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ESTA004-17 – Circuitos Elétricos II Experimento 3

Experimento 3: Filtros Ativos


1. Objetivo: Determinação experimental das características de filtros ativos.
2. Introdução
2.1. Filtro Butterworth passa-baixas
A resposta aproximada do filtro Butterworth PB é dada por:
K PB
H ( j )  (1)
2n
 
1   
 c 
sendo: KPB: ganho do filtro PB quando a frequência é nula;
c = 2fc : frequência de corte;
n = 1, 2, 3, ...: ordem do filtro.

Fazendo-se  >> c na equação (1), pode-se utilizar a seguinte expressão aproximada:


n

H ( j )  K PB   (2)
 c 
que, em decibéis, fica:

H ( j ) (dB)  20 log K PB  20n log  (3)
 c 
Da equação (3) conclui-se que a taxa de atenuação (TA), em decibéis, do filtro Butterworth,
em relação ao ganho máximo, é dada por:

TA(dB)  20n log  (4)
 c 
Exemplo: KPB = 1,0 e fc = 5 kHz.

Figura 1: Resposta do filtro Butterworth PB de ordem 2, 4, 6,e 8


1

0.9

0.8

0.7
n=2
0.6
|H(jw)|

0.5
n=4
0.4
n=6
0.3
n=8
0.2

0.1

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
freqüência [kHz]
1
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2.2. Filtro Butterworth passa-altas


A resposta aproximada do filtro Butterworth PA é dada por:
K PA
H ( j )  (5)
 
2n

1  c 
 
sendo: KPA = ganho do filtro PA quando a frequência é muito alta (f → ∞);
Exemplo: KPA = 1,0 e fc = 10 kHz.

Figura 2: Resposta do filtro Butterworth PA de ordem 2, 4, 6,e 8


1

0.9

0.8

0.7
n=2
0.6
n=4
|H(jw)|

0.5
n=6
0.4
n=8
0.3

0.2

0.1

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
freqüência [kHz]

3. Filtros Ativos
Seja o circuito mostrado esquematicamente na Figura 3. Considerando-se o amplificador
operacional (Amp Op) ideal (AVol = ∞) e aplicando-se a LKC aos nós A e B, chega-se a:

Vˆo YY
H ( j )   1 3
(6)
5 1 3  Y4   Y3Y4
ˆ
Vi Y Y  Y2  Y

Figura 3- Circuito genérico com Amp Op ideal com realimentação múltipla

Y4 Y5
Y1 Y3
A

B
AVol
Vi Y2
+ Vo

2
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No caso de um filtro ativo passa-baixas de 1ª ordem, o circuito com Amp-Op reduz-se


àquele mostrado esquematicamente na Figura 4.

Figura 4- Filtro passa-baixas de 1ª ordem


R2

R1 C

358
Vi + Vo

O circuito da Figura 4 é um caso particular daquele da Figura 3, com:

1 1 1 1
Y1   ; Y2    0;
Z1 R1 Z2 

1 1 1 1
Y3   ; Y4   e
Z3 0 Z 4 R2

1 1 j
Y5     jC .
Z 5  jX C 1
C

Substituindo-se as admitâncias anteriores na equação (6), chega-se a:

R2

R1
H ( j ) 
1  jR2 C

Cujo módulo é dado por:


R2
R1
H ( j )  (7)
1  R2 C 
2

e a defasagem é dada por:

H ( j )  180o  arctg  R2C  (8)

Na equação (7), quando a frequência é nula ( = 0), tem-se o ganho máximo, ou seja:
R2
H ( j ) máx  H (0)  com fase de 180o
R1

Quando a frequência aumenta, o ganho tende a zero e a fase tende a 90o.


A frequência de corte pode ser obtida como a frequência na qual:

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H ( j ) máx 1
H ( jc )   c 
2 R2C

Os resultados anteriores confirmam o filtro como um Butterworth passa-baixas de 1ª ordem.


No caso de um filtro ativo passa-altas de 1ª ordem, o circuito da Figura 3 passa a ser aquele
mostrado esquematicamente na Figura 5.

Figura 5- Filtro passa-altas de 1ª ordem


R2
R1 C

358
Vi + Vo

O circuito da Figura 5 é um caso particular daquele da Figura 3, com:

1 1 1 1
Y1   ; Y2    0;
Z1 R1 Z2 

1 1 j 1 1
Y3     jC ; Y4   0 e
Z 3  jX C 1 Z4 
C

1 1
Y5   .
Z 5 R2

Substituindo-se as admitâncias anteriores na equação (6), chega-se a:

R2

R1
H ( j ) 
j
1
R1C
Cujo módulo é dado por:
R2
R1
H ( j )  (9)
2
 1 
1   
 R1C 
e a defasagem é dada por:

H ( j)  180o  arctg  1/  R1C  (10)

Na equação (9), quando a frequência aumenta muito (  ∞), tem-se o ganho máximo, ou
seja:

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R2
H ( j ) máx  H (  )  com fase de 180o
R1

Quando a frequência é nula o ganho tende a zero e a fase a -90o. A frequência de corte pode
ser determinada como a frequência na qual:

H ( j ) máx 1
H ( jc )   c 
2 R1C

Os resultados anteriores confirmam o filtro como um Butterworth passa-altas de 1ª ordem.

4. Parte Prática
4.1. Filtro passa-baixas (1ª ordem)
4.1.1. Inicialmente, meça os componentes que serão utilizados para montar os circuitos das Figuras
6 e 7:
R1 = 10 k; R2 = 100 k; C = 1 nF; C=10nF.
Na montagem dos circuitos, utilize o Amp Op LM 358, alimentado com VCC =  10 V, observando
com cuidado a conexão de cada pino do circuito integrado, conforme descrito no item 8, e indicado
na Figura 6.

Figura 6- Filtro passa-baixas de 1ª ordem

R2R
=100k
2
+VCC 

R1
R1=10k
C =1nF
2
– 8 +VCC
1
358
Vi 3 -VCC
+ 4 Vo

-VCC

4.1.2. Após montar o circuito da Figura 6, determine o ganho máximo de tensão do filtro passa-
baixas, ajustando o gerador de sinais com sinal senoidal de 100Hz e 500mVpp.
4.1.3. Calcule o valor do ganho na frequência de corte e faça uma varredura manual da frequência
do sinal senoidal de entrada, até identificar a condição de corte no sinal de saída do filtro.

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4.1.4. Faça as medidas necessárias para preencher a Tabela 1, de forma a obter a resposta em
frequência do filtro passa-baixas em módulo e fase. A faixa de frequências deve variar de 0,1 fc até
10 fc. Escolha com cuidado os intervalos para coleta dos dados, de forma a obter as curvas da
resposta em frequência (Módulo e Defasagem) com boa precisão.
Tabela 1- Curvas da Resposta em Frequência do Filtro passa-baixas

Vipp = 500mV Ganho Defasagem [graus]


frequência [Hz] Vopp [V] Vopp/Vipp 20log(Vopp/Vipp) [dB]  Vopp - Vipp

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4.1.5. Trace as curvas de resposta em frequência (Módulo e Defasagem) utilizando escala


logarítmica no eixo x. Identifique nessas curvas a frequência de corte, e verifique na curva de
Módulo, a declividade de 20dB/década, característica do filtro Butterworth de primeira ordem.

4.2. Filtro passa-altas (1ª ordem)


4.2.1. Utilizando o Amp Op LM 358, monte o circuito da Figura 7 com os mesmos resistores
anteriores, apenas alterando a posição e o valor do capacitor:
R1 = 10 k; R2 = 100 k; C = 10 nF e VCC =  10 V

Figura 7- Filtro passa-altas de 1ª ordem

+VCC R2
R2=100k
C= 
R1
R1=10k 10nF
C +VCC
2
– 8
1
358
Vi 3
+ 4 Vo
-VCC

-VCC

4.2.2. Com o sinal de entrada senoidal e amplitude igual a 500mVpp, faça uma varredura manual
de sua frequência, e obtenha o ganho máximo de tensão do filtro.
4.2.3. Calcule o valor do ganho na frequência de corte e varie a frequência do sinal senoidal de
entrada, até identificar a condição de corte no sinal de saída do filtro.
4.2.4. Faça as medidas necessárias para preencher a Tabela 2, de forma a obter a resposta em
frequência do filtro passa-altas em módulo e fase. A faixa de frequências deve variar de 0,1 fc até
10 fc. Escolha com cuidado os intervalos para coleta dos dados, de forma a obter as curvas da
resposta em frequência (Módulo e Defasagem) com boa precisão.
4.2.5. Trace as curvas de resposta em frequência (Módulo e Defasagem) utilizando escala
logarítmica no eixo x. Identifique nessas curvas a frequência de corte, e verifique na curva de
Módulo, a declividade de 20dB/década, característica do filtro Butterworth de primeira ordem.

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Tabela 2- Curvas da Resposta em Frequência do Filtro passa-altas

Vipp = 500mV Ganho Defasagem [graus]


frequência [Hz] Vopp [V] Vopp/Vipp 20log(Vopp/Vipp) [dB]  Vopp - Vipp

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5. Análise dos Resultados

5.1. A partir do circuito esquematizado na Figura 3 com amp-op ideal, deduza a equação (6),
explicitando as etapas de cálculo.

5.2. A partir do circuito esquematizado na Figura 4, e utilizando a equação (6), deduza as


expressões (7) e (8). Compare os resultados teóricos de ganho (módulo e fase) para  → 0;  = c e
 → ∞ com os resultados obtidos experimentalmente em 4.1.

5.3. A partir do circuito esquematizado na Figura 5, e utilizando a equação (6), deduza as


expressões (9) e (10). Compare os resultados teóricos de ganho (módulo e fase) para  →0;  = c
e  → ∞ com os resultados obtidos experimentalmente em 4.2.

6. Lista de Material

Descrição: Quantidade por grupo:


resistor 10 k, ¼ W, 5% 1
resistor 100 k, ¼ W, 5% 1
capacitor (cerâmico) 10 nF, 50 V 1
capacitor (cerâmico) 1 nF, 50 V 1
circuito integrado LM 358 1
fonte DC regulável, dois canais 1
gerador de sinais com cabo BNC-“jacaré” 1
osciloscópio com 2 pontas de prova 1
multímetro portátil com pontas de prova 1
matriz de contatos (protoboard) 1
cabo “banana-banana” 4
fios para ligação

7. Referências Bibliográficas

7.1. Pertence Jr., A., “Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos”, 6ª ed., Bookman, 2003.

7.2. Tobey, G. E., Graeme, J. G. & Huelsman, L. P., “Operational Amplifiers – Design and
Applications”, McGraw-Hill/Kogakusha, 1971.

7.3. “Datasheet LM158-LM258-LM358-LM158A-LM258A-LM358A”, STMicroelectronics,


july 2005, rev. 3, www.st.com.

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8. Informações adicionais:
8.1 Pinagem do circuito integrado LM 358

8.2. Frequência de corte (fc)

GV
GVmáx
GVmáx
 0,707 GVmáx
2

f [Hz]
fc = f-3dB

GV(dB)

Gvmáx(dB)
-3 dB

f [Hz]
fc = f-3dB
10

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