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MATERIAL DE APOIO

MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

ENGENHARIA AMBIENTAL

Profª Mestre Swilann M. P. Correa

Ji-Paraná
2020/1
Mecânica e Resistência dos Materiais Engenharia Ambiental
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1

CONCEITO...................................................................................................................... 1

SISTEMA DE UNIDADES.............................................................................................. 2

ESTRUTURAS................................................................................................................ 4

MECÂNICA GERAL....................................................................................................... 5

TIPOS DE SOLICITAÇÕES........................................................................................ 8

MOMENTO ESTÁTICO................................................................................................... 10

TIPOS DE CARREGAMENTOS................................................................................. 11

TENSÃO.......................................................................................................................... 15

DEFORMAÇÃO............................................................................................................... 17

DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇAO.......................................................................... 19

LEI DE HOOKE........................................................................................................... 20

TENSÃO ADMISSÍVEL............................................................................................... 21

COEFICIENTE DE POISSON..................................................................................... 23

PESO PRÓPRIO......................................................................................................... 24

CARGA AXIAL................................................................................................................ 26

TENSÃO TÉMICA....................................................................................................... 27

DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E FORÇA CORTANTE...................................... 28

Prof.ª Mestre Swilann M. P. Correa


Mecânica e Resistência dos Materiais Engenharia Ambiental
INTRODUÇÃO
Mecânica pode ser definida como a ciência que descreve e prevê as condições de repouso ou
movimento dos corpos sob a ação de forças. Ela divide-se em três partes: mecânica dos corpos rígidos,
mecânica dos corpos deformáveis e mecânica dos fluidos.
A mecânica dos corpos rígidos é subdividida em estática e dinâmica: a primeira trata dos corpos em
repouso; a última, dos corpos em movimento. Nesta parte do estudo da mecânica, os corpos são
considerados perfeitamente rígidos. No entanto, as estruturas e máquinas reais nunca são absolutamente
rígidas mas se deformam sob a ação das cargas a que estão sujeitas. Essas deformações, contudo,
geralmente são pequenas e não afetam de modo sensível as condições de equilíbrio ou movimento da
estrutura a ser estudada. São importantes, por outro lado, na medida em que a resistência da estrutura a
falhas seja levada em consideração sendo por isso estudadas na mecânica dos materiais, a parte da
mecânica que trata dos corpos deformáveis. A terceira divisão da mecânica, a mecânica dos fluidos, é
subdividida no estudo dos fluidos incompressíveis e de fluidos compressíveis. Uma importante subdivisão
do estudo dos fluidos incompressíveis é a hidráulica, que trata de problemas que envolvem a água.
A mecânica é uma ciência física, pois trata do estudo de fenômenos físicos. Todavia, alguns
associam a mecânica à matemática, enquanto muitos consideram um assunto de engenharia. Em parte,
ambos os pontos de vista são justificáveis. O propósito da mecânica é explicar e prever fenômenos físicos
e, desse modo, estabelecer os fundamentos para aplicação de engenharia.
O que é Resistência dos Materiais? É o estudo sobre a capacidade que os materiais têm para
resistir a certos tipos de forças externas que causam esforços internos em função do tipo de material,
dimensões, processo de fabricação, entre outros. Esta disciplina usa a estática para considerar os efeitos
externos (forças), e a partir de então considerar os efeitos internos (esforços). O objetivo desta primeira
parte da disciplina de Mecânica e Resistência dos Materiais é conhecer as diferentes solicitações
mecânicas (esforços internos causados por forças externas) para definir o melhor tipo de dimensionamento
e material.
Porque estudar Resistência dos Materiais? Por um lado, esse estudo evita que estruturas sejam
subdimensionadas, ou seja, possuam uma dimensão insuficiente em relação às forças que nela atuam e
que provocará quebras. Por outro lado, evita o superdimensionamento, ou seja, evita gasto excessivo com
material quando não é necessário, influenciando diretamente no custo final dos produtos e tornando-os
inviáveis (caro em relação aos demais concorrentes).
CONCEITO
Embora os estudo da mecânica remonte aos tempos de Aristóteles (384-322 a.C.) e Arquimedes
(287-212 a.C.), foi preciso esperar até Newton (1642-1727) para que houvesse uma formulação satisfatória
de seus princípios fundamentais. Apesar de algumas limitações reconhecidas, a mecânica newtoniana
ainda continua sendo a base das ciências da engenharia atuais.
Os conceitos básicos usados em mecânica são os de espaço, tempo, massa e força. Esses
conceitos não podem ser verdadeiramente definidos; devem ser aceitos com base em nossa intuição e
experiência e usados como um conjunto de referências mentais para o nosso estudo de mecânica.
O conceito de espaço está associado à noção de posição de um ponto P. A posição de P pode ser
definida por três comprimentos medidos a partir de um determinado ponto de referência, ou origem (0,0,0),
segundo três direções dadas (x, y, z). Esses comprimento são conhecidos como coordenadas de P.
Para se definir um evento, não é suficiente indicar a sua posição no espaço. O tempo do vento
também deve ser fornecido.
O conceito de massa é usado para caracterização e comparação de corpos com base em certos
experimentos mecânicos fundamentais.
Uma força representa a ação de um corpo sobre outro. A força pode ser exercida por contato direto
ou à distância, como no caso das forças gravitacionais e magnéticas. Uma força é caracterizada pelo seu
ponto de aplicação, sua intensidade e sua direção; uma força é representada por um vetor.
Estudaremos as condições de repouso de partículas e de corpos rígidos em termos dos quatro
conceitos básicos que foram apresentados acima. Por partícula entende-se uma quantidade de matéria
muito pequena e que, por hipótese, ocupa um único ponto no espaço. Um corpo rígido é uma combinação
de um grande número de partículas que ocupam posições fixas umas em relação às outras.
A lei do paralelogramo para a adição de forças: Essa lei estabelece que duas forças que atuam
sobre uma partícula podem ser substituídas por uma única força, denominada resultante, que se obtém
traçando-se a diagonal do paralelogramo cujos lados são iguais à forças dadas.

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As três leis fundamentais de Newton:
1ª LEI. Se a força resultante que atua em uma partícula for nula, a partícula permanecerá em
repouso (se originalmente em repouso) ou se moverá em velocidade constante em linha reta (se
originalmente em movimento).
2ª LEI. Se a força resultante que atua sobre uma partícula não for nula, a partícula terá uma
aceleração de magnitude proporcional à magnitude da resultante e na mesma direção dessa força
resultante. (F = m.a)
3ª LEI. As forças de ação e reação entre corpos em contato têm a mesma intensidade, a mesma
linha de ação e sentidos opostos.
O projeto e a construção de estruturas compõem uma área da engenharia civil na qual
muitos engenheiros civis se especializam. Estes são chamados engenheiros estruturais. A
engenharia estrutural trata do planejamento, construção e manutenção de sistemas estruturais pra
transporte, moradia, trabalho e lazer.
Os tipos de estruturas que podem ser concebidos compreendem: pontes, estádios
esportivos, edifícios, teatros, entre outros. Uma estrutura pode ser projetada e construída em aço,
concreto, madeira, blocos de rocha, materiais não convencionais (materiais que utilizam fibras
vegetais, por exemplo) ou novos materiais sintéticos (plásticos, por exemplo). Ela deve resistir a
ventos fortes, a solicitações que são impostas durante sua vida útil e, em várias partes do mundo,
a terremotos.
O desenvolvimento das teorias que descrevem o comportamento de estruturas se deu
inicialmente para estruturas reticuladas, ou seja, estruturas formadas por barras (elementos
estruturais que têm um eixo claramente definido). Trata-se dos tipos mais comuns de estruturas,
tais como a estrutura de uma cobertura ou esqueleto de um edifício metálico. Mesmo em casos de
estruturas nas quais nem todos os componentes podem ser considerados como barras (como é o
caso de edifícios de concreto armado), é comum analisar, de forma simplificada, o comportamento
global ou parcial da estrutura utilizando-se um modelo de barra.
SISTEMA DE UNIDADES
PREFIXOS DO SISTEMA INTERNACIONAIS (SI) PRINCIPAIS UNIDADE DO (SI)

TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES:
RELAÇÕES MÉTRICAS LINEARES RELAÇÕES MÉTRICAS QUADRADAS

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EXERCÍCIOS (Sistema de Unidades)
1) Dadas as medidas em polegadas („‟), pede-se
Dados:
expressá-las em [mm].
a) 0,393‟‟ 1” ------------------ 25,4 mm
b) 0,325‟‟ 1” ------------------ 2,54 cm
c) 0,600‟‟ 1h ------------------ 60 min
d) 0,750‟‟
1 min ------------------ 60 s
e) 0,875‟‟
1 ℓb ------------------ 0,45 kg
f) 0,120‟‟
1 kg ------------------ 9,81 N
2) Dadas as medidas em polegada fracionária („‟),
pede-se expressá-las em [mm].
5′′
a)
8
1′′
b) 2
4
3′′
c) 1
16
19′′
d)
64

3) Em uma prova automobilística, o piloto A foi o


vencedor, com seu carro perfazendo o percurso a
180 km/h.

Expresse a velocidade média do veículo em:


a) km/min
b) km/s
c) m/s

4) No dimensionamento de circuitos automáticos e


em outras aplicações na engenharia, é utilizada a
unidade de pressão bar = 105 𝑁/𝑚2 (Pascal).
Expresse a unidade bar em:
a) kg/m2
b) Kg/mm2
c) Kg/cm2
d) ℓb/pol2 (psi)

5) O módulo de Young ou módulo de elasticidade é


um parâmetro mecânico que proporciona uma
medida da rigidez de um material sólido. Expresse o
módulo de elasticidade dos materiais listados na
tabela abaixo em:
a) [kg/𝑚𝑚2 ]
b) [N/c𝑚2 ]
c) [N/𝑚2 ]

Respostas. Questão 1: a) 9,98 mm; b) 8,26 mm; c) 15,24 mm; d) 19,05 mm; e) 22,23
mm; f) 3,048 mm. Questão 2: a) 15,88 mm; b) 57,15 mm; c) 30,16 mm; d) 7,54 mm.
Questão 3: a) 3 km/min; b) 0,05 km/s; c) 50 m/s. Questão 4: a) 10.193,68 kg/m²; b)
0,01019 kg/mm²; c) 1,01937 kg/cm²; d) 14,61 lb/pol². Questão 5: AÇO a) 21.000
kg/mm²; b) 20.601.000 N/cm²; c) 206,01.109 N/m². ALUMÍNIO a) 7.000 kg/mm²; b)
6.867.000 N/cm²; c) 68,67.109 N/m². FOFO NODULAR a) 14.000 kg/mm²; b)
13.734.000 N/cm²; c) 137,34.109 N/m². COBRE a) 11.200 kg/mm²; b) 10.987.200
N/cm²; c) 109,87.109 N/m². ESTANHO a) 4.200 kg/mm²; b) 4.120.200 N/cm²; c)
9
41,20.10 N/m².
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ESTRUTURAS
TIPOS DE ESTRUTURAS
Existe um caso especial de estruturas que pode ter
suas reações de apoio e seus esforços internos determinados
por apenas condições de equilíbrio (ΣFx= 0; ΣFy= 0; ΣM= 0).
Em tais estruturas, chamadas estruturas estaticamente
determinadas ou estruturas isostáticas, o número de vínculos
externos e internos se iguala ao número de condições de
equilíbrio. As estruturas que têm vínculos externos ou internos
excedentes em relação ao número de condições de equilíbrio
são chamadas estruturas estaticamente indeterminadas ou
estruturas hiperestáticas. Por sua vez, um modelo estrutural
que não tem número suficiente de vínculo em relação à
condições de equilíbrio é denominado hipostático (que não
possui estabilidade).
Nesta disciplina de Mecânica e Resistência dos
Materiais aplicada a Eng. Ambiental daremos mais enfoque aos
casos de estruturas isostáticas.

TIPOS DE ESFORÇOS EXTERNOS


Esforço é a quantidade de trabalho necessária para
obter um resultado.
 Esforços externos ativos: carregamentos que exigem a
construção de uma estrutura que os suportem.
Exemplos: o peso de objetos e pessoas sobre uma
laje; a pressão do vento sobre um telhado; a pressão
da água sobre as paredes de uma caixa d‟água, o peso
próprio de uma ponte.
 Esforços externos reativos: introduzidos pelos apoios.

ELEMENTOS ESTRUTURAIS
 VIGAS: estrutura linear assentada em um ou mais apoios e que suporta carregamentos.
 NÓS: articulações em que são juntadas várias barras pelas suas extremidades.
 APOIOS: dispositivos que ligam pontos do sistema a outros sistemas impedindo determinados
movimentos.
 VÍNCULOS: cada uma das restrições impostas por um apoio; o número de vínculos é o número de
reações dos apoios.

TIPOS DE VÍNCULOS

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TIPOS DE VÍNCULOS APLICAÇÃO

APLICAÇÃO

MECÂNICA GERAL
Lei do Paralelogramo
Constata-se experimentalmente que duas forças u e v que atuam sobre uma partícula A podem ser
substituídas por uma única força R que tem o mesmo efeito sobre essa partícula. Essa força R é chamada
resultante das forças u e v e pode ser obtida pela construção de um paralelogramo, usando-se u e v como
dois lados adjacentes desse paralelogramo. A diagonal que passa por A representa a resultante.

Regra do Triângulo
Da lei do paralelogramo, podemos deduzir um outro método para se determinar a soma de dois
vetores. Esse método, conhecido como a regra do triângulo, é apresentado a seguir. Considere a figura (I)
abaixo, na qual a soma dos vetores u e v foi determinada pela lei do paralelogramo. Como o lado do
paralelogramo oposto a v é igual a v em intensidade e direção, podemos desenhar apenas metade do
paralelogramo, conforme a figura (II). A soma dos dois vetores pode, portanto, ser determinada dispondo-se
u e v no padrão ponta-a-cauda e, em seguida, unindo-se a cauda de u à ponta de v. A figura (III) ilustra a
outra metade do paralelogramo, na qual obtém-se o mesmo resultado. Isso confirma o fato de que a adição
de vetores é comutativa, ou seja, o resultado independe da ordem dos elementos.

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RELEMBRANDO A TRIGONOMETRIA
A soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°

Demonstração:
Qualquer que seja o triangulo, é possível conduzirmos por um de
seus vértices uma reta (neste caso, r) que seja paralela à reta (s) que
contém o lado oposto ao vértice considerado. Assim, os outros lados
do triângulo resultam transversais das paralelas r e s, determinando
ângulos alternos internos: b e b’ e c e c’. Logo, b = b’ e c = c’.
Como a + b’ + c’ = 180°, então a + b + c = 180°.
Em todo triângulo, a medida de um ângulo externo é igual à soma das medidas dos ângulos internos
não adjacentes a ele.
Demonstração:
Seja A, B e C os ângulos internos de um triângulo, como mostra a
figura ao lado. Seja α um ângulo adjacente suplementar a C. Por
definição, α é ângulo externo ao triângulo. Então, α + C = 180°. Mas,
por um teorema já demonstrado, A + B + C = 180°. Logo, α = A + B.
 TEOREMA DE TALES
Partindo-se da propriedade fundamental de semelhança de triângulos, o que acontecerá a um
triângulo se traçarmos um feixe de paralelas (r // s // t) e duas retas transversais?
As transversais determinam os segmentos de medidas x e y (em u) e os segmentos de medidas m e n
(em v).

𝑥 𝑚
A relação = é
𝑦 𝑛
conhecida como
Teorema de Tales.

FÓRMULAS PARA TRIÂNGULO RETÂNGULO


Triângulo Retângulo
𝐶𝑂 𝐶𝐴 𝐶𝑂
sen 𝛼 = cos 𝛼 = tg 𝛼 =
ℎ𝑖𝑝 ℎ𝑖𝑝 𝐶𝐴

FÓRMULAS PARA OUTROS TRIÂNGULOS


 Lei do cosseno
Se dois lados e o ângulo formado por esses lados
forem conhecidos, aplica-se a lei do cosseno: 2
𝑎 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2. 𝑏. 𝑐. cos 𝛼
𝑏 2 = 𝑎2 + 𝑐 2 − 2. 𝑎. 𝑐. cos 𝛽
𝑐 2 = 𝑎2 + 𝑏 2 − 2. 𝑎. 𝑏. cos 𝜃

 Teorema de Lamy
Se um sistema rígido estiver em equilíbrio, sob ação de apenas três forças
externas, F1, F2 e F3, não paralelas, o módulo de cada uma delas é proporcional
ao seno do ângulo entre as outras duas, ou seja:

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Respostas. Questão 6: F.cos𝛼 e F.sen𝛼. Questão 7: a) 150 N; b) 36,87º; c) 53,13º. Questão 8: 76,60 N e 64,28 N. Questão 9: 100N e 173,21 N. Questão 10: 7.448,83 N e 64,98º. Questão 11: 6,93 m. Questão 12: 240 N e 180 N. Questão 13: 721,11 N e 13,90º. Questão 14:
EXERCÍCIOS (Mecânica Geral)
6) Para o plano cartesiano “xy” abaixo, tem-se uma força 12) Um homem puxa com a força de 300 N uma
F denominada resultante, a qual é possível decompor corda amarrada a um edifício, como mostra a
em duas outras forças Fx e Fy, como no exemplo figura abaixo. Calcule as componentes horizontal
abaixo. Demonstre a equação que determina o valor de e vertical da força exercida pela corda no ponto
Fx e Fy, através das relações trigonométricas. A?

7) As componentes de uma carga F são,


respectivamente Fx = 120 N e Fy = 90 N. Calcule:
a) A resultante F. 13) As cargas 𝐹1 = 200 𝑁 e 𝐹2 = 600 𝑁 formam
b) O ângulo que F forma com a horizontal. entre si um ângulo 𝛼 = 60°. Usando a Lei do
c) O ângulo que F forma com a vertical. Paralelogramo, calcule a resultante das cargas
(F), bem como a direção (γ) em relação à
8) Calcule o valor das forças Fx e Fy, cuja força horizontal. Repita os cálculos usando a Regra do
resultante equivale a 100 N, formando ângulo de 40° Triângulo.
com a horizontal.

14) Parafuso é um tipo de junta utilizada para


fixação de elementos estruturais, seja em vigas ou
postes. As duas forças P e Q atuam sobre um
parafuso A. Usando a Lei do Paralelogramo,
9) Calcule as componentes horizontal (x) e vertical (y) da calcule a força resultante das forças P e Q, bem
força de 200 N aplicada na viga, conforme figura abaixo. como a direção (γ) em relação à horizontal. Repita
os cálculos usando a Regra do Triângulo.

10) Uma força F = (3.150 N)i + (6.750 N)j é aplicada a 15) Duas forças P e Q são aplicadas no ponto A
um parafuso A. Calcule a intensidade da força resultante de um suporte tipo gancho. Sabendo que P = 75 N
e o ângulo 𝜃 que ela forma com a horizontal. e Q = 125 N, use a Lei do Paralelogramo para
calcular a força resultante de P e Q e também a
direção (γ) que a resultante forma com a
horizontal. Repita os cálculos usando a Regra do
Triângulo.
97,73 N e 15,04º. Questão 15: 178,90 N e 34,91º. Questão 16: 3.303,97 N e 63,41º.

11) Pedro possui um cômodo retangular em sua casa o


qual ele quer dividir, conforme a figura abaixo. Sabendo 16) Vigas em balanço são comumente projetadas
que a base do cômodo mede 12 m e a diagonal forma por engenheiros civis para diversas aplicações.
com ela um ângulo de 30°, calcule a altura (h) do Usando a Lei do Paralelogramo, calcule a força
cômodo. resultante das forças de 2 kN e 3 kN ilustradas
abaixo e também a direção (γ) que a resultante
forma com a horizontal. Repita os cálculos usando
a Regra do Triângulo.

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TIPOS DE SOLICITAÇÕES
As estruturas são sistemas físicos constituídos de componentes interligados e deformáveis, capazes
de receber e transmitir esforços. Em caso de estrutura a ser projetada/construída, esses componentes
necessitam ser dimensionados para ter capacidade resistente ao próprio peso e às demais ações que lhe
serão aplicadas, além de ter adequado desempenho em serviço, isto é, a estrutura não deve chegar a
apresentar deformações e vibrações excessivas que prejudiquem o uso e a estética da mesma. Para isso, é
necessário conhecer incialmente os tipos de solicitações que as estruturas estão sujeitas.
 TRAÇÃO  COMPRESSÃO
Solicitação que tende a alongar a peça no sentido Solicitação que tende a encurtar a peça no sentido
da força aplicada. da força aplicada.

 CISALHAMENTO
Solicitação cujas forças atuantes tendem a produzir  TORÇÃO
um efeito de corte, isto é, um deslocamento linear Solicitação que as forças atuam em um plano
entre seções transversais. perpendicular ao eixo e cada seção transversal
tende a tende a girar em relação às demais.

 FLAMBAGEM
Solicitação de compressão em uma barra de seção
transversal pequena em relação ao comprimento,
que tende a produzir uma curvatura na barra.
 FLEXÃO
Solicitação que tende a deformar a geometria da
peça na direção perpendicular à força atuante.

Quando cada tipo se apresenta isoladamente, diz-se que a


solicitação é SIMPLES.
No caso de dois ou mais tipos agirem conjuntamente, a
solicitação é COMPOSTA.

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FORÇA AXIAL OU NORMAL (N)
É a carga que atua na direção do eixo longitudinal da peça (eixo de maior comprimento). A
denominação Normal ocorre, em virtude de ser perpendicular, à seção transversal.

FORÇA CORTANTE (V)


A força cortante representa a força contida no plano YZ, perpendicular ao eixo longitudinal da peça
(x), ou seja, ela age tangente à área (ou plano da área) secionada produzindo um esforço que tende a
deslizar uma seção em relação a outra, provocando tensões de cisalhamento.

Nesse estudo de Resistência dos Materiais I, consideraremos apenas corpos estáticos, ou seja,
cujas forças estão em equilíbrio (ƩF = 0). Isso quer dizer que se há uma ou mais forças atuando, haverá
reações com mesma intensidade e direção e com sentido contrário. Se a resultante das forças fosse maior
que as reações, o corpo não estaria em repouso (3ª Lei de Newton).
3ª Lei (Ação e Reação): Toda força que atua num corpo em repouso resulta em uma reação com mesma
direção, mesma intensidade e sentido contrário.

EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO
Equilíbrio é o conceito fundamental em Estática, baseando na Primeira Lei de Newton e cujas
equações estão estabelecidas nesta seção em caso de corpo rígido. Para que haja equilíbrio é necessário
que o somatório de todas as forças atuantes seja igual a zero.

𝐹𝑥 = 0 𝐹𝑦 = 0

 Sistema de forças
Quando duas ou mais forças estão agindo sobre um corpo, temos um sistema de forças, sendo
cada vetor chamado de componente. Todo sistema de forças, que atuam num mesmo plano, pode ser
substituído por uma única força chamada resultante, que produz o mesmo efeito das componentes.
Para determinar qual vetor é positivo ou negativo, existe uma convenção, adotando-se que na
direção x, o vetor com sentido para direita é positivo, e na direção y, o vetor com sentido para cima é
positivo

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MOMENTO ESTÁTICO
Momento (M) é o resultado de uma força F que age num dado ponto P (referência) estando a uma
distância d. O momento é dado pelo produto entre a força F [N] e a distância d [m] (M = F.d), sendo que a
força que causa momento sempre estará a 90° em relação à distância. Na figura abaixo temos um momento
causado pela componente Fy da força F:

De uma maneira simplista, pode-se dizer: “uma força aplicada num


corpo cria, em relação a um ponto de referência, uma tendência de giro em
torno de um eixo perpendicular ao plano formado pelo vetor raio e o vetor
força.”

Para determinar se o momento (M) é positivo ou


negativo, usaremos a convenção de sinais, conforme o quadro
ao lado 

Quando se identifica mais de um momento fletor atuando


sobre a estrutura, então precisamos determinar o equilíbrio da
mesma, através do somatório dos momentos fletores (ƩM = 0).

𝑀=0

Existirá mais de um momento fletor sobre a estrutura quando houver mais de uma força sendo
aplicada à uma distância perpendicular (90°) de um ponto P de referência. Exemplo:

Assumindo o local do apoio como ponto de referência, temos:


M = FA.a
M = - FM.b
Como, ƩM=0, então:
FA.a + (- FM.b) = 0
FA.a - FM.b = 0

TEOREMA DE VARIGNON
O momento resultante de duas forças concorrentes em um ponto E qualquer do seu plano em
relação a um ponto A de referência, é igual à soma algébrica dos momentos das componentes da força
resultante em relação a este ponto.

𝑅𝑑 = 𝐻𝑏 + 𝑉𝑐

Pratique os exercícios de 26 a 28 da página 12.

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TIPOS DE CARREGAMENTOS
As estruturas podem estar sujeitas a carregamento concentrado (pontual) ou distribuídos.

Exemplo de carregamento centrado:

Onde,
A e B representam os apoios articulado e móvel,
respectivamente;
a e b representam distâncias (em metros); e
P representa o carregamento pontual (em N).

Exemplo de carregamento distribuído uniforme:


Onde,
A e B representam os apoios articulado e móvel,
respectivamente;
L representa o comprimento da viga (em metros); e
q representa o carregamento distribuído (em N/m).

Exemplo de carregamento distribuído não uniforme:

Onde,
A e B representam os apoios articulado e móvel,
respectivamente;
L representa o comprimento da viga (em metros); e
q representa o carregamento distribuído (em N/m).

Para fins de cálculo de reação de apoio, um carregamento distribuído deve ser substituído por uma
carga resultante, cuja magnitude equivale à área total formada pelo mesmo. Essa resultante sempre atua no
Centro de Gravidade (CG) da superfície que representa a carga distribuída.

Exemplo de CG de estruturas com geometrias diferentes:

Exemplo aplicado:
Para a intensidade do: Para a posição do:

- carregamento distribuído - carregamento distribuído


uniformemente em 6 m, temos: uniformemente em 6 m (no
centro), temos:
𝑁
4,5𝑘 × 6 𝑚 = 27𝑘𝑁
𝑚 6𝑚 ÷2 =3𝑚
- carregamento distribuído não - carregamento distribuído não
uniformemente em 2,7 m, uniformemente em 2,7 m (1/3
temos: distante da base 90°), temos:
𝑁 1
6𝑘 × 2,7 𝑚 = 16,2𝑘𝑁 2,7 𝑚 × = 0,9 𝑚
𝑚 3
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EXERCÍCIOS (Momento Estático)
26) Com exceção da figura ilustrada em d, as figuras 29) A figura abaixo ilustra o esquema de uma laje,
abaixo ilustram à esquerda situações práticas que onde os apoios A, B, C e D representam as
exigem equilíbrio e, à direita, seus respectivos colunas que sustentam duas vigas de 6 metros de
diagrama de corpo livre. Com isso, calcule a força comprimento carregadas de maneiras distintas.
necessária (R e P) para manter as estruturas abaixo Calcule o valor de reação dos 04 apoios.
em equilíbrio.
a)

b)
30) Calcule a força de reação no apoio A e a força
normal na barra 1 da viga carregada conforme a
figura abaixo. Depois, calcule o ângulo ∝ que a
reação do apoio A (𝑅𝐴 ) forma com a horizontal.

c)

31) Calcule a reação dos apoios A e B das vigas,


carregadas conforme mostram as figuras a seguir:
d)
a)

27) A figura abaixo ilustra uma chave de grifo sendo b)


utilizada para rosquear um tubo de 20 mm de
diâmetro. Calcule a intensidade da força F exercida
pelo grifo no tubo, quando a força de aperto aplicada
for 40N. As medidas de distância estão em mm.

c)

28) Calcule o momento provocado na alavanca da


morsa, durante a fixação da peça, conforme indicado
na figura abaixo. d)

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EXERCÍCIOS (Momento Estático)
e) d)

f)

33) Uma força de 800 N atua sobre um suporte


(A) engastado a uma parede. Calcule o momento
fletor no ponto B.

g)

32) Sabe-se que o apoio denominado engaste


reage à três solicitações distintas: horizontal
vertical e rotacional. Analise a quantas
solicitações estão sujeitas as estruturas abaixo e
calcule o respectivo valor.
a)

b)

c)

Respostas. Questão 26: a) RA = P = 2,5 kN; b) P = 300 N e R = 700 N; c) P = 40 N e R =


60 N; d) P = 3,33 kN e R = 13,33 kN. Questão 27: F = 240 N. Questão 28: M = 15 Nm.
Questão 29: RA = RB = 1500 N e RC = RD = 4500 N. Questão 30: RA = 14, 66 kN; F1 =
𝑃𝑏 𝑃𝑎
11,27 kN e 𝛼 = 62,46º. Questão 31: a) RA = (𝑎:𝑏) e RB = (𝑎:𝑏); b) RA = 9,33 kN e RB = 5,86
𝑞ℓ 𝑞ℓ 𝑞ℓ
kN; c) RA = 10 kN e RB = 2kN; d) RA = RB = 2 ; e) RA = 6 e RB = 3 ; f) RA = 22 kN e RB = 38
kN; g) RA = 25 kN e RB = 35 kN. Questão 32: a) R = P e M = PL; b) R = 15 kN e M = 42
kNm; c) R = 4 kN e M = 10 kNm; d) R = 2.510 N e M = 5.342 Nm. Questão 33: MB =
202,56 Nm.
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TENSÃO
Quando um corpo que está submetido a uma carga externa é secionado (separado em partes
menores; cortado), há uma distribuição de forças que age sobre a área secionada e que mantém cada
segmento do corpo em equilíbrio. A intensidade dessa força interna em um ponto no corpo é denominada
tensão. Ou seja, tensão é o valor limite da força por unidade de área quando a área tende a zero. Por esta
razão, o material no ponto é considerado contínuo (o material é distribuído continuamente no volume do
corpo) e coeso (todas as suas partes estão muito bem unidas, sem a presença de trincas, separações ou
falhas).
O valor das componentes da tensão depende do tipo de carga que age sobre o corpo e da
orientação do elemento no ponto.

TENSÃO NORMAL MÉDIA ( )


Quando uma barra prismática é feita de material homogêneo e
isotrópico e é submetida a uma força axial que age no centroide da
área da seção transversal, então o material no interior da barra é
submetido somente à tensão normal. Admite-se que essa tensão é
uniforme ou média na área da seção transversal.
𝑃
𝜎=
Onde,
𝐴
= tensão normal média em qualquer ponto na área da seção
transversal [Pa = ⁄ ].
𝑚
P = força normal interna resultante, que é aplicada no centróide da
área da seção transversal. P é determinada pelo método das
seções e pelas equações de equilíbrio [N].
A = área da seção transversal da barra [m²].

TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA ( )


A intensidade da força, ou força por unidade de área, que age tangente a variação da área (ou no
plano da área secionada), denominada tensão de cisalhamento.

𝑉
𝜏=
𝐴

Onde,
= tensão de cisalhamento média na seção, que consideramos ser a mesma em cada ponto localizado
na seção [Pa = ⁄ ].
𝑚
V = força cortante interna resultante na seção determinada pelas equações de equilíbrio [N].
A = área na seção [m²].

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EXERCÍCIOS (Tensão)
:34) A luminária de 80 kg é sustentada por duas 38) A barra mostrada na figura abaixo tem área de
hastes, AB e BC, como mostra a figura. Se AB seção transversal quadrada com 40 mm de
tiver diâmetro de 10 mm e BC tiver diâmetro de 8 profundidade e largura. Se uma força axial de 800
mm, calcule a tensão normal média em cada N for aplicada ao longo do eixo que passa pelo
haste. centroide da área da seção transversal da barra,
calcule a tensão normal média e a tensão de
cisalhamento média que agem no material ao
longo:
a) do plano da seção a-a; e
b) do plano da seção b-b.

35) O elemento AC mostrado na figura abaixo


está submetido a uma força vertical de 3 kN. 39) O elemento inclinado está submetido a uma
Calcule a posição x dessa força de modo que a força de compressão de 1500 N. Calcule:
tensão de compressão média no apoio liso C seja a) a tensão de compressão média ao longo das
igual à tensão de tração média na barra AB. A áreas de contato lisas definidas por AB e BC; e
área da seção transversal da barra é 400 mm² e a b) a tensão de cisalhamento média ao longo do
área em C é 650 mm². plano horizontal definido por EDB.

36) Calcule a tensão de cisalhamento que atua no


plano A da figura. Considere as cotas em
milímetros. 40) A escora de madeira está suspensa por uma
haste de aço de 10 mm de diâmetro que está
presa na parede. Considerando que a escora
suporta uma carga vertical de 6 kN, calcule a
tensão de cisalhamento média:
a) na haste fixada na parede; e
b) ao longo dos dois planos sombreados da
escora, um dos quais é indicado como abcd.

37) A prancha de madeira está sujeita a uma força


de tração de 425 N. Calcule a tensão de
cisalhamento média e a tensão normal média
desenvolvida nas fibras da madeira orientadas ao
longo da seção a-a a 15° em relação ao eixo da
prancha.

Respostas. Questão 34: 𝜎𝐴𝐵 = 8,06 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎𝐵𝐶 = 7,86 𝑀𝑃𝑎. Questão 35: x = 124 mm.
Questão 36: 𝜏 = 9,98 𝑀𝑃𝑎. Questão 37: 𝜎 = 15,19 𝑘𝑃𝑎 e 𝜏 = 56,7 𝑘𝑃𝑎. Questão 38: a)
𝜎 = 0,5 𝑀𝑃𝑎 e 𝜏 = 0; b) 𝜎 = 0,374 𝑀𝑃𝑎 e 𝜏 = 0,216 𝑀𝑃𝑎.Questão 39: a)
𝜎𝐴𝐵 = 0,9 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎𝐵𝐶 = 0,6 𝑀𝑃𝑎; b) 𝜏𝐸𝐷𝐵 = 0,3 𝑀𝑃𝑎. Questão 40: a) 76,39 𝑀𝑃𝑎; b) 3,75
MPa.
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DEFORMAÇÃO
Sempre que uma força é aplicada a um corpo, esta tende a mudar a forma e o tamanho dele. Essas
mudanças são denominadas deformações e podem ser altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis
se não forem utilizados equipamentos que façam medições precisas.

DEFORMAÇÃO NORMAL ( )
É o alongamento ou contração que ocorre em uma unidade de comprimento de uma peça
submetida à ação de carga axial.

ℓ′ − ℓ ∆ℓ
𝜀= =
ℓ ℓ
Onde,
𝜀 = deformação normal média [adimensional].
ℓ′ = posição final [m; mm].
ℓ = posição inicial [m; mm].
∆ℓ = variação da deformação/deslocamento [m; mm].

DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO ( )


A mudança que ocorre no ângulo entre dois segmentos de reta que originalmente eram
perpendiculares um ao outro é denominada deformação por cisalhamento. Esse ângulo é representado por
(gama) e medido em radianos (rad).
𝜋 𝐶𝑂
𝛾= − 𝜃′ 𝛾=
2 e/ou 𝐶𝐴

Onde,
𝛾 = deformação por cisalhamento [rad].
CO = cateto oposto.
CA = cateto adjacente.

Como funciona a deformação do corpo?


Considerando que:
 as dimensões do elemento são muito pequenas, sua forma, quando deformado, será a de um
paralelepípedo;
 os segmentos de reta muito pequenos permanecerão aproximadamente retas após a deformação
do corpo.

Durante a deformação, ocorrem dois efeitos simultâneos:


As deformações normais causam mudança no volume do elemento retangular.
As deformações por cisalhamento provocam uma mudança em sua forma.

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Respostas. Questão 47: a) 𝜀𝐴𝐵 = 7,93. 10;3 ; b) 𝛾 = 0,0121 𝑟𝑎𝑑. Questão 48: 11,58. 10;3 𝑟𝑎𝑑. Questão 49: 𝜀𝐶𝐸 = 2,5. 10;3 ; 𝜀𝐵𝐷 = 1,07. 10;3 . Questão 50: 𝜀 = 1. 10;3 . Questão 51: ∆ℓ𝑃 = 11,2. 10;3 𝑚. Questão 52: 𝜀 = 5,77. 10;3 . Questão 53: 𝜀 = 16,83. 10;3 . Questão 54: 𝜀𝐴𝐵 =
EXERCÍCIOS (Deformação)
47) A chapa é deformada até a forma 51) A viga rígida é sustentada por um pino em A e
representada pelas linhas tracejadas, mostradas pelos cabos BD e CE. Se a deformação normal
na figura abaixo. Se nessa forma deformada as admissível máxima em cada cabo for 𝜀 = 0,002,
retas horizontais da chapa permanecerem calcule o deslocamento vertical máximo da carga P.
horizontais e seus comprimentos não mudarem,
calcule:
a) a deformação normal ao longo do lado AB;
b) a deformação por cisalhamento média da
chapa em relação aos eixos x e y.

52) Dois cabos de 300 mm cada estão interligados em


A. Se a força P provocar um deslocamento horizontal
de 2 mm no ponto em A, calcule a deformação
desenvolvida em cada cabo.

48) A forma original de uma peça de plástico é


retangular. Calcule a deformação por
cisalhamento 𝛾𝑥𝑦 nos cantos A e B se o plástico se
distorcer como mostram as linhas tracejadas da
figura abaixo.

53) Originalmente, o cabo de ancoragem AB de uma


estrutura de edifício não está esticado. Devido a um
terremoto, as duas colunas da estrutura inclinam-se
até um ângulo 𝛾 = 2°. Determine a deformação
normal aproximada do cabo quando a estrutura
estiver nessa posição. Considere que as colunas são
rígidas e giram ao redor de seus apoios inferiores.

49) A barra rígida é sustentada por um pino em A


e pelos cabos BD e CE. Se a carga P aplicada à
viga provocar um deslocamento de 10 mm para
baixo na extremidade C, calcule a deformação
normal desenvolvida nos cabos CE e BD.

54) O quadrado deforma-se até chegar à posição


mostrada pelas linhas tracejadas. Calcule a
deformação normal média ao longo de cada diagonal,
AB e CD, sabendo que o lado D'B' permanece
horizontal.
50) Uma força que atua na empunhadura do cabo
da alavanca mostrada abaixo provoca uma
rotação no cabo da alavanca de 𝛾 = 0,002 𝑟𝑎𝑑 em
sentido horário. Calcule a deformação normal
média desenvolvida no cabo BC.
1,61. 10;3 ; 𝜀𝐶𝐷 = 125,52. 10;3 .

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DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
O ENSAIO DE TRAÇÃO
Em Resistência dos Materiais, é necessário
conhecer o comportamento dos materiais quando
submetidos a carregamentos. Para obtermos estas
informações, é feito um ensaio de tração numa amostra do
material chamada corpo de prova (CP). São medidas a área
(A) de seção transversal do CP e a distância (Lo) entre dois
pontos marcados no CP.

O CP é submetido a uma carga normal (F). A medida que essa carga aumenta, pode ser observado
um aumento na distância entre os pontos marcados e uma redução na área de seção transversal, até a
ruptura do material. A partir da medição da variação destas grandezas, feita pela máquina de ensaio, é
obtido o diagrama de tensão ( ) e deformação ( ). Esse diagrama varia muito de material para material, e
ainda, para um mesmo material podem ocorrer resultados diferentes devido à variação de temperatura do
corpo de prova e da velocidade da carga aplicada. Entre os diagramas x de vários grupos de materiais é
possível distinguir características comuns que nos levam a dividir os materiais em duas importantes
categorias: materiais dúcteis e materiais frágeis.
Os materiais dúcteis, como aço, alumínio, cobre, bronze,
latão, níquel, entre outros, são caracterizados por apresentarem
escoamento a temperaturas normais. O corpo de prova é submetido
a carregamento crescente, e com isso seu comprimento aumenta,
de forma lenta e proporcional ao carregamento. Desse modo, a
parte inicial do diagrama é uma linha reta com grande coeficiente
angular.
Entretanto, quando é atingido um valor crítico de tensão
( ), o corpo de prova sofre uma grande deformação com pouco Característica dos diagramas tensão-deformação
aumento de carga aplicada. dos materiais: (a) dúcteis e (b) frágeis.

Quando o carregamento atinge um valor máximo ( ),


o diâmetro do CP começa a diminuir, devido à perda de
resistência local. Esse fenômeno é conhecido como estricção.

Estricção
Após ter começado a estricção, um carregamento mais

Ruptura
baixo ( ) é suficiente para a deformação e rompimento do
corpo de prova.
Em materiais frágeis a é igual à , sendo que
Diagrama tensão-deformação de um ocorre pouca deformação até a ruptura (ex.: vidro, pedra,
aço com baixo teor de Carbono. concreto, cerâmica, porcelanato, gesso, cristal, acrílico, etc).

Recuperação: Se um corpo de prova de material dúctil for carregado até a região plástica e,
então, descarregado, a deformação ( ) elástica é recuperada, entretanto, a deformação ( )
plástica permanece, e o resultado é que o material fica submetido a uma deformação ( )
permanente. Ou seja, (plás) – (elás) = (plás)perm.

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Exemplo de um diagrama tensão-


Maeriais dúcteis

deformação do aço.
Pelos dados obtidos em um ensaio de tração ou
compressão, é possível calcular vários valores da tensão
e da deformação correspondentes no corpo de prova e,
então, construir um gráfico com esses resultados. A
curva resultante é denominada diagrama tensão-
deformação. No gráfico, o eixo das ordenadas
correspondem às tensões ( ) enquanto o eixo das
abscissas correspondem às deformações ( ).

Onde,
= tensão (ou limite) de proporcionalidade; representa o valor máximo da tensão, abaixo da qual o
material obedece a Lei de Hooke.
= tensão (ou limite) de escoamento; a partir deste ponto aumentam as deformações sem que se
altere, praticamente, o valor de tensão. Quando se atinge o limite de escoamento, diz-se que o
material passa a escoar-se.
= tensão máxima (ou limite de resistência); corresponde à máxima tensão atingida no ensaio de
tração sem o rompimento do material, onde se inicia a estricção.
= tensão (ou limite) de ruptura; corresponde à tensão atingida quando o corpo de prova se rompe.
Região de Deformação Elástica = o trecho do diagrama tensão-deformação compreendido entre a origem e
o limite de proporcionalidade.
Região de Deformação Plástica = o trecho do diagrama tensão-deformação compreendido entre o limite de
proporcionalidade e o ponto correspondente à ruptura do material.
LEI DE HOOKE
Como observado nos gráficos acima, o diagrama tensão-deformação para a maioria dos materiais
exibe uma relação linear entre tensão e deformação dentro da região elástica. Por consequência, um
aumento na tensão provoca um aumento proporcional na deformação. Esse fato foi descoberto pelo
cientista inglês Robert Hooke, no ano de 1676, o qual constatou que uma série de materiais, quando
submetidos à ação de carga normal, sofre variação na sua dimensão linear inicial, bem como na área da
seção transversal inicial. Essa descoberta pode ser expressa por:

Onde, 𝜎 = 𝐸. 𝜀 𝜏 = 𝐺. 𝛾
= tensão [Pa = N/m²].
Lei de Hooke ao Cisalhamento, onde:
E = módulo de elasticidade (ou módulo de Young) do 𝜏 = tensão de cisalhamento [Pa]
material [Pa = N/m²]. G = módulo de elasticidade ao cisalhamento [Pa]
= deformação [adimensional]. 𝛾 = deformação por cisalhamento [rad]

Nessa expressão, E representa a constante de proporcionalidade, denominada módulo de


elasticidade ou módulo de Young, nome que se deve a Thomas Young, que publicou uma explicação
sobre o módulo em 1807. O módulo de elasticidade (ou Young) é uma característica intrínseca de cada
material, pois ele é determinado pela força de atração entre os átomos dos materiais. Por esta razão diz-se
que, quanto maior for esse módulo, maior a tensão necessária para o mesmo grau de deformação, e
portanto mais rígido é o material.
O módulo de elasticidade é uma das propriedades mecânicas mais importantes utilizadas no
desenvolvimento de equações apresentadas nesta disciplina. Porém, é sempre bom lembrar que E só pode
ser usado se um material tiver comportamento linear elástico. Além disso, se a tensão no material for maior
que o limite de proporcionalidade, o diagrama tensão-deformação deixa de ser uma linha reta, e a equação
= . deixa de ser válida.
Na prática, a determinação de tensões é um importante passo para o desenvolvimento de dois estudos:
 Análise de estruturas e máquinas já existentes, com o objetivo de prever o seu comportamento sob
condições de cargas específicas.
 Projeto de novas máquinas e estruturas, que deverão cumprir determinadas funções de maneira
segura e econômica.
Em ambos os casos é necessário saber como o material empregado vai atuar sob as condições de
carregamento, seja na tração, compressão, flexão, cisalhamento ou torção. Para cada tipo de material, isto
pode ser determinado através de uma série de ensaios específicos a cada tipo de solicitação, de onde
obtemos dados importantes como tensões de escoamento e ruptura.

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TENSÃO ADMISSÍVEL ( ̅ ou )
No projeto de um elemento estrutural ou componente de máquina, deve-se considerar que, em
condições normais de operação/trabalho, o carregamento seja menor que o valor que o material possa
suportar. Este valor que o material suporta, deve ser a tensão de escoamento (para materiais dúcteis) e a
tensão de ruptura (para materiais frágeis). Ainda assim, devemos garantir que, caso haja por qualquer
motivo um carregamento acima do normal, o material não ultrapasse a tensão de proporcionalidade (logo
abaixo da tensão de escoamento), e assim, tenha uma deformação plástica. A tensão admissível nada mais
é do que uma tensão abaixo da tensão de proporcionalidade, sendo a máxima tensão a ser aplicada em
condições normais de trabalho. Assim, caso haja um carregamento além do normal, não será atingida a
tensão de proporcionalidade e, consequentemente, o material ainda estará trabalhando dentro da região
elástica.

A tensão admissível será


calculada pela divisão da 𝜎𝑒 𝜎𝑟
tensão de escoamento ou 𝜎= 𝜎=
ruptura (depende do tipo 𝐹𝑆 𝐹𝑆
de material) pelo
coeficiente de segurança (k
ou FS).

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EXERCÍCIOS (Diagrama Tensão-Deformação)
55) Um corpo de prova de liga de titânio é testado
em um ensaio de torção, e a figura abaixo mostra
o diagrama tensão-deformação de cisalhamento.

Calcule:
a) a) o módulo de elasticidade ao cisalhamento (G);
b) b) o limite de proporcionalidade (𝜏𝑙𝑝 ); 58) Calcule o diâmetro da barra 1 da construção
c) c) o limite de resistência ao cisalhamento (𝜏𝑚 𝑥 ); representada na figura. O material da barra é o
d) d) a máxima distância d de deslocamento ABNT 1010L com 𝜎𝑒 = 220 𝑀𝑃𝑎, e o fator de
horizontal da parte superior de um bloco desse segurança indicado para o caso é k = 2.
material, mostrado na figura abaixo, se ele se
comportar elasticamente quando submetido a uma
força de cisalhamento V;

e) e) Qual é o valor de V necessário para causar 59) O lustre da figura pesa 120 N e está preso ao
esse deslocamento (elástico)? teto através do ponto A por uma corrente de aço.
Calcule o diâmetro do arame da corrente, para
56) Um ensaio de tração para um aço-liga resultou que suporte com segurança k = 5, o peso do
no diagrama tensão-deformação mostrado na lustre. O material do arame é o ABNT 1010L com
figura abaixo. Pede-se: 𝜎𝑒 = 220 MPa.
a) Calcular o módulo de elasticidade e o limite de
escoamento com base em uma deformação
residual de 0,2%.
b) Ao examinar o gráfico, determine o limite de
resistência à tração e a tensão de ruptura.

57) O diagrama tensão-deformação para uma liga


de alumínio utilizada na fabricação de peças de
aeronaves é mostrado na figura abaixo. Se um
corpo de prova desse material for submetido à
tensão de tração de 600 MPa, calcule a
deformação permanente no corpo de prova
quando a carga é retirada. Respostas. Questão 55: a) 45 GPa; b) 360 MPa; c) 504 MPa; d) 0,4 mm; e) 2.700 kN.
Questão 56: a) 215 GPa e 469 MPa; b) 745,2 MPa e 621 MPa. Questão 57: 0,015.
Questão 58: 14 mm. Questão 59: 2 mm.

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ALONGAMENTO e/ou DESLOCAMENTO (∆ℓ)


∆ℓ
Sabendo que = e = , podemos escrever a seguinte relação para o alongamento (∆ℓ):

𝑃. ℓ 𝜎. ℓ
∆ℓ = =
𝐴. 𝐸 𝐸
Onde,
∆ℓ = alongamento (ou deslocamento) da estrutura [m; mm].
P = carga axial aplicada [N].
ℓ = comprimento inicial da estrutura [m; mm].
A = área da seção transversal da estrutura [m²; mm²].
E = módulo de elasticidade do material [Pa = ⁄ ].
𝑚
= tensão [Pa = ⁄ ]
𝑚
O alongamento será positivo (+) quando a carga aplicada tracionar a peça, e será negativo (-)
quando a carga aplicada comprimir a peça.

COEFICIENTE DE POISSON ( )
Quando submetido a uma força de tração axial, um corpo deformável não apenas se alonga, mas
também se contrai lateralmente. Por exemplo, se esticarmos uma tira de borracha, podemos notar que a
espessura, assim como a largura da tira diminuem. Da mesma forma, uma força de compressão que age
sobre um corpo provoca uma expansão lateral.

Quando a carga P é aplicada à barra, provoca uma mudança ∆ℓ no comprimento e ∆ℓ′ no raio da
barra. As deformações na direção longitudinal ou axial e na direção radial ou transversal são,
respectivamente:
∆ℓ ∆ℓ′
= e =
No início do século XIX, o cientista francês S. D. Poisson percebeu que, dentro da faixa elástica, a
razão entre essas deformações é uma constante, visto que ∆ℓ e ∆ℓ′ são proporcionais. Essa constante é
denominada coeficiente de Poisson (𝜐) e seu valor numérico é único [e adimensional] para um
determinado material homogêneo e isotrópico. Em termos matemáticos, temos:

𝜀𝑡
𝜐=− ou 𝜀𝑡 = −𝜐. 𝜀
𝜀
Onde,
𝜐 = coeficiente de Poisson [adimensional].
= deformação transversal [adimensional].
= deformação normal [adimensional].

A Lei de Hooke para cisalhamento pode ser expressa por:


Onde,
𝜏 = 𝐺. 𝛾 𝜏 = tensão de cisalhamento [Pa = 𝑁⁄𝑚 ]
G = módulo de elasticidade/rigidez ao cisalhamento [Pa = 𝑁⁄𝑚 ]
𝛾 = deformação por cisalhamento [rad]

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PESO PRÓPRIO ( )
É importante a consideração do peso próprio das estruturas nos cálculos. Para isso utilizamos a
seguinte equação:
𝑃𝑃𝑚 𝑥 = 𝛾. 𝐴. ℓ
Onde,
= peso próprio do elemento dimensionado [Pa = ⁄ ].
𝑚
A = área da seção transversal [m²].
= peso específico do material [N/m³].
ℓ = comprimento da estrutura [m].

A tabela abaixo resume algumas propriedades básicas de alguns materiais:

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Respostas. Questão 60: a) 10 MPa; b) 0,114 mm. Questão 61: a) 0,514 mm; b) 0,3 mm; c) 1,93 mm. Questão 62: a) 22,92 MPa; b) 8,73.10 -5 m. Questão 63: Alumínio. Questão 64: 70 GPa. Questão 65: 0,155 mm. Questão 66: 35,72 MPa. Questão 67: a)
EXERCÍCIOS (Alongamento e Peso Próprio)
60) Uma barra de alumínio possui seção 65) Observe a figura abaixo, onde
transversal quadrada com 60 mm de lado e, o seu as duas barras são maciças. A
comprimento é de 0,8 m. A carga axial aplicada na barra AB é de aço (E = 200 GPa) e
barra é de 36 kN. Dado: 𝐸𝑎𝑙 = 70 𝐺𝑃𝑎. Calcule: a barra BC é de latão (E = 105
a) a tensão normal atuante na barra; e GPa). As barras são cilíndricas e
b) o seu alongamento. ligadas em B. Calcule o
deslocamento total da barra
composta ABC.

66) Assuma agora que as barras da figura


apresentada no exercício anterior sejam de concreto,
maciças e soldadas em B, cujo 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 2. 104 𝑁/
𝑚 . Considerando o peso próprio do material, calcule
a tensão atuante na seção C-C da peça.

67) A figura dada, representa duas barras de aço


soldadas na secção BB.
61) A barra rígida BDE é suspensa por duas A carga de tração que atua na
hastes AB e CD. A haste AB é de alumínio (E = 70 peça é 4,5 kN. A secção 1 da peça
GPa) com área da seção transversal de 500 mm²; possui d = 15 mm e 0,6 m de
a haste CD é de aço (E = 200 GPa) comprimento, sendo que a secção
com área da seção transver- 2 possui d = 25 mm e 0,9 m de

𝜎1 = 24,46 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎2 = 9,17 𝑀𝑃𝑎; b) ∆ℓ1 = 7,28. 10;5 𝑚 e ∆ℓ2 = 3,93. 10;5 𝑚; c) 0,112 mm. Questão 68: 𝜎𝐴𝐴 = 1 𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝐵𝐵 = 0,693 𝑀𝑃𝑎; 𝜎𝐶𝐶 = 0,733 𝑀𝑃𝑎. Questão 69: 63,83 kPa.
sal de 600 mm². Para a força comprimento. Considerando o
de 30 kN, calcule: peso próprio do material e dados
a) O deslocamento de B; 𝐸𝑎ç𝑜 = 210 𝐺𝑃𝑎, calcule, para as
b) O deslocamento de D; e seções 1 e 2:
c) O deslocamento de E.
a) A tensão normal;
62) A barra circular da figura ao lado é de aço, b) O alongamento; e
possui d = 20 mm e comprimento ℓ = 0,8 m. c) O alongamento total da peça.
Encontra-se submetida à ação de uma carga axial
de 7,2 kN. Dado: E =210 GPa, pede-se: 68) A coluna da figura dada suporta uma carga de
a) Tensão Normal atuante; e 240 kN. Sabe-se que a coluna é de concreto e:
b) Alongamento.
Bloco 1: ℎ1 = 2 𝑚; 𝐴1 = 0,24 𝑚2 ;
Bloco 2: ℎ2 = 2 𝑚; 𝐴2 = 0,36 𝑚2 .
Considerando o peso próprio do material, calcule as
tensões atuantes nas secções AA, BB e CC.

63) Uma barra circular metálica possui d = 32 mm,


e o seu comprimento ℓ = 1,6 m. Ao ser tracionada 69) A peça fundida mostrada na figura ao lado é feita
por uma carga axial de 4 kN, apresenta um de aço, cujo peso específico é 𝛾𝑎ç𝑜 = 80 kN/m³. Calcule
alongamento ∆ℓ = 114 𝜇m. Qual o material da a tensão de compressão média que age no ponto A e
barra? B.
64) Um corpo de prova de alumínio,
mostrado na figura abaixo, tem
diâmetro d0 = 25 mm e comprimento de
referência L0 = 250 mm. Se uma força
de 165 kN provocar um alongamento
de 1,20 mm no comprimento de
referência, constate o valor do módulo
de elasticidade (E).

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CARGA AXIAL
ELEMENTO COM CARGA AXIAL ESTATICAMENTE INDETERMINADO
Quando uma barra está presa somente em uma extremidade e é submetida a uma força axial, a
equação de equilíbrio da força aplicada ao longo do eixo da barra é suficiente para determinar a reação no
suporte fixo. Um problema como esse, no qual as reações podem ser determinadas estritamente pelas
equações de equilíbrio, é denominado estaticamente determinado. Entretanto, se a barra estiver presa em
ambas as extremidades, como na figura (a) abaixo, então aparecem duas reações axiais desconhecidas, e
a equação de equilíbrio de força torna-se ƩF = 0  FB + FA – P = 0.

Neste caso, a barra é denominada


estaticamente indeterminada, visto que a(s)
equação(ões) de equilíbrio não é(são) suficiente(s)
para determinar as reações.
Para estabelecer uma equação adicional
necessária para a solução, temos de considerar a
geometria da deformação. Essa equação pode ser
expressa em termos das cargas aplicadas por meio
de uma relação carga-deslocamento que depende do
comportamento do material. Por exemplo, se ocorrer
𝑃.ℓ
comportamento linear elástico, então ∆ℓ = pode
𝐴.𝐸
ser usada.

EXERCÍCIOS (Carga axial)


70) O poste de alumínio mostrado na abaixo é
reforçado com um núcleo de latão. Se esse conjunto
suportar uma carga de compressão axial resultante P
= 45 kN, aplicada na tampa rígida, determine a
tensão normal média no alumínio e no latão.
73) Uma viga rígida AB está apoiada nos dois postes
Considere Eal = 70.10³ MPa e Elat = 105.10³ MPa.
curtos mostrados na figura abaixo. AC é feito de aço
e tem diâmetro de 20 mm, e BD é feito de alumínio e
tem diâmetro de 40 mm. Determine o deslocamento
do ponto F em AB se uma carga vertical de 90 kN for
aplicada nesse ponto. Considere Eaço = 200 GPa, Eal
= 70 GPa.

71) A viga rígida ACE, mostrada na figura abaixo é


sustentada por três barras de aço (E = 210 GPa)
através de pinos. Se a carga aplicada à viga rígida for
de 15 kN e a área da seção transversal das barras
AB e EF for de 25 mm² e da barra CD for de 15 mm²,
a estrutura tende a se comportar conforme o
esquema ao lado da figura. Sendo assim, calcule a 74) Um tubo de aço, com Daço = 100 mm, envolve um
força desenvolvida em cada barra. tubo de cobre (Cu) com Dcu = 80 mm e dcu = 60 mm
com mesmo comprimento do tubo de aço. O conjunto
sofre uma carga de 24 kN aplicada no centro das
chapas de aço da figura. Determine as tensões
normais no tubo de cobre e no tubo de aço. Dados:
Eaço = 210 GPa e Ecobre = 112 GPa.

72) A haste de aço mostrada na figura abaixo tem


diâmetro de 5 mm e está presa à parede fixa em A.
Antes de ser carregada, há uma folga de 1 mm entre
a parede em B' e a haste. Determine as reações em
A e B' se a haste for submetida a uma força axial P =
20 kN, como mostra a figura. Despreze o tamanho do
colar em C. Considere E = 200 GPa. Respostas. Questão 70: 𝜎𝑎𝑙 = 5,09 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎𝑙𝑎𝑡. = 7,65 𝑀𝑃𝑎. Questão 71: FA = 9,52
KN; FC = 3,46 kN; FE = 2,02 kN. Questão 72: RA = 16,6 kN e RB‟ = 3,39 kN.
Questão 73: ∆ℓ𝐹 = 0,225 𝑚𝑚. Questão 74: 𝜎𝑎ç𝑜 = 6 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎𝑎𝑙. = 3,2 𝑀𝑃𝑎.

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TENSÃO TÉRMICA ( )
Uma mudança na temperatura pode provocar alterações nas dimensões de um material. Se a
temperatura aumenta, o material, em geral, expande-se; se a temperatura diminui, o material contrai. A
relação entre a expansão ou contração do material e o aumento ou redução da temperatura normalmente é
linear. Se for esse o caso e se o material for homogêneo e isotrópico, estudos experimentais demonstraram
que a deformação de um elemento de comprimento L pode ser calculada pela fórmula:

(∆ℓ) 𝑇 = 𝛼. ℓ. ∆𝑇
Onde,
(∆ℓ) = variação no comprimento do elemento em função da temperatura [m; mm]
= coeficiente linear de expansão térmica [ ;1 ]; propriedade do material.
ℓ = comprimento inicial do elemento [m; mm]
∆ = variação da temperatura do elemento [ ]

A mudança no comprimento de um elemento estaticamente determinado pode ser calculada


diretamente pela acima, visto que o elemento está livre para se expandir ou contrair quando sofrer mudança
na temperatura. Contudo, quando o elemento é estaticamente indeterminado, esses deslocamentos
térmicos podem ser restringidos pelos apoios, o que produz tensões térmicas que devem ser consideradas
no projeto.
𝜎𝑇 = 𝐸. 𝛼 ∆𝑇
EXERCÍCIOS (Tensão Térmica)
75) A figura dada representa uma viga I de aço com 78) A barra de aço A-36 mostrada
comprimento ℓ = 4 𝑚 e área de seção transversal A = abaixo está restringida para caber
2800 𝑚𝑚2 engastadas nas paredes A e B, livre de exatamente entre os dois suportes fixos
tensões a uma temperatura de 17° C. Determinar a quando T1 = 30 ºC. Se a temperatura
força térmica e a tensão térmica, originada na viga, aumentar até T2 = 60 °C, calcule a
quando a temperatura subir para 42° C. Dados: tensão térmica normal média
𝐸𝑎ç𝑜 = 2,1. 105 𝑀𝑃𝑎; 𝛼𝑎ç𝑜 = 1,2. 10;5 ° 𝐶 ;1 . desenvolvida na barra.

79) Um tubo de alumínio 2014-T6 com área de seção


2
transversal de 600 mm é utilizado como luva para
um parafuso de aço A-36 com área de seção
2
76) A viga I abaixo é de aço, com comprimento de 5 transversal de 400 mm . Quando a temperatura é T1
2 = 15°C, a porca mantém o conjunto em uma posição
m e área da seção transversal de 3600 mm ,
encontra-se engastada na parede A e apoiada junto à precisa, de tal modo que a força axial no parafuso é
parede B com uma folga de 1 mm, a uma desprezível. Se a temperatura aumentar para T2 =
temperatura de 12 °C. Determinar a tensão atuante 80°C, calcule a tensão normal média no parafuso e
na viga quando a temperatura subir para 40 °C. na luva.
-6 -1
Dados: Eaço = 210 GPa; αaço = 12.10 °C .

77) O conjunto representado na figura é constituído


por uma seção transversal, 𝐴1 = 3600 mm² e 80) A barra rígida mostrada abaixo está presa à parte
comprimento de 500 mm e uma seção transversal, 𝐴2 superior dos três postes feitos de aço e de alumínio.
= 7200 mm² e comprimento de 250 mm. Determinar Cada um dos postes tem comprimento de 250 mm
as tensões normais atuantes nas secções quando não há nenhuma carga aplicada à barra e a
transversais das partes 1 e 2 da peça, quando houver temperatura é T1 = 20°C. Calcule a força suportada
uma variação de temperatura de 20°C. O material da por cada poste se a barra for submetida a um
carregamento distribuído uniformemente de 150 kN/m
peça é aço. Dados: 𝐸𝑎ç𝑜 = 2,1. 105 𝑀𝑃𝑎; 𝛼𝑎ç𝑜 =
e a temperatura aumentar até T2 = 80°C.
1,2. 10;5 ° 𝐶 ;1 .

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DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR E FORÇA CORTANTE
É a representação geométrica das variações dos esforços internos ao longo do eixo do elemento.
Esses valores em cada seção são representados perpendicularmente (90º) ao longo do eixo do elemento.
Com o intuito de simplificar a leitura de um projeto estrutural, também foi desenvolvido um método
de diagramas onde se lê as forças e momentos máximos que agem sobre a estrutura. Para isso, é
necessário utilizar a análise de seções (ou trechos). Por exemplo:

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EXERCÍCIOS (Diagrama de V e M)
81) Estabeleça as expressões de força cortante (V) e i)
Momento fletor (M) e construa os respectivos
diagramas das vigas a seguir:
a)

j)
b)

c) k)

d)
L)

e)

m)

f)

g)

h)

Respostas: MELCONIAN, S. Mecânica Técnica e Resistência


dos Materiais. 17ª ed. Nacional: Saraiva, 2006.

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