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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Cursos: Química e Matemática

Relatório do Laboratório de Física 1


LEI DE HOOKE E ENERGIA
02/08/2023

Giovana Vieira de Medeiros RA: 801069


Giulia Lauren Bonin RA: 801226
Pedro Henrique Cardoso RA: 810913
Vivian Aparecida Zenardi RA: 800963

Prof. Dr. Fábio de Lima Leite

Sorocaba
2023
RESUMO

A Lei de Hooke descreve a relação entre a força aplicada sobre uma mola e a
deformação resultante em cima dessa mola. A lei afirma que a força aplicada em uma mola é
diretamente proporcional à quantidade de deformação que esta sofre, desde que essa
deformação não exceda o limite elástico do material da mola. A equação fundamental da Lei
de Hooke relaciona a força aplicada na mola, a constante da mola e a deformação da mola,
pois quando uma força é aplicada, a mola se estende ou comprime proporcionalmente à força
exercida sobre ela. Essa relação é linear e válida apenas para pequenas deformações, dentro
do limite elástico do material, como é descrito nesse experimento, utilizando molas
helicoidais uma mais suave e outra mais rígida.

Palavras-chave: mola, força, elongação


OBJETIVOS

O objetivo geral da presente prática é verificar experimentalmente a Lei de Hook em


molas helicoidais. Como objetivos específicos, é necessário construir gráficos e ajustes de
reta a partir dos dados coletados, além de comparar o trabalho realizado por uma força
variável atuante sobre uma mola e a energia potencial elástica.
4

SUMÁRIO

1. Introdução ……………………….….…………………………….....… 5
1.1 Lei de Hooke …………………………………………………………………….. 5
1.2 Energia Potencial Elástica ……………………….…….………………….………7
1.3 Trabalho realizado por uma força elástica ………………………………………...7
1.4 Desvio Padrão …………………………………………………………………….8
1.5 Força pela Segunda Lei de Newton ………………………………………………8
2. Descrição Experimental …………….……………………..….…......... 9
2.1 Arranjo Experimental…………………………………………………………......9
2.2.1 Procedimento Experimental ………………………………………………….. 10
2.2.1 Atividade I …………………………………………………………….…..….. 10
2.2.2 Atividade II ………………………………………………..……………….… 13
3. Resultados e Discussão …………………………………………….… 14
3.1 Força restauradora em função da elongação …………………………………… 16
3.2 Trabalho realizado W através da área sob o gráfico e variação de energia potencial
elástica (ΔEp) ………………………………………………………………………………..18
4. Conclusão ………………………………………………………….…. 20
5. Referências …………………………………………………...….….... 21
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1 - INTRODUÇÃO

Em muitas situações do cotidiano podemos nos deparar com objetos que exibem uma
propriedade física um tanto notável, como deformação sob a influência de uma força aplicada
e muitas vezes, logo em seguida quando essa força para de ser exercida, o objeto retorna à
sua forma original.

Esse fenômeno é principalmente visto em molas, objetos que possuem inúmeras


aplicações em áreas totalmente diferentes, como sistemas de suspensão em veículos, há mola
em canetas e lapiseiras, o arame de um caderno pode ser usado como uma mola, alguns
modelos de tênis possui molas como amortecedores, entre outros diversos objetos e
utilizações que uma mola possui.

A compreensão dessa interação entre força e deformação das molas é conhecida e


descrita pela Lei de Hooke, que estabelece uma relação fundamental entre a força aplicada e a
extensão ou compressão resultante. Neste relatório, exploraremos os princípios da Lei de
Hooke, e outros conceitos físicos envolvidos no movimento, tais como a Força, Energia
Potencial Elástica e Trabalho.

1.1 - Lei de Hooke

Quando um objeto é exposto a forças externas, ele pode experimentar mudanças em


seu tamanho, forma ou em ambos. Essas alterações são intrinsecamente relacionadas aos
arranjos atômicos e ao tipo de ligações presentes no material. Um exemplo emblemático
desse fenômeno ocorre com molas, que podem ser esticadas ou comprimidas mediante a
aplicação de forças externas (HEWITT, 2002).

Tomemos como exemplo uma mola que é mantida a um peso suspenso. A mola se
alonga como resposta a essa carga. Se um peso adicional é incorporado, a mola se estende
ainda mais, aumentando sua deformação. Entretanto, ao remover o peso, a mola recupera sua
extensão original, retornando ao estado inicial.

Nesse contexto, a mola é considerada elástica, dado que ela exibe a capacidade de
recuperar sua forma original após a aplicação e retirada de forças externas. Com isso, pôde
deduzir que essas deformações sofridas por objetos elásticos são diretamente proporcionais às
forças aplicadas sobre eles (HEWITT, 2002).
6

Figura 1- A distensão da mola é diretamente proporcional à força aplicada. Se o peso é dobrado, a mola se
distende duas vezes mais.

Fonte: HEWITT, 2002

Essa relação, descoberta no final do século XVII pelo cientista inglês Robert Hooke,
um contemporâneo de Isaac Newton, ficou conhecida como Lei de Hooke, representada pela
equação (1). (HALLIDAY, RESNICK, 1983) (YOUNG, FREEDMAN, 2008)

F = - k · Δx (1)

Em que F é a força, x é a deformação (extensão ou compressão) causada pela tensão


exercida no material e k é a constante elástica (ou constante de força), indicando a rigidez da
mola. Quanto maior o valor de k, mais rígida é a mola, isto é, maior é a força exercida pela
mola para um dado deslocamento. O sinal negativo na equação (1) indica que o sentido da
força restauradora (FR) é sempre oposto ao sentido do deslocamento da extremidade livre da
mola.

A força restauradora é a responsável por retornar o objeto elástico ao seu formato


original após ele ter sido deformado e isso ocorre devido a força intermolecular que mantém
átomos e moléculas unidos.

Entretanto, se um material elástico for esticado ou comprimido para além de um


determinado ponto, excedendo o limite de elasticidade, ele não será mais capaz de retornar à
sua forma original, ficando permanentemente deformado.

A distância além da qual se produzem deformações permanentes é chamada de limite


elástico e a Lei de Hooke se mantém válida somente enquanto a força aplicada não distender
ou comprimir o material além de seu limite elástico (HEWITT, 2002).
7

1.2 - Energia Potencial Elástica

A energia potencial elástica é um conceito fundamental na física que desempenha um


papel crucial na compreensão de como os materiais deformáveis, como molas e estruturas
elásticas, armazenam e liberam energias. Essa forma de energia é um resultado direto da
elasticidade dos materiais, onde a deformação ocorre reversivelmente e permite que a energia
seja mantida preservada e depois recuperada (HEWITT, 2002).

Quando um material elástico, como uma mola, é deformado de sua posição de


equilíbrio por uma força externa, ele acumula energia em sua estrutura interna. Essa energia é
mantida nas ligações entre átomos, que são esticadas ou comprimidas durante a deformação.
À medida que a deformação aumenta, a energia potencial elástica também aumenta, seguindo
uma relação quadrática com a deformação, como expressa na equação (2) (HALLIDAY,
RESNICK, 1983) (HEWITT, 2002) (TIPLER; MOSCA, 2009).

1 2
𝐸𝑝 = 2
𝑘 ·𝑥 (2)

O aspecto notável da energia potencial elástica é a sua capacidade de ser recuperada


quando a força externa é removida. Ao liberar a mola, a energia mantida é gradualmente
transformada de volta em energia cinética, gerada em um movimento oscilatório
característico que muitas vezes é observado em sistemas de molas.

A variação da energia potencial elástica, ΔEp, corresponde à diferença entre as


energias potenciais elásticas inicial e final. Podendo ser representada através da equação (3)
(HALLIDAY, RESNICK, 1983) (HEWITT, 2002) (TIPLER; MOSCA, 2009).

1 2 2
Δ𝐸𝑝 = 2
𝑘 (𝑥 final −𝑥 inicial ) (3)

1.3 - Trabalho realizado por uma força elástica

Quando aplicamos força em corpos elásticos, eles se deformam, passando a estocar


energia potencial elástica. Caso cesse a força, a energia potencial elástica será convertida em
energia cinética. Nesse caso, dizemos que houve realização de trabalho pela força elástica. O
trabalho realizado pela força elástica ao deslocar a mola é calculado como o produto da força
pela distância na direção do deslocamento, como visto na equação (4) (HALLIDAY,
RESNICK, 1983) (TIPLER; MOSCA, 2009) (NUSSENZVEIG, 2002).
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𝑥𝑓 2 2 (4)
𝑘𝑥𝑓 𝑘𝑥𝑖
𝑤 = ∫ 𝑘𝑥 𝑑𝑥 = 2
− 2
𝑥𝑖

Portanto, o trabalho realizado pela força elástica está diretamente relacionado à


variação na deformação da mola, representada pelo intervalo.

1.4 - Desvio Padrão

O desvio padrão pode ser determinado como uma medida de dispersão dos valores em
um conjunto de dados, ou seja, com ele é possível notar o quão distante os valores estão entre
si. O desvio padrão encontrado na análise de um conjunto de dados pode ser interpretado
como o erro ou incerteza desses valores. Seu valor pode ser encontrado através da equação
(5) (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).

(𝑥𝑖−𝑥𝑚)² (5)
σ= 𝑛−1

1.5 Força pela Segunda Lei de Newton

Para calcularmos a força aplicada em um objeto que resulta em um movimento,


usamos a Segunda Lei de Newton, que estabelece uma relação entre a massa desse objeto e a
aceleração do mesmo, sendo ambas diretamente proporcionais (HEWITT, 2023)
(HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016). Essa relação é definida através do produto entre
a massa (m) do corpo e a aceleração (a) que ele adquire, expressa pela equação (6).

𝐹=𝑚 * 𝑎 (6)
9

2 - DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL
Nos tópicos abaixo, descreveremos os materiais utilizados na prática e como esta foi
desenvolvida.

2.1 - Arranjo Experimental


Materiais dispostos para experimento foram:
● 1 suporte universal em formato de “Y”
● 1 haste metálica de 70 cm
● 2 hastes metálicas de 15 cm
● 1 jogo de massas aferidas
● 2 marcadores de imãs (para ajudar na leitura das medidas)
● 1 mola helicoidal suave
● 1 mola helicoidal rígida
● 1 associação de molas em paralelo
● 1 régua de 40cm (com furo)

Figura 2 - materiais da prática, respectivamente: mola helicoidal rígida, marcadores de imãs e jogo de massas
aferidas

Fonte: Autoria própria


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2.2 – Procedimento Experimental

A prática para esse experimento foi dividida em duas atividades, uma para o uso da
mola helicoidal I suave e a segunda para a mola helicoidal II rígida, e o procedimento
experimental foi aplicado da mesma forma para as duas molas, conforme explicado a seguir:

2.2.1 Atividade I

Inicialmente, foi posicionada uma das hastes metálicas na parte superior do suporte
universal, no qual apoiou-se a mola helicoidal suave. Na segunda haste disposta na parte
inferior do suporte, prendeu-se a régua de 40 cm. A montagem estava de acordo com as
figuras 3 e 4, conforme postas a seguir.

Figura 3 - diagrama de montagem experimental

Fonte: MOURA, Raquel (2017)


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Figura 4 - demonstração da montagem e realização do experimento com os materiais descritos e utilizados pelo
grupo

Fonte: Autoria própria

Inicialmente não foi adicionado massa ao sistema, esperando apenas que a mola
estivesse em equilíbrio para anotar o valor de sua posição, o qual foi verificado através da
marcação da régua, sendo considerado o ponto zero da medida. Para uma melhor leitura da
marcação foi utilizado um dos marcadores com imã na régua, posicionado na mesma
delimitação da mola.

Após anotar o ponto zero da medida, foi disposto 20g no porta massa localizado na
extremidade inferior da mola. Mediu-se a elongação da mola (∆𝑙) deixando um marcador no
ponto zero e outro na marcação correspondente ao posicionamento da extremidade inferior da
mola. Foi perceptível uma diferença entre as posições zero e com massa de 20 g. Anotou-se a
medida final.
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Acrescentou-se mais 20g no porta massa e a posição final foi anotada seguindo o
processo de marcação anterior, alterando somente o arranjo do ímã inferior, o imã da
marcação zero permaneceu na mesma posição. Foi reproduzido o procedimento adicionando
massa de 20g em 20g até chegar no total de 100g (20g, 40g, 60g, 80g e 100g). Todos os
valores de elongação com adição de massa foram anotados.

A seguir, mediu-se a elongação de subtração de massa. O processo de anotação dos


valores de medida deferiu-se da mesma maneira descrita anteriormente, porém no lugar de
adicionar massa, foi retirado as massas de 20g em 20g até que todas as massas adicionadas
anteriormente não estivessem mais na mola.

Para calcular a força exercida por cada mola, utilizou-se a fórmula (6) considerando
9,8m/s² como a aceleração. A média para cada valor de elongação, registrado anteriormente,
foi encontrada realizando o cálculo da média simples entre os dois valores de elongação de
adição e subtração de massa. O erro das medidas de elongação, foram estimados realizando a
subtração da elongação de subtração e elongação de adição, ou seja:

𝐸𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎çã𝑜𝑠𝑢𝑏𝑡𝑟𝑎çã𝑜 − 𝐸𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎çã𝑜𝑎𝑑𝑖çã𝑜 = 𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎çã𝑜

Foi necessário atentar-se às unidades de medida utilizadas nos equipamentos, uma vez
que a régua apresentava graduação em milímetros (mm), mas para os resultados foi preciso
utilizar os valores em metros (m). As medidas de massa também foram convertidas de
gramas (g) para quilogramas (kg) para poder realizar os cálculos da força. Realizou-se todas
as conversões de unidades necessárias.

Todo o procedimento experimental descrito anteriormente foi repetido com a


utilização da mola helicoidal rígida. Os valores de elongação com adição e subtração de
massa foram anotados e convertidos para a unidade de medida necessária para os cálculos.
Com todos os dados devidamente registrados, montou-se tabelas para melhor análise dos
resultados, estas apresentadas em “Resultados e Discussão”.
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2.2.2 Atividade II

Com os dados obtidos na “Atividade I”, construiu-se um gráfico da força (F) em


função da elongação (∆𝑙) para cada mola, utilizando os valores de elongação média. Para
cada reta do gráfico foi feito o ajuste de reta e com a equação adquirida do ajuste, foram
identificados os coeficientes angular e linear, sendo o angular equivalente a constante elástica
k da mola.

Ainda com os gráficos, através da área sob a reta foi determinado o trabalho total (W)
para deformar cada tipo de mola utilizada. Com a fórmula (3) foi calculada a variação de
energia potencial elástica para cada mola, correspondente a condição de equilíbrio e a
condição de máxima deformação da mola.
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3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Explicitamos agora os resultados obtidos no experimento e comentários a seu
respeito. Organizando os dados obtidos experimentalmente, temos as tabelas 1 e 2 para as
molas helicoidal I “suave” e para a mola helicoidal II “rígida”, respectivamente:

Tabela 1 - Valores de massa, força aplicada e elongação da mola helicoidal I

Força Elongação (m) Elongação (m) Erro da


Massa Elongação (m)
aplicada (Adição de (Subtração de Elongação
(kg) Média
(N) Massa) Massa) (m)

0,020 0,196 0,020 0,029 0,024 0,009

0,040 0,392 0,049 0,056 0,052 0,007

0,060 0,588 0,078 0,088 0,082 0,008

0,080 0,784 0,108 0,113 0,110 0,005

0,100 0,980 0,134 0,134 0,134 0,000

Fonte: Autoria própria

Tabela 2 - Valores de massa, força aplicada e elongação da mola helicoidal II

Força Elongação (m) Elongação (m) Erro da


Massa Elongação (m)
aplicada (Adição de (Subtração de Elongação
(kg) Média
(N) Massa) Massa) (m)

0,020 0,196 0,010 0,010 0,010 0,000

0,040 0,392 0,020 0,021 0,020 0,001

0,060 0,588 0,030 0,032 0,031 0,002

0,080 0,784 0,040 0,042 0,041 0,002

0,100 0,980 0,051 0,051 0,051 0,000

Fonte: Autoria própria

Observa-se que para a mola suave, considerada mais “macia”, a elongação média foi
maior para cada força aplicada em comparação com a mola rígida, dita mais “dura”.
Apresentando os resultados de forma gráfica, obtemos as figuras 5 e 6, que representam as
curvas da força restauradora em função da elongação para ambas as molas.
15

Figura 5 - gráfico para a mola helicoidal suave de força restauradora F em função da elongação Δl

Fonte: Autoria própria

Figura 6 - gráfico para a mola helicoidal rígida de força restauradora F em função da elongação Δl

Fonte: Autoria própria

Analisando o movimento da mola com os gráficos apresentados nas figuras 5 e 6,


podemos ver que quanto mais força é aplicada sobre o objeto, maior é sua elongação, ou seja,
mais ele se expande. Isso ocorre devido à proporcionalidade entre a massa e a força, já que a
aceleração para esse caso foi considerada uma constante de 9,8m/s². Conforme foi adicionado
massa sobre a mola, a força aplicada sobre a mesma para deslocar seu comprimento também
foi maior.
16

3.1 Força restauradora em função da elongação

Como mostra a lei de Hooke, na equação (1), a força restauradora satisfaz uma
relação linear com a elongação da mola, uma vez que a força é diretamente proporcional à
elongação. Desta forma, observa-se pelo comportamento do gráfico da força restauradora em
função da elongação que se trata de uma reta.
Sendo assim, é possível encontrar os coeficientes angular e linear da reta. Por meio do
software Excel foi possível calcular ambos os coeficientes, presentes na Tabela 3 e 4.

Tabela 3 – Coeficientes da equação que descreve a Força restauradora em função da elongação da


Mola Helicoidal I

Coeficientes Mola Helicoidal 1

Coeficiente Angular (a) 0,142

Coeficiente Linear (b) -0,003

Expressão da Reta (ax+b) 𝐹𝑅(𝑥)= 0,142x - 0,003

Fonte: Autoria própria

Tabela 4 - Coeficientes da equação que descreve a Força restauradora em função da elongação da


Mola Helicoidal II

Coeficientes Mola Helicoidal 2

Coeficiente Angular (a) 0,0526

Coeficiente Linear (b) -0,0003

Expressão da Reta (ax+b) 𝐹𝑅(𝑥)= 0,0526x - 0,0003

Fonte: Autoria própria

Considerando a definição de força restauradora, podemos interpretar o coeficiente


angular como sendo a constante elástica k da mola, e o coeficiente linear como sendo a força
da mola em seu estado de repouso, que no geral é considerado igual à zero por não estar
suportando nenhuma força externa. No caso desse experimento, observa-se que, apesar do
coeficiente linear ser diferente de zero nos dois testes, seu valor é praticamente desprezível.
Através das análises feitas a respeito dos coeficientes, foi possível montar a Tabela 5,
com os valores da constante elástica de cada mola, estes determinados pelo coeficiente
17

angular encontrados nas equações obtidas pelo ajuste de reta apresentadas nas figuras 5 e 6,
bem como suas incertezas, estas calculadas pelo desvio padrão apresentado na equação (5).

Tabela 5 - constante elástica k obtido pelos coeficientes de ajuste

Mola Helicoidal I “suave” (N/m) Mola Helicoidal II “rígida” (N/m)

𝑘 ± σ𝑘 0, 142 ± 0, 099 𝑘 ± σ𝑘 0, 0526 ± 0, 0179

Fonte: Autoria própria

Os dados foram arranjados na Tabela 6 e 7, apresentadas a seguir, e a constante


elástica de ambas as molas foram descobertas através dessa fórmula:

Tabela 6 – Constante elástica da Mola Helicoidal I para cada força aplicada

Massa (Kg) Força Aplicada (N) Elongação Média K


(m)

0,020 0,196 0,024 8,167

0,040 0,392 0,052 7,538

0,060 0,588 0,082 7,171

0,080 0,784 0,110 7,127

0,100 0,980 0,134 7,313

Fonte: Autoria própria

Tabela 7 - Constante elástica da Mola Helicoidal II para cada força aplicada

Massa (Kg) Força Aplicada (N) Elongação Média K


(m)

0,020 0,196 0,010 19,600

0,040 0,392 0,020 19,600

0,060 0,588 0,031 18,968

0,080 0,784 0,041 19,122

0,100 0,980 0,051 19,216

Fonte: Autoria própria


18

Ao analisar ambas as tabelas 6 e 7, é possível observar que quanto maior o valor da


constante elástica, maior será a força necessária para causar a deformação no corpo e menor
será a deformação sofrida, ou seja, esse valor é diretamente proporcional à força elástica e
inversamente proporcional à deformação do corpo.

Em outras palavras, quanto maior for a massa, maior vai ser a força aplicada sobre
mola, pois a aceleração constante faz com que a força e a massa sejam proporcionais.
Podemos dizer que quanto maior a constante elástica é mais difícil de deformar a mola, vai
ser necessário uma maior força aplicada para que o comprimento da mola possa variar, logo,
com uma maior força o valor de k diminui.

3.2 Trabalho realizado W através da área sob o gráfico e variação de energia potencial
elástica (ΔEp)

De acordo com a definição de trabalho realizado por uma força que varia, podemos
calcular seu valor obtendo o valor da área sob a curva da força em função da distância num
intervalo desejado. Portanto, considerando os dados registrados no experimento, o trabalho
realizado pela Mola Helicoidal I no intervalo de elongação mínima em relação ao estado de
repouso da mola (0m) até a elongação máxima (0,139m) pode ser calculado utilizando a
equação (4). O mesmo procedimento pode ser utilizado para se obter o trabalho realizado
pela Mola Helicoidal II.

Desta forma, temos que o trabalho realizado pela Mola Helicoidal I é de 0,068 J, e o
trabalho realizado pela Mola Helicoidal II é de 0,025 J. Pode-se observar que o trabalho
realizado pela mola mais rígida, a Mola II, é menor que o trabalho realizado pela Mola 1,
mais elástica.

Pode-se calcular a variação de energia potencial elástica ΔEp para cada mola
helicoidal através da fórmula (3). Assim, temos que para a mola helicoidal I o valor de ΔEp é
de 0,064 J, e para a mola helicoidal II o valor de ΔEp é de 0,025 J.

Comparando os resultados, conseguimos deduzir que o valor da variação de energia


potencial elástica para cada mola helicoidal é praticamente o mesmo que o trabalho realizado
por estas molas.
19

Isso é explicado pois ao exercermos uma força sobre um objeto elástico, no caso
desse experimento as molas helicoidais, observamos que há uma alteração na forma, essa
alteração armazena uma quantidade de energia potencial elástica. Quando a força sobre esse
objeto cessa, essa energia potencial elástica armazenada se transforma em energia cinética.

Nesse contexto, podemos explicitar o processo como a realização de trabalho pela


força elástica e o cálculo desse trabalho efetuado pela força elástica ao deslocar a mola
envolve a força aplicada e distância percorrida na direção do deslocamento.
20

4 – CONCLUSÃO

Com a prática descrita neste relatório, foi possível verificar experimentalmente a Lei
de Hooke em molas helicoidais, primeiramente em uma mola helicoidal suave e então para
uma mola helicoidal rígida. A partir dos dados obtidos, foi possível construir os gráficos
necessários para analisar os resultados e montar os ajustes de reta. Com eles, foi possível
notar que a força necessária para causar a deformação no corpo é diretamente proporcional ao
valor da constante elástica, sendo que ambas são diretamente proporcionais à deformação do
corpo.
Além disso, ao comparar o trabalho realizado por uma força variável atuante sobre
uma mola e a energia potencial elástica, foi possível observar que o valor da ΔEp é o mesmo
que o valor do W, sendo que isso pode ser aplicado para ambas as molas helicoidais. Desta
forma, todos os objetivos propostos foram alcançados.
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5 – REFERÊNCIAS

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Paulo: Editora Bookman Companhia, 2012. Acesso em: 14 de agosto de 2023.

DOLCE, O.; POMPEO, J. N. Fundamentos de Matemática Elementar - Geometria


Espacial, Volume 10 - 6a Ed., São Paulo: Editora Atual, 2005. Acesso em: 14 de agosto de
2023.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de física. Vol I, Livros Técnicos e Científicos


Editora S.A., 4a ed., Rio de Janeiro, 1983. Acesso em: 14 de agosto de 2023.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Vol. 2. Grupo


Gen-LTC, 2016. Acesso em: 14 de agosto de 2023.

Handbook of Chemistry and Physics, Editado por R.C. WEST, M.J. ASTLE, W.H. BEYER
CRC press, Ed. 97, 2016.

HEWITT, P. G. Física conceitual. 9 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Acesso em: 14 de
agosto de 2023.

JEWETT, J.W., SERWAY, R.A. Física para Cientistas E Engenheiros - Volume 1


Mecânica - Tradução da 9ª edição Norte-Americana, 2017. Acesso em: 8 ago. 2023.

MOURA, R. Relatório Lei de Hooke - Física Experimental I, 2017. Disponível em:


https://www.passeidireto.com/arquivo/37804122/relatorio-lei-de-hooke. Acesso em: 8 ago.
2023.

NETO, B. B.; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E. Como Fazer Experimentos: Pesquisa e


desenvolvimento na ciência e na indústria. Campinas, Ed. Unicamp, 2001. Acesso em: 14
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NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica 1: mecânica. 4.ed., revisada. SÃO PAULO:


Edgard Blucher, 2002. Acesso em: 14 de agosto de 2023.

PIACENTINI, J.J., et al. Introdução ao Laboratório de Física. 5a ed. Florianópolis: Editora


da UFSC, 2013. Acesso em 14 de agosto de 2023.

TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol 1. Grupo Gen-LTC,
2009. Acesso em: 14 de agosto de 2023.
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YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A., Física I - Mecânica. 14a ed. São Paulo, 2008.
Acesso em: 14 de agosto de 2023.

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