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Universidade Federal do Espírito Santo – Engenharia Mecânica – Laboratório de Materiais I

Vitória-ES, Brasil, 20 de novembro de 2023

Relatório Técnico III –


Mylson Soeiro Banhos Netto – 2020205561
Henrique Colombo Frizera –2020205716
3. Materiais e Métodos
1. Introdução Para o ensaio de dureza Brinell foram
O terceiro experimento da disciplina Laboratório dos utilizados um durômetro analógico WPM HT-1A, um
Materiais I consiste na determinação da dureza indentador com ponta esférica com diâmetro de 2,5 mm
utilizando os métodos Rockwell, Brinell e Vickers. O composta por WC/Co, um bloco padrão de dureza de
ensaio de dureza é definido por: 181 HBW e uma peça de aço 1020.
“consiste na aplicação de uma carga na superfície do
material empregando um penetrador padronizado, Já para o ensaio de dureza Rockwell foram
produzindo uma marca superficial ou impressão. A utilizados um durômetro analógico WILSON 4JR,
medida da dureza do material ou da dureza indentador com ponta esférica com diâmetro de 1/16 ″
superficial é dada como função das características da composta por WC/Co, bloco padrão de dureza de 91,3
marca de impressão e da carga aplicada em cada tipo
de ensaio realizado (Fig. 4.1). Esse ensaio é HRB e uma peça de aço AISI 1020.
amplamente utilizado na indústria de componentes E para o ensaio Vickers os materiais foram um
mecânicos e elétricos, trata- mentos superficiais, microdurômetro Microtest ZWICK 3212B, um
vidros e laminados, devido à vantagem de fornecer indentador com ponta piramidal de base quadrada com
dados quantitativos das características de resistência
à deformação permanente das peças produzidas. É ângulo entre faces de 136 ° de diamante, um bloco
utilizado como um ensaio para o controle das padrão de dureza, uma peça de aço ferrítico perlítico
especificações da entrada de matéria-prima e durante com preparação metalográfica e uma balança de
as etapas de fabricação de componentes, e em alguns precisão.
casos em produtos finais. Desenvolvido inicialmente
para os materiais metálicos, hoje encontra vasta
aplicação também para materiais poliméricos,
cerâmicos, semicondutores e filmes finos. Cabe
ressaltar que os resultados de dureza podem variar
em função de tratamentos aplicados ao material
(tratamentos térmicos, tratamentos termoquímicos,
mecânicos, refusão a laser etc.), temperatura e
condições da superfície.” (GARCIA; SPIM;
SANTOS, 2012, p.115).
A dureza de um material é sua resistência quando
pressionado por outro material (ou marcadores
padronizados) de ser riscado ou de ser marcado
permanentemente.
O ensaio de dureza Rockwell é o método mais
utilizado internacionalmente. Ele se utilizada da
profundidade deixada pelo marcador padrão (resistência
a deformação plástica superficial).
O ensaio de dureza Brinell foi o primeiro ensaio de
penetração padronizado e reconhecido industrialmente.
No ensaio uma esfera metálica padronizada é o
marcador padrão, a dureza é medida através da Equação
1, que é a carga aplicada pela área da superfície concava
gerada pelo marcador.
O ensaio de dureza Vickers é um ensaio semelhante
ao de Brinell já que ambos relacionam carga por área.
No ensaio de Vickers o marcador padrão é uma
pirâmide de diamante de base quadrada.

2. Objetivo
Através do procedimento demonstrado nas aulas e
laboratório é esperado obter o conhecimento necessário
para a realização de um ensaio de dureza utilizando os
métodos apresentados, relatando a média de durezas, o
desvio padrão, a incerteza padrão e a incerteza
expandida.
Figura 1 – amostra para ensaio Brinell. indentador, foi utilizada uma lente objetiva de 5x de
Figura 2 – amostra para ensaio Rockwell. aumento para a visualização.
Após essa etapa, é necessário calcular a pressão de
contato utilizando a carga aplicada e a área da calota
esférica formada pelo indentador. Com a carga real
aplicada no bloco padrão, calcula-se a pressão real
exercida na peça, como uma forma de correção do erro
sistemático causado pelo equipamento.

3.1.2. Ensaio de dureza Rockwell


O marcador padrão do ensaio Rockwell B é uma
esfera de aço com diâmetro de 1,5875 mm, foi aplicada
uma pré-carga de 10 kgf por até 5 segundos, depois a
carga total de 100 kgf é aplicada por 6 segundos.
O procedimento foi realizado para o bloco padrão de
91 HRB a fim de aferir a precisão das medidas, a
medida do durômetro foi de 92 HRB, o erro foi de 1
HRB portanto não precisa de correção já que a
resolução do durômetro é de ±1 HRB.
Por último o procedimento foi realizado três vezes
para o aço 1020, os três valores de dureza foram 68
HRB, 69 HRB e 68 HRB. As três foram feitas com
distância umas das outras e longe da borda.
3.1.3. Ensaio de dureza Vickers
Para o experimento utilizando o método Vickers, foi
utilizada a peça de aço carbono ferrítico perlítico com
preparação metalográfica dos experimentos de avaliação
metalográfica. O microdurômetro foi calibrado para
uma carga de 30 gf e para a observação é importante
salientar que ele possui um microscópio metalográfico
embutido e foi utilizada uma lente objetiva de 40x para
a observação da amostra. No ensaio Vickers, é possível
medir a dureza em cada constituinte da amostra e
também a dureza de revestimentos finos. Foi realizada
a medição tanto na ferrita quanto na perlita para
comparar a diferença de dureza entre elas.

3.2. Resultados alcançados

Dureza Brinell:

2P
HBW =
πD ( D−√ D −d )
2 2

(1)

Onde P é a carga aplicada em kgf, D é o diâmetro do


Figura 3 - durômetro analógico WPM HT-1A. indentador em mm e módulo de d, o diâmetro médio da
Figura 4 - durômetro analógico WILSON 4JR. perfuração em mm.

3.1. Procedimento experimental Altura Rockwell:

3.1.1. Ensaio de dureza Brinell h=( 130−HRB ) × 0,002 (2)


Foi utilizado o indentador para os ensaios Brinell
classe B, com ponta esférica de 2,5 mm de diâmetro e
Dureza Vickers:
um bloco padrão de dureza 181 HBW para calibração
do durômetro. Após a calibração a amostra foi sujeita a
P
uma pré-carga de 10kgf por até 5 segundos e após, foi HV =1,8544 × 2
aplicada uma carga de 62,5 kgf durante 12 segundos. D
Nesse método é necessária a utilização de um (3)
microscópio ótico para medir a perfuração do

Japanese Society of Tribologists, Japan Tribology Online Vol. 1 (2005) / 2


Onde P é a carga aplicada em kgf e D a diagonal média Assim, a dureza corrigida para a primeira
da impressão em milímetros. medição é de 127,39 HBW, 128,04 HBW para a
segunda e 127,72 HBW para a terceira, logo, a média
Equações para as incertezas: das medições corrigidas é 127, 72 HBW. O desvio
padrão calculado foi S = 0,3264 HBW e a precisão foi


n de P = ± 0,55 HRB. Finalmente, temos a dureza Brinell
∑ (I i−I )² mensurada de (127 ± 1) HBW.
i=1 Já no ensaio Vickers, os diâmetros encontrados
S=
n−1 na perlita foram de 0,014 mm e 0,013 mm, resultando
(4) numa média de 0,0135 mm, a pressão aplicada medida
pela balança de precisão foi de 0,0299 kgf resultando
Onde S é o desvio padrão da amostra, Ii = i-ésima numa dureza de 304 HV. Para a ferrita, os dois
indicação, I média das “n” indicações” e n quantidade diâmetros foram de 0,017 mm, a pressão aplicada foi
de medições realizadas. também de 0,0299 kgf resultando numa dureza de 192
HV. A incerteza da balança de precisão é 0,0001 kgf e a
P=t ×u (5) do diâmetro é de 0,001 mm, resultando numa incerteza
próxima de 0. Assim, a dureza Vickers mensurada foi
Onde P é a precisão, t o coeficiente de t de Student e u a de (304 ± 0) HV para a perlita e de (192 ± 0) HV para a
incerteza padrão. ferrita.
5. Conclusões
S O ensaio Rockwell apresenta vantagens como
u= (6)
√n grande agilidade nas medições e a atuação do perfurador
como um relógio comparador de alta precisão,
4. Resultados e Discussão necessitando de menos habilidade do operador. Porém,
No ensaio Rockwell foram realizadas 3 conta com a desvantagem de cada classe apresentar uma
medidas, portanto o primeiro passo é calcular a média, a escala diferente.
média encontrada foi de 68,33 HRB, S = 0,58 HRB e a Nesse ensaio foi observado que para ter uma
precisão foi de P = ±0,98 HRB. Portanto a dureza precisão maior da dureza e sua incerteza seria
Rockwell B mensurada foi de (68 ± 1) HRB.
necessário realizar mais medições.
Para o ensaio Brinell, os diâmetros encontrados
para a primeira perfuração foram de 0,806 mm e 0,805 O ensaio Brinell comparado aos outros métodos
mm, resultando numa média de 0,8055 mm e uma provoca uma indentação mais larga e profunda, tendo
dureza de 119,38 HBW. Já para a segunda perfuração, assim uma boa precisão, porém devido ao tamanho do
foram de 0,8030 mm e 0,8040 mm, resultando numa indentador, pode causar danos graves na peça. Além
média de 0,8035 mm e uma dureza de 119,99 HBW. disso seu processo é muito lento, tendo maior
Para a terceira perfuração, os diâmetros foram 0,8060 dificuldade numa aplicação industrial de grande
mm e 0,8030 mm, resultando numa média de 0,8045 volume.
mm e uma dureza de 119,69 HBW. O ensaio Vickers tem grande alcance devido ao uso
Utilizando a dureza do bloco padrão, é possível da ponta de diamante, isso propõe uma grande faixa de
corrigir a incerteza da pressão exercida na peça, dureza a ser medida. Por meio dos cálculos do método
encontrando assim, a pressão real. Os diâmetros foi possível observar que a ferrita tem menor dureza que
encontrados no bloco padrão foram de 0,678 mm e a perlita.
0,679 mm, resultando numa média de 0,6785. Tendo a
dureza do bloco padrão (181 HBW), a carga real 6. Referências
aplicada é de 66,695 kgf. [1] GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime A.; SANTOS,
Carlos Alexandre dos. Ensaios dos Materiais, 2ª
edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2012. E-book. ISBN 978-85-216-2114-0. Disponível
em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-
85-216-2114-0/. Acesso em: 29 nov. 2023.

[2] ALBERTAZZI, Armando; SOUSA, André Roberto


de. Fundamentos de metrologia científica e
industrial. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole,
2017. E-book. ISBN 9788520454879. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885
20454879/. Acesso em: 01 dez. 2023.

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