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Ensaios não-destrutivos
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante deverá:
Conhecer
Estar informado sobre:
• Aplicação do ensaio de dureza shore para materiais moles;
• Tipos de ensaios especiais, tais como: espectro-magnético, líquidos penetrantes,
ultra-som e raio X.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
• Diversos tipos de ensaios de dureza: brinell, rockwell, vickers e suas aplicações;
• Penetradores, cargas aplicadas e características da medição;
• Utilização de tabelas de conversão de dureza;
• Características e aplicações dos ensaios especiais.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
• Selecionar o tipo de ensaio em função da peça e condições dos materiais;
• Especificar cargas através de tabelas;
• Interpretar resultados obtidos em diversos ensaios.
SENAI 207
Tecnologia de materiais
Ensaio de dureza
Escalas de dureza
Em função dos materiais, características e métodos dos ensaios, temos vários tipos de
escalas de dureza:
• Brinell
• Rockwell
• Vickers
• Shore
• Mohs
208 SENAI
Tecnologia de materiais
Esse método é baseado na relação existente entre a carga aplicada (F) a uma esfera
que está sobre a peça a ser controlada e a área da impressão produzida pela esfera
na peça.
Execução do ensaio
• Uma esfera de diâmetro (D) conhecido é comprimida por uma carga (F) também
conhecida.
• Medem-se na impressão dois diâmetros (d1 e d2) perpendiculares entre si através
de aparelho ótico, e tira-se a média (d).
• Calcula-se a dureza pela fórmula acima. Na prática, usam-se tabelas que veremos
a seguir.
SENAI 209
Tecnologia de materiais
Usando cargas e esferas diferentes, pode-se chegar a um mesmo valor de dureza. Por
isso, foram estabelecidas certas normas como segue:
1 a carga e a esfera devem ser escolhidas de modo que o diâmetro d da impressão
obtida esteja entre 0,25D<d<0,5D.
2 a carga usada depende do material a ser ensaiado e de sua espessura. Para
manter a relação do item 1 foram estabelecidos níveis de carga dados pela relação
F
.
D2
Para metais excessivamente duros (HB maior que 500kgf/mm2) substitui-se a esfera de
aço por esfera de carboneto de tungstênio para minimizar a distorção da esfera, o que
acarretaria em valores falsos para d e, portanto, para HB.
Carga F (kgf)
Espessura Nível de carga F/D2
θ
de 10 1,25
esfera 30 5 2,5
material ligas Al Pb, Sn
mm aço e ferro Al puro metais para
mm bronze latão metais
fundido zinco mancais
duro cobre moles
210 SENAI
Tecnologia de materiais
Exemplo → usando uma esfera de 1mm de diâmetro e uma carga de 30kgf, obtém-se
um diâmetro da impressão d=0,212mm o que dá uma dureza de 840HB.
Simbologia
A dureza brinell possui uma indicação completa que fornece, inclusive, as condições
do ensaio como apresentada nos exemplos:
120HB5 / 250 / 30
↑ ↑↑ ↑ ↑
120HB – Dureza brinell
5 – Diâmetro da esfera
250 – Carga 250kgf
30 – Duração do ensaio
SENAI 211
Tecnologia de materiais
170HB2,5 / 62,5/10-15
350HB
Cuidados especiais
• A espessura da peça a ser medida deve ser no mínimo igual a duas vezes o
diâmetro da impressão obtida.
• A superfície a medir deve ter um raio de curvatura no mínimo de cinco vezes o
diâmetro da esfera utilizada.
• Cada impressão deve estar distante de uma impressão vizinha, no mínimo 2,5
vezes o seu diâmetro (distância de centro a centro).
• A carga de ensaio deve ser mantida sobre a peça a ser medida no mínimo durante
trinta segundos. Exceções: para materiais em que HB>300, esse tempo pode ser
reduzido a dez segundos. Para materiais moles em que HB<60, a carga deve ser
mantida durante sessenta segundos.
Nesse método as forças de ensaio agem em etapas, ou seja, nos modernos aparelhos
de ensaio tipo rockwell o grau de dureza pode ser verificado imediatamente no relógio
acoplado ao aparelho.
212 SENAI
Tecnologia de materiais
Seqüência do ensaio
a) b) c)
Pré-carga Carga total. Retirar a carga. Fazer
Relógio em 0. leitura.
D = Penetrador
F0 = Pré-carga
F0 + F1 = Carga nominal
U = Relógio 1 rotação = 0,2mm; Divisão = 0,002mm
to = Profundidade de penetração para pré-carga
f = Deflexão
t = Profundidade de penetração real
t
HRB = 130 -
0,002
t
HRC = 100 -
0,002
Dureza rockwell
SENAI 213
Tecnologia de materiais
O método rockwell, que é muito usado por seu rápido emprego, é subdividido em dois
grupos:
• Rockwell normal
• Rockwell superficial
Esses dois grupos são ainda decompostos em várias escalas (ver tabela anterior e
próxima), conforme a carga e o penetrador usado no ensaio.
15T Esfera de 1/16” 15 Aço, ferro e outros metais até 240HB, chapas, etc.
30T Esfera de 1/16” 30 Aço, ferro e outros metais até 240HB, chapas, etc.
45T Esfera de 1/16” 45 Aço, ferro e outros metais até 240HB, chapas, etc.
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Tecnologia de materiais
O ensaio HRB deve ser aplicado a materiais moles e o HRC a materiais duros e de
média dureza.
Simbologia
A indicação da dureza rockwell é feita como nos exemplos abaixo:
45 HRC – dureza 45; penetrador cone
80 HRB – dureza 80; penetrador esfera
82 HR 15N – dureza 82; carga total 15kgf, N = rockwell superficial penetrador cone
77 HR 30T – dureza 77; carga total 30 kgf, T = rockwell superficial penetrador esfera 1/16”
Recomenda-se uma espessura mínima para a peça a ser medida igual a dez vezes o
valor da profundidade de penetração. As próximas tabelas fornecem as espessuras
mínimas recomendáveis em mm.
SENAI 215
Tecnologia de materiais
Os valores da tabela acima devem ser somados às leituras. Exemplo: numa peça com
0 de 10mm, se o resultado obtido no aparelho for 60RC, o resultado real deverá ser
60+1=61RC.
Cuidados especiais
• No primeiro ensaio rockwell, após a troca do penetrador, o resultado não deve ser
considerado, já que o penetrador ainda não está bem assentado no seu
alojamento.
• A peça deve estar bem assentada sobre a mesa de apoio e devem estar bem
limpas.
• O penetrador deve estar perpendicular à peça. É tolerada um inclinação de 70.
• Se, por engano, for ensaiada uma peça temperada com o penetrador de esferas,
deve-se trocar a esfera que ficará inutilizável.
• A carga deve ser aplicada sem choque e sem vibração, o que, nos aparelhos, é
conseguido por um amortecedor hidráulico.
Essa aplicação deve durar de seis a dez segundos. Nos metais moles, pode ser
prolongada para trinta segundos, devido à maior capacidade de deformação do
material.
216 SENAI
Tecnologia de materiais
A pirâmide possui uma base tetragonal com um ângulo entre faces de 1360.
d1 = d 2
d=
2
F F
HV = = 1,854 . 2
A d
Onde:
HV = dureza vickers (kgf/mm2)
F = carga aplicada em kgf
A = área (mm2)
1,854 = constante
d = média das diagonais da impressão (mm)
Determinação da dureza vickers
SENAI 217
Tecnologia de materiais
Simbologia
Quando o ensaio for realizado com 30kgf e uma duração de dez a quinze segundos
conforme norma, representamos assim:
640HV30
108HV50/30
108 = dureza vickers
50 = carga 50kgf
30 = duração do ensaio em segundos
A dureza vickers produz uma impressão pequena, o que evita a inutilização da peça.
Para macrodureza a carga normal é de 30kgf, porém podem-se usar cargas entre 50 e
100kgf.
Podem também ser utilizadas cargas reduzidas, que variam de 0,1 a 2 kgf.
218 SENAI
Tecnologia de materiais
O ensaio com cargas reduzidas é usado para pequenas molas, grampos, dureza de
camada cementada.
Microdureza vickers
Muitas aplicações da dureza vickers, mencionadas anteriormente estão atualmente
voltadas para o ensaio de microdureza.
Aplicações da microdureza
• Peças de espessura delgada 0,03mm.
• Peças espelhadas utilizadas em instrumentos de precisão.
• Medição da dureza do gume da ferramenta.
• Ensaios em camadas duras e delgadas (cromação dura, nitretação, boretação,
etc.).
• Determinar variação de dureza da periferia em função da descarbonetação.
• Determinação de dureza de microconstituintes da estrutura.
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Tecnologia de materiais
Designação do ensaio
Segundo norma ASTM e ASA
DPH500 345 – (microdureza 345, com penetrador em pirâmide de diamante, carga de
500 gramas).
220 SENAI
Tecnologia de materiais
Anomalias na impressão
a) Losango irregular
d1>d2
b) Afundamento
d>dreal
c) Aderência
d<dreal
Escleroscópio shore
SENAI 221
Tecnologia de materiais
A norma E-448 da ASTM é uma das normas existentes para a dureza escleroscópica.
A máquina shore é leve, portátil e pode, portanto, ser adaptada em qualquer lugar,
podendo medir a dureza de peças muito grandes, impossíveis de serem colocadas nas
máquinas de dureza por penetração.
O tubo graduado deve ser colocado bem na vertical. É praxe fazer pelo menos cinco
medidas de dureza em pontos diversos do material para garantir bem o resultado.
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Tecnologia de materiais
A escala de dureza shore é contínua, cobrindo toda a gama de variação de dureza dos
metais. Não é recomendada para peças muito finas, que possam mascarar a medida
da altura do rebote. Superfícies não lisas resultam em durezas menores que a real.
SENAI 223
Tecnologia de materiais
350 110 105 62,3 90,5 1 350 420 399 42,7 71,8
385 120 114 66,7 93,6 1 420 440 418 44,5 72,8
415 130 124 71,2 96,4 1 485 460 437 66,1 73,6
480 150 143 78,7 (101,4) 1 595 490 (466) 48,4 74,9
510 160 152 81,7 (103,6) 1 665 510 (485) 49,8 75,7
610 190 181 89,5 (108,7) 1 880 570 (542) 53,6 77,8
640 200 190 91,5 (110,1) 1 955 590 (561) 54,7 78,4
675 210 199 93,5 (111,3) 2 030 610 (580) 55,7 78,9
770 240 228 20,3 60,7 98,1 (114,3) 670 58,8 80,6
800 250 238 22,2 61,6 99,5 (115,1) 690 59,7 81,1
Podemos utilizar a tabela acima quando necessitamos saber uma dureza conhecendo
outras.
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Tecnologia de materiais
Exemplo:
Consiste em submeter tubulações, dutos, etc. a uma pressão interna, utilizando, para
isso, um líquido ou um gás.
Ensaio pneumático
Essa pressão dever ser duas vezes a pressão de serviço ou 1,5 vezes a pressão de
projeto, no caso de não haver uma norma específica para o ensaio.
A pressão pode ser tanto interna (bombas ou compressões) como externa (bombas de
vácuo).
Líquidos penetrantes
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Tecnologia de materiais
Seqüência do ensaio
• Limpeza da superfície
A limpeza da superfície deve ser feita com um líquido solvente.
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Tecnologia de materiais
Revelação da trinca
Ensaio radiográfico
SENAI 227
Tecnologia de materiais
Ensaio radiográfico
Raios X e Y
Os raios X são radiações eletromagnéticas geradas por um tubo de raios X, sendo sua
energia e intensidade reguláveis.
Aplicação
Para a detecção de trincas internas ou poros em peças fundidas, soldadas, etc.
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Tecnologia de materiais
Proteção radiológica
A superexposição a raios X e Y podem provocar danos aos tecidos do corpo ou
órgãos. Por esta razão, estabelecem-se regras, regulamentos e procedimentos que
devem ser sempre observados, visando a uma proteção radiológica, tanto aos
operadores como aos que trabalham nas proximidades.
Ensaio magnético
Esse ensaio consiste em magnetizar um corpo de prova e cobri-lo com finas partículas
magnetizáveis e interpretar a ocorrência de concentração local das partículas na
superfície da peça.
SENAI 229
Tecnologia de materiais
Os defeitos superficiais devem possuir uma certa profundidade para que sejam
detectados. Além de assinalar a existência de defeitos, o ensaio também indica a sua
profundidade, visto que ela é proporcional à concentração das partículas acumuladas.
Magnetização
A magnetização com corrente alternada deixa um reduzido magnetismo na peça,
dispensando desmagnetização posterior.
Partículas magnéticas
As partículas magnéticas sob a forma de pó são de materiais de baixo poder
remanescente.
Podemos aplicar o pó seco ou em suspensão num líquido com óleo, querosene, etc.
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Tecnologia de materiais
Para maior realce e precisão na localização, as peças devem ser previamente limpas e
desengraxadas.
Desmagnetização
Torna-se necessária a desmagnetização das peças para evitar, após sua montagem,
um acúmulo de partículas magnetizáveis danosas às peças.
Ensaios de ultra-som
Quanto mais alta a freqüência das ondas sonoras, tanto mais concentradas elas se
propagarão. Essas ondas têm um grande poder de penetração e propagam-se em
linha reta.
SENAI 231
Tecnologia de materiais
232 SENAI
Tecnologia de materiais
A diferença do tempo de reflexão é que nos oferece a detecção do defeito, bem como
sua localização no interior da peça.
SENAI 233
Tecnologia de materiais
Questionário – resumo
5 Faça a conversão:
- 91,5 HRB em HB e em HV, utilizando a tabela comparativa de durezas.
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Tecnologia de materiais
SENAI 235
Tecnologia de materiais
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