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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Graduação em Engenharia Metalúrgica

Janaina Correia Campos

Mateus Menezes de Melo

CONTROLE E INSPEÇÃO

RELATÓRIO 2 – ENSAIOS MECÂNICOS – Ensaio de Dureza pelo Método Vickers

Belo Horizonte

2017
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1 RESUMO

O ensaio de dureza é utilizado na especificação e comparação de diversos materiais.


Trata-se de uma característica referente a superfície do metal, porem para materiais
homogêneos, é tomada como uma propriedade global e representativa deste. Em geral,
para os metais, a dureza implica em uma resistência à deformação plástica.

Para avaliação de dureza de materiais metálicos alguns métodos são mais comumente
utilizados dentre os quais podem ser citados: Método Brinell; Vickers; Rockwell;
Meyer; Knoop; Shore; dentre outros.

No relatório a seguir, foi trabalhado e relatado resultados de dureza utilizando o Método


Vickers.

Dureza Vickers é um método de classificação da dureza dos materiais baseada num


ensaio laboratorial. Neste método, é usada uma pirâmide de diamante com ângulo
de diedro de 136º que é comprimida, com uma força arbitrária "P", contra a superfície
do material. Calcula-se a área "A" da superfície impressa pela medição das suas
diagonais.
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2 OBJETIVOS DA PRÁTICA

A seguinte prática tem como objetivo avaliar a dureza de diversos materiais metálicos
pelo método Vickers, e comparar os valores de dureza Vickers para um mesmo material,
obtidos a partir de cargas variadas.
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SUMÁRIO

1 RESUMO ................................................................................................................ 2

2 OBJETIVOS DA PRÁTICA ................................................................................. 3

3 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5

3.1 Materiais e Métodos Utilizados ......................................................................... 6

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 8

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 9

6 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................. 10

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 12


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3 INTRODUÇÃO

Através do procedimento Vickers é possível analisar cerâmicas e finíssimas camadas de


revestimento, já que o método é utilizado em ensaios de micro e nano-dureza, tendo
como grande vantagem a pequena impressão deixada no material. Neste método,
diferentes ajustes de cargas resultam praticamente no mesmo valor de dureza para
materiais uniformes, evitando a mudança arbitrária de escala com outros métodos de
medição de dureza, o que é bastante favorável. Assim a escala de dureza é contínua e a
deformação do penetrador é nula, sendo tido como mais algumas vantagens.

É aplicável a todos os materiais metálicos, de qualquer dureza, principalmente para


materiais muito duros ou muito moles, muito finos, pequenos e irregulares sendo
indicado para o levantamento de curvas de profundidade de tratamentos superficiais
como tempera e cementação. Leituras com grande precisão de medidas podem ser
obtidas no teste Vickers, além de utilizar apenas um tipo de endentador para todos os
tipos de metais e superfícies.

Uma desvantagem é a necessidade de preparar a amostra previamente e o uso de


um microscópio adequado. A conversão das escalas de dureza nem sempre é precisa e
recomendada, tendo em vista a sua não linearidade.
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3.1 Materiais e Métodos Utilizados

Para a realização dessa prática foram utilizados aço comum, latão, bronze e alumínio,
além do Durômetro Universal.

Figura 1 - Durômetro Universal

O método Vickers leva em conta a relação ideal entre o diâmetro da esfera do penetrador Brinell
e o diâmetro da calota esférica obtida, e vai além porque utiliza outro tipo de penetrador, que
possibilita medir qualquer valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até os mais
moles.

Isso não quer dizer que o ensaio Vickers resolva todos os problemas de avaliação de dureza
dos materiais, mas somado aos outros dois métodos (Brinell e Rockwell), é um bom caminho
para atender às necessidades de processos industriais cada vez mais exigentes e sofisticados.

O método de dureza Vickers, representado pela abreviação HV (Hardness Vickers), é um


ensaio em que um penetrador de diamante em forma de pirâmide de base quadrada e ângulo
entre faces de 136° é comprimido contra a peça a ensaiar por uma força pré-determinada.

Após a remoção da força, medem-se as diagonais da impressão e o número de dureza Vickers


é calculado dividindo o valor da carga de ensaio P pela área de impressão S. O método de
dureza Vickers fornece escala contínua de dureza que varia entre HV5 até
HV1000Kgf/mm2 para cada carga utilizada.

A carga para o ensaio Vickers deve ser aplicada progressivamente, sem choque nem vibrações,
por meio de um pistão movido por alavanca, e mantida por um período de 10 a 15 segundos.
Em seguida, retira-se a carga e movimenta-se manualmente o microscópio, de maneira a
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focalizar a impressão deixada pelo penetrador. O penetrador, feito de diamante, tem um


tamanho praticamente indeformável e permite impressões independentes da carga aplicada;
isso significa que para qualquer carga utilizada, o valor de dureza será o mesmo para materiais
homogêneos. A mudança de carga é necessária para obter uma impressão regular, sem
deformação e de tamanho compatível para a medida no visor da máquina, o que depende
naturalmente da dureza do material ensaiado. Para a dureza Vickers, as cargas recomendadas
são de: 1,2,3,4, 5,10, 20,30,40,60,80, 100 e 120 Kgf. Para aparelhos especiais de micro-dureza,
as cargas variam de 1 gf a 1000gf (1 Kgf).

Os valores da dureza HV são obtidos por meio de tabelas que acompanham as máquinas de
dureza e mostram o valor em função das diagonais (l) medidas na máquina e das cargas
aplicadas disponíveis.

Figura 2- Procedimento para determinação da diagonal.

O número de dureza Vickers é calculado a partir da relação:

𝑃
𝐻𝑉 = 1,8544 𝑥
𝑙2
Onde: HV = Numero de dureza
P = Carga nominal do ensaio em Kgf
l = Diagonal média em mm
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1 – Valores de dureza Vickers obtidos no ensaio.

Podemos perceber através dos resultados obtidos que a dureza de cada material fora
medida três vezes e que os valores foram muito próximos, mostrando qualidade na
produção e comprovando que a dureza medida pode ser considerada uma dureza global
do material. O Grau de carga foi respeitado conforme a tabela de utilização para
diferentes materiais, e a Dureza obtida estava dentro dos limites para preservação do
maquinário.

O aço comum possui a maior dureza, seguido do bronze, latão e alumínio. Com a relação
𝐻𝐵 = 0,95 × 𝐻𝑉, foi possível calcular através da dureza HV a dureza Brinell.
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5 CONCLUSÕES

Por meio da prática “Ensaio de Dureza pelo Método Vickers”, conclui-se que, para a
realização do teste de dureza Vickers, para qualquer carga utilizada, o valor de dureza
será o mesmo para materiais homogêneos, uma vez que a carga aplicada gera uma
impressão proporcional no corpo de prova. Em outras palavras, o resultado do teste de
dureza Vickers em um material homogêneo independe da carga aplicada. Além disso,
os valores de dureza obtidos podem ser correlacionados à resistência mecânica do
material testado, possibilitando a utilização do mesmo para o tipo mais adequado de
tarefa.
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6 EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) O que garante a condição de independência do valor de dureza Vickers com


relação à carga de ensaio? Explique.

No método Vickers, ao contrário do que ocorre no Brinell, as cargas podem ser de qualquer
valor, pois as impressões são sempre proporcionais à carga, para um mesmo material. Deste
modo, o valor de dureza será o mesmo, independentemente da carga utilizada.

2) Por que cargas muito pequenas podem levar a erros na avaliação da dureza de
um metal?

O motivo pelo qual ocorrem erros na avaliação de dureza de um metal é que quando se usam
cargas menores do que 300 gf pode haver recuperação elástica, dificultando a medida das
diagonais e alterando assim o resultado.

3) Como se explica a utilização do método Vickers na avaliação da dureza de


diversos materiais?

O teste de dureza Vickers é amplamente utilizado pois no processo de medição da dureza por
penetração, desenvolve-se na região do material próximo à impressão, um estado complexo de
tensões de compressão, particularmente favorável a obtenção de deformação plástica que, ao
contrário da elástica, garante uma medida precisa. O método também possui escala continua e
impressões pequenas que não inutilizam a peça.

4) Ao se avaliar a dureza de uma amostra metálica pelo método Vickers


empregando-se uma carga (P) obteve-se uma diagonal (I).

a) Se a carga for triplicada qual será o valor da nova diagonal?

HV1= 1,8544 * P/I² HV2= 1,8544 * 3P/(x*I)²

HV1=HV2  (x*I)²= 3* I² x²=3  x=3^½. O novo valor da diagonal será 3^½ *


I.
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b) Se a carga for duas vezes menor que a inicial, qual será o valor da diagonal?

HV1= 1,8544 * P/I² HV2= 1,8544 * 0.5 * P/(x*I)²

HV1=HV2 (x*I)²= 0.5* I² x²=0.5 x=0.707. O novo valor da diagonal será 3^½ * I.

5) Determine a área superficial de uma impressão Vickers cuja diagonal é (l) como
função do semiângulo α.

HV= 1,8544 * P/I²


d/D= 0,375,
ou seja 2α= 136º
I=d HV= (2*sen68) * P/I² HV= P/ (I² / (2*sen68)) = P/A
A= I² / ( 2*sen68) ou A= I²/ (2*sen α)

6) Cite as irregularidades que podem ocorrer nas impressões Vickers. Comente


sobre cada uma delas.

Estas possíveis irregularidades de fluxo surgem durante a deformação plástica devido ao ensaio,
e estão associadas às características do material e são duas as possiveis. O primeiro caso ocorre
em metais recozidos e tem origem no afundamento do metal entorno das faces do penetrador,
resultando um valor de L maior que o real. O segundo caso ocorre uma aderência do material
às faces do penetrador, e frequentemente é encontrado em materiais encruados. A diagonal da
impressão medida é menor do que o valor real. Em metais de grande anisotropia, obtêm-se
impressões de tal forma irregular que torna-se necessário tomar a média das diagonais medidas
ortogonalmente entre si.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Castro, U. D. (2017). Metalografia, Ensaios Mecânicos e Tratamentos Térmicos (Vols.


Caderno 1 - 9ª revisão). Belo Horizonte: PUC MINAS.

Dureza Brinell. (s.d.). (D. d. Mecânica, Produtor) Acesso em 20 de Fevereiro de 2017,


disponível em Universidade Federal do Paraná:
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM336/durezavickers.pdf

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