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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA

ENSAIO DE DUREZA BRINELL E VICKERS

LUCAS FELIPE NASCIMENTO DE FREITAS 221324992


JOÃO VITOR DE LIMA CAMARGO 201322188
UNESP Guaratinguetá, Departamento de Materiais e Tecnologia.
Turma 322L

e-mail: lucas.fn.freitas@unesp.br
jvl.camargo@unesp.br

Resumo: Neste ensaio realizado em laboratório foi feito o teste de dureza Brinell e Vickers em
diversas amostras de materiais metálicos, assim como: aços, alumínios e latão. O ensaio Brinell
consiste na deformação de um corpo de prova por meio de um penetrador esférico de aço
temperado (neste ensaio de diâmetro de 2,5 mm), enquanto o ensaio Vickers possui o mesmo
conceito, com a única diferença sendo o formato e material do penetrador: de diamante em
formato de pirâmide com base quadrada. As amostras de aço possuíam diferentes formas de
tratamentos térmicos e/ou teor de carbono sendo que algumas possui um tratamento
desconhecido por terem sido recebidas sem especificação, e as de alumínio possuíam diferentes
elementos de liga, para que pudéssemos melhor analisar o procedimento e sua eficácia. O
método Vickers é mais preciso do que o Brinell devido à impressão deixada no material, e mais
versátil por poder medir a dureza de materiais mais duros.

Palavras-chave: Dureza Brinell, Dureza Vickers, Teste de dureza;

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

A dureza é uma propriedade mecânica que consiste em uma medida de resistência de


um material a uma deformação plástica localizada por meio de uma pequena impressão ou risco
na peça de amostra ou corpo de prova.
Técnicas para determinação da dureza foram desenvolvidas ao longo dos anos, nas
quais um pequeno penetrador é forçado contra a superfície de um material a ser testado, sob
pressões controladas de carga afim de identificar a capacidade de resistência do material. A
profundidade ou tamanho da impressão é medida e relacionada a um número de índice de
dureza. Quanto maior a impressão, mais mole é o material e menor é o valor de dureza.
Neste experimento serão discutidos os resultados obtidos através do ensaio de dureza
Brinell e Vickers observando a correlação existente entre os métodos, especificada em tabelas
encontradas na literatura, além de avaliar e comparar os valores de limites de resistência de
diferentes materiais.

2. OBJETIVO

Este experimento visa comparar os valores de dureza para cada amostra com a
utilização dos métodos Brinell e Vickers vistos nos laboratórios, além de familiarizar os alunos
com o equipamento para ensaios de dureza.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Dureza Brinell

Para este ensaio foi utilizado um penetrador esférico de aço temperado com diâmetro de
2,5mm. O tempo de aplicação da carga adotado foi de 10s. O valor da carga aplicada foi
selecionado de acordo com o material de cada amostra, conforme tabela abaixo:

Tabela 3.1 – Valor da carga aplicada de acordo com material da amostra (Dureza Brinell).

MATERIAL CARGA APLICADA (kgf)


Aço 1060 187,5
Aço 1045 187,5
Aço 1020 187,5
Aço 1045 recozido 62,5
Aço 1020 recozido 62,5
Alumínio 7050 62,5
Alumínio 2024 62,5
Alumínio 356 31,25
Alumínio comercial 31,25
Latão 31,25

Para realização do ensaio as amostras devem estar previamente lixadas ou até mesmo
polidas. O equipamento utilizado é uma máquina para ensaios de dureza universal modelo
Wolpert, ajustado na escala de precisão 0,01mm.
Após aplicação da carga e o tempo transcorrido, deve-se fazer duas medições do
diâmetro da impressão, uma a 90° da outra e calcular a média das duas.

Figura 3.1 Durômetro para medidas de Dureza Brinell e Vickers.


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Após o cálculo do diâmetro médio da impressão, deve-se usar a fórmula abaixo para calcular o
valor da Dureza Brinell.

(1)
Onde:
• HB é o valor da dureza Brinnel
• F é a carga aplicada pelo penetrador
• D é o diâmetro da esfera do penetrador
• Definida em N/mm2 ou Kgf/mm2
• d é a média entre as medidas de diâmetro d 1 e d2 da marca impressa no material
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3.2 Dureza Vickers

Neste ensaio o procedimento é semelhante ao de Dureza Brinell, porém só existe um


tipo de penetrador, de diamante, com formato de pirâmide de base quadrada e ângulo de 136°
entre as faces opostas. A impressão causada é menor comparada no ensaio Brinell. O tempo de
aplicação utilizado foi de 10s e a força da carga foi de acordo com o tipo de material, conforme
tabela abaixo.

Tabela 3.2 – Valor da carga aplicada de acordo com material da amostra (Dureza Vickers).

MATERIAL CARGA APLICADA (kgf)


Aço 1060 40
Aço 1045 40
Aço 1020 40
Aço 1045 recozido 20
Aço 1020 recozido 20
Alumínio 7050 20
Alumínio 2024 20
Alumínio 356 10
Alumínio comercial 10
Latão 10

O equipamento utilizado foi o mesmo anterior, máquina para ensaios de dureza universal
modelo Wolpert. A impressão deixada é um quadrado, e assim deve-se medir as suas diagonais.
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Após medidas as diagonais, deve-se tirar à média dos dois valores e utilizar a equação abaixo.

Onde:
• HV é o valor da dureza Vickers
• F é a carga aplicada pelo penetrador
• L é a média entre as medidas das diagonais d e d da marca impressa no material
1 2

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tabela 4.1 – Resultados dos ensaios de Dureza Brinell e Vickers.

DUREZA BRINELL DUREZA VICKERS


MATERIAL CARGA CARGA
MEDIDAS MÉDIA MEDIDAS MÉDIA
(kgf) (kgf)
Aço 1060 187,5 234 229 231,5 40 280 250 265
Aço 1045 187,5 187 187 187 40 206 217 211,5
Aço 1020 187,5 167 177 172 40 179 181 180
Aço 1045
62,5 169 159 164 20 183 168 175,5
recozido
Aço 1020
62,5 128 124 126 20 130 132 131
recozido
Alumínio 7050 62,5 179 169 174 20 172 179 175,5
Alumínio 2024 62,5 159 155 157 20 175 164 169,5
Alumínio 356 31,25 79,6 69,1 74,35 10 77,2 74,2 75,7
Alumínio
31,25 65,5 69,1 67,3 10 74,2 74,2 74,2
comercial
Latão 31,25 89,7 98,6 94,15 10 110,3 110,3 110,3

As durezas obtidas dos aços estão no valor esperado, sendo que aços com maior teor
de carbono possuem maior dureza e nos recozidos, houve uma diminuição da dureza, porém
existe uma diferença entre os resultados dos aços 1060 e 1045, já que o aço de maior teor de
carbono deveria ser o mais duro. Como não foi informado o processo de fabricação desses
materiais sugere-se que o aço 1060 tenha recebido um tratamento diferenciado, como por
exemplo um processo de recozimento, o que levou a um resultado de dureza menor que o
esperado.
Os valores divergentes podem se referir à visualização imprecisa na tela do microscópio
do durômetro por parte dos leitores, ou até mesmo, e o mais provável, pela qualidade dos
materiais recebidos, já que a literatura fornece uma estimativa dos valores das propriedades
mecânicas, mas como visto, elas podem se alterar por diferenças na composição, impurezas e
no tratamento térmico.
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5. CONCLUSÃO

É notável que cada material reage de uma maneira ao ensaio de dureza, dependendo de
sua composição ou do tratamento térmico ao qual foi submetido. Um exemplo bem claro são os
aços com diferentes teores de carbono, quanto maior o teor de carbono, maior é a sua dureza.
Pode-se concluir que as composições dos materiais assim como o seu histórico de
processamento influem diretamente nas suas propriedades específicas, observando a variação
dos valores da propriedade mecânica medida neste experimento em função destas variáveis.
Assim, ambos os fatores são geralmente controlados a fim de acarretar mudanças previstas no
material. Os ensaios de dureza Brinell e Vickers estão na mediação de propriedades de dureza,
sendo que o Brinell apresenta limitações quanto a gama de valores a serem medidos, enquanto
o Vickers é mais preciso por fornecer uma casa decimal já na medição.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALLISTER W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 5 ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2002.

COSTA, H. N. Diversos conceitos sobre ensaios de dureza. Disponível em:


<http://www.moldesinjecaoplasticos.com.br/dureza.asp>. Acessado em: 30/03/2017.

SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. 3.ed. São Paulo: Editora Edgard
Blücher LTDA, 1977.

UTP. Dureza Vickers. Disponível em:


<http://www.utp.edu.co/~gcalle/Contenidos/DurezaHV.htm>. Acessado em: 30/03/2017.

ALVES, C.S; ALBA, M.J. Ensaios de dureza. Maringá. 2013. Anais eletrônico. Maringá: UEM,
2013 Disponível em <http://www.dem.uem.br/cleber/wp-content/uploads/2013/06/Ensaio-de-
dureza.pdf>. Acessado em 30/03/2017

ABAL. Fundamentos e aplicações do alumínio. Disponível em:


<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM343/09_1fundamentos-
Alum%EDnio.pdf> Acessado em: 30/3/2017

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