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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA ANALÍTICA INSTRUMENTAL I

LAUDO TÉCNICO DE AULA PRÁTICA

LAUDO TÉCNICO/INSTRUMENTAL I
Analistas/ Local e data/CREA:

Felipe Gomes Valle, UFMT – Campus Rondonópolis 16/04/2018, RGA: 201412631021

Reyder Rodrigues Pires, UFMT – Campus Rondonópolis 16/04/2018, RGA: 201521631002

Supervisor:

Vanessa Motta Chad

Objetivos do Laudo:

Determinação da dureza, microdureza e o desvio padrão de amostra de uma liga aço 1010, aço 1010
cementado e aço 1010 recozido.

Amostras utilizadas:

Amostra 1: aço 1010

Amostra 2: aço 1010 cementado

Amostra 3: aço 1010 recozido

Informações sobre a amostra:

A amostra 1 é composta de uma liga de aço 1010 e foi moldada em um formato retangular de largura e comprimento
suficientes para a realização dos ensaios de acordo com especificações mínimas exigidas pela ABNT NBR NM-
146-1:1998 e a espessura em conformidade com especificações mínimas exigidas pela ASTM E18:2007, como
preparo prévio da amostra houve somente o linchamento das superfícies.

A amostra 2 é composta de uma liga de aço 1010 que foi cementado em 800º C por 8 horas, a amostra foi
moldada em um formato retangular de largura e comprimento suficientes para a realização dos ensaios de acordo com
especificações mínimas exigidas pela NBR NM-146-1:1998 e a espessura em conformidade com especificações
mínimas exigidas pela ASTM E18:2007, como preparo prévio da amostra houve somente o linchamento das
superfícies.

A amostra 3 é composta de uma liga de aço 1010 que foi recozido em 650ºC por 1 hora, a amostra foi moldada
em um formato retangular de largura e comprimento suficientes para a realização dos ensaios de acordo com
especificações mínimas exigidas pela NBR NM-146-1:1998 e a espessura em conformidade com especificações
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mínimas exigidas pela ASTM E18:2007, como preparo prévio da amostra houve somente o linchamento das
superfícies.

LAUDO TÉCNICO/INSTRUMENTAL I
Procedimento experimental:

Ensaio de dureza Rockwell :

Utilizando-se um aparelho durômetro Rockwell equipado com um mostrador em display digital, como
demonstrado na figura XX, após o devido ajuste de carga trabalho no console do painel de controle, a
amostra é centralizada sobe a plataforma de trabalho, de forma perpendicular ao penetrador em seguida é
aplicado a pré-carga manualmente pela manivela do eixo tracionador até a carga indicada no display do
aparelho, em seguida é efetuada a aplicação da carga total automaticamente pelo aparelho e logo ao termino
do ensaio o índice de dureza HR é mostrado no display. Todos os ensaios realizados procederam conforme
descrito anteriormente.

Figura XX – Detalhamento do durometro Rockwell.


Fonte: Gabriel Andriani Leandro

Os espaçamentos entre as impressões respeitaram as indicações da NBR NM-146-1:1998 de no mínimo 4


vezes o diâmetro da impressão e não menor que 2 mm.

Inicialmente a amostra foi ensaiada com o identador de ponta cônica de diamante (HRC – 150 kgf) as
amostras se demonstraram estar fora de escala para este identador, então se optou pela utilização do
identador esférico de aço temperado (HRB – 100 kgf).

Foram realizados 7 ensaios em cada amostra, respeitando os limites de afastamento de marcação entre os
ensaios.

Ensaio de microdureza Vickers:

Utilizando-se um aparelho digital de micrôdureza Vickers da marca “DIGIMESS”, modelo


“MICROHARDNESS TESTER HV-1000” equipado com um microscópio dotado de marcadores diametrais
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e um computador interno, como demonstrado na figura XX após o devido ajuste da carga de trabalho, a
amostra é centralizada sobre a plataforma de trabalho e no console do aparelho se inicia o ensaio que
executado automaticamente, aplicando a carga entre 10 a 15 segundos, após a impressão do identador
piramidal de diamante. Todos os ensaios realizados procederam conforme descrito anteriormente e em
conformidade com a NBR NM-188-1.

Figura XX: Detalhamento do aparelho digital de microdureza Vickers.


Fonte: Autoria própria.

Utilizando-se o microscópio e os marcadores diametrais, mede-se o comprimento das duas diagonais da


marcação endentada, estas medidas são inseridas no console do computador e a dureza Vickers (HV) é
descrita no display do computador.

Foram realizados 5 ensaios em cada amostra .

Resultados (com apresentação dos cálculos utilizados) e discussão.

Após a realização dos ensaios no material fornecido, foi possível verificar – como já era previsto – que os
tratamentos térmicos e termoquímicos aplicados influenciaram a dureza do material. O que está demonstrado na
tabela 1 e 2.

MATERIAL VALORES OBTIDOS (HRB) MÉDIA (HRB) DESVIO


Aço 1010 69,1 - 57,1 - 67,5 - 51,4 - 66,7 - 69,7 - 54,2 62,24 7,15
1010 Cementado 77,5 - 79,1 - 79,9 - 82,8 - 79,4 - 79,6 - 79,7 79,71 1,46
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1010 Recozido 68,4 - 68,2 - 67,8 - 66,8 - 65,7 - 67,7 - 67,1 67,39 0,86
Tabela 1: Resultados dos ensaios de dureza Rockwell B

Com a tabela 1 é possível observar a média de 62,24 HRB para dureza do aço 1010 sem tratamento, esse
valor encontra-se próximo de 60 HRB, valor de dureza encontrado na literatura.
O processo de cementação no aço visa difundir carbono na superfície com objetivo de aumentar a dureza
superficial do material, a amostra ensaiada apresentou um aumento na dureza superficial com uma média de
79,71 HRB e um exibe um desvio padrão baixo (1,46).
No aço 1010 recozido obteve-se uma média de 67,39 HRB, observa-se que esta média é quantitativamente
superior a amostra 1 de aço 1010 sem tratamento, que se obteve uma média de 62,24 HRB. Estes dados
entram em contradição aos resultados esperados para um aço com este tipo de tratamento térmico.
Entretanto o desvio padrão populacional do aço 1010 sem tratamento evidencia um material com uma
inomogeneidade, e analisando individualmente os valores de dureza temos que aproximadamente 43%
dos dados estão acima da média dos valores do aço recozido. Para tentar suavizar esse alto desvio
padrão era preciso um número maior de indentação e utilizar uma área maior da amostra, tendo em vista
que todos os valores de dureza encontrados foram retirados de uma única face ( ver figura 1.) A utilização
de todas as faces durante o ensaio poderia revelar uma heterogeneidade em um único lado, assim
buscando uma forma de explicar essa dispersão.

Na figura 1 podemos observar que não existem impressões sofrendo influencia por proximidade, todas estão
a uma distância segura.

Figura 1: Detalhes das impressões no aço 1010 recozido após o ensaio de dureza.
Fonte: Autoria própria.

Para os ensaios de microdureza temos os seguintes resultados na tabela 2.

MATERIAL VALORES OBTIDOS (HV) MÉDIA (HV) DESVIO


Aço 1010 162,1 - 162,7 - 143,1 - 178,4 - 189,1 167,08 15,69
1010 Cementado 228,1 - 180,7 - 222,9 - 222 - 196,6 210,12 18,26
1010 Recozido 149,5 -127,6 - 165,4 - 183,9 - 144 154,08 19,19
Tabela 2: Resultados dos ensaios de micro dureza Vickers

Com a tabela 2 é possível observar uma média de dureza de 167,08 HV para a amostra 1, para a amostra 2
210,12 HV e 154,08 para a amostra 3, em complemento ainda se observa altos índices de desvio
demonstrado uma grande dispersão entre os dados obtidos em cada ensaio.
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O ensaio de dureza Vickers não é tão prático como o ensaio anterior, pois exige uma cuidadosa preparação
do corpo de prova e do operador de modo a promover uma impressão mais nítida. Isso explica a diferença
do valor de 108 HV para o aço 1010 encontrado na literatura. No entanto, foi possível observar a influência
da cementação e do recozimento na superfície do material no ensaio de microdureza.

Observações Gerais

Estes

Conclusão:

Com base na aula ensaio de dureza e microdureza podemos distinguir a influencia de um tratamento térmico
e termoquímico no material. Os dois ensaios possuem procedimentos parecidos, tendo como diferença o
tipo de indentador em cada método, consequentemente, os valores de carga aplicado em cada um se difere
bastante para um mesmo material.

Obtivemos valores de durezas muito próximo do encontrado na literatura, no entanto os valores de


microdureza ficaram longe do valor encontrado na literatura. Convêm também realçar que os ensaios
efetuados são didáticos, simples e pouco rigorosos. Com destaque para a microdureza, pois a superfície e a
destreza do operador influenciam diretamente no valor final.

Bibliografia consultada para elaboração do laudo:

AÇO Carbono SAE 1010: Aço SAE 1010 Propriedades Mecânicas. Disponível em:
<http://www.materiais.gelsonluz.com/2017/09/aco-sae-1010-propriedades-mecanicas_93.html>.
Acesso em: 20 abr. 2018

CALLISTER JR., W illiam D. Ciência e Engenharia de Materiais Uma Introdução. 7ª Edição.

Entenda o padrão de dureza Rockwell. Disponível em:


<http://www.durocontrol.com.br/blog/entenda-o-padrao-de-dureza-rockwell/>. Acesso em: 22 abr.
2018

GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime Alvares; SANTOS, Carlos Alexandre dos. Ensaios dos materiais. Rio
de Janeiro: LTC, 2000.

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