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UC: Laboratórios de propriedades mecânicas e térmicas dos materiais

Ensaios de dureza

Autores:
Margarida Pereira nº107237

Mariana Rodrigues nº108576

Martim Claro nº 108588

Docentes:

Professor Augusto Lopes

Data:

3/2023
Índice
1. Objetivos........................................................................................................................................3
2. Introdução......................................................................................................................................4
2.1 Dureza de Shore.....................................................................................................................4
2.2 Dureza de Rockwell.................................................................................................................5
2.3 Dureza de Vickers...................................................................................................................5
3 Materiais e Métodos......................................................................................................................6
3.1 Materiais......................................................................................................................................6
3.2 Equipamentos utilizados...............................................................................................................6
3.3 Procedimento Experimental.........................................................................................................6
4 Tratamento e discussão dos resultados..........................................................................................7
5. Conclusões...................................................................................................................................10
6. Bibliografia....................................................................................................................................11
1. Objetivos

Um dos ensaios mais importantes para a caracterização mecânica de materiais é o


ensaio de dureza. O principal objetivo destes ensaios é o conhecimento das resistências
mecânica e resistência ao desgaste, além do controlo de qualidade nos processos de
conformação plástica e nas condições de fabricação.
2. Introdução

A dureza é definida como uma medida de resistência de um material a uma deformação


plástica localizada e pode ser determinada por diferentes métodos dependendo do tipo de
material e das suas características.

Nos ensaios realizados utilizou-se os métodos: Shore, Rockwell, Vickers.

Este relatório apresenta o conjunto de procedimentos experimentais realizados com a


finalidade de atingir os objetivos propostos anteriormente seguindo as normas ASTM
(American Society for Testing Materials).

2.1 Dureza de Shore

O ensaio de dureza de Shore (HS) é responsável por avaliar a superfície de polímeros ou


elastómeros. Consiste em avaliar a resistência relativa à indentação, medindo a profundidade
deixada no material após a aplicação de carga localizada. Este ensaio necessita para a sua
realização um equipamento designado durómetro da marca, representado na Figura 1, que
aplica uma pressão definida através de uma mola calibrada que atua sobre o indentador
perpendicular à superfície do material e cuja intensidade depende das propriedades do
material. O valor de dureza é obtido com base na profundidade da penetração no material.
Apesar da existência de várias escalas para medir esta dureza, as escalas mais utilizadas são a
escala A, utilizada para plásticos menos duros, e a escala D, utilizada para os mais duros.

Este ensaio depende de fatores, como, por exemplo, o tempo. Esta condicionante deve-se ao
facto de, normalmente, existirem materiais com elevada capacidade de absorção de energia,
de resiliência, ou seja, materiais que se adaptam à deformação. Para um desempenho eficiente
deste tipo de ensaio, as amostras devem ter uma superfície plana e uma espessura de pelo
menos 6 mm.

Figura 1 – Durómetro CV instruments Shore hardness


2.2 Dureza de Rockwell

O ensaio de dureza de Rockwell (HR) permite fazer uma medição direta da dureza, através da
aplicação de uma carga num identador. A dureza é obtida pela diferença entre a profundidade
de penetração resultante da aplicação de uma pequena carga, seguida por outra de maior
intensidade.

A realização deste ensaio é feita com macrodurómetros, equipamentos que, para além de ser
fáceis de usar, são automatizados, figura 2. O tipo de penetrador usado pelo macrodurómetro
determina o valor de pré-carga. Os valores de dureza são exibidos rapidamente na tela do
equipamento e, com base nesses valores, é escolhida a escala de dureza adequada.

As principais vantagens de este ensaio são: a sua velocidade de medição, a improbabilidade


de erro humano, não é um teste destrutivo, ou seja, as amostras podem ser usadas mesmo após
a dureza ter sido medida pois têm a capacidade de realizar esses testes em diferentes materiais
devido à existência de diferentes escalas de valores de dureza, escalas A, B, C, D, E, G, K.

Figura 2 – Durómetro Eseway DVRB-M

2.3 Dureza de Vickers

O ensaio de dureza Vickers (HV) baseia-se na resistência do material quando é penetrado, isto
é, aplica-se de uma carga(P) através de um penetrador de diamante, com a forma de pirâmide
quadrangular com ângulos entre faces de 136º, que deforma o material. A partir dessa
deformação e através de um microscópio ótico mede-se as diagonais do quadrado obtido (d) e
P
calcula-se a dureza através de HV =1,854 2 (1).
d

A dureza de Vickers tem uma grande precisão devido à não deformação do penetrador e pode
ser determinada até em peças muito pequenas, no entanto tem algumas desvantagens, por
exemplo a superfície da peça precisava de estar polida, o equipamento tem altos custos e
também há a necessidade de um equipamento ótico.

3 Materiais e Métodos

3.1 Materiais
 Teflon (PTFE)
 Aço-carbono
 Liga de alumínio
 Alumina

3.2 Equipamentos utilizados

 Durómetros (Eseway, DVRB-M; CV instruments shore durometer)


 Microscópio ótico (LEICA EZ4HD)
 Programa ImageJ

3.3 Procedimento Experimental

O ensaio de Shore realizou-se através de uma amostra de Teflon (PTFE), usando a escala
Shore D pois este é um polímero mais rígido. Inicialmente colocou-se a peça na base do
aparelho da marca CV instruments, representado na figura 1 e prensou-se com a agulha do
mesmo durante 3 segundos. Fez-se 5 indentações, ambas com uma carga de 4 kgf o que
originou pequenas indentações no material.

No ensaio de Rockwell foi colocada no aparelho da marca Eseway, modelo DVRB-M,


apresentado na figura 2, uma amostra cilíndrica de aço-carbono que foi posteriormente
pressionada com um cone de diamante, ou seja, recorrendo à escala C com uma carga de 150
(pré-carga de 100 e carga de 50) kgf. Ao fazer as 5 identações requeridas, com espaçamento
necessário à distinção e precisão das mesmas obtiveram-se valores da dureza de Rockwell.

O método de Dureza Vickers utilizou-se em duas das amostras, na liga de alumínio e numa
peça de alumina. Neste ensaio colocou-se as amostras no mesmo durómetro utilizado para o
ensaio de Rockwell com um indentador do tipo C e aplica-se uma força de 30kgf no caso da
liga de alumínio e de 60 kgf para a peça de alumina. Fez-se 5 indentações para cada amostra
suficientemente afastadas para facilitar a sua distinção e evitar possíveis erros. Após isso
recorreu-se ao microscópio ótico com uma ampliação de 35x e uma escala de 500 μm para
observar as indentações realizadas. Por fim mediu-se as diagonais das impressões recorrendo
ao ImageJ e determinou-se a dureza de Vickers através da fórmula anteriormente indicada em
2.3 deste relatório.

4 Tratamento e discussão dos resultados


Para o polímero PTFE mediu-se a dureza de Shore, novamente, na escala D. Na tabela 1 estão
expressos os valores obtidos.

Tabela 1 – Dados do PTFE (Dureza de Shore)

Dureza de Shore

Indentação Dureza (HS) Dureza média (HS) Desvio padrão

1 65
2 64.8
3 64,5 64.9 0.141421356
4 65,5
5 65,8

Os valores de dureza obtidos são ligeiramente superiores aos esperados, dado que os
intervalos de valores teóricos para o PTFE são entre os 55-60, para Shore D. Estes erros de
medição podem estar relacionados com o processamento do material.
Para conseguirmos apresentar um gráfico em função da dureza de vickers e tensão limite,
temos de utilizar uma escala para passarmos os valores de dureza de Shore D para Vickers.
Fazendo a conversão de escalas obtemos que HV=8±falta desvio em shore
Para o aço de carbono mediu-se a dureza de Rockwell na escala C. Os valores obtidos
encontram-se na tabela 2 abaixo representada.

Tabela 2 – Dados do Aço de Carbono (Dureza de Rockwell)

Dureza de Rockwell
Amostras Dureza (HRB) Dureza média (HRB) Desvio padrão Escala

1 29
2 30.7

3 27 29.5 1.8 C
4 31.6

5 29.3

Segundo os resultados obtidos, podemos verificar que obtivemos valores ligeiramente abaixo
dos teóricos, pois os intervalos de valores de dureza para o aço de carbono nesta escala estão
entre 40-49 [2].
Como já referido anteriormente, temos de fazer a conversão de escalas para conseguirmos
obter um gráfico à posteriori. Fazendo a conversão, temos HV=285±156 [1].

Para o alumínio mediu-se a dureza de Vickers. Os valores obtidos encontram-se na tabela 3


abaixo representada.

Tabela 3 – Dados do Aluminio (Dureza de Vickers)

Dureza de Vickers
Durez
Desvio
Indentaçã diâmetro 1 diâmetro 2 diâmetro médio Durez a
padrã
o (mm) (mm) (mm) a (HV) média
o
(HV)
1 0.876 0.843 0.860 75.3
2 0.860 0.834 0.847 77.5
3 0.838 0.829 0.834 80.1
77.6 1.9

4 0.858 0.824 0.841 78.7


5 0.860 0.849 0.855 76.2

A equação (1), apresentada em 2.3, serve para obter a dureza de Vickers do material, mas para
obter o desvio padrão utilizamos a equação (2).
S=

Σ(HV −HVn)2
n−1
(2)

HV=77.6±1.9

Para a alumina mediu-se a dureza de Vickers. Os valores obtidos encontram-se na tabela 4


abaixo representada.

Tabela 4 – Dados da Alumina (Dureza de Vickers)


Dureza de Vickers
Dureza
Desvio
diâmetro 1 diâmetro médio (mm) Dureza média
padrão
Amostras (mm) diâmetro 2 (mm) (HV) (HV)
1 0.288 0.320 0.304 1203.9
2 0.299 0.297 0.298 1252.9
3 0.279 0.317 0.298 1252.9 1267.4 76.4
4 0.265 0.299 0.282 1399.1
5 0.293 0.309 0.301 1228.1

HV=1267.4±76.4
O valor do desvio padrão elevado para a alumina pode ser explicado pela elevada porosidade
da amostra em estudo, determinada pelo processo de produção da mesma e pelo simples facto
da superfície da peça não ter sido bem polida.

Dureza em função da tensão


1400
alumina
1200
1000
HV (kg/m^2)

800
600
400
200
Aço de carbono
PTFE alumínio
0
0 100 200 300 400 500 600 700
σ (tensão limite elasticidade) [N/m^2]

Figura 3 – Gráfico da dureza de Vickers em função da tensão


5. Conclusões

Uma das mais importantes etapas no estudo dos materiais e controlo da qualidade dos
mesmos, é o teste da dureza. Este, permite perceber as deformações que o material irá sofrer
na superfície ao exercer contacto com outro.
Os dados obtidos neste teste são fundamentais para determinar a composição estrutural, o
tratamento térmico e a qualidade dos componentes adequados, para que o produto final esteja
de acordo com o esperado.
Os testes de dureza são extremamente importantes e úteis em aplicações industriais e também
na garantia de que os materiais escolhidos são os mais adequados para o trabalho projetado.
Em relação aos dados obtidos experimentalmente e discutidos anteriormente, conclui-se que
obtivemos valores de dureza de Shore D ligeiramente acima dos teóricos. Por outro lado, no
teste de dureza de Rockwell C, obtivemos uma boa eficiência nos resultados, isto deve-se ao
facto que neste método obtemos os valores de dureza diretamente do durómetro.
Embora tenhamos resultados de durezas em 3 diferentes escalas é possível compará-las ao
convertê-las para a escala de Vickers (HV). Assim, conseguimos produzir um gráfico e
podemos por fim analisá-lo.
Em suma, analisando o gráfico representado na figura 3, conclui-se que a alumina apresenta a
maior dureza dos 4 materiais estudados.
6. Bibliografia

[1] https://elearning.ua.pt/pluginfile.php/4741974/mod_resource/content/1/Introdu%C3%A7%C3%A3
o%20I%20-%20Ensaios%20de%20dureza.pdf

[2] http://www.plasmartecnologia.com.br/_data/imagens/imagens_imagem_33.pdf

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