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Sorocaba
2023
RESUMO
A Lei de Hooke descreve a relação entre a força aplicada sobre uma mola e a
deformação resultante em cima dessa mola. A lei afirma que a força aplicada em uma mola é
diretamente proporcional à quantidade de deformação que esta sofre, desde que essa
deformação não exceda o limite elástico do material da mola. A equação fundamental da Lei
de Hooke relaciona a força aplicada na mola, a constante da mola e a deformação da mola,
pois quando uma força é aplicada, a mola se estende ou comprime proporcionalmente à força
exercida sobre ela. Essa relação é linear e válida apenas para pequenas deformações, dentro
do limite elástico do material, como é descrito nesse experimento, utilizando molas
helicoidais uma mais suave e outra mais rígida.
SUMÁRIO
1. Introdução ……………………….….…………………………….....… 5
1.1 Lei de Hooke …………………………………………………………………….. 5
1.2 Energia Potencial Elástica ……………………….…….………………….………7
1.3 Trabalho realizado por uma força elástica ………………………………………...7
1.4 Desvio Padrão …………………………………………………………………….8
1.5 Força pela Segunda Lei de Newton ………………………………………………8
2. Descrição Experimental …………….……………………..….…......... 9
2.1 Arranjo Experimental…………………………………………………………......9
2.2.1 Procedimento Experimental ………………………………………………….. 10
2.2.1 Atividade I …………………………………………………………….…..….. 10
2.2.2 Atividade II ………………………………………………..……………….… 13
3. Resultados e Discussão …………………………………………….… 14
3.1 Força restauradora em função da elongação …………………………………… 16
3.2 Trabalho realizado W através da área sob o gráfico e variação de energia potencial
elástica (ΔEp) ………………………………………………………………………………..18
4. Conclusão ………………………………………………………….…. 20
5. Referências …………………………………………………...….….... 21
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1 - INTRODUÇÃO
Em muitas situações do cotidiano podemos nos deparar com objetos que exibem uma
propriedade física um tanto notável, como deformação sob a influência de uma força aplicada
e muitas vezes, logo em seguida quando essa força para de ser exercida, o objeto retorna à
sua forma original.
Tomemos como exemplo uma mola que é mantida a um peso suspenso. A mola se
alonga como resposta a essa carga. Se um peso adicional é incorporado, a mola se estende
ainda mais, aumentando sua deformação. Entretanto, ao remover o peso, a mola recupera sua
extensão original, retornando ao estado inicial.
Nesse contexto, a mola é considerada elástica, dado que ela exibe a capacidade de
recuperar sua forma original após a aplicação e retirada de forças externas. Com isso, pôde
deduzir que essas deformações sofridas por objetos elásticos são diretamente proporcionais às
forças aplicadas sobre eles (HEWITT, 2002).
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Figura 1- A distensão da mola é diretamente proporcional à força aplicada. Se o peso é dobrado, a mola se
distende duas vezes mais.
Essa relação, descoberta no final do século XVII pelo cientista inglês Robert Hooke,
um contemporâneo de Isaac Newton, ficou conhecida como Lei de Hooke, representada pela
equação (1). (HALLIDAY, RESNICK, 1983) (YOUNG, FREEDMAN, 2008)
F = - k · Δx (1)
1 2
𝐸𝑝 = 2
𝑘 ·𝑥 (2)
1 2 2
Δ𝐸𝑝 = 2
𝑘 (𝑥 final −𝑥 inicial ) (3)
𝑥𝑓 2 2 (4)
𝑘𝑥𝑓 𝑘𝑥𝑖
𝑤 = ∫ 𝑘𝑥 𝑑𝑥 = 2
− 2
𝑥𝑖
O desvio padrão pode ser determinado como uma medida de dispersão dos valores em
um conjunto de dados, ou seja, com ele é possível notar o quão distante os valores estão entre
si. O desvio padrão encontrado na análise de um conjunto de dados pode ser interpretado
como o erro ou incerteza desses valores. Seu valor pode ser encontrado através da equação
(5) (HEWITT, 2023) (HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).
(𝑥𝑖−𝑥𝑚)² (5)
σ= 𝑛−1
𝐹=𝑚 * 𝑎 (6)
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2 - DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL
Nos tópicos abaixo, descreveremos os materiais utilizados na prática e como esta foi
desenvolvida.
Figura 2 - materiais da prática, respectivamente: mola helicoidal rígida, marcadores de imãs e jogo de massas
aferidas
A prática para esse experimento foi dividida em duas atividades, uma para o uso da
mola helicoidal I suave e a segunda para a mola helicoidal II rígida, e o procedimento
experimental foi aplicado da mesma forma para as duas molas, conforme explicado a seguir:
2.2.1 Atividade I
Inicialmente, foi posicionada uma das hastes metálicas na parte superior do suporte
universal, no qual apoiou-se a mola helicoidal suave. Na segunda haste disposta na parte
inferior do suporte, prendeu-se a régua de 40 cm. A montagem estava de acordo com as
figuras 3 e 4, conforme postas a seguir.
Figura 4 - demonstração da montagem e realização do experimento com os materiais descritos e utilizados pelo
grupo
Inicialmente não foi adicionado massa ao sistema, esperando apenas que a mola
estivesse em equilíbrio para anotar o valor de sua posição, o qual foi verificado através da
marcação da régua, sendo considerado o ponto zero da medida. Para uma melhor leitura da
marcação foi utilizado um dos marcadores com imã na régua, posicionado na mesma
delimitação da mola.
Após anotar o ponto zero da medida, foi disposto 20g no porta massa localizado na
extremidade inferior da mola. Mediu-se a elongação da mola (∆𝑙) deixando um marcador no
ponto zero e outro na marcação correspondente ao posicionamento da extremidade inferior da
mola. Foi perceptível uma diferença entre as posições zero e com massa de 20 g. Anotou-se a
medida final.
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Acrescentou-se mais 20g no porta massa e a posição final foi anotada seguindo o
processo de marcação anterior, alterando somente o arranjo do ímã inferior, o imã da
marcação zero permaneceu na mesma posição. Foi reproduzido o procedimento adicionando
massa de 20g em 20g até chegar no total de 100g (20g, 40g, 60g, 80g e 100g). Todos os
valores de elongação com adição de massa foram anotados.
Para calcular a força exercida por cada mola, utilizou-se a fórmula (6) considerando
9,8m/s² como a aceleração. A média para cada valor de elongação, registrado anteriormente,
foi encontrada realizando o cálculo da média simples entre os dois valores de elongação de
adição e subtração de massa. O erro das medidas de elongação, foram estimados realizando a
subtração da elongação de subtração e elongação de adição, ou seja:
Foi necessário atentar-se às unidades de medida utilizadas nos equipamentos, uma vez
que a régua apresentava graduação em milímetros (mm), mas para os resultados foi preciso
utilizar os valores em metros (m). As medidas de massa também foram convertidas de
gramas (g) para quilogramas (kg) para poder realizar os cálculos da força. Realizou-se todas
as conversões de unidades necessárias.
2.2.2 Atividade II
Ainda com os gráficos, através da área sob a reta foi determinado o trabalho total (W)
para deformar cada tipo de mola utilizada. Com a fórmula (3) foi calculada a variação de
energia potencial elástica para cada mola, correspondente a condição de equilíbrio e a
condição de máxima deformação da mola.
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3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Explicitamos agora os resultados obtidos no experimento e comentários a seu
respeito. Organizando os dados obtidos experimentalmente, temos as tabelas 1 e 2 para as
molas helicoidal I “suave” e para a mola helicoidal II “rígida”, respectivamente:
Observa-se que para a mola suave, considerada mais “macia”, a elongação média foi
maior para cada força aplicada em comparação com a mola rígida, dita mais “dura”.
Apresentando os resultados de forma gráfica, obtemos as figuras 5 e 6, que representam as
curvas da força restauradora em função da elongação para ambas as molas.
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Figura 5 - gráfico para a mola helicoidal suave de força restauradora F em função da elongação Δl
Figura 6 - gráfico para a mola helicoidal rígida de força restauradora F em função da elongação Δl
Como mostra a lei de Hooke, na equação (1), a força restauradora satisfaz uma
relação linear com a elongação da mola, uma vez que a força é diretamente proporcional à
elongação. Desta forma, observa-se pelo comportamento do gráfico da força restauradora em
função da elongação que se trata de uma reta.
Sendo assim, é possível encontrar os coeficientes angular e linear da reta. Por meio do
software Excel foi possível calcular ambos os coeficientes, presentes na Tabela 3 e 4.
angular encontrados nas equações obtidas pelo ajuste de reta apresentadas nas figuras 5 e 6,
bem como suas incertezas, estas calculadas pelo desvio padrão apresentado na equação (5).
Em outras palavras, quanto maior for a massa, maior vai ser a força aplicada sobre
mola, pois a aceleração constante faz com que a força e a massa sejam proporcionais.
Podemos dizer que quanto maior a constante elástica é mais difícil de deformar a mola, vai
ser necessário uma maior força aplicada para que o comprimento da mola possa variar, logo,
com uma maior força o valor de k diminui.
3.2 Trabalho realizado W através da área sob o gráfico e variação de energia potencial
elástica (ΔEp)
De acordo com a definição de trabalho realizado por uma força que varia, podemos
calcular seu valor obtendo o valor da área sob a curva da força em função da distância num
intervalo desejado. Portanto, considerando os dados registrados no experimento, o trabalho
realizado pela Mola Helicoidal I no intervalo de elongação mínima em relação ao estado de
repouso da mola (0m) até a elongação máxima (0,139m) pode ser calculado utilizando a
equação (4). O mesmo procedimento pode ser utilizado para se obter o trabalho realizado
pela Mola Helicoidal II.
Desta forma, temos que o trabalho realizado pela Mola Helicoidal I é de 0,068 J, e o
trabalho realizado pela Mola Helicoidal II é de 0,025 J. Pode-se observar que o trabalho
realizado pela mola mais rígida, a Mola II, é menor que o trabalho realizado pela Mola 1,
mais elástica.
Pode-se calcular a variação de energia potencial elástica ΔEp para cada mola
helicoidal através da fórmula (3). Assim, temos que para a mola helicoidal I o valor de ΔEp é
de 0,064 J, e para a mola helicoidal II o valor de ΔEp é de 0,025 J.
Isso é explicado pois ao exercermos uma força sobre um objeto elástico, no caso
desse experimento as molas helicoidais, observamos que há uma alteração na forma, essa
alteração armazena uma quantidade de energia potencial elástica. Quando a força sobre esse
objeto cessa, essa energia potencial elástica armazenada se transforma em energia cinética.
4 – CONCLUSÃO
Com a prática descrita neste relatório, foi possível verificar experimentalmente a Lei
de Hooke em molas helicoidais, primeiramente em uma mola helicoidal suave e então para
uma mola helicoidal rígida. A partir dos dados obtidos, foi possível construir os gráficos
necessários para analisar os resultados e montar os ajustes de reta. Com eles, foi possível
notar que a força necessária para causar a deformação no corpo é diretamente proporcional ao
valor da constante elástica, sendo que ambas são diretamente proporcionais à deformação do
corpo.
Além disso, ao comparar o trabalho realizado por uma força variável atuante sobre
uma mola e a energia potencial elástica, foi possível observar que o valor da ΔEp é o mesmo
que o valor do W, sendo que isso pode ser aplicado para ambas as molas helicoidais. Desta
forma, todos os objetivos propostos foram alcançados.
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5 – REFERÊNCIAS
BAUER, W.; DIAS, H.; WESTFALL, G. D. Física para universitários: mecânica. São
Paulo: Editora Bookman Companhia, 2012. Acesso em: 14 de agosto de 2023.
Handbook of Chemistry and Physics, Editado por R.C. WEST, M.J. ASTLE, W.H. BEYER
CRC press, Ed. 97, 2016.
HEWITT, P. G. Física conceitual. 9 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Acesso em: 14 de
agosto de 2023.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros - Vol 1. Grupo Gen-LTC,
2009. Acesso em: 14 de agosto de 2023.
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YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A., Física I - Mecânica. 14a ed. São Paulo, 2008.
Acesso em: 14 de agosto de 2023.