Você está na página 1de 14

DIVIS Ã O DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRO CESSAMENTO MINERAL


II ANO - II SEMESTRE
CADEIRA: MECÂNICA APLICADA

ELASTICIDADE
Tema : LINEAR

ESTUDANTE: DOCENTE :
Nália João Msc. Fernando Elias
Raquel Odilia
Teofilo Miral

TETE, SETEMBRORO DE 2023


Índice
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................3

1.1 Objectivos:...................................................................................................................3

1.1.1 Objectovo geral:....................................................................................................3

1.1.2 Objectivos especificos:.........................................................................................3

2 ELASTICIDADE................................................................................................................4

2.1 Teoria da Elasticidade Linear.......................................................................................4

2.1.1 LEI DE HOOKE...................................................................................................6

2.2 TENSÕES E DEFORMAÇÕES..................................................................................7

2.2.1 Tensão...................................................................................................................7

2.2.2 Deformação...........................................................................................................9

2.2.3 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO........................................................................12

3 CONCLUSÃO...................................................................................................................13

4 Referencia Bibliografica....................................................................................................14
3

1 INTRODUÇÃO

Como refere SCHIEL, F (1984), nas construções, as peças componentes da estrutura


devem ter geometria adequada e definida para resistirem às ações (forças existentes, como
peso próprio, ação do vento, etc.) impostas sobre elas. Deste modo, as paredes de um
reservatório de pressão têm resistência apropriada para suportarem as pressões internas; um
pilar de um edifício tem resistência para suportar as cargas das vigas e assim por diante. Se o
material não resistir às ações e romper, diz-se que ele atingiu um estado limite último, no
caso, por ruptura.

Da mesma forma, um piso de um edifício deve ser rígido para evitar um deslocamento
excessivo, que poderá provocar, em alguns casos fissuras no teto, tornando-o inadequado ao
seu aspecto funcional; as peças de uma treliça devem ter uma rigidez que a impeça de sofrer
deformações excessivas. Se as peças ou a estrutura tiverem deslocamentos ou deformações
excessivas, diz-se que a estrutura atingiu um estado limite de utilização. Finalmente, uma
peça de uma estrutura pode ter características geométricas tais que atingirá um estado limite
por perda de estabilidade (flambagem).Sob esta ótica, deve-se, na engenharia, procurar
preencher requisitos apresentados para se ter segurança e economia. Em síntese, a seleção dos
materiais de uma estrutura se baseia em três fatores: resistência; rigidez; estabilidade. Neste
tópico serão abordados aspectos relativos à resistência e à rigidez em peças solicitadas à
tração e à compressão. (SCHIEL, F 1984)
1.1 Objectivos:
1.1.1 Objectovo geral:
 Estudos da Teoria da Elasticidade Linear

1.1.2 Objectivos especificos:

 Determinar e verificar seções transversais de peças componentes de uma estrutura,


para que ela satisfaça certas condições de segurança contra à ruptura, ao deslocamento
e à deformação excessiva quando submetida a esforços solicitantes.
4

2 ELASTICIDADE

A elasticidade é estudada pela 'teoria da elasticidade, que por sua vez é parte da mecânica de
sólidos deformáveis. A teoria da elasticidade (TE) como a mecânica de sólidos (MS)
deformáveis descreve como um sólido (ou fluido totalmente confinado) se move e deforma
como resposta a forças exteriores. A diferença entre a TE e a MS é que a primeira só trata
sólidos em que as deformações são termodinamicamente reversíveis. (TIMOSHENKO, 1983)

Exemploː uma vareta elástica vibrando, um exemplo de sistema onde a energia potencial
elástica se transforma em energia cinética e vice-versa.

Em física e engenharia, o termo elasticidade designa a propriedade mecânica de certos


materiais de sofrer deformações reversíveis, deformações elásticas quando se encontram
sujeitos à ação de forças exteriores e de recuperar a forma original se estas forças exteriores se
eliminam.

TIMOSHENKO (1983), diz que quando um corpo de prova de um material durante um


ensaio, por exemplo, de tração, é descarregado, a deformação sofrida durante o carregamento
pode desaparecer parcial ou totalmente. A propriedade do material, pela qual ele tende a
retornar à forma original é denominada elasticidade. Quando a barra volta totalmente à forma
original, ela é perfeitamente elástica, mas se não retornar ela é parcialmente elástica e a
deformação que fica é a deformação permanente.

Fig. 1 - Elasticidade

Fonte: TIMOSHENKO (1983)

Alguns materiais elásticos apresentam uma relação essencialmente linear entre tensão e
deformação. Tais materiais são chamados de linearmente elásticos (aço). Outros são não
linearmente elásticos (borracha), como mostra a figura.
5

2.1 Teoria da Elasticidade Linear

A teoria da elasticidade linear é o estudo de sólidos elásticos lineares submetidos a pequenas


deformações de modo que os deslocamentos e deformações sejam "lineares", ou seja, que os
componentes do campo de deslocamentos u sejam muito aproximadamente uma combinação
linear dos componentes do tensor deformação do sólido. (BEER, F.P. e JOHNSTON Jr., E.R,
1974

Um caso particular de sólido elástico se apresenta quando as tensões e as deformações estão


relacionadas linearmente, mediante a seguinte equação constitutiva:

BEER, F.P. (1974), diz que m geral um sólido elástico linear submetido a grandes
deslocamentos não cumprirá esta condição. Portanto a teoria da elasticidade linear só é
aplicável a:

 Sólidos elásticos lineares, nos que tensões e deformações estejam relacionadas


linearmente (linearidade material).
 Pequenas deformações, é o caso em que deformações e deslocamentos estão
relacionados linearmente. Neste caso pode usar-se o tensor deformação de
engenhariapara representar o estado de deformação de um sólido (linearidade
geométrica). Que é uma simplificação do tensor deformação linear de Green-Lagrange
que é usado também para grandes deformações.

Devido aos pequenos deslocamentos e deformações a que são submetidos os corpos, se usam
as seguintes simplificações e aproximações para sistemas estáveis:

 As tensões se relacionam com as superfícies não deformadas


 As condições de equilíbrio se apresentam para o sistema não deformado

Para determinar a estabilidade de um sistema tem-se de apresentar as condições para o


sistema deformado.

Fig.2 - Sistema deformado


6

Fonte: J. R. Atkin, 1980

Define-se limite elástico o ponto em que a tensão induz uma deformação permanente. Para os
aços essa tensão é equivalente a do limite de proporcionalidade. Para a borracha o limite
elástico pode continuar muito além do limite de proporcionalidade.
2.1.1 LEI DE HOOKE
2.1.1.1 Lei de Hooke e a força elástica

De acordo com a lei de Hooke, quando uma força é aplicada sobre uma mola, ela é capaz de
deformar a mola, consequentemente, a mola produz uma força contrária à força externa,
chamada de força elástica. Equações constitutivas de Lamé-Hooke. (J. R. Atkin, 1980)

As equações de Lamé-Hooke são as relações constitutivas de um material elástico linear e têm


a forma:

Onde: E é o módulo de elasticidade longitudinal ou módulo de Young e G o módulo de


elasticidade transversal ou módulo de cisalhamento. Para caracterizar o comportamento de um
sólido elástico linear e isotrópico se requerem, além do módulo de Young, outra constante
elástica, chamada relação de Poisson (ν) e o coeficiente de dilatação térmica (α). Por outro
lado, as equações de Lamé para um sólido elástico linear e isotrópico podem ser deduzidas do
teorema de Rivlin-Ericksen, que podem escrever-se na forma:
7

Em notação indicial (notação de Einstein) o somatório apresentado na equação anterior pode


ser ignorado, pois a própria notação já présupõe as somas. No caso de um problema
unidimensional, σ = σ11, ε = ε11, C11 = E e a equação anterior se reduz a:

A relação linear entre tensão e deformação pode ser expressa por

σ=Exε

Onde: E é uma constante de proporcionalidade conhecida como módulo de elasticidade, σ o


coeficiente angular da parte linear do diagrama σ x ε e é diferente para cada material.

Alguns valores de E: Aço: 2 100 000 Kgf/cm1 (210 000 MPa) Madeira: 100 000 Kgf/cm2
(10 000 MPa) Concreto: 200 000 Kgf/cm2 (20 000 MPa)

Obs.: Gráfico σ x ε

Fig. 3 - Gráfico σ x ε

Fonte: SCHIEL, F (1984)

Substituindo-se ε = ∆l/l e σ = N/A na expressão σ = E ε, obtém-se: Nl ∆lEA

Esta equação mostra que o alongamento de uma barra linearmente elástica é diretamente
proporcional à carga e ao comprimento e inversamente proporcional ao módulo de
elasticidade e à área da seção. O produto EA é chamado de rigidez axial.
2.2 TENSÕES E DEFORMAÇÕES
2.2.1 Tensão

SCHIEL, F (1984), refere que a tensão em um ponto se define como o limite da força aplicada
sobre uma pequena região sobre um plano π que contenha o ponto dividido da área da região,
1
8

ou seja, a tensão é a força aplicada por unidade de superfície e depende do ponto escolhido,
do estado tensional do sólido e da orientação do plano escolhido para calcular o limite. Pode
provar-se que a normal ao plano escolhido nπ e a tensão tπ em um ponto estão relacionadas
por:

onde T é o chamado tensor tensão, também chamado tensor de tensões, que fixada uma base
vetorial ortogonal vem a ser representado por uma matriz simétrica 3x3:

Supõe-se a barra com seção constante e carregada por forças axiais que produzem
alongamento uniforme ou tração na barra. Fazendo-se um corte mn, têm-se a Figura 1 (b) que
por equilíbrio obtém-se:

Fig. 4 - Barras prismáticas

Fonte: Murnaghan, F. D. 1937

σx A = N com N aplicada no C.G. da seção, ou


N
σ=
A

sendo σ denominado tensão normal e com a hipótese da tensão ser distribuída uniformemente
na seção transversal. Se N tiver sentido oposto ao da Figura 1 ter-se-ia compressão na barra.

Portanto se: N > 0 σ > 0 ≡ Tração

A <0 σ < 0 ≡ Compressão

alongamento total da barra será designado de ∆l. Assim o alongamento por unidade de
comprimento ou alongamento específico denominado deformação normal será: ε = ∆l l

Esta equação é válida para alongamento uniforme ao longo da barra.


9

Se: N > 0 σ > 0 ≡ Tração

N<0 σ < 0 ≡ Compressão , Notar que tem dimensão de [F].[L]-2 e a deformação


normal é adimensional [L].[L]-1 (mm/mm, µε).
2.2.2 Deformação
Uma deformação elástica finita implica um alteração de forma de um corpo, devido à
condição de reversibilidade essa alteração de forma vem representada por um difeomorfismo.
Formalmente se representa a forma do corpo antes de deformar-se e a forma
do corpo depois de deformar-se, a deformação é dada por um difeomorfismo. (Murnaghan, F.
D. 1937)

2.2.2.1 DIAGRAMAS TENSÃO-DEFORMAÇÃO

Os diagramas tensão-deformação (σ x ε) são obtidos através de ensaio de tração ou


compressão, onde é aplicada uma força crescente num corpo de prova e medido o seu
alongamento para diversas etapas do carregamento. As tensões são determinadas pela relação
Fi/A = σi e as deformações por ∆li/l = σi. (Murnaghan, F. D. 1937)

Inicialmente, observa-se a existência de materiais como aço 2 e o alumínio, que apresentam


grandes deformações antes da ruptura; outros porém, como o vidro, o ferro fundido ou o
concreto, rompem sem que o material apresente grandes deformações:

Fig.5 - Diagramas Tensão-Deformação

Fonte: Murnaghan, F. D. 1937

Os materiais que seguem os diagramas da Figura 2 (a), (b) são denominados materiais dúcteis
e os que seguem a Figura 2 (c) são chamados frágeis. Nessas condições, pode-se afirmar que
nos materiais dúcteis a ruptura se faz anunciar por intermédio de grandes deformações e nos
frágeis não há grandes deformações (ferro fundido, concreto).

2
10

Os materiais dúcteis podem apresentar dois diagramas característicos:

 com escoamento definido (aço);


 sem escoamento definido (alumínio)

Fig. 6 -

Fonte: TIMOSHENKO (1983)

V. V. Novozhilov (1953), refere que no caso de materiais com escoamento definido, pode-se
observar o seguinte:

 A maioria dos diagramas σ x ε é linear até um determinado ponto A. Neste trecho as


tensões são diretamente proporcionais às deformações. Além deste ponto, as tensões já
não são proporcionais às deformações e o ponto A é chamado de limite de
proporcionalidade e a tensão em A é a tensão de proporcionalidade.
 A partir deste limite, as deformações crescem mais rapidamente que as tensões até
atingir o ponto B, pouco distante de A, onde se verifica, sem aumento de tensão, um
notável acréscimo de deformação até atingir o ponto C. Este fenômeno é conhecido
como escoamento do material e a tensão no ponto B é denominada tensão de
escoamento σy. Na região BC, diz-se que o material tornou-se plástico e a barra pode
realmente deformmar-se plasticamente, da ordem de 10 a 15 vezes o alongamento
ocorrido até o limite de proporcionalidade.
 No ponto C, o material começa a oferecer resistência ao aumento de carga voltando as
deformações a crescer com as tensões, segundo uma curva diferente de uma linha reta.
Ao atingir o ponto D tem-se tensão máxima, que é o limite de resistência. Além deste
ponto, as deformações crescem e não são acompanhadas pelas tensões, que decrescem,
atingindo-se assim o ponto R, onde ocorrem a ruptura do material.
 Se o material atingir um ponto P com tensão maior que a de escoamento e se
deformou, ao se retirar a carga atuante no corpo de prova, as tensões e deformações
decrescem de maneira linear ao longo da reta PP’, praticamente paralelo a OA da
11

curva de carregamento. O fato de ε não voltar ao ponto O implica que o material


sofreu uma deformação permanente ou plástica (εy).
 Durante o alongamento da barra há uma contração lateral, que resulta na diminuição
da área da seção transversal. Isto não tem efeito no diagrama σ x ε até o ponto C,
porém a partir deste ponto a diminuição da área afeta de maneira considerável o
cálculo da tensão. Ocorre estriccção da barra e tornando-se a área real da seção
reduzida, fará com que a curva do diagrama tensão-deformação verdadeiro siga a linha
interrompida CR’. Assim, a carga total que a barra resiste não diminui por falta de
resistência ao se atingir a tensão máxima, mas sim pela diminuição da área da seção.
Entretanto, para fins práticos o diagrama tensão-deformação convencional, baseado na
seção transversal original dá informações satisfatórias.

 No caso de materiais dúcteis sem escoamento definido, como não há um patamar


definido de escoamento, defini-se a tensão de escoamento tomando-se uma
deformação de εy = 2% e por esse ponto traça-se uma reta paralela ao trecho linear da
curva de carregamento. A tensão σ encontrada na interseção é a tensão convencional
de escoamento σy.
2.2.2.2 COEFICIENTE DE POISSON (S.D. Poisson, 1781-1840)

TIMOSHENKO (1983), diz que o alongamento ∆l sempre é acompanhado de um decréscimo


de dimensão transversal d da barra. A relação entre a deformação transversal e a deformação
longitudinal dentro da região elástica é conhecida por coeficiente de Poisson. Assim:

com εt = ∆d/d; εl = ∆l/l.

Para os materiais que tem as mesmas propriedades elásticas em todas as direções,


denominados isotrópicos, Poisson achou ν = 0,25. Mais tarde será visto que: 0 < ν < 0,5.

Obs.: Nestas notas não se fez menção direta se está utilizando ensaio de tração ou de
compressão para o desenvolvimento dos tópicos, visto que em ambos o comportamento de
muitos materiais, principalmente se elásticos e isótropos, são semelhantes.
12

2.2.3 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Uma grandeza importante no estudo de Resistência dos Materiais é o trabalho executado pela
carga durante a deformação da barra solicitada por força normal. Este trabalho é chamado de
energia de deformação U.

Seja uma barra com rigidez constante solicitada por uma força axial N. Para se calcular o
trabalho produzido pela força N e pelo alongamento ∆l não seria correto fazer U = N.∆l, pois
a carga N não é aplicada instantaneamente na barra, mas sim de maneira crescente de 0 até N,
como é mostrado na Figura 7. Isto é válido se o material seguir a Lei de Hooke.Tomando-se
uma ordenada x a partir da barra ainda não alongada, um valor de Nx de N será proporcional a
x, conforme a lei de Hooke. Um incremento dNx na carga produzirá um incremento dx na
barra. O trabalho executado por Nx durante o acréscimo do alongamento é dU = Nxdx e o
trabalho total vale:

Fig. 7

∆l
U = dU
0
∆l

U= 0 Nxdx

EA ∆l
U = ∆l EAdx = EA∆l2 = ∆l
0 l 2l l 2

ou

U = N∆l

Fonte: TIMOSHENKO (1983)


13

3 CONCLUSÃO

Neste trabalho foi desenvolvido um método numérico para a caracterização de propriedades


mecânicas dos solidos. O método foi baseado na utilização do Método dos Elementos Finitos
para a resolução do problema de elasticidade linear; compreende se que em física e
engenharia, o termo elasticidade designa a propriedade mecânica de certos materiais de sofrer
deformações reversíveis, deformações elásticas quando se encontram sujeitos à ação de forças
exteriores e de recuperar a forma original se estas forças exteriores se eliminam.
14

4 Referencia Bibliografica

SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. Harper & Row do Brasil. 1984.

TIMOSHENKO, S.P. e GERE, J.E. Mecânica dos Sólidos. Volume 1 e 2. Livros Técnicos e
Científicos Editora. 1983.

BEER, F.P. e JOHNSTON Jr., E.R. Resistência dos Materiais. Editora McGraw-Hill Ltda.
1982. POPOV, E.P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. Editora Edgard Blücher. 1974.
Philippe C. Ciarlet, Mathematical Elasticity, Vol. 1, pp. 250-251.

J. R. Atkin & N. Fox, 1980, p. 65-67..

Murnaghan, F. D. (1937): "Finite deformations of an elastic solid", en American Journal of


Mathematics, 59, pp. 235-260.

V. V. Novozhilov (1953): Foundations of Non-linear Theory of Elasticity, Graylock Press,


Rochester =02>. Acesso em: 13 abr. 2010.

Você também pode gostar