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INSTRUÇÃO DE TRABALHO

Titulo
Tratamento térmico realizado no aço-pistão

ENGENHARIA MECÂNICA
Disciplina: TRATAMENTO TÉRMICO DE LIGAS FERROSAS
Docente: CAMILA COELHO GUIMARÃES
Integrantes: Arthur Batista Ferreira e Pedro Henrique Criado de Andrade

1 INTRODUÇÃO

Quando surge a necessidade de controlar a estrutura de materiais metálicos, os


tratamentos térmicos são os mais eficientes e seguros. Ao determinar a composição
química do material, o tratamento térmico pode gerar em definitivo a estrutura e as
propriedades desejadas.

Os tratamentos térmicos são processos fundamentais na indústria metalúrgica para


modificar as propriedades das ligas metálicas. As ligas metálicas são combinações de
diferentes metais ou de um metal com outros elementos Através dos tratamentos térmicos,
é possível obter uma ampla gama de propriedades, como resistência, dureza, tenacidade
e ductilidade, adequando as ligas metálicas às necessidades específicas de cada
aplicação. Os tratamentos térmicos envolvem o aquecimento controlado das ligas metálicas
a temperaturas específicas, seguido por resfriamento adequado. Esses processos são
realizados em fornos industriais ou em atmosferas controladas, dependendo das
propriedades desejadas e da liga em questão.

O período em o material permanece dentro do forno é determinante para a fase de


austenitização. Recomenda-se 1h de exposição para cada 25 mm de seção do elemento.
Entretanto, períodos muitos elevados de permanência em temperaturas elevadas resulta
em granulações grosseiras resultando em uma fragilidade maior.

Existem diversos tipos de propriedades que se pode obter através de variados tipos
de tratamentos térmicos. O processo de têmpera confere ao material a formação de uma
estrutura martensítica de maior dureza. Quando seguida de revenimento, consegue
minimizar as tensões internas e dar ductilidade para o material. Há também, os tratamentos
de recozimento e normalização quando o objetivo é gera uma maior tenacidade, ductilidade
ou um refino e homogeneidade da microestrutura cristalina.

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No meio automotivo e industrial a utilização de amortecedores e atuadores de


pistões hidráulicos possuem uma gama de aplicações. Os aços de pistões para esses
elementos devem possuir características essenciais para cumprir os requisitos exigidos
para suas aplicações. De moto geral, esses materiais devem proporcionar uma boa
resistência mecânica para suportar cargas e tensões aplicadas durante o funcionamento
dos componentes onde estão inseridos (amortecedores e atuadores), incluindo resistência
a tração, fadiga e impacto. Primordialmente, nos amortecedores, é necessário que o aço
apresente comportamento tenaz. Ou seja, capacidade de absorver energia das cargas de
choque e impacto sem fraturar.

Ademais, A dureza é um fator imprescindível para essas aplicações, pois se têm a


necessidade de resistência à abrasão e aos desgastes que podem ocorrer devido ao
movimento e contato com outras superfícies.

2 METODOLOGIA

O aço que será realizado para esse estudo é um aço de um pistão de amortecedor
automotivo. Através de uma análise química da composição do material, por meio da
fluorescência por raios X, obteve valores de composição dos materiais descritos na tabela
1. Foram realizadas cinco coletas de dados seguindo das médias para a concentração de
cada elemento

Tabela 1 - Média da concentração dos elementos do aço pistão.

Fonte: autoria própria.


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Por assimilação da concentração dos elementos presentes e segundo a biblioteca


de registros do equipamento utilizado na análise, provavelmente se trata de um aço inox
martensítico de baixo teor de carbono classificado na norma Alemã (DIN) por X12Cr13. Na
padronização AISI/SAE que são as adotadas em território brasileiro, esse aço corresponde
ao aço inox 410. A tabela 2 traz a correspondência direta.

Tabela 2 - Equivalência do aço X12Cr13 para o padrão ABNT/AISI.

Fonte: (GERDAU, 2003)

O aço inox 410 é um aço carbono com revestimento de cromo que gera grande
resistência aos desgastes e corrosão. É um aço magnético com grande resistência
mecânica. É da família dos martensíticos e são assim chamados porque podem ser
temperados. O elemento de liga principal é o cromo com teor máximo em torno de 11,5%
e a concentração de carbono varia de 13% a 15%.

Aços inoxidáveis martensíticos podem ser submetidos a variados tipos de


tratamentos, tais como o de têmpera e revenido, tratamento para alívio das tensões e
recozimento. Quanto ao recozimento, pode ser pleno ou isotérmico.

O principal tratamento térmico para esses tipos de aços é a têmpera, empregada


para lhe proporcionar máxima dureza. Para esse caso, a temperatura de austenitização é
mais elevada que para o aço carbono comum, podendo superar até os 1000 °C. É
recomendável que se tenha um pré-aquecimento por volta dos 760° para minimizar os
riscos de empenamento, tendo em vista que aços inoxidáveis possuem condutividade
térmica menor que os aços carbono comuns.

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Como o aço inoxidável do pistão em estudo teoricamente já possui uma estrutura


martensítica, o objetivo do presente trabalho é executar um tratamento de recozimento
pleno com o intuito de restaurar as propriedades que aparentemente foram alteradas por
tratamento térmico de têmpera, homogeneizar a microestrutura e comparar as
propriedades do material por meio do ensaio de dureza e de tração. Para recozimentos
plenos em aços, não é aconselhável que sejam feitas em peças de grandes dimensões,
pois a velocidade de resfriamento no núcleo é baixa em relação a superfície. Resultando
em microestruturas diferentes.

O aquecimento desse material deve ser a temperatura mínima dentro da zona A3,
sendo o ideal que seja 50 °C acima da zona A3. Como o percentual de carbono é baixo, o
forno será aquecido a 900 °C para garantir a austenitização do material. Recomenda-se um
tempo de aquecimento de 1h para cada 25,4 mm da peça. Como o aço do pistão tem
diâmetro de 12,50 mm, o tempo de aquecimento para as dimensões da peça é por volta
dos 30 min. A estrutura nessa temperatura será formada por austenita e cementita.

Figura 1 - Diagrama com zonas de aquecimento para o tratamento de recozimento.

Fonte: (GERDAU, Tratamento térmico).

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Tabela 3 - Recozimento pleno de aços inoxidáveis martensíticos.

Fonte: (Chiaverini, 2003).


O resfriamento é lento e dentro do forno. A primeira etapa é resfriar o material dentro
do forno até uma temperatura aproximada de 50 °C com uma taxa de queda de temperatura
em torno dos 25°C/h. após atingir atingir a temperatura em torno de 677 °C, o resfriamento
pode prosseguir em forno ou ao ar livre.

Figura 2 - Diagrama TTT para aços inox martensíticos de 0,15% p C.

Fonte: (Chiaverini, 2003).

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A intensão é que a microestrutura final desse aço inox 410 seja formada de perlita
grosseira e ferrita proeutetóide. Se a taxa de resfriamento for de 25°C/h, para chegar na
temperatura de 677 °C o tempo será em torno de 8h. A figura 2 mostra as curvas TTT
representadas pelas linhas contínuas para um aço de mesmas concentrações, onde se
consegue observar pela linha vermelha que representa a taxa de resfriamento, que a
microestrutura de perlita grosseira já estará formada. Assim, a peça pode continuar o
resfriamento ao ar livre.

3 OBJETIVO

Realizar tratamento de recozimento pleno de um aço inox martensítico 410, para que
sua estrutura se converta de martensita para perlita grosseira para realizar ensaios
mecânicos e comparar suas propriedades.

4 MATERIAIS UTILIZADOS

Material / Equipamentos Quantidade


Amostras de aço inox SAE 410 2 unidades
Forno para tratamento térmico de aços 1 unidade
Pirômetro 2 unidades
Tenaz 2 unidades
Avental 2 unidades
Luva Térmica 2 pares
Óculos 2 unidades
Durômetro portátil digital 1 unidade
Máquina universal de ensaios 1 unidade

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ANEXO 1
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RESULTADO ESPERADO:
Aliviar as tensões internas dos materiais, aumentar a ductibilidade, baixar a dureza e formar uma nova microestrutura.
PROCEDIMENTO: COMO – PASSO A PASSO

1. Aquecer o forno até temperatura para austenitizar o material (900 ºC.)


2. Colocar as amostras no forno com o auxílio do tenaz, para aquecimento.
3. Aquecer por no mínimo 30 min.
4. Desligar o forno e deixar a amostra resfriar no seu interior.
5. Deixar a amostra resfriar até uma temperatura de 680°C dentro do forno.
6. Retirar a amostra para resfriar ao ar livre.
7. Medir a dureza da amostra recozida, quando estiver em temperatura ambiente.
8. Realizar ensaio de tração após a medição da dureza.
Recozimento Pleno
Obs: Utilizar vestimenta adequada (calça, camisa com manga e sapato fechado) e equipamento de proteção individual
(luva térmica, avental e óculos).

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5 RESULTADOS

6 REFERÊNCIAS

Chiaverini, V. (2003). Tratamentos térmicos das ligas metálicas. São Paulo: ABM.

GERDAU. (2003). Manual de aços. Fonte: Gerdau aços finos piratini:


https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariamecanica/maprotec/catalogo_acos_gerdau.pdf

GERDAU. (s.d.). Tratamento térmico. Fonte: edisciplinas.usp:


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3975596/mod_resource/content/3/Aula%20-%20Tratamentos%20T%C3%A9rmicos.pdf

Gilena. (2023). Aços inoxidáveis. Fonte: Gilena aços e metais: https://www.gilena.com.br/aco-inox-410.php

William D. Callister, J. (2008). Ciência e engenharia de materiais uma introdução. LTC.

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