Você está na página 1de 50

2) Lei de Hooke generalizada

1. Relação σ x ε
2. Regime elástico
3. Regime plástico
4. Classificação dúctil e frágil
5. Lei de Hooke
6. Coeficiente de Poisson
7. Influência de peso próprio na
deformação
2.1) Relação σ x ε
Os corpos sólidos reais sofrem deformações quando expostos a
esforços, porém, como na engenharia não só interessam o
tamanho da variação mas também se ela foi considerável ou não,
relacionamos a deformação a sua medida inicial, em uma
quantia que chamamos de deformação axial específica (ε), dada
por:

𝛿 𝐿′ − 𝐿
𝜀= =
𝐿 𝐿
2.1) Relação σ x ε
Como já vimos até aqui a tensão e a deformação são
conceitos fundamentais para a engenharia. A relação
entra elas para um determinado material é obtida
através de ensaios.

Ensaio de compressão Ensaio de tração


2.1) Relação σ x ε
Durante os ensaios são monitorados os valores de
tensão e deformação para a construção de um gráfico
chamado “diagrama de tensão-deformação”.
2.1) Relação σ x ε
Uma observação importante é que a tensão analisada é
a tensão de engenharia (𝐹 Τ𝐴0 ) e não a tensão real
(𝐹 Τ𝐴), visto que a área de seção sofre variação em seu
tamanho durante a aplicação de carga.
2.1) Relação σ x ε
Podemos perceber que a relação entre σ x ε muda dependendo
da carga ou deformação observada. A isso atribuímos dois
períodos, ou regimes, durante o ensaio: o regime elástico e o
regime plástico.
2.2) Regime elástico
Durante o comportamento elástico do material dizemos que
toda deformação sofrida é reversível e relação σ x ε é linear,
podendo ser expressa a partir de um módulo que chamaremos
de módulo de Young ou módulo de elasticidade.
2.2) Regime elástico
O final do regime elástico é marcado pelo limite de
proporcionalidade (onde σ x ε não são mais lineares) e pelo
limite de elasticidade, onde as deformações não são mais
reversíveis.

O ponto A marca o limite de proporcionalidade e


o B marca o limite de elasticidade
2.3) Regime plástico
Durante o comportamento plástico do material dizemos que
toda deformação sofrida é irreversível e relação σ x ε é não-
linear, não podendo ser expressa por uma reta.
2.3) Regime plástico
Imediatamente após o limite de elasticidade o material entra em
escoamento, nesse ponto o corpo continuará a se deformar sem
qualquer aumento na carga. Embora ele seja representado como
um trecho constante, este possui máximos e mínimos.
2.3) Regime plástico
Após o escoamento o material entra em uma fase de
endurecimento por deformação, também chamado de
encruamento (estudado na ciência dos materiais), onde o
material atinge sua maior resistência chamada de limite de
resistência.
2.3) Regime plástico
A ultima fase do regime plástico é a estricção, quando o corpo de
prova começa a sofrer uma redução na área da seção transversal
bem localizada, devido ao alongamento. A diminuição na área
causa um aumento na carga, a tensão constante, o que se
manifesta como uma queda no gráfico até a ruptura.
2.3) Regime plástico
Juntando todas as fases de cada regime podemos analisar por
completo o diagrama σ x ε de qualquer ensaio.
2.4) Classificação dúctil e frágil
Podemos dividir os materiais baseados em seus
comportamentos de tensão-deformação em dois tipo: materiais
dúcteis e materiais frágeis.
2.4) Classificação dúctil e frágil
Os materiais dúcteis são aqueles que apresentam grandes
deformações antes de romper. Tendo assim todas as fases vistas
nos regimes elásticos e plásticos.

Uma característica tocante dos materiais


dúcteis são o modo como eles fraturam
2.4) Classificação dúctil e frágil
Para materiais que não possuem um ponto de escoamento bem
definido, utiliza-se o método da deformação residual para
definir-se o final da fase elástica.
“Em geral escolhe-se uma deformação
de 0,2% (0,002 mm/mm) e, tomando
como origem esse ponto no eixo E, traça-
se uma paralela à parte inicial em linha
reta do diagrama tensão-deformação.
O ponto em que essa reta intercepta a
curva determina o limite de
escoamento.”(HIBBELER,2002)
Limite de escoamento para uma liga de
alumínio
2.4) Classificação dúctil e frágil
Enquanto os materiais frágeis são aqueles com pouca ou
nenhuma deformação plástica antes de romper.

Corpo de prova de material frágil


2.4) Classificação dúctil e frágil
Uma falha frágil intrinsecamente informa que não haverá aviso
antes da ruptura, ou seja, sem tempo para medidas de segurança
ou evacuações de zonas de perigo relacionadas as construções.

O concreto por si só é um material frágil A chance de sobrevivência em caso de


ruínas seria quase 0
2.4) Classificação dúctil e frágil
Enquanto uma falha dúctil inclui uma zona elástica grande como
margem de segurança, podendo perceber as consequências de
suas deformações como avisos de sinistros.

O aço é um material dúctil Deformações dúcteis são perceptíveis


2.4) Classificação dúctil e frágil
Quando unimos o concreto com o aço, imbuímos esta peça com
propriedades mistas, permitindo a construção segura com
concreto, e o aviso em caso de anomalias no seu emprego.

O aço dá ductibilidade ao concreto Fissuras ou trincas devem ser encaradas


como avisos da estrutura
2.5) Lei de Hooke
Robert Hooke foi um cientista inglês que criou a teoria
da elasticidade, e que mais tarde com a adição dos
trabalhos de Thomas Young foi formulada como Lei de
Hooke.

𝜎 = 𝐸. 𝜀

Robert Hooke Thomas Young


(1635-1703) (1773-1829)
2.5) Lei de Hooke
A leite de Hooke nos garante uma relação linear entre
σ x ε, dentro do regime elástico, dando assim o nome
regime elástico-linear para todos os corpos que podem
ser descritos por essa lei matemática. A partir dessa lei
podemos prever o comportamento da σ x ε de
qualquer material conhecendo apenas o seu E
𝜎𝑎ç𝑜 240 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎. 𝜀𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟
𝐸𝑎ç𝑜 = = = 200 𝐺𝑃𝑎
𝜀𝑎ç𝑜 0,0012 𝑚𝑚Τ𝑚𝑚 𝜎𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎. 0,001 = 200𝑀𝑃𝑎
2.6) Coeficiente de Poisson
Siméon Poisson foi um matemático e físico francês que
percebeu que percebeu que deformação latitudinal e a
deformação transversal, dentro do regime elástico-
linear, podem ser descritas pela seguinte constante:
−𝜀𝑦
𝜈=
−𝜀𝑙𝑎𝑡 𝜀𝑥
𝜈= analogamente
𝜀𝑙𝑜𝑛𝑔
−𝜀𝑧
𝜈=
𝜀𝑥
Siméon Denis Poisson
(1781-1840)
2.6) Coeficiente de Poisson
No caso de um elemento em estado triplo de tensões (𝜎𝑥 ,
𝜎𝑦 , 𝜎𝑧 ) perpendiculares entre si, que causam deformações
de mesmo sentido (𝜀𝑥 , 𝜀𝑦 , 𝜀𝑧 ), podemos escrever:
𝜎𝑥
𝜀𝑥 = − 𝜈. 𝜀𝑦 − 𝜈. 𝜀𝑧
𝐸
𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
𝜀𝑥 = − 𝜈. − 𝜈.
𝐸 𝐸 𝐸

1
𝜀𝑥 = . [𝜎𝑥 − 𝜈. (𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 )]
𝐸
2.7) Influência do peso próprio na deformação
Agora se desenvolvermos a lei de Hooke para a atuação de uma carga
que age axialmente e altera área da seção transversal, como o peso
próprio, teremos:
𝑃(𝑥) 𝑑𝛿
𝜎=
𝐴(𝑥)
e ε=
𝑑𝑥
, logo:

𝑃(𝑥) 𝑑𝛿
𝐴(𝑥)
= 𝐸.
𝑑𝑥
, isolando 𝑑𝛿 e integrando

𝐿𝑃
. 𝑑𝑥 𝑥
𝛿=න
0 𝐴(𝑥) . 𝐸
2.7) Influência do peso próprio na deformação
Para uma barra de comprimento L, e área de seção A, com peso
próprio P = 𝜇. Δ𝑉 = 𝜇. 𝐴(𝑥) . 𝑥, podemos resolver a integral:

𝐿 𝜇. 𝐴 𝐿
(𝑥) . 𝑥. 𝑑𝑥 𝜇. 𝑥. 𝑑𝑥 𝜇 𝐿
𝛿=න =න = . න x.dx
0 𝐴(𝑥) . 𝐸 0 𝐸 𝐸 0
𝜇 𝐿2 02 𝜇. 𝐿2 𝐴 𝜇. 𝐿2 𝑃 𝐿
𝛿= . − = = . = .
𝐸 2 2 𝐸. 2 𝐴 𝐸. 2 2 𝐴. 𝐸

Ou seja, podemos assumir que apenas metade da carga total age


na extremidade de barra.
2.7) Influência do peso próprio na deformação
Se formos considerar um elemento que não sofre distorção na área da
seção transversal e cuja carga axial é constante por toda barra,
escrevemos a deformação simplesmente como:

𝑃. 𝐿
𝛿=
𝐸. 𝐴

Enquanto, para um elemento de várias áreas de seções ou submetidos


a diferentes cargas, temos:
𝑃. 𝐿
𝛿=෍
𝐸. 𝐴
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, EXEMPLO 2.2]Uma força que atua na empunha dura
do cabo da alavanca mostrada na Figura provoca uma rotação no
cabo da alavanca de θ = 0,002 rad em sentido horário. Determine
a deformação axial específica desenvolvida no cabo BC.
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.16]O poste é sustentado por um pino em C e por
um arame de ancoragem AB de aço A-36. Se o diâmetro do
arame for 5 mm, determine quanto ele se deforma quando uma
força horizontal de 15 kN agir sobre o poste. (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.18]Os cabos de aço AB e AC sustentam a massa de
200 kg. Se a tensão axial admissível para os cabos for 𝜎𝑎𝑑𝑚 =
130 𝑀𝑃𝑎, determine o diâmetro exigido para cada cabo. Além
disso qual o novo comprimento do cabo AB após a aplicação da
carga? Considere que o comprimento não alongado de AB seja
750 mm. (E = 200 GPa)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.20]A figura mostra o diagrama tensão-deformação
para duas barras de poliestireno. Determine a área da seção
transversal de cada barra, de modo que elas sofram ruptura
simultânea quando a carga P = 15 kN for aplicada.
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.21]A figura apresenta o diagrama tensão-deformação para uma
resina de poliéster. Se a viga rígida for suportada por uma barra AB e um
poste CD, ambos feito desse material e for submetida a carga P = 80 kN,
determine o ângulo de inclinação da viga quando a carga for aplicada. O
diâmetro da barra é 40 mm, e o diâmetro do poste é 80 mm.
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.24]A viga é sustentada por um pino em C e por um
cabo de ancoragem AB de aço A-36. Se o cabo tiver o diâmetro
de 5 mm, determine o carregamento w se a extremidade B for
deslocada 18 mm para baixo. (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 3.26]A haste plástica de acrílico tem 200 mm de
comprimento e 15 mm de diâmetro. Se uma carga axial de 300 N
for aplicada a ela, determine a mudança em seu comprimento e
em seu diâmetro. (𝐸𝑝 = 2,70 GPa, 𝜈𝑝 = 0,4)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 4.5]A haste de aço A-36 está sujeita ao carregamento
mostrado. Se a área de seção transversal da haste for 60 mm²,
determine o deslocamento de B e A. Despreze o tamanho dos
acoplamentos em B, C e D. (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 4.9]A carga é sustentada pelos quatro cabos de aço
inoxidável 304 conectados aos elementos rígidos AB e DC.
Determine o ângulo de inclinação de cada elemento após a
aplicação da carga de 2,5 kN. A posição original dos elementos
era horizontal e cada cabo tem área de seção transversal de 16
mm². (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 4.21]A barra rígida é sustentada pela haste CE
acoplada por pino, com área de seção transversal de 14 mm² e
feita de alumínio 6061-T6. Determine a deflexão vertical da barra
em D quando a carga distribuída for aplicada. (𝐸𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 =
69 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02
Exercícios da aula 02
[HIBBELER, 4.21]A viga rígida está apoiada em suas extremidades
por dois tirantes de aço A-36. Os diâmetros das hastes são 𝑑𝐴𝐵 =
12 mm e 𝑑𝐶𝐷 = 7,5 mm. Se a tensão admissível para o aço for
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 115 MPa, determine a intensidade da carga distribuída w
e seu comprimento x sobre a viga para que esta permaneça na
posição horizontal quando carregada. (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 02

Você também pode gostar