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ENSAIO DE IMPACTO
PONTA GROSSA
2019
LEONARDO BESSA BARROS FERREIRA
LETÍCIA DE SOUZA JUST
SARA SCEPANIK
WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR
ENSAIO DE IMPACTO
PONTA GROSSA
2019
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Dependência da temperatura na transição dúctil-frágil ............................... 5
Figura 2 - Equipamento para o Ensaio de Impacto Charpy ......................................... 6
Figura 3 - Dimensões do corpo de prova para ensaio de impacto charpy .................. 8
Figura 4 - Máquina de ensaio de impacto charpy da marca Heckert ........................ 10
Figura 5 - Superfícies de fratura do alumínio testado a (A) -80,2°C, (B) -19,7°C, (C)
4,6°C e (D) 41,6°C .................................................................................................... 11
Figura 6 - Energia absorvida em função da temperatura de ensaio para o Alumínio 13
Figura 7 - Superfícies de fratura do aço SAE 1045 testado em (A) -30°C, (B) 35,4°C,
(C) 60°C e (D) 140°C ................................................................................................ 14
Figura 8 - Energia absorvida em função da temperatura de ensaio para o aço SAE
1045 .......................................................................................................................... 15
Figura 9 - Superfícies de fratura do aço SAE 1045 ensaiadas em (A) -30°C, (B) 17,2°C,
(C) 35,4°C, (D) 60°C e (E) 83,5°C ............................................................................. 17
Figura 10 - Energia absorvida em função da temperatura de ensaio para o aço SAE
1020 .......................................................................................................................... 18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Temperatura dos corpos de prova para o alumínio, aços SAE 1020 e 1045
.................................................................................................................................... 9
Tabela 2 - Dados obtidos de energia absorvida em diferentes temperaturas para o
alumínio ..................................................................................................................... 12
Tabela 3 - Dados obtidos de energia absorvida em diferentes temperaturas para o aço
SAE 1045 .................................................................................................................. 15
Tabela 4 - Dados obtidos de energia absorvida em diferentes temperaturas para o aço
SAE 1020 .................................................................................................................. 17
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 7
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 8
3.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 8
3.2 MÉTODOS ....................................................................................................... 8
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 11
4.1 ALUMÍNIO ...................................................................................................... 11
4.2 AÇO SAE 1045 ............................................................................................... 13
4.3 AÇO SAE 1020 ............................................................................................... 16
5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 20
5
1 INTRODUÇÃO
1.1 TRANSIÇÃO DÚCTIL-FRÁGIL
Um importante tópico a ser abordado para a correta seleção de uso dos
materiais metálicos é a transição dúctil-frágil. No caso de uma fratura dúctil, ocorre a
movimentação de discordâncias de forma que o material apresenta uma elevada
deformação plástica antes da quebra de ligações. Já em uma fratura frágil, não há
atuação pronunciada desses mecanismos de deformação antes da fratura, sendo que
essa ocorre pela ruptura de ligações. (1)
Contudo, a temperatura é um fator que pode alterar o tipo de fratura, sendo
possível o material apresentar fratura frágil em baixas temperaturas e fratura dúctil em
temperaturas elevadas. Considerando um aço ferrítico CCC, em baixas temperaturas,
ou seja, em baixos níveis de energia, essa energia é destinada para a fratura em si,
não sendo fornecida para a geração de defeitos que resultam na deformação plástica,
sendo assim, a fratura é frágil. (1)
Já quando se tem altos níveis energéticos, essa energia possibilita a
deformação plástica anterior à fratura, com a geração de defeitos. Essa transição é
exemplificada pelo gráfico qualitativo da figura 1, que relaciona a energia absorvida e
a temperatura. (1)
Fonte: (1).
Fonte: (1).
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2 OBJETIVOS
Verificar a presença de transição dúctil-frágil no alumínio e nos aços SAE
1020 e 1045.
8
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Os materiais utilizados para a análise da transição dúctil-frágil foram o alumínio,
o aço SAE 1045 e o aço SAE 1020 . Estes estavam previamente preparados, onde a
análise das dimensões dos corpos de provas foram conferidas com o
paquímetro.
Para a realização da redução da temperatura dos corpos de prova utilizou-se
uma solução de nitrogênio líquido (NL2) e álcool anidro, e para a homogeneização da
temperatura utilizou-se uma pinça. No caso do aquecimento dos corpos de prova,
utilizou-se água aquecida através de uma chapa de aquecimento. Para conferir a
temperatura da solução, utilizou-se um termopar.
A máquina de ensaio de impacto charpy utilizada é a máquina de impacto
Heckert.
3.2 MÉTODOS
Os corpos de prova de alumínio e aço SAE 1045 já estavam selecionadas e
prontas para uso em formas de barras retangulares. As dimensões dos corpos de
prova devem seguir a norma ASTM E23, ela indica que os corpos de prova devem
apresentar 75mm±1,5 de comprimento (L), 10mm±0,13 de largura (W) e altura (T),
como ilustra a figura 3.
Fonte: (2).
Tabela 1 - Temperatura dos corpos de prova para o alumínio, aços SAE 1020 e 1045.
Temperatura (°C)
-30 -80,0
Ambiente -40,0
30 -30,0
60 -20,0
80 -15,0
- 0,0
- 5,0
- Ambiente
- 30,0
- 40,0
- 60,0
- 80,0
- 100,0
- 150,0
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente foi realizada a medida das dimensões de todos os corpos de
prova e, a partir disso, verificou-se que os corpos de prova (aço SAE 1045 e alumínio)
apresentam uma média de 53,8 mm de comprimento, 9,30 mm de largura (W) e 8,96
mm de altura (T), assim verificou-se a existência de desvios com relação às medidas
estabelecidas pela norma ASTM E23, o que pode ter afetado nos valores de energia
absorvida obtidos por meio do ensaio de impacto.
4.1 ALUMÍNIO
Em todas as amostras de alumínio testadas nas diferentes temperaturas foi
observado que a fratura ocorreu de maneira dúctil, portanto, houve deformação
plástica antes da ruptura em todos os casos. A figura 5 apresenta exemplos de
superfícies de fraturas obtidas para as amostras de alumínio, sendo que em A o ensaio
foi feito na temperatura -80,2°C, B foi realizado em -19,7°C, em C a amostra estava
com 4,6°C no momento do ensaio e em D a temperatura era de 41,6°C.
Figura 5 - Superfícies de fratura do alumínio testado a (A) -80,2°C, (B) -19,7°C, (C) 4,6°C e (D)
41,6°C.
Fonte: Os autores.
12
Fonte: Os autores
13
Fonte: Os autores.
Figura 7 - Superfícies de fratura do aço SAE 1045 testado em (A) -30°C, (B) 35,4°C, (C) 60°C e (D)
140°C.
Fonte: Os autores.
Tabela 3 - Dados obtidos de energia absorvida em diferentes temperaturas para o aço SAE 1045.
Temperatura (°C) Energia Absorvida (J) Tipo de fratura observada
Fonte: Os autores
Figura 8 - Energia absorvida em função da temperatura de ensaio para o aço SAE 1045.
Fonte: Os autores.
16
Diferentemente do que foi observado no alumínio (figura 6), nota-se pela figura
8 que o aço SAE 1045 apresenta de fato uma transição dúctil-frágil, que é
caracterizada por baixos valores de energia absorvida em baixas temperaturas,
indicando fratura do tipo frágil, e valores elevados de energia em temperaturas mais
altas, indicando fratura dúctil, sendo que, a temperatura de transição dúctil-frágil é
intermediária à essas duas regiões da curva.
Os aços ferríticos, como é o caso do aço SAE 1045, possuem estrutura do tipo
cúbica de corpo centrado (CCC) na faixa de temperatura analisada. Esse tipo de
estrutura não possui planos de máxima densidade atômica, por isso, os deslizamentos
ocorrem preferencialmente nos planos de maior densidade atômica possível, que são
os planos {0 0 1}. (1)
Apesar de formar uma grande quantidade de sistemas de deslizamento com as
direções < 1 1 1>, estes são menos eficientes que os sistemas atuantes em uma
estrutura CFC, pois os vales interatômicos nos planos {0 0 1} são mais profundos, o
que dificulta o escorregamento, fazendo com que o material apresente um
comportamento frágil em baixas temperaturas.
Em temperaturas mais elevadas os sistemas de deslizamento da estrutura se
tornam mais atuantes, fazendo com que ocorra deformação plástica antes da fratura,
proporcionando a fratura do tipo dúctil.
Figura 9 - Superfícies de fratura do aço SAE 1045 ensaiadas em (A) -30°C, (B) 17,2°C, (C) 35,4°C,
(D) 60°C e (E) 83,5°C.
Fonte: Os autores.
Tabela 4 - Dados obtidos de energia absorvida em diferentes temperaturas para o aço SAE 1020.
Temperatura (°C) Energia Absorvida (J) Tipo de fratura observada
-30 29 frágil
17,2 64 dúctil/frágil
60 204 dúctil
Fonte: Os autores.
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Figura 10 - Energia absorvida em função da temperatura de ensaio para o aço SAE 1020.
Fonte: Os autores.
É possível notar que, assim como o aço SAE 1045 (figura 8), o aço SAE 1020
apresenta transição dúctil frágil. Isso ocorre devido ao fato de esse aço possuir a
estrutura do tipo cúbica de corpo centrado (CCC), conforme analisado anteriormente
para o aço SAE 1045.
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5 CONCLUSÃO
A partir da realização do ensaio de impacto do tipo Charpy em diferentes
temperaturas nos corpos de prova de alumínio, foi possível observar que não ocorre
uma variação tão grande na quantidade de energia absorvida no impacto com a
variação da temperatura, portanto, esse material não possui transição dúctil-frágil.
Isso se deve, principalmente, ao fato desse material possuir estrutura do tipo CFC,
que permite maiores deformações plásticas, gerando fraturas do tipo dúctil.
Verificou-se que para o aço SAE 1045 e 1020 existe a transição dúctil-frágil, e
este fato está relacionado, principalmente, com a estrutura CCC destes dois metais.
Foi observado, também, que o aço SAE 1020 apresentou valores de energia absorvida
maiores do que o aço SAE 1045, isso se deve ao fato de o aço SAE 1020 possuir
menor teor de carbono em sua composição, fazendo com que este material possua
maior ductilidade, aumentando a quantidade de energia absorvida no impacto.
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REFERÊNCIAS
1 MEYERS, M. A.; CHAWLA, K. K. Mechanical Behavior of Materials. 2ª Ed.
New York: Cambridge University Press, 2009.
2 ASTM E23-18. Standard Test Methods for Notched Bar Impact Testing of
Metallic Materials. West Conshohocken: ASTM International, 2018.
3 PADILHA, A. F. Materiais de Engenharia: microestrutura e propriedades.
São Paulo: HEMUS, 2000.
4 CALLISTER Jr., W. D. Materials Science and Engineering: An Introduction.
9ª Ed. New York: John Wiley & Sons, 2012.
5 ASM Handbook. Metallography and Microstructures. V. 9. ASM International
Handbook Committee: USA, 1992.