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Sumário

1-Deformação Plástica.................................................................................................................1

1-Deformação Plástica

Deformação plástica é caracterizado pela deformação permanente na dimensão da estrutura,


quando acontece a quebra das ligações químicas da estrutura em relação aos átomos vizinhos
e assim formando outras ligações e com isso formando outros tipos de configuração da
estrutura (CALLISTER,2007). Cada tipo de material possui um limite de deformação elástica,
que é caracterizado por ser uma deformação temporária, sem quebra das ligações atômicas do
material, e com isso obedecendo a Lei de Hooke (CALLISTER,2007). A figura 1 mostra o gráfico
tensão versus deformação que demonstram esse limite.

Figura 1: Gráfico tensão x deformação. Fonte: Wikipedia

Neste gráfico é mostrado três zonas destintas. A primeira conhecida como zona elástica o
material sofre deformações temporárias sem um prejuízo a sua estrutura (Souza,1982). A
segunda é conhecida como zona plástica, onde ocorre as deformações irrecuperáveis na
estrutura que varia de material para material, é nessa zona que pode ocorrer a ruptura na
estrutura. A terceira zona é conhecida como zona de escoamento, no qual compreende o
limite de escoamento e a zona plástica, difícil de ser detectada nos ensaios devido ao
escoamento do material sem necessitar um aumento de força para isso (Souza,1982).

1.1-Escoamento

O limite de escoamento é o ponto onde começa exatamente a deformação plástica do


material (Souza,1982), também se refere a maior tensão que o material pode sofrer ainda na
deformação elástica, com isso ocorrendo um processo irreversível em sua estrutura, possuindo
uma deformação maior que a tensão que lhe é aplicada e por esse motivo em materiais mais
dúcteis será visível esse limite (Souza,1982). O limite de escoamento é importante para
determinar o critério de falha de um corpo de prova em material dúctil usado em um ensaio,
em materiais frágeis a fratura frágil é esse critério (Lima, 2016). Será discutido nos próximos
tópicos os critérios de escoamento aplicados aos materiais. Abaixo é mostrado na figura 2 que
contém um gráfico força versus deslocamento usado para o cálculo da tensão do limite de
escoamento.

Figura 2: Gráfico força x deslocamento. Fonte: Douglas Zichelle Filho,2006

No gráfico tensão versus deformação é possível verificar o valor da tensão correspondente a


esse limite de escoamento, pois a linha gráfica tem uma forma ondulada nessa parte
correspondente ao início da deformação irreversível da estrutura. Também é possível verificar
o valor da deformação que o material precisa alcançar para chegar ao escoamento. Até o
ponto do escoamento o material tem um comportamento elástico, seguindo exatamente a Lei
de Hooke. O escoamento acontece quando há impurezas nas ligas ou nos grãos das que
compões as redes cristalinas que não conseguem se deslocar, assim fazendo surgir a
deformação plástica do material. Depois de ocorrer esse fenômeno os deslocamentos voltam a
acontecer fazendo com que haja uma deformação grande. Importante ressaltar que nem todos
os materiais apresentam de forma clara esse limite de escoamento.

3-Limite de Resistência a tração

Limite de resistência a tração é a tensão máxima que um material pode sofrer quando até a
sua ruptura e por isso é um dado importante para o estudo dos ensaios dos materiais. Quando
um material é considerado frágil, a sua ruptura ocorre perto do limite de escoamento e em
materiais dúcteis sua ruptura ocorrerá longe desse limite. No gráfico tensão versus
deformação esse limite é o ponto de maior valor da curva. Uma das características principais
dessa resistência é mostrado abaixo na figura 3 na qual pode-se observar um formato de
afunilamento quando se chega nesse no limite de resistência.

Figura 3: Corpo de prova sob ensaio de tração. Fonte: Infosolda

O limite de resistência a tração é um dos parâmetros de maior importância para o ensaio de


tração, que consiste na aplicação de tensões nas direções axiais em um corpo material no qual
sofre alongamento de suas extremidades afim de deformá-las até a sua quebra. Com isso é
obtido esse limite com cálculos simples através da fórmula da tensão, porém utiliza-se a área
da parte útil e a força aplicada no ensaio de tração, mostrado pela fórmula:

F
σ=
A0

Onde σ corresponde a tensão, F a força aplicada na qual ocorre o afunilamento do corpo de


prova e A a área da parte útil. Vale a pena mencionar que o limite de resistência a tração é
pouco eficaz para materiais dúcteis, ele terá sua importância em materiais frágeis.
4- Ductilidade

A ductilidade corresponde a extensão da deformação do material até a ruptura dele. Materiais


que não suportam muita deformação ou se rompem com muita facilidade são considerados
frágeis. Materiais dúcteis podem apresentar uma grande deformação com uma mínima tensão
aplicada a ele. Essa característica faz com que os materiais, como cobre, alumínios, entre
outros, se transformem em fios. A ductilidade está relacionada com a deformação do material
que provoca o seu alongamento que é dada pela fórmula:

ε =∆ l/l
Onde ε representa a deformação, l o comprimento do material e Δl a variação do comprimento
depois do alongamento.

Figura 4: Gráfico tensão x deformação. Fonte:Flávia Poggiali

Na figura 4 posta acima tem-se outro gráfico tensão versus deformação com um comparativo
de duas curvas no qual cada uma representa um material diferente. A curva B corresponde a
um material frágil e percebe-se que a sua ruptura acontece perto do limite de escoamento
como previsto, ao contrário da curva B’ que corresponde ao material dúctil e é de fácil
percepção o alongamento da curva ao longo da sua deformação.
5- Tenacidade

Tenacidade é uma propriedade que o material possui de receber energia e se deformar


plasticamente sem sofrer fraturas. As fraturas ocorrem por decorrência de formação de trincas
quando a estrutura sofre corrosão, fadiga, clivagem entre outros. A tenacidade cresce no
gráfico tensão versus deformação e seu valor pode ser obtido pela área abaixo da curva, o que
indica a quantidade de trabalho por unidade de volume que o material pode aguentar até se
romper. A figura 5 ilustra abaixo essa situação.

Figura 5: Curva tensão x deformação. Fonte:Enciclopédia E-Civil

Há três fatores que influenciam nas tenacidades dessas estruturas, entre elas estão a força de
coesão dos átomos que estão presentes nos materiais, a sua composição química e os tipos de
ligações exercidas pelos átomos que o compõe. A tenacidade pode ser classificada como:

 Quebradiços: quando o material pode ser tornar pó com facilidade, se quebra com
facilidade;
 Tenaz: quando o material é resistente a ruptura;
 Séctil: quando um material pode ser cortado com facilidade por um objeto em forma
de lâmina sem ser pulverizado;
 Maleável: quando um material possui a capacidade de ter seu formato em chapas ou
lâminas muito finas;
 Dúctil: quando um material possui a capacidade de ser transformar em fios ou ter finas
espessuras:
 Flexível: quando o material é dobrável sem voltar a sua forma original;
 Elástico: quando o material é dobrável, porém volta-se a sua forma original.

A tenacidade se dá pelo equilíbrio entre a ductilidade e a resistência e tem a sua importância


para os estudos de fraturas que serão discutidos ao decorrer dos próximos capítulos.
6- Resiliência

Resiliência é uma das propriedades que os materiais apresentam de voltarem ao seu estado
inicial quando são submetidos a uma deformação elástica, liberando a energia absorvida na
qual o material sofre durante a aplicação da tensão e por isso ocorre a volta a sua forma inicial.
O seu valor é dado pela área abaixo da curva onde corresponde a sua deformação elástica e o
seu valor é dado pela energia por unidade de volume na qual o material precisa para que a
estrutura chegue ao limite de escoamento. A figura 6 abaixo demonstra essa região.

Figura 6: Curva tensão x deformação. Fonte: Área Tecnológica

A energia por volume é conhecida como módulo de Ur, que além de ser obtida pela área do
gráfico também pode ser resolvido pela fórmula:

Ur=σ ² y /2 E=σ y ε y /2

Onde Ur é a módulo de resiliência, σ a tensão sofrida pelo material e ε a deformação sofrida


pelo material.

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