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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
DISCIPLINA EXPERIMENTOS DE FÍSICA

PRÁTICA 6: LEI DE HOOKE E ASSOCIAÇÃO DE MOLAS

6.1 OBJETIVOS

- Verificar a lei de Hooke;


- Determinar a constante elástica de uma mola helicoidal;
- Determinar o valor de um peso desconhecido;
- Determinar a constante elástica de uma associação de molas.

6.2 MATERIAL

- Molas cilíndricas em espiral (quatro molas helicoidais)


- Massas aferidas (2 de 50 g, 2 de 20 g e 1 de 10 g)
- Porta peso
- Peso desconhecido
- Base com suporte e régua

6.3 FUNDAMENTOS

Os corpos materiais, quando submetidos à ação de forças, são suscetíveis a


deformações. Uma mola, por exemplo, que esteja fixa por uma de suas extremidades, poderá
sofrer uma distensão ou uma compressão, conforme o sentido da força aplicada na outra
extremidade. Se a intensidade da força for tal que, quando a força for removida a mola retome
a forma original, vale a relação linear:
F = k .Δ x (6.1)

onde Δx representa de quanto a mola se deformou (distendeu ou comprimiu), Figura 6.1.

Figura 6.1 – Mola sendo distendida.

Fonte: Figura adaptada de https://www.preparaenem.com/fisica/lei-hooke.htm. Acesso em: 15/05/2023.

1
O fator de proporcionalidade k, na Equação 6.1, que é uma característica de cada mola, é
chamado de “constante elástica da mola”. A dependência entre a força aplicada e a
deformação foi descoberta por Robert Hooke, em 1676, e é conhecida como “Lei de Hooke”.
Dizemos que uma mola A é mais elástica que uma mola B quando, estando ambas submetidas
a uma mesma força, a mola A sofre maior deformação.

ASSOCIAÇÃO DE DUAS MOLAS EM SÉRIE

Consideremos duas molas com constantes elásticas diferentes k1 e k2. Ao


submetermos a mola 1 a uma força F1 teremos:

F1 = k1.∆x1 (6.2)

𝐹
𝛥𝑥1 = 𝑘1 (6.3)
1

Ao submetermos a mola 2 a uma força F1 teremos:

F1 = k2.∆x2 (6.4)
𝐹
𝛥𝑥2 = 𝑘1 (6.5)
2

Associando as molas 1 e 2 em série, Figura 6.2, e submetendo o conjunto à mesma força F1,
teremos:

F1 = ke.∆xT (6.6)

𝐹
𝛥𝑥𝑇 = 𝑘1 (6.7)
𝑒

Onde ke é a constante equivalente da associação de molas e ∆xT é a elongação total realizado


pelo conjunto das duas molas.

Da Figura 6.2, podemos ver claramente que:

∆xT = ∆x1 + ∆x2 (6.8)

Substituindo as equações 6.3, 6.5 e 6.7 vem:

𝐹1 𝐹 𝐹
= 𝑘1 + 𝑘1 (6.9)
𝑘𝑒 1 2

Simplificando obtemos:

1 1 1
=𝑘 +𝑘 (6.10)
𝑘𝐸 1 2

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Figura 6.2 - Duas molas em série. À esquerda sem força aplicada, à direita com força
aplicada.

Fonte: o autor.

ASSOCIAÇÃO DE DUAS MOLAS EM PARALELO

Consideremos duas molas com constantes elásticas diferentes k1 e k2. Ao


submetermos a associação em paralelo, Figura 6.3, a uma força F, as duas molas terão a
mesma elongação. Então, para a mola 1, teremos:

F1 = k1.∆x (6.11)

E para a mola 2:
F2 = k2.∆x (6.12)

Aplicando a lei de Hooke à associando, temos:

F = kE.∆x (6.13)

Mas,

F = F 1 + F2 (6.14)

Substituindo as equações 6.11, 6.12 e 6.13 em 6.14, teremos:

kEΔx = k1Δx + k2Δx (6.15)

Simplificando obtemos:

kE = k1 + k2 (6.16)

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Figura 6.3 - Duas molas em paralelo. À esquerda sem força aplicada, à direita com força
aplicada.

Fonte: o autor.

Nesta prática cada bancada dispõe de duas molas praticamente iguais (m 1 e m2) e de
duas molas bem diferente das demais (m3 e m4). Determinaremos a constante elástica de cada
uma das molas; associaremos as molas m1 e m2 em série e determinaremos a constante
elástica da associação em série. Associaremos as duas molas m1 e m2 em paralelo e
determinaremos a constante elástica equivalente da associação em paralelo e por último,
associaremos a mola m3 em série com a mola m4 e determinaremos a constante elástica
equivalente da associação.

6.4 PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1: Determinação da constante elástica de cada mola.

1.1 Submeta as molas 1, 2, 3 e 4 a diferentes forças (pesos) e meça os alongamentos


correspondentes. Anote os resultados na Tabela 6.1.

Tabela 6.1 - Resultados experimentais.


Mola 1 Mola 2 Mola 3 Mola 4
Força Alongamen Força Alongamen Força Alongament Força Alongament
(gf) to (gf) to (cm) (gf) o (gf) o
(cm) (cm) (cm)
20 20 20 20
40 40 40 40
60 60 60 60
80 80 80 80
100 100 100 100

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PROCEDIMENTO 2: Determinação do peso desconhecido.

2.1 Submeta as molas 1, 2, 3 e 4 ao peso desconhecido e meça os alongamentos


correspondentes. Anote os resultados na Tabela 6.2.

Tabela 6.2 - Alongamentos para o peso desconhecido.


Molas 1 2 3 4
Alongamentos (cm)

PROCEDIMENTO 3: Determinação da constante elástica de uma associação de mola.

3.1 Associe as molas 1 e 2 em série, como mostra a Figura 6.4, preencha a Tabela 6.3 e
determine a constante elástica para cada medida.

Figura 6.4 - Molas em série. Figura 6.5 - Molas em paralelo.

Fonte: o autor. Fonte: o autor.

Tabela 6.3 - Resultados para a associação em série.


MOLA 1 EM SÉRIE COM MOLA 2
Força (gf) 20 30 40 50 60
Alongamento (cm)
Constante elástica (gf/cm)

Valor médio da constante elástica kS:

3.2 Associe as molas 1 e 2 em paralelo (Figura 6.5), preencha a Tabela 6.4 e determine a
constante elástica para cada medida.

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Tabela 6.4. Resultados para a associação em paralelo.

MOLA 1 EM PARALELO COM MOLA 2


Força (gf) 40 60 80 100 120
Alongamento (cm)
Constante elástica (gf/cm)

Valor médio da constante elástica kp:

3.3 Associe em série a mola 3 à mola 4, preencha a Tabela 6.5 e determine a constante elástica
para cada medida.

Tabela 6.5 – Resultados par molas diferentes em série.


MOLA 3 EM SÉRIE COM MOLA 4
Força (gf) 30 40 50 60 70
Alongamento (cm)
Constante elástica (gf/cm)

Valor médio da constante elástica k3-4:

6.5 QUESTIONÁRIO

Onde for necessário fazer cálculo(s) para chegar à resposta, os cálculos deverão constar
na resolução da questão.

OBS: A questão 1 vale 1,5 pontos; a questão 2 vale 0,8 e as demais questões valem 0,3
cada uma.

1- Faça os gráficos de F versus x, colocando as forças nas ordenadas e os alongamentos


nas abscissas:
(a) Gráfico para a mola 1 e para a associação em série das molas 1 e 2 (no mesmo
gráfico);
(b) Gráfico para a mola 2 e para a associação em paralelo das molas 1 e 2 (no mesmo
gráfico) e
(c) Gráfico para mola 3 e para a mola 4 (no mesmo gráfico).

2- Obtenha do programa utilizado para fazer os gráficos, a equação de cada reta (o Fit) e
anote na Tabela 6.5. Determine da equação de cada reta a constante elástica
correspondente. Anote na Tabela 6.5.

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Tabela 6.5 – Equação da reta e constante elástica.
Equação da reta Constante elástica
(gf/cm)
Mola 1
Mola 2
Mola 1 e Mola 2 em série
Mola 1 e Mola 2 em paralelo

3- Qual das molas (1, 2, 3 ou 4) é a mais elástica? Justifique.

4- Calcule teoricamente qual a constante elástica equivalente da associação em série das


molas 1 e 2 usando os valores obtidos na Tabela 6.5 e compare com o valor
determinado experimentalmente (Tabela 6.5). Comente.

5- Repita a questão anterior para a associação em paralelo das molas 1 e 2.

6- Qual é o valor do peso desconhecido obtido em função de cada mola? Qual é o valor
médio?

7- Verifique se k3 - 4 obtido no PROCEDIMENTO 3.3, satisfaz a equação para a constante


elástica equivalente de uma associação em série de duas molas com constantes
elásticas diferentes. Comente.

8- Cortando-se uma mola ao meio o k1/2 das duas molas resultante é diferente do k da
mola inicial? Calcule.

9- Qual a constante elástica equivalente da associação em paralelo de três molas


idênticas de constante elástica k?

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