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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIOS DE FÍSICA EXPERIMENTAL
BÁSICA PROFESSOR RAUL CORREA SILVA

Nome: Pedro Henrique dos Anjos Fonseca.


Curso: Matemática.

Nome: Gisele Dandara Pinheiro da Silva.


Curso: Matemática.

Turma: FÍSICA EXPERIMENTAL BÁSICA: MECÂNICA - PX6


Data de realização do experimento: 06/10/2023

MEDIÇÃO DA CONSTANTE ELÁSTICA DE MOLAS

Objetivo:

Determinar a constante elástica de duas molas, e dos arranjos dessas molas em série e
em paralelo.

Teoria básica resumida:

A constante elástica k a ser obtida neste relatório, deriva do estudo da relação entre a
força peso e a deformação, produzida em diferentes arranjos de molas únicas, em série e em
paralelo.
Essa constante mede a rigidez da mola, isto é, a força que é necessária para fazer com
que a mola sofra uma deformação. Sabe-se que todo objeto deforma-se sob a ação de uma
força de tração ou de compressão. Se, ao cessar a atuação dessa força, o corpo recupera sua
forma primitiva, diz-se que a deformação é elástica. Em geral, existe um limite para o valor
da força a partir do qual acontece uma deformação permanente no corpo. Dentro do limite
elástico, há uma relação linear entre a força aplicada e a deformação, linearidade esta que
expressa uma relação geral conhecida como Lei de Hooke. O sistema clássico utilizado para
ilustração dessa lei é o sistema massa-mola.
Considerando uma mola helicoidal, de massa desprezível, pendurada por uma de suas
extremidades, ao se colocar um objeto de massa m na outra extremidade, aparece um
alongamento x na mola.
A força F aplicada na mola é o peso do corpo e, dentro do limite elástico, tem-se
F = mg = kx, (1)
Em que F é o módulo de F, com unidades em N, x é a deformação em metros e k é
uma constante que depende do material de que é feita a mola , com unidades em N/m, bem
como de sua espessura, tamanho e outros fatores, e é denominada constante elástica da mola.
Associando-se duas molas, a constante elástica do conjunto passa a ter outro valor
que depende da maneira como foi feita a associação.
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Duas molas associadas em paralelos descrevem uma força total F com a seguinte
equação:
F = (𝑘 + 𝑘 )x, (2)
1 2

Na qual 𝑘 e 𝑘 representam as constantes elásticas de cada mola, e x é a deformação


1 2
do sistema.
Duas molas associadas em série descrevem uma força total F com a seguinte equação:

( )
1
𝐹 2 2𝑘 𝑘
1
Na qual 𝑘 e 𝑘 representam as constantes elásticas de cada mola, e x é a deformação
1 2
do sistema.
A partir disso, compreende-se que alongar as molas associadas em série é “mais fácil”
do que alongar as molas associadas em paralelo, já que a constante k do sistema em série é
menor do que o em paralelo.

Material:

● 2 molas
● 10 objetos de massa (50 ± 1) g
● Suporte com régua milimetrada
● Suporte para objetos de massa

Procedimentos:

1. Fixou-se a ponta superior de uma mola no suporte com a régua milimetrada.

2. Colocou-se o suporte para objetos de massa na parte inferior da mola e estabilizou-


se seu movimento até ficar parado.

3. Escolheu-se um ponto de referência para que sua posição seja considerada o


alongamento zero, desprezando o alongamento do suporte vazio.

4. Colocou-se um objeto de massa (50 ±1)g no suporte para objetos de massa.

5. Estabilizou-se a mola até ela ficar parada e mediu-se a deformação produzida.

6. Repetiu-se os procedimentos 4 e 5 até que os 10 objetos de massa fossem utilizados,


obtendo a deformação em cada situação.

7. Retirou-se o suporte para objetos de massa.


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8. Associou-se outra mola no suporte com régua milimetrada, de tal forma que, as duas
molas ficassem em série.

9. Realizou-se novamente os procedimentos 2 (colocou-se o suporte de objetos


associado à mola na parte inferior da série) e 3.

10. Repetiu-se os procedimentos 4 , 5 até que 5 objetos de massa fossem utilizados,


obtendo a deformação em cada situação.

11. Retirou-se as duas molas do suporte com régua milimetrada, dissociando as duas.

12. Colocou-se as duas molas em paralelo no suporte com régua milimetrada.

13. Realizou-se novamente os procedimentos 2 (colocou-se o suporte de objetos


associado às duas molas) e 3.

14. Repetiu-se os procedimentos 4 , 5 até que 10 objetos de massa fossem utilizados,


obtendo a deformação em cada situação.

Dados Obtidos:

Dados obtidos com a primeira mola :


Massa (kg) 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

Força Peso (N) 0,49 0,98 1,47 1,96 2,45

Deformação (m) 0,034 0,059 0,084 0,118 0,153

Dados obtidos com a segunda mola :


Massa (kg) 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

Força Peso (N) 0,49 0,98 1,47 1,96 2,45

Deformação (m) 0,028 0,056 0,092 0,115 0,141

Dados obtidos com as duas molas em série:


Massa (kg) 0,05 0,1 0,15 0,2

Força Peso (N) 0,49 0,98 1,47 1,96

Deformação (m) 0,153 0,215 0,270 0,337


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Dados obtidos com as duas molas em paralelo:
Massa (kg) 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

Força Peso (N) 0,49 0,98 1,47 1,96 2,45

Deformação (m) 0,012 0,028 0,044 0,062 0,079

Análise:

Para visualizar o comportamento global da Deformação, foram construídos três


gráficos de suas variações em função da Força Peso para cada uma das três situações
analisadas. Segue os gráficos:

colocar os
graficos
aqui.
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Como o esperado, em todos os gráficos, o comportamento da Força F no


Deslocamento X é linear, assemelhando-se ao comportamento de uma reta, como previsto na
equação (1).
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Para determinar as funções dos gráficos, antes da linearização não foi preciso realizar
nenhum método de modificação da equação. Tal método se torna desnecessário visto que as
equações que descrevem a Força F e o Deslocamento X já geram funções lineares.
Utilizando-se o primeiro gráfico, com apenas uma mola, conseguimos identificar a
constante elástica desta a partir da equação (1). Modificando a equação (1) e a transformando
em uma equação que resulta uma função de reta, é gerado a nova equação:
𝐹
𝐹 = 𝐴𝑥 + 𝐵 → 𝐴 = , (4)

Na nova equação foi retirado o valor de B pois o seu valor e sua incerteza assumem
valores parecidos entre si e próximos a zero.
Utilizando a equação (4) nos gráficos que foram mostrados e substituindo os A, temos
os seguintes valores de k para cada uma das situações:
𝐴 = 𝑘 = (21, 53 ± 0, 23) 𝑁/𝑚
(𝑚𝑜𝑙𝑎 1) (𝑚𝑜𝑙𝑎 1)
𝐴 = 𝑘 = (9, 78 ± 1, 73) 𝑁/𝑚
(𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑠é𝑟𝑖𝑒) (𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑠é𝑟𝑖𝑒)
𝐴 = 𝑘 = (38, 95 ± 0, 27) 𝑁/𝑚
(𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜) (𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜)
Quando em série, as molas 1 e 2 estão sujeitas a mesma Força F e sofrem
deformações diferentes. Logo, a mola 2 sofre a mesma força que atua sobre a mola 1 e tem
como seu deslocamento a subtração do deslocamento total pelo deslocamento da mola 1.
𝑋 = +𝑋 𝐹 𝐹 𝐹 1 1 1
𝑋 → = + → = +
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑘 𝑘 𝑘 𝑘 𝑘 𝑘
𝑒𝑞 1 𝑒𝑞 1 2
1 2 2

Quando em paralelas, as molas estão sujeitas a mesma Deformação X, porém sofrem


forças diferentes. Logo, temos como a Força F total a soma das forças que atuam em cada
mola individualmente.
𝐹 =𝐹 +𝐹 →𝑘 𝑋 =𝑘 𝑋 +𝑘 𝑋→𝑘 =𝑘 +𝑘
1 2 𝑒𝑞 1 2 𝑒𝑞 1 2
Com as duas equações achadas, pode-se agora achar o valor de 𝑘 através de uma
2
delas. Escolheu-se utilizar a equação do sistema de molas em paralelo:
𝑘 = 𝑘 + 𝑘 → 38, 95 = 21, 53 + 𝑘 → 17, 42 = 𝑘
𝑒𝑞 1 2 2 2
Para calcular a incerteza de 𝑘 (mola 2), utilizou-se a forma geral da incerteza da
2
soma ou subtração, que é a raiz da soma dos quadrados das incertezas individuais.

Δ𝑘 = 2 2
2 (Δ𝑘𝑒𝑞1) + (Δ𝑘 )

Δ𝑘 =
2 0,35

Sendo assim, temos que a constante elástica da mola 2 é:

𝑘 = (17, 42 ± 0, 35)𝑁/𝑚
2
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Discussão e fechamento:

Neste modelo de relatório, estudou-se o comportamento do aumento de uma Força F,


supostamente do tipo reta, a partir da variação do deslocamento, a fim de obter o valor da
constante elástica das molas e dos arranjos envolvidos no experimento. Expôs-se todos os
tópicos necessários à estrutura mínima de um relatório de experimento. Analisou-se os dados
obtidos, empregando-se o processo de linearização das equações de aumento linear
propostas,
tendo-se obtido uma constante elástica 𝑘 = (21,53±0,23) N/m, uma 𝑘 =
(𝑚𝑜𝑙𝑎 1) (𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑠é𝑟𝑖𝑒)
(9,78±1,73) N/m e uma 𝑘 = (38,95±0,27) N/m. Obtendo-se assim o valor da
(𝑚𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜)
constante elástica de uma segunda mola 𝑘 = (17,42±0,35)N/m. Os valores obtidos se
2
mostraram aceitáveis, uma vez que o valor real das constantes elásticas das molas são (21 ±
1)N/m.

Apêndice:
Em uma associação de duas molas em paralelo temos que a força total aplicada no
sistema é:
F = (𝑘 + 𝑘 )x
1 2
Na qual a constante elástica equivalente no sistema é 𝑘 + 𝑘
1 2

Já na associação de duas molas em série temos que a força total aplicada ao sistema é:

( )
𝐹= 𝑘𝑘
𝑘 +𝑘
1 2
𝑥
1 2
𝑘𝑘
1 2
Na qual a constante elástica equivalente no sistema 𝑘 +𝑘 .
é
1 2
𝑘𝑘
Percebe-se que 𝑘1 + 𝑘2 >
1 2
. Sendo assim, o sistema em paralelo possui uma
𝑘
1 2

constante elástica equivalente maior , o que comprova o fato desse conjunto ficar “mais duro”
do que o sistema em série já que essa constante representa justamente a rigidez da mola.
𝑘𝑘 𝑘𝑘
Analogamente, percebe-se que 𝑘 > 1 2
e 𝑘 2> 1 2
1 𝑘 +𝑘 𝑘 +𝑘 . Portanto, o conjunto em
1 2 1 2

série pelo fato de ter uma constante elástica equivalente menor que as molas individuais é
considerado “mais macio”.

Para definir a unidade da constante elástica utilizou-se a fórmula abaixo seguindo o


SI:
F (N) = k * x(m) → k = F(N) / x(m)
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Como provado na fórmula acima, temos como unidade da constante elástica o N/m.
Esta, é uma unidade derivada do SI correspondente ao torque provocado por uma força de um
newton exercida a uma distância de um metro do ponto de rotação.

Referências Bibliográficas:

https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-mecanica/

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