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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

FÍSICA EXPERIMENTAL 1

Profa. Luciana Magalhães Rebelo Alencar

PRÁTICA 6 – Lei de Hooke

Discente: Américo Pinheiro Neto

SÃO LUIS – MA

2022
Introdução

A lei de Hooke estabelece que, quando uma mola é deformada por alguma força
externa, uma força elástica restauradora passa a ser exercida na mesma direção e no
sentido oposto à força externa. Essa força elástica, por sua vez, é variável e depende
do tamanho da deformação que é sofrida pela mola.[1]
De acordo com a lei de Hooke, quando uma força é aplicada sobre uma mola, ela é
capaz de deformar a mola, consequentemente, a mola produz uma força contrária à
força externa, chamada de força elástica. Essa força torna-se maior de acordo com a
deformação da mola.
Essa é a equação matemática usada para determinar o sentido e calcular o módulo
da força elástica que é produzida por molas caso elas estejam comprimidas ou
esticadas:
(1) Fel = -K•X
Fel – força elástica (N)

K – constante elástica (N/m)

X – deformação da mola (m)

A constante elástica é uma grandeza escalar, e a sua unidade de medida, de acordo


com o Sistema Internacional de Unidades, é o N/m (newton por metro). Ela mede a
rigidez da mola, isto é, a força que é necessária para fazer com que a mola sofra uma
deformação. Molas que apresentam grandes constantes elásticas são mais
dificilmente deformadas, ou seja, para fazer o seu comprimento variar, é necessário
que se aplique uma força maior.
A deformação ou elongação é a medida da variação do comprimento da mola. Nesse
sentido, pode ser calculada pela diferença entre o comprimento final e o comprimento
inicial da mola. Quando a mola encontra-se em seu tamanho original, livre da ação de
forças que a deformem, a elongação é nula.
As molas podem ser associadas em paralelo ou em série, em cada uma dessas
associações podemossubstituir as duas molas por uma única, que produza o mesmo
efeito e que chamamos de mola equivalente de constante elástica Keq.[2]
Na associação em paralelo, a deformação x sofrida por cada uma das molas é a
mesma.
Imagem 1: associação de molas em paralelo

Quando deformadas de x, a mola 1 fica sujeita a uma força F1 = K1 • X e a mola 2 a


uma força F2 = K2 • X.
A mola equivalente, quando submetida à mesma força F, sofre a mesma
deformação x de modo que F = Keq • X.
Observe que F = F1 + F2
Logo, Keq • X = K1 • X + K2 • X
Sendo que:
(2) Keq = K1 + K2 +...Kn
Com isso, a equação final para a associação de molas em paralelo se dá por:
(3) Fel = Keq • X
Na associação em série as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F e sofrem
deformações diferentes x1 e x2.
Imagem 2: associação de molas em série

Como a força F é a mesma, temos:

Mola 1: F = K1 • X1 =》X1 = F/K1

Mola 2: F = K2 • X2 =》X2 = F/K2

Mola equivalente: F = Keq • X =》X = F/Keq

Como X = X1 + X2, teremos:


F/Keq = F/K1 + F/K2, que simplificando:
(4) 1/Keq = 1/K1 + 1/K2 + ... 1/Kn
Com isso, a equação final para a associação de molas em série se dá por:
(5) Fel = Keq • X
Objetivos
a. Explicar as relações entre força aplicada, a força da mola, constante da mola,
deslocamento e energia potencial.
b. Descrever como ligar duas molas em série ou paralelo afeta a constante da mola
e as forças da mola.
c. Prever como a energia potencial armazenada na mola afeta a constante da mola
e o deslocamento.

Materiais e métodos
Software com a sistematização complementa e personalizável de um sistema com
molas, nele eram apresentadas: Pinça para controlar a força aplicada; Molas em
série ou paralelo; Controle para a deformação da mola; Ajuste para a rigidez da
mola; Alteradores de espessura da mola e quadros que mostravam de forma
automática todas as informações gráficas e numéricas do sistema.
Dentro do software, foram feitas uma série de observações de acordo com o
material de pré laboratório para analisar o comportamento do sistema de molas.
Primeiramente:
1. Colocou-se dois sistemas de molas A e B, independentes um do outro e com
constantes elásticas k1=100N e k2=1000N respectivamente, em seguida aplicou-
se a mesma força para puxar cada mola e observou-se suas deformidades.
2. Procurou-se calcular o valor da constante elástica necessária para, com uma
força de 100N puxando uma mola, causar uma deformidade de 0,2 metros. Para
isso, utilizou-se a equação 1 e verificou-se o resultado no software.
3. Procurou-se calcular o valor da constante elástica necessária para, dessa vez
com uma força de 82N puxando uma mola, causar uma deformidade de 0,205
metros. Para isso, utilizou-se a equação 1 e verificou-se o resultado no software.
4. Colocou-se duas molas de constante elástica k = 600N em paralelo e, usando a
equação 4, determinou-se e verificou-se a constante resultante do sistema.
5. Colocou-se duas molas de constante elástica k = 200N em paralelo, e aplicou-se
uma força de 100N as puxando, em seguida, utilizando a equação 5, verificou-se
qual o valor da deformação das molas.
6. Colocou-se duas molas de constante elástica k1 = 600N e k2 = 200N em série, e
determinou-se e verificou-se o valor da constante resultante do sistema formado
por elas utilizando a equação 6.
7. Colocou-se duas molas de constante elástica k1 = 200N e k2 = 600N em série e
aplicou-se uma força de 100N as puxando, em seguida, determinou-se e
verificou-se o valor da deformação do sistema formado por elas utilizando a
equação 7.

Resultados e discussões
1. Verificou-se que a deformidade da mola A foi 10 vezes maior que a da mola B
2. Utilizando a equação 1, temos:
Fel = K • X
100N = K • 0,2m
K = 100N / 0,2m
K = 500 N/m
Esse é o valor que a constante elástica que a mola precisa ter para, com uma
força de 100N a puxando, ter essa deformidade.
3. Utilizando novamente a equação 1, temos:
82N = K • 0,205m
K = 400N/m
Esse é o valor que a constante elástica que a mola precisa ter para, com uma
força de 82N a puxando, ter essa deformidade.
4. Utilizando a equação 2 temos:
Keq = K1 + K2
Keq = 600N/m + 600N/m
Keq = 1200 N/m
Devido as limitações apresentadas pelo software, de possuir um limite para a
constante elástica de 1000 N/m, não foi possível verificar se esse valor está
correto.
5. Utilizando a equação 3, temos:
F = Ke • X
Para molas em paralelo, a Keq = K1 + K2, logo:
100N = (200+200)N/m • X
X = 100N/400N/m
X = 0,250m
Essa é a distância em que a mola se deformará.
6. Utilizando a equação 4, temos:
1/ Keq = 1/K1 + 1/K2
1/Keq = 1/600 + 1/200
Keq = 150N/m
7. Utilizando a equação 5, temos:
F = Keq • X
Para molas em série, 1/Keq = 1/K1 + 1/K2, então primeiramente:
1/Ke = 1/600 + 1/200 = 150N/m, com isso, substituindo na equação 4:
100N = 150N/m • X
X = 0,667 m
Essa é a distância que a mola se deformará.

a) De acordo com a lei de Hooke, a força elástica apresenta módulo igual à


força que é aplicada sobre a mola, que também é igual ao produto entre a
constante elástica da mola (k), medida em newtons por metro (N/m), e a
deformação da mola (x), medida em metros. Como foi visto anteriormente,
a fórmula da lei de Hooke (equação 1) relaciona todos estes fundamentos.
Nessa fórmula, também é possível perceber a presença de um sinal
negativo, que indica que a força elástica apresenta sempre sentido oposto
à deformação da mola. Se a mola estiver sendo esticada, por exemplo, a
deformação x será positiva, portanto a força elástica F será negativa.
b) Foi possível perceber que, a maneira como as molas eram ligadas afetava
a constante elástica da mola e suas forças, se as molas fossem associadas
em série, a constante elástica equivalente depende da soma dos inversos
das constantes elásticas, como foi visto na equação 4. Nas associações em
série, a constante elástica equivalente será sempre menor do que todas as
molas usadas. Quando associamos as molas em paralelo, ambas as molas
sofrem a mesma deformação e exercem força elástica contrária ao sentido
da força que está sendo aplicada nelas. Portanto na associação de molas
paralelas, a constante elástica equivalente é dada pela soma das
constantes elásticas das molas associadas, em outras palavras, somamos
a constante das molas.
c) Tendo em visto tudo isso, ainda é possível prever como a energia potencial
armazenada na mola afetaria a constante da mola e seu deslocamento,
basta apenas ter em mente que quanto maior a energia potencial
armazenada , maio será a constante da mola e o seu deslocamento, já que
a energia potencial elástica é igual ao trabalho da força elástica que a mola
exerce sobre um corpo.

Conclusões
Em suma, foi possível compreender muito bem os fundamentos que regem a
Lei de Hooke, sendo possível explicar todas as relações entre força aplicada,
força da mola, constante da mola e deslocamento utilizando uma única fórmula.
Também foi possível entender como a maneira como as mola são associadas,
seja em série ou paralelo, afetam a constante e as forças da mola, além de
também prever como a energia potencial armazenada afeta a constante da
mola e o seu deslocamento. Com todos os objetivos concluídos o experimento
foi finalizado com sucesso.
Referências
[1] Brasilescola, Lei de Hooke, Disponível em:
https://www.google.com/amp/s/brasilescola.uol.com.br/amp/fisica/lei-de-
hooke.htm. Acesso em 29 de novembro de 2022.
[2] Físicavestibular, Associação de Molas, Disponível em:
https://fisicaevestibular.com.br/novo/mecanica/dinamica/mhs/associacao-de-
molas/. Acesso em 29de novembro de 2022.
[3] Phet, Software utilizado, Disponível em:
https://phet.colorado.edu/sims/html/hookes-law/latest/hookes-law_pt_BR.html.

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