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ENSAIO DE DUREZA
1. Introdução
A dureza de um material é uma propriedade mecânica que mede a resistência à deformação
plástica (permanente). A dureza constitui uma manifestação do efeito combinado de várias
propriedades mecânicas, como sejam o ponto de cedência, resistência à tração, ductilidade,
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características de encruamento e características de desgaste . Esta propriedade pode ser
1,2
determinada através de três tipos distintos de ensaio: penetração, ressalto e risco . O ensaio de
dureza por penetração é o mais utilizado para caracterização de materiais. Consiste no
carregamento da amostra em estudo por um penetrador, perpendicularmente à superfície, durante
um intervalo de tempo padrão. Depois de retirado o penetrador, é calculado um número de
dureza empírico a partir da área da secção recta ou da profundidade da impressão.
Os ensaios de dureza por penetração são classificados de acordo com o tipo de penetrador
utilizado, sendo os mais comuns os ensaios Vickers e Rockwell. O número de dureza obtido a
partir de cada um deles depende do material e geometria do penetrador e da força aplicada, sendo
tanto mais elevado quanto menor a penetração sofrida e, portanto, quanto maior a dureza do
material.
No ensaio Rockwell o provete é submetido a uma pré-carga de 10kgf, seguida de uma segunda
carga de 50, 90 ou 140 kgf. A aplicação da pré-carga visa garantir uma justaposição perfeita do
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penetrador à superfície a ensaiar, eliminando o efeito da rugosidade e de defeitos superficiais . A
aplicação da segunda carga (carga complementar) provoca um acréscimo da profundidade de
penetração. Esta profundidade não pode ser considerada como uma indicação da dureza do
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material uma vez que, além de deformação plástica, inclui deformação elástica . Assim, numa
terceira etapa do ensaio, a carga complementar é retirada mantendo-se a pré-carga, o que permite
a recuperação elástica do material. O valor lido no mostrador do equipamento corresponde
directamente ao número de dureza Rockwell do material e é calculado a partir do acréscimo
remanescente da profundidade da penetração (e). A relação entre o número de dureza
Rockwell e a profundidade de penetração e depende do tipo da escala de dureza utilizada (Tab. I).
A, C, D 100-e
B, E, F, G, K 130-e
2Fsen(136 / 2) 0,1891F
HV = =
d2 d2
onde F é a força aplicada [N] e d o comprimento médio das diagonais de impressão [mm]. É de
referir que o comprimento das diagonais de impressão é medido através de um microscópio
acoplado à máquina de dureza. A força aplicada pode variar entre 10N e 1000N. Obviamente, uma
comparação de valores de dureza Vickers só é rigorosa se tiverem sido obtidos com forças de
ensaio idênticas.
(a) (b)
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Fig.1. Ensaio de dureza Vickers . (a) Geometria do penetrador α=136º. (b) Impressão
da penetração (d1 e d2: diagonais de impressão).
A dureza de um metal depende da facilidade com que se deforma plasticamente, pelo que pode
ser relacionada com a sua resistência mecânica. No entanto, uma vez que os ensaios de dureza
não se baseiam todos no mesmo tipo de medida e não medem uma propriedade bem definida do
material, não existe uma relação de conversão universal de durezas. Ou seja, as conversões
dureza-dureza e dureza-resistência mecânica existentes são determinadas empiricamente para
cada material.
2. Procedimento Experimental
2.1. Objectivo
Compreensão do conceito de dureza de um metal e sua relação com a resistência mecânica do
material. Manipulação de durómetros para determinação da dureza Rockwell B e Vickers do aço.
- Amostra do aço
- Durómetro EMCO M4U-025.
- Durómetro OFFICINE GALILEO.
~
2.3. Método Experimental
A superfície da amostra deve ser cuidadosamente limpa com acetona. A execução experimental
deverá ser feita de acordo com as instruções de utilização de cada um dos durómetros. Efectue 5
ensaios segundo cada um dos métodos em estudo. Na realização de ensaios Rockwell, a força de
ensaio deve ser mantida durante 10 a 15 segundos. A velocidade de aplicação da carga deve
semelhante em todos os ensaios. A obtenção de resultados reprodutíveis implica ainda a
observação dos seguintes cuidados:
3. Questionário
1. Defina o conceito de dureza de um material.
2. Qual lhe parece ser a vantagem de avaliar a resistência mecânica de uma peça metálica
através de ensaio de dureza em lugar de ensaio de tração?
3. Compare os ensaios de dureza Vickers e Rockwell quanto às suas vantagens e
desvantagens.
4. Qual a finalidade da aplicação de uma pré-carga no ensaio Rockwell?
5. Calcule o valor médio e o desvio-padrão da dureza medida.
6. Compare os valores de dureza obtidos através de cada um dos métodos. (Utilize a tabela
do equipamento para converter os números de dureza Vickers em HRB).
a
7. O fabricante indica para o aço macio o valor de dureza de 98 HRB. Compare este valor
com o valor médio obtido. Justifique possíveis discordâncias.
4. Bibliografia
1. EL WALIL, S. – Materials Science and Engineering Lab Manual. Boston: PWS Publishing
Company, 1994.
2. LIMA, A. V., CASTRO, A. G. – Ensaios e propriedades dos materiais. In Ciência e
Tecnologia dos Materiais. Gondomar: Universidade de Trás-os-Montes e alto Douro, 1988.
3. Norma Portuguesa NP 141 – Materiais Metálicos. Ensaios de dureza. Ensaio Rockwell
(escalas A-B-C-D-E-F-G-H-K). Lisboa: IPQ, 1990.
nd
4. AVNER, S. – Introduction to Physical Metallurgy, 2 ed. Auckland: McGraw-Hill, 1974.
5. Norma Portuguesa NP 711-1 – Materiais Metálicos. Ensaios de dureza. Ensaio Vickers.
Parte 1: HV5 a HV100. Lisboa: IPQ, 1990.
a
F. RAMADA, Aços e Indústrias, S. A.