
z 1, 25 V 0 V 1, 25 kN
Considerando agora a barra CD, esta deve ser isolada da estrutura e as ações em
suas extremidades determinadas para que seus diagramas de esforços solicitantes sejam
construídos. Esta barra, assim como as ações em suas extremidades, estão apresentadas
na Fig. (8.9). Aplicando sobre a barra apresentada na Fig. (8.9) as equações de
equilíbrio de corpo rígido obtêm-se:
M 0 x T 0
M 0 y 10 2 M 0 M 20 kNm
F 0z 10 V 0 V 10 kN
Para a barra CD, observa-se, com base nas relações diferenciais e nas ações
atuantes, que o esforço cortante e o momento torçor apresentarão valores constantes ao
longo do corpo da barra. Como o esforço cortante possui variação constante, o momento
fletor apresentará variação linear ao longo do comprimento da barra. Com base nessas
observações e nos valores das ações nas extremidades da barra, os diagramas de
esforços solicitantes podem ser construídos, como mostrado na Fig. (8.10).
M 0 x T 0
M 0 y 27,5 2 10 2 1 M 0 M 35 kNm
F 0z 27,5 10 2 V 0 V 7,5 kN
M 0 x T 0
M 0 y 10 2 M 0 M 20 kNm
F 0
z V 10 0 V 10 kN
Considerando agora a barra FG, esta deve ser isolada da estrutura e os valores
das ações atuantes em seus extremos quantificados para que os diagramas de esforços
solicitantes sejam construídos. A barra FG, assim como as ações atuantes em suas
extremidades, estão apresentadas na Fig. (8.15).
M 0 x T 0
M 0 y 11, 25 2 M 0 M 22,5 kNm
F 0
z 11, 25 V 0 V 11, 25 kN
Para que a próxima barra seja analisada, barra DG, o equilíbrio do nó G deve ser
efetuado. Este procedimento se faz necessário uma vez que, por meio dele, os valores
das ações atuantes na barra DG, na extremidade que concorre ao nó G, podem ser
determinados. Para tal finalidade, as ações atuantes sobre os extremos das barras FG e
GH que concorrem ao nó G devem ser reaplicadas sobre este nó com sentidos opostos
(3ͣ lei de Newton). Este procedimento é necessário devido à transmissão de esforços de
uma barra a outra. O nó G, assim como as ações atuantes sobre ele, estão apresentadas
na Fig. (8.17).
M 0 x M xDG 0
F 0
z 11, 25 10 FzDG 0 FzDG 1, 25 kN
M 0 x M 1, 25 3 0 M 3, 75 kNm
M 0 y T 42,5 0 T 42,5 kNm
F 0z 1, 25 V 0 V 1, 25 kN
Para a barra mostrada na Fig. (8.18) constata-se, com base nas relações
diferenciais, que o esforço cortante e o momento torçor possuirão valores constantes ao
longo do comprimento da barra. Consequentemente, como o esforço cortante possui
variação constante, o momento fletor apresentará variação linear. Assim, a partir dessas
observações, os diagramas de esforços solicitantes podem ser construídos para a barra
DG. Estes diagramas estão apresentados na Fig. (8.19).
M 0 x 20 42,5 35 12,5 0 OK !
M 0 y 3, 75 3, 75 0 OK !
F 0
z 10 1, 25 7,5 1, 25 0 OK !
8.1.2 – Exemplo 2
F 0z 10 20 V 0 V 30 kN
M 0 E
y T 20 2 10 4 0 T 80 kNm
M 0 E
x M 20 6 0 M 120 kNm
Após serem determinados os valores das reações de apoio, a próxima etapa a ser
efetuada envolve a separação de cada uma das barras que compõem a estrutura e a
determinação dos valores das ações em seus extremos. Na presente análise, este
procedimento será iniciado pela barra AB. Isolando esta barra da estrutura, esta pode ser
representada como indicado na Fig. (8.23).
M 0 x M 10 6 0 M 60 kNm
M 0 y T 0
F 0z 10 V 0 V 10 kN
solicitantes nos extremos da barra AB, os diagramas de esforços solicitantes dessa barra
podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (8.24).
M 0 y M yBD 0
F 0
z 10 FzBD 0 FzBD 10 kN
M 0 x 60 T 0 T 60 kNm
M 0 y 10 4 20 2 M 0 M 80 kNm
F 0z 10 20 V 0 V 30 kN
F 0
z 30 FzDE 0 FzDE 30 kN
ilustração apresentada na Fig. (8.29), a qual mostra as ações atuantes nos extremos da
barra DE.
M 0 x 60 M 30 6 0 M 120 kNm
M 0 y 80 T 0 T 80 kNm
F 0z 30 V 0 V 30 kN
reações de apoio. Isso reforça a correção das operações realizadas para a determinação
da condição de equilíbrio da estrutura e também a correção na resolução deste exemplo.
Com relação aos diagramas de esforços solicitantes, observa-se, de acordo com
as relações diferenciais, os carregamentos atuantes na barra e nas ações em seus
extremos, que o esforço cortante e o momento torçor apresentarão valores constantes ao
longo do comprimento da barra. Assim, o momento fletor, ao longo do comprimento da
barra, apresentará variação linear. Com base nessas informações e nos valores dos
esforços solicitantes nos extremos da barra DE, os diagramas de esforços solicitantes
dessa barra podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (8.30).
8.1.3 – Exemplo 3
F 0
z R2 8 5 3 2 0 R2 29, 213 kN
M 0 C
x 5 3 2 1,5 8 1,5 M RX 0 M RX 43,820 kNm
M 0 C
y 5 3 2 5,5 8 2 M RY 0 M RY 132, 673 kNm
Após a determinação das reações de apoio, cada uma das barras que compõem a
grelha considerada deve ser isolada e as ações em suas extremidades determinadas. Este
procedimento será iniciado pela barra AB, a qual está apresentada na Fig. (8.33).
A barra AB apresentada na Fig. (8.33) não encontra-se totalmente contida nos
eixos x ou y do sistema de coordenadas cartesiano padrão. Assim, as ações atuantes em
seu extremo B, momento fletor e momento torçor, em especial, devem ser determinadas
M x' 0 T 0
3 2
M y' 0 53 2
2
M 0 M 45 kNm
M 0 x' M x' 0
M 0 y' 45 M y ' 0 M y ' 45 kNm
F 0z 21, 213 Fz 0 Fz 21, 213 kN
definido de acordo com a orientação da barra AB. Para que esse momento seja
reaplicado sobre o extremo B da barra BC, deve-se, primeiramente, decompô-lo em
relação ao sistema cartesiano padrão xy. O momento M y ' reaplicado sobre o extremo B
M 0 C
x 31,820 21, 213 3 8 1,5 43,820 0 OK !
M 0 C
y 31,820 21, 213 4 8 2 132, 673 0 OK !
F 0
z 21, 213 8 29, 213 0 OK !
M 1x '' 132, 673 sen M 1x '' 132, 673 0, 6 M 1x '' 79, 604 kNm
M 1y '' 132, 673 cos M 1y '' 132, 673 0,8 M 1y '' 106,138 kNm
M x2'' 43,820 cos M x2'' 43,820 0,8 M x2'' 35, 056 kNm
M y2'' 43,820 sen M y2'' 43,820 0, 6 M y2'' 26, 292 kNm
A partir dessas observações e dos valores das ações atuantes nos extremos da
barra BC, pode-se construir os diagramas de esforços solicitantes. Estes diagramas estão
apresentados na Fig. (8.41).
9.1.1 – Exemplo 1
F x 0 Rx 8 5 3 2 0 Rx 7kN
F y 0 Ry 5 3 2 0 Ry 6kN
F z 0 Rz 1 3 10 5 2 5 4 2 0 Rz 45kN
2
M x 0 Rmx 5 3 5 2 2 2 3 3 2 3 0
2
Rmx 4kNm
4
M y 0 Rmy 3 2 3 5 3 5 4 8 3 0
2
Rmy 61kNm
2
M z 0 Rmz 3 2 5 2 2 4 0
2
Rmz 4kNm
Com as reações de apoio calculadas, pode-se isolar cada uma das barras que
compõem o pórtico tridimensional e determinar os valores das ações em suas
extremidades. Com base nessa informação, nos carregamentos atuantes nas barras e nas
relações diferenciais, traçam-se os diagramas de esforços solicitantes.
Esse procedimento será iniciado pela barra BC. Esta barra, assim como os
carregamentos sobre ela atuantes, está apresentada na Fig. (9.7). Impondo a condição de
equilíbrio de corpo rígido a esta barra, obtêm-se os valores das ações em seus extremos,
os quais são iguais a:
F x 0 Vx 3 2 5 0 Vx 1kN
F y 0 Ny 3 0 N y 3kN
F z 0 Vz 5 2 2 0 Vz 12kN
2
M x 0 M x 5 2 2 2 0
2
M x 14kNm
M y 0 T 0
2
M z 0 M z 3 2 5 2 0
2
M z 4kNm
Com base nas ações atuantes nos extremos da barra, nos carregamentos atuantes
e nas relações diferenciais, observa-se que os esforços cortantes, tanto em x quanto em
z, possuirão variação linear. Isso se deve a presença de carregamentos distribuídos
nessas direções. Consequentemente, os momentos fletores atuantes em torno desses
eixos apresentarão variação quadrática.
F 0
x Nx 8 0 N x 8kN
F 0
y Vy 2 0 Vy 2kN
F 0
z Vz 5 4 0 Vz 20kN
M 0 x T 0
4
M y 0 M y 54
2
0 M y 40kNm
M z 0 Mz 24 0 M z 8kNm
linear. Com base nesses comentários, os diagramas de esforços solicitantes para a barra
analisada podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (9.10).
Antes que o equilíbrio da última barra desse pórtico seja considerado, deve-se
efetuar o equilíbrio do nó B, o qual realiza a ligação entre as três barras da estrutura.
Esse procedimento é efetuado reaplicando sobre o nó B as ações atuantes nas
extremidades das barras que concorrem a esse nó com sentidos contrários (3ͣ lei de
Newton).
Se a estrutura está em equilíbrio, qualquer parte constituinte desta deverá
também estar em equilíbrio. Portanto, impondo sobre os esforços mostrados na Fig.
(9.11), que nada mais são que as ações atuantes no extremo B das barras AB, BC e BD,
a condição de equilíbrio de corpo rígido determinam-se os valores das ações no extremo
B da barra AB. Assim:
F 0 x Fx 8 1 0 Fx 7kN
F 0 y 5 3 Fy 2 0 Fy 6kN
F 0 z Fz 10 12 20 0 Fz 42kN
M 0 x M x 14 0 M x 14 kNm
M 0 y M y 40 0 M y 40kNm
M 0 z Mz 4 8 0 M z 4kNm
Conforme ilustrado na Fig. (9.12), todas as ações atuantes sobre a barra são
conhecidas. Assim, pode-se verificar a correção do exercício por meio do equilíbrio de
corpo rígido desta barra. Como todas as ações são conhecidas, as somatórias de forças e
momentos devem resultar nulas para que o equilíbrio seja observado. Portanto,
aplicando sobre esta barra as equações de equilíbrio de corpo rígido obtém-se:
F 0
x 77 0 OK !
F 0
y 66 0 OK !
F 0
z 45 1 3 42 0 OK !
M 0 x 14 6 3 4 0 OK !
M 0 y 40 7 3 61 0 OK !
M 0 z 44 0 OK !
9.1.2 – Exemplo 2
F x 0 Rx 8 0 Rx 8kN
F y 0 Ry 3 0 Ry 3kN
F z 0 Rz 5 3 5 4 0 Rz 35kN
3
M x 0 Rmx 5 3 5 4 3 3 3 0
2
Rmx 91,5kNm
4
M y 0 Rmy 8 3 5 4 0
2
Rmy 64kNm
Com as reações de apoio determinadas, pode-se isolar cada uma das barras que
compõem a estrutura. Em seguida calculam-se os valores das ações nos extremos de
cada uma dessas barras e traçam-se os diagramas de esforços solicitantes para cada uma
delas. Este procedimento, nesse exemplo, será iniciado pela barra AB. Isolando-a do
restante da estrutura obtém-se o diagrama de corpo livre apresentado na Fig. (9.16).
Impondo sobre as ações apresentadas nessa figura as condições de equilíbrio de corpo
rígido obtém-se:
F 0
x Vx 8 0 Vx 8kN
F 0
y 3 Vy 0 Vy 3kN
F 0
z 35 N z 0 N z 35kN
M 0 x 91,5 M x 3 3 0 M x 82,5kNm
M 0 y 64 M y 8 3 0 M y 40kNm
M 0 z 12 T 0 T 12kNm
F 0
x Fx 8 0 Fx 8kN
F 0
y 3 Fy 0 Fy 3kN
F 0
z 35 Fz 0 Fz 35kN
M 0 x M x 82,5 0 M x 82,5kNm
M 0 y M y 40 0 M y 40kNm
M 0 z 12 M z 0 M z 12kNm
F x 0 Vx 8 0 Vx 8kN
F y 0 3 Ny 0 N y 3kN
F z 0 35 5 3 Vz 0 Vz 20kN
3
M x 0 82,5 5 3 M x 20 3 0
2
Mx 0
M y 0 40 T 0 T 40kNm
M z 0 12 8 3 M z 0 M z 12kNm
Com base nas ações atuantes nos extremos da barra BC, nos carregamentos
atuantes e nas relações diferenciais, constata-se que o esforço normal nessa barra será
constante, trativo e de intensidade igual a 3 kN. Já o momento torçor apresentará
variação constante ao longo da extensão da barra. Devido à presença de uma carga
distribuída na direção do eixo z, o esforço cortante nesse eixo apresentará variação
linear, o que conduzirá a variação quadrática do momento fletor atuante em torno do
eixo x. Já o esforço cortante no eixo x apresentará variação constante, uma vez que
nenhuma carga distribuída atua nessa direção ao longo do comprimento da barra. Assim,
o momento fletor em torno do eixo z possuirá variação linear. Com base nesses
F 0
x Fx 8 0 Fx 8kN
F 0
y 3 Fy 0 Fy 3kN
F 0
z 20 Fz 0 Fz 20kN
M 0 x Mx 0 0 Mx 0
M 0 y M y 40 0 M y 40kNm
M 0 z 12 M z 0 M z 12kNm
Conforme ilustrado na Fig. (9.22), todas as ações atuantes sobre a barra são
conhecidas. Assim, pode-se verificar a correção do exercício por meio do equilíbrio de
corpo rígido desta barra. Como todas as ações são conhecidas, as somatórias de forças e
momentos devem resultar nulas para que o equilíbrio seja observado. Dessa forma:
F 0
x 88 0 OK !
F 0
y 33 0 OK !
F 0
z 20 5 4 0 OK !
M 0 x 0 OK !
4
M y 0 40 5 4
2
0 OK !
M z 0 12 3 4 0 OK !
10.1.1 – Exemplo 1
LFB
2 2 i 0 4 j 0 3 k LFB
0i 4 j 3k
4 3 5
2 2
LFC
4 2 i 0 4 j 0 3 k LFC
2i 4 j 3k
22 4 3 29
2 2
LFD
4 2 i 8 4 j 0 3 k LFD
2i 4 j 3k
22 42 3 29
2
Sabendo que o esforço normal possui orientação paralela ao eixo geométrico que
define a barra, constata-se que suas componentes podem ser definidas utilizando os
versores unitários calculados anteriormente. Portanto, os esforços normais na treliça
tridimensional analisada podem ser obtidos multiplicando os versores unitários que
definem as geometrias de suas barras pela norma do esforço normal, resultado em:
N FB
N FB 0i 4 j 3k
5
N FC
N FC 2i 4 j 3k
29
N
N FD 2i 4 j 3k FD
29
Considerando que a força externa atuante sobre o nó F pode ser definida como
F 0i 0 j 10k , pode-se efetuar o equilíbrio desse nó por meio das seguintes
condições:
F F F
X Y Z 0
F 0 0 N FB 2 N FC 2 N FD 0
X
29 29
4 4 4
FY 0 5 N FB 29 N FC 29 N FD 0
3 3 3
Z 5
F 0 N FB
29
N FC
29
N FD 10 0
2 2
0
29 29 N
FB 0
4 4 4
5
29
29
N FC 0
N FD 10
3 3 3
5
29
29
Resolvendo o sistema matricial anteriormente apresentado, composto por três
equações e três incógnitas, obtém-se:
F B F C F D 0i 13,334 j 10k 3,333i 6, 666 j 5k
3,333i 6, 666 j 5k F B F C F D 0i 0 j 10k
O resultado anterior concorda com o vetor que define a força externa aplicada,
ou seja, F 0i 0 j 10k . Portanto, a análise dos elementos de barra geral pode ser
iniciada, já que o equilíbrio da treliça tridimensional foi verificado assim como sua
transmissão de esforços.
A análise dos elementos de barra geral será iniciada pela barra AC.
Considerando as forças aplicadas nessa barra decorrentes da presença da treliça
tridimensional e os demais carregamentos externos, obtém-se a representação mostrada
na Fig. (10.5).
F 0
x N 3,333 0 N 3,333 kN
F 0
y Vy 3 4 13,334 6, 666 0 Vy 18, 668 kN
F 0
z Vz 10 5 5 0 Vz 10 kN
M 0 x T 0 T 0 kNm
M 0 y M y 10 2 5 4 5 4 0 M y 20 kNm
4
M z 0
M z 3 4 13,334 2 6, 666 4 0 M z 24 kNm
2
Com base nas reações de apoio calculadas anteriormente, nos carregamentos
atuantes nessa barra e nas relações diferenciais, observa-se que o esforço cortante
atuante na direção y possui variação linear, sendo uma descontinuidade nesse diagrama
observada no ponto B. Essa descontinuidade decorre da presença de uma força
concentrada nesse ponto, a qual deve-se à reação da treliça tridimensional sobre a barra
geral tridimensional. Consequentemente, o momento fletor orientado na direção z
apresentará variação quadrática, sendo um ponto com derivada não contínua (“bico”)
observado no ponto B. Já o esforço cortante atuante na direção z possui comportamento
constante por trechos ao longo do comprimento da barra. Este esforço solicitante possui
valor igual a 10 entre os pontos A e B e valor nulo do ponto B até o ponto C. Esse
comportamento deve-se a ausência de carregamentos distribuídos orientados na direção
z e a uma força concentrada atuante no ponto B. O momento fletor atuante na direção y
possuirá variação linear do ponto A ao ponto B e valor nulo do ponto B ao ponto C, em
conformidade à variação observada para o esforço cortante na direção z. O esforço
normal será compressivo constante e de intensidade igual a 3,333 kN ao longo de toda a
extensão da barra. Já o momento torçor será nulo em todos os pontos da barra AC. Com
base nos comentários apresentados nesse parágrafo, os diagramas de esforços
solicitantes para a barra considerada podem ser construídos, os quais estão apresentados
na Fig. (10.7).
A próxima barra a ser analisada refere-se à barra definida pelos nós DE. Os
carregamentos atuantes nessa barra bem como a condição de vinculação presente estão
ilustrados na Fig. (10.8).
F 0
x N 5 3,333 0 N 8,333kN
F 0y Vy 6, 666 0 Vy 6, 666kN
F 0z Vz 3 4 5 0 Vz 17 kN
M 0 x T 0 T 0
4
M y 0 M y 3 4 5 4 0
2
M y 44kNm
10.1.2 – Exemplo 2
Para que a construção dos diagramas de esforços solicitantes seja possível, deve-
se efetuar, inicialmente, a determinação dos esforços normais atuantes nas barras da
treliça tridimensional. Essa etapa é realizada aplicando o método dos nós sobre o nó D.
Porém, antes de impor as condições de equilíbrio de ponto material no caso
tridimensional sobre este nó, deve-se determinar os versores que definem a geometria
das barras que concorrem ao nó citado. Esses versores são determinados da seguinte
maneira:
LDB
4 2 i 0 1,5 j 0 3 k LDB
2i 1,5 j 3k
22 1,5 3 15, 25
2 2
LDC
4 2 i 3 1,5 j 0 3 k LDC
2i 1,5 j 3k
22 1,52 3 15, 25
2
LDE
0 2 i 3 1,5 j 0 3 k LDE
2i 1,5 j 3k
2 1,52 3 15, 25
2 2
cartesianos, podem ser determinadas por meio dos versores unitários calculados
anteriormente. Multiplicando os versores unitários que definem as geometrias das barras
pela norma do respectivo esforço normal obtêm-se as componentes do esforço normal
segundo os eixos cartesianos. Para a treliça tridimensional considerada, os esforços
normais podem ser definidos como:
N DB
N DB 2i 1,5 j 3k
15, 25
N DC
N DC 2i 1,5 j 3k
15, 25
N DE
N DE 2i 1,5 j 3k
15, 25
Com base na ilustração apresentada na Fig. (10.11), constata-se que a força
externa atuante sobre o nó D pode ser definida como F 0i 10 j 10k . Assim,
F F F
X Y Z 0
2 2 2
F 0
X
15, 25
N DB
15, 25
N DC
15, 25
N DE 0
1,5 1,5 1,5
Y 15, 25 N DB 15, 25 N DC 15, 25 N DE 10 0
F 0
3 3 3
Z 15, 25 N DB 15, 25 N DC 15, 25 N DE 10 0
F 0
Reescrevendo as três equações anteriores de uma forma matricial, a qual é mais
facilmente resolvida com o auxílio de equipamentos eletrônicos, obtém-se:
2 2 2 N DB 0
1 1, 5 1, 5 1, 5 N 10
15, 25 DC
3 3 3 N DE 10
N DB 6,5085
N DC 13, 0170 kN
N 6,5085
DE
F B F C F E 3,333i 2,50 j 5, 0k 6, 666i 5, 00 j 10, 0k
3,333i 2,50 j 5, 0 k F B F C F E 0i 10 j 10k
análise dos elementos de barra geral pode ser iniciada, já que o equilíbrio da treliça
tridimensional foi verificado assim como sua transmissão de esforços.
Antes que a análise estrutural dos elementos de barra geral seja iniciada, deve-se
aplicar sobre estes as forças decorrentes da ação da treliça tridimensional. O pórtico
tridimensional a ser analisado, os carregamentos atuantes e sua vinculação estão
apresentados na Fig. (10.12).
A primeira barra geral a ser analisada é a definida pelos nós B e C. Isolando esta
barra do restante da estrutura, irão surgir, no ponto de separação da barra do restante da
estrutura, esforços solicitantes que atuam no sentido de restaurar a condição de
equilíbrio. A barra delimitada pelos nós B e C com os carregamentos concentrados e
distribuído atuantes e as ações em seu extremo B estão apresentados na Fig. (10.13).
Impondo sobre o sistema apresentado na Fig. (10.13) as condições de equilíbrio
de corpo rígido no caso tridimensional obtêm-se:
M y 0 T 0 T 0
M z 0 M z 6, 666 3 0 M z 20 kNm
Com base nas ações e carregamentos apresentados na Fig. (10.13) e nas relações
diferenciais, constata-se que o esforço cortante atuante na direção x apresentará variação
constante ao longo do comprimento da barra BC. Já o momento fletor orientado na
direção z, o qual é associado ao cortante x, possuirá variação linear. O comportamento
para esses dois esforços solicitantes, segundo as relações diferenciais, deve-se a
ausência de carregamentos distribuídos orientados na direção x ao longo do
comprimento da barra. O esforço cortante atuante na direção z possui variação linear ao
longo do comprimento da barra, enquanto o momento fletor associado, atuante na
direção x, apresentará variação quadrática. Constata-se que o esforço normal é trativo,
constante e de intensidade igual a 5,0 kN ao longo de toda a extensão da barra. Já o
momento torçor será nulo em todos os pontos da barra BC. Com base nos comentários
apresentados nesse parágrafo, os diagramas de esforços solicitantes para a barra
considerada podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (10.14).
F 0
x Fx 3,333 6, 666 0 Fx 3,333kN
F 0
y 2,5 5 Fy 0 Fy 7,5kN
F 0
z 19 5 Fz 0 Fz 14kN
M 0 x M x 43,50 0 M x 43,50kNm
M 0 y My 0 My 0
M 0 z 20 M z 0 M z 20kNm
M z 0 20 7,5 4 M z 0 M z 10kNm
Com base nas ações atuantes nos extremos da barra AB, nos carregamentos
atuantes e nas relações diferenciais, constata-se que o esforço normal nessa barra será
constante, trativo e de intensidade igual a 3,333 kN. Já o momento torçor apresentará
variação constante ao longo da extensão da barra, sendo seu valor igual a 43,50 kNm.
Devido à presença de uma carga distribuída orientada na direção do eixo z, o esforço
cortante nesse eixo apresentará variação linear, o que conduzirá a variação quadrática do
momento fletor atuante em torno do eixo y. Já o esforço cortante no eixo y apresentará
variação constante, uma vez que nenhuma carga distribuída atua nessa direção ao longo
do comprimento da barra. Assim, o momento fletor em torno do eixo z possuirá variação
linear. Com base nesses comentários, os diagramas de esforços solicitantes para a barra
analisada podem ser construídos, os quais estão apresentados na Fig. (10.17).
11. – Cabos
11.1 – Introdução
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 214
d
y1
y2
y3 B
C1
Q1
x1 C2
C3
Q2
x2
Q3
x3
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 215
Para o cabo apresentado na Fig. (11.2), o diagrama de corpo livre assume a forma
ilustrada na Fig. (11.3).
Ay
Ax
A
By
d
y1
y Bx
y2
y3 B
C1
D
Q1
x1 C2
x C3
Q2
x2
Q3
x3
quatro incógnitas, as quais estão relacionadas às reações dos apoios A e B (Ax, Ay, Bx e
By). Como existem apenas três equações de equilíbrio para o caso plano, deve-se obter
uma equação adicional para que o problema apresente uma solução única. Essa equação
pode ser determinada conhecendo-se as coordenadas x e y de um ponto qualquer
pertencente ao cabo, como o ponto D, por exemplo. Traçando o diagrama de corpo livre
do trecho que vai de um apoio fixo até o ponto D, como mostrado na Fig. (11.4), e
impondo o equilíbrio em termos de momentos M zD 0 obtêm-se as reações dos
apoios A e B.
Em seguida, deve-se construir o diagrama de corpo livre para cada ponto do
cabo que contenha uma carga concentrada. Nesses pontos, a condição de equilíbrio de
corpo rígido deve ser atendida. Assim, obtém-se a projeção vertical da distância de A
até esse ponto. Como exemplo, considere o equilíbrio do ponto C2 apresentado na Fig.
(11.5).
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 216
M C2 0 Ax y2 Ay x2 Q1 ( x2 x1 ) 0 (11.1)
Ay
Ax
A
y1
y
C1
D
Q1
x1 T
x
Ay
Ax
A
y1
y2
C1
Q1
x1 C2
T
Q2
x2
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 217
T cos Ax (11.2)
Portanto, a tração máxima ocorrerá nos pontos em que o cosα for mínimo, ou
seja, adjacente a um dos dois suportes.
11.2.1 – Exemplo 1
Na Fig. (11.6) é apresentada uma estrutura composta por cabos solicitados por
ações concentradas. Sabendo que as dimensões a e b são iguais a 4,8 m, determine as
componentes da reação do apoio E e a intensidade da tração máxima no cabo.
a
A b
D
B C
20KN
20KN 30KN
Ay
Ax
A
D
B C
20KN
20KN 30KN
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 218
F 0 x Ax Ex 0
F 0 y Ay E y 20 30 20 0 Ay E y 70
(11.3)
M 0 E Ay 24 Ax 4,8 20 18 30 12 20 6 0
Ax 5 Ay 175
Com base nas equações obtidas anteriormente constata-se que têm-se três
relações e quatro incógnitas a serem determinadas. Portanto, o sistema é não
determinado. Para que as incógnitas sejam determinadas de forma única, uma equação
adicional deve ser considerada. Esta equação é escrita efetuando uma secção no cabo
em seu nó C, como apresenta a Fig. (11.8). Aplicando a condição de somatório nula de
momentos ao corpo livre mostrado na Fig. (11.8) obtém-se:
Ay
Ax
A
C
T0
B
20KN 30KN
M C 0 Ay 12 Ax 0 20 6 0 Ay 10 kN
A tração máxima ocorrerá no trecho onde a inclinação entre o eixo que define o
cabo e o eixo horizontal for maior. Assim, a tração máxima será encontrada no trecho
DE. O diagrama de corpo livre desse trecho está mostrado na Fig. (11.9).
Ey
E Ex
T0 D
20KN
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 219
M D 0 125 yD 60 6 yD 2,88m
2,88
tg 25, 64
6
Por fim, impõe-se o equilíbrio das forças na direção horizontal:
Como caso geral, deve-se considerar um cabo fixo nos pontos A e B e submetido
a uma carga distribuída, com formato qualquer, ao longo do seu comprimento, como
mostra a Fig. (11.10). Para a determinação da tração em qualquer ponto do cabo,
constrói-se, inicialmente, o diagrama de corpo livre da parte compreendida pelo ponto
mais baixo, C, e um ponto qualquer, D, como apresenta a Fig. (11.11).
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 220
D
A
C
T0
T
W
T0
Figura 11.12 Resultante de forças.
T cos T0 (11.4)
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 221
Tsen W (11.5)
T T02 W 2 (11.6)
W
tg (11.7)
T0
Com base nas Eq.(11.6) e Eq.(11.7), verifica-se que a tração T é mínima no
ponto mais baixo do cabo e máxima em um dos pontos de fixação do cabo. As quatro
últimas equações serão agora particularizadas para os casos envolvendo curvas
parabólicas e catenária.
D
A
C x
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 222
T
D
C x
T0
W
Figura 11.14 Diagrama de corpo livre do trecho CD.
T T02 W 2 x 2
qx (11.9)
tg
T0
Como a distância entre D e a linha de ação da resultante W é igual à metade da
projeção horizontal da distância de C até D, a somatória dos momentos em relação a D é
expressa por:
x
M D 0 q x T0 y 0
2
(11.10)
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 223
cabo submetido a uma carga q por unidade de comprimento horizontal, então a tensão
mínima T0 pode ser encontrada substituindo x = L/2 e y = h na Eq. (11.11).
Quando os suportes estão em cotas diferentes, como na Fig. (11.15), a posição
do ponto mais baixo do cabo pode não ser conhecida. Portanto as coordenadas xA, yA, xB
e yB dos suportes devem ser determinadas. Para isto, essas coordenadas devem satisfazer
a Eq. (11.11) e as seguintes relações:
xB x A L
(11.12)
yB y A d
onde L e d correspondem as projeções horizontal e vertical da distância entre os dois
suportes, respectivamente.
O comprimento do cabo entre o ponto inferior C e o apoio B é obtido pela
seguinte relação:
L
B
y
B
y A
A
C xA xB x
xB 2
dy
SB
0
1 dx
dx
(11.13)
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 224
2 y 2 2 y 4
S B xB 1 B B (11.15)
3 xB 5 xB
A série converge para valores da razão yB xB menores que 0,5. Em geral, essa
razão é muito pequena. Assim, apenas os dois primeiros termos da série são
normalmente suficientes.
11.3.3 – Exemplo 2
Um cabo preso a um apoio A passa sobre uma roldana em B e suporta uma carga
P. Sendo a flecha do cabo igual a 0,5 m e sua massa por unidade de comprimento igual
a 0,75 Kg/m, determine: a intensidade da carga P, a inclinação do cabo em B e o
comprimento total do cabo de A até B. Como a razão da flecha para o vão é pequena,
pode-se considerar o cabo como parabólico. Desprezar o peso próprio do cabo entre os
pontos B e D.
40 m
A B
0,5 m
C D
P
Figura 11.16 Estrutura a ser analisada.
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 225
TB
B
T0 x
C W
Figura 11.17 Diagrama de corpo livre no trecho considerado.
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 226
2 y 2 2 0,5 2
S B xB 1 20 1
B
20, 00833m
3 xB 3 20
O comprimento total do cabo é o dobro do valor calculado acima. Portanto:
Comprimento 2 S B 40, 0167 m
s D
A
c
O x
Figura 11.18 Cabo submetido à carga uniformemente distribuída ao longo do próprio comprimento.
T T02 q 2 s 2 (11.17)
Assim, obtém-se:
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 227
T0 q c (11.19)
W qs (11.20)
T q c2 s2 (11.21)
T
D
dy
s
ds
dx
T0 C W
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 228
x
s c senh (11.25)
c
Por meio da Fig. (11.19), observa-se que dy dx tg e tg W T0 .
y 2 s 2 c2 (11.29)
11.3.5 – Exemplo 3
Um cabo uniforme, pesando 50N/m está suspenso por dois suportes A e B como
mostra a Fig. (11.20). Para essa estrutura, determine os valores máximo e mínimo da
tração no cabo e o comprimento do cabo.
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 229
150 m
A B
30 m
C
Figura 11.20 Estrutura a ser analisada.
B
A
c
x
75 30 75
30 c c cosh 1 cosh
c c c
A expressão acima é do tipo não linear. Assim, o termo c deve ser determinado
por meio de um processo iterativo. Atualmente, as calculadoras científicas possuem
esquemas de solução que permite a fácil resolução dessa equação. Para a equação
considerada esse termo é igual a:
c 98, 4
Dessa forma:
yB 30 c 128, 4m
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 230
Capítulo 11 – Cabos______________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 231
12.1 – Introdução
Assume-se ainda que essa barra seja seccionada por um plano α, ortogonal ao
seu eixo, dividindo-a em duas porções. Como a barra está em equilíbrio, cada elemento
isolado da barra seccionada deverá estar também em equilíbrio. Portanto, no plano
surgirá o esforço normal N, o qual restaura o equilíbrio originalmente observado, como
mostrado na Fig. (12.2).
Deve-se ressaltar que o esforço normal N será resistido pelo material que
compõe a barra (terceira lei de Newton). Assim, as partículas do material, localizadas na
seção transversal da barra, deverão reagir mecanicamente para equilibrar o esforço
normal atuante. Portanto, a somatória das reações de cada uma dessas partículas,
presentes na seção transversal da barra, deverá ser igual a N. Assumindo, por
simplificação, que o esforço N seja igualmente resistido por todas as partículas da seção
transversal, como mostra a Fig. (12.3), pode-se definir a grandeza tensão normal média,
m , que será associada à integridade da barra e consequentemente ao seu equilíbrio.
12.2.1 – Exemplo 1
Este problema pode ser resolvido aplicando-se o método dos nós. Deve-se
aplicar as equações de equilíbrio de ponto material sobre o nó onde a força de 10 kN é
aplicada. O diagrama de corpo livre deste nó é mostrado na Fig. (12.5). Sabendo que
F1 ß
10 KN
Figura 12.5 Diagrama de corpo livre.
Assim, as tensões normais médias, nas duas barras que compõem a treliça,
podem ser calculadas empregando a Eq.(12.1). Portanto:
13,333
m1 1,333 kN 2
10 cm
16, 667
m2 1,111 kN 2
15 cm
Deve-se ressaltar que o sinal negativo observado na tensão da barra 1 indica que
a mesma está submetida a uma tensão de compressão. Deve-se também chamar a
atenção do leitor para o fato de que, apesar da barra 2 estar solicitada por um esforço
normal de maior intensidade, esta apresenta tensão normal menor. Assim, desprezando
os efeitos de flambagem, essa barra romperia após a falha da barra 1.
médias provocadas pelo esforço cortante são denominadas tensões cisalhantes médias
ou tensões de cisalhamento médias.
Para compreender a atuação das tensões de cisalhamento, deve-se considerar o
corpo apresentado na Fig. (12.6), o qual consiste de duas chapas conectadas em seus
extremos, sendo solicitadas por duas forças de intensidade F, que atuam no sentido de
provocar o corte (separação) das chapas. Assume-se que este corpo esteja em equilíbrio
estático sob a atuação dessas ações externas.
O esforço cortante deverá ser resistido pelas partículas do material que compõem
a região onde este esforço atua. Portanto, a somatória das reações mecânicas de cada
uma das partículas que contribuem para a resistência do material deverá ser igual ao
esforço cortante para que o equilíbrio seja satisfeito. Assumindo que todas as partículas
da área de atuação do esforço cortante contribuam uniformemente para a resistência do
material, como mostra a Fig. (12.7), pode-se definir a grandeza tensão de cisalhamento
relação mostrada na Eq.(12.2). Com base nessa equação, constata-se que, assim como
para m , a unidade de medida da tensão cisalhante é força/área.
V
m (12.2)
A
Embora de simples determinação, deve-se enfatizar que a utilização das
Eq.(12.1) e Eq.(12.2) pode conduzir a aproximações grosseiras nos valores das tensões
avaliadas em problemas práticos. Isso se deve ao fato de, em muitos problemas de
engenharia, as tensões não serem uniformemente distribuídas sobre a área analisada.
Destacam-se as porções materiais próximas ao contorno do corpo, onde vinculações e
carregamentos são aplicados. Menciona-se também problemas onde concentradores de
tensão estão presentes, como o caso de chapas furadas de ligações por exemplo. Tais
problemas requerem a adoção adequada de coeficientes de segurança. Além disso, na
grande maioria das estruturas, as tensões normal e cisalhante atuam conjuntamente.
12.3.1 – Exemplo 2
Na Fig. (12.8) é apresentado um sistema estrutural que suporta uma força igual a
600 kN. Essa força é resistida por um pino de diâmetro igual a 0,25 m. Com base nesse
sistema, determine a tensão de cisalhamento média que atua sobre o pino.
Assim:
F F
Tm
A A
cos
V Fsen F
m m m sen cos (12.4)
A A A
cos
Eq.(12.3) e Eq.(12.4), constata-se que a tensão normal tem seu valor máximo para a
inclinação igual a zero e a tensão de cisalhamento tem seu valor máximo para a
inclinação de 45º.
Além disso, no plano onde a tensão normal é máxima a tensão de cisalhamento é
nula. E o plano onde a tensão de cisalhamento é máxima está rotacionado em 45º com
relação ao plano em que a tensão normal é máxima. Essas conclusões serão discutidas
em mais detalhes no capítulo 23.
12.4.1 – Exemplo 3
Assim:
_
3 _
F 0 Fx 600 0 Fx 360 N
x
5
_
4 _
Fy 0 Fy 600 5 0 Fy 480 N
Portanto, na interface que contém a área A2 , a tensão normal média é dada por:
480
m 160 N
2 1, 5 cm 2
Quando uma ação externa é aplicada a um corpo deformável, este tende a alterar
sua forma inicial. A mudança de forma deste corpo, a qual é provocada pela variação
dos deslocamentos dos pontos que o compõe, como mostra a Fig. (12.13), é denominada
deformação. As deformações são observadas experimentalmente podendo ser de grande
magnitude, como em elásticos, ou mesmo imperceptíveis como nas edificações.
dl dl dl
dl
(12.5)
dl dl
12.5.1 – Exemplo 4
A distorção é dada pela variação angular das arestas do elemento após a atuação
dos carregamentos externos, Eq.(12.6). Como o elemento considerado deforma-se
angularmente ao longo de suas arestas AD e AB, a deformação será composta por
duas variações angulares. Assim:
2 3
Arctg Arctg 1,1416 x 102 rad
300 400
4002 32 400
AD AD 2,812 x 105
400
Finalmente, a deformação normal ao longo da diagonal DB poderá também ser
calculada utilizando a Eq.(12.5). Assim:
300 3 400 2
2 2
3002 4002
DB DB 6, 797 x 103
300 400
2 2
uma tensão de cisalhamento que atua em um plano cujo vetor normal está orientado ao
longo do eixo x. Além disso, esta tensão está orientada ao longo do eixo y.
As tensões são consideradas positivas quando o sinal de seus dois índices forem
ambos positivos ou negativos. Assim, se o vetor normal ao plano onde a tensão
considerada atua estiver orientado no sentido positivo de um eixo coordenado e, além
disso, a tensão estiver também orientada ao longo do sentido positivo do outro eixo
coordenado, a tensão será positiva. A tensão será também positiva se o vetor normal ao
plano considerado e a tensão estiverem ambos orientados ao longo do sentido negativo
dos referidos eixos coordenados. Para casos contrários aos descritos neste parágrafo, a
tensão será negativa. Como exemplo, todas as tensões ilustradas na Fig. (12.20) são
positivas.
Ao longo de cada uma das faces do elemento infinitesimal que representa o
ponto em análise atuam três tensões. Assim, existem dezoito componentes de tensão que
definem o estado de tensão no ponto. Porém, na ausência de forças de corpo (como o
peso próprio, por exemplo), essas componentes devem estar relacionadas entre si para
que a condição de equilíbrio seja verificada. Para mostrar a relação entre as
componentes de tensão, deve-se aplicar o princípio da superposição dos efeitos, o qual
foi discutido no capítulo 1. Assim, o estado de tensão mostrado na Fig. (12.20) será
decomposto em dois: no primeiro, apenas tensões normais atuam e no segundo deles
apenas tensões de cisalhamento estarão presentes. Para mostrar a relação existente entre
as tensões normais, deve-se considerar o primeiro caso, onde apenas tensões normais
estão presentes no ponto em análise. Nessa situação, o estado de tensão mostrado na
Fig. (12.20) pode ser modificado para o apresentado na Fig. (12.21). Para que esse
Portanto, das seis tensões normais atuantes no ponto em análise, verifica-se que
conhecendo-se apenas três delas é possível definir o estado de tensão normal do ponto.
Para a análise da dependência entre as tensões de cisalhamento, o princípio da
superposição dos efeitos será novamente aplicado. Assim, as tensões de cisalhamento
atuantes nos planos xy, xz e yz serão consideradas separadamente. Os elementos
infinitesimais contendo as tensões de cisalhamento nos planos mencionados estão
apresentados na Fig. (12.22). Considerando o primeiro elemento desta figura, o
equilíbrio de forças ao longo do eixo x conduz a:
12.6.1 – Exemplo 5
inicial (ver item 12.8). Assumindo que o deslocamento do corpo apresentado na Fig.
(12.23) tenha ocorrido na direção x, sua deformação normal pode ser calculada como:
dl dl dl dl dx
x x x (12.18)
dl dl dx
De forma análoga, pode-se definir as componentes da deformação normal
atuantes ao longo das direções y e z como:
dy dz
y z (12.19)
dy dz
Com relação às distorções, estas são determinadas com base na variação do
ângulo de duas arestas que compõem o elemento de dimensões infinitesimais
representativo do ponto antes e depois da deformação (ver item 12.5). Considerando que
as arestas estejam inicialmente perpendiculares, como mostrado na Fig. (12.24), a
distorção, , é definida como:
(12.20)
2
13.1 – Introdução
F
(13.1)
A0
Da mesma forma, a deformação específica nominal ou de engenharia é obtida
diretamente do extensômetro elétrico, ou por meio da divisão da variação no
comprimento nominal do corpo de prova, δ, por seu comprimento nominal original, L0 .
Assim:
(13.2)
L0
regime elástico. Porém, nesse trecho a curva tende a se arquear não sendo mais linear.
Deve-se mencionar que lp é de difícil determinação experimental, sendo, portanto,
muitas vezes, inferido como uma porcentagem de E . Deseja-se que as estruturas sejam
dimensionadas para atuarem nesta região. Assim, as deformações presentes serão
elásticas, ou seja, recuperáveis e não permanentes. Para aços de utilização corrente, a
tensão de escoamento varia no intervalo de 250 MPa a 600 MPa.
seja, . Portanto, o diagrama tem esse nome, por utilizar os valores verdadeiros,
LR
ou reais, das grandezas e .
Existem outros materiais que apresentam diagramas diferentes do
mostrado na Fig. (13.1). Como exemplo, citam-se os materiais dúcteis (como alguns
tipos de aços) e tipos de borracha (comportamento elástico não linear). Esses diagramas
característicos são mostrados na Fig. (13.2).
Com base nas representações mostradas nas Fig. (13.1) e Fig.(13.2), verifica-se
que de acordo com o material tem-se um diagrama característico. Na verdade,
material pode ser considerado como elástico linear. Depois desse ponto, deformações
permanentes surgirão no material em decorrência do processo de propagação de
fissuras. Depois do ponto uc , tem-se uma região denominada amolecimento (softening)
onde as deformações aumentam mesmo reduzindo-se a carga aplicada (na verdade nesse
trecho as fissuras representam uma considerável parcela da seção transversal. Assim, a
seção diminui nesse trecho. Tem-se uma equivalência com a região 4 do diagrama do
aço).
Quando um corpo deformável é submetido a uma força axial trativa, ele não
apenas será alongado longitudinalmente, mas também contraído transversalmente. Para
compreender este fenômeno, deve-se, inicialmente, considerar um material facilmente
deformável. Constata-se que estirando-o, sua seção transversal contrairá, como mostra a
Fig. (13.4). Analogamente, se o mesmo corpo for comprimido axialmente, sua seção
transversal será estendida.
Com base nas ilustrações apresentadas na Fig. (13.4), verifica-se que, quando a
barra é estirada, ela aumenta seu comprimento de um valor e sua seção transversal é
contraída de um valor . O mesmo ocorre para a barra comprimida, porém seu
comprimento é reduzido em e sua seção transversal é aumentada em .
Assim, as deformações normais longitudinal (direção axial) e transversal
(direção transversal) podem ser expressas por:
long e transv (13.3)
L r
Por volta dos anos de 1800, o pesquisador francês Poisson constatou que quando
o material é solicitado no domínio elástico (região 1) a relação entre essas deformações
é uma constante, uma vez que as elongações e são proporcionais. Isso ocorre
porque nessa região as tensões e deformações são linearmente dependentes. Essa
constante, conhecida como coeficiente de Poisson ( ), possui um valor numérico único
para um material homogêneo e isótropo. Matematicamente, esse coeficiente pode ser
assim definido:
transv
(13.4)
long
O sinal negativo é utilizado tendo em vista que uma elongação longitudinal
(deformação específica positiva) gera uma contração transversal (deformação específica
negativa) e vice-versa. Para os aços de utilização corrente em engenharia, o valor do
coeficiente de Poisson é igual a 0,33 (1/3), enquanto para os concretos, este valor
depende da proporção entre os agregados estando, normalmente, dentro do intervalo
0,15 a 0,20.
E (13.5)
Na Eq.(13.5), a variável E representa a constante de proporcionalidade entre e
, sendo conhecida como Módulo de Elasticidade Longitudinal ou Módulo de Young
(após Thomas Young ter publicado alguns estudos sobre ele em 1807). Deve-se ressaltar
que a Eq.(13.5) representa realisticamente o comportamento mecânico do material
apenas na parte inicial da curva , ou seja, até o limite de proporcionalidade. Além
disso, deve-se perceber que o parâmetro E está associado à inclinação da reta nessa
região. Assim:
p
E (13.6)
p
onde p indica proporcionalidade.
O módulo de elasticidade longitudinal é uma propriedade mecânica de cada
material. Para os aços de utilização corrente, seu valor é igual a Eaço=200 GPa. Já para
os concretos, esse valor é da ordem de Econc=25 GPa, uma vez que este valor depende da
dosagem utilizada.
Essa relação será de grande utilidade na resolução dos problemas que serão
discutidos neste texto.
13.6 – Exemplo 1
de Hooke. Portanto:
336,1
E 70020 MPa 70GPa
0, 0048
A contração no diâmetro da barra, devido à tração atuante, pode ser calculada
utilizando o coeficiente de Poisson. Para esse material, pode ser determinado por
meio da Eq.(13.8). Assim:
E 70
G 26 0,346
2 1 2 1
Eq.(13.4) tem-se:
trans trans
0,346 trans 0, 00166
long 0, 0048
A partir dos conceitos apresentados nos capítulos 12 e 13, onde tensões médias,
deformações médias e a lei de Hooke foram tratadas, pode-se formular um problema
envolvendo a análise mecânica de estruturas onde a determinação dos deslocamentos de
barras axialmente carregadas seja o foco. A determinação dos deslocamentos nessas
estruturas permite uma interessante aplicação estrutural, a qual está relacionada à
determinação de esforços solicitantes em estruturas hiperestáticas compostas por
elementos de barras simples.
Para formular o problema em questão, deve-se considerar a barra simples
mostrada na Fig. (14.1), a qual é solicitada por um carregamento distribuído paralelo ao
seu eixo, cuja intensidade seja igual a p x .
lei de Hooke pode ser reescrita utilizando estas considerações da seguinte maneira:
N x d N x
E d dx (14.1)
A dx EA
Portanto, o deslocamento axial relativo entre as extremidades consideradas da
barra pode ser obtido integrando a Eq.(14.1) ao longo do comprimento considerado da
barra. Assim:
L
N x
dx (14.2)
0
EA
Por outro lado, em outras tantas aplicações de engenharia, como nas estruturas
de treliça (planas ou tridimensionais), tanto o esforço normal quanto a área da seção
transversal não apresentam variação em relação ao comprimento do elemento. Portanto,
essas grandezas são constantes em relação ao comprimento do elemento, facilitando
sobremaneira a avaliação da Eq.(14.2). Nessas condições, a Eq.(14.2) transforma-se em
uma somatória, uma vez que envolve apenas termos constantes ao longo do
comprimento da barra. Assim, para essas estruturas tem-se:
NL
(14.3)
AE
14.1.1 – Exemplo 1
Sabendo que a seção transversal da barra é circular maciça, sua área pode ser
determinada por meio da seguinte equação:
A 6 103 1,131104 m2
2
18 2
ABA 4,5471 103 m
70 10 1,131104
6
14.1.2 – Exemplo 2
Como o diâmetro da barra é igual a 5,0 mm, a área da seção transversal pode ser
determinada da seguinte forma:
A 2,52 A 19,63mm2 A 19,63 106 m2
Sabendo que o contato entre o ponto C e o apoio existe, o diagrama de corpo
livre do sistema pode ser construído, o qual é apresentado na Fig. (14.6). Deve-se
enfatizar que os sentidos das reações FA e FC foram arbitrados, sendo seu sentido
correto verificado ao final da resolução, com base no sinal algébrico obtido para cada
uma dessas forças.
Com base no diagrama de corpo livre mostrado na Fig. (14.6) a seguinte equação
de equilíbrio pode ser escrita:
F x 0 FA 20 FC 0 FA FC 20 (14.4)
1 1 FA 20 FA 16,60
1,0188 104 2,0377 104 F 3 kN
C 110 FC 3, 40
Como o sinal das reações de apoio determinadas por meio do sistema de
equações anterior resultou positivo, isso indica que os sentidos inicialmente arbitrados
estão corretos.
14.1.3 – Exemplo 3
de intensidade igual a 9,0 kN, a qual atua no sentido de comprimir a coluna. Despreze os
efeitos de concentração de tensão. A seção transversal da estrutura é circular sendo que
o material 1 está posicionado no núcleo da coluna, como indicado na Fig. (14.7).
Com base na estrutura a ser analisada, e na disposição dos materiais 1 e 2,
obtém-se o diagrama de corpo livre mostrado na Fig. (14.8). Considerando as reações
ilustradas nesta figura, a seguinte equação de equilíbrio pode ser escrita:
F y 0 F1 F2 9 0 F1 F2 9 (14.6)
materiais, uma vez que o comprimento dos materiais é igual. Assim, a condição de
compatibilidade do problema prevê que o deslocamento no ponto B, para os materiais 1
e 2, seja igual. Portanto:
B1 B2
F1 1,50 F2 1,50
F1 0, 7333F2 0 (14.7)
22 10 0, 01 10 10 0, 02 2 0, 012
3 2 3
1 1 F1 9 F1 3,80768
1 0,7333 F 0 F 5,19232 kN
2 2
Com base nas reações normais determinadas acima, pode-se avaliar a tensão
normal média atuante em cada material. Para isso, deve-se aplicar a Eq.(12.1). Assim:
3,80768
m1 m1 12120, 2218 kN
0, 012 m2
5,19232
m2 m 2 5509, 2226 kN
0, 022 0, 012 m2
esses deslocamentos, uma vez que neste ponto o deslocamento horizontal é nulo devido
à presença do apoio fixo. Assim, essa condição é expressa por: ' 0 . Deve-se
ressaltar que é expresso em função dos carregamentos externos, enquanto ’ depende
da intensidade da reação P. Portanto, determina-se o valor de P necessário para que o
deslocamento desse ponto seja nulo. Deve-se enfatizar que este método permite a
análise de estruturas submetidas a condições de contorno complexas. Portanto, possui
uso geral na análise de estruturas.
14.2.1 – Exemplo 4
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura e as condições de contorno apresentados na
Fig. (14.12). Assim, o objetivo deste problema é a obtenção do deslocamento axial do
ponto B. Para isso, deve-se determinar o diagrama de esforço normal da barra.
Efetuando o equilíbrio, facilmente determina-se este diagrama, o qual está apresentado
na Fig. (14.13).
Problema 1
No problema 1, deve-se utilizar a estrutura isostática equivalente, sendo a reação
de apoio hiperestática atuante sobre o ponto B, considerada como uma ação externa
aplicada. Esse problema está apresentado na Fig. (14.14).
Assim:
FB 0, 250 FB 0,50 FB 0, 250
1
10110 25 10
3 2
200 10 10 10
3 2
101106 25 103
6 6 2
Com base no resultado obtido para o valor da reação FB , sinal positivo, verifica-
se que o sentido arbitrado para esta força no problema 1 é o verdadeiro. Portanto, com o
conhecimento da intensidade, direção e sentido de FB , pode-se facilmente efetuar o
equilíbrio de corpo rígido da estrutura analisada, uma vez que esta torna-se isostática.
Efetuando este procedimento, obtém-se o diagrama de corpo livre apresentado na Fig.
(14.16).
42,11
m DC 134, 40 MPa
10 10
3 2
157,89
m BC 80, 41 MPa
25 10 3
2
157,89 0, 25
CB CB 1,99 104 m encurta
101 10 25 10
6
3 2
14.2.2 – Exemplo 5
Assim, uma dessas reações deverá ser determinada por meio de uma equação de
compatibilidade escrita em termos de deslocamento. Este exemplo será resolvido
aplicando-se o princípio da superposição dos efeitos/método das forças.
Problema 0
O problema zero será composto pela estrutura isostática equivalente e o
carregamento externo atuante. Nesse exemplo, a estrutura isostática equivalente
considerada é a apresentada na Fig. (14.18), a qual conduz ao diagrama de corpo livre
apresentado nesta mesma figura.
F 0 x H 0
M 0 N 1, 0 3, 0 3, 0 1, 5 0
A 1 N1 13, 5kN
F 0 13, 5 V 3, 0 3, 0 0
y V 4,5 kN
Assim:
1m 10
3m 20
13,5 40,5
20 310 20 3 20
EA EA
Assim, pode-se escrever que:
40,5
20 B0
EA
Portanto, o deslocamento do ponto onde a vinculação hiperestática foi removida
é vertical para baixo, conforme indica a seta à direita do valor de 20 .
Problema 1
O problema 1 envolve a aplicação da reação hiperestática desprezada no
problema 0 sobre a estrutura isostática equivalente. Assim, nesse problema, a estrutura a
ser considerada é a apresentada na Fig. (14.20).
F 0 x H 0
M 0 N 1, 0 N 3, 0 0
A 1 2 N1 3, 0 N 2
F 0 N V N 0
y 1 2 V 2, 0 N 2
para baixo, enquanto que o sinal positivo associado ao valor do deslocamento indica um
alongamento da barra analisada. Já o deslocamento do ponto B pode ser determinado
considerando o fato de que a barra horizontal é rígida. Assim, nesse ponto, o
deslocamento é calculado utilizando-se a semelhança dos triângulos mostrada na Fig.
(14.21).
1m 11
_
3m 1
B
_ _ _
3N 2 9N2
B1 311 B1 3 B1
EA EA
_
A seta à direita do valor de B1 mostra que o deslocamento do ponto analisado
ocorre na vertical para baixo. O sinal positivo associado ao valor do deslocamento
indica um alongamento da barra considerada. Devido à atuação do esforço N2 , a barra
vertical de comprimento igual a 3,0 m tem seu comprimento encurtado, uma vez que
este esforço foi arbitrado como compressivo. Assim, este encurtamento é dado por:
_
N2 3 _
N2
BB BB
3EA EA
Como esta barra está fixada em sua extremidade inferior à barra rígida e
solicitada por uma força concentrada compressiva em sua extremidade superior,
observa-se que a barra sofrerá um encurtamento. Tal comportamento se reflete no sinal
_
negativo obtido para o deslocamento BB . No entanto, o deslocamento observado da
extremidade livre da barra é vertical para baixo, o qual é representado pela seta
posicionada do lado direto do valor do deslocamento calculado.
Portanto, o deslocamento do ponto onde a vinculação hiperestática foi removida
pode ser determinado, para o problema 1, somando-se vetorialmente os deslocamentos
_ _
e BB . Como ambos os deslocamentos estão orientados no mesmo sentido, vertical
1
B
Portanto:
40,5 10 N2
0 N2 4,05 kN
EA EA
Com base no resultado obtido, verifica-se que o sentido arbitrado para o esforço
N2 no problema 1 está incorreto. Seu sentido correto é trativo e não compressivo como
assumido inicialmente.
Assim, com base no valor de N2 determinado anteriormente, pode-se calcular o
valor do esforço normal atuante sobre o outro elemento de barra simples presente na
estrutura. Para tal fim, deve-se efetuar o equilíbrio de corpo rígido do sistema mostrado
na Fig. (14.22). Assim:
F 0 x H 0
M 0 N 1, 0 3, 0 3, 0 1,5 4, 05 3, 0 0
A 1 N1 1,35kN
F 0 1,35 V 3, 0 3, 0 4, 05 0
y V 3, 6 kN
Assim, as tensões normais médias nos elementos de barra simples são dadas por:
N1 1,35 kN
m1 m1 m1 1,35 2
A 1, 0 cm
N 4, 05 kN
m2 2 m2 m 2 4, 05 2
A 1, 0 cm
14.2.3 – Exemplo 6
Problema 0
O problema 0 é composto pela estrutura isostática equivalente e por todos os
carregamentos externos aplicados. Para a estrutura em questão, este problema é
composto pelo sistema apresentado na Fig. (14.24). Assim, são removidas as
vinculações associadas aos elementos de barra simples central e direito.
F 0
x H 0
M 0 N 1, 0 1, 0 3, 0 0
A 1 N1 3, 0 kN
F 0 3, 0 V 1, 0 0
y V 2, 0 kN
10 3 9L
10 3 N 10
N 1 EA
20 4 12 L
20 4 N 20
N 1 EA
Os deslocamentos determinados anteriormente são verticais para baixo, em
decorrência do alongamento observado na barra simples posicionada à esquerda da
estrutura. Indica-se xy como o deslocamento no ponto x do problema y. Tal
Problema 1
No problema 1, deve-se calcular os deslocamentos nos pontos onde as
vinculações hiperestáticas foram removidas, considerando a estrutura isostática
equivalente e a aplicação de uma das reações hiperestáticas removidas. Para o problema
1, o sistema considerado está apresentado na Fig. (14.26), onde arbitra-se o sentido
trativo para N1 . Aplicando as equações de equilíbrio de corpo rígido ao sistema
estrutura/carregamentos mostrado na Fig. (14.26) obtêm-se:
F 0x H 0
M 0 N 1, 0 N 3, 0 0
A 1 2 N1 3N 2
F 0 N V N 0
y 1 2 V 2 N 2
21 4 12 N2 L
21 4 N 21
N 11
1
EA
Devido ao alongamento da barra simples posicionada à esquerda da estrutura,
constata-se que o deslocamento 21 é vertical para baixo.
Problema 2
No problema 2, a estrutura a ser analisada é a apresentada na Fig. (14.28). Trata-
se da estrutura isostática equivalente sendo o carregamento externo composto pela
reação N3 , a qual corresponde à vinculação removida da barra posicionada no extremo
direito da estrutura. Aplicando as equações de equilíbrio de corpo rígido a este sistema
obtêm-se:
F 0 x H 0
M 0 N 1, 0 N 4, 0 0
A 1 3 N1 4 N3
F 0 N V N 0
y 1 3 V 3N3
4 N3 L
N 1
EA
O sinal positivo obtido para N1 indica um alongamento para a barra
calculados:
10 11 12 0
20 21 22 0
12 L 12 N 2 L 65 N 3 L
0
EA EA 4 EA
N2 0, 216
kN
N3 0,578
O sinal negativo obtido na resposta de N2 e N3 indica que o sentido arbitrado
na resolução dos problemas 1 e 2 não estão corretos. Assim, nas barras analisadas, os
esforços são trativos e não compressivos.
Para a determinação do esforço normal na barra simples localizada a esquerda da
estrutura, pode-se utilizar o seguinte diagrama de corpo livre:
F 0
x H 0
M 0 N 1, 0 0, 216 3 0,578 4 1, 0 3 0
A 1 N1 0, 04 kN
F 0 0, 04 0, 216 0,578 1, 0 V 0
y V 0,166 kN
Assim, conclui-se que a barra simples que possui o maior esforço solicitante
normal é a posicionada no extremo direito da estrutura. O autor deixa uma pergunta, a
qual deve ser refletida pelo leitor: existe alguma relação entre o fato desta barra possuir
a maior relação EA e o maior esforço normal?
14.2.4 – Exemplo 7
Problema 0
O problema 0 é composto pela estrutura isostática equivalente e pelo
carregamento externo atuante. Para a estrutura em análise, o sistema estrutural a ser a
0,8 0,8
F y 0 RA
1, 0
RC
1, 0
10 0 RA RC 6, 25 kN
AD 3,125 105
0 0 0 3,9063 105 m
sen 0,8
Problema 1
No problema 1, deve-se determinar o deslocamento vertical do nó B
considerando como ação externa aplicada a reação da vinculação removida para
transformar a estrutura hiperestática em uma isostática equivalente. Para o problema 1,
o sistema estrutural considerado está apresentado na Fig. (14.34). Nesta figura é
também apresentado seu diagrama de corpo livre.
Aplicando as equações de equilíbrio de corpo rígido ao sistema
estrutura/carregamentos mostrado na Fig. (14.34) obtêm-se:
0, 6 0, 6
F x 0 RA
1, 0
RC
1, 0
0 RA RC
0,8 0,8
F y 0 RA
1, 0
RC
1, 0
RB 0 RA RC 0, 625RB
apenas que o sentido assumido para esta reação no problema 1 não é o verdadeiro. O
sentido correto é contrário ao assumido no problema 1. Com base nesta resposta, pode-
0,8 0,8
F y 0 RA
1, 0
RC
1, 0
4,9408 10 0 RA RC 3,162 kN
L
T T x dx (14.8)
0
14.3.1 – Exemplo 8
14.3.2 – Exemplo 9
Será analisada, neste item, a estrutura mostrada na Fig. (14.40). Trata-se de uma
estrutura formada por três colunas, as quais são compostas por dois materiais diferentes,
onde, em seu topo, tem-se uma barra rígida sobre a qual atua um carregamento
uniformemente distribuído. Sabendo que as seções transversais das colunas são
circulares maciças com diâmetros iguais a D1 40mm e D2 60mm , e que as
assim explicitada:
F1L FL
1 T L 2 T L 2
EA EA
F2 0, 250
23 106 60 0, 250
70 106 30 103
2
2 1 F1 90 F1 14,58
1 1, 2697 F 165,879 kN
2 F2 119,16
Assim, com base no resultado obtido para as reações F1 e F2 , verifica-se que as
colunas compostas por material 1 estão tracionadas enquanto a coluna central está
comprimida. Devido à compatibilidade de deslocamento imposta e também ao
comprimento das colunas, constata-se também que a deformação normal nas colunas, a
qual possui componentes mecânica e térmica, é igual.
14.3.3 – Exemplo 10
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura isostática equivalente e as ações externas
aplicadas. Para o problema em estudo, as ações externas são compostas pela força F e
pela variação de temperatura. A estrutura a ser considerada no problema 0 é a
apresentada na Fig. (14.43). Assim, o objetivo deste problema envolve a determinação
do deslocamento axial do ponto C, ou seja, do ponto onde a vinculação externa foi
removida. Esse deslocamento é composto pela parcela correspondente à ação da força
F, calculada pela Eq.(14.3), e pelo efeito da temperatura, determinada pela Eq.(14.9).
Para a utilização da Eq.(14.3), deve-se construir o diagrama de esforço normal da
para a direita. Já a contribuição térmica pode ser levada em consideração por meio da
Eq.(14.9). Portanto:
CT 10 10 6 1 30 5 10 6 0, 5 30 CT 3, 75 10 4 m
Problema 1
Para a solução do problema 1, deve-se utilizar a estrutura isostática equivalente,
sendo a reação de apoio hiperestática atuante sobre o ponto C, considerada como uma
ação externa aplicada. Assim, a estrutura a ser considerada no problema 1 é a indicada
na Fig. (14.45).
14.3.4 – Exemplo 11
Problema 0
O problema 0 contempla a estrutura isostática equivalente e todas as ações
externas aplicadas, conforme anteriormente apresentado neste capítulo. No problema
em questão, as ações externas são compostas por forças concentradas e distribuídas
atuantes nos elementos que compõem a estrutura e também por um aumento de
temperatura atuante nos elementos de barra simples. Para transformar a estrutura
hiperestática em uma estrutura isostática equivalente, foi removida a vinculação do nó
E. Assim, a estrutura a ser considerada no problema 0 é a apresentada na Fig. (14.48).
M A
0 1 2 4 2 3 2 1 3 4 2 1 2 2 2 R0 0 R0 14 kN
F y
0 14 1 2 RB 0 RB 12 kN
B 2
D 4
D 2 B D 1, 2026 103 m
Destaca-se que o deslocamento ET é vertical para cima, uma vez que este
decorre de uma expansão térmica. A orientação desse deslocamento decorre da
vinculação da barra, a qual está conectada em seu extremo inferior à barra rígida. Já o
deslocamento da barra DE devido à da ação da força distribuída é determinado
utilizando-se seu diagrama de esforço normal. O diagrama de corpo livre da barra DE é
apresentado na Fig. (14.52). Impondo sobre as ações apresentadas nessa figura o
equilíbrio de forças verticais obtém-se:
F y
0 1 2 RD 0 RD 2 kN
Deve-se enfatizar que os deslocamentos ET e EF receberam sinal negativo por terem
Problema 1
No problema 1, deve-se utilizar a estrutura isostática equivalente, sendo a reação
de apoio hiperestática atuante sobre o ponto E, a qual foi removida para a obtenção da
estrutura isostática equivalente, considerada como uma ação externa aplicada. Essa
estrutura está apresentada na Fig. (14.54). Nesse problema, objetiva-se a determinação
do deslocamento vertical no ponto E.
Impondo o equilíbrio de momentos em relação ao ponto A, na estrutura
apresentada na Fig. (14.54), obtém-se o valor da reação R1 , no apoio localizado sobre o
nó C. Assim:
M A
0 F 4 R1 2 0 R1 2F
B 2
D 4
D 2 B D 4 107 F
O deslocamento determinado anteriormente para o nó D é vertical para cima.
Deve-se destacar que o ponto E desloca-se também em função do alongamento da barra
DE, a qual está solicitada pela ação da força externa F. Com base na ilustração
apresentada na Fig. (14.54), constata-se facilmente que o diagrama de esforço normal da
barra DE é o apresentado na Fig. (14.57).
M A
0 1 2 4 2 3 2 1 3 4 2 1 2 2 4 1205 R1 2 0
R1 2396 kN
F y
0 2 2 3 4 1 2 1 2 1205 2396 R2 0 R2 1207 kN
F y 0 A q x x A 0
q x
q x x A 0
x A
sendo A a área da seção transversal da barra.
Para que o elemento de pequenas dimensões considerado anteriormente torne-se
uma seção transversal, deve-se impor o limite de x 0 . Nessa situação tem-se:
q x d q x
lim (14.12)
x 0 x
A dx A
A compatibilidade do campo de deslocamentos deve ser utilizada para a
associação entre deslocamentos e deformações. Com base na ilustração apresentada na
Fig. (14.60), a qual ilustra uma barra deformada pela ação de um carregamento axial,
tem-se:
u x x u x u x u
14.4.1 – Exemplo 12
Integrando novamente:
qx qx2
L u ' dx L EA 1
C dx u
2EA
C1 x C2
q 0
2
u 0 C1 0 C2 0 C2 0
2EA
Utilizando a segunda condição de contorno obtém-se:
u' L 0 L u ' L 0
E
qx qL qL
u' C1 u ' L C1 0 C1
EA EA EA
Portanto, a equação que representa os deslocamentos axiais do problema assume
a seguinte forma:
qx 2 qL
u x x
2 EA EA
N x qL qx qx2 qLx
u dx u dx u C1
L
EA L
EA 2EA EA
q 0 qL0
2
u 0 C1 0 C1 0
2EA EA
Portanto:
qx 2 qLx
u
2 EA EA
A resposta obtida coincide com o resultado anteriormente apresentado,
mostrando que as duas abordagens são equivalentes. Com base na equação que governa
os deslocamentos axiais, as deformações normais e as tensões normais são
representadas pelas seguintes expressões:
qx qL
u'
EA EA
qx qL
E
A A
As respostas obtidas pelas abordagens aplicadas são iguais, o que indica a
equivalência entre elas.
14.4.2 – Exemplo 13
q x q x
''
uAB ''
uBC
EAAB EABC
Iniciando a análise pela barra AB tem-se:
q x q qx
u dx dx uAB C1
'' '' '
uAB AB
EAAB L L
EAAB EAAB
Integrando novamente obtém-se:
qx qx2
L AB L EAAB 1
C1 x C2
'
u dx C dx u AB
2EAAB
As condições de contorno para o trecho AB, são as seguintes:
qL1 F
u AB 0 0 ; AB 0
AAB
Utilizando a primeira condição de contorno apresentada obtém-se:
q 0
2
u AB 0 0 u AB 0 C1 0 C2 0 C2 0
2 EAAB
Já a segunda condição de contorno resulta em:
qL1 F q0
'
u AB em x=0 tem-se AB 0 E C1 E
E AAB EAAB
qL1 F
C1
EAAB
Portanto, para o trecho AB tem-se:
qx2 qL F
u AB x 1 x
2EAAB EAAB
q x
u dx 0dx uBC C3
'' '' '
uBC BC
EABC L L
u
'
BC dx C3 dx uBC C3 x C4
L L
BC F
'
uBC x C3 C3
E EABC
Assim:
u AB L1 uBC 0
2
qxAB qL F F
1 xAB xBC C4
2 EAAB EAAB EABC
q L1 qL1 F q L1 qL1 F
2 2
F
L1 0 C4 C4 L1
2 EAAB EAAB EABC 2 EAAB EAAB
Dessa forma, as expressões para os deslocamentos da estrutura são as seguintes:
qx2 qL F
uAB x 1 x para 0 x L1
2EAAB EAAB
q L1 qL1 F
2
F
uBC x x L1 para L1 x L1 L2
EABC 2 EAAB EAAB
Os resultados obtidos podem ser comparados às respostas determinadas por
meio da abordagem estática, a qual foi aplicada anteriormente neste capítulo. Tal
abordagem requer a determinação do diagrama de esforço normal da estrutura. Impondo
as condições de equilíbrio de corpo rígido a barra analisada, obtém-se seu diagrama de
esforço normal, o qual é representado na Fig. (14.64).
Figura 14.64 Diagrama de corpo livre e Diagrama de esforço normal na barra analisada.
Assim:
qL1 F 0 q 0
2
u AB 0 0 u AB C1 0 C1 0
EAAB 2 EAAB
Portanto, o deslocamento axial do trecho AB fica assim determinado:
uAB
qL1 F x qx2
EAAB 2EAAB
Deve-se ressaltar que a resposta obtida coincide com o resultado apresentado
pela abordagem diferencial. Isso demonstra que estas metodologias são equivalentes.
Já para o treco BC tem-se:
N x F Fx
u dx uBC dx uBC C2
L
EA L
EABC EABC
qL1 F L1 q L1 qL1 F L1 q L1
2 2
F0
C2 C2
EAAB 2 EAAB EABC EAAB 2 EAAB
Dessa forma, o deslocamento diferencial do trecho BC fica assim definido:
qL1 F L q L1
2
F
uBC x 1
EABC EAAB 2 EAAB
Que também coincide com a resposta anteriormente obtida, por meio da
abordagem diferencial. Portanto, verifica-se que as metodologias aplicadas são
equivalentes.
14.4.3 – Exemplo 14
qx qx2
L u ' dx L EA 1
C dx u
2EA
C1 x C2
q 0
2
u 0 0 C1 0 C2 C2 0
2EA
Já com a segunda condição de contorno obtém-se:
q L
2
qL
u L 0 C1L C1
2EA 2EA
Portanto, a expressão que governa o deslocamento axial da barra analisada é a
seguinte:
qx 2 qL
u x
2 EA 2 EA
Já para as deformações e tensões normais médias os resultados são os seguintes:
qx qL
u'
EA 2EA
qx qL
E
A 2A
Deve-se reconhecer que a abordagem diferencial aportou vantagens na resolução
deste exemplo. Caso a metodologia estática fosse aplicada, o princípio da superposição
dos efeitos/método das forças poderia ser utilizado e os problemas 0 e 1 deveriam ser
resolvidos. Além disso, todas as reações de apoio deveriam ser determinadas, para que a
equação que governa a variação do esforço normal fosse determinada, o que poderia
tornar a resolução onerosa. Porém, a metodologia diferencial permitiu a solução do
problema de forma simples e elegante. Tal vantagem pode não ter sido latentemente
observada no exemplo 13, item 14.4.2, devido às descontinuidades geométrica e de
carregamento presentes. Assim, o autor sugere que o método de solução, diferencial ou
estático, seja escolhido pelo leitor de acordo com as vantagens e limitações de cada
abordagem.
Finalmente, deve-se também mencionar que a metodologia diferencial pode ser
também aplicada em conjunto com o princípio da superposição dos efeitos/método das
forças. Nesse caso, os (n+1) problemas isostáticos deverão ser resolvidos pela
abordagem diferencial, sendo n o grau de hiperestaticidade da estrutura. Os
deslocamentos alvos de cada um desses problemas isostáticos poderão ser determinados
por meio da equação diferencial que rege este problema mecânico, o que possibilitará a
posterior imposição da condição de compatibilidade de deslocamentos.
15.1 – Introdução
Sob a ação dos momentos de torção, os pontos materiais que compõem a barra
deslocam-se seguindo o padrão mostrado na ilustração b da Fig. (15.1). Assim, as linhas
que definem os círculos perpendiculares ao eixo da barra permanecerão com sua forma
inicial após a atuação da torção, e as retas, originalmente paralelas ao eixo da barra,
apresentarão uma configuração deformada semelhante ao de uma hélice. Dessa forma,
desprezam-se os efeitos associados ao empenamento da seção transversal.
Com base no ilustrado na Fig. (15.1), verifica-se que o momento de torção
aplicado provoca na barra deslocamentos (giros) relativos entre as porções materiais
contidas no plano da seção transversal. Portanto, deformações surgirão em decorrência
deste deslocamento relativo.
Esse fato pode ser facilmente observado considerando os planos sombreados mostrados
na Fig. (15.2), os quais afastam-se a medida que x cresce.
relacionado à por meio da seguinte equação, a qual nada mais expressa que uma
compatibilidade geométrica:
d
d dx (15.1)
dx
Portanto, como mostra a Eq.(15.1), verifica-se que a distorção varia
linearmente de acordo com a distância radial do ponto analisado em relação ao centro da
elemento infinitesimal de área dA, surgirá uma força dF, a qual decorre da integração
das tensões de cisalhamento, , sobre seu domínio. Ao multiplicar esta força por sua
distância em relação ao centro de gravidade da seção transversal (centro da seção
circular), obtém-se o momento de torção resistente do elemento infinitesimal. Somando-
se os momentos de torção resistente de todos os elementos infinitesimais que compõem
a seção transversal da estrutura, este deverá ser igual ao momento de torção aplicado,
para que a condição de equilíbrio seja observada.
dM
A
T dA
A
(15.5)
ce4 ci4
momento polar de inércia é igual a IT 2 , onde ce e ci são os raios externo
e interno da seção transversal, respectivamente.
Portanto, com base na inserção do momento polar de inércia, a Eq.(15.6) pode
ser reescrita como:
MT c
max (15.7)
IT
Sabendo que as tensões de cisalhamento variam linearmente segundo a distância
do ponto analisado em relação ao centro de gravidade da seção transversal, como
mostrado na Eq.(15.3), pode-se reescrever a Eq.(15.7) para qualquer ponto pertencente à
seção transversal do elemento estrutura considerado. Nesse caso, obtém-se a fórmula da
torção, a qual é apresentada abaixo:
MT
(15.8)
IT
Com base na utilização da Eq.(15.8) pode-se efetuar o pré-dimensionamento de
estruturas submetidas à torção, bem como determinar as tensões de cisalhamento
desenvolvidas por momentos de torção aplicados.
15.3.1 – Exemplo 1
A estrutura de barra geral mostrada na Fig. (15.5) suporta uma placa de trânsito
retangular cujas dimensões são 2,5 x 1,5 m. Sabendo que sobre esta placa atua um vento
que gera uma força distribuída igual a 5,0 kN/m2, determine o diâmetro mínimo da
seção transversal desta barra para que não ocorra a falha em torção. O material que
compõe a barra possui tensão de proporcionalidade igual a p 250MPa .
Aplicando a fórmula da torção, Eq.(15.8), sabendo que a tensão máxima deve ser
igual à tensão de proporcionalidade tem-se:
MT M 2 56, 25
T 4 3 5, 23 102 m
IT 250 103
2
Portanto, o diâmetro mínimo é igual a 2 = 10,46 cm.
Considerando agora que o material seja substituído por outro com p 300MPa ,
calcule a economia de material se uma seção vazada for utilizada. Assuma que o
diâmetro externo seja o calculado anteriormente.
MT MT 56, 25 5, 23 10 2
4
2
5, 23 10
2 4
4
i
300 103
IT
2
e i4
i 3, 336 10 m
2
15.3.2 – Exemplo 2
Uma barra, cuja seção transversal é circular maciça de raio igual a r, está
submetida a um momento de torção, M T , como mostra a Fig. (15.6). Esse esforço deve
ser transmitido através de uma ligação parafusada, como mostrado nessa mesma figura.
Determine a quantidade de parafusos necessária para que a tensão de cisalhamento
máxima no eixo seja igual à tensão de cisalhamento nos parafusos. Admita tensão
cisalhante média nos parafusos e diâmetro dos parafusos igual a D.
A tensão de cisalhamento provocada no eixo pode ser determinada utilizando-se
a fórmula da torção, Eq.(15.8). Assim:
MT MT r 2M T
(15.9)
IT r4 r3
2
Para que o equilíbrio ocorra, o momento MT aplicado ao eixo deve ser igual ao
momento de torção associado à força desenvolvida nos nos parafusos. Portanto:
M T nFparafuso R (15.10)
Porém, a força que cada parafuso suporta pode ser determinada com base na
tensão de cisalhamento média atuante em sua seção transversal. Assim:
tem-se:
2M T D 2 2r 3
MT n 3 R n
r 4 RD2
Assim, o número de parafusos não depende do momento de torção aplicado e
sim da configuração da ligação.
15.5.1 – Exemplo 3
20 10 3
4
IT 2, 513 10 7 m 4
2
p
150 0, 40
130 0,3
80 109 2,513 107 80 109 2,513 107
170 0,5 3,183 103 rad
7
80 10 2,513 10 9
O sinal negativo indica que o giro da seção transversal ocorre no sentido horário,
conforme a convenção para momentos de torção positivos. Assim, o deslocamento do
dente da engrenagem pode ser determinado com base na rotação do ponto P como
mostra a ilustração apresentada na Fig. (15.10). Então, Sp é igual a:
S p p r S p 3,183 103 100 S p 0,318mm
15.6.1 – Exemplo 4
M B 0, 2 M A 500 1, 5 M A 0, 3
AB 0 0
IT G IT G IT G
0, 2 M B 1, 5 M A 750 0, 3 M A 0 1,8 M A 0, 2 M B 750 0
Resolvendo conjuntamente as equações que resultaram das condições de
compatibilidade e equilíbrio obtêm-se:
M A M B 300
1,8 M A 0, 2 M B 750
Que matricialmente podem ser escritas como:
1 1 M A 300 M A 345
1,8 0, 2 M 750 Nm
B M B 645
O autor sugere que o leitor resolva este mesmo problema utilizando o método
das forças. Veja o vídeo Cap 15 2 no canal Mecânica dos Moles no youtube.
15.6.2 – Exemplo 5
A barra mostrada na Fig. (15.14) é composta por dois materiais diferentes cujos
módulos de elasticidade transversal são iguais a G1 3,8 108 kN m2 e
Este problema é hiperestático, uma vez que apenas com a equação de equilíbrio
não é possível determinar as parcelas do momento de torção que são resistidas pelos
materiais 1 e 2. Para isso, deve-se utilizar uma equação de compatibilidade, a qual é
escrita em termos de giros. Sabendo que o momento de torção é resistido por ambos os
materiais, a seguinte equação de equilíbrio pode ser escrita:
T1 T2 250 0
Para que não ocorra falha no plano da seção transversal, a distorção de ambos os
materiais deve ser igual. Portanto, o giro deve ser contínuo no plano da seção
2
Já a tensão de cisalhamento máxima é dada por:
206, 422 10 102
max max 140173,148 kN m2 140,173MPa
10 102 5 102
4 4
2
Assim, a distribuição das tensões de cisalhamento para o problema em análise é
a mostrada na Fig. (15.16).
A descontinuidade da tensão de cisalhamento observada na interface entre os
materiais é esperada devido à diferença entre os valores dos módulos de elasticidade
transversal dos materiais envolvidos na constituição da estrutura. Apesar da
descontinuidade em na interface, a deformação neste conjunto de pontos é a mesma,
indicando, portanto, a continuidade do corpo. A continuidade nas deformações indica
que os materiais deformam-se conjuntamente sob a ação do carregamento externo. A
deformação na interface é dada por:
G
221940, 0
1 1 5,84052 104
3,8 10 8
70086, 0
2 2 5,84052 104
1, 2 108
yx 0 yz 0
zx 0 zy 0 (15.16)
xy 0 xz 0
Com base na observação da configuração deformada da barra, Fig. (15.17) e Fig.
(15.18), intuitivamente percebe-se que as maiores tensões de cisalhamento estarão
atuando no centro de cada uma das faces da barra, uma vez que é nessa região onde
observam-se as maiores distorções.
A demonstração da equação que relaciona as tensões de cisalhamento ao
momento de torção em barras de seção transversal retangular ou quadrada requer
conhecimentos apresentados em teorias mais avançadas como a Teoria da Elasticidade,
sendo, portanto, além do escopo desse curso. Nesse caso, torna-se necessária a aplicação
de funções de tensão ou mesmo a utilização de analogias, como a analogia de
membrana. Como a dedução do equacionamento desse problema requer um
conhecimento mais avançado, apresentam-se neste texto as expressões para o cálculo da
tensão máxima de cisalhamento e do ângulo de giro de uma barra de eixo reto com
seção transversal retangular constante atuando em regime elástico, como mostra a Fig.
(15.20). Essas expressões estão escritas nas Eq.(15.17) e Eq.(15.18).
MT
max (15.17)
c1ab 2
MT L
(15.18)
c2ab3G
sendo que os coeficientes c1 e c2 dependem da relação a/b, podendo ser encontrados na
Tabela 15.1. Os parâmetros a e b referem-se à maior e à menor dimensões da seção
transversal, respectivamente.
15.7.1 – Exemplo 6
a 1 c1 0, 208
b c2 0,1406
Aplicando as Eq.(15.17) e Eq.(15.18) obtém-se:
MT 1800
max max max 40,06 MPa
0,208 60 103 60 103
2 2
c1ab
a 95 2,5 c1 0, 258
b 38 c2 0, 249
Utilizando-se as Eq.(15.17) e Eq.(15.18) tem-se:
MT 1800
max max max 50,86 MPa
0,258 95 10 38 10
3 2
2 3
c1ab
F x 0 FA FB 0 (15.19)
Figura 15.22 Barra de seção não circular vazada de paredes finas. Equilíbrio elemento AB.
FA A t Adx FB B tB dx (15.20)
Figura 15.23 Porção de AB. Tensão de cisalhamento em um ponto qualquer da seção transversal.
dA tds (15.23)
dF dA dF tds dF qds (15.24)
sendo dAm igual a área média contida no contorno da linha central da espessura da seção
transversal de paredes finas vazada. Esse parâmetro pode ser visualizado na Fig.
(15.25).
Para que a condição de equilíbrio seja satisfeita, o momento de torção aplicado
deve ser igual ao somatório dos dM atuantes em todos os elementos que compõem a
seção vazada de parede fina. Assim:
M T dM M T q 2dAm (15.27)
Figura 15.25 Área definida pelo contorno médio de uma seção transversal de paredes finas vazada.
M T dx ds
4 Am2 G t
d (15.33)
15.8.1 – Exemplo 7
2 2
Am 1, 286501102 m2
ds 6,3 1 12, 7 1 ds
t
2 100 2
2 12, 7
2 150 2
2 6,3
t
58,343
15.8.2 – Exemplo 8
1
Am 200 200 sen 60 Am 17320, 51 mm 2 Am 1, 732051 10 2 m 2
2
Aplicando a Eq.(15.29) obtêm-se:
MT
90 103 MT 15,558 kNm
2 5 10 1,732051102
3
Já o ângulo de rotação da seção é dado pela Eq. (15.33). Como a espessura das
paredes que compõem a seção transversal da barra é constante, a integral de contorno
que surge nessa equação resulta simplesmente no perímetro médio da seção. Assim:
M T L ds M L
2
4 AmG t
2T ds
4 AmGt
15,558 3
3 200 10
3
6, 2355 102 rad
4 1, 73205110
2 2
75 10 5 10
6 3
15.8.5 – Exemplo 9
15.8.4 – Exemplo 10
Para a montagem de uma estrutura que vai receber o momento de torção igual a
1000 kN.cm, estão disponíveis barras de aço de diâmetros iguais a 19 mm, 25 mm e 38
mm. Qual o menor diâmetro de barra de aço que pode ser utilizado. Dados: Eixo: G =
8000 kN/cm2, τmáx = 10 kN/cm2, espessura dos elementos de parede fina 0,5 cm. Barras:
E = 21000 kN/cm2, σmáx = 15 kN/cm2.
Para a resolução deste exemplo deve-se expressar a intensidade do esforço
solicitante no eixo (momento de torção) em função dos esforços normais presentes nos
elementos de barra simples. Assumindo que a seção transversal onde estão conectados
Figura 15.30 Giro na seção transversal do extremo direito. Esforços normais nas barras de treliça.
Assim:
M B 2 N 3 M B 6N
L NL
L B 3 B B
3 3EA
Portanto, o seguinte diagrama de corpo livre é obtido:
eixo B
M T L ds NL
4 Am2 G t 3EA
eixo
1000 M B 50 6 12 6 12
4 5,5 11,5 8000 0,5 0,5 0,5 0,5
2
M B 50 6 12 6 12 2 5
0,5 0,5 0,5 0,5 2,8121 10 5, 6242 10 M B
4 5,5 11,5 8000
2
N 21 N
B B 3,333 104
3 21000 A A
Lembrando que M B 6 N tem-se:
N
2,8121102 5, 6242 105 6 N 3,333 104
A
N
2,8121 102 3,3745 104 N 3,333 104
A
Assumindo que o diâmetro dos elementos de barra simples seja igual a 19 mm,
obtém-se:
N
2,8121 10 2 3,3745 10 4 N 3,333 10 4 N 61,803 kN
0, 95
2
Para esta intensidade de esforço normal obtém-se o seguinte valor para a tensão
normal nos elementos de barra simples:
N 61,803
21, 798 kN / cm 2
0, 95
2
A
Para esta intensidade de esforço normal obtém-se o seguinte valor para a tensão
normal nos elementos de barra simples:
N 69, 375
14,133 kN / cm 2
1, 25
2
A
15.8.5 – Exemplo 11
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura isostática equivalente e os carregamentos
externos atuantes. No problema em questão, a estrutura isostática equivalente é obtida
removendo-se a presença dos elementos de barra simples. Dessa forma, tal estrutura está
ilustrada na Fig. (15.34).
Figura 15.34 Estrutura isostática equivalente e carregamento externo. Problema 0. Dimensões em cm.
A intensidade do giro no ponto onde a vinculação foi removida, seção DD’, pode
ser determinada utilizando a Eq. (15.34). A área média da seção transversal e a integral
de perímetro necessária nessa equação podem ser determinadas como:
Am 30 75 Am 2250 cm 2
ds 1 ds
75 75 30 30 70
t 3 t
Assim:
M T ds M T L ds
dx
L
2
4 AmG t 4 Am2 G t
10 0,100
0 70 0 3, 457 106 rad
4 2250 10
4 2
100 106
Problema 1
O problema 1 incorpora a influência mecânica da vinculação externa removida,
as barras simples na presente aplicação. Nesse caso, para tal finalidade, deve-se assumir
uma configuração deslocada para os elementos de barra simples, uma vez que tais
elementos são deformáveis ao contrário dos apoios. Com base na configuração
deslocada arbitrariamente assumida para esses elementos estruturais, constrói-se a
condição de compatibilidade e determina-se o momento de torção a ser aplicado no eixo
em decorrência da interação mecânica deste com os elementos de barra simples.
Destaca-se que a configuração deslocada pode ser arbitrariamente imposta, sendo seu
sentido correto recuperado após a imposição da condição de compatibilidade.
maneira que a condição de equilíbrio da estrutura possa ser efetuada, sem perda
significativa de representatividade, na configuração indeformada.
Assumindo que o elemento de barra geral considerado esteja submetido à ação
de um momento de torção de intensidade constante ao longo de seu comprimento,
verifica-se que o ângulo de rotação relativo das seções transversais depende linearmente
da posição da seção transversal em análise em relação à origem do sistema de
d d
referência, ou seja, x x , sendo a taxa de rotação da seção ao longo do
dx dx
comprimento. Destaca-se que tal conclusão foi obtida no capítulo anterior.
Ainda nesse complexo problema mecânico, pode-se observar a presença do
empenamento da seção transversal devido à ação do momento de torção. Esse efeito faz
com que seções transversais, inicialmente planas, deixem de ser planas após a atuação
dos carregamentos externos. Assim, deslocamentos orientados na direção paralela ao
eixo da barra poderão estar presentes. Porém, assume-se que o problema seja de torção
livre, ou de Saint-Venant, onde tais deslocamentos axiais são permitidos, não gerando,
consequentemente, esforço interno. Para essa condição, as seguintes hipóteses são
consideradas:
a) O giro relativo de uma seção transversal em relação a uma seção de referência é
diretamente proporcional a distância entre elas. Assim, é válida a seguinte relação:
d
x x.
dx
b) O empenamento, caso ocorra, poderá apresentar intensidades diferentes para cada
ponto que compõe a seção transversal da barra em análise. Portanto, o deslocamento
axial, u , de cada ponto pertencente a seção transversal devido ao efeito do
empenamento dependerá unicamente de sua posição no plano da seção transversal,
podendo ser escrito como u y, z .
problema pode ser ainda simplificado se estas duas funções forem relacionadas. Assim,
u y, z pode ser definida como uma função de . Sem perda de generalidade, pode-se
Figura 16.3 Elemento infinitesimal e tensões de cisalhamento. Imposição das condições de equilíbrio.
F x 0
zx yx
dz dxdy dxdy dy dxdz yx dxdz 0 (16.4)
z y
zx zx yx
yx zx xy xz
0 0
y z y z
Com base no resultado apresentado na Eq.(16.3), pode-se reescrever esta
equação de equilíbrio da seguinte maneira:
xy xz
0 G z G y 0
y z y y z z
(16.5)
2 2
0
y 2 z 2
Deve-se destacar que esta última equação depende unicamente da função , ou
seja, um único parâmetro.
A
xy dA 0
(16.6)
xz dA 0
A
polar de inércia, It , a qual foi já utilizada ao longo do capítulo 15. Assim, pode-se
definir que:
It y z y 2 z 2 dA (16.10)
A
z y
Assim, uma vez determinado o valor de It , pode-se calcular a rotação da seção
transversal, por unidade de comprimento, utilizando a Eq. (16.9) da seguinte maneira:
Mt
(16.11)
It G
Deve-se mencionar que a rotação apresentada na Eq.(16.11) envolve uma seção
transversal específica da barra. Caso seja de interesse na análise a determinação do giro
relativo entre seções transversais de um trecho da barra, a Eq.(16.11) deve ser integrada
ao longo do referido trecho de interesse. Com base no equacionamento apresentado até
o presente momento constata-se que para a resolução do problema de torção de Saint-
Venant devem ser determinadas a função e a constante . pode ser obtida por
meio da Eq. (16.5). No entanto, a integração analítica dessa equação diferencial nem
sempre é possível, especialmente se seções transversais de complexa geometria forem
consideradas.
Essa função poderá ser obtida indiretamente se a distribuição das tensões de
cisalhamento no plano da seção transversal for imposta, como no caso das seções
transversais de geometria circular. Porém, uma maneira alternativa para a resolução
desse problema mecânico envolve a utilização da analogia de membrana, a qual decorre
de uma correspondência formal entre a equação diferencial do problema da torção,
Eq.(16.5), e a equação diferencial que descreve o equilíbrio de uma membrana,
submetida a uma pressão positiva distribuída em seu interior, em sua configuração
deformada. No item seguinte será descrita esta analogia. Destaca-se que a membrana é
um elemento estrutural cuja espessura é muito pequena se comparada às demais
dimensões geométricas do elemento. Além disso, as membranas são submetidas a ações
externas aplicadas perpendicularmente a seu plano, resistindo apenas a esforços
paralelos a seu plano médio. Assim, as membranas não transmitem esforços cortante, de
flexão ou torção, mas unicamente forças paralelas ao seu plano, as quais são usualmente
denominadas forças de membrana. Para maiores detalhes, sugere-se que o leitor
consulte o capítulo 1, o qual contém a descrição dos elementos estruturais.
d d 2 h y, z h dz
sen dz zz
2 2 2z 2
2
(16.14)
d d h y, z
2
hyy dy
sen dy
2 2 2y 2 2
Portanto, com base nessas considerações, a Eq.(16.12) pode ser assim reescrita:
2 h y, z 2 h y, z
Pdydz 2kdy dz 2kdz dy 0
2z 2 2y 2
(16.15)
2 h y, z 2 h y, z P
z 2
y 2
k
A Eq.(16.15) é a equação diferencial fundamental do problema do equilíbrio de
uma membrana submetida a uma pressão interna, sendo que a função h y, z deve ser
xy xz (16.16)
z y
Deve-se salientar que as expressões apresentadas na Eq. (16.16) atendem à
equação de equilíbrio apresentada na Eq.(16.5). Lembrando-se das definições
apresentadas na Eq. (16.3), pode-se escrever que:
xy 2 xy 2
G 1 2 (16.17)
z yz z z
xz 2 xz 2
G 1 2 (16.18)
y z y y y
Com base nos resultados apresentados nas Eq.(16.17) e Eq.(16.18), pode-se
subtrair estas equações de forma a obter uma nova equação diferencial para o problema,
a qual não tem a dependência da função . Assim:
xy xz 2 2
2G (16.19)
z y y 2 z 2
Deve-se salientar que as equações diferenciais apresentadas nas Eq. (16.15) e
Eq.(16.19) possuem formato semelhante. Ambas envolvem derivadas de segunda ordem
uma dada função. Além disso, seus resultados são iguais se a condição seguinte for
atendida:
k
y, z 2G h y, z (16.20)
P
A analogia existente entre as formulações dos problemas de torção e de
equilíbrio de membranas se completa impondo-se as condições de contorno para a
equação diferencial Eq.(16.19). Com base no apresentado na Eq. (16.20), lembrando
que h y, z deve ser nula sobre o contorno da membrana, constata-se que y, z deve
também ser nula nessas posições. Portanto, pode-se reescrever a Eq. (16.16) na seguinte
forma:
k h y, z k h y, z
xy 2G xz 2G (16.21)
P z P y
4G k PM t Mt
Mt V (16.26)
P 4GkV GI t
k
onde I t 4 V .
P
Deve-se enfatizar que a rotação obtida na Eq.(16.26) envolve uma seção
transversal específica da barra. Caso seja de interesse na análise a determinação do giro
relativo de um trecho de uma barra geral, os giros relativos das seções transversais que
compõem este trecho da barra devem ser somados. Portanto, a Eq.(16.11) deve ser
integrada ao longo do referido comprimento da barra para tal finalidade.
Assim, os resultados decorrentes do estudo da configuração deslocada da
membrana podem também ser úteis para a determinação do momento polar de inércia
da seção transversal. Sendo esta propriedade de área proporcional ao volume deslocado
pela membrana, constata-se que seções transversais de mesma área poderão resistir a
diferentes valores de momento de torção, dependendo da disposição dos elementos que
compõem sua geometria, o que conduzirá a diferentes valores de It .
Finalmente, utilizando o resultado apresentado na Eq.(16.26), pode-se reescrever
a Eq.(16.21) na seguinte forma:
k h y, z h y, z M t
xz 2G xz
P y y 2V
(16.27)
k h y, z h y, z M t
xy 2G xy
P z z 2V
É importante perceber que, de acordo com o apresentado na Eq.(16.27), as
tensões de cisalhamento possuirão maior intensidade nas regiões onde a inclinação da
tangente à superfície da membrana for maior. Portanto, cuidados especiais devem ser
tomados em cantos e entalhes geométricos para que concentrações de tensão não
causem o colapso de elementos estruturais submetidos a torção.
Deve-se também destacar que, com base nas Eq.(16.26) e Eq.(16.27), se for
possível a determinação, para uma dada geometria, da inclinação da membrana em
qualquer ponto e do volume por ela contido, não há a necessidade de se resolver a
equação diferencial de equilíbrio do problema da torção de Saint-Venant. A dificuldade
na resolução dessa equação é a grande motivação para a realização da analogia de
membrana.
simples equilíbrio à membrana solicitada pela pressão interna positiva, sem, contudo,
resolver a equação diferencial do problema.
hs h
(16.32)
t t
Assim, a expressão que relaciona as tensões de cisalhamento ao momento de
torção nesse problema é a seguinte:
Mt Mt h M
t (16.33)
2V 2 Am h t 2 Amt
Deve-se ressaltar que para seções transversais com uma única célula, ou septo,
esse resultado coincide com a equação de Bredt, apresentada no capítulo 15.
Até esse momento, a análise do problema geral da torção foi efetuada por meio
de um processo formal, onde foi mostrada a analogia existente entre as equações
diferenciais que governam o problema da torção e o equilíbrio de uma membrana.
Porém, pode-se apresentar também a analogia de membrana por meio de um
procedimento menos formal, mas igualmente consistente.
Para apresentar tal procedimento deve-se considerar o equilíbrio da membrana
apresentado na Fig. (16.7). Impondo que seja nula a somatório das forças horizontais
tem-se:
h 1 1 PAm
PAm k ds PAm kh ds t ds (16.34)
s t st s kh
Substituindo a Eq.(16.34) na Eq.(15.34), apresentada no capítulo anterior,
obtém-se:
Mt 1 M t dx
2 s ds dx (16.35)
L
4 Am G t L
It G
4 Am2
sendo I t .
1
s t ds
Assim:
4 Am2 4 Am2 k
It It I t 4V (16.36)
1 PAm P
s t ds kh
Mt
Como da Eq.(15.29) , pode-se escrever que:
2tAm
h V
h t V tAm tAm (16.37)
t
Portanto, com base na Eq.(16.37) pode-se reescrever a Eq.(15.29) como:
Mt
2V (16.38)
Que foi o mesmo resultado obtido com a abordagem formal. A determinação dos
giros relativos entre as seções transversais de barras torcidas pode ser efetuada
utilizando o valor do momento polar de inércia apresentado na Eq.(16.36) e a
Eq.(16.35), a qual foi apresentada anteriormente neste capítulo.
Deve-se enfatizar que as maiores tensões de cisalhamento ocorrerão nas paredes
da seção transversal com maior . Dessa forma, sendo a espessura dessas paredes
constante, as maiores tensões de cisalhamento ocorrerão nas paredes periféricas da
seção transversal. Isso ocorre uma vez que nas paredes internas a altura a ser
considerada para o cálculo de é dada pela diferença entre as alturas dos septos que
concorrem a parede.
16.7.1 – Exemplo 1
i 1 ti t k 2
16.7.2 – Exemplo 2
nl
hi kh k h1 h2
PA2 k li P 300 2 10 10 30 30
i 1 ti 0,5 0,5
P
P 300 100kh2 60kh1 60kh2 60h1 160h2 300
k (16.40)
Resolvendo o sistema de equações composto pelas Eq.(16.39) e Eq.(16.40)
obtêm-se as alturas das membranas. Portanto:
sendo MAX h
t que conduz ao máximo valor de para a seção transversal. Assim:
P
2 2571,15
2V k
W W W 720 cm3
MAX 3,571
P
k
0,5
Portanto, o máximo momento de torção que pode ser aplicado a esta seção
transversal para que a falha não seja observada é igual a:
Mt
M t 26 103 720 106 M t 18,72 kNm
W
Deve-se ressaltar que sobre a parede que faz a interface entre os septos 1 e 2 a
torção aplicado seja igual a Mt 18,72 kNm , a tensão de cisalhamento atuante nesta
parede será igual a:
Mt 18,72 3,571 3, 214 P kN
2599, 24 2
2V 2 2571,15 106
P 0,5 k m
k
Dessa forma, verifica-se que as maiores tensões de cisalhamento, nesse tipo de
problema, ocorrerão nas paredes periféricas da seção transversal.
16.7.3 – Exemplo 3
600 10
200 h1 100h2 250a 2
P
k
Para o septo 2, o equilíbrio conduz a:
nl
hi kh k h2 h1
PA2 k li P 400a 2 2 40a 40a 10a 10a
i 1 ti a a
10 10 (16.42)
P
P 400a 2 800kh2 200kh2 200kh1 200h1 1000h2 400a 2
k
Resolvendo o sistema de equações formado pelas Eq.(16.41) e Eq.(16.42)
obtêm-se as alturas das membranas. Portanto:
600 10 200 100 h1 250 P 2 h 0, 40198 P 2
a 1 a
200 1000 h2 400 k h2 0, 48040 k
A partir do resultado obtido para as alturas das membranas, o volume contido
abaixo de sua superfície possui o seguinte valor:
P 2 P
V 2 A1h1 A2 h2 V 2 250a 2 0, 40198 a 400a 2 0, 48040 a 2
k k
P 4
V 393,15 a
k
Assim, considerando o resultado apresentado na Eq.(16.26), o momento polar de
inércia da seção pode ser determinado da seguinte maneira:
k k P
It 4 V It 4 393,15 a 4 It 1572,6a 4
P P k
Dessa forma, o módulo de resistência à torção, W , é dado por:
Mt Mt
MAX
2V W
sendo MAX h
t que possui maior valor na seção transversal. Assim:
P 4
2 393,15
a
2V k
W W W 163, 676a3
MAX P
0, 48040 a 2
k
a
10
Portanto, o máximo momento de torção que pode ser aplicado a esta seção
transversal é igual a:
Mt
M t 40 103 163,676a3 M t 6,547 106 a3
W
O giro máximo da seção transversal é dado pela expressão apresentada na
Eq.(16.26). Assim:
Mt L 6,547 106 a 3 3 12489,508
GI t G 1572, 6a 4
Ga
linha média. Com base na ilustração apresentada na Fig. (16.11), a inclinação máxima é
dada por:
2f 4 Pt 2 Pt
max max max (16.47)
t t 8k 2k
2
Finalmente, a partir do apresentado na Eq.(16.31), a tensão de cisalhamento
máxima atuante é dada por:
Mt Mt
max max max t max (16.48)
2V 1 3
3 s
t ds
16.8.1 – Exemplo 4
4 30 50
2
4 Am2
I
2
I t2 I t2 112500 cm 4 I t2 1,125 103 m 4
t
1 30 30 50 50
t ds 2
Problema 0
O problema 0 é composto pela estrutura isostática equivalente e o carregamento
externo aplicado. Neste problema, o objetivo é a determinação da rotação na seção
transversal onde o apoio foi removido para a transformação da estrutura hiperestática
em uma isostática equivalente. A barra a ser analisada no problema 0 é a apresentada na
Fig. (16.13).
0
L
Mt
2
dx 0
3,5T Tx dx 3,5 3,5T Tx dx
2,933 106 80 106 2 1,125 103 100 106
0
It G 0
2 3,5
Tx 2 Tx 2
3,5Tx 3,5Tx
0 2 2 0 2,132 102 T rad
234, 64 0 112500 2
O sinal positivo obtido nesse resultado indica um giro anti-horário da seção
transversal analisada.
Problema 1
O problema 1 é formado pela estrutura isostática equivalente e a reação de apoio
inicialmente removida para a transformação da estrutura hiperestática em uma isostática
equivalente. Neste problema, assim como no anterior, o objetivo é a determinação da
rotação na seção transversal onde o apoio foi removido. A barra a ser analisada no
problema 1 é a apresentada na Fig. (16.15).
R 2 R 1,5
L
Mt
1 dx 1
0
It G 2,933 10 80 10 1,125 103 100 106
6 6
16.8.2 – Exemplo 5
zcg
6 112 2 12 1 6 2 zcg 8 cm
6 1 2 12 1 2
A localização do centro de gravidade da seção ao longo do eixo y , ycg ,
encontra-se na metade de sua altura devido à simetria da seção em relação a este eixo.
O momento de inércia da seção em torno do eixo z é igual a:
12
V x2 V
F3 2
I 0
234 12 x
2
dx F3 6768
I
F y
0 V 2F1 F3
M 0 V e 2 F1 12 2 F2 12 0 V e 24 F2 F1
Figura 16.20 Sentido de atuação das forças equivalente e posicionamento do centro de torção.
Como a seção transversal utilizada é aberta de paredes finas, seu momento polar
de inércia é assim determinado:
1 3 1
It
3 t ds It 13 6 13 12 13 24 13 12 13 6 It 20 cm3
3
Por meio da Eq.(16.48), a tensão e cisalhamento máxima atuante é igual a:
16.8.3 – Exemplo 6
Figura 16.22 Sentido de atuação das forças equivalente e posicionamento do centro de cisalhamento.
17.1 – Introdução
Figura 17.1 Ponte em múltiplos vãos. Figura 17.2 Barras de suporte de edifício.
serão utilizadas com frequência ao longo deste capítulo. Dentre essas propriedades,
atenção especial será dada ao centroide, ao momento estático e ao momento de inércia.
Figura 17.3 Ponte JK, Brasília. Figura 17.4 Ponte de Millau, França.
_ xdA _ ydA
x A
y A
(17.1)
dA
A
dA
A
b
b
x2h
_ xdA _ xhdx _ 2 0 _
b
x A
x 0
x x
dA 2
b b
hx 0
A hdx
0
_ xi dAi
i 1 A
_ y dA
i 1 A
i i
x n
y n
(17.2)
dA
i 1 A
i dA
i 1 A
i
A1 y1 A2 y 2 50 10 35 10 30 15
y y 27,5cm
A1 A2 50 10 10 30
A1 x1 A2 x 2 50 10 25 10 30 25
x x 25cm
A1 A2 50 10 10 30
Conforme discutido no item anterior, o eixo que define o centroide da figura
plana estará posicionado ao longo de um eixo de simetria desta área, caso ele exista. O
I x y 2 dA I y x 2 dA (17.3)
A A
Para geometrias simples tais como: retângulos, quadrados, círculos, entre outras,
a determinação de expressões para o momento de inércia pode ser facilmente efetuada.
Com o objetivo de exemplificar a aplicação das Eq.(17.3), deve-se considerar a área
retangular apresentada na Fig. (17.7).
Nessa figura, observa-se a presença de um elemento infinitesimal, de altura dy e
largura igual a b, cuja área pode ser escrita como dA bdy . Considerando que o
momento de inércia é determinado em relação ao centroide da área, pode-se escrever
que:
h
2
b 3 h2 bh3
I x y dA I x
2
y 2bdy I x y h Ix
A h
3 2 12
2
A b
3 2 12
2
Nesse caso, o momento de inércia ainda poderá ser avaliado por meio da
Eq.(17.3). No entanto, o valor de y, referenciado ao centroide da área, deve considerar a
distância em relação ao novo eixo de referência. Assim:
I x y 2 dA I x y0 y dA I x y02 2 y0 y y 2 dA
2
(17.4)
A A A
Este teorema será utilizado com frequência ao longo desse capítulo, sendo
também de grande importância no estudo de outros tópicos da mecânica dos
sólidos/resistência dos materiais.
17.2.5 – Exemplo 1
17.2.6 – Exemplo 2
17.2.7 – Exemplo 3
15 603
15 60 30, 07 30 14 12 30, 07 10
2 2
Ix
12 4
I x 268738,175 cm 4
Figura 17.14 Elemento prismático fletido. Variação das deformações ao longo da seção transversal.
S lim
S S
S lim
y S
y
(17.7)
S 0 S 0
Assim, conclui-se que a deformação normal é dependente da distância entre a
fibra analisada e a superfície neutra. Além disso, esta dependência é linear. A
deformação normal será maior quão mais distante o ponto analisado estiver da
superfície neutra. A deformação normal será nula quando o ponto analisado estiver
sobre a superfície neutra, conforme uma das hipóteses consideradas. Dessa forma, sendo
c a distância entre a superfície neutra e a fibra mais distante da superfície neutra, pode-
se escrever a deformação normal, para qualquer ponto ao longo da altura da seção
transversal, em função da deformação máxima e desta distância, como mostra a Fig.
(17.16). Devido a variação linear das deformações no plano da seção transversal, pode-
se escrever que:
y
max (17.8)
c
Portanto, por meio dessa consideração, a variação das tensões normais ao longo
da altura da seção transversal da barra pode ser escrita como:
y
max (17.10)
c
Com base no apresentado na Eq.(17.10), pode-se efetuar o equilíbrio de um
elemento de área infinitesimal dA pertencente à seção transversal da barra, como
indicado na Fig. (17.19). Sabendo que a multiplicação da tensão normal atuante nesse
elemento infinitesimal por sua área resulta uma componente de força, o equilíbrio de
forças pode ser verificado da seguinte maneira:
F 0 dA 0
A
Sabendo que a variação da tensão normal ao longo da altura da seção é dada pela
Eq.(17.10) tem-se:
y max
c
A
max dA 0
c ydA 0
A
ydA 0 . Como mostrado anteriormente nesse capítulo, essa integral é nula desde que
A
Sabendo que a tensão ao longo da altura da seção é dada pela Eq.(17.10) tem-se:
y
M z y max dA M z max y dA
2
A
c c A
y dA
2
A integral é denominada momento de inércia, conforme mostrado
A
anteriormente nesse capítulo, sendo uma propriedade geométrica de figuras planas. Para
y dA
2
o sistema de eixos considerado, ou seja, y vertical e z horizontal, observa-se que
A
17.4.1 – Exemplo 4
Para o cálculo das tensões normais extremas atuantes na viga devido à flexão,
deve-se identificar inicialmente a seção transversal mais solicitada pelo carregamento
atuante. Para tal fim, o diagrama de momento fletor deve ser construído. Para a estrutura
analisada, este diagrama é mostrado na Fig. (17.21).
Como a seção transversal é simétrica ao longo das duas direções que a definem,
sabe-se que o centroide da seção estará localizado na intersecção entre seus eixos de
simetria. Porém, o leitor pode determinar a posição do centroide utilizando os conceitos
apresentados no item 17.2, caso seja do seu interesse.
Com base nessa informação, o momento de inércia da seção pode ser obtido,
sendo igual a:
250 203 2 20 3003
Iz 250 20 150 10 2 I z 3, 01333 108 mm 4
12 12
17.4.2 – Exemplo 5
Sabendo que o material que compõe a viga mostrada na Fig. (17.23) é capaz de
suportar a uma tensão de tração máxima igual a 25 MPa e a uma tensão de compressão
máxima de 130 MPa, determine se nessa estrutura a falha será observada. As dimensões
da seção transversal estão apresentadas em mm.
Para que esse problema seja resolvido, deve-se determinar a seção transversal
mais solicitada da viga. Esta seção é facilmente identificada por meio do digrama de
momento fletor. Traçando este diagrama, o qual é apresentado na Fig. (17.24), constata-
se que a seção mais solicitada é a do engaste, cujo momento fletor atuante é igual a 30
kNm.
30
6
MAX 200 140,90 103 MAX 41,957 MPa
42, 257 10
Consequentemente, a maior tensão compressiva ocorrerá nas fibras posicionadas
na parte inferior da seção transversal. Por meio da fórmula da flexão obtém-se:
30
6
MIN 140,90 103 MIN 100, 03MPa
42, 257 10
Portanto, com base nas resistências do material informadas, verifica-se que será
observada a falha do material. Além disso, a falha estará localizada na parte tracionada
da seção transversal.
Nos itens anteriores foi determinada a distribuição das tensões normais atuantes
no plano da seção transversal de um elemento de barra geral submetido à ação de um
momento fletor, o qual era orientado ao longo de um dos eixos principais de inércia da
seção transversal. Porém, no domínio da engenharia de estruturas, é comum, na
concepção de estruturas, a observação de elementos de barra geral submetidos à ação
não mais de um, mas de dois momentos fletores, os quais são orientados ao longo dos
eixos principais de inércia da seção transversal.
Neste item será estudada a distribuição das tensões normais, em um elemento de
barra geral, produzidas pela ação de um momento fletor com orientação arbitrária no
plano da seção transversal, como mostrado na Fig. (17.25). Assumindo que o material
que compõe a estrutura obedeça ao regime de comportamento mecânico elástico linear,
ou seja o material segue a lei de Hooke, pode-se aplicar o princípio da superposição dos
efeitos para adicionar as tensões normais produzidas pelos momentos M z e M y , os quais
A superposição dos efeitos, nesse caso, pode ser visualizada na Fig. (17.26).
Com base nessa figura, constata-se que a superfície neutra encontra-se inclinada em
relação aos eixos que definem o plano da seção transversal.
Sabendo que as tensões normais na flexão são determinadas pela fórmula da
flexão, Eq. (17.11), a qual é válida para a aplicação de um momento M z , pode-se
reescrever esta equação para considerar a presença do momento fletor M y . Com base
Mz y Myz
(17.12)
Iz Iy
aos eixos coordenados. Tal posição é ligeiramente diferente se comparado ao caso onde
apenas um momento fletor é não nulo, onde a superfície neutra é paralela ao vetor
momento atuante passando pelo centroide. Sabendo que na superfície neutra as tensões
normais são nulas, a equação que define sua posição pode ser obtida a partir da
Eq.(17.12). Assim:
Mz y Myz M I
0 z z y y (17.13)
Iz Iy M y Iz
17.5.1 – Exemplo 7
12 12
7, 2 0, 2 9, 6 0,1
B B 2250 kN m 2
0, 2 0, 4 0, 4 0, 2
3 3
12 12
12 12
7, 2 0, 2 9, 6 0,1
D D 4950 kN m 2
0, 2 0, 4 0, 4 0, 2
3 3
12 12
Com base nas tensões normais calculadas anteriormente nos pontos extremos da
seção transversal, obtém-se a distribuição das tensões normais no plano da seção
transversal mostrada na Fig. (17.28).
0, 4 0, 2
3
Mz Iy 7, 2 12
z y z y z 0,1875 y
M y Iz 9, 6 0, 2 0, 4 3
12
A última equação resulta uma reta que depende apenas das coordenadas y e z.
Quando o ponto analisado encontra-se no centroide, ou seja, em y 0 , tem-se z 0 .
Portanto, a superfície neutra passa pelo centroide. Quando y 0, 2 , ou seja, quando
ponto analisado encontra-se sobre a reta AB, tem-se z 0,0375 . Assim, o ponto em
que a superfície neutra corta a reta AB está distante de 0,0625 do ponto B. Portanto, a
superfície neutra está posicionada como mostrado na Fig. (17.29).
17.5.2 – Exemplo 8
M z 13 kNm .
A 6
6
A 74808,55 kN m 2
13,923 10 20,533 10
B B 1755, 41 kN m 2
13,923 106 20,533 106
C 6
6
C 46797,34 kN m 2
13,923 10 20,533 10
C' 6
6
C ' 17576, 09 kN m 2
13,923 10 20,533 10
D D' 2965, 46 kN m 2
13,923 10 6 20,533 10 6
'
D D 26255, 79 kN m 2
13,923 10 6 20,533 10 6
E E 75794, 60 kN m 2
13,923 10 6 20,533 10 6
F 6
6
F 90405, 22 kN m 2
13,923 10 20,533 10
De acordo com a distribuição das tensões normais determinada anteriormente,
verifica-se que existe uma mudança no sentido da tensão (de compressão à tração) ao
longo dos pontos BD e C'E. Portanto, a superfície neutra intercepta as retas definidas
por estes pontos.
Utilizando a Eq.(17.13), a equação da superfície neutra é definida como:
13 20,533 106
z y z 2,5562 y
7,5 13,923 106
Avaliando a equação da superfície neutra para a coordenada z 100 mm , tem-
se:
100 2,5562 y y 39,12 mm
Avaliando a equação da superfície neutra para a coordenada z 20 mm , tem-se:
20 2,5562 y y 7,823 mm
Com base nas duas coordenadas determinadas anteriormente, verifica-se que a
superfície neutra encontra-se posicionada como mostrado na Fig. (17.31).
Com base na Eq.(17.14), verifica-se que quando o esforço normal atuante é não
nulo, a superfície neutra não passa pelo centroide. Nesse caso, a equação que contém os
pontos cuja tensão normal é nula é dada por:
N Mz y M yz N M y Iy
0 z z (17.15)
A Iz Iy A Iz M y
No caso geral descrito pela Eq. (17.15), constata-se que as intensidades dos
esforços solicitantes atuantes podem levar a superfície neutra a estar posicionada fora do
domínio da seção transversal. No caso de uma compressão simples, por exemplo, tem-
se M z M y 0 e N negativo. Nessa situação, a superfície neutra estaria posicionada
17.6.1 – Exemplo 9
Figura 17.33 Variação das deformações e tensões normais ao longo da altura da seção.
17.7.1 – Exemplo 10
17.7.2 – Exemplo 11
17.7.3 – Exemplo 12
AAço 8, 79 in 2 , Adm
Madeira
3 ksi e EMadeira 1, 6 103 ksi , determine o máximo momento,
Mz M 4, 20
Adm
Aço
y 24 z M z 116 Kip in
I Z Aço 20,3
0, 662 43
I Z homog 20,3 8, 79 4, 7093 4, 20 0, 662 4 4, 7093 6, 4
2 2
12
I Z homog 33, 679 in 4
17.7.4 – Exemplo 13
E2 100 GPa e E3 20 GPa . Além disso, atuam nesta seção transversal dois
Figura 17.41 Seção transversal não homogênea a ser analisada. Dimensões em cm.
1,5 15
3
7,5 103
1,5 15 37,5 14,3868 7,5 10 25 14,3868
2 2
Iz
12 12
15 20 3
15 20 10 14,3868 I z 37288, 0307 cm 4
2
12
Portanto, as tensões normais ao longo das interfaces inferior (i) e superior (s),
devido à M z , podem ser assim determinadas:
10 0, 45 0,143868
3M z s
3M z s 8209,927 kN m 2
37288, 0307 108
10 0,3 0,143868
3M i
z
8
3M z i 4187,188 kN m 2
37288, 0307 10
10 0,3 0,143868
2M z s
2M z s 4187,188 kN m 2
37288, 0307 108
10 0, 2 0,143868
2M i
z
8
2M z i 1505,362 kN m 2
37288, 0307 10
10 0, 2 0,143868
1M z s
1M z s 1505,362 kN m 2
37288, 0307 108
10 0,143868
1M i
z
1M z i 3858, 289 kN m 2
37288, 0307 108
As tensões normais determinadas anteriormente referem-se ao material
homogeneizado. Dessa forma, para que as tensões normais reais sejam avaliadas, deve-
se multiplicar o valor da tensão normal determinado no material homogeneizado pelo
respectivo fator de homogeneização. Portanto:
3M z s
3M z s n13 3M z s 8209,927 0,1 3M z s 820, 9927 kN m 2
2M z s
2M z s n12 2M z s 4187,188 0, 5 2M z s 2093, 594 kN m 2
1M z s
1505, 362 kN m 2
1M i 3858, 289 kN m 2
z
devem ser avaliadas as intensidades das tensões normais decorrentes da atuação isolada
do momento M y . Assim, para que tais tensões sejam determinadas, as dimensões
homogeneizadas nessa direção devem ser avaliadas. Com base nos fatores de
homogeneização calculados anteriormente obtém-se:
bhomog 2 b2 n12 bhomog 2 10 0, 5 bhomog 2 5 cm
26, 6 15
3
Iy I y 7453,125 cm 4
12
Assim, as tensões normais ao longo das faces verticais esquerda (e) e direita (d)
dessa seção são as seguintes:
4 0, 075
e e 4025,157 kN m 2
7453,125 108
4 0, 075
d d 4025,157 kN m 2
7453,125 108
Consequentemente, as tensões normais reais são determinadas multiplicando-se
as tensões avaliadas nos materiais homogeneizados pelo fator de homogeneização.
Portanto:
3 e n13 3 4025,157 0,1 3 402,5157 kN m 2
My e My e My e
1 4025,157 kN m 2
My e
1 4025,157 kN m 2
My d
A3 3M s 3 A3 1223,5084 kN m 2
z
My e
B3 3M s 3 B3 418, 477 kN m 2
z
My d
C3 3M i 3 C3 821, 2345 kN m 2
z
My e
D3 3M i 3 D3 16, 2031 kN m 2
z
My d
C2 2M s 2 C2 4106,1725 kN m 2
z
My e
D2 2M s 2 D2 81, 0155 kN m 2
z
My d
E2 2M i 2 E2 2765, 2595 kN m 2
z
My e
F2 2M i 2 F2 1259,8975 kN m 2
z
My d
E1 1M s 1 1E 5530,519 kN m 2
z
My e
F1 1M s 1 1F 2519, 795 kN m 2
z
My d
G1 1M i 1 G1 166,868 kN m 2
z
My e
1H 1M i 1 H1 7883, 446 kN m 2
z
My d
1 1257,861kN m 2
De forma semelhante ao observado na atuação dos momentos fletores, o
acréscimo das tensões normais devido à consideração do esforço normal nas interfaces é
proporcional a razão dos módulos de elasticidade longitudinal dos materiais nas
interfaces. Isso indica a continuidade material, o que é uma das hipóteses impostas
durante o processo de homogeneização. Como a tensão normal devido à N é constante
em cada um dos materiais que compõem a seção transversal, sua intensidade,
respectiva, deve ser somada, impondo a superposição de efeitos, a todos os pontos da
seção transversal, segundo a localização do ponto considerado nos diferentes materiais.
Portanto:
A3 125, 7861 1223, 5084 A3 1097, 722 kN m 2
17.7.5 – Exemplo 14
assim determinada:
0,1 15 15 37,5 0,5 15 10 25 15 20 10
ycg ycg 14,3868 cm
0,1 15 15 0,5 15 10 15 20
12
I z 37288, 0307 cm 4
10 153 20 15
3
15 153
I y 0,1 0,5 I y 7453,125 cm 4
12 12 12
Dessa forma, as tensões nos pontos indicados na Fig. (17.44) podem ser assim
determinadas:
50 10 0, 45 0,143868 4 0, 075
A3 0,1 4
8
397,5 10 37288, 0307 10 7453,125 108
A3 1097, 722 kN m2
50 10 0, 20 0,143868 4 0, 075
E2 0,5 4
397,5 10 37288, 0307 108 7453,125 108
E2 2136,329 kN m2
50 10 0, 20 0,143868 4 0,075
1E 4
397,5 10 37288, 0307 108 7453,125 108
1E 4272,658 kN m2
50 10 0,143868 4 0,075
G1 4
397,5 10 37288, 0307 108 7453,125 108
G1 1090,993 kN m2
17.8.1 – Exemplo 15
E2 200
n12 n12 n12 10
E1 20
Dessa forma, o momento de inércia da seção transversal homogeneizada em
torno do eixo z assume o seguinte valor:
12 40
3
12 40 20 18,9669
2
Iz
12
1, 25 2 4
1, 25 2 4 18,9669
2 2
3
4
1, 25 2 4
1, 25 2 4 18,9669 10 I z 7,1937cm4
2 2
3
4
Por sua vez, a área da seção transversal homogeneizada pode ser assim
determinada:
tensões normais podem ser assim quantificadas por meio da fórmula da flexão:
N Mz 1 5. y
y 4
A Iz 513,1340 10 7,1937 104
Sendo assim, as tensões normais máximas de compressão e de tração no material
1, C1 e T 1 , resultam iguais a:
1 5 0, 40 0,1897
C1 4
4 C 1442, 2076 kN m
1 2
17.8.2 – Exemplo 16
E3 200
n13 n13 n13 10
E1 20
E4 210
n14 n14 n14 10,5
E1 20
ycg
10 28 2 1 2 10 1 8 50 1,1 1, 25 2 10,5 1,1
2 2
ycg 36,5244 cm
28 10
3
28 10 55 36,5244
2
Iz
12
1 2 4
1 2 55 36,5244 10 1
2 2
2
4
8 50 3
8 50 25 36,5244 1,1
2
12
1, 25 2 4
1, 25 2 5 36,5244 10,5 1,1 I z 2, 64306 105 cm4
2 2
4
10 28 1 2 4
3
1 2 4 10 1
2 2
Iy
12 4
1 2 4
1 2 4 10 1
2 2
4
50 83 1, 25 2 4
1,1 10,5 1,1 I y 2, 08682 104 cm4
12 4
A área da seção transversal homogeneizada, por sua vez, pode ser determinada
da seguinte forma:
A 745, 6727cm 2
Portanto, as tensões normais em qualquer ponto da seção transversal
homogeneizada podem ser calculadas utilizando a seguinte relação:
N Mz My 2 5y 2z
y z 4
3
A Iz Iy 745, 6727 10 2, 64306 10 2, 08682 104
Sendo assim, as tensões normais A1 e B 2 nos pontos A e B e as tensões
A1 1759,1151 kN m 2
B 2 1211,1503 kN m 2
en 3 7061,3178 kN m 2
2 5 0, 05 0,3652 2(0, 0)
en 4 10,5 4
745, 6727 10 2, 64306 10 3 2, 08682 104
en 4 6542, 5497 kN m 2
regime elastoplástico, uma vez que deformações normais elásticas e plásticas estarão
presentes simultaneamente na estrutura. Deve-se enfatizar que toda a formulação para o
problema da flexão apresentada até então neste capítulo, considera apenas
comportamento elástico linear para os materiais, sendo, portanto, flexão em regime
elástico.
Neste item será apresentada uma metodologia que permite a determinação dos
valores dos momentos fletores resistentes de barras em regime elastoplástico. Assume-
se, nesta metodologia, que durante a flexão em regime elastoplástico as deformações
normais variam linearmente ao longo do plano da seção transversal. Dessa forma, as
componentes de tensão normal correspondentes podem ser determinadas por meio do
diagrama tensão x deformação característico do material.
Conhecendo-se os valores das tensões normais em cada ponto da seção
transversal, as forças equivalentes, de tração e de compressão, devido a estas tensões
são determinadas por meio da integral destas tensões ao longo da área da seção
transversal. Portanto, as forças equivalentes correspondem ao “volume” destas tensões.
Finalmente, multiplicam-se estas forças equivalentes pelos respectivos braços de
alavanca, para a determinação do momento resistente da seção transversal.
Deve-se ainda enfatizar que durante a flexão em regime elastoplástico, o
equilíbrio de forças é atendido, ou seja, F x 0 dA . Além disso, o equilíbrio de
A
17.9.1 – Exemplo 17
Sabendo que esta integral nada mais é que o “volume” das tensões, pode-se calcular as
forças resultantes com o auxílio das ilustrações apresentadas na Fig. (17.49). Assim:
h1 bh
RC RT E b RC RT E
22 4
Dessa forma, o momento fletor resistente elástico é obtido multiplicando-se as
forças equivalentes pelos respectivos braços de alavanca. Portanto:
2h 2h bh 2 h b h2
M RE RC RT M RE 2 E M RE E
32 32 4 3 2 6
Como o material que compõe a barra é elastoplástico perfeito, não existe
aumento no valor da tensão normal do material quando esta atinge a tensão de
escoamento. O diagrama tensão x deformação do material, assim como a distribuição de
tensão normal ao longo da altura da seção transversal e as forças equivalentes estão
apresentados na Fig. (17.50). Portanto, com base nas ilustrações apresentadas na Fig.
(17.50), as forças resultantes assumem os seguintes valores:
h bh
RC RT E b RC RT E
2 2
Já o momento fletor resistente é determinado multiplicando as forças
equivalentes por seu respectivo braço de alavanca. Assim:
1h 1h bh 1 h b h2
M RP RC RT M RP 2 E M RP E
22 22 2 2 2 4
Dividindo-se os momentos fletores resistentes nos casos elástico e plástico
obtém-se:
b h2
M RP
E
42 1,5
M RE bh
E
6
Constata-se que o momento resistente plástico é 1,5 vezes maior que o momento
resistente elástico. Assim, embora deformações plásticas surjam no regime plástico, o
aumento na capacidade resistente é considerável.
17.9.2 – Exemplo 18
0,50 0, 75
2
b h2
M RE E M RE 980 103 M RE 45937,5 kNm
6 6
Figura 17.52 Distribuição de deformações, tensões e forças equivalentes no plano da seção transversal.
Dimensões em cm.
1
RC3 RT3 980 103 0, 09375 0,50 RC3 RT3 22968, 75 kN
2
Dessa forma, o momento fletor resistente plástico é igual a:
2
M RP 2 19687,5 0, 09375 0, 28125
3
1 2
2 137812,5 0, 09375 0, 28125 2 22968, 75 0, 09375
2 3
M RP 78544,92 kNm
A razão entre os momentos resistentes conduz a:
M RP 78544,92
1, 71
M RE 45937,5
Portanto, o momento fletor que causa uma deformação limite na seção
transversal é 1,71 vezes maior que o momento fletor elástico. Assim, o aumento na
capacidade resistente da seção transversal cresce consideravelmente quando o regime
plástico é considerado, apesar do surgimento de deformações permanentes.
17.9.3 – Exemplo 19
1
RC3 RT3 96 103 0, 05 0, 20 RC3 RT3 480 kN
2
Figura 17.54 Distribuição da deformação e da tensão normal no plano da seção transversal. Forças
equivalentes para a determinação do momento resistente elástico.
Figura 17.55 Distribuição da tensão normal no plano da seção transversal. Forças equivalentes para a
determinação do momento resistente plástico perfeito.
deformações e das tensões normais assim como das forças equivalentes na região
tracionada não foram ilustrados por simplicidade, devido a sua simetria em relação à
região comprimida da seção transversal.
Figura 17.56 Distribuição da deformação e da tensão normal no plano da seção transversal. Forças
equivalentes para a determinação do momento resistente plástico com encruamento.
1
RC3 RT3 217,5 103 120 103 0, 05 0,15 RC3 RT3 365, 625 kN
2
RC4 RT4 120 103 0, 05 0,15 RC4 RT4 900 kN
1
RC5 RT5 120 103 0, 05 0, 05 RC5 RT5 150 kN
2
Dessa forma, o momento resistente plástico considerando o comportamento
mecânico material apresentado na Fig. (17.53) assume o seguinte valor, após a
multiplicação das forças equivalente pelos respectivos braços de alavanca:
2 1
M RP 2 325 0, 20 0, 05 2 4350 0, 20 0, 05
3 2
2 1 2
2 365, 625 0, 05 0,15 2 900 0, 05 0,15 2 150 0, 05
3 2 3
M RP 2453,85 kNm
Portanto, a razão entre os valores dos momentos resistentes elástico e plástico,
para essa seção transversal e para o comportamento mecânica considerado, assume o
seguinte valor:
M RP 2453,85
2, 22
M RE 1104
Deve-se destacar que o valor obtido para é consideravelmente maior neste
caso se comparado às outras aplicações apresentadas neste texto. Isto indica que existe
uma capacidade resistente considerável da seção transversal após a violação do limite
elástico do material. Tal comportamento é facilmente explicado pela presença do
encruamento no comportamento mecânico quando a deformação normal excede 0,01.
Assim, após esse valor de deformação, o material suporta um acréscimo no nível de
tensão, o qual introduz o acréscimo no momento fletor resistente.
18.1 –Introdução
(18.1), o princípio da superposição dos efeitos pode ser aplicado, sendo, a tensão normal
final, obtida adicionando-se as tensões normais geradas pelo esforço normal e pelo
momento M z .
mecânicos, por exemplo, os carregamentos são transmitidos desta maneira. Além disso,
na indústria civil, elementos de fundação e mesmo pilares poderão ser solicitados a
carregamentos dessa natureza.
Assumindo-se que a seção transversal considerada possua pelo menos um eixo
de simetria, as tensões normais associadas a carga axial excêntrica poderão ser
analisadas por meio da formulação anteriormente apresentada por meio do transporte da
carga axial para o centro de gravidade da seção transversal. Portanto, deve-se obter um
carregamento estaticamente equivalente impondo-se a força axial no centro de
gravidade. Para tanto, em decorrência desta translação da força axial, surgirão
momentos fletores que deverão ser calculados com base nas excentricidades da carga
aplicada. Tais excentricidades nada mais são do que as coordenadas do ponto de
aplicação da carga axial excêntrica, sendo a origem posicionada no centro de gravidade
da seção transversal. Para ilustrar a determinação desses momentos, pode-se considerar
as ilustrações apresentadas na Fig. (18.2).
18.2.1 – Exemplo 1
10 100 3 200 5
3
Iy 2 I y 1668750 mm 4
12 12
I y 1, 66875 10 6 m 4
18.2.2 – Exemplo 2
A expressão da linha neutra pode ser facilmente escrita com base na equação
geral da flexão para o caso onde cargas axiais excêntricas atuam, Eq.(18.3). Assim:
80 1, 6952 4, 40
3
6
y z0
2,1 10 2, 427023 10 1,1175 10 6
80 2, 427023 10 6 4, 40 2, 427023 10 6
y z
2,1 10 3 1, 6952 1,1175 10 6 1, 6952
y 0, 05454 5, 6371z
Quando um elemento de barra geral está solicitado por um momento fletor, sabe-
se que no plano de sua seção transversal serão desenvolvidas tensões normais que
variam linearmente ao longo de seu domínio. Assim, parte da seção transversal estará
tracionada e a parte complementar comprimida. Quando uma força axial excêntrica é
aplicada na seção transversal, a translação desta força até o centro de gravidade da seção
gera a presença de momento(s) fletor(es). Nessa situação, a distribuição das tensões
normais no domínio da seção transversal permanece linear, porém não simétrica em
relação ao centro de gravidade da seção.
Em muitas aplicações de engenharia é de interesse do projetista que as tensões
normais atuantes na seção transversal de barras solicitadas por cargas axiais excêntricas
apresentem um só sentido, ou seja, tais tensões devem ser exclusivamente trativas ou
compressivas. Tal verificação tem especial importância no projeto de estruturas de
concreto protendido e elementos de fundações, onde deseja-se que apenas tensões de
compressão sejam desenvolvidas. O conjunto de pontos possíveis/admissível onde a
carga axial excêntrica pode ser aplicada de forma a gerar tensões que não mudam de
sentido é conhecido como núcleo de ataque.
Para seções transversais comumente utilizadas na engenharia de estruturas, o
núcleo de ataque pode ser facilmente determinado. Pode-se considerar, por exemplo,
uma seção transversal retangular, de base b e altura h, mostrada na Fig. (18.7),
submetida à ação de uma força axial excêntrica de intensidade P. Nessa situação, as
tensões normais produzidas por P podem ser calculadas por meio da Eq.(18.3). Sabendo
que as inércias em relação aos eixos y e z são iguais a:
b h3 h b3
Iz Iy
12 12
Pode-se reescrever a Eq.(18.3) como:
P Pe y Pez P 12 Pe y 12 Pez
y z y z (18.4)
A bh 3
h b 3
A bh 3
h b3
12 12
Para que a tensão normal não mude seu sinal no domínio da seção transversal, a
tensão normal deve ser pelo menos nula em um de seus extremos. Assumindo que a
carga excêntrica esteja contida no eixo y, como mostrado na Fig. (18.8), pode-se
determinar a excentricidade limite ey a partir da Eq.(18.4). Nessa situação, a fibra
P 12 P e y 12 P 0 P 12 P e y h
y z 0
A bh 3
h b 3
A b h3 2 (18.5)
h
ey
6
Assumindo agora que a carga excêntrica esteja posicionada ao longo do eixo z,
como mostrado na Fig. (18.9), a excentricidade limite ez pode ser determinada por meio
da Eq.(18.4) sabendo que a tensão normal deve ser nula nas fibras posicionadas ao
longo da maior ordenada z. Portanto:
P 12 P 0 12 P ez P 12 P ez b
y z 0
A bh 3
hb 3
A h b3 2 (18.6)
b
ez
6
Com base nos resultados apresentados nas Eq.(18.5) e Eq.(18.6), pode-se
intuitivamente perceber que quando a carga excêntrica está contida nos eixos
coordenados e, além disso, esta apresenta excentricidades y e z positivas, ao contrário do
efetuado anteriormente, as excentricidades limites ao longo dos eixos y e z são as
mesmas apresentadas nas Eq.(18.5) e Eq.(18.6), respectivamente.
P 12 P e y 12 P ez
y z (18.7)
bh bh 3
h b3
Como a carga excêntrica atuante é compressiva, toda a seção transversal deve
estar comprimida. Assim, para que a tensão atuante não mude seu sinal, ou seja, passe
de compressão a tração em qualquer ponto da seção, a tensão normal na região mais
tracionada, no caso apresentado na Fig. (18.11) o ponto formado pelas coordenadas
y, z
h b
, , deve ser nula. Portanto:
2 2
P 12 Pe y h 12 Pez b 6e 6e
0 1 y z
b h b h 2 h b 2
3 3
h b
(18.8)
6e h
ey 1 z
b 6
y y
MAX MAX (18.9)
c c
M z 0 ydF M z 0 M z ydA
A A
(18.11)
MAX
Mz y dA
2
c A
y dA
2
Sabe-se que a integral representa o momento de inércia da seção
A
M y 0 zdF 0 M y 0 zdA
A A
(18.13)
MAX
My 0
c yzdA
A
uma área, sendo uma propriedade geométrica de figuras planas assim como também o
são o momento de inércia e o momento estático. O produto de inércia apresenta valor
nulo quando a área considerada possui pelo menos um eixo de simetria. Dessa forma,
para os problemas estudados no capítulo 17, esta integral era nula e consequentemente a
somatória dos momentos em torno do eixo y era automaticamente atendida.
No entanto, o produto de inércia não é nulo em seções transversais assimétricas
descritas pelos eixos yz posicionados como efetuado até o momento. Dessa forma, para
o estudo de problemas envolvendo a avaliação das tensões normais em barras de seções
transversais assimétricas submetidas à flexão deve-se considerar o termo dependente do
produto de inércia. Esse estudo será apresentado na sequência do presente item. Porém,
antes de mostrar a formulação e as hipóteses assumidas para esse problema, deve-se
estudar um pouco mais sobre a determinação das propriedades geométricas de figuras
planas, em especial o cálculo do produto de inércia.
Quando o produto de inércia é calculado para uma figura plana que possua pelo
menos um eixo de simetria seu valor torna-se nulo. Tal constatação é facilmente obtida
com base na ilustração apresentada na Fig. (18.15), na qual elementos infinitesimais de
área dA estão simetricamente posicionados em coordenadas y e –y, segundo a simetria
horizontal da figura plana.
Pelo fato do produto de inércia para essas contribuições ser zydA e zydA ,
respectivamente, observa-se que a integração desses termos na extensão da figura plana
resulta nula, uma vez que os termos simétricos se cancelarão mutuamente.
Além disso, deve-se destacar que ao contrário dos momentos de inércia em torno
dos eixos cartesianos yz, os quais são sempre positivos, o produto de inércia pode
assumir valores negativos. Tal constatação está associada ao fato dos eixos coordenados
utilizados para a descrição da posição dos pontos na extensão da figura plana conterem
porções positivas e negativas. Assim, o sinal do produto de inércia segue o sinal do
quadrante considerado, conforme indicado na Fig. (18.16).
Para a avaliação do produto de inércia em relação a eixos quaisquer, não
necessariamente passando pelo centroide da figura plana analisada, pode-se aplicar o
teorema dos eixos paralelos. Por meio desse teorema, obtém-se que o produto de inércia
em relação a eixos distantes y e z de um eixo de referência qualquer é dado por:
I yz y y z z dA
A
(18.15)
I yz
A
yzdA y zdA z ydA y z dA
A A A
____
b 2 h 2 ____ 2 h b bh ____
b2h2
I yz I yz y zA I yz I yz (18.18)
8 3 3 2 72
Para outras geometrias não simétricas, o produto de inércia da figura plana em
relação ao seu próprio centro de gravidade pode ser obtido de maneira semelhante ao
apresentado nas Eq.(18.17) e Eq.(18.18). Na Fig. (18.18) são apresentadas as expressões
do produto de inércia para algumas áreas de interesse.
18.4.3 –Exemplo 3
Portanto:
I yz I yzA I yzB I yzC I yz 1, 50 109 0 1, 50 109 I yz 3, 0 109 mm 4
derivada primeira for nula (ponto de inflexão). Assim, os eixos em relação aos quais os
momentos de inércia apresentarão valores extremos podem ser obtidos como:
dI y' Iy Iz 2 I yz
2 sen 2 2 I yz cos 2 0 tan 2 (18.22)
d 2 Iy Iz
são defasados de 90º, que definem dois eixos em relação aos quais os momentos de
inércia apresentam seus valores extremos. Os valores dos momentos de inércia em
relação aos eixos dados pela Eq.(18.22) podem ser facilmente determinados
substituindo seus ângulos na primeira das expressões apresentadas na Eq.(18.21).
Efetuando este procedimento obtém-se:
2
Iy Iz I Iz
I MAX / MIN y I yz
2
(18.23)
2 2
Os momentos de inércia extremos definidos na Eq.(18.23) são denominadas
momentos principais de inércia e os eixos onde estes atuam eixos principais de inércia.
Os eixos principais de inércia apresentam uma característica importante e que deve ser
destacada. Em relação a esses eixos, ou seja, nos eixos onde os momentos de inércia
são máximo ou mínimo, o produto de inércia é nulo. Essa conclusão, que será omitida
aqui por simplicidade, pode ser facilmente obtida substituindo-se os ângulos
determinados na Eq.(18.22) na expressão que relaciona o produto de inércia a eixos
quaisquer, terceira equação mostrada na Eq.(18.21). O leitor pode fazer essa operação e
conferir essa declaração.
Quando uma dada figura plana apresenta dois eixos de simetria, os eixos
principais de inércia são os próprios eixos de simetria. Quando uma dada figura plana
apresenta apenas um eixo de simetria, um eixo principal de inércia encontra-se sobre o
eixo de simetria enquanto que o outro eixo principal encontra-se localizado
perpendicularmente ao eixo de simetria. Quando a figura plana é assimétrica, os eixos
principais são determinados por meio da Eq.(18.22) e seus valores pela Eq.(18.23).
18.4.5 –Exemplo 4
2
Iy Iz I Iz
I MAX / MIN y I yz
2
2 2
2
5, 60 10 3 2, 90 10 3 5, 60 10 3 2, 90 10 3
3, 0 10
3 2
I MAX / MIN
2 2
I MAX / MIN 4, 25 10 3 3, 290 10 3
I MAX 7, 54 10 3 m 4 I MIN 9, 60 10 4 m 4
As inclinações dos eixos principais são obtidas por meio da Eq.(18.22). Assim:
2 I yz 2 3, 0 10 3
tan 2 tan 2
Iy Iz 5, 60 10 3 2, 90 10 3
tan 2 2, 22222 p1 32,886º
p 2 p1 90º p 2 32,886º 90º p 2 57,114º
Destaca-se que têm-se duas inércias principais para dois ângulos principais. No
entanto, sua correspondência não foi ainda determinada. Para efetuar tal operação, deve-
Dessa forma, em torno do eixo rotacionado de -32,886º atua a maior das inércias
torno do eixo IMAX encontra-se a maior porção de área afastada do centro de gravidade,
enquanto que em torno do eixo IMIN, por outro lado, maior porção de área encontra-se
18.4.6 –Exemplo 5
200 10 10 90
3 3
As inclinações dos eixos principais são obtidas por meio da Eq.(18.22). Assim:
2 I yz 2 2, 9483 10 6
tan 2 tan 2
Iy Iz 2,1759 10 6 1, 2276 10 5
tan 2 0, 583816 p1 15,138º
p 2 p1 90º p 2 15,138º 90º p 2 105,138º
para determinar em qual das inclinações calculadas anteriormente atua cada uma das
'
N M z' ' M y '
' y ' z (18.24)
A Iz Iy
18.4.8 –Exemplo 6
I yz 60 85, 58 114 85, 58 12 120 114 85, 58 54 85, 58 108 12
34, 42 6 60 85, 58 108 12 34, 42 66 114 85, 58
I yz 2, 21002 10 6 mm 4 I yz 2, 21002 10 6 m 4
Portanto, verifica-se que em torno do eixo inclinado de 45 atua a maior inércia
principal, enquanto que o eixo inclinado de 135 contém a menor inércia principal.
Para que as tensões normais sejam determinadas, deve-se decompor o momento
fletor aplicado ao longo dos eixos principais de inércia. Esse procedimento, conforme
ilustrado na Fig. (18.26), conduz a:
2
M y' M 0 cos 45º M y' M0
2
2
M z' M 0 sen 45º M z' M0
2
Existem dois pontos críticos nesta seção transversal, os quais estão apresentados
na Fig. (18.27). No ponto A atua a maior tensão de tração, enquanto que no ponto B
atua a maior tensão compressiva. Porém, pelo fato do ponto A localizar-se mais distante
do centro de gravidade que o ponto B, verifica-se facilmente que a tensão normal
atuante no ponto A será de maior intensidade (ou em valor absoluto) que a tensão
atuante no ponto B. Consequentemente, o ponto a ser verificado nessa análise é o ponto
A.
Por meio da Eq.(18.19) pode-se determinar as coordenadas do ponto A com
relação ao sistema de eixos principais. Utilizando a transformação de coordenadas
anteriormente apresentada tem-se:
y ' cos 45 sen 45 85, 58
z ' sen 45 cos 45 22, 42
y ' 0, 7071 0, 7071 85, 58 y ' 44, 660
z ' 0, 7071 0, 7071 22, 42 z ' 76, 367 mm
Sabendo que a tensão normal atuante no ponto A pode ser calculada com a
Eq.(18.24) obtém-se:
2 2
M0 M0
A 2
1, 52255 10 6
44, 660 10 3
2
5, 94259 10 6
76, 367 10 3
A 29828 M 0
18.4.9 –Exemplo 7
18.5.1 –Exemplo 8
materiais que compõem a estrutura são as seguintes: E1 100 GPa , E2 150 GPa e
E3 200 GPa .
10 50 3
10 50 85 49,118 0,5
2
Iz
12
70 10 3 10 50
3
Dessa forma, o valor do momento de inércia em torno do eixo y pode ser assim
determinado:
50 10 3
10 50 65 29,118 0,5
2
Iy
12
10 70 3 50 10
3
gravidade, enquanto em torno do eixo z’, por outro lado, maior porção de área encontra-
determinadas anteriomente.
Os momentos fletores atuantes estão definidos em relação aos eixos yz. No
entanto, para que a análise seja efetuada, esses esforços solicitantes devem ser definidos
em relação ao sistema y’z’, ou seja o sistema principal. A decomposição dos momentos
fletores atuantes em relação aos eixos principais y’z’ pode ser efetuada por meio da
matriz de rotação apresentada na Eq. (18.19). Portanto:
M y ' cos 43, 639º sen 43, 639º M y
M z ' sen 43, 639º cos 43, 639º M z
M y ' 0, 7237 0, 6901 6 M y ' 2, 559
kNm
M z ' 0, 6901 0, 7237 10 M z ' 11, 378
18.5.2 –Exemplo 9
10 5 3 15 5 3
Iy 5 10 (27,5 14,955) 2 0,8 5 15 (2,5 14,955) 2 0,667
12 12
5 30 3 15 5 3
30 5 (15 14,955)
2
5 15 (17,5 14,955) 2 .0,6
12 12
I y 25878,382 cm 4
Para que as tensões normais sejam determinadas nos pontos desejados, deve-se
calcular a intensidade dos esforços solicitantes na região do engaste, em particular do
esforço normal e do momento fletor. Com base no diagrama de corpo livre indicado na
Fig. (18.34), calculam-se o esforço normal e o momento fletor atuantes na seção
transversal do engaste, os quais aplicando equilíbrio de corpo rígido assumem as
seguintes intensidades:
F x
0 N E 2,0 0 N E 2,0 kN
M z
0 M E 3,0 0 M E 3,0 kN.m
A y z A n23
I z' I y'
A
A
2,0 2,8923 0,117178 0,7962 0,187364
A 4
0,667
285,025 10 12755, 275 108 26872,757 108
A 2189,33 kN/m²
B y z A n43
I z' I y'
A
A
2,0 2,8923 0,180447 0,7962 0,050141
B 4
0,6
285,025 10 12755, 275 108 26872,757 108
B 2502,05 kN/m²
18.5.3 –Exemplo 10
Com base nos valores das propriedades geométricas de área da seção transversal
homogeneizada pode-se determinar as inércias principais com base na Eq.(18.23).
Assim:
2
9355, 413 31931,319 9355, 413 31931,319
5646, 277
2
I MAX / MIN
2 2
I MAX 33264,710 cm 4 I MIN 8022,022 cm 4
Dessa forma, em torno do eixo rotacionado de -13,29º atua a menor das inércias
principais anteriormente calculadas. Consequentemente, em torno do eixo rotacionado
de 76,71º atuará a maior inércia principal conforme indica a Fig. (18.36).
A y z A .n12
I z' I y'
A
A
4,0 1, 257 0,10177 3,379 0,13175
A 4
0,5
267,195 10 33264,710 108 8022,022 108
A 2657,326 kN/m²
B y z B n32
I z' I y'
B
A
4,0 1, 257 0,16910 3,379 0,07242
B 4
0,75
267,195 10 33264,710 108 8022,022 108
B 2879,353 kN/m²
19.1 – Introdução
Figura 19.1 Distribuição das tensões de cisalhamento no plano de uma seção transversal.
Essa constatação viola uma das hipóteses da formulação das tensões normais na
flexão, a qual previa que as seções transversais inicialmente planas e perpendiculares ao
eixo da barra permaneciam dessa maneira após a deformação. Embora essa constatação
F 0 d dA dA t dx 0 (19.1)
A A
elemento estrutural. Dessa forma, essas variáveis podem ser colocadas fora da integral.
Assim, a Eq.(19.2) pode ser reescrita como:
dM z
I z t dx A
ydA (19.3)
h h 1 1 h2
Qz b y y y Qz y2 b (19.6)
2 2 2 2 4
Como Vy, t e Iz não variam ao longo da altura da seção transversal, constata-se
que a tensão de cisalhamento irá variar de forma quadrática ao longo da altura da seção.
Seu valor será máximo no centroide e nulo nas extremidades da seção.
Para o caso particular das seções transversais retangulares e quadradas, a tensão
1,5V
de cisalhamento será máxima no centroide, sendo igual a max .
A
A tensão de cisalhamento determinada pela Eq.(19.4), ou Eq.(19.5), é de grande
importância no domínio da mecânica dos sólidos/resistência dos materiais. Porém, esta
abordagem apresenta algumas limitações que precisam ser destacadas. A primeira delas
refere-se à adoção da condição de tensão de cisalhamento uniformemente distribuída ao
longo da espessura (base ou altura de acordo com a direção de atuação da força
cortante) da seção transversal. Considerando teorias mais avançadas (como a teoria da
elasticidade, por exemplo) que estão além do escopo desta disciplina, pode-se mostrar
que essa condição não é perfeitamente representativa para o problema. Quando a razão
b é baixa, o erro fornecido pela Eq.(19.4), ou Eq.(19.5), é pequeno. Por exemplo,
h
quando b 0,5 , o erro fornecido é de apenas 3%. No entanto, quando essa razão
h
cresce para 2, o erro aumenta para 40%. Apesar disso, deve-se destacar que nas
aplicações reais de engenharia de estruturas, as seções transversais são projetadas
Além disso, seções transversais com contorno irregular, como mostrado na Fig.
(19.7) levam também a distribuições não uniformes de tensão de cisalhamento. Apesar
de todas essas limitações, para aplicações práticas devem ser empregados coeficientes
de segurança, os quais são utilizados para garantir um nível de segurança adequado à
19.2.1 – Exemplo 1
0,125
5, 0 0,15 0,125 0, 25
2
xyB xyB 75, 0 kN m 2
0,15 1,5625 10 3
Figura 19.11 Variação das tensões de cisalhamento ao longo da altura (y) da seção.
Figura 19.12 Variação das tensões de cisalhamento ao longo da base (z) da seção.
19.2.2 – Exemplo 2
12 12
I z 1,556 104 m 4
QzA 0 .
Finalmente, no ponto D observa-se o máximo valor de Qz. Isso ocorre pelo fato
do ponto D estar posicionado no centroide da seção transversal. A tensão de
cisalhamento nesse ponto é dada pela Eq.(19.4). Assim:
100 103
80 0,300 20 103 110 103 15 103 100 103
2
xyD 3 4
15 10 1,556 10
xyD 25192,802 kN m 2
Dessa forma, devido à simetria da seção transversal em relação ao centroide, a
variação das tensões de cisalhamento ao longo da altura da seção transversal é a
mostrada na Fig. (19.14).
Figura 19.14 Variação das tensões de cisalhamento ao longo da altura (y) da seção.
0,1425
80 20 103 0,1425 0,0075 2
2
xzB ' 5
xzB ' 1661, 47 kN m2
9,0056 10 0, 240
Finalmente, para o ponto C indicado na Fig. (19.15), xz assume a seguinte
intensidade:
0,1425 0, 0075
80 20 103 0,1425 0, 0075 2 0, 240 0, 0075
2 2
xz
C
9, 0056 105 0, 240
xzC 1686, 45 kN m2
Dessa forma, devido à simetria da seção transversal em relação ao centroide, a
variação das tensões de cisalhamento ao longo da base da seção transversal é a mostrada
na Fig. (19.16).
Figura 19.16 Variação das tensões de cisalhamento ao longo da base (z) da seção.
19.2.3 – Exemplo 3
15 10 9 40
3 3
Iz
15 10
3
12 12
I z 1,1543 10 cm5 4
xy 2 1944, 6 kPa
materiais compósitos vêm ganhando cada vez mais espaço. As tensões de cisalhamento
decorrentes da atuação do esforço cortante em estruturas formadas por materiais de
diferentes propriedades mecânicas, estruturas não homogêneas, foram analisadas
anteriormente nesse capítulo. Porém, um parâmetro de grande importância que deve ser
considerado para a análise da integridade mecânica de tais estruturas trata da tensão de
aderência no caso não homogêneo imerso. Para a determinação da expressão que
permite a avaliação de tal tensão, deve-se considerar a viga formada por material não
homogêneo imerso apresentada na Fig. (19.19).
F x 0 n dA A dAF n d dA 0 (19.7)
A AF A
em que ydA
A
representa o momento estático correspondente ao material imerso sendo
VY QZf
A n (19.10)
PF I Z
Deve-se ressaltar que a equação anterior é válida para qualquer formato da seção
transversal do elemento imerso. Basta que sua área superficial seja corretamente
avaliada. Destaca-se que devido às condições de equilíbrio das tensões de cisalhamento,
a tensão de aderência que atua ao longo do comprimento do material imerso atua
também no plano da seção transversal desse material.
19.3.1 – Exemplo 4
E3 220
n13 n13 n13 8,8
E1 25
ycg
10 50 3 1, 25 2 8 1 2 0,8 2 8,8 1
2 2
ycg 24, 294cm
10 50
3
10 50 25 24, 294
2
Iz
12
1, 25 2 4
1, 25 2 4 24, 294 8 1
2 2
3
4
0,8 2 4
0,8 2 46 24, 294 8,8 1 I z 1,1873 105 cm 4
2 2
2
4
8 3473,97
máx máx 2,3408 102 kN cm 2
1,1873 10 10
5
máx 234, 08 kN m 2
A tensão de aderência em cada uma das barras imersas compostas pelos
materiais 2 e 3 pode então ser calculada utilizando a Eq. (19.10).
8 24,904
A2 8 5
A2 3, 4185 103 kN cm2
2 1, 25 2 1,1873 10
A2 34,185 kN m2
8 10,910
A3 8,8 5
A3 2,574 103 kN cm2
2 0,8 2 1,1873.10
A3 25, 74 kN m2
Sabendo que M y (desprezando o sinal uma vez que esse indica o sentido
I
____
M dF M dM
A I ydA dx dx A I ydA A I ydA 0
(20.3)
____
dF dM
dx ydA
dx A
I
Além disso, sabendo que a integral ydA é igual ao momento estático da seção, pode-
A
20.1.1 – Exemplo 1
20.1.2 – Exemplo 2
seção poderá suportar sabendo que sua tensão de ruptura ao cisalhamento é igual a 400
psi. Além disso, determine o espaçamento máximo que pregos, que resistem a uma
força de 400lb, devem ter para que a união entre as mesas e alma seja seguramente
efetuada.
O valor do esforço cortante máximo que a seção transversal poderá suportar será
determinado com base no valor da tensão de ruptura do material. Assim, o valor da
máxima tensão de cisalhamento atuante deverá ser igual à tensão de ruptura do material.
Para que esse cálculo seja efetuado, devem ser obtidos, primeiramente, os valores de
algumas propriedades geométricas da seção transversal.
Assim, o esforço cortante máximo poderá ser determinado com base na tensão
de cisalhamento máxima, a qual é calculada utilizando-se a Eq.(20.1). Portanto:
V y Qz V y 96, 2578
xy 400 V y 4971,804 lb
I ztz 1196, 4375 1
Com base no valor do esforço cortante determinado anteriormente, pode-se
calcular os valores dos fluxos de cisalhamento nas conexões entre a alma e as mesas
utilizando a Eq.(20.8). Para a mesa superior, o fluxo de cisalhamento é dado por:
V y Qz 4971,804 10 1, 5 14, 25 8, 625
q xSUP q xSUP
Iz 1196, 4375
lb
q xSUP 350, 620
in
Já para a mesa inferior o fluxo é dado por:
V y Qz 4971,804 6 1, 5 8, 625 0, 75
q xINF q xINF
Iz 1196, 4375
lb
q xINF 294,522
in
Considerando a mesa superior, o espaçamento dos pregos deve ser igual a:
Fprego 400
qresistente qatuante q SUP esp esp 1,14 in
esp x
350,620
Já na mesa inferior, o espaçamento dos pregos é obtido de forma semelhante,
sendo igual a:
Fprego 400
qresistente qatuante q xINF esp esp 1,358 in
esp 294,522
20.1.3 – Exemplo 3
cisalhante que deverá ser resistida pela cola nas superfícies a serem coladas.
q xB
2 322,8430
B B B 645, 687 psi
0, 25 2 0, 25
20.1.4 – Exemplo 4
A viga mostrada na Fig. (20.7) é construída com duas tábuas presas uma à outra
na parte superior e na parte inferior por duas fileiras de pregos espaçados de 150 mm.
Se um esforço cortante de intensidade igual a 3 kN está aplicado nesta viga, determine a
força cortante à qual cada prego resistirá.
Para que esse problema seja resolvido deve-se igualar o fluxo de cisalhamento
devido à força ao fluxo de cisalhamento decorrente da presença dos pregos. Como
existem dois pregos por linha de ligação, cada prego suportará a metade do fluxo devido
a esforço cortante nestes pontos. Assim:
2 Fprego
qresistente qatuante qx
esp
3 150 50 25 150
Fprego Fprego 3,375 kN
150 1003 2
12
20.1.5 – Exemplo 5
Para que esse problema seja resolvido, devem ser determinadas algumas
propriedades geométricas da seção transversal da viga considerada. Efetuando a
Como a seção transversal da viga é composta por cinco tábuas, surgirão quatro
pontos de fluxo de cisalhamento. Dessa forma, a força cortante nos parafusos pode ser
assim determinada:
Fparafuso
qresistente qatuante 4 qx
esp
35 2,11695 105 35 4, 23386 105 250
Fparafuso 2 2
5, 23597 10 5, 23597 10 4
8 8
Fparafuso 5,307 kN
Figura 20.12 Elemento hachurado 1. Fluxo de Cisalhamento atuante no plano da seção transversal.
Pode ser feita análise semelhante para as mesas inferiores. No entanto, como o
momento fletor aplicado produzirá tensões normais de tração, as forças F e dF terão
sentidos opostos ao apresentado na Fig. (20.11) e Fig. (20.13). Consequentemente, os
fluxos de cisalhamento atuantes no plano da seção transversal possuirão sentidos
opostos aos mostrados nessas figuras.
Figura 20.14 Elemento hachurado 0. Fluxo de Cisalhamento atuante no plano da seção transversal.
As forças equivalentes atuantes em cada uma das mesas, bem como seus
sentidos, estão ilustradas na Fig. (20.17). Deve-se notar que embora o fluxo resulte em
forças horizontais, estas são auto equilibradas de modo que a condição de equilíbrio
permaneça válida.
Figura 20.17 Variação do fluxo de cisalhamento e força equivalente ao longo da mesa de um perfil I.
força equivalente atuante na alma do perfil podem ser ilustradas como apresentado na
Fig. (20.19).
Figura 20.19 Variação do fluxo de cisalhamento e força equivalente ao longo da alma de um perfil I.
direção paralela ao eixo da barra e, finalmente, com base nessa direção, determina-se a
direção no plano da seção transversal.
Outros exemplos de orientação do sentido do fluxo de cisalhamento ao longo de
seções transversais compostas de elementos de paredes finas estão mostrados na Fig.
(20.20).
20.2.1 – Exemplo 6
72,143 17,857
QzA 10 72,143 10 17,857 190 10 17,857 5
2 2
QzA 0
Com os valores dos momentos estáticos avaliados em todos os pontos de
interesse, pode-se determinar a intensidade do fluxo de cisalhamento nesses pontos
utilizando a Eq.(20.5). Assim:
V j Qk 20 0 kN
qA qA qA 0
Ik 3, 20 10 6 m
V j Qk 20 2, 519655 10 5 kN
qB qB qB 157, 48
Ik 3, 20 10 6 m
V j Qk 20 0 kN
qC qC qC 0
Ik 3, 20 10 6 m
V j Qk 20 2, 602306 10 5 kN
qcg qcg qcg 162, 64
Ik 3, 20 10 6 m
Ao longo das almas da seção, a intensidade da força atuante deve ser igual ao
esforço cortante, de forma que a condição de equilíbrio seja observada. Portanto, a força
na alma é dada por:
20
Falma Falma 10 kN
2
Dessa forma, a variação das forças no perfil pode ser ilustrada como apresentado
na Fig. (20.25):
20.2.2 – Exemplo 7
Q zA 0
20.2.3 – Exemplo 8
V j Qk 150 8181, 76 N
qB qB qB 1, 250
Ik 9,81969 105 mm
V j Qk 150 10662,15 N
qcg qcg qcg 1, 629
Ik 9,81969 10 5
mm
elementos de paredes finas onde o esforço cortante era aplicado ao longo de um de seus
eixos principais de inércia. Porém, pode-se perguntar: o que ocorre quando esta
condição não é atendida?
Esta pergunta será respondida neste item, onde os efeitos mecânicos decorrentes
da atuação de uma força cortante em um eixo que não seja um eixo principal de inércia
serão apresentados. Serão consideradas seções transversais abertas formadas por
elementos de paredes finas. Dessa forma, as dimensões da linha média dos elementos
esbeltos poderão ser utilizadas para a determinação do fluxo, uma vez que o fluxo de
cisalhamento no plano da seção transversal é paralelo à maior dimensão do elemento
esbelto.
Um caso clássico que enquadra-se na categoria dos problemas que serão
estudados nesse item é o de um perfil do tipo C submetido à ação de uma força de
intensidade P aplicada ao longo de um eixo vertical que não seja principal, conforme
mostrado na Fig. (20.30). Embora a estrutura mostrada nessa figura seja isostática e em
balanço, nessa situação o perfil não será apenas fletido, mas também sofrerá a ação de
uma torção.
Para compreender o motivo pelo qual o elemento de barra torce, sem que seja
aplicado nenhum momento de torção, deve-se estudar a distribuição do fluxo de
cisalhamento nas mesas e na alma deste perfil. Para a seção analisada, a distribuição do
fluxo de cisalhamento é apresentada na Fig. (20.30). Quando integrado, o fluxo de
cisalhamento dá origem a forças resultantes nesses elementos. Impondo o equilíbrio dos
momentos resultantes dessas forças, constata-se que surge um momento que tende a
torcer a seção transversal. Observando a barra formada pelo perfil C, apresentada na
Fig. (20.30), verifica-se que a torção ocorrerá no sentido horário, já que são as forças
reativas internas que garantem o equilíbrio.
Em diversas aplicações de engenharia é interessante que esforços de torção
sejam evitados em elementos de barra geral. Em especial, esforços de torção devem ser
evitados quando seções transversais "abertas" de paredes finas são utilizadas, como em
perfis do tipo C e C enrijecido, uma vez que essas seções (abertas) possuem baixa
inércia à torção (sugere-se que o leitor relembre esta afirmação com os problemas
estudados no capítulo 16). Nessas situações, os efeitos da torção podem ser evitados se
a carga P for aplicada em um ponto conveniente, conforme mostrado na Fig. (20.31). O
ponto em questão é denominado 0 e dista e do eixo da alma do perfil. Caso tal operação
não seja possível, o analista poderá avaliar a intensidade do momento de torção
associado à força aplicada, com o objetivo de prever adequadamente o estado de tensão
na estrutura mobilizado pelo carregamento externo.
20.3.1 – Exemplo 9
Figura 20.34 Distribuição do fluxo de cisalhamento e forças equivalente nos elementos de parede fina.
20.3.2 – Exemplo 10
Com base nos valores dos momentos de inércia e estático das áreas, verifica-se
que a intensidade máxima do fluxo de cisalhamento nos enrijecedores é igual a:
V j Qk P 1, 5t
qenrijecedor qenrijecedor qenrijecedor 0, 061475 P
Ik 24, 4t
E nas mesas, o valor máximo é igual a:
V j Qk P 5,1t
qmesa qmesa qmesa 0, 2090 P
Ik 24, 4t
Assim, a distribuição dos fluxos de cisalhamento na seção transversal é
apresentada na Fig. (20.36). A força equivalente na mesa é obtida integrando-se o fluxo
ao longo do comprimento da mesa. Sabendo que essa integral é igual à área do fluxo
tem-se:
0, 2090 P 0, 061475 P
Fmesa 1,8 Fmesa 0, 2434 P
2
Fenrijecedor 0, 0273 P
20.3.3 – Exemplo 11
zcg
6 112 2 12 1 6 2 zcg 8 cm
6 1 2 12 1 2
A localização do centro de gravidade da seção ao longo do eixo y , ycg ,
encontra-se na metade de sua altura devido à simetria da seção em relação a este eixo.
12
V x2 V
F3 2
I 234 12 x
0
2
dx F3 6768
I
F y
0 V 2 F1 F3
Figura 20.38 Sentido de atuação das forças equivalente e posicionamento do centro de torção.
M 0 V e 2 F1 12 2 F2 12 0 V e 24 F2 F1
20.3.4 – Exemplo 13
I z y 2 dA . Portanto:
A
150
t 1503 t 1503
2 t s sen 30º 75 ds
2
Iz 2 y 2 dA I z
12 A
12 0
t 1503
150
s2
Iz 2 t 75 s 5625 ds I z 281250t 3937500t
12 0
4
I z 4218750t
Destaca-se que o momento de inércia determinado anteriormente considera a
aplicação do teorema dos eixos paralelos, uma vez que a posição das porções materiais
consideradas não coincide com o eixo do centroide da seção transversal.
A força resultante do fluxo de cisalhamento na porção inclinada da seção
transversal é obtida integrando-se o fluxo de cisalhamento ao longo do comprimento da
seção. Assim, o fluxo de cisalhamento, em função de uma ordenada s que se inicia na
parte superior do perfil, pode ser assim expresso:
VQz V s
qx qx st 75 150 sen 30º sen 30º
Iz Iz 2
V s
qx st 150
Iz 4
Portanto, a força na porção inclinada da seção transversal assume o seguinte
valor:
150
V s Vt
Fmesa qx ds Fmesa st 150 4 ds Fmesa 1406250
s
Iz 0
Iz
Vt V
Fmesa 1406250 Fmesa
4218750t 3
Impondo o equilíbrio de momentos em relação ao ponto O obtém-se:
V
Ve 2 cos 30 75 e 43,3 mm
3
20.3.5 – Exemplo 14
bt 3 2
2
d
d 2 t s sen 45º ds 2
2
Iz bt
12 2 0
Como os elementos que compõem a seção transversal analisada são de paredes
finas, os termos de alta ordem de t podem ser desprezados. Assim:
s2 td 3
d
I z btd 2 2 t ds I z btd 2
0
2 3
2
Vtdb2
3 2 Vb 2
Fmesa 4 Fmesa
td 3 4 3bd d 2
btd 2
3
Efetuando a somatória de momentos em relação ao ponto onde os elementos de
paredes finas inclinados encontram-se obtém-se o valor de e. Assim:
2 2 3 2 Vb 2 3 b2
Ve 2 Fmesa d Ve 2 d e
2 2 4 3bd d 2 2 3b d
20.4.1 – Exemplo 15
transversal é igual a t .
a a a a a a 1
I yz at 0 at 0 I yz ta 3
2 4 4 4 2 4 8
Para que os valores dos fluxos de cisalhamento sejam calculados nos pontos
desejados, deve-se, inicialmente, determinar os valores dos momentos estáticos nestes
pontos. Com o auxílio da ilustração apresentada na Fig. (20.44), obtém-se os valores
dos momentos estáticos para os pontos A, B e C, os quais são iguais a:
ta a 2 2
QzA' cos 45º QzA' ta
2 4 16
ta a a 3 2 2
QyA' sen 45º sen 45º QyA' ta
2 2 4 16
a a
QzB' ta cos 45º cos 45º QzB' 0
4 4
a 2 2
QyB' ta sen 45º QyB' ta
2 4
ta a 2 2
QzC' cos 45º QzC' ta
2 4 16
ta a a 3 2 2
QyC' sen 45º sen 45º QyC' ta
2 2 4 16
Dessa forma, os fluxos de cisalhamento nestes pontos, que podem ser
determinados por meio da Eq.(20.1), assumem os seguintes valores:
2 2 2 2 3 2 2
P ta P ta
2 16 2 16 P
q
A
3
3
q A 1,3125
ta ta a
12 3
q A tem direção vertical com o sentido de cima para baixo.
2 2 2 2
P0 P ta
2 2 4 P
q
B
3
3
q B 0,75
ta ta a
12 3
2 2 2 2 3 2 2
P ta P ta
P
qC 2 16 3
2 16
3
qC 0,1875
ta ta a
12 3
q C possui direção horizontal com o sentido da esquerda para a direita.
Assim, estes problemas podem ser resolvidos de maneira mais direta, ou menos
trabalhosa, por meio da utilização do sistema de coordenadas yz padrão, classicamente
adotado na descrição da seção transversal nos problemas da engenharia de estruturas.
Conforme apresentado nos capítulos 17 e 18, nos problemas envolvendo tensões
normais na flexão, tanto as tensões normais quanto as deformações normais possuem
variação linear ao longo do plano da seção transversal. Assim, a tensão normal pode ser
escrita de forma geral como:
N
x Ay Bz (20.14)
A
Os termos A e B podem ser obtidos a partir da imposição do equilíbrio, tomando
o elemento de dimensões diferenciais ilustrado na Fig. (20.45). Assim:
N
M z x ydA M z Ay 2 dA BzydA ydA
A A A A
A (20.15)
M z I z A I yz B
N
M y y zdA M y AyzdA Bz 2 dA zdA
A A A A
A (20.16)
M y I yz A I y B
N M z I y M y I yz M y I z M z I yz
x y z (20.18)
A I y I z I yz2 I y I z I yz
2
Deve-se enfatizar que quando a Eq.(20.18) é utilizada considerando um sistema
de coordenadas principal, ou seja, I yz 0 , retoma-se a representação clássica
A
x d x dA x dA qdx 0 qdx d x dA
A A
dM z I y dM y I yz dM y I z dM z I yz
qdx y z dA (20.19)
I y I z I yz2 I I I 2
A y z yz
dM z I y dM y I yz dM y I z dM z I yz
zdA
qdx ydA
I I I 2
I I I 2
y z yz A y z yz A
dM z dM y
(capítulo 17), e das relações diferenciais de equilíbrio, Vy e Vz (capítulo
dx dx
5), pode-se reescrever a Eq.(20.19) na seguinte forma:
V I V I Vz I z Vy I yz
q y y z 2 yz Qz Qy
I I I
I y I z I yz
2
y z yz
(20.20)
I Q I Q I Q I Q
q y z yz2 y Vy z y yz2 z Vz
I I I I I I
y z yz y z yz
Portanto, a intensidade do fluxo de cisalhamento pode ser obtida considerando
as grandezas definidas no sistema yz clássico por meio da Eq.(20.20).
20.5.1 – Exemplo 16
t.
Com base na resolução apresentada no item 20.4.1, sabe-se que a localização do
centro de gravidade da seção transversal e seus momentos de inércia assumem os
seguintes valores:
a a 10 10 1
y , z , I z ta3 , I y ta3 e I yz ta3
4 4 48 48 8
ta a a ta 2
Q Qz
B
z
B
2 2 4 4
ta a ta 2
Q Qz
C
z
C
2 4 8
ta a ta 2
QyA Q A
2 4
y
8
a ta 2
QyB ta QyB
4 4
ta a a ta 2
QyC Q C
2 4 4
y
4
Assim, utilizando a Eq.(20.20), as intensidades dos fluxos de cisalhamento
nestes pontos são dados por:
10 3 1 2 1 3 1 2
48 ta 4 ta 8 ta 8 ta
q
P
A
P q A 1,3125
10 3 10 3 1 3 2
a
ta ta ta
48 48 8
10 3 1 2 1 3 1 2
48 ta 4 ta 8 ta 4 ta
q
P
B
P q B 0,75
10 3 10 3 1 3 2
a
ta ta ta
48 48 8
10 3 1 2 1 3 1 2
48 ta 8 ta 8 ta 4 ta
q
C P qC 0,1875 P
10 3 10 3 1 3 2
a
ta ta ta
48 48 8
médias da seção transversal são percorridas. Portanto, a força equivalente, que resulta
da integração do fluxo de cisalhamento ao longo do comprimento dos elementos de
paredes finas, está diretamente associada à integração dos momentos estáticos.
Devido à assimetria geométrica da seção transversal, os esforços cortantes Vz e
bem como as forças equivalentes a eles associadas, devem ser analisados isoladamente.
Além disso, o equilíbrio em termos de momentos de torção deve ser também efetuado
de forma isolada. Consequentemente, as excentricidades (localização) do centro de
cisalhamento em relação aos eixos y e z são determinadas a partir dos esforços cortantes
e das forças equivalentes decorrentes de Vz e V y , respectivamente.
20.6.1 – Exemplo 17
Iy 2 0, 01a 0, 26042a 10
a a
12 2 4 12
0, 01a a
3 2
9 a
0, 01a a 0, 26042a
2
a0, 01a 0, 26042a
10 12 2
I y 2,1225 103 a 4
a 9 a
I yz 0,01a a 0,35625a 0, 26042a
2 10 4
9 9
0,01a a a 0,35625a 0, 26042a
10 20
a
a0,01a 0,35625a 0, 26042a I yz 1,1016 103 a 4
2
A localização do centro de cisalhamento é obtida considerando a atuação isolada
de Vz e V y e a imposição do equilíbrio, em termos de momentos de torção, envolvendo
as forças equivalentes a eles associada. Este equilíbrio pode ser imposto em relação a
qualquer ponto do plano. Na presente resolução, a somatória nula de momentos será
imposta em relação a um ponto da linha média da alma, passando pelo centro de
gravidade, conforme indicado na Fig. (20.48).
x
Qy 0, 01a x 0, 23985a Qy 2,3958 103 a 2 x 5 103 ax 2
2
Para a mesa superior, e para valores positivos de z, tem-se:
Qz 0, 01a 0, 23958a 0,54375a 0, 01a x 0,54375a
3 3
Qz 1,3027 10 a 5, 4375 10 a x
3 2
0, 23985a x
Qy 0, 01a 0, 23985a 0, 01a x
2 2
Qy 2,870 104 a3 5 103 ax 2
x
Qy 0, 01a x 0, 73958a Qy 7,3958 103 a 2 x 5 103 ax 2
2
Para a mesa inferior, e para valores positivos de z, tem-se:
Qz 0,01a 0,73958a 0,35625a 0,01a x 0,35625a
Qz 2,6348 103 a3 3,5625 103 a 2 x
0, 73958a x
Qy 0, 01a 0, 73958a 0, 01a x
2 2
Qy 2, 7349 103 a3 5 103 ax 2
As forças equivalentes nas mesas são obtidas por meio da integração do fluxo de
cisalhamento, dado pela Eq.(20.20), ao longo do comprimento dos elementos de paredes
finas. Considerando a atuação apenas de V y obtém-se:
I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz
q Vy Vz
I I I 2 I I I2
y z yz y z yz
2,1225 103 a 4Qz 1,1016 103 a 4Qy
q V
2,1225 103 a 4 3, 4342 103 a 4 1,1016 103 a 4 2 y
349,350Qz 181,316Qy
q 4 Vy
a
são iguais a:
0,23958 a 0,23958 a
349,350
F z
0
qdx
a4
0
5, 4375 103 a 2 xVy dx
0,23958 a
181,316
2,3958 10 a 2 x 5 103 ax 2 Vy dx F z 6, 2828 102Vy
3
a4 0
0,26042 a 0,26042 a
349,350
1,3027 10 a3 5, 4375 103 a 2 x Vy dx
3
F z qdx
0
a4 0
0,26042 a
181,316
2,870 10 a3 5 103 ax 2 Vy dx F z 0,1912Vy
4
a4 0
Já as forças equivalentes atuantes na mesa inferior, devidas apenas a V y ,
a4 0
0,26042 a 0,26042 a
349,350
2, 6348 10 a3 3,5625 103 a 2 x Vy dx
3
F z qdx
0
a4 0
0,26042 a
181,316
a 4 2, 7349 103 a3 5 103 ax 2 Vy dx F z 0,1581Vy
0
A partir das forças equivalentes determinadas anteriormente, pode-se impor o
equilíbrio de momentos de torção para que a excentricidade ez seja determinada. Deve-
se mencionar que os sinais obtidos para as forças dependem dos sinais encontrados para
os momentos estáticos. Considerando a ilustração apresentada na Fig. (20.48) tem-se:
I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz
q V Vz
I I I2 y I I I2
y z yz y z yz
3, 4342 103 a 4Qy 1,1016 103 a 4Qz
q V
2,1225 103 a 4 3, 4342 103 a 4 1,1016 103 a 4 2 z
565, 248Qy 181,316Qz
q Vz
a4
Assim, as forças equivalentes atuantes na mesa superior, devidas apenas a Vz ,
são iguais a:
0,23958 a 0,23958 a
565, 248
2,3958 10 a 2 x 5 103 ax 2 Vz dx
3
F z qdx
0
a4 0
0,23958 a
181,316
a4
0
5, 4375 103 a 2 xVz dx F z 5, 4205 102Vz
0,26042 a 0,26042 a
565, 248
2,870 10 a3 5 103 ax 2 Vz dx
4
F z qdx
0
a4 0
0,26042 a
181,316
1,3027 10 a3 5, 4375 103 a 2 x Vz dx F z 0,1206Vz
3
a4 0
20.6.2 – Exemplo 18
a a a a a a a a a
0, 01a 0, 01a a0, 01a 0, 01a
z
2 4 3 2 6 2 4 4 8
a a a
0, 01a 0, 01a a0, 01a 0, 01a
2 3 4
z 0, 4517a
Os momentos de inércia da seção transversal assumem os seguintes valores:
a a
0, 01a a 0, 01a
3 3
Iz 2 0, 01a a 0, 64a 3
2
12 2 12
0, 01a a
3 2
a a
0, 01a a 0, 64a
2
a0, 01a 0, 64a
3 12 2
a
0, 01a a
3
12 4
3 3
a a
0, 01a 2 0,01a
Iy 2 a 0,01a a 0, 4517a 3
12 2 4 12
a 0,01a
2 3 2
aa a a
0,01a 0, 4517a a0, 01a 0, 4517a
32 6 12 2
3
a
0,01a 2
4 0,01a a a a 0, 4517a I 5, 4362 104 a 4
y
12 4 4 8
a a
I yz 0,01a a 0,64a 0, 4517a
2 4
x
Qy 0, 01a x 0, 2017a Qy 2, 017 103 a 2 x 5 103 ax 2
2
Similarmente, para valores negativos de z, obtém-se:
Qz 0,01a 0, 2017a 0,64a 0,01ax 0,64a
Qz 1, 291103 a3 6, 4 103 a 2 x
0, 2017 a x
Qy 0, 01a 0, 2017a 0, 01a x Qy 2, 034 104 a 3 5 103 ax 2
2 2
I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz
q V Vz
I I I2
I y I z I yz
y 2
y z yz
5, 4362 104 a 4Qz 3,1816 104 a 4 Qy
q V
5, 4362 104 a 4 3,1334 103 a 4 3,1816 104 a 4 2 y
339,306Qz 198,583Qy
q Vy
a4
Assim, as forças equivalentes atuantes na mesa inferior, devidas apenas a V y ,
são iguais a:
0,2017 a 0,2017 a
339,306
6, 4 10 a 2 x Vy dx
3
F z qdx
0
a4 0
0,2017 a
198,583
2, 017 10 a 2 x 5 103 ax 2 Vy dx F z 3,8741102Vy
3
a4 0
0,0483 a 0,0483 a
339,306
1, 29110 a3 6, 4 103 a 2 x Vy dx
3
F z qdx
0
a4 0
0,0483 a
198,583
2, 034 10 a3 5 103 ax 2 Vy dx F z 2,1777 102Vy
4
a4 0
fechado, qP . Assim:
qT qA qP (20.23)
Portanto, utilizando a Eq.(20.20) obtém-se:
I Q I Q I Q I Q
qT y z yz2 y Vy z y yz2 z Vz qP (20.24)
I I I I I I
y z yz y z yz
No entanto, com base no resultado apresentado na Eq.(20.22), verifica-se que
I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz 1 q
q ds Vy Vz ds P ds 0
I y I z I yz I y I z I yz
T 2 2
s s t s
t
(20.25)
q I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz 1
tP ds I I I 2 Vy I I I 2 Vz t ds
s s y z yz y z yz
Deve-se enfatizar que a integral do fluxo de cisalhamento ao longo do
comprimento de um dado elemento de parede fina resulta na força equivalente
decorrente do referido fluxo na parede fina analisada. Portanto, o resultado apresentado
na Eq.(20.25) refere-se a força equivalente no elemento de parede fina analisado
decorrente do fluxo constante PtP . Assim, para que a localização do centro de
cisalhamento seja determinada, deve-se também determinar a força equivalente
20.7.1 – Exemplo 19
Portanto:
L b 2 t 2b
3
2
I z y dA I z s tds 2
2
I z b 2t L b
A 0 L 12 3
Dessa forma, a força equivalente decorrente de PtP pode ser determinada com
base na Eq.(20.25). Assim:
qP I y Qz I yz Qy I z Qy I yz Qz 1
t ds I I I 2 y I I I 2 Vz t ds
V
s s y z yz y z yz
qP Q 1 qP V
t
ds z Vy ds
Iz t
t
ds y Qz ds
I zt s
s s s
Vy bLt
FEqqP
Iz 6
Similarmente, a força equivalente na parede fina inclinada, na condição aberta,
pode ser determinada considerando que a abertura seja efetuada na conexão entre as
paredes finas inclinadas. Assim:
Vy L
Vy L
bs Vy bL2t
FEqqA Qz ds FEqA ts ds FEqqA
q
Iz 0
Iz 0
L2 Iz 6
Vy bLt Vy bL2t a
MT 0 I 6 I 6 L b2 Vye 0
z z
a Vy 2 a Vy
b t 1 L Vy e 0 b2t 1 L Vy e 0
3 Iz 3 2 b2t L b
3
a 1 L
e
2 L b
21.1 –Introdução
O estudo da linha elástica que será apresentado neste capítulo visa à avaliação
dos deslocamentos em elementos estruturais do tipo viga. Portanto, objetiva-se
determinar, para os pontos localizados sobre o eixo da viga, o deslocamento
perpendicular ao eixo da viga e suas rotações.
Para a determinação da(s) expressão(ões) que representa(m) a linha elástica,
deve-se considerar as condições de vinculação atuantes na estrutura. Se em um dado
ponto, localizado na ordenada x ao longo do comprimento da viga, o deslocamento v
for nulo, como nos apoios fixo e móvel e também nos engastes, tem-se v x 0 . Por
outro lado, se a rotação for nula neste ponto, como ocorre nos engastes, tem-se que
dv x
v' x 0 .
dx
Além disso, os valores dos esforços solicitantes (momento fletor e esforço
cortante) ao longo dos pontos da viga devem também ser considerados. Para as vigas
mostradas na Fig. (21.2), constata-se que o momento fletor nos pontos onde atuam os
apoios do tipo fixo é nulo. Com relação ao esforço cortante, verifica-se que seu valor é
igual a F, para a primeira das vigas mostradas na Fig. (21.2), no ponto localizado na
extremidade do balanço, ou seja, no ponto onde a força concentrada é aplicada.
Para que o cálculo dos deslocamentos em vigas via linha elástica seja possível,
deve-se, inicialmente, formular o problema associando as deformações no plano da
seção transversal aos carregamentos atuantes e aos esforços solicitantes produzidos por
estes. Para tal fim, pode-se considerar a viga prismática mostrada na Fig. (21.3), a qual
está em equilíbrio quando submetida a um conjunto de ações externas.
lim
y d d
y
(21.4)
d 0 d
Como o problema envolve apenas a flexão em torno do eixo z, sabe-se que as
tensões normais, neste caso, estão associadas ao momento fletor atuante por meio da
seguinte relação, conforme apresentado no capítulo 17:
M
y (21.5)
I
Utilizando a lei de Hooke E e a Eq.(21.4), pode-se reescrever a
ds dx (21.10)
Assim, a curvatura, expressa pela Eq.(21.8), passa a ser dada por:
1 d
(21.11)
dx
Uma vez que a Eq.(21.10) é verdadeira, pelas hipóteses consideradas, tem-se que
o ângulo é muito pequeno. Nessa condição sabe-se que tan . Com base nesta
d 2v M d 3v V d d 3v d V d 4v 1 dV
2
3
3 4
dx EI dx EI dx dx dx EI dx EI dx (21.18)
4
d v q
4
dx EI
Portanto, as equações que permitem a determinação das deflexões em vigas, e
consequentemente da linha neutra, são as mostradas na Eq.(21.19).
d 2v M d 3v V d 4v q
2
v '' 3
v ''' 4
v '''' (21.19)
dx EI dx EI dx EI
Em muitas aplicações de engenharia, é comum a utilização de elementos
estruturais cujas seções transversais tenham suas dimensões variando ao longo de seu
comprimento. Nessa situação, o momento de inércia, que depende das dimensões da
seção transversal, deverá ser expresso considerando tal variação. Portanto, nesses casos
deve-se integrar sucessivamente uma das Eq.(21.19) considerando a variação das
dimensões da seção transversal.
Como resultado das integrações sucessivas das Eq.(21.19), surgem termos livres
que necessitam ser determinados em função das condições de contorno presentes na
viga. As condições de contorno referem-se a pontos onde os deslocamentos, rotações ou
esforços solicitantes são conhecidos. Para a viga mostrada na Fig. (21.7) constata-se que
as condições de contorno são as seguintes:
dv A
v A 0 v B 0 v' A 0 (21.20)
dx
Em pontos onde ocorrem descontinuidades, como nos pontos de atuação de
ações pontuais (forças ou momentos) e pontos em que ocorrem mudanças nas
dimensões da seção transversal, condições de compatibilidade de deslocamentos e
rotações devem ser incluídas na análise. Para a viga mostrada na Fig. (21.8) têm-se as
seguintes condições de contorno.
v A 0 vB 0
d 2v A
EI v '' A EI M A 0
dx 2 (21.21)
d 2v B
2
EI v '' B EI M B 0
dx
v AC C vCB C v 'AC C v CB
'
C
21.2.1 – Exemplo 1
Assim, para uma seção genérica distante de x do apoio A, como ilustrado na Fig.
(21.10), pode-se expressar o momento fletor efetuando-se seu equilíbrio de corpo
rígido. Portanto:
qL x qL q
M 0
2
x qx M x 0 M x
2 2
x x2
2
Utilizando a primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) tem-se:
d 2v M d 2v 1 qL q
x x2 (21.22)
dx 2 EI dx 2
EI 2 2
Integrando a Eq.(21.22) em relação ao comprimento da viga obtém-se:
d 2v 1 qL q 2 dv 1 qL 2 q 3
dx 2 dx EI 2 x 2 x dx
dx EI 4
x x C1
6
(21.23)
x1
1
2
L 3L x2
1
2
L 3L x3
L
2
Constata-se facilmente que as raízes x1 e x2 resultam em valores para
coordenadas x que não pertencem ao domínio da viga. Portanto, não são soluções
possíveis para o problema. O ponto onde ocorre o deslocamento máximo é o ponto dado
pela raiz x3 . Assim, o deslocamento máximo ocorre no centro do vão.
21.2.2 – Exemplo 2
d 2v M d 2v 1 qL2 q 2
qLx x (21.28)
dx 2 EI dx 2
EI 2 2
dv 0 1 qL 2 qL2 q
0 0 0 3 C1 C1 0
dx EI 2 2 6
Portanto, as expressões dos deslocamentos e rotações para os pontos que
constituem a viga são iguais a:
1 qL 3 qL2 2 q 4
v x x
EI 6 24
x
4
(21.31)
dv 1 qL 2 qL2 q
x x x3
dx EI 2 2 6
1 qL 3 qL2 2 q 4 qL4
v L
EI 6 24
L L L v L
4 8 EI
dv L 1 qL 2 qL2 q 3 dv L qL3
L L L
dx EI 2 2 6 dx 6 EI
21.2.3 – Exemplo 3
Determine a expressão da linha elástica para a viga mostrada na Fig. (21.13).
Além disso, calcule o deslocamento e a rotação no ponto B. Considere que o produto EI
seja constante para toda a extensão da viga.
d 3v q 2 1
dx 3 dx 2 L0 x q0 x C1 EI dx
(21.34)
d 2 v q0 3 q0 2 1
2
x x C1 x C 2
dx 6L 2 EI
Efetuando a integração da Eq.(21.34) em relação à x obtém-se a expressão das
rotações dos pontos que compõem a viga. Assim:
d 2v q 3 q 2 1
dx 2 dx 6 L0 x 20 x C1 x C2 EI dx
(21.35)
dv q0 4 q0 3 C1 2 1
x x x C 2 x C3
dx 24 L 6 2 EI
Finalmente, integrando a Eq.(21.35) em relação ao comprimento da viga obtém-
se a expressão da linha elástica. Dessa forma:
dv q0 q0 3 C1 2 1
dx dx 24 L x x x C 2 x C3 dx
4
6 2 EI
(21.36)
q q C C 1
v 0 x 5 0 x 4 1 x 3 2 x 2 C3 x C 4
120 L 24 6 2 EI
A Eq.(21.36) representa a equação da linha elástica, a qual envolve quatro
constantes de integração, C1 , C 2 , C3 e C 4 . Estas constantes são determinadas com base
em quatro condições de contorno do problema. Para a viga mostrada na Fig. (21.13)
têm-se as seguintes condições de contorno:
dv d 2v L d 3v L
v 0 0 ; 0 0 ; EI M L 0 ; EI V L 0 (21.37)
dx dx 2 dx 3
Utilizando a primeira das condições de contorno mostradas na Eq.(21.37)
obtém-se:
q q C C 1
v 0 0 0 0 5 0 0 4 1 0 3 2 0 2 C3 0 C 4 C4 0
120 L 24 6 2 EI
Por meio da segunda condição de contorno apresentada na Eq.(21.37) pode-se
determinar o valor de C 2 . Assim:
dv 0 q q C 1
0 0 0 4 0 0 3 1 0 2 C 2 0 C3 C3 0
dx 24 L 6 2 EI
Com base na última condição de contorno mostrada na Eq.(21.37), que prevê
que o esforço cortante seja nulo na extremidade do balanço, tem-se:
d 3v L q 1 q0 L
3
0 0 L2 q0 L C1 C1
dx 2L EI 2
21.2.4 – Exemplo 4
Determine as expressões que representam o deslocamento e a rotação dos pontos
da viga mostrada na Fig. (21.14). Considere que o produto EI seja constante para toda a
extensão da viga.
3 1
F y 0 P
2
P RA 0 RA
2
P
P
M x x
2
P 3P
Para L x 3 L
2 M 0
2
x
2
x L M x 0
3 PL
M x Px
2
Considerando inicialmente o intervalo 0 x L , pode-se escrever que:
d 2v M d 2v 1 P
2 x (21.39)
dx 2 EI dx 2
EI
Integrando a Eq.(21.39) uma vez em relação à variável x obtém-se:
d 2v 1 P dv 1 P 2
dx 2 dx EI 2 x dx dx EI 4 x C1 (21.40)
integrações sucessivas, devem ser determinadas com base nas condições de contorno do
problema. No intervalo considerado, constata-se, a partir da Fig. (21.14), que as
seguintes as condições de contorno são observadas:
v 0 0 v L 0
1 P 3
v 0 0 12 0 C1 0 C 2 C 2 0
EI
Com a segunda condição de contorno do intervalo tem-se:
1 P 3 PL2
v L 0
12 L C L
1 C1
EI 12
Dessa forma, as expressões dos deslocamentos e das rotações para os pontos que
constituem a viga no intervalo 0 x L são as seguintes:
1 P 3 PL2
v 12 x 12 x
EI
(21.42)
dv 1 P 2 PL2
x
dx EI 4 12
2
(21.45)
1 P 3 3 PL 2
v 6 x 4 x C3 x C 4
EI
As duas constantes de integração, C3 e C4 , que surgiram na Eq.(21.45) são
Para que a viga apresente continuidade sobre o apoio B, tem-se que a rotação
neste ponto deve ser igual para ambos os intervalos que concorrem a este ponto. Assim,
surge uma condição de continuidade igual a:
dv AB L dv BC L
dx dx
dv AB
Sabendo que a expressão de é dada pela Eq.(21.42) obtém-se:
dx
dv AB L dv BC L 1 P 2 PL2 1 P 2 3 PL
L L L C3
dx dx EI 4 12 EI 2 2
2
5 PL
C3
6
Como o deslocamento é nulo sobre o ponto B, x L , determina-se a constante
C 4 , a qual é igual a:
1 P 3 3 PL 2 5 PL2 PL3
v L 0 6 L L L C 4 C 4
EI 4 6 4
21.2.5 – Exemplo 5
Sabe-se que a equação que exprime o deslocamento dos pontos de uma viga
biapoiada é a mostrada na Eq.(21.46). Com base nesta equação, determine o
carregamento distribuído que deu origem a este deslocamento e também os esforços
cortantes nos pontos x 0 e x L .
q0
v 3L5 x 5 L3 x 3 3 Lx 5 x 6 (21.46)
90 EIL2
De acordo com a última das expressões mostradas na Eq.(21.19) tem-se que:
d 4v q
4
v ''''
dx EI
Portanto, o carregamento distribuído q é obtido derivando-se quatro vezes a
Eq.(21.46) em relação à variável x. Assim:
q0
v 3 L5 x 5 L3 x 3 3 Lx 5 x 6
2
90 EIL
dv q0
2
3 L5 15 L3 x 2 15 Lx 4 6 x 5
dx 90 EIL
2
d v q0
30 L3 x 60 Lx 3 30 x 4 (21.47)
dx 2
90 EIL2
d 3v q0
3
2
30 L3 180 Lx 2 120 x 3
dx 90 EIL
4
d v q0
360 Lx 360 x 2
dx 4
90 EIL2
Com base na última das expressões mostradas na Eq.(21.47) tem-se:
d 4v q0 q 4 q0
4
360 Lx 360 x 2
2
q 2
Lx x 2
dx 90 EIL EI L
Assim, é um carregamento parabólico. Os valores dos esforços cortantes nos
pontos x 0 e x L são dados por:
d 3v V d 3v
V EI
dx 3 EI dx 3
Para o ponto x 0 tem-se:
q0 q0 L
V 30 L3 180 L 0 2 120 03 EI
2
V
90 EIL 3
Já para o ponto x L obtém-se:
q0 q0 L
V 30 L3 180 LL2 120 L3 EI V
90 EIL2 3
21.3.1 – Exemplo 6
destes intervalos, verifica-se que a expressão que define o momento fletor ao longo do
intervalo é dada por:
PL2 PL2
M 0
L1 L2
x M x 0 M x
L1 L2
x
d 2v 1 PL2 dv 1 PL2
dx 2 EI L1 L2
2
dx x dx x C (21.49)
dx EI 2 L1 L2
1
Integrando a Eq.(21.49) também em relação à x obtém-se o resultado
apresentado na Eq.(21.50):
dv 1 PL2
dx dx EI x 2 C1 dx
2 L1 L2
(21.50)
1 PL2
v x 3 C1 x C2
EI 6 L1 L2
Já para o trecho definido pelo intervalo L1 x L1 L2 , tem-se que o
PL2
M x x Px PL1
L1 L2
Com base na primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) pode-se escrever
que:
d 2v M d 2v 1 PL2
x Px PL1 (21.51)
dx 2 EI dx 2
EI L1 L2
Integrando a Eq.(21.51) em relação ao comprimento da viga tem-se:
d 2v 1 PL
dx 2 dx EI L1 2L2 x Px PL1 dx
(21.52)
dv 1 PL2 P
x 2 x 2 PL1 x C3
dx EI 2 L1 L2 2
Integrando a Eq.(21.52) em relação à variável x resulta em:
dv 1 PL2 P
dx dx EI 2 L 1 L2
x 2 x 2 PL1 x C3 dx
2
(21.53)
1 PL2 P PL
v x 3 x 3 1 x 2 C3 x C 4
EI 6 L1 L2 6 2
Segundo ilustrado na Fig. (21.15), observa-se que o problema apresenta as
seguintes condições de contorno:
v 0 0 v L1 L2 0 (21.54)
1 PL2
v 0 0 03 C1 0 C2 C2 0
EI 6 L1 L2
Com base na segunda condição de contorno mostrada na Eq.(21.55) tem-se:
dv0 x L1 L1 dvL1 x L1 L2 L1
dx dx
1 PL2 1 PL2 P
L1 C1 L1 L1 PL1 L1 C3 (21.56)
2 2 2
EI 2 L1 L2 EI 2 L1 L2 2
P
C1 L1 C3
2
2
Utilizando a primeira condição de contorno mostrada na Eq.(21.55) obtém-se:
v0 x L1 L1 vL1 x L1 L2 L1
C1 L1 C3 L1 C 4
3
P L1 P L1
3 3
P
2 L1 C3 L1
2
C3 L1 C 4 C4 (21.58)
3 6
A partir do resultado obtido na Eq.(21.58), pode-se determinar o valor de C 3
utilizando a segunda condição de contorno mostrada na Eq.(21.54). Assim:
v L1 L2 0
1 PL2 P PL 2
L1 L2 L1 L2 1 L1 L2
3 3
EI 6 L1 L2 6 2
1 P L1
3
C3 L1 L2 0
EI 6
P L1
3
PL2 P PL
L1 L2 L1 L2 1 L1 L2 C3
2
0
6 6 2 6 L1 L2
P L1
3
P L L
C3 L1 L2 P L1 L2 2 1
2
6 6 L1 L2 6 2
P
L1 C3
2
C1
2
P L1
3
P P L L
C1 L1 L1 L2 P L1 L2 2 1
2 2
2 6 6 L1 L2 6 2
EI 2 6 6 L1 L2 6 2
Para L1 x L1 L2
PL P 3 PL1 2 P L1
3
1
v 2
x x
3
x
EI 6 L1 L2 6 2 6
P P L1 L
3
1 L
L1 L2 P L1 L2 2 1 x
2
EI 6 6 L1 L2 6 2
21.3.3 – Exemplo 7
EI 2 6 6 L1 L2 6 2
(21.59)
Para L1 x L1 L2
PL P 3 PL1 2 P L1
3
1
v 2
x x
3
x
EI 6 L1 L2 6 2 6
P P L1 L
3
1 L
L1 L2 P L1 L2 2 1 x
2
EI 6 6 L1 L2 6 2
1 10 3 3 10 3 10 1 2 10 13
v P1 2 2 2
32000 6 1 3 6 2 6
1 10 10 13 3 1
1 3 10 1 3 2
2
32000 6 6 1 3 6 2
v P1 2,86458 10 4 m
1 15 1 3 15 2 15 15 33 1 3
15 3 1 2
2
vP2 2 3 3 1
32000 6 3 1 2 6 6 3 1 6 2
vP2 4, 2969 10 4 m
21.4.2 – Exemplo 8
Com base na Fig. (21.20), percebe-se que a viga a ser analisada apresenta grau
de indeterminação igual a 1, portanto, tem-se uma reação de apoio redundante. Assim, a
equação que descreverá a variação do momento fletor ao longo do comprimento da viga
deverá ser escrita em função da reação de apoio redundante. O diagrama de corpo livre
da viga mostrada na Fig. (21.20) é ilustrado na Fig. (21.21).
determinadas com base nas condições de contorno do problema. Com base na ilustração
mostrada na Fig. (21.20), observa-se que a estrutura apresenta as seguintes condições de
contorno:
dv
v 0 0 ; v L 0 ; L 0 (21.63)
dx
q0 3 R1 2 q R R1 2 q q0
L L 0 L3 1 L2 L 0 L3 R1 L
24 2 120 6 3 30 10
Com base no valor de R1 calculado anteriormente determina-se C1 . Portanto:
q0 3 q0 1 2 q0 3
C1 L L L C1 L
24 10 2 120
Assim, a equação da linha elástica é igual a:
1 q0 1 3 q q
v L x 0 x 5 0 L3 x
EI 10 6 120 L 120
1 q0 q q
v Lx 3 0 x 5 0 L3 x
EI 60 120 L 120
Para encerrar o exemplo, deve-se também calcular as expressões para as reações
de apoio da estrutura. Como a reação redundante da viga foi determinada utilizando a
integração direta das Eq.(21.19), as reações de apoio restantes podem ser facilmente
obtidas efetuando-se o equilíbrio de corpo rígido. Utilizando as reações indicadas na
Fig. (21.21) obtém-se:
q0 q 2
F y 0
10
L 0 L R2 0
2
R2
5
q0 L
q0 q 1 q q
M 0
10
LL 0 L L M 0 M 0 L2 0 L2
2 3 6 10
q0 2
M L
15
21.4.3 – Exemplo 9
dv L 1 R1 2 q R1 q
0 L M 1 L L3 M1 L L2 (21.71)
dx EI 2 6 2 6
Igualando os resultados obtidos nas Eq.(21.70) e Eq.(21.71) obtém-se:
R1 q R q R1 q q
L L2 1 L L2 L L2 R1 L
3 12 2 6 6 12 2
Com base no valor de R1 calculado anteriormente determina-se a expressão de
M 1 . Assim:
q 1 q q 2
M1 L L L2 M1 L
2 2 6 12
Portanto, a equação da linha neutra fica assim definida:
1 q 1 3 q 2 1 2 q 4 1 q q 2 2 q 4
v L x L x x v Lx 3 Lx x
EI 2 6 12 2 24 EI 12 24 24
Como as duas reações de apoio redundantes foram determinadas anteriormente
neste exemplo, as demais reações de apoio podem ser facilmente obtidas efetuando-se o
equilíbrio de corpo rígido da estrutura. Assim:
q q
F y 0
2
L qL R2 0 R2
2
L
q q L q 2
M B 0
2
LL L2 qL M 2 0 M 2
12 2 12
L
21.4.5 – Exemplo 10
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura isostática equivalente e o carregamento
externo atuante, como ilustrado na Fig. (21.28). O objetivo deste problema é a
determinação da rotação causada pelo carregamento atuante no apoio A.
dv 1 qL q 3
dx dx EI 4 x2
6
x C1 dx
(21.75)
1 qL 3 q 4
v 12 x 24 x C1 x C 2
EI
As duas constantes de integração que surgiram do processo de integrações
sucessivas, C1 e C 2 , devem ser determinadas com base nas condições de contorno do
problema. Com base na ilustração mostrada na Fig. (21.28), observa-se que a estrutura
apresenta as seguintes condições de contorno:
v 0 0 v L 0 (21.76)
Problema 1
O problema 1 é formado pela estrutura isostática equivalente e pela reação de
apoio redundante correspondente à restrição ao deslocamento removida. Portanto, para
o caso em estudo, este problema é o ilustrado na Fig. (21.29).
(21.80)
1 M 3 M 2
v x x C1 x C2
EI 6 L 2
Com base nas condições de contorno do problema determinam-se as constantes
de integração C1 e C 2 . Para o problema em estudo, como mostrado na Fig. (21.29), as
v 0 0 v L 0 (21.81)
21.4.6 – Exemplo 11
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura isostática equivalente e o carregamento
externo atuante, como ilustrado na Fig. (21.32). O objetivo deste problema é a
determinação do deslocamento e da rotação causados pelo carregamento atuante no
apoio B, onde as restrições aos graus de liberdade foram removidas.
F y 0 R A qL 0 R A qL
d 2v M d 2v 1 qL2 q 2
x (21.84)
dx 2 EI
qLx
dx 2 EI 2 2
1 qL 3 qL2 2 q 4 qL4
10 v L
EI 6 24
L L L 10
4 8 EI
dv L 1 qL 2 qL2 q 3 qL3
20
EI 2 6
L L L 20
dx 2 6 EI
Problema 1
O problema 1 é formado pela estrutura isostática equivalente e pela aplicação de
uma das reações de apoio redundantes correspondentes às restrições ao deslocamento
removidas. Neste problema, a reação de apoio redundante a ser aplicada é a reação
vertical do ponto B. Dessa forma, no problema 1, a estrutura a ser analisada é a
apresentada na Fig. (21.33).
M A 0 RB L M 0 M RB L
F y 0 R A RB 0 R A RB
M 0 RB x RB L M x 0 M x RB L RB x
Utilizando a primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) tem-se:
d 2v M d 2v 1
RB L RB x (21.89)
dx 2 EI dx 2 EI
Integrando a Eq.(21.89) em relação à variável x obtém-se:
d 2v 1 dv 1 RB 2
dx 2 dx EI RB L RB x dx dx EI RB Lx 2 x C1 (21.90)
1 RB L 2 RB 3
v 0 0 0 0 C1 0 C 2 C 2 0
EI 2 6
Por meio da segunda condição de contorno mostrada na Eq.(21.92) obtém-se:
dv 0 1 R
0 RB L0 B 02 C1 C1 0
dx EI 2
Portanto, com as constantes de integração determinadas anteriormente, as
equações que descrevem o deslocamento e a rotação dos pontos que compõem a viga
mostrada na Fig. (21.33) podem ser escritas como:
1 RB L 2 RB 3
v 2 x 6 x
EI
(21.93)
dv 1 R
RB Lx B x 2
dx EI 2
Utilizando as expressões mostradas na Eq.(21.93), determinam-se o
deslocamento e a rotação no ponto B. Sabendo que nesse ponto x L tem-se:
1 RB L 2 RB 3 RB L3
11 v L L L
EI 2 11
6 3 EI
dv L 1 RB 2 RB L2
21 R LL L
EI
B 21
dx 2 2 EI
Problema 2
No problema 2, a viga a ser analisada é a formada pela estrutura isostática
equivalente e pela aplicação de uma das reações de apoio redundantes correspondentes
às restrições ao deslocamento removidas. Como a reação vertical do ponto B foi
considerada no problema 1, no problema 2 a ação redundante a ser aplicada é o
momento reativo do ponto B. Dessa forma, neste problema, a estrutura a ser analisada é
a apresentada na Fig. (21.34).
M A 0 MB M 0 M MB
F y 0 RA 0 0 RA 0
M 0 M B M x 0 M x M B
Com base na primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) tem-se:
d 2v M d 2v 1
M B (21.94)
dx 2 EI dx 2 EI
Integrando a Eq.(21.94) em relação à variável x obtém-se:
d 2v 1 dv 1
dx 2 dx EI M B dx dx EI M B x C1 (21.95)
1 MB 2
v x
EI 2 (21.98)
dv 1
M B x
dx EI
O deslocamento e a rotação no ponto B da viga mostrada na Fig. (21.34) podem
ser determinados utilizando as expressões mostradas na Eq.(21.98). Sabendo que no
ponto B a coordenada x é igual a L, tem-se:
2
1 MB 2 M BL
12 v L 2 L 12 2 EI
EI
dv L 1 M L
22 M B L 22 B
dx EI EI
Com os valores dos deslocamentos e rotações determinados nos problemas 0, 1 e
2, as condições de compatibilidade do problema podem ser escritas. Sabendo que o
apoio B não sofre recalque de nenhuma natureza, pode-se escrever que:
01 11 12 0
10 21 22 0
qL4 RB L3 M B L2 qL2 2 RB L (21.99)
0 MB 0
8 EI 3 EI 2 EI 4 3
qL3 RB L2 M B L qL2 RB L
0 MB 0
6 EI 2 EI EI 6 2
As duas equações mostradas na Eq.(21.99) podem ser organizadas e resolvidas
de forma matricial. Assim:
2L qL2 qL
1
3 RB 4 RB 2
(21.100)
L M B qL2 M
B qL2
1 6
2 12
qL qL
F y 0
2
qL R A 0 RA
2
21.4.7 – Exemplo 12
Problema 0
O problema 0 envolve a estrutura isostática equivalente e o carregamento
externo atuante, como ilustrado na Fig. (21.37). O objetivo deste problema é a
determinação do deslocamento do ponto B, onde a condição de compatibilidade deverá
ser escrita.
F y 0 R A qL 0 R A qL
Com base nas reações de apoio da estrutura, pode-se escrever uma equação que
represente a variação do momento fletor ao longo do comprimento da viga. Para a viga
mostrada na Fig. (21.37), esta expressão é dada por:
qL2 x qL2 q 2
M 0 qLx 2 qx 2 M x 0 M x qLx 2 2 x
1 qL 3 qL2 2 q 4
v x x
E1 I 6 24
x
4
(21.105)
dv 1 qL 2 qL2 q
x x x3
dx E1 I 2 2 6
1 qL 3 qL2 2 q 4 qL4
10 v L
E1 I 6 24
L L L 10
4 8 E1 I
Problema 1
O problema 1 é formado pela estrutura isostática equivalente e pela aplicação da
força redundante correspondente à restrição ao deslocamento removida. Neste
problema, a reação redundante a ser aplicada é uma força vertical no ponto B, referente
à restrição que a barra BC efetua sobre o deslocamento no ponto B. Dessa forma, no
problema 1, a estrutura a ser analisada é a apresentada na Fig. (21.38).
M A 0 FL M 0 M FL
F y 0 RA F 0 RA F
M 0 Fx FL M x 0 M x Fx FL
Utilizando a primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) tem-se:
d 2v M d 2v 1
Fx FL (21.106)
dx 2 E1 I dx 2
E1 I
1
(21.108)
1 F 3 FL 2
v x x C1 x C 2
E1 I 6 2
As duas constantes de integração, C1 e C 2 , que surgiram do processo de
integrações sucessivas, devem ser determinadas considerando as condições de contorno
do problema. Com base na viga apresentada na Fig. (21.38), constata-se que a estrutura
apresenta as seguintes condições de contorno:
dv 0
v 0 0 0 (21.109)
dx
Utilizando a primeira condição de contorno apresentada na Eq.(21.109) tem-se:
1 F 3 FL 2
v 0 0 6 0 2 0 C1 0 C 2 C 2 0
E1 I
Por meio da segunda condição de contorno mostrada na Eq.(21.109) obtém-se:
dv 0 1 F 2
0 0 FL0 C1 C1 0
dx E1 I 2
Portanto, com as constantes de integração determinadas anteriormente, as
equações que descrevem o deslocamento e a rotação dos pontos que compõem a viga
mostrada na Fig. (21.38) podem ser escritas como:
1 F 3 FL 2
v x x
E1 I 6 2
(21.110)
dv 1 F 2
x FLx
dx E1 I 2
Utilizando as expressões mostradas na Eq.(21.110), determina-se o
deslocamento no ponto B. Sabendo que nesse ponto x L tem-se:
1 F 3 FL 2 FL3
11 v L 6 L L 11
E1 I 2 3 E1 I
Para que a condição de compatibilidade de deslocamento possa ser escrita, deve-
se também determinar o deslocamento da barra BC, no ponto B, ocasionado pela força
F. Verifica-se que o sentido da força F a ser considerado, para que esta esteja em
coerência com o aplicado no problema 1, é o mostrado na Fig. (21.39).
Eq.(21.111), tem-se:
qL4 FL3 FL1 L3 L qL4
F 1
8 E1 I 3 E1 I E2 A 3 E1 I E2 A 8 E1 I
qL4 (21.112)
8 E1 I
F
L 3
L1
3E I E A
1 2
O sinal negativo da Eq.(21.112) indica que o sentido inicialmente arbitrado para
a força F é errôneo. Esta força foi assumida como sendo de compressão sobre a barra de
21.4.8 – Exemplo 13
Uma viga de comprimento L tem sua seção transversal formada por um perfil do
tipo C, conforme indicado na Fig. (21.40). Esta viga é engastada em seu extremo
esquerdo enquanto que em seu extremo direito atuam uma força concentrada de
intensidade P e uma mola de constante elástica K. Determine o valor da constante da
mola K para que nesta viga não sejam observados esforços de torção. Utilize o princípio
da superposição dos efeitos para tal finalidade. O material que compõe a viga possui
módulo de elasticidade longitudinal igual a E. Além disso, a espessura dos elementos de
parede fina que compõem a seção transversal é igual a a .
20
força externa P e a força reativa da mola na viga, deve ser aplicado no centro de
cisalhamento da seção transversal. Este ponto é determinado conhecendo-se as forças
equivalentes atuantes ao longo dos elementos de paredes finas que compõem a seção
transversal. Para que este ponto seja determinado, deve-se, inicialmente, calcular o
momento de inércia da seção transversal, o qual é igual a:
a 3 a
2a
3
a
a a4 a4 a4
I 2 a a 2 20
20
I 2
12 20 12 96000 20 30
I 0,1333a 4
V a a2
a a
V
F1 x adx F1
I 0 20 0,1333a 4 0 20 xdx F1 0,1875V
Portanto, o equilíbrio de momentos conduz a:
2 0,1875Va
Ve 2 F1a 0 e e 0, 375a
V
Para que não haja torção na barra, o balanço de momentos envolvendo a força
externa aplicada P e a reação da mola sobre a viga em relação ao centro de cisalhamento
da seção transversal deve ser nulo. Assumindo que a mola esteja comprimida, a reação
da mola sobre a viga será orientada na vertical para cima. Dessa forma:
Pe Fm e a 0 P 0, 375 a Fm 0, 375 a a Fm 0, 2727 P
Problema 0
O problema 0 envolve a viga analisada e a força externa atuante P. Este
problema é indicado na Fig. (21.42), assim como seu diagrama de corpo livre.
M 0 PL M x Px 0 M x Px PL
Com base na primeira das equações mostradas na Eq.(21.19) tem-se:
d 2v M d 2v 1
Px PL (21.113)
dx 2 EI dx 2 EI
Integrando a Eq.(21.113) em relação à variável x obtém-se:
d 2v 1 dv 1 Px 2
dx 2 dx EI Px PL dx PLx C1 (21.114)
dx EI 2
Integrando a Eq.(21.114) em relação ao comprimento da viga tem-se:
dv 1 Px 2
dx EI 2 PLx C1 dx
dx
(21.115)
1 Px 3 PLx 2
v C1 x C2
EI 6 2
As duas constantes de integração, C1 e C 2 , mostradas na Eq.(21.115) são
determinadas a partir das condições de contorno do problema. Com base na viga
ilustrada na Fig. (21.42), verifica-se que esta possui as seguintes condições de contorno:
dv 0
v 0 0 0 (21.116)
dx
Com base na primeira condição de contorno apresentada na Eq.(21.116) obtém-
se:
1 P 03 PL 0 2
v 0 0 C1 0 C2 C2 0
EI 6 2
Utilizando a segunda condição de contorno mostrada na Eq.(21.116) obtém-se:
dv 0 1 P 02
0 PL0 C1 C1 0
dx EI 2
Portanto, considerando os valores das constantes de integração determinados
anteriormente, a equação que descreve o deslocamento dos pontos materiais que
compõem a viga mostrada na Fig. (21.42) fica definida como:
1 Px 3 PLx 2
v 6 2
EI
Assim, o deslocamento do ponto onde a força externa P atua é igual a:
Problema 1
O problema 1 envolve a viga analisada e a reação da mola sobre a viga. O
sistema a ser considerado neste problema está apresentado na Fig. (21.43). Verifica-se
que o sistema a ser considerado no problema 1 é idêntico ao analisado no problema 0,
ou seja, uma viga engastada com carga concentrada aplicada em seu extremo livre.
1 Fm L3 Fm LL2 Fm L3
v1 v L v1 v L
EI 6 2 3 EI
v0 v1 mola
PL 0, 2727 PL3
3
P
0, 2727
3 EI 3 EI K
PL3 0, 2727 PL3 P
4
4
0, 2727
3 E 0,1333a 3 E 0,1333a K
0,15 Ea 4
K
L3
e sua face inferior a uma temperatura T2 , será observada uma curvatura na barra e,
consequentemente, uma flexão, como mostra a Fig. (21.44).
Para compreender as deflexões devidas à variação diferencial de temperatura,
deve-se considerar um elemento de comprimento dx isolado de uma barra sujeita a uma
variação diferencial de temperatura, Fig. (21.44).
T2 T1 M
cima. A parcela é a parte complementar de , a qual foi extensivamente
h EI
estudada neste capítulo. Esta parcela possui sinal positivo devido ao sistema de
coordenadas adotado, no qual deslocamentos negativos estão associados à concavidades
positivas. A Eq.(21.120) é resolvida por meio de um processo de integrações sucessivas,
onde utilizam-se as condições de contorno do problema para a determinação das
constantes de integração.
As temperaturas T1 e T2 devem ser iguais em valor absoluto para que a utilização
da Eq.(21.120) seja possível. No entanto, em diversas aplicações de engenharia, as
temperaturas atuantes nas faces inferior e superior das barras não atendem a esta
condição. Em tais situações, as temperaturas atuantes devem ser decompostas
considerando seu valor médio. Para o sistema apresentado na Fig. (21.45), a temperatura
__ __
média, sendo T1 T2 , pode ser definida como:
__ __
T T
Tmed 2 1 (21.121)
2
__ __
Figura 21.45 Atuação das temperaturas T 2 e T 1 .
__ __
Figura 21.46 Decomposição das temperaturas T 2 e T 1 .
21.5.1 – Exemplo 14
T1 20 15 T1 35º
T2 50 15 T2 35º
qL 3 q 4 35 2 1 qL 35 L
3
1
v 12 x x x x (21.126)
EI 24 h EI 24 h
deslocar-se paralelamente a seu eixo devido a Tmed . Como Tmed apresenta valor positivo,
será observado um alongamento da barra. A barra analisada é isostática, portanto,
nenhum esforço extra será observado devido a este deslocamento. Utilizando os
conceitos apresentados no capítulo 14, o deslocamento axial da barra assume o seguinte
valor:
LT LTmed 15 L
Vy Qz
xy (21.129)
I zt
Retangular 6
5
Circular Maciça 10
9
Circular Vazada de Paredes Finas 2
Perfil I ou Retangular Vazado de Aseção
Paredes Finas Aalma
21.6.1 – Exemplo 15
dv( x) 1 qL M 0 x 2 qx3 f s Vy ( x)
C1
dx EI 2 L 2 6 GA
dv( x) 1 qL M 0 x 2 qx3 f s qL M 0
qx C1
dx EI 2 L 2 6 GA 2 L
Integrando a equação anterior obtém-se:
1 qL M 0 x 3 qx 4 f s qL M 0 qx 2
v( x) 2 C1 x C2
L 6 24 GA 2 2
x
EI L
v(0) 0
v ( L) 0
Com base na primeira das condições de contorno obtém-se:
v(0) 0 C2 0
Aplicando a segunda condição de contorno obtém-se:
1 qL M 0 L3 qL4 f s qL M 0 qL2
v ( L) 0 0 2 C1 L
L 6 24 GA 2 2
L
EI L
1 qL4 M 0 L2 f s
0 M 0 C1 L
EI 24 6 GA
1 qL3 M 0 L f s M 0
C1
EI 24 6 GA L
Portanto, o deslocamento perpendicular ao eixo da estrutura analisada é
governado pela seguinte expressão:
1 qL M 0 x3 qx 4 f s qL M 0 qx 2
v( x) 2
L 6 24 GA 2 2
x
EI L
1 qL3 M 0 L fs M 0
24 6 x GA L x
EI
1 qL M 0 x3 qx 4 qL3 M 0 L f s qLx qx 2
v( x) x
EI 2 L 6 24 24 6 GA 2 2
21.6.2 – Exemplo 16
F y
0 R P qL 0 R qL P
qL2 qL2
M Engaste 0 M 2
PL M 0 0 M
2
PL M 0
Figura 21.54 Diagrama de corpo livre. Equações que governam os esforços solicitantes.
qx 2 qL2
M ( x) qL P x PL M 0
2 2
V ( x) qL P qx
1 x3 qx 4 qL2 x2
v ( x) qL P PL M 0
EI 6 24 2 2
fs x2
C1 x C2
GA 2
qL P x q
dv(0)
médio
dx
fs f
0 qL P q 0 C1 s qL P q 0 C1 0
GA GA
Portanto, o deslocamento perpendicular ao eixo da viga é governado pela
seguinte expressão:
1 x3 qx 4 qL2 x2 fs x2
v( x) qL P PL M 0 qL P x q 2
EI 6 24 2 2 GA
Já as rotações das seções transversais são assim determinadas:
dv( x) f s Vy ( x)
0
dx GA
1 33 5.34 5.32 32
v(3, 0) 5.3 3 3.3 2
25 106 0, 00125 6 24 2 2
1, 2 5.32
5.3 3 3
10 106 0, 06 2
21.6.3 – Exemplo 17
F 0 qx V ( x) 0 V ( x) qx 0 x L1
L
M 0 M 0 qL1 x 1 P x L1 M ( x) 0
2
qL 2
M ( x) 1 PL1 M 0 qL1 P x L1 x L
2
F 0 qL1 P V ( x) 0 V ( x) qL1 P L1 x L
Com base nas expressões dos esforços solicitantes obtidas para o trecho
L1 x L , pode-se escrever a equação da linha elástica da seguinte forma:
d 2 v( x) M ( x) f s q ( x)
dx 2 EI GA
d 2 v( x) 1 qL12 f q( x)
2
PL1 M 0 qL1 P x s
dx EI 2 GA
dv( x) 1 qL12 x 2 f s V ( x)
PL1 M 0 x qL1 P C1
dx EI 2 2 GA
dv( x) 1 qL12 x2 fs
PL1 M 0 x qL1 P qL1 P C1
dx EI 2 2 GA
1 qL12 x2 x3 f s
v( x) PL1 M 0 qL1 P qL1 P x C1 x C2
EI 2 2 6 GA
dv( L) 1 qL12 L2
PL1 M 0 L qL1 P
dx EI 2 2
f f
s qL1 P C1 s qL1 P
GA GA
1 qL12 L2
C1 PL1 M 0 L 1
qL P
EI 2 2
1 qL12 L2 L3 f s
v( L) PL1 M 0 1 qL1 P L
qL P
EI 2 2 6 GA
1 qL12 L2
PL1 M 0 L 1 L C2 0
qL P
EI 2 2
1 qL12 L2 L3 f s
C2 PL1 M 0 qL1 P qL1 P L
EI 2 2 3 GA
1 qL12 x2 x3 f s
v( x) PL1 M 0 1 qL1 P x
qL P
EI 2 2 6 GA
1 qL12 L2
PL1 M 0 L qL1 P x
EI 2 2
1 qL12 L2 L3 f s
PL1 M 0 qL1 P qL1 P L L1 x L
EI 2 2 3 GA
dv( x) 1 qL12 x2
PL1 M 0 x qL1 P
dx EI 2 2
1 qL12 L2
PL1 M 0 L qL1 P L1 x L
EI 2 2
d 2 v( x) M ( x) f s q( x)
dx 2 EI GA
d v( x) 1
2
qx 2 f s q ( x)
0
M
dx 2 EI 2 GA
dv( x) 1 qx3 f s V ( x)
0
M x C3
dx EI 6 GA
dv( x) 1 qx3 f s qx
0
M x C3
dx EI 6 GA
1 x 2 qx 4 f s qx 2
v( x) 0
M C3 x C4
EI 2 24 GA 2
dv( x)
médio 0
dx
1 x 2 qx 4 f s qx 2
v( x) 0
M
EI 2 24 GA 2
1 qL12 L12 1 qL13
PL1 M 0 L1 qL1 P M 0 L1
EI 2 2 EI 6
x
1 qL1 L2
2
EI 2 PL1 M 0 L qL1 P
2
1 qL12 L2 L12 L3 L13
PL1 M 0 1
qL P
EI 2 2 2 3 3
1 M 0 L12 qL14 f s qL12
qL1 P L1 L
EI 2 8 GA 2
21.6.4 – Exemplo 18
qL2 qL2
M 0 M 0 RB L 2
MA 0 MA
2
M 0 RB L
F 0 RA RB qL 0 RA qL RB
qL2 qx 2
M 0 2
M 0 RB L qL RB x
2
M ( x) 0
qL2 qx 2
M ( x) qL RB x M 0 RB L
2 2
F y 0 qL RB qx V ( x) 0 V ( x) qL RB qx
Com base nas expressões que governam os esforços solicitantes atuantes, pode-
se escrever a equação da linha elástica da seguinte maneira:
d 2 v( x) M ( x) f s q ( x)
dx 2 EI GA
d v( x) 1
2
qL2 qx 2 f s q( x)
qL RB x 0
M R L
dx 2
B
EI 2 2 GA
1 x3 qL2 x 2 qx 4
v ( x) qL RB 0
M RB L
EI 6 2 2 24
f qx 2
s qL RB x C1 x C2
GA 2
As constantes de integração que surgem do processo são determinadas por meio
das condições de contorno. Para o problema considerado as condições de contorno são
as seguintes:
v (0) 0
v( L)
dv (0)
médio 0
dx
Aplicando a primeira das condições de contorno obtém-se:
v (0) 0 C2 0
Como o recalque de apoio é vertical para baixo, o deslocamento a ser considerado é –.
Assim:
1 qL4 M 0 L2 f s qL2
EI 8 2 GA 2
RB
L3 f L
s
3EI GA
A partir da determinação dessa reação de apoio, as demais reações de apoio
podem ser avaliadas com base nas equações de equilíbrio de corpo rígido. Então,
diagramas de esforços solicitantes podem ser traçados e equações de deslocamento e
rotação calculadas utilizando os procedimentos anteriormente apresentados.
21.6.5 – Exemplo 19
M 0 PL Px M ( x) 0 M ( x) Px PL
F 0
y P V ( x) 0 V ( x) P
dv ( x) 1 Px 2 f P (T2 T1 )
PLx s x C1
dx EI 2 GA h
22.1 –Introdução
por flexão, em vez de falhar por compressão direta. Às falhas decorrentes da deflexão
lateral de elementos comprimentos dá-se o nome de flambagem.
A flambagem pode ser facilmente observada aplicando-se uma compressão em
uma régua flexível, conforme mostrado na Fig. (22.1). Inicialmente a régua permanece
retilínea, no entanto, a partir de uma intensidade crítica da força compressiva ocorre a
deflexão lateral. A flambagem pode também ser observada em uma treliça plana
composta por duas barras, segundo ilustração da Fig. (22.1). Nesse caso, a deflexão
lateral é observada a partir de uma intensidade crítica do esforço normal no elemento
estrutural.
lateralmente de forma súbita. Deve-se ressaltar que, até esse momento, as barras
comprimidas analisadas eram sujeitas apenas à deformação axial. Porém, após ser
ultrapassado o valor de Pcrítico existe uma deflexão lateral e o elemento estrutural,
22.2.1 – Exemplo 1
M A 0 Pv L Fm L 0 Pv L kv L L 0
(22.1)
P kL v L 0
sendo v L a deflexão lateral da coluna em seu topo.
Quando v L 0 , os termos entre parêntesis devem anular-se para que o equilíbrio seja
reduzido pela ação de uma tensão normal uniforme de compressão. Nessa situação o
equilíbrio é estável.
2. Se P for igual a Pcrítico , então o equilíbrio na posição não deslocada ainda é
d 2v M d 2 v x Pv x d 2v x P
v x 0 (22.4)
dx 2 EI dx 2 EI dx 2 EI
A Eq.(22.4) é a equação diferencial que governa a configuração deslocada de
uma coluna delimitada por apoios articulados. Trata-se de uma equação diferencial
ordinária, homogênea, linear e de segunda ordem. As condições de contorno que a
solução dessa equação deve obedecer são as seguintes:
v 0 0 v L 0 (22.5)
desta equação não é obtida integrando-a duas vezes. Na verdade, uma solução de forma
simples para esta equação somente é possível se o termo EI for constante ao longo do
comprimento do elemento. Nessa situação, a equação diferencial torna-se ordinária e
com coeficientes constantes.
P
Sendo 2 pode-se reescrever a Eq.(22.4) como:
EI
d 2v x P
2
v x 0 v '' x 2 v x 0 (22.6)
dx EI
A solução homogênea desta equação diferencial é conhecida, sendo igual a:
v x C1sen x C 2 cos x (22.7)
Modo 1 Modo 2
Figura 22.7 Dois primeiros modos de flambagem de uma coluna biarticulada.
Figura 22.8 Flambagem em torno do eixo aa, eixo principal de menor inércia.
Figura 22.9 Variação da tensão normal de falha com o índice de esbeltez da coluna.
22.3.1 – Exemplo 2
Para a resolução desse exemplo, deve-se determinar o valor da carga crítica por
meio da Eq.(22.11). Em seguida, deve-se verificar se a tensão mobilizada pela carga
crítica é menor que a tensão de escoamento do material. Em caso afirmativo, a maior
força axial que poderá ser aplicada na coluna, sem a ocorrência da falha, será a própria
carga crítica. Caso contrário, a força axial máxima será igual à força que conduz ao
escoamento a seção transversal da coluna.
As propriedades geométricas da seção transversal são iguais a:
A 45 2 40 2 A 1335,1767 mm 2 A 1335,1767 10 6 m 2
I
4
45 4
40 4 I 1, 21 10 6 mm 4 I 1, 21 10 6 m 4
1, 21 10 6
r r 30,104 mm r 0, 030104 m
1335,1767
4, 0
132,87
0, 030104
Devido à simetria da seção transversal em relação a todas as suas direções,
observa-se que os valores do momento de inércia, do raio de giração e do índice de
esbeltez serão iguais em relação a todas as direções. Portanto, a carga crítica pode ser
calculada como:
2 EI 2 70 106 1, 21 10 6
Pcrítico Pcrítico Pcrítico 52, 247 kN
L2 42
A tensão normal produzida pela aplicação da carga crítica é igual a:
Pcrítico 52, 247
39131, 31 KPa
A 1335,1767 10 6
39,13131 MPa
22.3.2 – Exemplo 3
a qual é ilustrada na Fig. (22.11), se esta deve resistir a uma força axial de 100 kN
aplicada no centro de gravidade de sua seção transversal sem a ocorrência da falha.
Para que a falha não ocorra nesta coluna, as dimensões da seção transversal
devem ser tais que não conduzam nem a flambagem nem a ruptura do material. Dessa
forma, as dimensões da seção transversal serão determinadas de forma que essas duas
condições de falha sejam atendidas, ou melhor, impedidas. Considerando primeiramente
a flambagem, deve-se determinar o valor da carga crítica por meio da Eq.(22.11).
Assim:
aa 3 a4
I I
12 12
Por meio da Eq.(22.11) tem-se:
2 EI 2 13 10 6 a 4
Pcrítico 100 a 0, 07821 m
L2 22 12
a 7, 821 cm
Verificando a condição a ruptura tem-se:
P 100
12 10 3 a 0, 09129 m a 9,129 cm
A a2
Com base nos valores obtidos para o comprimento do lado da seção transversal
da coluna, considerando os modos de falha de flambagem e ruptura da seção, observa-se
que o valor que previne ambos os modos de falha é o maior deles, ou seja, a 9,129 cm
. Com esse valor de comprimento de lado, a tensão mobilizada pelo carregamento
atuante é igual à tensão de ruptura e a carga que gera a flambagem é maior que a carga
aplicada.
22.3.3 – Exemplo 4
50 203
Iz I z 3, 33333 10 4 cm 4 I z 3, 33333 10 4 m 4
12
20 503
Iy I y 2, 08333 105 cm 4 I y 2, 08333 10 3 m 4
12
Os raios de giração são dados por:
Iz 3, 33333 10 4
rz rz rz 0, 057735 m rz 5, 7735 cm
A 0,10
Iy 2, 08333 10 3
ry ry ry 0,14434 m ry 14, 434 cm
A 0,10
d 2v M d 2 v x P v x
dx 2 EI dx 2 EI (22.16)
d v x P
2
P
2
v x 0
dx EI EI
P
Sendo 2 , pode-se reescrever a Eq.(22.16) como:
EI
d 2v x d 2v x
2 2 v x 0 2 v x 2 (22.17)
dx 2 dx 2
A equação diferencial apresentada na Eq.(22.17) é não homogênea, uma vez que
o termo presente em seu segundo membro é não nulo. A solução desta equação
diferencial consiste na adição de uma solução particular à sua solução homogênea.
Dessa forma, a solução da Eq.(22.17) é dada por:
v x C1sen x C 2 cos x (22.18)
dv 0
v 0 0 0 (22.19)
dx
Por meio da primeira condição de contorno apresentada na Eq.(22.19) obtém-se:
v 0 0 C1sen 0 C 2 cos 0 0 C 2 (22.20)
Le KL (22.27)
onde K é denominado de fator de extremidade. Para as condições de vinculação
clássicas, o valor do parâmetro K é dado pelas ilustrações apresentadas na Fig. (22.14).
Considerando o fator de extremidade, pode-se escrever a fórmula da flambagem
de Euler de uma maneira geral como:
2 EI 2 EI
Pcrítico Pcrítico (22.28)
KL
2
L2e
22.5.1 – Exemplo 5
A coluna apresentada na Fig. (22.15) é fixa em sua base e vinculada por cabos
em seu topo. Sabendo que o perfil que compõe a seção transversal da coluna possui as
seguintes propriedades geométricas:
A 7, 5 10 3 m 2 ; I x 61, 3 10 6 m 4 ; I y 23, 2 10 6 m 4
Determine o valor da máxima força axial de compressão que pode ser aplicada no
centro de gravidade da seção transversal da coluna sem que a falha estrutural seja
observada.
Assim, a máxima força axial compressiva que pode ser aplicada à coluna é a
menor entre as cargas críticas apresentadas nos resultados das Eq.(22.30), Eq.(22.31) e
Eq.(22.32). Portanto, a carga crítica da coluna é igual a Pcrítico 423, 505 kN e o modo
de falha principal é a flambagem em torno do eixo x.
Deve-se ressaltar que embora o momento de inércia da seção transversal em
torno do eixo y seja menor que o momento de inércia em torno do eixo x, o que poderia
induzir o analisa a pensar que o eixo y seria o eixo mais propenso à flambagem, as
condições de vinculação atuantes nos extremos da coluna tornaram a esbeltez
equivalente em torno do eixo x maior. Apenas para verificação, pode-se aplicar a
Eq.(22.29) para a determinação dos valores dos índices de esbeltez equivalentes. Assim:
KL 2 5
X X X 110, 611
rx 61, 3 10 6
7, 5 10 3
KL 0, 7 5
Y Y Y 62, 930
ry 23, 2 10 6
7, 5 10 3
Dessa forma, a coluna irá flambar em torno do eixo cuja esbeltez seja maior.
22.5.2 – Exemplo 6
Analisando agora a falha por flambagem em torno do eixo x, a carga crítica pode
ser determinada utilizando-se a Eq.(22.28). Com base nas condições de vinculação da
coluna, apresentadas na Fig. (22.16), tem-se:
2 EI x 2 29000 29,1
X
Pcrítico X
Pcrítico X
Pcrítico 401, 667 kip (22.34)
KL 0, 5 288
2 2
M z 0 Pe Pv x M x 0 M x Pe Pv x (22.36)
Figura 22.17 Coluna com carregamento aplicado de forma excêntrica em relação ao centro de gravidade.
P
Sendo 2 pode-se reescrever a Eq.(22.37) como:
EI
d 2v x P P d 2v x
2
e v x 0 2
2e 2v x 0 (22.38)
dx EI EI dx
Deve ser destacado que, na situação analisada, caso a excentricidade seja nula,
ou seja, se e 0 , a solução do problema é a mesma obtida para a flambagem de Euler
discutida anteriormente. A solução homogênea da equação diferencial apresentada na
Eq.(22.38) é a seguinte:
v x C1sen x C 2 cos x (22.39)
Como o termo livre da Eq.(22.38) é não nulo, sua solução requer a inclusão de
uma solução particular à solução homogênea. Para o caso em estudo, a solução
particular é dada por:
v p x e (22.40)
L
v x e tan sen x e cos x e
2
(22.46)
L
v x e tan sen x cos x 1
2
Devido às condições de contorno da coluna, constata-se intuitivamente que a
deflexão máxima ocorrerá na metade de seu comprimento. Portanto, o valor da deflexão
máxima é assim obtido:
L
2 v
v L max e tan
2
L
2
L
sen cos 1
2
2 L (22.47)
sen 2
e cos L 1
vmax
cos L 2
2
Simplificando a Eq.(22.47) obtém-se:
2 L 2 L L
sen 2 cos 2 cos 2
vmax e
L
cos
2
(22.48)
1 L
vmax e 1 vmax e sec 1
cos L 2
2
Deve-se ressaltar que diferentemente de colunas onde a força axial esteja
aplicada no centro de gravidade da seção transversal, flambagem de Euler, as quais
defletem-se lateralmente apenas se P iguala ou excede a carga de flambagem de Euler, a
deflexão lateral de um elemento carregado excentricamente ocorre independentemente
P
da intensidade da carga compressiva P. Lembrando que 2 constata-se que o
EI
deslocamento máximo pode ser assim reescrito:
P L
vmax e sec 1 (22.49)
EI 2
Com base no termo entre colchetes da Eq.(22.49), observa-se que este torna-se
singular quando o cosseno retorna um valor nulo, fazendo com que a secante torne-se
infinito. Sabendo que isso ocorre para ângulos múltiplos de 90, constata-se que o
deslocamento torna-se singular quando:
P L
(22.50)
EI 2 2
Embora a deflexão lateral da coluna jamais atinja, na prática, um valor infinito,
ela torna-se inaceitavelmente grande próximo ao valor apresentado na Eq.(22.50).
Portanto, a carga aplicada não deve ser de magnitude tal que satisfaça a Eq.(22.50).
Então, a carga axial que conduz a estrutura a um deslocamento singular é a seguinte:
P L 2 EI
Pcritico (22.51)
EI 2 2 L2
O resultado apresentado na Eq.(22.51) é o mesmo obtido pela Eq.(22.11), o qual
determina a carga crítica para o caso de colunas com cargas não excêntricas. Com base
na Eq.(22.51), pode-se igualar o produto EI à carga crítica da seguinte forma:
2 EI Pcritico L2
Pcritico EI (22.52)
L2 2
Substituindo o resultado mostrado na Eq.(22.52) na expressão do deslocamento
máximo, Eq.(22.49), obtém-se:
P L P
vmax e sec 2
1 vmax e sec
1 (22.53)
Pcritico L 2 2 Pcritico
2
A Eq.(22.53) é uma forma alternativa de se expressar a deflexão máxima para
uma coluna submetida a uma força compressiva excêntrica. A partir desta equação,
pode-se construir um diagrama que associe o deslocamento lateral máximo da coluna à
Pcritico para diversos valores de excentricidade. Este diagrama está apresentado na Fig.
(22.18), podendo-se notar que quão maior for a excentricidade da carga, menor será
Pcritico para um mesmo deslocamento máximo.
À medida que a intensidade da força aplicada, P, se aproxima do valor da carga
de flambagem de Euler, Pcritico , a deflexão lateral da coluna aumenta sem limite. Por
outro lado, no limite quando a excentricidade e tende a zero, a curva se torna duas
linhas retas que representam as configurações retilínea, P Pcritico , e flambada,
P Pcritico .
2
(22.55)
L
x Pe sec
L
2
M MAX
2
A tensão normal atuante na seção transversal mais solicitada ao momento fletor
é obtida aplicando-se o princípio da superposição dos efeitos. Dessa forma, a tensão
normal provocada pela ação do momento fletor é adicionada à tensão normal causada
pela ação do esforço normal, como mostrado na Fig. (22.19). Dessa forma, a tensão
normal máxima pode ser calculada como:
P M max
max c (22.56)
A I
onde o parâmetro c representa a distância entre a fibra mais comprimida e o centro de
gravidade da seção transversal.
Figura 22.19 Aplicação da sobreposição dos efeitos para a determinação da tensão normal máxima.
22.7.1 – Exemplo 7
P ec L P
max 1 2 sec e
A rz 2 rz EA
90
max
3787,1 10 6
3 3
1 100 10 78, 74 10 sec 10 90
67,56 10
3
3 2
2 67,56 10 200 10 3787,1 10 6
6
22.7.2 – Exemplo 8
x F v x Px M x 0
PL x
M z 0
2 2
2
PLx Px
M x Fv x
2 2
F
Sendo ² , pode-se reescrever a equação anterior no seguinte formato:
EI
PLx Fv x Px 2
v '' x
2 EI EI 2 EI
v '' x 2 v x
P
2 EI
Lx x 2 (22.59)
P P 1 cos L
C 2 sen L 1 cos L C 2
F ² F ² sen L
P P L P PLx Px ²
M ( x) F cos( x) tg sen( x )
F ² F ² 2 F ² 2 F 2 F
PLx x²
P
2 2
P P L P PLx Px ² PLx Px ²
M ( x) cos( x) tg sen( x)
² ² 2 ² 2 2 2 2
P P L P
M ( x) cos( x) tg sen( x)
² ² 2 ²
P L
M ( x) cos( x) tg sen( x) 1
² 2
O momento fletor será máximo quando o deslocamento v ( x ) for máximo, ou
seja, no centro do vão. Portanto, nesse ponto, o momento fletor possui a seguinte
magnitude:
L
sen
L P L 2 sen L 1
M cos
2 ² 2 cos L 2
2
L L
cos ² sen²
L P 2 2 1 M L P 1
M 1
2 ² L 2 ² cos L
cos
2
2
De forma a tornar a expressão anterior um pouco mais interessante do ponto de
vista de análise, pode-se multiplicar tanto seu numerador quanto seu denominador pelo
L²
fator . Assim:
8
L L² P 1 8 L PL ²
M 1 M Cm
2 8 ² cos L L ² 2 8
2
Sendo Cm igual a:
8 1
Cm 1
L ² cos L
2
22.8.1 – Exemplo 9
da intensidade da carga P que pode ser aplicada sem que a coluna observe a falha
estrutural. A seção transversal da coluna é formada por um perfil do tipo w8x40 que
possui as seguintes propriedades geométricas:
A 11, 7 in 2 ; I y 49,1 in 4 ; c 4,125 in ; rx 3, 53 in
2 EI y 2 29000 49,1
Pcrítico Pcrítico Pcrítico 1383,115 kip
KL 0, 70 144
2 2
Com relação ao eixo x, verifica-se que a carga está aplicada de forma excêntrica
em relação ao centro de gravidade da seção transversal. Portanto, em relação a este eixo
não ocorrerá flambagem, mas sim um aumento gradativo da deflexão lateral da coluna.
Em relação a este eixo, a carga máxima é obtida determinando-se a tensão normal
máxima atuante, a qual é dada pela Eq.(22.58). Sabendo que em relação a este eixo a
coluna é engastada-livre tem-se:
P ec KL P
max 1 2 sec
A rx 2rx EA
P 9 4,125 2 144 P
36 1 sec
11, 7 3,53 2 2 3, 53 29000 11, 7
421, 2 P 1 2,979sec 0, 0700 P
A última equação é do tipo transcendental e deve ser resolvida por tentativas ou
por um método de minimização. Utilizando um método de minimização
unidimensional, obtém-se que a solução da equação é P 88, 4 kip .
Portanto, a maior intensidade da carga P que pode ser aplicada sem que a falha
estrutural seja observada é a menor entre as cargas críticas determinadas. Assim, a
maior carga que pode ser aplicada é P 88, 4 kip .
M z 0 Pv x M x 0 Et Iv" Pv x 0 (22.63)
2 ER
crítico
inelástico
(22.69)
2
22.9.4 – Exemplo 10
Ix 1, 0416 105
rx rx rx 14, 434 cm
A 500
Iy 4,1667 103
ry rx ry 2,887 cm
A 500
Para que os índices de esbeltez da coluna sejam determinados deve-se,
inicialmente, identificar as condições de vinculação atuantes nos extremos da coluna.
Devido à presença de cabos, os quais atuam no topo da coluna e impedem seu
deslocamento ao longo do eixo x mas não sua rotação, verifica-se que para a flambagem
em torno do eixo x a coluna encontra-se na condição engastada-livre, enquanto que para
a flambagem em torno do eixo y esta encontra-se na condição engastada-rotulada. Dessa
forma, os índices de esbeltez da coluna possuem os seguintes valores:
KxL 2 280
x x x 38,80
rx 14, 434
KyL 0, 7 280
y y y 67, 89
ry 2,887
elástico x
Pcrítico 3933, 51 kN
elástico x
Pcrítico 1284, 50 kN
Para a determinação das cargas críticas de flambagem em regime inelástico,
deve-se, inicialmente, calcular o valor do módulo tangente. Considerando o diagrama
x apresentado na Fig. (22.27) este parâmetro é igual a:
Et no regime inelástico
20 12
Et Et 8, 0 GPa
0, 002 0, 001
Por meio da abordagem via teoria do módulo tangente obtém-se:
2 Et I x 2 8, 0 10 6 1, 0416 10 3
inelástico x
Pcrítico Pcrítico
inelástico x
KxL 2 2,80
2 2
inelástico x
Pcrítico 2622, 34 kN
P inelástico y
crítico 856, 34 kN
Por meio da teoria do módulo reduzido, a rigidez reduzida do material é
calculada utilizando-se a Eq.(22.67). Assim:
2 EEt 2 12 8
ER ER E R 9, 6 GPa
E Et 12 8
Portanto, as cargas críticas de flambagem assumem os seguintes valores por
meio desta teoria:
2 Et I x 2 9, 6 10 6 1, 0416 10 3
P inelástico x
P inelástico x
KxL 2 2,80
crítico 2 crítico 2
inelástico x
Pcrítico 3146,81 kN
inelástico y
Pcrítico 1027, 60 kN
23. – Tensões
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 737
Para tanto, deve-se considerar o corpo apresentado na Fig. (23.1), o qual está em
equilíbrio quando submetido a um conjunto de forças externas. Para estudar os esforços
internos atuantes nesse corpo, deve-se seccioná-lo por meio de um plano .
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 738
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 739
indica o eixo no qual a tensão está orientada. Assim, a tensão xy indica uma tensão de
cisalhamento que atua em um plano cujo vetor normal está orientado ao longo do eixo x.
Além disso, esta tensão está orientada ao longo do eixo y.
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 740
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 741
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 742
23.1.1 – Exemplo 1
10 ? 9
3 2 ?
? 6 1
10 3 9
3 2 6
9 6 1
23.1.2 – Exemplo 2
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 743
Como esta é a única tensão não nula atuante, pode-se definir o tensor de tensões
como:
0 0 0
0 0 0
0 0 1909,859
23.1.3 – Exemplo 3
tensões normais devido a este esforço solicitante nos pontos de interesse podem ser
calculadas como:
10 30
3
Iz I z 22500 cm 4 I z 2, 25 104 m 4
12
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 744
7,5
QzB 10 7,5 7,5 QzB 843, 75 cm3 QzB 8, 4375 104 m3
2
15
QzC 10 15 QzC 1125, 0 cm3 QzC 1,125 103 m3
2
Portanto, as tensões de cisalhamento, nos pontos de interesse, possuem os
seguintes valores:
5 0
xyA 4
xyA 0 kN m2
2, 25 10 0,10
5 8, 4375 104
xyB 4
xyB 187,5 kN m2
2, 25 10 0,10
5 1,125 103
xyC 4
xyC 250 kN m2
2, 25 10 0,10
Dessa forma, o tensor de tensões, para o ponto A, pode ser escrito como:
2000 0 0
0 0 0
0 0 0
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 745
1000 187,5 0
187,5 0 0
0 0 0
0 250 0
250 0 0
0 0 0
Com base nos resultados deste exemplo pode-se perguntar: Porque nos pontos
onde a tensão normal é máxima a tensão de cisalhamento é nula? As respostas para esta
e outras questões serão apresentadas nos tópicos seguintes.
problemas planos de tensão, o estado de tensão toma a forma apresentada na Fig. (23.9).
Portanto, “o estado plano de tensões em um ponto é único e representado por
meio de três componentes de tensão atuantes em um elemento que tenha uma
orientação específica no dado ponto”.
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 746
de coordenadas, apenas a posição 1x1 do tensor de tensões será não nula. Portanto,
mostra-se claramente a dependência das componentes do tensor de tensões em relação
ao sistema de coordenadas de referência.
Apesar da dependência existente entre as componentes do tensor de tensões e o
sistema de referência no qual estas são determinadas, podem ser escritas equações que
relacionam as componentes de tensão definidas inicialmente em relação a um sistema de
referência para outro sistema de referência de interesse. Para determinar essas relações,
assumindo o caso plano de tensão, deve-se considerar o elemento infinitesimal
mostrado na Fig. (23.10). Deseja-se relacionar as componentes do estado de tensão
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 747
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 748
1 cos 2
sen 2 (23.15)
2
1 cos 2
cos 2 (23.16)
2
Substituindo as Eq.(23.14), Eq.(23.15) e Eq.(23.16) na Eq.(23.13) obtêm-se:
x y x y
x' cos 2 xy sen 2 (23.17)
2 2
Efetuando agora o equilíbrio de forças na direção y’ tem-se:
xy' A x A cos sen y Asen cos
(23.18)
xy A cos cos xy Asen sen 0
a Eq.(23.17) e substituindo o ângulo de rotação por seu valor adicionado a 90º. Assim:
x y x y
x' 90 y' cos 2 90 xy sen 2 90 (23.21)
2 2
Sabendo da relação de senos e cossenos com seus respectivos quadrantes, pode-
se reescrever a última equação como:
x y y x
y' cos 2 xy sen 2 (23.22)
2 2
Portanto, com base nas Eq.(23.17), Eq.(23.20) e Eq.(23.22) têm-se relacionadas
as componentes do tensor de tensões definidas em um sistema cartesiano particular com
as componentes do mesmo tensor escritas em um sistema rotacionado. Deve-se destacar
que a somatória das tensões normais do ponto em análise é independente do sistema
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 749
23.2.1 – Exemplo 4
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 750
Para esse valor de tensão y , a tensão normal perpendicular às fibras pode ser
23.2.2 – Exemplo 5
A placa quadrada de aço mostrada na Fig. (23.13) tem espessura de 10mm sendo
solicitada por carregamentos distribuídos ao longo de seus planos laterais. Determine a
tensão de cisalhamento máxima e a tensão normal média desenvolvidas no aço:
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 751
50 0, 200
x x 5000 Pa
0, 200 0, 010
50 0, 200
y y 5000 Pa
0, 200 0, 010
Dessa forma, a tensão de cisalhamento máxima pode ser determinada por meio
da Eq.(23.20). Portanto:
y x 5000 5000
xy' sen 2 xy cos 2 xy' sen 2
2 2
Com base na última equação, verifica-se que a tensão de cisalhamento será
máxima quando o valor sen 2 for máximo. Com base nos conhecimentos de
trigonometria, sabe-se que seu valor máximo é igual à unidade quando o ângulo
considerado é igual a 45º. Consequentemente, quando 45º tem-se:
5000 5000
xyMAX sen 2 45 xyMAX 5000 Pa
2
A tensão normal média para o problema em análise será nula uma vez que
x y 0 .
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 752
extremo de uma função (local ou global) ocorre quando sua primeira derivada é nula.
Portanto, os valores extremos das tensões normais ocorrerão quando a primeira derivada
da Eq.(23.17) for nula. Então:
x y x y
x' cos 2 xy sen 2 (23.24)
2 2
d x' x y 2 xy
2 sen 2 2 xy cos 2 0 tan 2 (23.25)
d 2 x y
de 90º, que definem os planos principais onde as tensões normais são máxima e mínima.
O valor da tensão normal nestes planos pode ser facilmente determinado substituindo-se
os ângulos calculados na Eq.(23.25) na expressão que relaciona a tensão normal a um
plano qualquer, Eq.(23.17). Efetuando esta substituição, obtém-se:
2
x y x y
xy
2
1,2 (23.26)
2 2
sendo 1 e 2 as tensões principais máxima e mínima, respectivamente.
Os planos principais apresentam uma característica importante e que deve ser
enfatizada. Nos planos principais, ou seja, nos planos onde as tensões normais são
máxima ou mínima, a tensão de cisalhamento é nula. Essa conclusão, que será omitida
aqui por simplicidade, pode ser facilmente obtida substituindo-se os ângulos
determinados na Eq.(23.25) na expressão que relaciona a tensão de cisalhamento a um
plano qualquer, Eq.(23.20). Essa informação será de grande importância para a
identificação rápida de estados principais de tensão.
Com relação à tensão de cisalhamento, verifica-se, com base na Eq.(23.20), que
esta tensão observará valores extremos à medida que o plano considerado é rotacionado.
Isso ocorre uma vez que esta equação envolve seno e cosseno de 2 . Os ângulos de
rotação nos quais serão observadas as máximas tensões de cisalhamento podem ser
obtidos derivando-se a Eq.(23.20) em relação à inclinação do plano, , e em seguida
igualando a expressão resultante à zero. Assim:
y x
xy' sen 2 xy cos 2 (23.27)
2
d xy' y x y x
2 cos 2 2 xy sen 2 0 tan 2 (23.28)
d 2 2 xy
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 753
estão defasados de 45°, um em relação ao outro. Sugere-se que o leitor comprove esta
constatação para um conjunto qualquer de valores de x , y e xy . Consequentemente,
23.3.1 – Exemplo 6
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 754
A partir dos ângulos de inclinação dos planos principais e dos valores das
tensões principais, deve-se agora determinar o plano de atuação de cada tensão
principal. Para isso, os ângulos 1 e 2 calculados anteriormente devem ser substituídos
escrever que, 1 P 2 e 2 P1 . Assim, com base nas respostas obtidas neste exemplo,
pode-se representar as tensões principais e os planos onde estas atuam. Esta ilustração é
apresentada na Fig. (23.14).
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 755
90 20
tan 2 2 42, 510º 3 21, 255º
2 60
Existem dois planos onde as tensões de cisalhamento no plano são máximas, os
quais estão defasados de 90º, como discutido anteriormente. Assim, o ângulo de
inclinação do outro plano em questão é dado por:
4 3 90º 4 21, 255º 90º 4 111, 255º
se que estes estão defasados de 45º, como mencionado anteriormente. A máxima tensão
de cisalhamento no plano é dada pela Eq.(23.29). Assim:
2
20 90
60
2
xy MAX xy MAX 81, 394 MPa
2
O sinal correto da tensão máxima de cisalhamento no plano é obtido avaliando a
Eq.(23.20) com o ângulo 3 . Efetuando este procedimento tem-se:
90 20
xy' sen 2 21, 255 60 cos 2 21, 255 xy' 81, 394 MPa
2
Portanto, a orientação é positiva. Com base no sentido correto da tensão de
cisalhamento máxima no plano, esta pode ser representada em um elemento
infinitesimal, como mostrado na Fig. (23.15).
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 756
23.3.2 – Exemplo 7
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 757
F x
0 N1 3, 0 0 N1 3, 0 kN
F y
0 V1 5 1,5 2, 0 0 V1 9,5 kN
1,5
M z
0 M 1 5 1,5 2
2
2 3,5 0 M 1 27, 625 kN.m
F x
0 N S 3, 0 0 N S 3, 0 kN
F y
0 VS 9,5 0 VS 9,5 kN
M z
0 M S 27, 625 9,5 1, 0 0 M S 18,125 kN.m
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 758
3,0 18,125
xB 0,0 50,0 kN/m²
0,06 8,0 10 4
3,0 18,125
xC 0, 20 4481,25 kN/m²
0,06 8,0 104
3,0 18,125
xD 0, 20 4581,25 kN/m²
0,06 8,0 10 4
das áreas, Q, referentes aos pontos de interesse da análise devem ser determinados. Para
o problema em análise, os momentos estáticos dos pontos de interesse possuem as
seguintes intensidades:
10
QzA 15 10 10 2250 cm³ QzA 2, 25 103 m³
2
20
QzB 15 20 3000 cm³ QzB 3,0 103 m³
2
Qz 0 m³
C
QzD 0 m³
4481, 25 0 4581, 25 0
C kN/m²; D kN/m².
0 0 0 0
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 759
2 xy
tan 2 p1 ; p 2 p1 90º (Inclinação dos planos principais)
x y
2215,625 0
Em seguida, deve-se atribuir a orientação para cada uma das tensões principais.
Para tal finalidade, os ângulos pA1 e pA2 calculados anteriormente devem ser substituídos
x y x y
na seguinte equação: x ' cos 2 xy sen 2 , a qual relaciona as
2 2
componentes do tensor de tensão definidas em relação a um sistema de referência xy
com a tensão normal definida em um sistema de coordenadas x’y’, rotacionado em
relação ao primeiro.
Substituindo-se o angulo pA1 nessa expressão obtém-se:
2215,625 0 2215,625 0
x' cos 2 4,57 178,125 sen 2 4,57
2 2
x ' 1A 2229,85 kN/m²
base nas respostas obtidas para o ponto A, pode-se representar as tensões principais e os
planos onde estas atuam. Essa ilustração é apresentada na Fig. (23.20).
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 760
x y
med (Tensão normal média)
2
y x
tan 2 c1 ou
2 xy (Inclinação dos planos de max )
C p 45º ; c 2 c1 90º ;
2 178,125
O sinal correto da tensão de cisalhamento máxima no plano é obtido avaliando a
equação de rotação das tensões de cisalhamento para o ângulo cA1 . Essa equação foi
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 761
xy ' max
A
1122,04 kN/m²
Figura 23.21 Tensões de cisalhamento máxima no plano e tensão normal média para o ponto A.
50,0 0 50,0 0
2
50,0 0 50,0 0
2
2 2
2
4481, 25 0 4481, 25 0
2C 0 0,0 kN/m²
2
2 2
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 762
2
4581, 25 0 4581, 25 0
1D 0 0,0 kN/m²
2
2 2
2
4581, 25 0 4581, 25 0
2D 0 4581, 25 kN/m²
2
2 2
4481, 25 0
2 0,0
pD arc tan 2 p1 0, 0º e p 2 90,0º
D D
4581, 25 0
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 763
50,0 0
2
50,0 0
237,5 238,81 kN/m²; med
2
B
max B
25,0 kN/m²
2 2
2
4481, 25 0 4481, 25 0
max
C
0 2240,63 kN/m²; med
2 C
2240,63 kN/m²
2 2
2
4581, 25 0 4581, 25 0
D
max 0 2290,63 kN/m²; med
2 D
2290,63 kN/m²
2 2
2
0
O sinal correto da tensão de cisalhamento máxima no plano, para os pontos de
interesse, é obtido avaliando a Eq.(23.20) para os ângulos c1 calculados anteriormente.
Assim:
0 50,0
xyB ' sen 2 3,005 237,5 cos 2 3,005
2
xyB ' 238,81 kN/m² max B
0 4481, 25
xyC ' sen 2 45º 0 2240,63 kN/m² max
C
2
0 4581, 25
xyD ' sen 2 45º 0 2290, 65 kN/m² max
D
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 764
Figura 23.24 Estado de tensão nos pontos B, C e D nos planos de tensão de cisalhamento máxima.
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 765
x y x y
x' cos 2 xy sen 2
2 2
y x
xy' sen 2 xy cos 2 (23.31)
2
Pode-se reescrever as Eq.(23.31) de uma maneira mais conveniente como:
x y x y
x' cos 2 xy sen 2
2 2
(23.32)
x y
xy' sen 2 xy cos 2
2
Elevando cada uma das equações da Eq.(23.32) ao quadrado e em seguida
somando-as obtém-se:
2
' x y 2
x xy
'
2
2 2
x y x y
cos 2 sen 2 xy sen 2
2
2 2 2
(23.33)
2 2
cos 2 2
2
xy
conhecidos, a Eq.(23.34) pode ser reescrita de uma maneira mais compacta como:
MED xy' R 2
2 2
'
x
(23.35)
2
y
xy .
2
sendo MED definido pela Eq.(23.30) e R dado por R x
2
A Eq.(23.35), de acordo com os conhecimentos da geometria analítica, descreve
um círculo com centro em MED ,0 . Para a construção do círculo de Mohr devem ser
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 766
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 767
o que concorda com a expressão anteriormente obtida. Além disso, o outro plano
principal encontra-se defasado de 90 º do plano determinado pela equação mencionada,
o que também é consistentemente tratado pelo círculo de Mohr.
As tensões de cisalhamento máximas no plano são dadas pelos pontos F e G
ilustrados na Fig.(23.25). Esses pontos têm coordenadas MED , R e MED , R
respectivamente, o que concorda com a Eq.(23.29) obtidas anteriormente. Além disso, o
ângulo de inclinação entre o plano de atuação da tensão principal e o plano de atuação
da máxima tensão de cisalhamento é 45º 2 90º , o que é consistente com o
apresentado anteriormente.
23.4.1 – Exemplo 8
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 768
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 769
23.5.1 – Exemplo 9
3 0, 5 0 3 0, 5 0
2 1000 800 100 2
' 0, 5 3 0 800 600 60 0, 5 3 0
2 2
0 0 1 100 60 400 0 0 1
1292,82 292,82 116, 60
292,82 892,82 1, 96 MPa
'
116, 60 1, 96 400
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 770
^
P
(23.37)
Ou em termos de componentes:
^ ^ ^ ^
ij j ei i ei ij j i (23.39)
^ ^ ^
ij j j ij ij ij j 0 (23.40)
ou seja, = 0 , é que o determinante da matriz de seus coeficientes se anule. Dessa
^
3 I1 2 I2 I3 0 (23.42)
As raízes do polinômio da Eq. (23.42) são as tensões principais. Nessa equação,
I1 , I 2 e I3 são os invariantes do tensor de tensões, assim denominados, pois possuem o
mesmo valor independente do referencial adotado. Os invariantes são definidos da
seguinte maneira:
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 771
I1 x y z
23.6.1 – Exemplo 10
I 2 1093600 MPa 2
I 3 1000 600 400 2 800 100 60 1000 60 600 100 400 800
2 2 2
I 3 484000000 MPa3
cujas raízes e consequentemente tensões principais são iguais a 1 1345, 445 MPa ,
2 386,147 MPa e 3 931,593 MPa .
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 772
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 773
Capítulo 23 – Tensões____________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 774
24. – Deformações
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 775
As equações que serão apresentadas neste capítulo têm como base a descrição
lagrangeana (Lagrange, 1788, Mecanique Analytique), na qual o sistema de referência
considerado permanece inalterado após a ocorrência da deformação. Assume-se ainda
que os deslocamentos presentes no corpo obedeçam ao regime de pequenos
deslocamentos e que a geometria inicial (indeformada) seja semelhante o suficiente à
geometria deformada, para que a imposição das condições de equilíbrio possa ser
efetuada na condição indeformada. Além disso, admite-se que o estado de deslocamento
não altera o estado de carregamento, ou seja, a configuração de equilíbrio não sofre
alteração na mudança de forma da estrutura.
Conforme discutido no capítulo 23, as tensões no interior de corpos variam de
ponto a ponto. Assim, como as tensões estão ligadas às deformações por meio de uma
relação constitutiva, as deformações variarão também de ponto a ponto. As deformações
podem classificadas como normais ou distorcionais, como apresentado no capítulo 12.
As deformações normais estão associadas ao alongamento ou encurtamento do elemento
considerado, enquanto que as deformações distorcionais estão ligadas às distorções dos
elementos que compõem a estrutura. As Fig. (24.2) e Fig. (24.3) ilustram a atuação das
deformações normal e distorcional respectivamente.
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 776
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 777
xy xz
x x 2 2
xy xz yz
xy y yz
xy 2 y
2
(24.5)
xz
yz z xz yz
2 2
z
Deve-se lembrar que, embora não demonstrado nessas notas, a relação ij ji
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 778
seguida seus efeitos serão superpostos. Portanto, será considerado e mostrado o caso
plano.
Para a determinação das expressões que relacionam as componentes de
deformação normal em relação a dois planos perpendiculares, x' e y' , deve-se
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 779
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 780
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 781
1 cos 2
sen 2 (24.15)
2
1 cos 2
cos 2 (24.16)
2
A expressão para a determinação da deformação normal em relação a um eixo
rotacionado qualquer pode ser, finalmente, escrita em sua forma final como:
x y x y xy
x' cos 2 sen 2 (24.17)
2 2 2
A determinação da expressão que relaciona a deformação normal em relação ao
eixo rotacionado y' pode ser feita de maneira análoga. A demonstração dessa equação
utilizando o procedimento mostrado para a obtenção da Eq.(24.17) fica a cargo do
leitor. Porém, uma maneira expedita de demonstrar essa equação pode ser utilizada.
Basta lembrar que y' atua em um plano rotacionado de 90º em relação à x' . Assim, esta
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 782
x y x y xy
y' cos 2 90 sen 2 90 (24.18)
2 2 2
Sabendo da relação de senos e cossenos com seus respectivos quadrantes, pode-
se reescrever a última equação como:
x y y x xy
y' cos 2 sen 2 (24.19)
2 2 2
Para a determinação das deformações distorcionais considerando um sistema de
referência rotacionado, deve-se obter a diferença entre os ângulos que definem as
arestas do elemento infinitesimal em análise, conforme a definição de deformação
distorcional mencionada anteriormente. Dessa forma, xy' é calculada como:
xy' (24.20)
Os ângulos e mostrados na Fig. (24.8) podem ser obtidos, para o caso geral,
considerando o princípio da superposição dos efeitos. Portanto, assume-se que as
deformações x , y e xy atuam isoladamente e em seguida seus efeitos são adicionados.
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 783
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 784
xy'
x y
sen 2
xy
cos 2 (24.29)
2 2 2
Portanto, com base nas Eq.(24.17), Eq.(24.19) e Eq.(24.29) é possível
referenciar as componentes do tensor de deformação, inicialmente definidas em um
sistema inicial, a qualquer sistema rotacionado. Nesse ponto do estudo é interessante
comparar as expressões Eq.(23.17), Eq.(23.20) e Eq.(23.22), obtidas no capítulo
anterior, com as Eq.(24.17), Eq.(24.19) e Eq.(24.29) determinadas neste capítulo. Cabe
ao leitor responder: quais são suas semelhanças e diferenças?
24.2.1 – Exemplo 1
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 785
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 786
xy'
x y
sen 2
xy
cos 2
2 2 2
xy' (24.32)
2 x y 2 cos 2 xy 2 sen 2 0 tan 2 y x
d
d 2 2 xy
procedimento obtém-se:
2 2
xyMAX x y xy
(24.33)
2 2 2
Os ângulos que definem os planos de valor extremo da deformação distorcional
podem também ser substituídos na Eq.(24.17) para a determinação das intensidades das
deformações normais atuantes. Nos planos definidos por 1 e 2 as deformações
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 787
24.3.1 – Exemplo 2
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 788
xy'
350 10 6
200 10 6
sen 2 130,8621º
80 106
cos 2 130,8621º
2 2 2
5,5579 10
'
xy
4
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 789
x y x y xy
x' cos 2 sen 2
2 2 2
(24.35)
xy'
x y
sen 2
xy
cos 2
2 2 2
As Eq.(24.35) podem ser reescritas de uma maneira mais conveniente como:
x y x y xy
x' cos 2 sen 2
2 2 2
(24.36)
xy'
x y
sen 2
xy
cos 2
2 2 2
Elevando cada uma das equações da Eq.(24.36) ao quadrado e em seguida
somando-as obtém-se:
2 2
' x y xy
'
x
2 2
2 2 2
x y x y xy (24.37)
cos 2 sen 2 sen 2
2 2 2
2 2 2
2
xy
cos 2
2
2
x (24.38)
2 2 2 2
são conhecidos, a Eq.(24.38) pode ser reescrita de uma maneira mais compacta como:
2
xy
x' MED
2
R
2
(24.39)
2
2 2
sendo MED definido pela Eq.(24.34) e R dado por R x y xy .
2 2
A Eq.(24.39), de acordo com os conhecimentos da geometria analítica, descreve
um círculo com centro em MED ,0 . Para a construção do círculo de Mohr devem ser
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 790
previamente apresentada neste capítulo. Além disso, o outro plano principal encontra-se
defasado de 90º em relação ao plano determinado pela equação mencionada, o que
também é consistentemente tratado pelo círculo de Mohr.
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 791
24.4.1 – Exemplo 3
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 792
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 793
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 794
capítulo. Para tal fim, basta que a Eq.(24.17) seja avaliada para os três ângulos nos quais
os extensômetros são posicionados. Portanto:
x y x y xy
a cos 2a sen 2a
2 2 2
x y x y xy
b cos 2b sen 2b (24.40)
2 2 2
x y x y xy
c cos 2c sen 2c
2 2 2
Para a roseta de 45° tem-se:
x y x y xy
a cos 0º sen 0º
2 2 2
x y x y xy
b cos 2 45º sen 2 45º (24.41)
2 2 2
x y x y xy
c cos 2 90º sen 2 90º
2 2 2
Assim, resolvendo-se as três equações apresentadas na Eq.(24.41) para as
componentes de deformação no plano obtêm-se:
x a
xy 2 b a c (24.42)
y c
Já para a roseta de 60° tem-se:
x y x y xy
a cos 0º sen 0º
2 2 2
x y x y xy
b cos 2 60º sen 2 60º (24.43)
2 2 2
x y x y xy
c cos 2 120º sen 2 120º
2 2 2
Resolvendo as três equações apresentadas na Eq.(24.43) para as deformações no
sistema de coordenadas padrão obtêm-se:
x a
2
xy b c (24.44)
3
1
y 2 b 2 c a
3
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 795
24.5.1 – Exemplo 4
1
y
3
2 130 106 2 200 106 30 106 y 210 106
2 2 2
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 796
24.6.1 – Exemplo 5
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 797
24.7.1 – Exemplo 6
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 798
110
2 2
I 2 10 106 6 106 6 106 4 106 10 106 4 106 2 106 6
2
1 106 I 2 5 1011
I 3 10 106 6 106 4 106 2 2 106 1 106 1 106
I 3 2, 64 1016
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 799
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 800
Capítulo 24 – Deformações________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 801
desconhecidas.
No entanto, é possível reduzir o número de constantes desconhecidas de 36 para
21. Para tal fim, deve-se utilizar o Teorema de Maxwell, o qual estabelece condições de
conservação de energia que são observadas em corpos em equilíbrio (este teorema será
apresentado no capítulo 28). Por meio desse teorema verifica-se que o trabalho de x
desconhecidos.
Quando os 21 coeficientes restantes são independentes, diz-se que o material
apresenta o maior índice de anisotropia possível. Porém, o material pode apresentar
simetria segundo três eixos ortogonais. Nessa situação, tem-se os conhecidos materiais
ortótropos, cujo número de constantes elásticas independentes é igual a 9. Para esses
tipos de material D assume a seguinte configuração:
mesmo em relação a todas as direções. Nesse caso, o tensor constitutivo possui a mesma
forma que apresentado na Eq.(25.2). Porém os componentes deste tensor podem ser
escritos conhecendo-se apenas duas constantes.
associadas, estão apresentados na Fig. (25.1). Com base nas ilustrações apresentadas
nesta figura, verifica-se claramente que a aplicação de y e z gera também x . Assim,
torna-se intuitivo perceber que a lei de Hooke, na qual x era produzida apenas por x ,
A B
C D
xy xz yz
xy ; xz ; yz (25.8)
G G G
Conforme apresentado nas Eq.(25.6), Eq.(25.7) e Eq.(25.8), constata-se que as
deformações estão relacionadas às tensões por meio dos coeficientes E , e G . Porém,
o módulo de elasticidade transversal, G , pode ser expresso em função do módulo de
elasticidade longitudinal e do coeficiente de Poisson, E e . Para demonstrar essa
relação deve-se considerar o estado plano de tensões ilustrado na Fig.(25.2), o qual é
composto por um estado de cisalhamento puro.
normal ao longo do eixo y ' será 2 . Levando esse resultado até as Eq.(25.6) e Eq.(25.7)
obtém-se:
1 1
x 1 1 2 1 xy xy 1 xy 1
E E E (25.9)
1 1 xy
y 2 2 1 2 xy xy 2 1
E E E
MAX 1 2
(25.10)
2 2
Substituindo, na Eq.(25.10), os termos mostrados na Eq.(25.9) obtém-se:
MAX 1 2
2 2
xy xy
MAX 1 1
xy
E E (25.11)
2 2
2 xy
xyMAX 1
E
Sabendo da lei de Hooke que:
xy G xy (25.12)
Concluí-se que:
2 xy E
xy G 1 G (25.13)
E 2 1
1 x y z
E
x
1 1 2
E
y 1 y x z
1 1 2
1 z x y
E
z
1 1 2
(25.15)
E
xy xy
2 1
E
xz xz
2 1
E
yz yz
2 1
y z
__
E E
x
(25.20)
e 1 2 e 3 1 2
do eixo z serem nulas, verifica-se, por meio da lei de Hooke generalizada, que a tensão
normal nesta direção não o será. Nos problemas planos de deformação, a tensão normal
orientada na direção perpendicular ao plano onde atuam as deformações não nulas é
determinada com base nas tensões normais atuantes neste plano. Para isso, considere a
expressão para cálculo de z , dada na Eq.(25.17).
1
z z x y 0 z x y (25.21)
E
25.4.1 – Exemplo 1
Uma dada estrutura está submetida a um estado plano de tensão. Nessa estrutura,
um conjunto de extensômetros (roseta) foi posicionado com inclinação de 45,
conforme mostrado na Fig.(25.3). Sabendo que o material que compõe a estrutura tem
as seguintes propriedades mecânicas E 200 GPa e 0, 30 e que as leituras dos
x y x y xy
A cos 2 0 sen 2 0
2 2 2
x y x y xy
B cos 2 45 sen 2 45
2 2 2
x y x y xy
C cos 2 90 sen 2 90
2 2 2
Organizando em forma matricial o sistema de três equações anteriormente
apresentado obtém-se:
1 0 0 x 60 x 60
0,5 0,5 0,5 135 106 264 106
y y
0 1 0 xy 264 xy 54
25.4.2 – Exemplo 2
1
x 70 0, 23 105 182 x 0, 0242875
5600
1
y 105 0, 23 70 182 y 0, 01415
5600
1
z 182 0, 23 70 105 z 0, 0310625
5600
Com base no calculado anteriormente pode-se escrever que:
1 x ; 2 y ; 3 z
26.1 –Introdução
Esse critério de resistência foi desenvolvido por Henri Tresca em 1868, sendo
largamente utilizado nos dias atuais para a previsão da falha de pontos materiais
pertencentes a materiais dúcteis. Nestes materiais, a falha é frequentemente observada
quando a estrutura entra em regime de escoamento. Na fase de escoamento, o estado de
tensão atuante supera o limite elástico do material causando assim deformações
permanentes na estrutura, as quais não são desejadas.
Durante o escoamento ocorre o deslizamento dos cristais constituintes do
material, os quais não são perfeitamente ordenados, ao longo de seus planos de contato.
Esse deslizamento é provocado pelas tensões de cisalhamento atuantes no corpo, como
indica a Fig. (26.2), e a deformação permanente decorre da acomodação dos cristais em
sua nova posição.
Esse fenômeno é facilmente observado em ensaios experimentais de tração
uniaxial em barras de aço, onde a falha ocorre em um plano inclinado de 45º com o
Figura 26.4 Representação gráfica do critério de Tresca para o caso plano de tensão.
1 1 1
U 1 1 2 2 3 3 (26.4)
2 2 2
Usando as expressões da lei de Hooke generalizada, a Eq.(26.4) assume a
seguinte forma:
1
U 12 22 32 2 1 2 1 3 2 3 (26.5)
2E
Como a Eq.(26.5) representa a energia de deformação total, deve-se subtrair a
contribuição referente ao estado hidrostático de tensões, a qual, segundo observações
experimentais, não contribui para a falha. Para tal fim, deve-se subtrair
1 2 3
MED de cada tensão principal atuante no problema. Efetuando este
3
procedimento, obtém-se a energia de distorção por unidade de volume, a qual pode ser
escrita como:
1
1 2 2 3 3 1
2 2 2
U DISTORÇÃO (26.6)
6E
Na condição de falha, a energia de distorção u DISTORÇÃO dada pela Eq.(26.6) deve
Figura 26.6 Representação gráfica do critério de Von Mises para o caso plano de tensão.
Figura 26.7 Representação gráfica do critério de Von Mises para o caso tridimensional
Tresca.
Figura 26.8 Representação gráfica dos critérios de Tresca e Von Mises para o caso plano de tensão.
plano é nula. Porém, para os demais pontos existem pequenas diferenças. Em especial, é
interessante discutir a diferença na previsão do cenário de falha entre os critérios
quando um estado de cisalhamento puro atua sobre o corpo em análise. Nessa condição,
constata-se que o critério de Von Mises admite um estado de tensão aproximadamente
15% mais elevado que o previsto pelo critério de Tresca. Resultados experimentais em
corpos de prova submetidos à torção pura (situação em que tem-se um estado de
cisalhamento puro) indicam que o critério de Von Mises é mais preciso na previsão de
falha.
Em análises tridimensionais, a representação conjunta das superfícies de falha
dos critérios de Tresca e Von Mises resulta a ilustração apresentada na Fig. (26.9).
Verifica-se que a superfície cilíndrica de Von Mises circunscreve a superfície hexagonal
de Tresca, sendo que a diferença máxima entre elas ocorre na presença de estados de
tensão relacionados ao cisalhamento puro. Além disso, observa-se que as superfícies são
coincidentes nos pontos de derivadas não contínuas pertencentes à superfície de Tresca.
Figura 26.9 Representação gráfica dos critérios de Tresca e Von Mises para o caso tridimensional.
Este critério de ruptura foi proposto por Rankine, em meados do século XIX,
objetivando a previsão da falha de corpos formados por materiais frágeis. Os materiais
frágeis são aqueles em que, na iminência da ruptura, observa-se a ausência de
deformações plásticas e baixos níveis de deformação. A ruptura desses materiais quase
sempre ocorre de forma brusca, ou seja, após um determinado nível de solicitação,
ocorre a fratura do corpo. Materiais como vidros, ferro fundido e fibras são
considerados frágeis.
Nos materiais frágeis, a ruptura ocorre quando a máxima tensão principal
alcança a resistência última do material. Assim, em materiais frágeis submetidos a um
ensaio de tração uniaxial, a falha ocorrerá quando a tração aplicada, 1 , ultrapassar a
tensão de ruptura do material, r . No caso de uma barra solicitada por uma torção pura,
por exemplo, a falha ocorrerá em um plano inclinado de 45º com o eixo da barra. A
falha ocorrerá nessa posição uma vez que é nessa inclinação que atuam as tensões
principais 1 , como indica a ilustração apresentada na Fig. (26.10).
Figura 26.11 Representação gráfica do critério Rankine para o caso plano de tensão.
possui a representação gráfica mostrada na Fig. (26.13). Verifica-se que este critério
leva em consideração as diferentes resistências do material quando solicitado à tensões
de tração e de compressão. Para o caso plano de tensão, o critério pode ser expresso
matematicamente como:
1) se 1 e 2 0 1 r c e 2 r c
2) se 1 e 2 0 1 r t e 2 r t
r t
3) se 1 0 e 2 0 2 r t (26.11)
r c 1
4) se 1 0 e 2 0 2 r c 1 r c
r t
Figura 26.13 Representação gráfica do critério de Mohr para o caso plano de tensão.
Assim, para o caso geral pode-se escrever o critério de Mohr Coulomb como:
1 1 sen 3 1 sen 2 c cos (26.14)
1 2 2 3 3 1 1 2 3 K
2 2 2
(26.15)
Da mesma forma que o critério de Von Mises é uma versão suavizada do critério
de Tresca, como mostrado na Fig. (26.8), o critério de Drucker-Pager também pode ser
O que faz com que o cone de Drucker-Prager seja circunscrito pela superfície de
Mohr-Coulomb, como indica a Fig. (26.17). Os parâmetros e c que surgem nas
Eq.(26.16) e Eq.(26.17) são denominados de ângulo de atrito e coesão material,
respectivamente, os quais são propriedades materiais. Tais parâmetros são obtidos de
ensaios experimentais, sendo dados em relação à superfície de Mohr-Coulomb, sendo
sua inclinação e c sua intersecção com o eixo da tensão de cisalhamento, como
mostrado no item anterior.
26.8.1 – Exemplo 1
xy 1,2 18
2 2
1,2
2 2 2 2
1,2 4 24, 0832
1 28, 0832 MPa 2 20, 0832 MPa
Com base nas intensidades das tensões principais no plano, pode-se “ranqueá-
las” para que as tensões principais sejam obtidas. Assim:
1 2 3
1 28, 0832 MPa 2 0 3 20, 0832 MPa
Por meio da Eq.(26.8) verifica-se o critério de Von Mises. Assim:
1 2 2 3 3 1
2 2 2
2 E
26.8.2 – Exemplo 2
xy 4
2 2
1,2 x 1,2
2 2 2 2
1,2 1 9,8489
1 8,8489 MPa 2 10,8489 MPa
Com base nas intensidades das tensões principais no plano, pode-se “ranqueá-
las” para que as tensões principais sejam obtidas. Assim:
1 2 3
1 8,8489 MPa 2 0 3 10,8489 MPa
O critério de Tresca é dado pela Eq.(26.2). Assim:
1 3 E
2 2
8,8489 10,8489 E E
9,8489 E 19, 6978 MPa
2 2 2
26.8.3 – Exemplo 3
A Fig. (26.20) mostra o estado de tensão crítico para uma estrutura de concreto
em condição plana de tensão. Considerando que a resistência à tração do concreto é
10% de sua resistência à compressão, segundo o critério de Mohr-Coulomb, determine
qual deve ser a resistência à compressão mínima para o concreto dessa estrutura.
xy 1,2 7
2 2
1,2 x
2 2 2 2
1,2 7, 5 10, 259
1 2, 759 MPa 2 17, 759 MPa
O par de valores 1 e 2 determinado anteriormente pode ser inserido na
C T
C 17, 759 2, 759
27.1 –Introdução
líquidos, por exemplo. Nesses casos, a estrutura estará submetida à pressão interna do
líquido armazenado, porém, devido à ausência de um mecanismo de fechamento em
suas extremidades, o vaso de pressão não observará a atuação da tensão L . Esta tensão
será nula, uma vez que a pressão interna não produzirá esforço ao longo da direção do
eixo do vaso de pressão. Em vasos de pressão cilíndricos abertos, a única tensão não
nula atuante é determinada pela Eq.(27.1) e atuará ao longo de sua direção radial
(circunferencial).
vaso de pressão atuar apenas a pressão interna p. Neste caso, não se observa a presença
de tensões de cisalhamento para o carregamento atuante e o sistema de coordenadas
adotado. Portanto em situações como a descrita tem-se: R 1 e L 2 .
27.4.1 – Exemplo 1
que compõe os tanques é igual a 250MPa . Utilize o critério de Tresca para esta
verificação.
Para a solução deste problema deve-se, primeiramente, determinar as
componentes de tensão que atuarão em cada um dos tanques. Assim, para o vaso de
pressão cilíndrico tem-se:
pr 65
R 1 R 300 MPa
t 0,10
pr 65
L 2 L 150 MPa
2t 2 0,10
Como atua sobre o vaso de pressão cilíndrico apenas a pressão interna p,
observa-se a ausência de tensões de cisalhamento no corpo para o sistema de
coordenadas adotado. Assim, pode-se dizer que:
R 1 300 MPa
L 2 150 MPa
Já para o caso esférico obtém-se:
pr 65
L L L 150 MPa
2t 2 0,10
Analogamente ao observado para o vaso de pressão cilíndrico, as tensões L
atuantes no vaso de pressão esférico são tensões principais.
Em seguida, deve-se verificar a condição de segurança por meio do critério de
ruptura de Tresca. Efetuando esta verificação para o vaso cilíndrico obtém-se:
300 150 300 0 150 0 250
MAX 300 250
2 2 2 2
27.4.2 – Exemplo 2
27.4.3 – Exemplo 3
27.4.4 – Exemplo 4
1 2 2 3 3 1 2 E
2 2 2
2 2 2
72 72 72 72 10368
0 0 400 2 565, 685
t t t t t2
t 0,18 m 180 mm
O resultado obtido utilizando o critério de Von Mises é o mesmo que poderia ter
sido obtido igualando-se a tensão L à tensão de escoamento do material. Fica a
27.4.5 – Exemplo 5
este dimensionamento.
dimensionamento pela parte cilíndrica, sabe-se que as tensões normais atuantes nessa
região do vaso de pressão são calculadas pelas Eq.(27.1) e Eq.(27.2). Assim:
pr 1 2,1 2,1
R R R
t t t
pr 1 2,1 1, 05
L L L
2t 2t t
Neste vaso de pressão atua apenas a pressão interna p. Portanto, as tensões
determinadas anteriormente são também tensões principais. Dessa forma:
2,1
R 1
t
1, 05
L 2
t
Levando as tensões principais calculadas anteriormente na expressão do critério
de Tresca obtém-se:
2,1 1, 05 2,1 0 1, 05 0 500 1, 05
MAX 250
2t 2t 2t 2 t
t 0, 0042m t 4, 2mm
Para a região esférica do reservatório sabe-se que o estado de tensão pode ser
obtido utilizando a Eq.(27.3). Lembrando que este estado de tensão é também principal
tem-se:
pr 1 2,1 1, 05
L L L
2t 2t t
1, 05
1 2 L
t
Levando o estado de tensão determinado anteriormente na expressão do critério
de Tresca tem-se:
1, 05 1, 05 1, 05 0 1, 05 0 500 0, 525
MAX 250
2t 2t 2t 2 t
t 0, 0021m t 2,1 mm
Como era de se esperar, a espessura das chapas que comporão as regiões
esféricas do reservatório poderão ser menores que a das chapas que comporão a parte
cilíndrica.
Com base nas análises até o momento efetuadas foi possível relacionar
parâmetros geométricos de vasos de pressão cilíndricos e esféricos à pressão interna e às
tensões normais atuantes em suas paredes. Para o sistema de referência considerado
para a dedução do equacionamento, as tensões de cisalhamento eram nulas, o que
levava as tensões normais obtidas a serem classificadas como principais.
Embora nulas neste sistema de referência, as tensões de cisalhamento, no plano,
em vasos de pressão cilíndricos apresentam seu valor máximo em um plano inclinado
de 45º em relação ao sistema de referência no qual as tensões principais foram
definidas. Para os vasos de pressão cilíndricos com extremidades fechadas, a tensão de
cisalhamento máxima no plano pode ser obtida com o auxílio do círculo de Mohr.
Como nesses vasos de pressão as tensões principais são dadas pelas Eq.(27.1) e
Eq.(27.2), constata-se que R 2 L 1 2 2 . Com base nesta informação,
traça-se o círculo de Mohr apresentado na Fig. (27.8).
27.6.1 – Exemplo 6
E xy xy
G xy 6, 431 106 (27.10)
2 1 G G
13,785 6, 431 0
0 106
6, 431 9,785
0 0 7,857
xy
6, 431 106 xy 6, 431 106 · 48 106 308,688 kN/m²
G
Portanto, o tensor de tensões para o estado plano do problema é dado por:
2077,6 308,688 0
308,688 1693,6 0 kN/m²
0 0 0
pint r 127,02 0, 40
L x x 846,8 kN/m²
2t 2 0,03
27.6.2 – Exemplo 7
Tensão longitudinal:
F pint r 96, 277 5000 0, 40
L x x 34,564 MPa
A 2t 0, 43 0, 4
2 2
2 0,03
2
x yx y 34,564 66,667 34,564 66,667
2
1,2 xy
2
0,309
2
2 2 2 2
1 66,670 MPa 2 34,561 MPa
Como o problema é plano de tensão, a ordenação das tensões principais
(obedecendo a seguinte regra 1 2 3 ) resulta em:
1 66,670 MPa
2 34,561 MPa
0 MPa
3
Assim, o critério de Tresca pode ser assim verificado:
1 2 2 3 3 1 E
ABS max ; ;
max
2 2 2 2
66,670 34,561 34,561 0 0 66,670 200
ABS max ; ; 33,335
max
2 2 2 2
1 2 2 3 3 1 2 E
2 2 2
75,522 282,84
28.1 – Introdução
Neste item serão apresentadas expressões que relacionam o trabalho externo aos
carregamentos externos atuantes em estruturas solicitadas por tração/compressão e
flexão. Considerando, barras solicitadas axialmente, deve-se analisar a barra
apresentada na Fig. (28.1).
Para que o trabalho decorrente da força externa seja calculado, deve-se
considerar que a força externa atuante, F , seja aplicada gradualmente de 0 até sua
intensidade máxima, igual a P . Assumindo que o material que compõe a barra possua
comportamento mecânico elástico linear, o deslocamento final, , observado quando a
força externa atua em sua intensidade máxima, é diretamente proporcional a todo o
deslocamento atuante para cargas intermediárias F . Assim, pode-se escrever que:
P F P
F (28.1)
M M
U e m d U e d Ue (28.4)
0 0
2
Fz z z dxdy z dz z z dV
dU i dU i dU i (28.8)
2 2 2
sendo dV dxdydz .
U i x x y y z z xy xy yz yz xz xz dV (28.14)
V
2 2 2 2 2 2
Utilizando a lei de Hooke generalizada, pode-se substituir as deformações
apresentadas na Eq.(28.14) por tensões. Por meio dessa substituição, esta equação pode
ser assim reescrita:
1 1
Ui x2 y2 z2 x y y z z x xy2 yz2 xz2 dV (28.15)
V
2E E 2G
Com base na Eq.(28.15), a energia de deformação, para qualquer estrutura, pode
ser obtida desde que as componentes de tensão sejam determinadas.
que N
A , onde N é o esforço normal e A a área da seção transversal do elemento
de barra simples. Portanto, com base na Eq.(28.15), pode-se obter a energia de
deformação do elemento de barra simples por meio da seguinte relação:
2 N2 N2
Ui dV Ui dAdL U L 2 EAdL (28.16)
2 EA 2
i
V
2E L A
barra geral. Assim, a energia de deformação na flexão pode ser determinada utilizando a
Mz M
Eq.(28.15). Sabendo que x y y z , sendo y e z os eixos que definem o
Iz Iy
1 M z2 2 2 M z M y M2
Ui 2 y zy 2y z 2 dAdL (28.18)
2E I z IzI y Iy
L A
1 2 M z M y
2 2
1 Mz 2 1 My 2
Ui y dAdL L A 2 E I z I y zy dAdL L A 2 E I y2 z dAdL
L A
2 E I z2
A A A
2 1 M t2 2
Ui dV Ui dAdL (28.20)
V
2G L A
2G I t2
2 1 M t2 M t2 1
Ui dV U i dAdL U i
8GAm2 A t 2
dA dL (28.22)
V
2G L A
2G 4t 2 Am2 L
M t2 1 M t2
Ui
8GAm2 A t 2
dA dL U i AdL (28.23)
L L
8GAm2 t 2
sendo A a área da seção transversal da barra.
Já no cisalhamento transversal, a tensão de cisalhamento e o esforço cortante
Vy Qz Vz Q y
estão relacionados por meio das seguintes expressões: xy , xz ,
I ztz I yt y
2 V y2Qz2 Vz2Q y2
Ui dV Ui dAdL dAdL
V
2G L A
2GI z2t z2 L A
2GI y2t y2
(28.24)
V y2 Qz2 Vz2 Q y
2
Ui 2 2
dA dL 2 dA dL
L
2GI z A t z L
2GI y A t y
2
As integrais entre parêntesis mostradas na Eq.(28.24) devem ser avaliadas de
acordo com a geometria da seção transversal considerada. Objetivando simplificar esta
Retangular 6
5
Circular Maciça 10
9
Circular Vazada de Paredes Finas 2
Perfil I ou Retangular Vazado de Aseção
Paredes Finas Aalma
28.4.1 – Exemplo 1
Para a estrutura considerada, esse procedimento será iniciado pela barra BC. Esta
barra, assim como os carregamentos sobre ela atuantes, está apresentada na Fig. (28.7).
Impondo-se a condição de equilíbrio de corpo rígido a esta barra, obtêm-se os valores
das ações em seus extremos, os quais são iguais a:
F x 0 Vx 3 0 Vx 3kN
F y 0 N 8 0 N 8kN
F z 0 Vz 3 2 0 Vz 6kN
2
M x 0 M x 3 2 0
2
M x 6kNm
M y 0 T 0
M z 0 M z 3 2 0 M z 6kNm
Com base nas ações atuantes nos extremos dessa barra, nos carregamentos
atuantes e nas relações diferenciais, observa-se que os esforços cortantes, nas direções x
e z, possuirão variação constante e linear, respectivamente. Esse tipo de variação se deve
à ausência e a presença, respectivamente, de carregamentos distribuídos nestas direções.
Consequentemente, os momentos fletores atuantes em torno dos eixos x e z possuirão
variação quadrática e linear, respectivamente. O esforço normal será trativo e constante,
enquanto que os esforços de torção na barra são nulos. Com base nestes comentários, os
diagramas de esforços solicitantes para a barra analisada podem ser construídos, os
quais estão apresentados na Fig. (28.8).
A partir dos diagramas de esforços solicitantes apresentados na Fig. (28.8) pode-
se determinar a energia de deformação da barra BC da seguinte forma:
N2 M z2 M x2 M2 f zV 2 f xV 2
L L L L L L
Ui dL dL dL t dL s z dL s x dL
0
2 EA 0
2 EI z 0
2 EI x 0
2GI t 0
2GA 0
2GA
8 6 3 L
2 2 2 2
Ui dL dL
2 210 10 6 0,15
2
0,15
4
0 0 2 210 10 6
4
2
3 2 10
6 6 L L 6 3L
2
2 2
2 9
dL 0
0 2 80, 7 10 0,15
6 2
dL
0,15
4
0 2 210 106
4
10 2
2 3
9
0 2 80, 7 106 0,15 2 dL
2 2
36 36 L 9 L2
U i 2,1558 10 6 dL dL
0 0
166990, 3594
9 4 10
2 36 72 L 54 L2 18 L3 L 2
4 dL 9
36 36 L 9 L2
0
166990, 3594 0 11408357, 25 dL
2
10
11408357, 25 dL
0
2
36 L 18 L2 3L3
2
U i 2,1558 10 L
6
166990, 3594 0
0
2 2
9 4 9 5 10
36 L 36 L 18 L 2 L 20 L 9 36 L 18 L 3L
2 3 2 3
dL
166990, 3594 11408357, 25
0 0
2
10 L
11408357, 25
0
U i 4,3116 106 1, 4372 104 8,6233 105 2,3375 106 1, 7531106
U i 2,3836 104 kNm
Com base na energia de deformação calculada anteriormente, verifica-se que os
esforços de flexão contribuem com 96,48% da energia de deformação total. Já os
esforços cortantes correspondem a 1,72% da energia de deformação da barra analisada,
enquanto que o esforço normal responde por 1,80%. Portanto, para essa barra, constata-
se que a energia de deformação associada aos esforços de flexão representa a parcela de
maior importância em relação à energia de deformação total da barra.
Depois de finalizado o processo de determinação da energia de deformação da
barra BC, pode-se determinar a energia de deformação associada à barra AB. Para tal
finalidade, deve-se considerar o diagrama de corpo livre dessa barra, o qual considera as
ações determinadas no extremo B da barra BC reaplicadas com sentidos opostos no
extremo B da barra AB, como ilustrado na Fig. (28.9). Impondo sobre as ações
apresentadas nessa figura as condições de equilíbrio de corpo rígido obtém-se:
F 0
x N 3 0 N 3kN
F 0
y Vy 8 0 Vy 8kN
F 0
z Vz 6 0 Vz 6kN
M 0 x T 6 0 T 6kNm
M 0 y M y 63 0 M y 18kNm
M 0 z M z 83 6 0 M z 18kNm
Ui dL dL
2 210 10 6 0,15
2
0,15
4
0 0 2 210 10 6
4
18 6 L 6
3 2 3 2
dL
dL
0,15 0,15
4 4
0 2 210 10 6 0 2 80, 7 106
4 2
10 10
6 8
2 2
3 3
9 9
0 2 80, 7 106 0,15 2 dL 0 2 80, 7 106 0,15 2 dL
3 3 3
324 288 L 64 L2 324 216 L 36 L2
U i 3, 0316 10 7 dL dL dL
0 0
166990, 3594 0
166990,3594
3 3 3
28.5.1 – Exemplo 2
Com base em uma análise estática, a qual será omitida nesse exemplo por
simplicidade, pode-se determinar as seguintes equações para o momento fletor e o
esforço cortante atuantes na viga considerada:
M Px PL
V P
Portanto, aplicando o princípio da conservação de energia tem-se:
6 2
P
Px PL
2
f sV 2 M2
L L L L
1 1 5
P dx dx P dx dx
2 0
2GA 0
2 EI 2 0
2GA 0
2 EI
1
L
P
3P 2
L
dx
P 2 L2 2 P 2 Lx P 2 x 2 dx
2 0
5GA 0
2 EI
L
2 2 P 2 x3
L P L x P 2
Lx 2
1 3P 2 x 3 6 PL PL3
P
2 5GA 0 2 EI 5GA 3EI
0
O deslocamento vertical para o ponto de aplicação da carga P dado pela solução
PL3
da linha elástica é igual a . Verifica-se que, por meio da abordagem de energia,
3EI
esse deslocamento é ligeiramente maior, já que, via energia, a contribuição ao
deslocamento vertical devido ao esforço cortante é levada em consideração. Porém,
como mostrado no exemplo anterior desse capítulo, a contribuição de energia referente
ao esforço cortante é pequena, podendo, em grande parte dos problemas de engenharia,
ser desprezada.
onde g representa a aceleração da gravidade, a qual pode ser tomada igual a 9,8 m .
s2
W indica a massa do objeto.
g
28.6.1 – Exemplo 3
Um tubo de alumínio é utilizado para suportar uma carga de 600 kN. Determine
o deslocamento máximo no topo do tubo se a carga for aplicada gradualmente, de forma
quase estática, ou se for aplicada repentinamente, sob a forma de impacto, sendo solta
do topo do tubo, ou seja, h=0. O tubo bem como suas dimensões estão apresentados na
Fig. (28.14). Considere que E=70 GPa.
Assumindo, primeiramente, que o carregamento seja aplicado em regime quase
estático, pode-se utilizar o princípio da conservação de energia, o qual permite escrever
que:
1 N 2L 1 600 2 0, 240
Ue Ui P MAX 600 MAX
2 2 EA 2 2 70 106 0, 06 2 0, 052
MAX 5, 953 10 4 m
Para que os efeitos de impacto sejam considerados, a energia externa deve ser
descrita pela Eq.(28.30). Portanto, pode-se determinar o deslocamento no topo do tubo
considerando a aplicação repentina do carregamento por meio das seguintes relações:
L A
L
A
Ue Ui P h MAX dadL P h MAX dL
0 0
2 0
2
EA 2 2 600 0, 240
MAX P MAX 0 MAX
2L 70 10 0, 06 2 0, 052
6
28.6.2 – Exemplo 4
M x 3, 0 x kNm para 0 x L
2
M x 3, 0 x 6, 0 x 2, 5
para L x L
M x 3, 0 x 15 kNm 2
Assim:
3, 0 x 3, 0 x 15
2,5 2 5,0 2
1
2
P MAX
0
2 EI
dL
2,5
2 EI
dL
1 93, 75 2 93, 75
P MAX MAX
2 2 EI 6, 0 2 210 10 6 87, 3 10 6
MAX 8, 523 10 4 m
Com base nas equações que descrevem a variação do momento fletor ao longo
do comprimento da viga, verifica-se que o momento máximo ocorre no centro do vão,
sendo igual a M 7, 5 kNm . Assim, a tensão normal máxima considerando o
carregamento aplicado em condição quase estática é igual a:
M 7, 5 0, 252 kN
MAX y MAX 6
MAX 10824, 74 2
I 87, 3 10 2 m
Para que os efeitos mecânicos decorrentes do impacto sejam considerados, deve-
se avaliar consistentemente a parcela de energia decorrente do carregamento externo.
Assim, com base na Eq.(28.30), pode-se escrever que:
L A
L
M2
U e U i P h MAX dadL P h MAX dL (28.32)
0 0
2 0
2 EI
Com base nos conceitos de linha elástica, apresentados no capítulo 21, pode-se
obter uma expressão que descreva o deslocamento dos pontos materiais que compõem a
viga em análise em função do momento fletor atuante. Aplicando estes conceitos, os
quais serão aqui omitidos com o objetivo de evitar a introdução de conteúdo repetitivo,
obtém-se a expressão que governa o deslocamento dos pontos da viga em análise, a qual
é igual a:
Px
v x
48EI
3L2 4 x 2 0 xL
2 (28.33)
Deve-se ressaltar que o sinal negativo que surgiu na última equação indica
apenas que o referido deslocamento ocorre na direção vertical com sentido para baixo.
Considerando a equação que descreve o deslocamento da viga, Eq.(28.33), podem ser
obtidas as expressões que descrevem a rotação v ' x e a curvatura v " x dos pontos
24 Px
v" x 0 xL
48EI 2
O deslocamento máximo na viga ocorre no centro de seu vão. Assim, com base
na Eq.(28.33), este deslocamento possui a seguinte intensidade:
L
P 2 L
2
L 2 PL3
v MAX 3L 4 MAX (28.34)
2 48 EI 2 48 EI
24 Px 24 x MAX 48 EI
v" x v" x
48 EI 48 EI L3
24 x
v" x 3 MAX 0 x L
L 2
Com base nos conceitos de linha elástica apresentados no capítulo 21, verifica-se
que o momento fletor está ligado à curvatura de vigas fletidas por meio da relação
M
v" . Portanto, pode-se expressar o momento fletor atuante na viga em função de
EI
seu deslocamento máximo da seguinte maneira:
M 24 x M 24 EIx
v" MAX M MAX 0 xL
EI L3
EI L3 2
Portanto, considerando a última equação, a Eq.(28.32) pode ser reescrita na
seguinte forma:
2
24 EIx
2 MAX
L L
2 2 3
dL P h MAX 2 dL
M L
P h MAX 2
0
2 EI 0
2 EI
2,5
576 EI 2MAX x 2
P h MAX 2 dL 6 0, 050 MAX 3519,936 2MAX
0
2 L6
3519, 936 2
MAX 6 MAX 0, 3 0
As raízes que atendem a última equação podem ser determinadas como:
mesmo sentido de aplicação do carregamento, ou seja, para baixo. Essa conclusão pode
ser obtida devido ao sinal associado ao valor de M AX 1 , o qual é positivo. Já o
deslocamento MAX 2 , que apresenta sinal negativo, ocorre também na direção vertical,
mas com sentido oposto ao da aplicação do carregamento, ou seja, para cima. Portanto,
para que o deslocamento calculado tenha consistência com o problema tratado, o
deslocamento solução do problema é M AX 1 . Dessa forma, o deslocamento máximo
Com base em uma análise estática simples, verifica-se que o momento fletor
PL
atuante no centro do vão é igual a M . Assim, utilizando a Eq.(28.34), pode-se
4
determinar o valor do momento fletor equivalente, o qual considera a influência do
carregamento de impacto, em função do deslocamento máximo. Assim:
PL3 L2 PL L2 12 EI
MAX MAX MAX M M MAX
48 EI 12 EI 4 12 EI L2
Deve-se lembrar que, pelo sistema de coordenadas convencionado para o
desenvolvimento do equacionamento da linha elástica, os deslocamentos na direção
vertical com sentido para baixo recebem sinal negativo. O leitor pode consultar o
capítulo 21 para maiores informações. Portanto, para a determinação da intensidade do
momento fletor atuante, conforme apresentado na última equação, MAX deve receber
um sinal negativo. Dessa forma:
28.6.3 – Exemplo 5
O poste pode ser representado por meio de uma viga engastada em um extremo,
ponto C, e livre no extremo oposto, ponto B. Além disso, o carregamento devido ao
impacto do vagão pode ser representado considerando uma força pontual, a qual é
aplicada no ponto A conforme mostrado na Fig. (28.16).
Com base nos conceitos da linha elástica, os quais foram apresentados no
capítulo 21, pode-se determinar uma expressão que relacione a intensidade da força
pontual aplicada à intensidade do deslocamento perpendicular ao eixo da viga em seu
ponto de aplicação. Utilizando esta teoria, a qual não será desenvolvida durante a
resolução deste exercício para evitar conteúdo repetitivo, obtém-se o valor do
deslocamento do ponto A em função da intensidade da força de impacto. Dessa forma,
pode-se relacionar P a A por meio da seguinte equação:
PL3 3 EI
A P A
3 EI L3
sendo P a intensidade da força externa no ponto de aplicação.
Assim, a Eq.(28.35) pode ser reescrita como:
1 1 1 1 3 EI mv 2 L3
mv 2 P A mv 2 3 A A A
2 2 2 2 L 3 EI
80 103 0, 2 1, 53
2
A A 1,1619 10 2 m
0, 2 0, 23
3 200 109
12
A força equivalente decorrente do impacto apresenta a seguinte intensidade:
0, 2 0, 23
3 200 109
PL3 12 1,1619 102 P 275, 41 kN
A P 3
3EI 1,5
conjunto tem sua intensidade aumentada de um diferencial dPj , o trabalho das forças
energia final (externa e interna) resultante deve ser a mesma. Considerando esta
sequência de aplicação de carregamentos, ou seja, dPj e em seguida as demais,
1
U e dPj dPj d j (28.37)
2
sendo d j o deslocamento ocorrido na direção dPj .
Como dPj e di são grandezas diferenciais, o produto resultante das duas
grandezas diferenciais pode ser desprezado por ser muito pequeno. A aplicação do
conjunto de forças P P1 , P2 ,...Pn faz com que a dPj desloque-se de j , de modo que a
P P1 , P2 ,...Pn , i .
Como a ordem de aplicação das forças não deve resultar diferenças na energia
final, constata-se que as energias apresentadas na Eq.(28.36) e Eq.(28.38) devem ser
iguais. Portanto:
U i U i
Ui dPj U i dPj i i (28.39)
Pj Pj
N2 U i 2Nk
L L
Ui
2 EA
dL
Pj 0 2 EA Pj
N k P dL
0
(28.40)
U i N
L
k
Pj 0 EA Pj
N k P dL
Já para barras solicitadas à flexão, a variação de energia de deformação é dada
por:
L
M z2
L
1 M zM y
L
M y2
Ui dL I yz dL dL
0
2 EI z 0
E Iz I y 0
2 EI y
U i 2 M zk
L
L
2 M yk
Pj 0 2 EI z
z 2 EI
M k
P dL M yk P dL
Pj 0 y Pj
L 1 Mk 1 M yk
z
I
0 E I z I y yz Pj y
M k
P I
E I I yz P M k
z P dL (28.41)
z y j
U i Mk M yk
L L
z
Pj 0 EI z Pj
M z
k
P dL EI y Pj
M yk P dL
0
1 I yz k
L
M z
E Iz I y Pj
M yk P M yk
Pj
M zk P dL
0
Deve-se destacar que se y e z forem eixos principais de inércia I yz será nulo.
Assim, neste caso, o termo integral final da última equação apresentada na Eq.(28.41)
torna-se nulo.
Para barras de seção transversal circular submetidas à torção, a variação de
energia de deformação fica determinada pela seguinte relação:
L
M t2 U i 2 M tk
L
Ui dL
Pj 0 2GI t
M tk P dL
0
2GI t Pj
(28.42)
U i L M tk
Pj 0 GI t Pj
M tk P dL
Finalmente, para barras solicitadas ao esforço cortante, a variação da energia de
deformação pode ser avaliada pela seguinte equação:
L
f s yV y2 L
f szVz2
Ui dL dL
0
2GA 0
2GA
U i
L
f y 2V yk L
f z 2V k
s
Pj 0 2GA
V yk P dL s z
Vzz P dL
(28.43)
Pj 0
2GA Pj
U i L f s V y
y k L
f szVzk
Pj 0 GA Pj
y GA
V k
P dL Vzz P dL
0 Pj
28.7.1 – Exemplo 6
N AB 6, 25 kN
N AD 3, 75 kN
N BD 6, 25 kN
N BC 7,5 kN
O sinal negativo indica que o esforço normal determinado é compressivo,
enquanto que o sinal positivo indica esforço normal trativo.
Para a determinação do deslocamento vertical no ponto A, deve-se aplicar uma
força vertical P neste ponto e em seguida obter expressões que relacionem o esforço
normal nas barras da treliça analisada à intensidade da força P. Portanto, deve-se
analisar a treliça plana apresentada na Fig. (28.18). Aplicando o método dos nós, obtêm-
se os valores dos esforços normais nas barras dessa treliça, os quais são iguais a:
N AB 1, 25 P
N AD 0, 75 P
N BD 1, 25 P
N BC 1, 5 P
N NL N
Barra N (kN) N(P) P L(m) A(m2)
EA P
AB 6,25 1,25 P 1,25 2,5 600 x 10-6 1,6276 x 10-4
AD -3,75 -0,75 P -0,75 3,0 600 x 10-6 7,0313 x 10-5
BD -6,25 -1,25 P -1,25 2,5 600 x 10-6 1,6276 x 10-4
BC 7,5 1,5 P 1,5 1,5 600 x 10-6 1,4063 x 10-4
Aplicando o método dos nós, as intensidades dos esforços normais nas barras da
treliça podem ser facilmente determinadas, os quais são iguais a:
N AB 0
N AD 0
N BD 0
N BC P
Aplicando o teorema de Castigliano para barras axialmente carregadas,
Eq.(28.40), obtêm-se:
N NL N
Barra N (kN) N(P) P L(m) A(m2)
EA P
AB 6,25 0 0 2,5 600 x 10-6 0
AD -3,75 0 0 3,0 600 x 10-6 0
BD -6,25 0 0 2,5 600 x 10-6 0
BC 7,5 P 1 1,5 600 x 10-6 9,375 x 10-5
28.7.2 – Exemplo 7
wL2 wx 2
L
wLx M0
2 2
L x dx
0
EI z
L
wL3 x wL2 x 2 wL2 x 2 wLx 3 wLx 3 wx 4 M 0 x2
2
2
M 0 Lx
4 2 3 6 8
EI z 0
wL4 M 0 L2
8 2
EI z
O sinal negativo que surgiu no resultado obtido indica que o deslocamento no
ponto ocorre no sentido contrário ao da força P aplicada. Portanto, no ponto localizado
no extremo direito da viga apresentada na Fig. (28.20), o deslocamento observado será
vertical para baixo.
Para a determinação da rotação no ponto localizado no centro do vão, deve-se
aplicar um momento externo de intensidade P neste ponto. Em seguida, deve-se
determinar a equação do momento fletor atuante na viga. Assim, para a situação
descrita, a viga a ser considerada é a apresentada na Fig. (28.22). Com base nos
conceitos de equilíbrio, verifica-se facilmente que a equação que descreve o momento
fletor nessa viga é a seguinte:
M P 0 x L
2
M 0 L x0
2
Deve-se ressaltar que esta equação é válida a partir da origem, considerada no
engaste, até o ponto de aplicação do momento P, ou seja, o centro do vão da viga.
Portanto, a rotação no ponto desejado será determinada utilizando-se a Eq.(28.41).
Assim:
M zk
L
M zk P dL
0
EI z Pj
L
2
M zk L
M zk
M z P dL EI
k
M zk P dL
0
EI z Pj L
2
z Pj
wL2 wx 2
2
L wLx M0
2 2 P dx
0
EI z P
wL2 wx 2
wLx M0
2 2 0 dx
L
L EI z P
2
L
wL2 x wLx 2 wx 3 2 7 wL3 M 0 L
M 0
x
2 2 6
48 2
EI z EI z
0
O sinal negativo que surgiu no resultado obtido indica que a rotação atuante na
barra em análise ocorre no sentido contrário ao do momento fletor P aplicado. Portanto,
a rotação atuante é orientada no sentido horário.
A palavra virtual indica algo que existe potencialmente, não de fato. Assim,
simplificadamente, pode-se compreender a palavra virtual como algo imaginário, não
real. No tocante à análise mecânica de estruturas, um deslocamento virtual pode ser
entendido como um deslocamento imaginário arbitrariamente imposto sobre um dado
sistema estrutural. Analogamente, por força virtual, entende-se uma força imaginária
imposta sobre um dado sistema estrutural.
Como o conceito de trabalho, conforme anteriormente apresentado, envolve o
produto escalar entre força e deslocamento, pode-se definir uma grandeza relacionada à
força e ao deslocamento virtuais, a qual é denominada trabalho virtual. No contexto dos
conceitos apresentados neste texto, o trabalho virtual será considerado como sendo o
trabalho realizado, em uma dada estrutura, por forças reais durante um deslocamento
virtual ou o trabalho realizado por forças virtuais durante um deslocamento real.
deslocamento virtual, em um dado ponto material, pode ser subdividido em: dWr
(trabalho causado pelo deslocamento do ponto como corpo rígido – translação e
rotação) e dWd (trabalho associado à deformação do ponto). Assim, considerando a
conservação de energia, pode-se escrever que:
dWe dWr dWd (28.44)
Como a estrutura está em equilíbrio estático, todo ponto que compõe esta
estrutura estará também em equilíbrio estático. Assim, o trabalho virtual realizado pelas
forças externas e internas, em decorrência do movimento de corpo rígido, durante o
deslocamento virtual do corpo é nulo ( dWr 0 ). Portanto dWe dWd . Somando-se as
contribuições de trabalho para todos os pontos materiais que compõem a estrutura
considerada tem-se:
dW dW
e
d We W d (28.45)
omitida aqui por simplicidade. Porém, a conclusão será a mesma que obtida
anteriormente, ou seja, o trabalho realizado pelas forças externas será igual ao trabalho
virtual realizado pelas forças internas.
nN mM f vV mM
EA dl
L L
EI
dl s
L
GA
dl t t dl
L
GI t
(28.50)
28.9.1 – Exemplo 8
M 0 A VD 2 10 2 5 2 0 VD 5 kN
F 0
x HA 5 0 H A 5 kN
F 0
y V A 5 10 0 V A 5 kN
M 0 D VA 2 0 VA 0
F 0x HA 0
F 0y VD 0 10 0 VD 10 kN
nN
Barra n N (kN) L(m) EA(kN) L
EA
AB 0 -5,0 2,0 210000 0
AD 0 -5,0 2,0 210000 0
BC 0 0 2,0 210000 0
BD 0 7,071 2 3 210000 0
CD -1,0 -10 2,0 210000 9,5238 x 10-5
28.9.2 – Exemplo 9
Portanto:
wL2 wx 2
wLx x L
mM L
2 2
dl dl
EI 0 EI
L
Dessa forma:
wL2 wx 2
wLx 1
mM L
2 2
dl dl
EI 0 EI
L
L
wx 3 wLx 2 wL2 x
6 2 2
wL3
0
EI 6 EI
O sinal negativo obtido como resultado nessa análise indica que a rotação no
ponto desejado possui sentido contrário ao do momento unitário aplicado. Portanto, a
rotação na extremidade direita da viga em balanço analisada ocorre no sentido horário.
28.10.1 – Exemplo 10
F 0x H A 10 0 H A 10 kN
F 0 y V A 2 3 3 3, 5 3, 32 0 V A 19,82 kN
Com base nos valores das reações de apoio e nas condições de carregamento, os
diagramas de esforços solicitantes do problema real podem ser construídos. Tais
diagramas estão apresentados na Fig. (28.34).
Em seguida, devem ser construídos os diagramas de esforços solicitantes para os
problemas virtuais. Objetivando determinar, primeiramente, o deslocamento vertical do
nó B, deve-se aplicar uma força unitária vertical neste nó. Para a estrutura solicitada
pela carga unitária, deve-se também construir os diagramas de esforços solicitantes para
que estes possam ser combinados com os diagramas obtidos no problema real. Para esta
condição tem-se a estrutura apresentada na Fig. (28.35) sendo nesta mesma figura
apresentado seu diagrama de corpo livre.
Figura 28.35 Problema virtual com força unitária vertical. Diagrama de corpo livre.
M 0 A VC 0
F 0x HA 0
F 0y VA 1
2,8071 10 5 m
O deslocamento calculado resultou sinal positivo, portanto, o deslocamento
possui sentido igual ao da força unitária aplicada, ou seja, vertical para baixo.
Para a determinação do deslocamento horizontal do nó B, deve-se construir os
diagramas de esforços solicitantes do problema virtual composto pela estrutura
apresentada na Fig. (28.32) considerando, como carregamento externo aplicado, uma
força unitária horizontal aplicada sobre o nó B. O problema virtual apresentado neste
parágrafo, assim como seu diagrama de corpo livre, está apresentado na Fig. (28.37).
Figura 28.37 Problema virtual com força unitária horizontal. Diagrama de corpo livre.
M 0 A VC 3, 5 1 3 0 VC 0,857
F 0 x 1 H A 0 H A 1
F 0 y V A 0,857 0 V A 0,857
1
EI
1 1
3
3 0,857 19,82 13,82
210 10 8, 56 10 2
6
6
5 3 1 10
80, 77 10 6 8, 56 10 3
6
5 1
3
3, 5 0,857 13,82 3, 32
80, 77 10 8, 56 10
6
2
1 1
3 3 3 30
210 10 6 104 10 6
1 1 1 3 3, 5 2
3, 5 3 30 3, 5 3 8, 3131 10 3 m
210 10 104 10 6
6
3 3 8
O deslocamento calculado resultou sinal positivo. Dessa forma, este
deslocamento possui sentido igual ao da força unitária aplicada, ou seja, horizontal para
a esquerda.
2
T
d b d q d Pi i (28.52)
i i
2 20A
(28.54)
L
1
U i EA u ' dx
2
20
1 1 L
Ui d U i dAdx
T
2 20A E
(28.56)
Ev '' y
2
L L
1 1
dAdx U i EI v '' dx
2
Ui
20A E 20
medida que o número de parâmetros são acrescidos. Assim, espera-se resposta exata
quando a quantidade de parâmetros for grande o suficiente.
Deve-se destacar que as funções utilizadas no funcional energético para a
aproximação do campo de deslocamentos devem atender às condições de vinculação do
problema. Além disso, tais funções devem apresentar continuidade até a ordem m 1 ,
sendo m a máxima ordem de derivada da função contida no funcional. No caso de
problemas complexos, onde uma única função não é capaz de descrever com precisão o
campo de deslocamentos do problema, pode-se utilizar funções aproximadoras em
trechos isolados da estrutura. Nesse caso, condições de compatibilidade devem ser
impostas ao longa das interfaces entre os trechos analisados de forma a garantir a
continuidade material.
O método descrito nesse item é conhecido como método de Rayleigh-Ritz, o
qual foi desenvolvido por Lord Rayleigh, por meio de seu trabalho intitulado The
Theory of Sound de 1877, e pelo físico Walther Ritz, que em 1908 lhe deu segura base
matemática.
28.11.1 – Exemplo 11
_
v , 0 0 1 0 2 2 0 3 0 3 0
_
v , L 0 1 L2 2 L 0 2 1 L
_
v , x 2 1
''
q x q 1 Lx dx
2
1
0
L
q x 3 q Lx 2 q L3 q L3
L
1 1
EI 4 12 x 1 1 EI 4 12 L 1 1
2 0 3 2 0 2 3 2
q 1 L3
2 EI 12 L
6
Derivando o funcional de energia em relação ao parâmetro 1 tem-se:
qL3 qL2
4 EI 1 L 0 1
1 6 24 EI
2 qL2 L qL3 L
2 qL4
_ _
v L v L
24 EI 2 24 EI 2 96 EI
A solução obtida ainda está distante da solução exata para o caso estudado, que é
igual a: v L
2
5 qL4
384 EI
. Verifica-se que no problema estudado o momento fletor
_
v , x 12 1 x 2 6 2 x 2 3
''
20 0
L
1
EI 12 1 x 2 6 2 x 2 3 dx
2
20
L
q x 2 x 3 3 x 2 1 L3 x 2 L2 x 3 Lx dx
4
1
0
L
2 0
L
q 1 x 4 2 x 3 3 x 2 1 L3 x 2 L2 x 3 Lx dx
0
L
EI 144 12 x 5 144 1 2 x 4 36 22 x 3 48 1 3 x 3 24 2 3 x 2
4 32 x
2 5 4 3 3 2 0
L
x 5 x 4 x 3 L3 x 2 2 L2 x 2 3 Lx 2
q 1 2 3 1
5 4 3 2 2 2 0
EI 144 12 L5
36 1 2 L4 12 22 L3 16 1 3 L3 12 2 3 L2 4 32 L
2 5
L5 L4 L3 L5 L4 L3
q 1 2 3 1 2 3
5 4 3 2 2 2
1
2
EI
2
36 1 L4 24 2 L3 12 3 L2 q L4 0
4
1
3
EI
2
16 1 L3 12 2 L2 8 3 L q L3 0
6
Organizando matricialmente o sistema de três equações e três incógnitas obtida
acima tem-se:
288 2 3
5 L 36 L 16
1 10 1 0, 041667
1 2 qL
2
q
36 L
2
24 L 12 2 2 0, 08335 L
4 EI
16 L2 12 L 8 3 0 EI
1 6 3
Consequentemente:
qL3 qL3
4 1 L3 2 L2 3 L 4 0, 041667 0, 08335
EI EI
qL3
4 0, 041667
EI
Dessa forma, a função aproximadora para o deslocamento pode ser assim
escrita:
_
q 4 qL 3 qL3
v x 0, 041667 x 0, 08335 x 0, 041683 x
EI EI EI
Assim, o deslocamento no centro do vão possui a seguinte intensidade:
4 3
q L qL L qL3 L
_
v L 0, 041667
0, 08335 0, 041683
2 EI 2 EI 2 EI 2
qL4
5 qL4
_ _
v L 0, 013021 v L
2 EI 2 384 EI
A solução obtida corresponde à solução exata do problema. Com base na
solução aproximadora adotada, polinômio do quarto grau completo, constata-se que
tanto os deslocamentos quanto o momento fletor são representados de forma exata.
28.11.2 – Exemplo 12
_'
v , 0 0 3 1 0 2 2 2 0 3 3 0
_
v , x 6 1 x 2 2
''
M 0 3 1 L2 2 2 L
12 12 x 3 12 1 2 x 2 4 22 x P 1 L3 2 L2 M 0 3 1 L2 2 2 L
EI L
2 0
EI
2
12 12 L3 12 1 2 L2 4 22 L P 1 L3 2 L2 M 0 3 1 L2 2 2 L
Derivando o funcional de energia em relação aos parâmetros obtêm-se:
EI
1
2
24 1 L3 12 2 L2 PL3 3 M 0 L2
2
EI
2
12 1 L2 8 2 L PL2 2 M 0 L
Organizando as duas equações anteriores na forma matricial têm-se:
24 L 12 1 PL 3 M 0 2 1 P 1
12 L 8
2 PL 2 M 0 EI 2 3 PL 3 M 0 6 EI
Portanto, a solução aproximadora dos deslocamentos assume a seguinte forma:
_ _
P 3 PL M 0 2
v x 1x3 2 x 2 v x x x
6 EI 2 EI
Que coincide com a solução exata do problema.
1
y y x z (28.61)
E
1
z z x y (28.62)
E
xy
xy (28.63)
G
Assim, a parcela de energia interna fica expressa como:
y y z z xy xy
Ui x x d (28.64)
2 2 2 2
E 1 E
sendo k1 , k2 , k3
1 1 2 1 1 2 2
1
u v u v
x y x (28.69)
x y y x
Portanto, o procedimento anteriormente apresentado e aplicado à análise de
vigas pode ser também empregado para a análise mecânica de problemas planos.
28.12.1 – Exemplo 13
y x
2 2 xy y2 3 1 y 2 2 x 2 k 2 2 1 xy 2 y 2 3 1 y 2 2 x 2 d
k1 2 k2 2
1 2
2
k3
1 x 2 4 2 xy d q 1 x 2 y 2 xy 2 d
2
2
k1
t L c
2 4 x 2 y 2 4 1 2 xy 3 22 y 4 9 12 y 4 6 1 2 x 2 y 2 22 x 4 dxdydz
k2
1
2
0 0 c
2
t L c
k 6 xy 3 2 1 2 x 3 y 3 1 2 y 4 22 x 2 y 2 dxdydz
2
2 1
0 0 c
k3
t L c
2 x 4 8 1 2 x 3 y 16 22 x 2 y 2 dxdydz q 1 x 2 y 2 xy 2 d
2
1
0 0 c
k1 8 k
t L
12 2
2 3 c 3 y 2 2 22 y 4 c 2 18 12 y 4 c 1 2 c 3 y 2 22 c 5 dydz
2
1
0 0 2 3 5
2 2 3 2 k 3 2 2 5 32 2 3 2
t L
k 2 6 1 2 y c 2 c y 1 c
4
2 c y dydz q 1 x 2 y 2 xy 2 d
0 0 3 2 5 3
k 8 k 18
t
2 12 2
1 12 c 3 L3 22 L5 c 2 12 L5 c 1 2 c 3 L3 22 c 5 L dz
0
2 9 5 2 5 9 5
6 2 2 3 3 k3 2 2 5 32 2 3 3
t
k 2 1 2 L c 2 c L 1 c L
5
2 c L dz q 1 x 2 y 2 xy 2 d
0 5 9 2 5 9
q x y 2 xy 2 d
2
1
d q c
L
c 2 L2 2 cL3
q 1 x y 2 xy y 2 c y 2 dy q 1
2
2 2
1
0 2 3
k1 16 k 36 12 6
1c 3 L3 2 1 L5 c 2 c 3 L3 k 2 2 L5 c
1 2 9 2 5 9 5
k3 4 5 c 2 L2
1 c L q 0
2 5 2
k1 4 k 12 4 6 4
2 L5 c 2 1 L3 c 3 2 c 5 L k 2 1 L5 c 2 c 3 L3
2 2 5 2 9 5 5 9
k3 64 3 3 cL3
2 c L q 0
2 9 3
E 210
k3 k3 k 3 80, 77 GPa
2 1 2 1 0, 3
v 1, 436 67 10 9 y 3 6, 687 32 10 10 x 2 y
y 4, 31001 10 9 y 2 6, 68732 10 10 x 2
xy 1, 43667 10 9 x 2 2, 67493 10 9 xy
F1 F2
F4
F5
F3
Figura 29.1 Corpo em equilíbrio.
F1 F2
DF DF
F4
F5
F3
DA DA
Figura 29.2 Análise do equilíbrio das porções materiais isoladas.
DF1 F1
DF lim
A 0 A
DF3 F2
1 lim
A 0 A
F3
DF2 2 lim
A 0 A
O vetor tensão definido por Cauchy pode ser utilizado na determinação do estado
de tensão em um ponto. Para tal finalidade, o ponto material em análise pode ser
representado, abstratamente, por um cubo cujas faces possuam dimensões infinitesimais.
Em cada face desse cubo atuam três tensões, dadas pelo vetor de Cauchy, como mostra a
Fig. (29.4), que a princípio são independentes. Impondo sobre o elemento mostrado na
Fig. (29.4) as condições de equilíbrio de corpo rígido, como efetuado no capítulo 12,
determinam-se as dependências entre as componentes de tensão atuantes em cada uma
das faces desse cubo.
As tensões ilustradas na Fig. (29.4) são representadas tensorialmente por meio do
tensor das tensões da seguinte forma:
x xy xz
xy y yz
(29.3)
xz yz z
onde o primeiro índice faz referência ao vetor normal do plano de atuação da tensão e o
segundo índice indica a orientação da referida tensão.
sx
t xy η
t
t xy Th z xz
sy
Th y B y
O
t
yz Thx
t
xz
t yz
sz
A
x
Figura 29.5 Determinação do vetor de Cauchy.
θ
α P y
β B
O
x
Figura 29.6 Direções do plano inclinado.
F F F
2 2 2
TR
T T T T T y 2 T z 3
2 2 2 2
x y z x 1
de um elemento de dimensões infinitesimais, onde em cada uma das faces desse elemento
atuam três componentes de um vetor tensão. Assumindo que o estado de tensão esteja
definido no sistema cartesiano (x, y, z), essas componentes de tensão podem ser descritas
em relação a um sistema rotacionado (x’, y’, z’), bastando para isso considerar cada face
do elemento de dimensões infinitesimais como um plano inclinado. Sabendo-se as
rotações existentes entre os eixos coordenados, pode-se definir a seguinte matriz de
rotação:
0 0 3 0 0 3
T x 1 0 x xy xz 1 1
T y 2 0 xy y yz 2 2 0
T z 3 0 xz yz z 3 3
(29.11)
x xy xz
1
xy y yz 2 0
xz yz z 3
Para que a solução trivial não seja observada no sistema de equações apresentado
na Eq.(29.11), problema de auto valor e auto vetor, o determinante da matriz contida no
primeiro membro dessa equação deve ser nulo. Assim, igualando o determinante dessa
matriz a zero obtém-se:
3 I1 2 I 2 I 3 0 (29.12)
onde:
I1 x y z
2 12 12 22 22 32 23 1 12 2 22 3 23
2
(29.15)
Com base nos conceitos apresentados na geometria analítica, pode-se mostrar que:
12 22 23 1 . Portanto, a última equação pode ser reescrita como:
2 12 32 12 22 32 22 32 1 3 12 2 3 22 3 (29.16)
2
2
2 12 32 1 2 1 3 12 2 3 22 3 2 1 3 1 0 (29.17)
1
2
2 22 32 2 2 1 3 12 2 3 22 3 2 2 3 2 0 (29.18)
2
2 1
Em relação a terceira direção, 0 , a solução é análoga, sendo igual a: 1 ,
3 2
1
2 e 3 0 .
2
Portanto, com base na matriz de rotação definida na Eq.(29.8), os planos onde as
tensões de cisalhamento assumem valores extremos são assim definidos:
1 1
0
3 2 2
1 2
m 1 1
m2 m3 0 (29.19)
1 2 2
n1 n2 n3
1 1
2
2
0
Com base nas direções principais de cisalhamento determinados anteriormente,
mais especificamente nos cossenos diretores desses planos, verifica-se que essas direções
estão rotacionadas de 45º em relação aos planos principais como indica a Fig. (29.7).
H 0 0
x y z
H H 0 H 0 (29.22)
3
0 0 H
definido como:
H D
x H xy xz s s xy s xz
x (29.23)
D xy y H yz s xy sy s yz
xz yz z H sxz s yz s z
mecânico-material, uma vez que por meio deles pode-se descrever critérios que
representem unicamente a falha material.
B´ C´ B y
O
C
x A´
oct 12 12 22 22 32 23 1 1 2 2 3 3
2
2 2 2 2
1 2 1 2 1 1 1 1 (29.27)
oct 12 2 3 1 2 3
3 3 3 3 3 3
1 2
1 2 2 3 3 1
2 2 2
oct I12 3 I 2
3 3
s z + ¶¶szz dz
C
¶t yz
t yz + dz
¶t ¶z
t + xz dz
xz ¶z
t xy sx ¶t yz
t + dy
yz ¶y
t
t xy xz ¶s
t +
¶t xz
dx
s y + ¶yy dy
sy xz ¶x
O B y
t yz
t ¶ t xy
xz t + dy
xy ¶y
t yz
sz
A ¶t xy
¶s x
sx +
¶x
dx t xy +
¶x
dx
x
Figura 29.9 Estado de tensão e equação de equilíbrio.
F x 0
x
x dydz xy dxdz xz dxdy x dx dydz xy xy dy dxdz (29.28)
x y
xz x xy xz
xz dz dxdy B x dxdydz 0 Bx 0
z x y z
F y 0
y xy
y dxdz xy dydz yz dxdy y dy dxdz xy dx dydz (29.29)
y x
yz xy y yz
yz dz dxdy B y dxdydz 0 By 0
z x y z
F z 0
z
z dxdy xz dydz yz dxdz z dz dxdy xz xz dx dydz (29.30)
z x
yz xz yz z
yz dy dxdy B z dxdydz 0 Bz 0
y x y z
definem a localização de um dado ponto por meio de uma distância, r, um ângulo de giro,
, e sua posição ao longo do eixo z.
O estado de tensão em um dado ponto material pode ser obtido por meio da
representação desse ponto por um elemento de dimensões infinitesimais, como indicado
na Fig. (29.10). Em cada uma das faces desse elemento atuam três tensões (vetor tensão),
sendo uma normal e duas de cisalhamento.
r 1 r rz r
Br 0
r r z r
1 r z 2 r
B 0 (29.32)
r r z r
z 1 z rz rz
Bz 0
z r r r
x = rcos (q )
¶r x ¶θ y sin (θ)
y = rsen (q ) = =cos (θ) =- 2 =-
¶x r ¶x r r
(29.33)
r = x 2 +y 2 ¶r y ¶θ x cos (θ)
= =sen (θ) = =
¶y r ¶y r 2 r
tan (q ) = y
x
No caso plano, as tensões definidas no sistema cartesiano podem ser referenciadas
no sistema polar por meio da seguinte relação, a qual é obtida considerando-se as
condições de equilíbrio:
é σ ù é cos 2 (θ) 2cos (θ) sen (θ) sen 2 (θ) úù êé σ x úù
ê rú ê
ê τ ú = ê -sen (θ) cos (θ) cos 2 (θ) -sen 2 (θ) sen (θ) cos (θ)ú ê τ xy ú
ê rθ ú ê úê ú (29.34)
ê σ ú ê sen 2 (θ) -2cos (θ ) sen (θ ) co s 2
(θ ) ú êσ ú
ë θ û ëê ûú ëê y ûú
T dA T y dA T z dA dA dA
2 2 2 2 2
x
(29.36)
12 12 22 22 32 23 2 2
Além disso, a direção normal ao plano de análise é descrita por um versor unitário,
h . Portanto, suas componentes podem ser assim relacionadas:
12 22 23 1 (29.37)
Para que essa solução seja determinada, o sistema algébrico apresentado na Eq.(29.38)
pode ser reescrito de uma maneira mais conveniente. Assim:
A
2 2 1 3 1 3 12 0
1 3
A
2 2 2 3 2 3 22 0 (29.39)
2 3
A
2 2 1 2 1 2 2 0
1 2 3
sendo A 1 2 2 3 1 3 .
a3 2 R3
2
(29.40)
1 1
onde a3 1 2 e R3 1 2 2 3 1 3 23 .
2
2 4
Com base nos conhecimentos da geometria analítica, verifica-se facilmente que a
Eq.(29.40) representa um círculo no sistema X , cujo raio é dado por R3 e o centro é
tensão cujo intervalo inferior é RMIN e intervalo superior é RMAX . Assim, pode-se definir:
1
23 0 R3MIN 1 2
2 (29.41)
1
1
2
3 R MAX
3 1 2 3
2
A região admissível delimitada por ambos os círculos extremos é apresentada na
Fig. (29.12).
Análise semelhante pode ser efetuada para as duas primeiras relações apresentadas
na Eq.(29.39). Cada uma dessas relações conduzirá a dois círculos concêntricos
relacionados aos valores mínimo e máximo de seus raios, que definirão a região
admissível do estado de tensão. A primeira dessas relações conduz a:
1
a1 2 3
2
1
12 0 R1MIN 2 3 (29.42)
2
1
12 1 R1MAX 2 3 1
2
Já a segunda relação descrita na Eq.(29.39) resulta em:
1
a2 1 3
2
1
22 0 R2MIN 1 3 (29.43)
2
1
22 1 R2MAX 1 3 2
2
B
B’
A
A’
A’’
B’’
x
Figura 29.14 Translação e rotação.
xy xz
x 2 2
yz
xy 2 y
2
(29.48)
xz yz
2 2
z
ij
Pode-se definir também que ij .
2
Para o caso unidimensional, verifica-se claramente que as deformações estão
associadas às variações de deslocamento. Para os casos em duas e três dimensões, essa
observação também é válida. Para as análises em duas dimensões, que servirão de base
para a extensão ao caso tridimensional, pode-se tomar um elemento de dimensões
infinitesimais como mostrado na Fig. (29.17).
¶u
u+ dy
y ¶y
B'' D'
B'
α
¶v
v + dy
¶y C'
A'
β C''
B D ¶v
v v+ dx
dy ¶x
A C ¶u
u+ dx
dx ¶x
u
x
Figura 29.17 Relação deformação-deslocamento. Caso bidimensional.
v
v y dy dy v dy
A ' B " AB v
y y y (29.50)
AB dy y
Para as deformações distorcionais tem-se:
v v
v dx v
C 'C " x
Tan Tan Tan x (29.51)
A 'C " u u
u dx dx u 1
x x
u u
u y dy u
B 'B" y
Tan Tan Tan (29.52)
A'B" v v
v y dy dy v 1
y
z
η
Q
ds
dz y
P
dx
x dy
Figura 29.18 Plano inclinado.
cadeia. Assim:
u u x u y u z
x y z
u v w u v w
1 1 2 1 3 1 1 2 2 2 3 2 (29.57)
x x x y y y
u v w
1 3 2 3 3 3
z z z
Utilizando a Eq.(29.55), pode-se reescrever a equação anterior na seguinte forma:
x 12 y 22 z 23 xy 1 2 xz 1 3 yz 2 3 (29.58)
u v
(29.59)
sendo a direção que define o plano analisado.
Aplicando a regra da cadeia tem-se:
u x u y u z v x v y v z
(29.60)
x y z x y z
u v w u v w
1m1 2 m1 3 m1 1m2 2 m2 3 m2
x x x y y y
u v w u v w
1m3 2 m3 3 m3 m1 1 m2 1 m3 1 (29.61)
z z z x x x
u v w u v w
m1 2 m2 2 m3 2 m1 3 m2 3 m3 3
y y y z z z
Pode-se reescrever a equação anterior, utilizando as relações apresentadas na
Eq.(29.55), na seguinte forma:
2 x 1m1 2 y 2 m2 2 z 3 m3 xy 2 m1 1m2
(29.62)
xz 1m3 3 m1 yz 3 m2 2 m3
2 x 1 xy 2 xz 3
1 1 xy xz 1
x
2 y 2 xy 1 yz 3 xy y yz 2 (29.64)
2
2
xz yz z 3
2 z 3 yz 2 xz 1
3 3
Na equação anterior, as direções 1 , 2 e 3 definem três eixos mutualmente
x xy xz 1 1
xy y yz 2 2 0
xz yz z 3 3
(29.65)
x xy xz
1
xy y yz 2 0
xz yz z 3
sendo a norma da deformação decorrente de no plano principal.
Para que a solução trivial não seja observada no sistema de equações apresentado
na Eq.(29.65), problema de auto valor e auto vetor, o determinante da matriz contida no
primeiro membro dessa equação deve ser nulo. Assim, igualando o determinante dessa
matriz a zero obtém-se:
3 I1' 2 I 2' I 3' 0 (29.66)
onde:
I1' x y z
I 2' x y y z x z
4
1 2
xy 2yz 2xz (29.67)
1
4
1
I 3' x y z xy xz yz x 2yz y 2xz z 2xy
4
As raízes da equação cúbica mostrada na Eq.(29.66) são reais e representam as
deformações principais. Classicamente, classificam-se as deformações principais como
1 2 3 . As direções principais são obtidas com base nos valores das deformações
principais e na Eq.(29.65). Deve-se enfatizar a semelhança observada nessa análise em
relação às tensões. Em ambas as situações, observa-se a presença de um problema
envolvendo autovalores (grandezas principais) e auto vetores (direções principais).
Da mesma forma que as deformações normais assumem valores extremos
(máximo ou mínimo), as deformações distorcionais também assumem valores extremos
segundo direções de inclinação particulares do plano inclinado (que reflete também a
rotação do sistema de coordenadas).
A determinação da intensidade da deformação distorcional máxima, bem como
sua orientação, pode ser efetuada de maneira similar ao apresentado para as tensões de
cisalhamento. Assim, as distorções de valor extremo ocorrem nas seguintes direções:
1 1
0
3 2 2
1 2
m 1 1
m2 m3 0 (29.68)
1 2 2
n1 n2 n3
1 1
2
2
0
Assim como no caso das tensões de cisalhamento, as direções principais de
deformação distorcional são defasadas de 45º em relação às direções principais.
A intensidade das deformações distorcionais é obtida por meio da substituição das
direções dadas pela Eq.(29.68) na Eq.(29.62). Com base nessa substituição, obtém-se as
seguintes intensidades para as deformações distorcionais extremas:
MAX
12
1 2 MAX
23
2 3 MAX
13
3 1 (29.69)
é definido como:
H D
xy xz
x H 2
2
dx d xy d xz (29.72)
yz
D xy 2
y H d
2 xy
dy d yz
xz yz d xz d yz d z
2 2 z H
Como o tensor desviador de deformação é obtido por meio de uma subtração de
deformações normais iguais em relação ao tensor de deformações, verifica-se,
intuitivamente, que as direções principais do tensor de deformações e do tensor desviador
são iguais. Portanto, de forma análoga ao efetuado anteriormente, Eq. (29.65), as
deformações principais do tensor desviador são dadas pelas raízes do seguinte polinômio:
3 J 1' 2 J 2' J 3' 0 (29.73)
onde:
J1' 0
J 2'
2
1 2
d x d y2 d z2 2d xy
2 2
2d yz 2
2d xz (29.74)
1
4
1
J 3' d1d 2 d3 d x d y d z d xy d xz d yz d x d 2yz d y d xz2 d z d xy2
4
As componentes do tensor de deformações são definidas unicamente a partir de
um sistema de coordenadas de referência. Porém, com base no conteúdo apresentado
anteriormente nesse capítulo, verifica-se que a intensidade das componentes de
deformação varia se o sistema de coordenadas for rotacionado em relação ao sistema de
coordenadas de referência no qual as componentes de deformação foram definidas. Esse
fato torna-se um complicador em análises mecânicas, uma vez que a definição do tensor
de deformações estará associado ao referencial adotado pelo analista. No entanto, existem
alguns parâmetros relacionados ao tensor de deformações que são invariantes em relação
ao sistema de coordenadas escolhido para a descrição de suas componentes. Tais
parâmetros são denominados invariantes de deformação. No conteúdo discutido nesse
capítulo, os parâmetros I1' , I 2' , I 3' , J1' , J 2' , J 3' e as deformações principais são invariantes
de deformação.
2 x y xy
2 2
y 2 x 2 x y
2 y 2 z yz
2
z 2 y 2 y z
2 z 2 x 2 xz
x 2 z 2 xz (29.77)
yz xz xy 2 x
2
x x y z y z
xz xy yz 2 y
2
y y z x xz
xy yz xz 2 z
2
z z x y x y
y y
y(uθ) y
uθ x(ur) y sin q x
ur
θ x cos q
x sin q
θ x y cos q θ x
D (29.82)
C (29.83)
1 2 1 2 2 1 2 xy
E y 2
x
y
E x 2
y x
E xy
(29.88)
0
x 2 xy x x y y 2 y
(29.90)
2 xy 2 x y B x B y
2
2
xy x 2 y 2 x y
Substituindo a Eq.(29.90) na Eq.(29.88) obtém-se:
2 2 2 x 2 y Bx B y
y 2
x y x 2 y x 1 x 2 y 2 x y
2 x y y
2 2
2 x
y 2 y 2 x 2 x 2
(29.91)
2 x y 2 y B B
2
2 x
1 x y
x 2
y 2
x 2
y 2
x y
2 2 B B
2 x
2 y 1 x y
x y x y
Tal formato é válido devido a invariância das tensões entre os dois sistemas
coordenados.
2 2 2
x y xy (29.95)
y 2 x 2 x y
pode-se reescrever a Eq.(29.93) como:
2 2
2 x y 0 2 2 2 0 2 2 4 0 (29.96)
y x
Airy.
Em coordenadas polares, na ausência de forças de volume, as equações de
equilíbrio são satisfeitas por uma função de tensão r , , para a qual as componentes de
tensão nas direções radial e circunferencial são dadas por:
1 1 2
r
r r r 2 2
2
r 2 (29.97)
1 1 2 1
r 2
r r r r r
Dessa forma, o operador bi harmônico do caso polar pode ser escrito como:
1 1 2 2
2 r 0 2
r r r 2 2 r 2 (29.98)
Dessa maneira, a equação de compatibilidade escrita em função das tensões
(equação bi harmônica) desprezando a ação das forças de volume, assume a seguinte
forma:
1 1 2 2 1 1 2 2
4 2 2 0 2
r r r 2 r 2 2 0 (29.99)
r r r
2
r 2
x c2 y a2 xy b2 (29.100)
c2 c2
b2
a2
Figura 29.20 Tensões atuantes no problema.
x c3 x d 3 y y a3 x b3 y xy b3 x c3 y (29.101)
situação, a tensão normal atuante em x varia linearmente com a ordenada y, como mostra
a Fig. (29.21).
Fazendo uma analogia com a solução do problema de flexão em vigas tem-se:
N x dA N d 3 ydA (29.102)
A A
momento estático, indicando que a superfície neutra deve ser posicionada no centro de
gravidade da seção transversal.
d3C
y
C
x
C
-d3C
Figura 29.21 Tensões atuantes no problema.
se que M z d 3 I z
-d3C
Figura 29.22 Tensões atuantes no problema.
p
y
x
L
Figura 29.23 Tensões atuantes no problema.
c2 y 2
Como y xy 0 , tem-se a2 b2 0 . Assim, e x c2 . Com base na
2
u (0,0) = 0 \ c4 = 0
v (0,0) = 0 \ c5 = 0 (29.108)
v ( x,0) = 0 \ c3 = 0
Portanto:
p p
u ( x, y ) = x v ( x, y ) = -n y (29.109)
E E
Assim tem-se a solução completa do campo de tensões, deformações e
deslocamentos do problema.
Além das funções de tensão polinomiais, funções de tensão descritas com base em
séries podem ser também utilizadas. Essa solução é particularmente interessante na
análise de problemas planos onde os carregamentos atuam em pequenas porções materiais
na superfície do corpo, aproximando-se de carregamentos concentrados.
1 d d 2
r r 0 (29.110)
r dr dr 2
Consequentemente, a equação bi harmônica, descrita em coordenadas polares,
passa a ser escrita na seguinte forma:
1 d d 2 1 d d2
4 0 2 2 0 (29.111)
r dr dr r dr dr
r2 1
Lembrando que r ln r dr
2 ln r 2 , pode-se utilizar a Eq.(29.115) para
obter como:
d d r2 1 r2
r
dr
C1r ln r C2 r dr r dr
C1 ln r C2
2 2 2
C3 (29.117)
Assim:
d r 1 r C
C1 ln r C2 3 (29.118)
dr 2 2 2 r
r 1 r C
C1 ln r C2 3 dr
2 2 2 r
(29.119)
C r2 1 r2 r2
1 ln r C1 C2 C3 ln r C4
2 2 2 8 4
Para fins de avaliação do estado de tensão, a constante C4 pode ser suprimida sem
perda de representatividade do problema. Além disso, a última equação pode ser
Deve-se enfatizar que a solução geral fornecida pela Eq.(29.121) é válida para
ambos os estados planos. A partir da solução geral apresentada na Eq.(29.121), pode-se
analisar, por exemplo, a estrutura apresentada na Fig. (29.24). Trata-se de um disco
submetido a um carregamento radial uniforme ao longo de seu contorno, cuja intensidade
é P.
mostrar, por meio do teorema de L’Hôpital, que tal operação torna nulo os termos A e
r2
B ln r contidos nessa equação. Assim, com base na condição de contorno do problema
tem-se:
r P em r
1 d P (29.122)
r r P 2C C
r dr 2
Consequentemente, para esse problema, o estado de tensão fica assim definido:
r P
P (29.123)
r 0
O campo de deslocamentos para essa estrutura pode ser obtido por meio da
aplicação da relação deformação-deslocamento, Eq.(29.79), da lei de Hooke
generalizada, Eq.(29.86) e da Eq.(29.120), a qual relaciona o estado de tensão à
parâmetros da função de tensão . Com base nesse procedimento obtém-se a seguinte
Assim:
A Pe Pi re2 ri2
Pe 2C A
re2 re2 ri2
(29.127)
A re2 Pe ri2 Pi
Pi 2C C
ri2
2 re2 ri2
Portanto, o estado de tensão do problema é dado por:
1 Pe Pi re ri
2 2
re2 Pe ri2 Pi
r
r2 re2 ri2 re
2
ri2
1 Pe Pi re ri
2 2
re2 Pe ri2 Pi
r2 re2 ri2 r e
2
ri2 (29.128)
r 0
Assim, a solução ilustrada é igualmente válida para tubos de parede espessa submetidos
a pressões interna e externa.
Nas notas de aula aqui apresentada, uma revisão sobre álgebra tensorial não foi
efetuada. Porém, o leitor pode recorrer a bibliografias especializadas, uma vez que o
objetivo dessas notas não engloba a revisão sobre aspectos matemáticos. No entanto,
cabem aqui alguns comentários superficiais sobre grandezas tensoriais.
Um tensor de segunda ordem pode ser entendido como um operador linear que
atua sobre um dado vetor u gerando um vetor v. Assim:
v Au (29.129)
onde A é um tensor de segunda ordem.
Nas tensões, o tensor de tensões opera sobre os cossenos diretores para resultar as
forças de superfície. Analogamente, deformações normal e distorcional em um dado
plano de referência podem ser determinadas com base no tensor de deformações e nos
cossenos diretores de uma direção de interesse.
A operação apresentada na Eq.(29.130) define uma transformação linear que
associa o vetor v ao vetor u. Como A é linear tem-se:
A u v Au Av (29.130)
sendo um escalar.
Além disso, os tensores possuem a seguinte propriedade:
A A I 0 (29.131)
29.8.1 – Introdução
¶u
tµ (29.132)
¶y
¶u
em que é a velocidade angular, taxa de deformação angular ou gradiente de
¶y
velocidade.
A lei de Newton para a viscosidade é definida como:
¶u
t =m (29.133)
¶y
em que m é o coeficiente de viscosidade dinâmica. Existe ainda a diferenciação entre os
fluidos newtonianos e os não-newtonianos. Porém, tal discussão está além do escopo
dessas notas.
Com relação ao comportamento mecânico viscoelástico, dois aspectos
importantes devem ser mencionados. O primeiro deles diz respeito ao creep, que nada
mais é que o aumento nos níveis de deformação no material com base na atuação de um
nível constante de tensão. Esse fenômeno é de grande importância em estruturas de
concreto armado e sua modelagem em estruturas de concreto protendido deve ser
considerada para a determinação das perdas de protensão ao longo do tempo. O segundo
aspecto é denominado relaxação, que refere-se à redução no nível de tensão quando a
estrutura é exposta a um estado de deformação constante. Tal efeito é especialmente
importante no estudo da degradação mecânica de materiais ao longo do tempo, em
especial propagação de fissuras sob fadiga.
E
E
Figura 29.26 Representações elástica e viscosa.
E
Figura 29.27 Modelo de Maxwell.
denominada por e2 , então a deformação total ao longo do tempo, assumindo que a tensão
seja constante, é dada pela seguinte equação de compatibilidade:
e = e1 + e2 (29.136)
Como os dois elementos estão conectados em série, a taxa de deformação pode
ser assim escrita:
e = e1 + e 2 (29.137)
Usando as Eq.(29.134) e Eq.(29.135), pode-se reescrever a taxa de deformação
total como:
s s
e = + (29.138)
E m
Nesse modelo, a tensão atuante é igual em ambos os elementos, com base nas
hipóteses de equilíbrio. A deformação total é obtida integrando a Eq.(29.138) ao longo
do tempo. Assim:
s (t f ) f
t
æ s s ö é 1 t -t ù
ò edt = ò çç + ÷÷÷ dt e (t f ) = +ò ê + t ús (t ) dt
çè E m ÷ø E êë E m úû
t t t0
(29.139)
s (t f )
tf
e (t f ) = + ò D (tt - t )s (t ) dt
E t0
E
- (tt -t )
G (tt - t ) = Ee m
(29.140)
Essa função indica que, para um nível constante de deformação, a tensão tende a
zero à medida que o tempo tende a infinito.
Figura 29.28 Modelo de Kelvin-Voigt.
tf E
1 - (t f -t )
e (t f ) = ò s (t f ) e m dt (29.143)
m -¥
1 æç - (t f -t ) ö
E
÷÷
D (t f - t ) = çç1- e m ÷÷ (29.144)
E çè ÷ø
E1
Figura 29.29 Modelo de Boltzmann.
Como esse modelo é formado por duas molas e um amortecedor, a tensão nos
subelementos desse sistema é constante, com base na imposição do equilíbrio, e igual a:
s = E1e1 , s = E2 e2 + me 2 (29.145)
e (t f ) = ò êê + - e m ú s (t f ) dt (29.148)
t0 ëê
E1 E 2 E 2 ûú
Já o estado de tensão é governado pela seguinte relação:
tf
é æ E1 + E2 öù
ê E - E1 çç1 - e- m (t f -t ) ÷÷ú e (t ) dt
2
s (t f ) = ò ê ÷
êë
1
E1 + E2 ççè ÷÷øúú
t0 û (29.149)
tf
s (t f ) = ò G (t f - t ) e (t ) dt
t0
Figura 29.30 Arranjos alternativos.
K
K
E
E
K
Figura 29.31 Modelos viscoplásticos.
30.1 – Introdução
LF
(30.1)
Li
1 L2F L2i 1 1
A A 1 2 (30.5)
2 L2F 2
1 Li L Li
2
1 L2F L2i
2
G
G
se L 0
2 L2i 2 L2i (30.6)
L
G
Li
Li
LF Li
As medidas de deformação anteriormente apresentadas são médias e podem ser
aplicadas para o caso unidimensional. Porém, na grande maioria dos problemas
mecânicos, a intensidade da deformação varia pontualmente. Dessa forma, as grandezas
até aqui discutidas devem ser pontualmente avaliadas. Assim, um dado ponto P,
localizado sobre um elemento de geometria linear, possui coordenada X na configuração
inicial e ocupará a posição P* na configuração atual, a qual corresponde à coordenada
x * X . Assim, a função alongamento/encurtamento X pode ser assim definida:
X X X d
lim (30.8)
x 0 x dX
Dessa forma, o comprimento final do elemento de geometria linear pode ser assim
determinado:
LF LF
LF d X dx LF X dx (30.9)
0 0
1 L2F L2i 1 x x
xG xG
2 L2i 2 dx 2
(30.12)
1 u 1 u v
2 2 2 2
u v
1
G
1 xG
x x x 2 x x
x
2
v 1 u v
2 2
G
y 2 y y
y
(30.13)
u v u u v v
xyG
y x x y x y
configuração atual, à sua posição inicial P, conforme indica a Fig. (30.5). Portanto, tal
função descreve a trajetória percorrida pelos pontos materiais entre as suas configurações.
Em regimes de pequenos deslocamentos não se faz menção a essa função pelo fato de se
assumir que as configurações inicial e atual serem coincidentes. Assim, a posição de cada
ponto P* pode ser assim expressa:
x* X (30.14)
xQ2 X ,t
Q2
sendo t o parâmetro que indica a dependência das variáveis em relação ao tempo. Nas
aplicações a serem realizadas nessas notas de aula, a dependência em relação ao tempo
será desprezada. Portanto, os vetores distância relativa podem ser assim definidos:
x1 xQ1 x P x1 X P X 1 , t X P , t
(30.17)
x2 xQ2 x P x2 X P X 2 , t X P , t
Portanto, tal gradiente é uma grandeza Lagrangeana. Assim, as posições relativas nas
configurações atual e inicial podem ser assim relacionadas:
x1 FX 1
(30.20)
x2 FX 2
esse tensor é também denominado de tensor de quantidade espacial, sendo uma grandeza
Euleriana.
A mudança nos produtos escalares anteriormente apresentada pode ser utilizada
para a obtenção do tensor de deformação de Green (grandeza Lagrangeana). Tomando
como base os vetores posição dX 1 e dX 2 tem-se:
2
sendo I o tensor identidade.
De forma semelhante, a mudança nos produtores escalares anteriormente
apresentada pode ser utilizada para a obtenção do tensor de deformação de Almansi
(grandeza Euleriana). Tomando como base os vetores posição dx1 e dx2 tem-se:
E
A
E
A
30.4.3 – Exemplo 1
Consequentemente:
1 1
F 1
0 0, 5
Com base no tensor F, pode-se associar vetores definidos nas configurações atual
1 0
e inicial, e vice-versa. Assim, dois vetores unitários, V1 e V2 , definidos na
0 1
configuração inicial com a orientação paralela aos eixos coordenados, assumem os
seguintes valores na configuração atual:
v FV
1 2 1 1
v1 v1
0 2 0 0
1 2 0 2
v2 v2
0 2 1 2
1 0
De forma semelhante, dois vetores unitários, v1 e v2 , orientados na
0 1
direção paralela aos eixos coordenados na configuração atual, assumem os seguintes
valores na configuração inicial:
V F 1v
1 1 1 1
V1 V1
0 0, 5 0 0
1 1 0 1
V2 V2
0 0, 5 1 0, 5
1 1 1 2 1 0 0 1
EG C I EG EG 7
2 2 2 8 0 1 1 2
Já o tensor de deformação de Almansi assume a seguinte forma:
1 2 1 0 5 4
b FF T b b
0 2 2
2 4 4
1 1
b 1
1 5 4
0 1
1 1 1 0 1 1
E I b 1
2
A
E
A
E
A
2 2 0 1 1 5 4 1 1
2 8
L2F dx1 dx1 e L2i dX 1 dX 1 , que são as medidas de comprimento nas condições atual
e inicial, respectivamente.
Dessa forma, a deformação escalar de Green pode ser analisada como:
1 L2F L2i 1 dx1 dx1 dX 1 dX 1
G
G
mas
2 Li 2
2 dX 1 dX 1
(30.25)
1
dX 1 E G dX 1 dX 1 CdX 1 dX 1 IdX 1
2
Dividindo ambos os membros da última equação pelo quadrado do comprimento
inicial obtêm-se:
dX 1 G dX 1 1 dX 1 CdX 1 dX 1 IdX 1
E G L E G L (30.26)
dX 1 dX 1 2 dX 1 dX 1
dX 1
sendo L o vetor Lagrangeano orientado na direção de dX 1 , L .
dX 1
dx1
sendo E o vetor Euleriano orientado na direção de dx1 , E .
dx1
30.4.5 – Exemplo 2
0 1 0 7
G L E G L 1
0 1 7 1 2
G
2
De forma semelhante, a deformação escalar de Almansi é assim obtida:
1 L2F L2i 1 8 1 7
A 2
A
A
2 LF 2 8 16
0 1
1 2 2 1 7
E E E
A A
2 2
1 1 2 8
A
8 16
2 8
ortogonais. Portanto, com base nas Eq.(30.31) e Eq.(30.32), pode-se escrever U como:
3
U i N i N i (30.33)
i 1
__ __ __
para o referencial deformado, N1 , N 2 , N 3 .
30.4.7 – Exemplo 3
0,83849
U 2, 27138 0, 54491 0,83849 0, 54491 0
0
0, 54491 0
1, 21072 0,83849 0, 54491 0,83849 0 0, 25 0 0
0 1
0 1
1, 95644 0, 48462 0
U 0, 48462 1, 52566 0
0 0 0, 25
A parcela V poderá ser obtida utilizando a Eq.(30.41). Sua obtenção será omitida
nessa resolução, a qual fica a cargo do leitor.
30.4.8 – Exemplo 4
1 0 1 0
U 1, 0 1 0 1, 0 0 1 U
0 1 0 1
Como era de se esperar, U resulta em um tensor identidade, uma vez que o
movimento deve-se unicamente a uma rotação.
Finalmente, aplicando a Eq.(30.34), obtém-se:
0 1 1 0 0 1
R FU 1 R R
1 0 0 1 1 0
i 1 i 1
T T
0 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0
V 1, 0 1, 0
1 0 0 1 0 0 1
0 1 1 0 1
1 0
V
0 1
Semelhantemente a U, V resulta em um tensor identidade. Essa resposta era
esperada uma vez que o movimento decorre exclusivamente de uma rotação.
DeT F
3
^ 1 ^ 1
DeT F DeT J 3 F DeT F J 3
(30.47)
^
DeT F J 1 J I 1
O tensor de deformação gradiente, F, pode ser inversamente expresso por:
1 ^
F J 3
F (30.48)
30.4.11 – Exemplo 5
Para que esse problema seja resolvido, deve-se inicialmente determinar o tensor
de deformação gradiente. Assim:
x1 x2 x3
X 1 X 1 X 1
1 k 0
x x2 x3
F F 1 F 0 1 0
X 2 X 2 X 2
x 0 0 1
x2 x3
1 X X 3
X 3
3
1 0 0 1 k 0 1 k 0
C FT F C k 1 0 0 1 0 C k k 2
1 0
0 0 1 0 0 1 0 0 1
Portanto, o tensor de deformação de Green torna-se igual a:
1 k 0 1 0 0
1 1
E C I
G
E k
G
k 2
1 0 0 1 0
2 2
0 0 1 0 0 1
0 k 0
1
E k
G
k2 0
2
0 0 1
1 k 0 1 0 0 k 2 1 k 0
b FF T b 0 1 0 k 1 0 b k 1 0
0 0 1 0 0 1 0 0 1
1 k 0
b 1
k k 2
1 0
0 0 1
1 0 0 1 k 0
1 1
E A I b 1 E A 0 1 0 k k 2
1 0
2 2
0 0 1 0 1
0
0 k 0
1
E k
A
k 2 0
2
0 0 0
30.4.12 – Exemplo 6
Portanto, como esses são unitários, o volume por eles delimitado é também
unitário, ou seja, dV 1, 0 . Na configuração atual, levando-se em consideração apenas
^
F , esses autovetores são assim definidos:
0, 28326 1, 41629 0 0, 83849
__
N 1 2, 26607
__
^
N1 F N1 1,13303 0 0, 54491
0 0 0, 28326 0
0, 53424
N 1 2, 51748
__
0
0
Se os vetores de referência foram diferentes, o ângulo formado por eles pode ser
assim quantificado:
F 1 L F 2 L 1 L F T F 2 L
cos cos
F 1 L F 2 L F 1 L F 2 L
(30.51)
1L C 2 L C ij
cos cos
1L 2 L Cii C jj
C I u X I u X
T
C FT F
(30.54)
C I u X u X u X u X
T T
Assim:
1 1
EG C I EG u X u X u X u X
T T
(30.55)
2 2
Td Bd 0
(30.58)
d Bd 0
(30.59)
M d Md , tem-se:
d Bd 0
d Bd 0
B d 0
(30.60)
Como a equação anterior pode ser aplicada a qualquer ponto material, verifica-se
que seu integrando deve ser nulo para que o equilíbrio seja satisfeito. Tal condição é
verdadeira, sendo que sua obtenção foi realizada alternativamente no capítulo anterior,
Eq.(29.28), Eq.(29.29) e Eq.(29.30). A Eq.(30.60) é conhecida como equação de
equilíbrio local de um corpo deformável.
r Td r Bd 0
(30.61)
r d r Bd 0
(30.62)
xl ijk rj kl d ijk rj xlkl d ijk kl d (30.63)
x
l
r kl d
ijk j r d d
r d r Bd r d r B d d 0
(30.65)
r d r B d d
r B d r B d d
(30.66)
d 0
K J C (30.67)
Pode ser mostrado que o tensor de tensões de Kirchhoff forma junto com o tensor
taxa de deformação o trabalho conjugado com respeito ao volume inicial.
As forças de superfície atuantes nos contornos de corpos bem como suas áreas de
atuação, nas condições inicial T , dA e atual t , da , podem ser relacionadas por meio
TdA C da TdA J C F 1 da
T
(30.69)
I PK J C F 1
T
(30.70)
sendo que J DeT F . Pode-se mostrar que I PK forma junto com o tensor taxa de
qual não possui interpretação física em termos de forças de superfície, como a tensão de
Cauchy. Esse tensor de tensões está associado ao tensor de tensões de Kirchhoff por:
II PK F 1 K F 1
T
(30.71)
K F II PK F T (30.72)
II PK F 1 K F 1 II PK F 1 J C F 1
T T
(30.73)
Inversamente tem-se:
II PK F 1 J C F 1
T
C J 1 F II PK F T (30.74)
II PK F 1 J C F 1
T
II PK F 1 I PK (30.75)
Inversamente obtém-se:
II PK F 1 I PK I PK F II PK (30.76)
Pode-se mostrar que II PK forma junto com o tensor taxa de deformação de Green
forma:
B R T J C F 1
T
B R T I PK (30.77)
Deve-se mencionar que o tensor não simétrico B nem sempre é positivo definido.
B R T I PK I PK R B (30.79)
Pode-se mostrar que o tensor de tensões de Biot forma junto com o tensor taxa de
alongamento/encurtamento o trabalho conjugado com respeito ao volume inicial.
Pode-se também definir o tensor de tensões corrotacionais de Cauchy, Cc . Para
Cc J 1U II PK U (30.80)
Esse tensor está associado ao tensor de tensões de Cauchy por meio da seguinte
expressão:
Cc J 1UF 1 J C F 1 U
T
Cc UF 1 C F
1 T
U
(30.81)
Cc R C R
T
M C II PK (30.82)
30.6.2 – Exemplo 7
de Piola-Kirchhoff.
Para que esse problema seja resolvido deve-se inicialmente determinar o tensor
deformação gradiente. Assim:
x1 x2 x3
X 1 X 1 X 1 4 0 0
x x2 x3
F F 1 F 0 1 0
X 2 X 2 X 2 2
x x2 x3 0 0 1
1 X 2
3 X 3 X 3
100 8 0 100 8 0
K J C K 1 8 20 0
K 8 20 0 MPa
0 0 5 0 0 5
determinar F 1 . Portanto:
T
4 0 0 1 0 0
4
F 0 1 0 F 1 0 2 0
2
0 1 0 0 2
0
2
Consequentemente:
1 0 0
100 8 0
4
I PK J C F 1 1 8 0
T
I PK 20 0 2 0
0 0 5 0 0 2
25 16 0
I PK 2 40 0 MPa
0 0 10
II PK F 1 J C F 1
T
1 0 0 100 8 0 1 0 0
4 4
II PK
0 2 0 1 8 20 0 0 2 0
0 0 2 0 0 5 0 0 2
25 4 0
4
II PK 4 80 0 MPa
0 0 20
Para o problema analisado, o tensor de deformação direito de Cauchy-Green é
assim definido:
4 0 0 4 0 0 16 0 0
C F F C 0 0, 5 0 0 0, 5 0 C 0 0, 25
T
0
0 0 0, 5 0 0 0, 5 0 0 0, 25
0 4 0
25 4
16 0
M C II PK M 0 0, 25 0 4 80 0
0 0 0, 25 0 0 20
100 64 0
M 1 20 0 MPa
0 0 5
1, 0 0 0
U 4, 0 0 1, 0 0 0 0, 50 1, 0 0 1, 0 0 0, 50 0 0 0 1, 0
0 0 1, 0
4, 0 0 0
U 0 0, 50 0
0 0 0, 50
II PK 1 I 2 E G 3 E G
2
(30.85)
Com base na ilustração apresentada na Fig. (31.1), verifica-se que a rotação das
seções transversais da barra é igual, no regime de pequenos deslocamentos, a derivada do
deslocamento. Assim:
dv x
tg (31.1)
dx
Dessa forma, o campo de deslocamentos, para um dado ponto A, é assim definido:
dv x
u y cos u y
dx (31.2)
v y y sen v y v x
d 2v x
x E x x E y (31.4)
dx 2
dv x
u y cos u y
dx (31.6)
v y y sen v y v x
Assume-se que xy seja constante no plano da seção transversal. Assim, seu efeito
médio é levado em consideração. Para tal finalidade, pode-se introduzir uma variável
auxiliar, , tal que xy medio . Essa variável auxiliar é denominada de fator de forma
2
dx dx GA
sendo q x a expressão do carregamento distribuído na barra.
d M z
Lembrando que , pode-se escrever a equação da linha elástica, para a
dx EI z
cinemática considerada, como:
d 2 v x d q x d 2v x M z q x
2
2
(31.13)
dx dx GA dx EI z GA
O leitor poderá consultar o capítulo 21 do presente texto para maiores detalhes
sobre aplicações envolvendo vigas de Euler-Bernoulli.
Relação deformação-deslocamento:
1
ij
2
ui, j u j ,i ll ul ,l (31.15)
u j , ji bi
ui , jj 0 (31.20)
1 2
A Eq.(31.20) pode ser resolvida utilizando o vetor de Galerkin. Assim, o campo
de deslocamentos para os problemas representados pela Eq. (31.20) é obtido com base
nesse vetor. Assim, as soluções desta equação podem ser assim obtidas:
1
u j G j ,mm Gm, jm (31.21)
2 1
Como Gm,imjj Gm, jmji e Gm, jmji G j ,mmji , pode-se reescrever a equação anterior na
seguinte forma:
bi
Gi , mmjj 0 (31.23)
Assim, os campos de deslocamentos são resolvidos a partir da resolução da
equação diferencial apresentada na Eq.(31.23). Particularmente, pode-se resolver esta
equação assumindo a um domínio semi infinito submetido a uma carga pontual
representada pela função delta de Dirac, . A solução do vetor de Galerkin, nesta
condição, pode ser assim obtida:
Gi , mmjj Gi ,mm jj Fi , jj
ki k (31.24)
Fki , jj 0
Para o problema apresentado, a solução da equação diferencial é do tipo:
1 1
Fi Gi ,mm (31.25)
4 r 4 r
Integrando sucessivamente obtém-se a expressão do vetor de Galerkin, a qual é a
seguinte:
1
G r (31.26)
8
Assim, substituindo o resultado apresentado na Eq.(31.26) na Eq.(31.21) obtém-
se a resposta para o campo de deslocamentos, a qual é a seguinte:
1 1
ulk Glk ,mm Glm,km ulk 3 4 lk r,l r,k (31.27)
2 1 16 1 r
U T U B U A (31.28)
2 L
U B EI v ''
x
dx (31.29)
1
U A We PL P v ' x dx
2
(31.30)
2 L
2L 2 L
(31.31)
v 0 0 3 0
(31.33)
v L 0 2 1 L
Assim:
v x 1 x 2 1 Lx
dv x d 2v x (31.34)
21 x 1 L 21
dx dx 2
Utilizando o resultado apresentado na Eq.(31.31) obtém-se:
1 1
EI 21 dx P 21 x 1 L dx
2 2
2L 2 L
L L
1 1
EI 412 dx P 412 x 2 412 Lx 12 L2 dx (31.35)
2 0 2 0
12 EI
P
L2
extremos da barra. Tal condição pode ser imposta uma vez que a coluna é biarticulada.
Assim, às duas condições de contorno anteriormente apresentadas, pode-se adicionar
M 0 M L 0 . Impondo as condições de contorno em deslocamento obtém-se:
v 0 0 5 0
(31.38)
v L 0 4 1 L3 2 L2 3 L
v x 1 x 4 21 Lx3 1 L3 x
dv x
41 x3 61 Lx 2 1 L3 (31.41)
dx
d v x
2
2
121 x 2 121 Lx
dx
Utilizando o resultado apresentado na Eq.(31.31) obtém-se:
1 2 1 2
31.5 – Placas
w( x, y )
qy
qy A
A uz w
uy
ìï ¶w
¶w ïïu x = -z
qy = Então: í ¶x (31.44)
¶x ïï
ïî z = w
Já por meio da configuração deformada da placa ao longo de seu plano yz , como
mostrado na Fig. (31.6) obtém-se:
Vista yz:
w( x, y )
qx
qx A
A uz w
uy
ì
ï ¶w
¶w ï
ïu y = -z
qx = Então: í ¶y (31.45)
¶y ï
ï
î z=w
ï
ï
Dessa forma, as deformações não nulas do problema podem ser assim
relacionadas:
ì
ï ¶2w
ï
ï e = - z
ï
ï
x
¶x 2
ï
ï
ï
ï ¶2w
í e y = -z 2 (31.46)
ï
ï ¶y
ï
ï
ï
ï ¶2w
ï g = - 2 z
ï
ï
î
xy
¶x¶y
¶2w ¶2 w
sendo g xy = u x , y + u y , x = -z -z .
¶x¶y ¶y¶x
Uma vez que o problema analisado é de estado plano de tensão, verifica-se que as
componentes de tensão podem ser assim escritas:
E E æç ¶ 2 w ¶ 2 w ö÷
sx =
1- n 2
( e x + ne y ) = - z ç
1- n 2 çè ¶x 2
+ n ÷
¶y 2 ÷ø÷
E E æç ¶ 2 w ¶ 2 w ö÷
sy =
1- n 2
(y
e + ne x) = - z ç
1- n 2 çè ¶y 2
+ n ÷
¶x 2 ÷÷ø
(31.47)
h/2
h/2
xx
my mx
dM y
dM y = s x dA z dM y = s x z dz dy = ò s x z dz = my
dy
(31.48)
sendo my o momento por unidade de comprimento (distribuído). Utilizando o resultado
Eh 3
sendo D = a constante de rigidez da placa. Assim:
12 (1- n 2 )
æ ¶2w ¶ 2 w ö÷
ç
my = D ç 2 + n 2 ÷÷ (31.50)
çè ¶x ¶y ÷ø
mxy
Figura 31.8 Integração das tensões de cisalhamento.
E (1- n )
h/ 2 2
2 ¶ w
1- n 2 -òh /2 ¶x¶y
mxy = -t xy dx dy dz mxy = z dz
(31.52)
¶2w
mxy = D (1- n )
¶x¶y
Além dos momentos, os esforços cortantes podem também ser determinados.
Utilizando a ilustração apresentada na Fig. (31.9) obtém-se:
Vy
Vx dy
Vx + dx
x
Vx
Vy
Vy + dy
¶y
dx
Figura 31.9 Determinação de esforços cortantes.
¶mx ¶mxy
Vx = +
¶x ¶y
(31.53)
¶m y ¶mxy
Vy = +
¶y ¶x
Impondo a somatória nula de forças ao longo da direção z obtém-se:
¶Vx ¶V ¶V ¶V
åF z =0 -
¶x
dxdy - y dxdy + qdxdy = 0 q = x + y
¶y ¶x ¶y
(31.54)
¶ 2 mx ¶ 2 mxy ¶ 2 my
q= + 2 + (31.55)
¶x 2 ¶x¶y ¶y 2
Finalmente, pode-se reescrever a Eq.(31.55) utilizando os resultados apresentados
nas Eq.(31.50), Eq.(31.51) e Eq.(31.52). Assim:
q ¶4 w ¶4w ¶4w q
= 4 +2 2 2 + 4 = 4 w (31.56)
D ¶x ¶x ¶y ¶y D
A Eq.(31.56) é denominada equação diferencial da placa de Kirchhoff.
Anexo A
A.1 – Introdução
Analogamente, uma matriz A com dimensão 3x3 pode ser assim representada:
A Aij com i e j variando de1a 3
A11 A12 A13
(A.2)
Aij A21 A22 A23
A31 A32 A33
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1030
sendo p um escalar.
Analogamente, o produto escalar entre dois vetores v e w , definidos no espaço
xyz, pode ser assim escrito utilizando a notação indicial:
v w vi wi v1w1 v2 w2 v3 w3 com i variando de1a 3 (A.4)
A notação indicial pode também ser aplicada para a realização de uma operação
de adição simples de dois vetores. Considerando os vetores v e w definidos no espaço
xyz, a somatória de suas componentes pode ser assim expressa:
h1 v1 w1
v w h hk vk wk h2 v2 w2 com k variando de1a 3 (A.5)
h3 v3 w3
Um sistema linear de equações pode ser assim representado por meio dessa
abordagem:
A11 A12 A13 x1 f1
Aij x j fi A21 A22 A23 x2 f 2 com i e j variando de1a 3 (A.6)
A31 A32 A33 x3 f3
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1031
Por outro lado, uma matriz (ou tensor de segunda ordem), pode resultar do produto
de um tensor de ordem 4 por um tensor de ordem 2, como as tensões na lei de Hooke
generalizada, por exemplo. Dessa forma, pode-se escrever que:
Bij Lijkl Akl com i, j, k e l variando de1a 3 (A.8)
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1032
A.5 – Vetores
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1033
y´ v = (1;1) v = 2
x´
v= ( )
2;0 v = 2
1 v
x
1
Os vetores podem ser representados por meio de notação matricial, {v} , indicial,
vi i = 1, 2,3 ou dyadica, v - vetor . Um vetor no espaço Euclidiano tridimensional
também pode ser representado a partir de suas componentes referenciadas a uma base
ortonormal. Assim, um vetor v pode ser escrito como uma combinação linear de 3
versores (vetores unitários), que definem as direções de cada eixo. Esses versores, assim
como sua combinação, podem ser visualizados na Fig. (A.2).
x2 y
x3 z
x3 ', e3 '
Figura A.2 Base ortonormal
A manipulação de vetores pode ser efetuada com base nas seguintes operações
fundamentais:
Multiplicação por escalar
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1034
ì
ï u1 ü
ï
ï
ï ï ï
l = {v} ⋅ {u } = {v1 v2 v3 }⋅ íu2 ý
T
(A.18)
ï
ï ï
ï
ï
ï ï
îu 3 ï
þ
3
l = åvi ui l = vi ui (soma implícita) (A.19)
i =1
Assim, verifica-se que o produto interno resulta em uma projeção de v sobre u .
Alternativamente, também pode-se ter a seguinte situação:
A1 = v1u1 + v1u2 + v1u3
Ai = vi ⋅ u j A2 = v2u1 + v2u2 + v2u3 (A.20)
A3 = v3u1 + v3u2 + v3u3
Produto Vetorial
Esta operação resulta um terceiro vetor perpendicular ao plano formado pelos
vetores envolvidos no produto. Assim:
é e1 e2 e3 ù
ê ú
wi = vi ´u j wi = det ê v1 v2 v3 ú (A.21)
ê ú
êu u u3 úû
ë 1 2
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1035
x2 ' x2 x1 '
x1 '
m l 11
x1
x1
x3 n
x3 '
x3 31
x3 '
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1036
ì x1 'ï
ï ü él l2 l3 ù ïì x1 ïü
ï ï ê 1 ú ï ï
í x2 'ýï = êê m1
ï m2 m3 ú ⋅ ï
ú í
x2 ïý (A.23)
ï
ï ï
ï ên ï
ï ï
ï
ï ú
ï x3 'ï
î ïþ ë 1 n2 n3 û ï ï x3 þï
î ï
sendo que os versores cosseno diretor são assim definidos:
ìcos q11 ï
ï ü ìcos q12 ï
ï ü ìcos q13 ï
ï ü
ï ï ï ï ï ï
l = ícos q21 ï
ï ý m = ícos q22 ï
ï ý n = ícos q23 ï
ï ý (A.24)
ï
ï ï
ï ï
ï ï
ï ï
ï ï
ï
ïcos q31 ï
ï
î ï
þ ïcos q32 ï
ï
î ï
þ ïcos q33 þï
ï
î ï
O produto tensorial de dois vetores é um tensor de 2ª ordem. A definição de
produto tensorial está incluída na igualdade seguinte:
é u Ä v ù w = é v ⋅ wù u (A.25)
êë úû êë úû
Um tensor pode ser escrito pelo produto tensorial de dois vetores u e v ou pela
combinação linear de produtos tensoriais. Os tensores podem ser representados por meio
de notação matricial, [T ] , indicial, Tij i, j = 1, 2,3 ou dyadica, T - tensor . Tem-se as
ì
ï u1 ü
ï
ï
ï ï ï
T = u Ä v [T ] = {u }{v} = íu2 ý {v1 v2 v3 }
T
(A.26)
ï
ï ï
ï
ï
ïu
î ï3 ï
þ
Assim:
é u1v1 u1v2 u1v3 ù
ê ú
[T ] = êêu2v1 u2v2 u2 v3 ú , na notação indicial Tij = ui v j
ú
(A.27)
êu v u v u3v3 úû
ë 31 3 2
Soma tensorial
[T ]{v} +[Q ]{v} = [T + Q ]{v} (A.28)
Traço
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1037
O produto interno de um tensor [T ] por um vetor {u} pode ser assim escrito:
Esta operação pode ser entendida como uma transformação linear, pela qual o
vetor {u} é transformado, por meio do tensor [T ] , em um vetor imagem {v} v num espaço
componentes reais, Tij , definido em cada ponto do espaço, associado a cada direção no
espaço, definida pelo vector unitário {h } num ponto, existe um vector imagem {v} tal
que:
[T ]{h} = {v} Tij h j = vi (A.32)
Anexo A_______________________________________________________________
Resistência dos Materiais / Mecânica dos Sólidos 1038
l 3 - I1l 2 + I 2l - I 3 = 0 (A.35)
1
sendo: I1 = tr (T ) = Tii , I 2 = éëêTiiT jj - TijT ji ùûú , I 3 = det (T ) .
2
As variáveis Ii são denominadas de invariantes, uma vez que independem do
sistema de coordenadas no qual [T ] foi definido. Deve-se mencionar que as raízes obtidas
da Eq.(A.35) são reais desde que o tensor [T ] seja simétrico e com componentes reais. O
cálculo dos vetores principais é efetuado com base na Eq.(A.34) e na condição de que
{h}⋅ {h} = 1 . É possível demonstrar que os vetores principais são mutuamente
ortogonais.
Anexo A_______________________________________________________________