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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO

MARIA LUIZA VIEIRA REIS


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PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS


RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

MACEIÓ, 2023
UNIVERSIDADE UNIGRANRIO
Maria Luiza Vieira Reis

Propriedades Mecânicas dos Materiais

Trabalho acadêmico da disciplina de


Resistência dos Materiais, do curso
de graduação Engenharia
Mecatrônica
Professora: Gabriela Lopes Cabral

Maceió
2023
Sumário

1 RESUMO ............................................................................................................................................4
3 DESENVOLVIMENTO......................................................................................................................6
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................17

1 RESUMO
O presente trabalho visa a compreensão das propriedades mecânicas dos
materiais, com foco no comportamento elástico e inelástico, investigando como
esses comportamentos se manifestam na curva tensão-deformação, uma
ferramenta fundamental para compreender as respostas dos materiais às forças
aplicadas. Esses conceitos são cruciais para a engenharia de materiais, o
projeto de componentes e a previsão de como os materiais se comportam sob
diferentes condições de carga.

2 INTRODUÇÃO

As propriedades mecânicas dos materiais são um conjunto fundamental de


características que determinam como os materiais respondem a forças externas e
deformações aplicadas. Segundo Callister (2020), compreender essas propriedades
é essencial para engenheiros, designers e cientistas de materiais, pois elas
desempenham um papel crítico na escolha de materiais para aplicações específicas
e no projeto de estruturas e componentes.

De acordo com Hibbeler (2010), dois comportamentos primordiais que os materiais


podem exibir quando submetidos a forças e deformações são o comportamento
elástico e o comportamento inelástico. A distinção entre esses comportamentos é
crucial para prever o desempenho e a durabilidade de materiais em diversas
aplicações.

A curva tensão-deformação é uma ferramenta essencial para descrever e


compreender a relação entre a aplicação de forças e deformações em materiais. Ela
representa graficamente a resposta de um material às forças aplicadas, fornecendo
informações valiosas sobre suas propriedades mecânicas, limites de elasticidade e
início de comportamento inelástico.

Neste trabalho, exploraremos em detalhes as propriedades mecânicas dos


materiais, o comportamento elástico e inelástico e como esses comportamentos se
manifestam na curva tensão-deformação. Isso nos permitirá compreender melhor
como os materiais se comportam sob diferentes condições de carga, o que é
fundamental para o desenvolvimento de materiais mais resistentes, seguros e
eficazes em uma variedade de aplicações industriais e tecnológicas.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 O que é comportamento Elástico e Inelástico de um material?

O comportamento elástico e inelástico de um material descreve como ele


responde a forças externas e deformações aplicadas. Esses comportamentos são
fundamentais para entender como os materiais se comportam sob cargas e podem
ser definidos da seguinte forma:

3.1.1Comportamento Elástico:

O comportamento elástico de um material é caracterizado pela capacidade de


retornar à sua forma original após a remoção da carga ou força aplicada. Em outras
palavras, quando um material está sujeito a uma força que o deforma, ele se
deforma temporariamente, mas, uma vez que a força é retirada, o material volta à
sua forma original sem sofrer deformações permanentes.

Figura 1 –Elástico em sua forma normal e deformando.

As principais características do comportamento elástico incluem:

 Reversibilidade: As deformações no material são totalmente reversíveis, e o


material volta ao seu estado inicial.

 Lei de Hooke: O comportamento elástico é frequentemente descrito pela Lei


de Hooke, que estabelece uma relação linear entre a tensão (força aplicada
por unidade de área) e a deformação (alteração nas dimensões) dentro do
limite de elasticidade. A fórmula básica é: σ = Eε, onde σ é a tensão, E é o
módulo de elasticidade e ε é a deformação.
Figura 2 – Lei de Hooke.

 Sem deformação permanente: Não ocorrem deformações permanentes (as


chamadas deformações plásticas) durante o comportamento elástico.

3.1.2 Comportamento Inelástico

O comportamento inelástico dos materiais ocorre quando o material não retorna


completamente à sua forma original após a remoção da carga ou força aplicada.
Isso significa que o material sofre deformações permanentes ou, em casos
extremos, pode até mesmo se romper.

Figura 3 – ferro amassado.

O comportamento inelástico é observado quando as forças aplicadas excedem o


limite de elasticidade do material. As principais características do comportamento
inelástico incluem:

 Deformações permanentes: O material sofre deformações permanentes


(plásticas) que não são completamente revertidas após a remoção da carga.
Isso significa que o material retém alguma quantidade de deformação mesmo
após a carga ser retirada.

 Comportamento não linear: A relação entre tensão e deformação não é linear


durante o comportamento inelástico. A curva tensão-deformação pode se
tornar não linear ou mostrar um comportamento complexo, dependendo do
tipo de inelasticidade (plástica, viscosa, etc.).

 Fratura: Em alguns casos, como materiais frágeis, o comportamento inelástico


leva à fratura do material, onde ele se rompe sem uma deformação
significativa.

É importante notar que a transição do comportamento elástico para o inelástico em


um material é definida pelo seu limite de elasticidade. Quando as forças aplicadas
ultrapassam esse limite, o material entra no regime inelástico, onde podem ocorrer
deformações permanentes ou ruptura.

3.2 Definições de tensão e deformação de um material

Tensão e deformação são conceitos fundamentais na mecânica dos materiais e são


usados para descrever como os materiais respondem a forças externas e mudanças
em sua forma.

A tensão (σ) em um material é uma medida da distribuição de forças internas dentro


desse material em resposta a uma carga ou força externa. Ela é definida como a
força (F) aplicada em uma determinada área (A). A fórmula básica para calcular a
tensão é:

σ = F/A

Onde:

- σ (sigma) representa a tensão em pascal (Pa) ou megapascal (MPa).

- F é a força aplicada em newtons (N).

- A é a área transversal à qual a força é aplicada em metros quadrados (m²).

A tensão é uma grandeza fundamental na mecânica dos materiais e é usada para


descrever como os materiais respondem às forças aplicadas, sendo fundamental na
análise de estruturas e na determinação da capacidade de um material de resistir a
essas forças sem falhar. Essa grandeza também é representada em gráficos ao
longo do eixo vertical em relação à deformação ao longo do eixo horizontal na curva
tensão-deformação, que é uma ferramenta essencial para entender o
comportamento mecânico dos materiais.

Existem vários tipos de tensão que podem atuar em uma estrutura, dependendo das
condições de carregamento e das geometrias envolvidas. Cada tipo de tensão é
caracterizado pela direção e intensidade das forças que atuam em relação a uma
área específica.

Figura 4 – tipos de tensão

Existem vários tipos de tensões que podem atuar em uma estrutura, dependendo
das condições de carregamento e das características da própria estrutura. Aqui
estão alguns dos tipos mais comuns de tensões:

 Tração: A tensão de tração ocorre quando uma estrutura é submetida a uma


carga que tende a esticá-la. É uma força que atua para esticar o material,
como puxar uma corda ou cabo.

 Compressão: A tensão de compressão é o oposto da tensão de tração. Ela


ocorre quando uma estrutura é submetida a uma carga que a comprime,
empurrando as partes do material mais próximas umas das outras.

 Tensão de Cisalhamento: A tensão de cisalhamento ocorre quando forças


paralelas, mas de direções opostas, são aplicadas em regiões adjacentes do
material, fazendo com que essas regiões deslizem uma sobre a outra. Isso é
comum em vigas e elementos de corte.

 Flexão: A tensão de flexão ocorre em elementos estruturais, como vigas,


quando eles são submetidos a cargas que induzem uma curvatura. A parte
superior da viga está sob tensão de tração, enquanto a parte inferior está sob
tensão de compressão.

 Torção: A tensão de torção ocorre quando uma estrutura é submetida a uma


carga que causa uma rotação em torno de seu eixo longitudinal. Isso é
comum em elementos cilíndricos, como eixos de máquinas.

A deformação (ε) é uma medida das mudanças nas dimensões (▲L) ou forma de um
material devido à aplicação de uma carga ou força externa. Ela pode ser expressa
como uma relação entre a mudança na dimensão do material e a dimensão inicial
(Li). A fórmula básica para calcular a deformação é:

ε = ▲L / Li

Onde:

(ε) representa a deformação, que é uma quantidade adimensional (sem unidades).

(▲L) é a variação de dimensão (comprimento, largura, espessura etc.), onde ▲L =


Lf - Li

(Li) é a dimensão inicial à qual a mudança está relacionada.

A deformação pode ser elástica, plástica ou viscosa, dependendo das


características do material e da magnitude da carga aplicada. A deformação elástica
é reversível, o material retorna à sua forma original após a remoção da carga. A
deformação plástica é irreversível, resultando em deformações permanentes,
enquanto a deformação viscosa envolve o comportamento de materiais viscosos,
como fluidos, que fluem continuamente sob tensão constante.

Tanto a tensão quanto a deformação são cruciais para entender o comportamento


mecânico dos materiais e são representadas na curva tensão-deformação, que é
uma ferramenta fundamental na mecânica dos materiais para caracterizar o
comportamento de um material sob diferentes condições de carga.
Figura 5 - Diagrama Tensão x Deformação

3.3 O que é a Curva Tensão x Deformação e como esta pode ajudar na


escolha de um material adequado ao projeto?

A curva tensão-deformação (figura 5) é uma representação gráfica que descreve


como um material se comporta em resposta à aplicação de forças ou deformações.
Ela é uma ferramenta fundamental na mecânica dos materiais e é usada para
caracterizar o comportamento mecânico de um material sob diferentes condições de
carga. A curva tensão-deformação é particularmente valiosa ao escolher um material
adequado para um projeto, pois fornece informações cruciais sobre como o material
responderá às forças aplicadas.

3.3.1 Quais são, e o que significam, os principais pontos associados


à curva de tensão x deformação.

A curva tensão-deformação é construída experimentalmente, submetendo-se uma


amostra do material a uma série de cargas e medindo a tensão (força por unidade
de área) aplicada e a deformação (mudança nas dimensões) resultante. A curva
geralmente exibe várias regiões distintas:

 Região Elástica: No início da curva, a relação entre a tensão e a deformação


é linear, de acordo com a Lei de Hooke. Nessa fase, o material se comporta
elasticamente, e a deformação é totalmente reversível quando a carga é
removida.
 Limite de Proporcionalidade: O ponto em que a curva linear cessa e a
deformação começa a se desviar da linearidade é conhecido como limite de
proporcionalidade. Isso indica o limite até o qual o material se deforma
elásticamente.

 Região Plástica: Após o limite de proporcionalidade, o material entra na região


plástica, onde a deformação é permanente (não reversível). O material se
deforma plasticamente, mas ainda pode suportar cargas adicionais.

 Limite de Escoamento: O limite de escoamento é o ponto onde a deformação


plástica começa a ocorrer em um ritmo significativo. É um indicador
importante para a capacidade do material de suportar deformações
permanentes.

 Fratura: No final da curva, o material atinge seu ponto de ruptura, onde a falha
ocorre. Isso pode ser caracterizado por uma queda abrupta na tensão.

3.3.2. Escolhendo um Material Adequado:

A curva tensão-deformação fornece informações valiosas para a escolha de um


material adequado ao projeto:

 Limite de Elasticidade: Se o projeto requer deformações elásticas mínimas e a


recuperação da forma original após a carga, é importante considerar o limite
de elasticidade. Materiais com limites de elasticidade mais elevados são
preferíveis.

 Limite de Escoamento: Se o projeto envolve deformações plásticas


controladas, é fundamental conhecer o limite de escoamento. Materiais com
limites de escoamento mais altos são mais adequados para evitar
deformações excessivas.

 Ductilidade vs. Fragilidade: Se a capacidade de deformação plástica é


essencial, a curva tensão-deformação pode ajudar a determinar se o material
é dúctil (deforma consideravelmente antes da ruptura) ou frágil (rompe sem
deformação significativa).

 Resistência à Tração: A resistência à tração máxima (pico da curva) é


relevante para aplicações que exigem alta resistência a cargas de tração.

 Resistência à Compressão: Se a carga é predominantemente de compressão,


a resistência à compressão é crucial.
 Dissipação de Energia: A área sob a curva tensão-deformação também
representa a energia dissipada durante o teste de tração, o que pode ser
relevante para aplicações sujeitas a impactos ou vibrações.

Portanto, a análise da curva tensão-deformação ajuda a escolher um material que


atenda às necessidades específicas do projeto em termos de elasticidade,
resistência, ductilidade, durabilidade e outras propriedades mecânicas importantes.
4 CONCLUSÃO

As propriedades mecânicas dos materiais, juntamente com o comportamento


elástico e inelástico e sua relação com a curva tensão-deformação, são conceitos
fundamentais na ciência e tecnologia dos materiais. Este trabalho destacou a
importância desses aspectos e sua relevância em várias aplicações.

A compreensão das propriedades mecânicas dos materiais é essencial para a


engenharia e a ciência dos materiais. Elas desempenham um papel crucial no
design de produtos, estruturas e componentes para uma ampla gama de indústrias,
desde aeroespacial até automotiva, construção civil e biomédica. A escolha de
materiais adequados e a previsão de seu comportamento sob diferentes condições
de carga são vitais para garantir a segurança, eficiência e durabilidade dos produtos
e estruturas.

O comportamento elástico dos materiais é fundamental para projetar sistemas que


possam retornar à sua forma original após a aplicação de cargas, reduzindo
deformações permanentes e evitando falhas prematuras. O conhecimento da Lei de
Hooke e do módulo de elasticidade permite que engenheiros e cientistas
determinem com precisão como os materiais se comportarão quando submetidos a
forças de tração ou compressão.

Por outro lado, o comportamento inelástico é relevante quando se trata de materiais


que devem suportar deformações permanentes ou quando a falha é inevitável.
Compreender a deformação plástica, viscosa ou fraturamento é crucial para o
projeto de estruturas resistentes e seguras.

A curva tensão-deformação é uma ferramenta poderosa que oferece uma


representação visual das propriedades mecânicas de um material. Ela permite a
análise de limites de elasticidade, limites de escoamento, ductilidade, resistência à
tração e outros parâmetros críticos. Ao examinar essa curva, os engenheiros e
cientistas podem tomar decisões informadas sobre a seleção de materiais e o
projeto de componentes.

A relevância desses conceitos para a ciência e tecnologia não pode ser


subestimada. Avanços contínuos na compreensão das propriedades mecânicas e no
desenvolvimento de materiais com características específicas impulsionam a
inovação em diversas áreas. Eles são a base para a criação de produtos mais
eficientes, seguros e duráveis, contribuindo para o avanço da sociedade e da
indústria como um todo.

Em suma, as propriedades mecânicas dos materiais e sua relação com o


comportamento elástico e inelástico são pilares da ciência e tecnologia dos
materiais, desempenhando um papel vital no desenvolvimento de produtos e
estruturas que moldam o nosso mundo moderno. À medida que continuamos a
avançar, aprofundar nossa compreensão desses conceitos é essencial para
alcançar inovações ainda mais significativas no futuro.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCÂNTARA, Monique N. dos Santos de. Resistência dos materiais. 1. ed. Afya,
2010

BEER, F. P.; JOHNSTON, E.R.; DEWOLF, J. T.; MAZUREK, D. F. Mecânica dos


Materiais. São Paulo, McGraw‐Hill. 7ª edição, 2015.

CALLISTER JR, William D, RETHWISCH, David G. Ciência e engenharia de


materiais – uma introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016

ASHBY, Michael F.; Jones, David R.H.. Engenharia de materiais: uma introdução a
propriedades, aplicações e projeto. [Enginnering materials 2nd ed]. Tradução: Arlete
Simille Marques, Consultoria e revisão técnica: Tomaz Toshimi Ishikawa. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Education:


Prentice-Hall, 2010

CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. John Wiley


& Sons, Inc., 2002.

MARCOS, A. O Pórtico.com: Diagrama tensão-deformação: ductilidade e fragilidade


dos materiais. Disponível em: <http://o-portico.blogspot.com/2015/10/diagrama-
tensao-deformacao-ductilidade.html>.

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