Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA
SEMESTRE 2022.1

PRÁTICA 07 – LEI DE HOOKE

ALUNO: EZEQUIEL DE MESQUITA GOMES


MATRÍCULA: 535928
CURSO: ENGENHARIA DE ALIMENTOS
TURMA: 01
PROFESSOR: MARCOS ANTÔNIO ARAÚJO SILVA
DATA E HORA DA REALIZAÇÃO DAS PRÁTICA: 07/06/2022 ÀS 8:00H À 11:00H
01. OBJETIVOS
- Verificar a lei de Hooke
- Determinar a constante elástica de uma mola helicoidal
- Determinar o valor de um peso desconhecido
- Determinar a constante elástica de uma associação de molas.
02. MATERIAIS
Molas cilíndricas em espiral (quatro molas helicoidais)
- Massas aferidas (2 de 50 g, 2 de 20 g e 1 de 10 g)
- Porta peso
- Peso desconhecido
- Base com suporte e régua
03. INTRODUÇÃO
A Lei de Hooke é uma das principais leis da Física que diz respeito a elasticidade dos
corpos, sendo utilizada para calcular alongamento de um corpo elástico ao ser aplicada uma
força sobre o mesmo, onde essa força restauradora tende a resiliência da mola. A lei de Hooke
é importante para os estudos das aplicações das leis de Newton, como a compreensão do
comportamento da lei da ação e reação, ao entender que a força restauradora age na mesma
direção, mas no sentido oposto, além de definir a força elástica, por meio do produto da
constante elástica da mola (K) pela deformação da mola (x), sendo representada por:
Fel = K. x
Essa associação de entre a força aplicada e a deformação da mola foi estudada por Robert
Hooke, quando descobriu que essa associação seguia uma lei simples ao perceber que quanto
maior o peso na extremidade da mola, maior sua deformação, assim ele percebeu que existia
uma proporcionalidade entre eles, foi então que em 1676 ele definiu a lei de Hooke, que diz
que a força exercida em uma mola é proporcional a deformação elástica na mesma.
Associação de duas molas em série:
Ao associar duas molas com constantes elásticas diferentes, temos que:
F1
F1 = K1 . ∆x1 => ∆x1 =
K1
F2
F2 = K 2 . ∆x2 => ∆x2 =
K2
Ao associar essas duas molas e exercer a mesma força sobre elas, temos que:
F1
F1 = K e . ∆xT => ∆xT =
Ke

2
Onde Ke é a constante elástica equivalente da mola e de ∆xT é o alongamento das duas
molas, assim temos que:
∆xT = ∆x1 + ∆x2
E ao substituir esses valores, resulta em:
F1 F1 F1
= +
K E K1 K 2
Ao simplificar esse valor, temos que:
1 1 1
= +
K E K1 K 2

Associação de duas molas em paralelo:


Aplicando a lei de Hooke para cada mola, temos que:
F1 = K1 . ∆x e F2 = K 2 . ∆x
Ao associar as duas molas da lei de Hooke ao sistema equivalente, irá fugir Fe (força
equivalente) que representa a soma das duas forças:
Fe = K e . ∆x
Fe = F1 + F2
Ao substitui pelas equações, temos que:
K e . ∆x = K1 . ∆x + K 2 . ∆x
Ao simplificar, obtemos:
K E = K1 + K 2

Figura 01 – Representação das associações das molas.

Fonte: Khanacademy

3
04. PROCEDIMENTOS
Em uma primeira análise, observei os materiais para realizar o experimento durante a aula
prática, onde o mesmo era composto por uma base com suporte e régua, onde havia um apoio
no mesmo para colocar as molas, além do porta peso (m=10,3g) e os pesos de 10g, 50g e o
peso desconhecido, que ao aprender o porta peso na extremidade da mola, gerava uma
deformação na mesma, assim, o experimento consistia em medir a deformação das molas e
por meio disso descobrir a constante elástica das molas utilizadas.
Após compreender o experimento, prossegui para a obtenção dos valores de alongamento
de cada mola em determinada força, assim, coloquei a mola 01 sob o suporte para determinar
seu tamanho sem deformação e, após isso, coloquei em sua extremidade o porta peso,
ocorrendo uma deformação na mola. Com isso, após obter o valor do tamanho da mola com o
peso, subtrair com o seu tamanho normal e assim obtive o valor do alongamento. Em seguida,
prossegui para a obtenção dos outros valores e para o preenchimento da tabela a seguir:
Tabela 01 – Resultados experimentais dos alongamentos das molas.

Mola 1 Mola 2 Mola 3 Mola 4


Força Alongamento Força Alongamento Força Alongamento Força Alongamento
(gf) (cm) (gf) (cm) (gf) (cm) (gf) (cm)
20 1,6 20 1,4 20 4,2 20 1,0
40 3,2 40 2,9 40 8,3 40 2,2
60 5,4 60 4,5 60 12,1 60 3,2
80 6,9 80 6,1 80 16,0 80 4,3
100 8,4 100 7,6 100 20,0 100 5,4

Por meio da obtenção dos valores do alongamento das molas, prossegui para o cálculo de
cada constante elástica das mesmas, utilizando a seguinte fórmula:
∆F
F = K × ∆x => K =
∆x

100 − 20 80
𝐊𝟏 = = = 𝟏𝟏, 𝟖 𝐠𝐟/𝐜𝐦
8,4 − 1,6 6,8
100 − 20 80
𝐊𝟐 = = = 𝟏𝟐, 𝟗 𝐠𝐟/𝐜𝐦
7,6 − 1,4 6,2
100 − 20 80
𝐊𝟑 = = = 𝟓, 𝟎 𝐠𝐟/𝐜𝐦
20,0 − 4,2 15,8
100 − 20 80
𝐊𝟒 = = = 𝟏𝟖, 𝟏𝟖 𝐠𝐟/𝐜𝐦
5,4 − 1,0 4,4

De acordo com os valores obtidos na tabela, é necessária uma análise gráfica para melhor
entendimento comportamento do experimento, assim, foi realizado a construção gráfica
(Força em função do alongamento) das molas utilizadas.
4
Análise Gráfica 01 – Força em função do Alongamento da Mola 01.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Análise Gráfica 02 – Força em função do Alongamento da Mola 02.

Fonte: Elaborado pelo autor.

5
Análise Gráfica 03 – Força em função do Alongamento da Mola 03.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Análise Gráfica 04 – Força em função do Alongamento da Mola 04.

Fonte: Elaborado pelo autor.

6
Logo depois de anotar os dados para a tabela 01, parti para a medição do alongamento das
molas ao colocar o peso desconhecido no porta peso preso na extremidade da mola, sendo
registrado na tabela a seguir.
Tabela 02 – Alongamento para o peso desconhecido.
Molas 01 02 03 04
Alongamentos (cm) 7,0 cm 5,4 cm 18,2 cm 4,0 cm

Após registrar os valores obtidos na tabela 02, prossegui para o terceiro momento da aula
prática, que consistia em determinar a deformação da mola 01 e 02 em série e, por meio disso,
determinar sua constante elástica (KS), com isso anotei dos valores obtidos na tabela e
construir a análise gráfica pela melhor compreendimento.
Tabela 03 – Alongamento das molas 01 e 02 em série.

MOLAS 1 e 2 EM SÉRIE
Força (gf) 20 30 40 50 60
Alongamento (cm) 3,2 5,0 6,6 8,3 10,0

Análise Gráfica 05 - Força em função do Alongamento nas molas 01 e 02 em série.

Cálculo da constante elástica (KS):

60 − 20 40
KS = = = 𝟓, 𝟖𝟗 𝐠𝐟/𝐜𝐦
10 − 3,2 6,8

7
Em seguida, continuei para o experimento para descobrir o alongamento das molas 01 e 02
ao coloca-las em paralelo, para assim obter o valor da constante elástica KP, assim, prossegui
para obter os valores da tabela 04 e a construção gráfica, além do cálculo de Kp.
Tabela 04 – Alongamento das molas 01 e 02 em paralelo.

MOLAS 1 e 2 EM PARALELO
Força (gf) 40 60 80 100 120
Alongamento (cm) 1,5 2,4 3,3 4,1 5,0

Análise Gráfica 06 - Força em função do Alongamento nas molas 01 e 02 em paralelo.

Gráfico das Molas 01 e 02 em Paralelo


140

120

100
Força (gf)

80

Experimental
60
Ajuste Linear
40

20

0
0 1 2 3 4 5 6
Alongamento (cm)

Cálculo da constante elástica (KP):

120 − 40 80
𝐾𝑃 = = = 𝟐𝟐, 𝟗 𝒈𝒇/𝒄𝒎
5,0 − 1,5 3,5

8
Por fim, prossegui para a obtenção dos valores da última tabela, ao descobrir o
alongamento das molas 03 e 04 em série, para assim obter o valor da constante elástica K3-4,
assim, continuei para obter os valores da tabela abaixo e a construção gráfica, além do cálculo
da constante K3-4.
Tabela 05 – Alongamento das molas 03 e 04 em série.

MOLA 3 EM SÉRIE COM MOLA 4


Força (gf) 30 40 50 60 70
Alongamento (cm) 8,1 10,5 13,1 15,4 17,6

Análise Gráfica 07 - Força em função do Alongamento nas molas 03 e 04 em série.

Cálculo da constante elástica (K3-4):

70 − 30 40
K 3−4 = = = 𝟒, 𝟐𝟏 𝐠𝐟/𝐜𝐦
17,6 − 8,1 9,5

9
QUESTIONÁRIO
1- Qual das molas que lhe foram apresentadas é a mais elástica? Justifique.
De acordo com os valores obtidos experimentalmente, a mola mais elástica é a mola 03,
pois possui sua constante elástica igual a 5,0 gf/cm, sendo a menor entre as quatros molas,
além que quando menor a constante elástica, menor a rigidez da mola, pois a mesma é
diretamente proporcional.
2- Qual a relação entre E (elasticidade) e k (constante elástica)?
A constante elástica é diretamente proporcional a rigidez da mola, enquanto a rigidez
também é diretamente proporcional com a elasticidade da mola, assim, é possível determinar
que a constante é inversamente proporcional a elasticidade, pois quando k diminui, a
elasticidade aumenta, como foi demostrado no experimento com a mola 3.
3- Para cada mola do PROCEDIMENTO, item 1, determine o valor de k pela expressão:

𝐾 = ∑ ∆𝐹/ ∑ ∆𝑋

Para K1:
20 + 40 + 60 + 80 + 100 300
K1 = = = 𝟏𝟏, 𝟖 𝐠𝐟/𝐜𝐦
1,6 + 3,2 + 5,4 + 6,9 + 8,4 25,5
Para K2:
20 + 40 + 60 + 80 + 100 300
K2 = = = 𝟏𝟑, 𝟒 𝐠𝐟/𝐜𝐦
1,4 + 2,9 + 4,5 + 6,1 + 7,6 22,5
Para K3:
20 + 40 + 60 + 80 + 100 300
K3 = = = 𝟒, 𝟗𝟓 𝐠𝐟/𝐜𝐦
4,2 + 8,3 + 12,1 + 16,0 + 20,0 60,6
Para K4:
20 + 40 + 60 + 80 + 100 300
K4 = = = 𝟏𝟖, 𝟔 𝐠𝐟/𝐜𝐦
1,0 + 2,2 + 3,2 + 4,3 + 5,4 16,1
4- Compare os valores obtidos na questão anterior com os obtidos a partir dos gráficos.
Comente.
MOLA 01 (K1) MOLA 02 (K2) MOLA 03 (K3) MOLA 04 (K4)
GRÁFICO 11,8 gf/cm 12,9 gf/cm 5,0 gf/cm 18,18 gf/cm
QUESTÃO 3 11,8 gf/cm 13,4 gf/cm 4,95 gf/cm 18,6 gf/cm

Ao comparar os valores das constantes elásticas das molas, que foram obtidos no gráfico
baseado no experimento e na questão 3, é perceptível que os valores das molas 01 e 03 se
aproximam, enquanto os valores das molas 02 e 04 são discrepantes, embora sua diferença
seja pequena.

10
5- Qual o valor do peso desconhecido obtido em função de cada mola? Qual o valor médio?
Utilizando a fórmula da F= K.x, é possível determinar o valor da massa do peso
desconhecido ao calcular a força e, após isso, realizar a média aritmética entre os valores
obtidos.
Para a mola 01:
𝐹1 = 11,8 × 7,0 = 82,6 𝑔𝑓
Para a mola 02:
𝐹2 = 12,9 × 5,4 = 69,7 𝑔𝑓
Para a mola 03:
𝐹3 = 5,0 × 18,2 = 91,0 𝑔𝑓
Para a mola 04:
𝐹4 = 18,18 × 4,0 = 72,7 𝑔𝑓
Média:
82,6 + 69,7 + 91,0 + 72,7 316
F𝑟 = = = 𝟕𝟗, 𝟎 𝐠𝐟
4 4
6- Calcule a razão entre a constante elástica da associação em série das molas 1 e 2 e a
constante elástica da mola 1 (ks/k1). Calcule também a razão entre a constante elástica da
associação em paralelo das molas 1 e 2 e a constante elástica da mola 1 (kp/k1). Compare
com a previsão teórica em cada caso. Comente.
Razão entre as constantes (Ks/K1):
Ks = 5,89 gf/cm e K1 = 11,8 gf/cm
𝐾𝑠 5,89
= = 0,499 ≅ 0,5 𝑔𝑓/𝑐𝑚
𝐾1 11,8
Razão entre as constantes (Kp/K1):
Kp = 22,9 gf/cm e K1 = 11,8 gf/cm
𝐾𝑝 22,9
= = 1,94 𝑔𝑓/𝑐𝑚
𝐾1 11,8
Mesmo diante de possíveis erros durante a realização do experimento, nota-se que os
resultados seguem próximos a teoria, pois é possível verificar a proporcionalidade entre as
constantes Ks e Kp com a constante da mola.

11
7- Cortando-se uma mola ao meio o k1/2 das duas molas resultante é diferente do k da mola
inicial? Justifique.
Não, pois a constante elástica depende apenas do material que a mola é feita e não do
comprimento, mesmo que esse seja cortado ao meio.
8- Verifique se k3 - 4 obtido no PROCEDIMENTO 3-3, satisfaz a equação para a constante
elástica equivalente de uma associação em série de duas molas com constantes elásticas
diferentes.
O valor obtido da constante elástica (K3-4), por meio do experimento, foi de 4,21 gf/cm,
enquanto o valor da constante elástica equivalente pode ser obtido da seguinte forma:
1 1 1 1 1 1 1 5,0 × 18,18
= + => = + => = =>
K E K3 K4 K E 5,0 18,18 K E 5,0 + 18,18
1 90,9
= = 3,92 gf/cm
K E 23,18
Percebe-se que há uma diferença de 0,29 gf/cm entre os dois valores devido a possíveis
fontes de erros ao realizar o experimento.

CONCLUSÃO
Mediante da metodologia utilizada durante a aula prática, com a obtenção de dados, os
cálculos realizados e o experimento, foram possíveis determinar as diferenças entre a teoria e
a prática da Lei de Hooke, onde, durante a aula, existem possíveis fontes de erros que
atrapalhem a obtenção de valores esperados da teoria, como a posição da mola em relação a
régua sob o suporte fixo, o valor das massas dos pesos ao ser colocado no porta-peso que
estava preso na extremidade da mola e medição do alongamento da mola na régua, além de
uma possível inclinação da régua. Diante disso, nota-se que por conta de fontes de erros, não é
possível encontrar os valores esperados na teoria.
Por meio do experimento, da obtenção dos valores e dos cálculos realizados, foi possível
representar a deformação da mola e a constante elástica por meio das análises gráficas e das
tabelas, além do conhecimento de possíveis fontes de erros nos valores obtidos, contribuindo,
assim, para o estudo e entendimento da Lei de Hooke.

12
REFERÊNCIAS
HELERBROCK, Rafael. Lei de Hooke. Mundo Educação, 2020. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/lei-hooke.htm. Acesso em 10 jun 2022.

HELERBROCK, Rafael. Lei de Hooke; Brasil Escola, 2020 Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/lei-de-hooke.htm. Acesso em 10 de jun de 2022.

WIKIPEDIA. Lei de Hooke. 2021. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Hooke. Acesso em 10 jun 2022.

KHANACADEMY. O que é lei de Hooke. 2016. Disponível em:


https://pt.khanacademy.org/science/physics/work-and-energy/hookes-law/a/what-is-hookes-
law. Acesso em: 10 jun 2022

13

Você também pode gostar