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Universidade Estadual Paulista – Campus Guaratinguetá

Departamento de Materiais e Tecnologia

Ensaio de Dureza Rockwell

Gabriel Knopp de Macedo - 181323486


Guilherme Guerato - 181324415
Juan Martinez Mendes Nobrega Rocha - 181324423

Propriedade Mecânica dos Materiais – 342L

Resumo: A influência das características dos matérias em todo tipo de área de uso hoje
é notável, sendo uma das mais importante a característica de dureza do material, ou seja,
a resistência a forças mecânicas, penetração. A partir do ensaio de dureza Rockwell
podemos medir esta característica e classificar cada material de acordo com a sua
resistência. Para a familiarização dos métodos, foram realizados vídeos na Faculdade
de Engenharia de Guaratinguetá demonstrando o ensaio no material, além de uma tabela
com diversos tipos de materiais já medido de acordo com a escala da dureza para serem
interpretados e com esses dados analisar as microestruturas e como são afetadas por
processos térmicos.

Palavras-chave: Dureza Rockwell, Aços, Alumínio, Ensaio de dureza

1. INTRODUÇÃO

O ensaio de dureza Rockwell foi criado por volta de 1922 e recebe esse nome pelo
fato de ter sido criado pela indústria Rockwell, sendo hoje o processo mais utilizado no
mundo inteiro, devido à rapidez e à facilidade de execução, isenção de erros humanos,
facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno tamanho da impressão,
além de permitir avaliar durezas de metais diversos com características variadas : metais
mais moles e com pouca resistência até metais mais duros.
Através da profundidade da impressão causada por um penetrador sob efeito de
uma carga em dois estágios(pré carga e carga suplementar), é possível medir a dureza do
material. Diferentemente de outros ensaios de dureza como o ensaio Brinell e o Vickers,
o ensaio Rockwell não apresenta relação entre o valor da dureza e a área da impressão.
Com relação ao material do penetrador, poderá ser de um diamante esferocônico
com ângulo de 120º e pontas ligeiramente arredondada ou uma esfera de aço ou carboneto
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de tungstênio, podendo ser com diâmetro de 1,59 mm (o mais utilizado), 3,17mm,


6,35mm e 12,7mm. Porém, com a norma ASTM E18:2007 recomendou-se a utilização
das esferas de aço somente na avaliação de filmes finos e materiais muito moles
(Garcia,2012)
O ensaio pode ser classificado em superficial ou comum de acordo com a pré carga
e as cargas aplicadas. Quando o ensaio é comum, é utilizado uma pré carga de 98N ou
10kgf e a carga total pode ter valores de: 589 N (60kgf), 981 N (100kgf), 1471 N (150kgf).
No ensaio superficial, a pré carga será de 29 N (3kgf) e as cargas de 147 N(15kgf), 294
N (30kgf) e 441 N(45kgf). (Garcia,2012)
A leitura dos valores dependerá do tipo de penetrador utilizado: quando há o uso
de penetrador de diamante, utiliza-se a escala preta no visor do durômetro e quando se
utiliza penetrador de esfera de aço ou carboneto de tungstênio, se utiliza a escala
vermelha.
Como forma de categorizar os tipos de penetradores utilizados e suas respectivas
cargas, foram elaboradas escalas para dividir as categorias, além de recomendar o uso
quanto ao tipo de material que pode ser avaliado. Através dessa escala, será possível
adotar como unidade de medida HR e a letra da escala utilizada de acordo com o
penetrador e a carga maior aplicada.

ESCALA DE DUREZA ROCKWELL NORMAL E APLICAÇÕES


COR DA CARGA FAIXA DE CAMPO DE
ESCALA PENETRADOR
ESCALA MAIOR UTILIZAÇÃO APLICAÇÃO
Carbonetos,
folhas de aço
diamante cone com fina
A preta 60 20 a 88 HRA
120° camada
superficial
endurecida
Aço, titânio,
aços com
camada
diamante cone
C preta 150 20 a70 HRC endurecida
120°
profunda,
materais com
HRB>100
Chapas finas
de aço com
diamante cone
D preta 100 40 a 77 HRD média
120°
camada
endurecida
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Ligas de
cobre, aços
esfera 1,5875 brandos, ligas
B vermelha 100 20 a 100 HRB
mm de alumínio,
ferro
maleável
Ferro
esfera 3,175 fundido, ligas
E vermelha 100 70 a 100 HRE
mm de alumínio e
magnésio
Ligas de
cobre
esfera 1,5875 recozidas,
F vermelha 60 60 a 100 HRF
mm folhas finas
de metais
moles.
Ferro
maleável,
esfera 1,5875 ligas de
G vermelha 150 30 a 94 HRG
mm cobre-níquel-
zinco e de
cobre-níquel
Alumínio,
esfera 3,175
H vermelha 60 80 a 100 HRH zinco,
mm
chumbo
Metais de
mancais e
esfera 3,175
K vermelha 150 40 a 100 HRK outros muito
mm
moles ou
finos.
Tabela 1: Tabela de escalas do Ensaio Rockwell (adaptado de NBR NM 146-1:1998 e ASTM E18:2007)

Como atualmente na industrial utiliza-se muito como matéria prima o aço e o


alumínio, é de total importância conhecer suas características ligados à sua
microestrutura, bem como a influência de algum tratamento térmico em alguma
propriedade mecânica, para poder definir a escala que se deseja utilizar.

2. OBJETIVOS

Entender o funcionamento do ensaio de dureza Rockwell, bem como o


funcionamento das diversas escalas presentes neste método de dureza, assim como
também apreender a manusear o equipamento conforme a escala escolhida, podendo
selecionar o penetrador e carga adequados em relação ao material escolhido.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais Utilizados:
• Aço 1060 temperado;
• Aço 1060;
• Aço 1045 temperado;
• Aço 1045 recozido;
• Aço 1045;
• Aço 1020 recozido;
• Aço 1020;
• Al 7075;
• Al 2024;
• Al 356;
• Al comercial;
• Durômetro Rockwell;
• Penetrador cone de diamante com ângulo de 120°;
• Penetrador esférico de aço temperado de diâmetro 1/16’’;

Procedimento Experimental:

Primeiramente deve ser feita a limpeza e o assentamento do penetrador e do


suporte, as condições da superfície a ser testada devem ser checadas e deve haver
garantia de que esta estará plana e perpendicular ao penetrador. Não deve o correr
impacto na aplicação das cargas e para realizar o ensaio em materiais.
Já nos ensaios de dureza Rockwell B e F, o identador de esférico de aço foi posto
no durômetro, estabelecendo-se no indicador com intermédio de uma alavanca lateral
acoplada ao equipamento então uma carga de 100 Kgf para o ensaio Rockwell B e 60
Kgf para o ensaio F, feito este procedimento e escolhida a carga conforme o ensaio,
aproximou-se a peça do penetrador girando-se o acionador da base da mesa.
Com a amostra ajustada e próxima do penetrador, aplicou-se uma pré-carga de
10kgf para que o penetrador entrasse em contato com a superfície para posteriormente
realizar a aplicação da carga total. Porém, foi preciso observar o instante que o
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ponteiro aponta o número “5”, instante calibrado para a pré carga ser de 10kgf na
máquina.
Após a realização e aplicação da pré carga, acionou-se com cuidado a alavanca
lateral para liberar o valor de carga total durante um intervalo mínimo de 5 segundos.
Após o intervalo de tempo, retirou-se a carga e averiguou-se o valor da dureza
indicado no visor
O procedimento será o mesmo na dureza Rockwell A e C : ajusta-se a amostra
com o identador de diamante, com ângulo de 120º, formando se assim um ângulo de
90º com a peça, aplica-se a pré carga ajustando o ponteiro no instante “5” e depois
ajusta a alavanca lateral para aplicar a carga total , sendo 60 Kgf para a dureza
Rockwell A e 150 Kgf para a dureza Rockwell C, durante o intervalo mínimo de 5
segundos, depois é observado o valor de dureza. Porém, diferente das escalas onde se
utiliza penetrador esférico que se observa a escala vermelha no relógio, nas escalas
que se utilizam penetrador de diamante será observado a escala preta no relógio, parte
externa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a realização da medição da dureza dos 11 metais propostos através do ensaio


de dureza Rockwell, obteve-se as medidas tabeladas abaixo:

Tabela 2: Tabela de dados das medições de dureza


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Comparando os aços 1020, 1045, 1060 da tabela 1, pode-se notar uma ligação
entre o tipo de estrutura e componentes integrantes dela, em especial o carbono, com o
valor da dureza de cada aço. Essa ligação se deve ao aço apresentar carboneto de ferro ou
cementita, constituído basicamente de uma ligação de carbono com ferro. Essa ligação é
uma das principais influenciadoras na dureza do material, uma vez que quanto maior for
concentração de cementita, mais duro o material será, porém mais frágil também. Nota-
se pela tabela 1 que o Aço 1060 é o que apresenta maior dureza, por apresentar de 0,55
até 0,65 % de quantidade carbono, sendo o aço com maior teor de carbono entre os outros:
aço 1045 apresenta entre 0,42 e 0,50% de carbono e o aço 1020 entre 0,18 e 0,23 %.
Quando em um material realiza-se algum tratamento térmico como o uso da
têmpera, deseja-se um endurecimento de seu material através de um resfriamento brusco
onde cria-se uma microestrutura com maiores propriedades de dureza e resistência
mecânica. É notado através dos valores de Aço 1045 e 1060 temperado que os seus
valores de dureza serão maiores que os Aço 1045 e 1060 sem nenhum tratamento,
comprovando a eficiência do endurecimento do processo.
Porém, quando deseja-se diminuir a dureza de um material e eliminar ou
normalizar as tensões internas do material, utiliza-se o tratamento térmico de recozimento
(processo onde ocorre o aquecimento do material até uma certa temperatura,
permanecendo constante quando atingido e resfriado lentamente após um certo período
de tempo). O material recozido apresentará menor dureza do que materiais sem nenhum
procedimento e, isso é mostrado pelos valores do Aço 1020 e 1045 recozido, que
apresentam uma dureza menor do que os mesmos aços sem nenhum processo, além de
terem sido medido em uma escala que é utilizada para metais mais maleáveis, ou seja
menos resistentes e com menor dureza.
Com relação ao alumínio, é possível perceber a diferença da dureza do Al
comercial, considerado puro, com relação as ligas de alumínio, uma vez que a introdução
de elementos para ligação com alumínio influencia e aumenta a dureza desta liga, ou seja
o Al comercial por apresentar só alumínio em sua constituição apresentará a menor
dureza. Além disso, com a comparação entre os valores de Al 7075, 2024, 356 é possível
perceber a influência do tamanho de grão também, por causa do Al 7075 apresentar maior
dureza e maior refino do grão do que os outros, o que pode ser explicado pelo aumento
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de contornos de grãos com o refino, o que influencia e aumenta a resistência mecânica do


material.

5. CONCLUSÃO

A partir da análise e da conclusão do experimento, foi possível comprovar a


veracidade dos resultados comparado a teoria e as características de cada material, além
de provar a facilidade e a importância do ensaio de dureza Rockwell nas medições
cotidianas e a influência de um processo térmico na alteração das propriedades mecânicas
do material, sendo aumento ou reduzindo a sua resistência mecânica ou dureza. Além
disso, pode-se notar a ligação da quantidade de carbonos em um aço com a dureza ao
observar uma maior dureza com aços com mais percentual de carbono e, também a
interferência e influência do refino do grão e da inclusão de um elemento em uma liga,
no caso do experimento do alumínio, com os valores de dureza também.
Além disso, foi possível analisar o uso das escalas e suas características e o tipo
de material ideal está de acordo com o tipo de material avaliado no ensaio.
Porém, pode-se notar que o ensaio é mais recomendado para metais mais
endurecidos, mas esse tipo de ensaio acaba sofrendo interferências se caso houver erros
ou ações durante a medição, como por exemplo ações na mesa de medição, algo que
outros ensaios como Brinell ou Vickers não sofrem.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]. GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. ENSAIO DOS MATERIAIS. Rio de
Janeiro : LTC, 2012 . 2 v.

[2]. AÇOSROMAN, AÇO SAE 1045 / AÇO ESPECIAL PARA CONSTRUÇÃO


MECÂNICA. Disponível em : < https://aco.com.br/aco/sae-1045-aco-carbono-
especial/>; Acesso em 24/10/2020.

[3]. AÇOSROMAN, AÇO SAE 1020 / Aço Carbono Especial – Ligas para
Cementação. Disponível em : <https://aco.com.br/aco/sae-1020-aco-carbono-especial/>
; Acesso em 24/10/2020.
[4]. AÇOSROMAN, AÇO SAE 1060 / AÇO ESPECIAL PARA CONSTRUÇÃO
MECÂNICA. Disponível em : < https://aco.com.br/aco/sae-1060-aco-carbono-
especial/>; Acesso em 24/10/2020.
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[5]. ESSEL, DUREZA ROCKWELL. Disponível em :<


https://essel.com.br/cursos/material/01/EnsaioMateriais/ensa12.pdf>; Acesso em
23/10/2020.
[6]. TSCHIPTSCHIN, A. P.,TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS. Disponível
em:<http://www.pmt.usp.br/pmt2402/TRATAMENTO%20T%C3%89RMICO%20DE
%20A%C3%87OS.pdf>; Acesso em 23/10/2020.
[7]. ABAL, FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES DO ALUMÍNIO. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4638869/mod_resource/content/0/09_1funda
mentos-Alumnio.pdf>; Acesso em 24/10/2020.

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