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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA MINAS GERAIS


IFMG – CAMPUS OURO BRANCO

Ensaios de Dureza

1
INTRODUÇÃO - Dureza

O que é?
INTRODUÇÃO - Dureza
INTRODUÇÃO - Dureza
INTRODUÇÃO - Dureza
Para um mineralogista: é a resistência ao risco que um material pode
produzir em outro. A dureza relativa de minerais pode ser avaliada em
referência a escala Mohs ( a escala mais antiga que se tem conhecimento-
1822), que classifica a habilidade de um material em resistir a riscos
provocados por outro material.
INTRODUÇÃO - Dureza

A dureza não é uma propriedade absoluta. Só tem sentido falar em


dureza quando se comparam materiais, isto é, só existe um material
duro se houver outro macio.

Apesar das múltiplas definições existe uma correlação entre os diversos


métodos. Um material com grande resistência a deformação plástica
permanente também terá alta resistência ao desgaste, ao corte e será
difícil de ser riscado (ou seja, será duro em qualquer uma dessas
situações.

Um valor da propriedade de dureza é o resultado de um


procedimento específico de medição. A dureza não é uma
propriedade intrínseca do material.
INTRODUÇÃO - Dureza
PRINCÍPIOS USADOS PARA MEDIÇÃO:

O método mais comum de obtenção do valor de dureza é medir a


profundidade (ou área) deixada por um instrumento de
endentação de formato específico sobre o material, usando-se
uma força definida e aplicada durante um tempo específico.

É A DUREZA POR PENETRAÇÃO!!!


INTRODUÇÃO - Dureza
O ensaio de dureza por penetração
Por que medir a dureza
São muitos os motivos para se conhecer a dureza dos materiais, abaixo alguns
exemplos:

• Estimar a resistência ao desgaste de peças;

• Estimar a profundidade de um tratamento térmico;

• Diferenciar materiais (diferenciar cobre de latão ou bronze);

• Estimar a resistência mecânica de metais;

• Estimar o desgaste de peças em contato;

• Avaliar a resistência mecânica de diferentes microestruturas;

• Estudar os impactos de ciclos térmicos de soldagem nas propriedades dos


materiais.

• Etc.
Aplicações dureza
Aplicações dureza
Dureza Brinell
J. A. Brinell
• J. A. Brinell propôs em
1900 um ensaio de
dureza por penetração
que foi denominada
Brinell.
• É simbolizada por HB.
• Tipo de dureza muito
H = Hardness usado na engenharia.
B = Brinell
Dureza Brinell
Definição
O ensaio de dureza Brinell consiste
P
em comprimir lentamente uma
esfera de aço temperado, de
diâmetro “D”, sobre uma superfície
plana, polida e limpa de um metal,
por meio de uma carga “P”, durante
um tempo “t”, produzindo uma
calota esférica de diâmetro “d”.
Dureza Brinell

Devido à dificuldade técnica de


medição da profundidade (p),
utiliza-se uma relação matemática
entre a profundidade (p) e o
diâmetro da calota (d) para chegar à
fórmula matemática que permite o
cálculo da dureza HB:
Dureza Brinell
Dureza Brinell
Dureza Brinell
Dureza Brinell

Constante ou grau de carga =


Dureza Brinell
Dureza Brinell

Valores aproximadamente iguais para o mesmo material!


Dureza Brinell
Dureza Brinell
Ensaio Proposto
• O ensaio padronizado,
proposto por Brinell, é
realizado com carga de 3.000
kgf e esfera de 10 mm de
diâmetro, de aço temperado.
Dureza Brinell (ASTM E10-96)

• Penetrador ( D): esfera de aço (uso


F comum) ou carboneto de tungstênio
(materiais mais resistentes).

• Carga (F): adequada ao material ao


penetrador e ao equipamento
(F/D2=constante).

• Tempo de aplicação: 15-30 segundos.


• Distância entre impressões: 3 a 6 d
• Espessura mínima: 10d
• Distância mínima das bordas: 2,5 – 3 d
Dureza Brinell
Dureza Brinell
Dureza Brinell

XXHB diâmetro da esfera/carga/tempo


Dureza Brinell
Dureza Brinell

 Maior diâmetro de penetração entre os ensaios de


dureza.

 Exige preparação cuidadosa do corpo de prova.


Dureza Brinell
Dureza Brinell
Brinell Passo a Passo
• Defina o equipamento
a ser utilizado.

• Ex.: durômetro Brinell


pneumático.
Brinell Passo a Passo
• Selecione o diâmetro da esfera.

• O diâmetro da esfera é determinado


em função da espessura do cdp
ensaiado.

• Selecione a carga a ser utilizada em


kgf
Diâmetro da esfera F (kgf) = 30 D2 F (kgf) = 10 D2 F (kgf) = 5 D2 F (kgf) = 2,5 D2
(mm)
10 3.000 1.000 500 250
5 750 250 125 62,5
2,5 187.5 62,5 31.25 15.625
Brinell Passo a Passo
• Ajuste o regulador de
ar.
• Coloque o cdp.
• Certifique-se de que o
cdp está totalmente
limpo.
• Aproxime a amostra
da esfera Brinell.
Brinell Passo a Passo
• Aplique a carga.
• Mantenha a carga
durante o tempo
correto:
– 15 segundos para aços.
– 30 segundos para
demais casos.
– 60 segundos para
metais moles: chumbo
estanho, etc.
Brinell Passo a Passo
• Libere a carga.
• Repita o procedimento no
mínimo três vezes, em
três lugares diferentes.
• Tire o cdp.
• A medida de “d” deve ser
obtida pela média de duas
leituras a 90 uma da
outra.
Exercício
Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell
no qual se usou uma esfera de 2,5mm de diâmetro e aplicou-
se uma carga de 187,5 kgf. As medidas dos diâmetros de
impressão foram de 1mm. Qual a dureza do material
ensaiado?

2F
HB 

 .D D  D 2  d 2 
Exercício
Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell no
qual se usou uma esfera de 2,5mm de diâmetro e aplicou-se uma
carga de 187,5 kgf. As medidas dos diâmetros de impressão
foram de 1mm. Qual a dureza do material ensaiado?

2F 2 x 187,5
HB =  HB = 
 D(D - D - d )
2 2
 x 2,5 (2,5 - 2,5  1 )
2 2

375 375
HB =  HB = 
3,14 x 2,5 (2,4 - 6,25 - 1) 7,85 (2,5 - 2,29)

375 375
HB =  HB =  HB = 227
7,85 x 0,21 1,6485
Dureza de Alguns Materiais
Material HB
Aço 0,15 a 0,25% C 110 a 130
Aço 0,25 a 0,45% C 130 a 155
Aço 0,40 a 0,60% C 165 a 185
Aço 0,80% C Recozido 210
Aço Ferramenta Temperado 500
Níquel 61 a 70
Alumínio 99% Recozido 23
Latão (90% Cu, 10 Zn) 52
Dureza de Alguns Materiais
Dureza Brinell
Relação da Dureza com a
Resistência
• É possível determinar de forma aproximada o
limite de resistência convencional (r) a tração
dos materiais, conhecendo a dureza Brinell.

 r  k.HB
K Material K Material

0,34 Aço carbono 0,41 Níquel e Latão encruado

0,33 Aço liga 0,52 Cobre recozido

0,49 Níquel recozido 0,40 Alumínio e suas ligas


Ensaio de Dureza Vickers
(NBR-6672)
 Introduzido em 1925, e recebeu este nome porque a Companhia

Vickers-Armstrong Ltda fabricou as máquinas mais conhecidas para


fornecer este tipo de dureza.

 O método é baseado na penetração de

uma pirâmide de base quadrada, com ângulo


entre as faces opostas de 136° feita de
diamante.

Esquema do penetrador
Ensaio de Dureza Vickers
(NBR-6672)
O ângulo (136°) foi escolhido em função de sua proximidade com o
ângulo formado no ensaio Brinell entre duas linhas tangentes às bordas
da impressão e que partem do fundo desta impressão.

O ângulo de 136° foi definido a partir da relação ótima entre


carga/área de impressão proposta na padronização do ensaio Brinell.
Ensaio de Dureza Vickers
Ensaio de Dureza Vickers

 O valor de dureza Vickers (HV) é o quociente da carga aplicada (F) pela


área de impressão (A) deixada no corpo ensaiado. Essa relação, expressa
em linguagem matemática é a seguinte:

 A máquina que faz o ensaio Vickers não


fornece o valor da área de impressão da
pirâmide, mas permite obter, por meio de um
microscópio acoplado, as medidas das diagonais
(d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da
base da pirâmide.
Ensaio de Dureza Vickers
Ensaio de Dureza Vickers
Ensaio de Dureza Vickers
 Conhecendo as medidas das diagonais, é possível calcular a área da
pirâmide de base quadrada (A), utilizando a fórmula:

 Voltando à fórmula para cálculo da HV, e substituindo A pela fórmula


acima, temos:

 Na fórmula anterior, a força deve ser expressa em quilograma-força (kgf)

e o “d” corresponde à diagonal média, ou seja:

 e deve ser expresso em milímetro (mm). Se a máquina der o resultado em

mícron (m), esse valor deve ser convertido em milímetro.


Representação do Resultado do Ensaio
de Dureza Vickers
 O valor de dureza é representado pelo símbolo HV e de um número

que indica o valor da carga aplicada.

Exemplo: A representação 440 HV 30 indica que o valor da dureza


Vickers é 440 e que a carga aplicada foi de 30 kgf.

 O tempo normal de aplicação da carga varia de 10 a 15 segundos.

Quando a duração da aplicação da carga é diferente, indica-se o tempo


de aplicação após a carga.

Exemplo: na representação 440 HV 30/20, o último número indica que


a carga foi aplicada por 20 segundos.
Cargas Usadas no Ensaio de Dureza
Vickers
 Ao contrário do que ocorre no Brinell, as cargas podem ser de qualquer

valor, pois as impressões são sempre proporcionais à carga, para um mesmo


material. Deste modo, o valor de dureza será o mesmo, independentemente
da carga utilizada.

 Por uma questão de padronização, as cargas recomendadas são: 1, 2, 3, 4,


5, 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120 kgf.

 Para cargas muito altas (acima de 120 kgf), em vez do penetrador de


pirâmide de diamante pode-se também usar esferas de aço temperado de 1
ou 2 mm de diâmetro na mesma máquina. Neste caso, o ensaio feito na
máquina Vickers é o ensaio de dureza Brinell.
Ensaio de Dureza Vickers
Ensaio de Dureza Vickers – Defeitos de
Impressão
 Uma impressão perfeita deve apresentar os lados retos. Entretanto,
podem ocorrer defeitos de impressão, devidos ao afundamento ou à
aderência do metal em volta das faces do penetrador.

 Embora as medidas das diagonais sejam iguais, as áreas de impressão

são diferentes.
Ensaio de Dureza Vickers – Defeitos de
Impressão
 Como o cálculo do valor de dureza Vickers utiliza a medida da média de
duas diagonais, esses erros afetam o resultado da dureza: teremos um
valor de dureza maior do que o real nos casos de afundamento e um
valor de dureza menor do que o real, nos casos de aderência.

 É possível corrigir esses defeitos alterando-se o valor da carga do


ensaio para mais ou para menos, dependendo do material e do tipo de
defeito apresentado.
Ensaio de Dureza Vickers – Vantagens e
Limitações

 O ensaio Vickers fornece uma escala contínua de dureza, medindo


todas as gamas de valores de dureza numa única escala.

 As impressões são extremamente pequenas e, na maioria dos casos,


não inutilizam as peças, mesmo as acabadas.

 O penetrador, por ser de diamante, é praticamente indeformável.


Ensaio de Dureza Vickers – Vantagens e
Limitações
 Este ensaio aplica-se a materiais de qualquer espessura, e pode
também ser usado para medir durezas superficiais.

 Devem-se tomar cuidados especiais para evitar erros de medida ou de


aplicação de carga, que alteram muito os valores reais de dureza.

 A máquina de dureza Vickers requer aferição constante, pois qualquer


erro na velocidade de aplicação da carga traz grandes diferenças nos
valores de dureza.
Ensaio de Dureza Vickers – Vantagens e
Limitações
Microdureza
Microdureza
Microdureza Vickers
Na microdureza Vickers utiliza-se o mesmo penetrador que o utilizado na
macropenetração, e o valor de dureza é dado pela mesma equação.
Microdureza Knoop
Microdureza
Microdureza
Microdureza
Microdureza
Microdureza
Microdureza
Microdureza
Dureza Rockwell

Conceito:

O ensaio Rockwell (nome do criador) é hoje o processo mais utilizado no


mundo inteiro. Motivos: rapidez e facilidade de execução, isenção de erros
humanos, facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e
pequeno tamanho de impressão.

Utiliza a profundidade da impressão causada por um penetrador sob a ação


de uma carga para medir a dureza. Aqui não existe relação (preocupação
com a área da impressão).
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Descrição
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Escalas
Dureza Rockwell
Escalas
Dureza Rockwell
Escalas
Dureza Rockwell
Escalas
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell

Vantagens do Método Rockwell:


•As superfícies não necessitam de polimento;
•Pequenas irregularidades são eliminadas pela pré-
carga;
•Não necessita de sistema óptico;
•Equipamento mais simples.
Desvantagens:
•Escala C só para aços temperados;
•Necessidade de usar muitas escalas e penetradores
diferentes para abranger toda a gama de materiais
possíveis.
Dureza Rockwell

N = 100 (diamante) e 130 (aço)


s = 0,002 mm
Dureza Rockwell
Dureza Rockwell
Ensaios de dureza

Há também ensaios de dureza por aplicação de carga dinâmica...


Comparação dureza

Valores apenas aproximados. Observe que a


maioria das escalas são limitadas.
Ensaios de dureza

Há também ensaios de dureza por aplicação de carga


dinâmica...
Ensaio de Dureza Por Rebote

Definição: É uma medida da capacidade que o material


apresenta em absorver a energia cinética de um corpo que se
choca com a sua superfície.

Domínio de aplicação:

• Cobre toda a gama de dureza dos metais;


• Útil para medições em estaleiro.
Ensaio de Dureza Por Rebote
 é um ensaio dinâmico cuja impressão do material é causada pela

queda livre de um êmbolo com uma ponta padronizada de diamante.


Ensaio de Dureza Por Rebote
 em ensaios de dureza dinâmica, o valor da dureza é proporcional à
energia de deformação consumida para formar a marca no corpo-de-
prova e representada pela altura alcançada no rebote do êmbolo.

 Materiais dúcteis consumirão mais energia na deformação, e o


êmbolo alcançará uma altura menor no retorno, indicando,
consequentemente, uma dureza mais baixa.
Ensaio de Dureza Shore (ASTM E-448) -
Detalhes
 barra de aço de peso 2,5 N (0,250 kgf), com uma ponta arredondada de
diamante colocada dentro de um tubo de vidro com uma escala graduada de
0 a 140.

 esta barra é liberada de uma altura-padrão (256 mm), e a altura do rebote,


após o choque com a superfície do material, é considerada a dureza do
material.

 o equipamento de dureza Shore é leve e portátil, sendo adequado para


medidas de peças grandes como por exemplo cilindro de laminador, trens de
pouso de avião e ensaios em campo.
Ensaio de Dureza Shore - Detalhes

 usado também para medições em peças acabadas;

 apto também para medidas em altas temperaturas;

 alguns estudos correlacionam


valores de dureza Shore com o
limite de resistência à tração de
aços-carbono
Ensaio de Dureza Shore - Limitações

1. Deve ser executado com o tubo perfeitamente vertical;

2. Muito sensível ao acabamento superficial;

3. Medições em peças pouco espessas são sensíveis ao tipo de apoio;

4. Peças pouco espessas ou de baixa rigidez podem entrar em


vibração com o impacto.

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