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4) Compatibilidade de deformações e

vasos de pressão

1. Princípio da superposição
2. Sistemas hiperestáticos
3. Tensão axial no sistema hiperestático
4. Dilatação térmica na engenharia
5. Vasos de pressão
6. Reservatórios cilíndricos
7. Reservatórios esféricos
4.1) Princípio da superposição
O princípio da superposição de força nos fala que: a
tensão ou deslocamento resultante é determinado pela
soma algébrica das contribuições causadas por cada
uma das componentes das cargas.
4.1) Princípio da superposição
Porém para que tal princípio possa ser aplicado, duas
condições devem ser satisfeitas:
1. A carga deve estar relacionada linearmente com a
tensão ou deslocamento a ser determinado
2. A carga não deve provocar mudanças significativas
na geometria ou configuração original do elemento.
4.2) Sistemas hiperestáticos
Um problema onde as reações de uma estrutura
podem ser determinadas apenas com as equações de
equilíbrio, é chamado de estaticamente determinado
ou isostático. Aqueles que não podem ser
determinados dessa forma são os estaticamente
indeterminados ou hiperestáticos.
4.2) Sistemas hiperestáticos
4.2) Sistemas hiperestáticos
Sendo estas suposições ideais, apenas parametrizações
matemáticas pros nossos modelos de cálculo, na
realidade uma estrutura é muito mais complexa do que
o que calculamos.

Apoios podem complicar e majorar Rótulas e engastamentos podem ser


nossos cálculos, por segurança representações para formas de ligação
4.2) Sistemas hiperestáticos
Nesta aula estudaremos barras bi-engastadas com
esforços no sentido axial, e quais as tensões
relacionadas a estas.
4.3) Carga axial no sistema hiperestático
Comecemos fazendo a somatória das forças na direção
axial, e com sentido de cima para baixo positivo:

σ 𝐹=0
𝐹𝐴 + 𝐹𝐵 − 𝑃 = 0 𝐹𝐴 + 𝐹𝐵 = 𝑃

Agora vamos assumir, que força 𝐹𝐴 causa uma deforma-


ção igual e restituidora em relação a deformação causa-
da por 𝐹𝐵 , portanto:
𝛿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝛿𝐴 − 𝛿𝐵 = 0
4.3) Carga axial no sistema hiperestático
Relembrando que a deformação em caso de um esforço
axial e área de seção constante pode ser calculado por:
𝑃. 𝐿
𝛿=
𝐸. 𝐴
E substituindo pelas informações do problema temos:
𝐹𝐴 . 𝐿𝐴𝐶 𝐹𝐵 . 𝐿𝐶𝐵 𝐹𝐴 . 𝐿𝐴𝐶 𝐹𝐵 . 𝐿𝐶𝐵
− =0 =
𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴
Assumindo que a barra inteira é feita do mesmo material:
𝐹𝐵 .𝐿𝐶𝐵 𝐹𝐴 .𝐿𝐴𝐶
𝐹𝐴 = 𝐹𝐵 =
𝐿𝐴𝐶 𝐿𝐶𝐵
4.3) Carga axial no sistema hiperestático
Substituindo 𝐹𝐴 na equação obtida pela somatória de forças,
temos:
𝐹𝐵 .𝐿𝐶𝐵 𝐹𝐵 .𝐿𝐶𝐵 +𝐹𝐵 .𝐿𝐴𝐶
+ 𝐹𝐵 = 𝑃 =𝑃
𝐿𝐴𝐶 𝐿𝐴𝐶
𝐹𝐵 . 𝐿𝐶𝐵 + 𝐹𝐵 . 𝐿𝐴𝐶 = 𝑃. 𝐿𝐴𝐶 𝐹𝐵 . (𝐿𝐶𝐵 + 𝐿𝐴𝐶 ) = 𝑃. 𝐿𝐴𝐶

Sabendo que 𝐿 = 𝐿𝐶𝐵 + 𝐿𝐴𝐶 e isolando 𝐹𝐵 temos:

𝑃.𝐿𝐴𝐶 𝑃.𝐿𝐶𝐵
𝐹𝐵 = analogamente 𝐹𝐴 =
𝐿 𝐿
4.3) Carga axial no sistema hiperestático
Percebendo-se assim uma similaridade entre cálculo de reações:
de vigas bi-apoiadas carregas simplesmente por carga
concentrada, com as de barras bi-engastadas com carga axial.

𝑃.𝑏 𝑃.𝑎
𝑉𝐴 = (𝑎+𝑏) 𝑉𝐵 = (𝑎+𝑏) 𝑃.𝐿𝐶𝐵 𝑃.𝐿𝐴𝐶
𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 =
𝐿 𝐿
4.4) Dilatação térmica na engenharia
Como estudado na física, os objetos que sofrem variação na
temperatura também sofrem variação em seu tamanho, isso
porque a temperatura é o grau de agitação das moléculas.
4.4) Dilatação térmica na engenharia
Essa dilatação é regida pela fórmula da dilatação térmica (𝛿𝑇 ):

𝛿𝑇 = 𝛼. ∆𝑇. 𝐿

Onde:
𝛼 = Coeficiente linear de expansão térmica [1/°C ou 1/K];
∆𝑇 = Variação de temperatura [°C ou K];
𝐿 = Comprimento inicial do elemento.
4.4) Dilatação térmica na engenharia
Analisando um corpo que não teria espaço para se dilatar
teríamos a formação de uma tensão, devido a compatibilidade
entre a dilatação térmica e deformação por tensão:
𝛿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝛿𝑇 − 𝛿𝑃 = 0 𝛿𝑃 = 𝛿𝑇
𝑃.𝐿 𝑃 𝛼.∆𝑇.𝐿.𝐸
= 𝛼. ∆𝑇. 𝐿 = = 𝛼. ∆𝑇. 𝐸
𝐸.𝐴 𝐴 𝐿
Ou seja, a tensão causada pela temperatura pode ser expressa
por:
𝜎 = 𝛼. ∆𝑇. 𝐸
4.4) Dilatação térmica na engenharia
Na engenharia lidamos por vezes com elementos de gigantescas
proporções, criando assim necessidade de extrema cautela com
a dilatação quando estivermos projetando.

Sinistro em trilho de ferrovia


4.4) Dilatação térmica na engenharia
Dentro da construção civil são corriqueiros os exemplos de
cuidados que devemos ter com tal fenômeno, indo desde: pisos,
fachadas, muros e pavimentos, até lajes, paredes e pontes.

Junta de dilatação em piso cerâmico Junta de dilatação em ponte


4.5) Vasos de pressão
Recipientes como reservatórios de fluidos são muito
usados na construção civil, nesta aula estudaremos
aqueles cuja casca pode ser chamada de parede fina,
ou seja, cuja relação entre o raio interno (r) e a
espessura (t), é dado por:

𝑟
𝑡≤
10
4.5) Vasos de pressão
Com essa condição, os cálculos posteriormente
desenvolvidos terão uma aproximação satisfatória, e se
aplicarão a problemas estratégicos de engenharia.

Gasoduto intermunicipal Reservatório de petróleo


4.6) Reservatórios cilíndricos
Imagine um reservatório cilíndrico, preenchido com um
fluído qualquer, com pressão manométrica P (acima da
atmosférica) que submete cargas em todas as direções,
analisaremos um infinitésimo de área, sobre atuação de
duas tensões, e seccionado por três planos.
4.6) Reservatórios cilíndricos
Analisando a peça recortada dos 3 planos, podemos
fazer a somatória de forças em X:
σ 𝐹𝑋 = 0
2. 𝜎1 . 𝑑𝑦. 𝑡 − 𝑃. 𝑑𝑦. 2𝑟 = 0
2. 𝜎1 . 𝑑𝑦. 𝑡 = 𝑃. 𝑑𝑦. 2𝑟
𝑃. 𝑑𝑦. 2𝑟 𝑃. 𝑟
𝜎1 = =
2. (𝑑𝑦. 𝑡) 𝑡
4.6) Reservatórios cilíndricos
Chamamos de tensão circunferencial a 𝜎1 que age
circulando as paredes do vaso:

𝑃. 𝑟
𝜎1 =
𝑡
4.6) Reservatórios cilíndricos
Agora analisando o corte feito pelo plano b, faremos o
calculo de equilíbrio na direção Y:
σ 𝐹𝑦 = 0
𝜎2 . 2. π. 𝑟 . 𝑡 − P. π. 𝑟 2 = 0
𝜎2 . 2. π. 𝑟 . 𝑡 = P. π. 𝑟 2
𝑃. (𝜋. 𝑟 2 ) 𝑃. 𝑟
𝜎2 = =
(2. 𝜋. 𝑟). 𝑡 2. 𝑡
4.6) Reservatórios cilíndricos
E a 𝜎2 chamamos de tensão longitudinal, pois esta age
ao longo do eixo principal:

𝑃. 𝑟
𝜎2 =
2. 𝑡
4.6) Reservatórios cilíndricos
Tendo conhecimento de como as tensões atuam nos
tubos podemos prever de que forma possíveis trincas
ou rachaduras se propagariam pelo mesmo.

A direção da rachadura denuncia a tensão causadora


Caixa d’água de residencial
4.7) Reservatórios esféricos
Agora trataremos de um reservatório sob as mesmas
condições que o anterior mas com forma esférica,
portanto não tendo distinção no formato geométrico
das seções feitas, tornando suas tensões iguais em
qualquer direção, independente do plano escolhido.
4.7) Reservatórios esféricos
Tomando o plano a como seção escolhida, e fazendo a
somatória de forças em Y, temos:
σ 𝐹𝑦 = 0
𝜎1 = 𝜎2 . 2. π. 𝑟 . 𝑡 − P. π. 𝑟 2 = 0
𝜎1 = 𝜎2 . 2. π. 𝑟 . 𝑡 = P. π. 𝑟 2
𝑃. (𝜋. 𝑟 2 ) 𝑃. 𝑟
𝜎1 = 𝜎2 = =
(2. 𝜋. 𝑟). 𝑡 2. 𝑡
4.7) Reservatórios esféricos
Concluímos portanto que as tensões atuantes em um
vaso esférico de pressão são ambas iguais a:

𝑃. 𝑟
𝜎1 = 𝜎2 =
2. 𝑡
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, EXEMPLO 4.5]A haste de aço mostrada na figura tem
diâmetro de 5 mm e está presa à parede fixa em A. Antes de ser
carregada, há uma folga de 1 mm entre a parede em B' e a haste.
Determine as reações em A e B' se a haste for submetida a uma
força axial P = 20 kN como mostra a figura. Despreze o tamanho
do colar em C. (𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.32]A coluna é construída de concreto de alta
resistência e seis hastes de reforço de aço A-36. Se for submetida
a uma força axial de 150 kN, determine o diâmetro exigido para
cada haste, de modo que 1/4 da carga suportada pelo concreto e
3/4 , pelo aço. (𝐸𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 29 𝐺𝑃𝑎 e 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎 )
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.33]O tubo de aço A-36 tem núcleo de alumínio
6061-T6 e está sujeito a uma força de tração de 200 kN.
Determine a tensão normal média no alumínio e no aço devido a
essa carga. O tubo tem diâmetro externo de 80 mm e diâmetro
interno de 70 mm. (𝐸𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 = 69 𝐺𝑃𝑎 e 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.34]A coluna de concreto é reforçada com quatro
hastes de aço, cada uma com diâmetro de 18 mm. Determine a
tensão no concreto e no aço se a coluna for submetida a uma
carga axial de 800 kN. (𝐸𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 25 𝐺𝑃𝑎 e 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎 )
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.45]O carregamento distribuído é sustentado pelas
três barras de suspensão AB e EF são feitas de alumínio e CD é
feita de aço. Se cada barra tiver área de seção transversal de 450
mm², determine a intensidade máxima w do carregamento
distribuído de modo a não ultrapassar uma tensão admissível de
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 180 MPa no aço e 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 94 MPa no alumínio. (𝐸𝑎ç𝑜 =
200 𝐺𝑃𝑎 e 𝐸𝑎𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 = 69 𝐺𝑃𝑎)
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.68]A barra rígida suporta um carregamento
distribuído uniforme de 90 kN/m. Determine a força em cada
cabo se cada um tiver área de seção transversal de 36 mm² e E =
200 GPa.
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.74]Um tubo de vapor com 1,8 m de comprimento é
feito de aço com 𝜎𝑒 = 280 MPa e está ligado diretamente as duas
turbinas A e B, como mostra a figura. O diâmetro externo do
tubo é 100 mm e a espessura da parede é 6 mm. A ligação foi
feita a T1 = 20°C. Considerando que os pontos de acoplamento
das turbinas são rígidos, determine a força que o tubo exerce
sobre elas quando o vapor e, portanto, o tubo, atingem uma
temperatura de T2 = 135°C. (𝛼𝑎ç𝑜 = 11x10−6 oC-1)
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.76]Os trilhos de aço A-36 de uma ferrovia têm 12 m
de comprimento e foram assentados com uma pequena folga
entre eles para permitir dilatação térmica. Determine a folga 𝛿
exigida para que os trilhos apenas encostem um no outro
quando a temperatura aumentar de T1 = - 30°C para T2 = 30°C.
Considerando essa folga, qual seria a força axial nos trilhos se a
temperatura atingisse T3 = 40°C? A área de seção transversal de
cada trilho é 3.200 mm² (𝛼𝑎ç𝑜 = 11x10−6 oC-1)
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.77]Os dois segmentos de haste circular, um de
alumínio e o outro de cobre, estão presos às paredes rígidas de
tal modo que há uma folga de 0,2 mm entre eles quando T1 =
15°C. Qual é a maior temperatura T2 exigida para apenas fechar
a folga? Cada haste tem diâmetro de 30 mm, 𝛼𝑎𝑙 = 24x10−6 oC-1
,𝐸𝑎𝑙 = 70 GPa, 𝛼𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 17 11x10−6 oC-1, 𝐸𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 126 GPa.
Determine a tensão normal média em cada haste se T2 = 150°C.
Calcule também o novo comprimento do segmento de alumínio.
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 4.79]Duas barras feitas de materiais diferentes são
acopladas e instaladas entre duas paredes quando a temperatura
é T1 = 10°C. Determine a força exercida nos apoios (rígidos)
quando a temperatura for T2 = 20°C. As propriedades dos
materiais e as áreas de seção transversal de cada barra são dadas
na figura.
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 8.1]Um tanque esférico de gás tem raio interno r =
1,5 m. Se for submetido a uma pressão interna P = 300 kPa,
determine a espessura exigida para que a tensão normal máxima
não ultrapasse 12 MPa.
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 8.2]Um tanque esférico pressurizado deverá ser
fabricado com aço de 12 mm de espessura. Se for submetido a
uma pressão interna p = 1,4 MPa, determine seu raio externo
para que a tensão normal máxima não ultrapasse 105 MPa.
Exercícios da aula 04
[HIBBELER, 8.4]O tanque do compressor de ar está sujeito a uma
pressão interna de 0,63 MPa. Se o diâmetro interno do tanque
for 550 mm e a espessura da parede for 6 mm, determine as
componentes da tensão que agem no ponto A. Desenhe um
elemento de volume do material nesse ponto e mostre os
resultados no elemento.
Exercícios da aula 04
Exercícios da aula 05
[HIBBELER, 8.5]O tubo de extremidade aberta tem parede de
espessura 2 mm e diâmetro interno 40 mm. Calcule a pressão
que o gelo exerceu na parede interna do tubo para provocar a
ruptura mostrada na figura. A tensão máxima que o material
pode suportar na temperatura de congelamento é a 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 360
MPa. Mostre como a tensão age sobre um pequeno elemento de
material imediatamente antes de o tubo falhar.
Exercícios da aula 05
[HIBBELER, 8.6]O tubo de extremidade aberta feito de cloreto de
polivinil tem diâmetro interno de 100 mm e espessura de 5 mm.
Se transportar água corrente à pressão de 0,42 MPa, determine
o estado de tensão nas paredes do tubo.
Exercícios da aula 05
[HIBBELER, 8.7]Se o fluxo de água no interior do tubo do
Problema 8.6 for interrompido devido ao fechamento de uma
válvula, determine o estado de tensão nas paredes do tubo.
Despreze o peso da água. Considere que os apoios exercem
somente forças verticais sobre o tubo.

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