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Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC

Campus Joinville

Estudo de um elemento de viga de um guindaste


giratório de coluna

Bruno Giacomo Storti


Leonardo Junkes Nascimento
Lucas Yudi Kimura

Relatório de atividade de
Projeto Integrado I, do curso de
Engenharia Mecânica, como
requisito parcial para
aprovação na disciplina.

Joinville, 11 de Julho de 2022


Sumário
1.Introdução 3
2. Metodologia 5
2.1 Resolução Analítica 6
2.2 Resolução experimental 10
2.3 Simulação Numérica 12
3. Resultados 14
3.1. Resultados Experimental 14
3.2. Resultados da simulação numérica 15
3.3 Resultados do Analítico 16
4. Conclusão 18
5. Referência 19

2
1.Introdução

Este projeto visa integrar todos os conhecimentos já obtidos pelos


estudantes ao longo da graduação, aplicando estes saberes em situações reais.
No presente trabalho, portanto, será desenvolvida a análise de um
elemento de viga de um guindaste giratório de coluna Figura 1, através da
análise numérica de elementos finitos e comparando os resultados, com as
medições obtidas em laboratório.

Figura 1- Guindaste giratório


Fonte: Modelo de relatório

De forma geral, um guindaste giratório, tem uma norma específica que


rege os parâmetros de construção. É um equipamento utilizado para o içamento
de cargas em locais específicos dentro de fábricas, tem uma capacidade limitada
que se deve a sua forma construtiva, sendo composto por uma coluna principal,
que dá a altura de elevação, e um braço fixado à coluna geralmente por meio de
pinos, rodas dentadas ou rolamentos. O sistema de elevação conta com uma
talha, que faz-se necessário a aplicação da norma NBR ABNT 8800, para o
dimensionamento da viga, devido aos momentos verticais gerados durante a
elevação da carga.
As vigas podem ser definidas como estruturas lineares que trabalham em
posição horizontal ou inclinada, estando elas apoiadas em um ou mais
elementos de apoio com a função de dar suporte a diferentes tipos de esforços
e carregamentos.

3
Ao menos essa é a atribuição dada às vigas pelo renomado e conhecido
astrônomo italiano Galileu Galilei, reconhecido por muitos como um dos
pioneiros no estudo da resistência dos sólidos. Até mesmo em uma de suas
publicações “Duas Novas Ciências” (1638), discutiu um problema de viga
engastada sendo o carregamento o próprio peso da viga, sendo esta
problemática conhecida como "Problema de Galileu", onde o resultado final da
análise obteve resultados incorretos devido à falta de recursos para a resolução
do problema. Com isso, muitos cientistas desenvolveram ou otimizaram
resoluções aplicadas às análises estruturais, entre elas os estudos de viga.
(Santade et al., 2013)
Podemos definir como deflexão de viga quando a mesma com um eixo
longitudinal reto é carregada por forças transversais, neste caso o eixo é formado
em uma curva, que chamamos de curva deflexão da viga. De forma geral, o
procedimento para encontrar a deflexão de vigas, se baseia em equações
diferenciais da linha elástica, e nas relações associadas a ela (Gere et al., 2012).
Determinar a máxima deflexão sofrida por uma viga quando está sob um
carregamento é de grande interesse nas áreas de engenharia, uma vez que as
especificações de projeto que envolvam uma viga, irão incluir um valor máximo
permitido para a sua deflexão. (Beer et al., 2012)
Sabendo que as excessivas deformações podem acabar causando uma
alteração na eficiência da estrutura e também na aparência, faz com que os
usuários desta estrutura, tenham receio de utilizá-la, tornando crucial o estudo
das consequências do uso de carga excessiva em uma estrutura (Lima et al.,
2003)
Portanto, o estudo de deflexão de vigas, permite que o engenheiro, ao
desenvolver um projeto, estabeleça as solicitações e forças que atuaram no
sistema, com segurança, não colocando carga em excesso ou
subdimensionando uma estrutura de viga. (Martha et al., 2010)
O Método de Elementos Finitos (MEF), além de outras aplicações, é uma
ferramenta comumente utilizada para determinar o comportamento estrutural de
componentes sob carregamentos, sejam eles estáticos e/ou dinâmicos. Isso
porque, componentes reais, por apresentarem em sua maioria complexidades
geométricas, de materiais e de carregamentos, acabam muitas vezes por
inviabilizar soluções analíticas ou experimentais.

4
O funcionamento é relativamente simples, o MEF divide a estrutura a ser
analisada em pequenas sub estruturas elásticas, transformando assim o corpo
em estudo em uma malha, onde serão aplicadas as cargas, sejam elas
dinâmicas, térmicas, etc. Essas aplicações podem ser feitas tanto na superfície
do elemento quanto em seus nós. Estes nós são o que fazem a ligação de um
elemento com o outro, portanto é onde as propriedades do elemento serão
estabelecidas e onde as forças podem ser aplicadas, ou ainda, onde as
condições de contorno são atribuídas (graus de liberdade).
Para análises estruturais os graus de liberdade, podem ser definidos
como os movimentos, sejam de rotação ou translação, independentes que
existem em um nó. Como existem três eixos de trabalho (x,y,z) os graus de
liberdade de cada elemento são três graus translacionais e três rotacionais. Por
fim, quando cada elemento no interior de uma estrutura estiver totalmente
definido localmente, em sua forma matricial e os elementos montados
globalmente por seus nós, as cargas podem então ser aplicadas e as condições
de contorno definidas. Após isso, os valores de todos os graus de liberdade de
deslocamento desconhecidos são determinados através de operações matriciais
e desta forma usamos esses deslocamentos para determinar as resistências e
tensões utilizando as equações elásticas. (Shigley et al., 2016)

2. Metodologia

Foi realizado neste estudo, uma análise analítica de uma viga, definindo
os valores para os esforços e os pontos de aplicação. Para mais, em laboratório
foram executados uma série de testes em uma viga de aço ABNT 1020, para
obtenção de valores de deformação de forma experimental. Os testes foram
executados para posteriormente serem comparados com a resolução analítica,
através da dedução da equação de linha elástica, e também com uma simulação
computadorizada, por Método de Elementos Finitos, com auxílio do software
SolidWorks, para desta forma, validar a análise de tensão e deflexão do
guindaste em estudo.

5
2.1 Resolução Analítica

Primeiramente, para se obter o momento fletor, precisa-se encontrar as


forças de reação nos apoios e para isso foi desenhado um esquema de forças
conforme a Figura 2.

Figura 2 - Viga esquemática


Fonte: Autores

Pelas equações da estática tem-se:

𝛴𝐹𝑦 = 0 (1)
𝑅𝑦 − 𝑃 = 0
𝑅𝑦 = 𝑃
𝛴𝑀𝑜 = 0
𝑀𝑜 − (𝑃 ∗ 𝑎) = 0
𝑀𝑜 = 𝑃 ∗ 𝑎 (2)

Com as forças obtidas, é possível achar o momento fletor, realizando um


corte entre o engaste e a aplicação da força P, conforme a Figura 3 que mostra
a Seção o-a:

Figura 3 - Seção o-a


Fonte: Autores

6
Agora é possível achar o momento fletor, fazendo o somatório dos
momentos em torno do ponto no qual a viga foi seccionada e considerando o
sentido horário positivo.
seção o-a:
𝛴𝑀(𝑜 − 𝑎) = 0 (3)
𝑀𝑜 − (𝑅𝑦 ∗ 𝑥) + 𝑀 = 0
𝑀 = (𝑅𝑦 ∗ 𝑥) − 𝑀𝑜
𝑀(𝑥) = (𝑅𝑦 ∗ 𝑥) − (𝑃 ∗ 𝑎)
𝑀(𝑥) = (𝑃 ∗ 𝑥) − (𝑃 ∗ 𝑎)
𝑀(𝑥) = 𝑃(𝑥 − 𝑎) (4)

Do mesmo modo, foi realizado o equacionamento do momento para a


Seção a-b conforme a Figura 4:

Figura 4 - Seção a-b


Fonte: Autores

Seção a-b:
𝛴𝑀(𝑎 − 𝑏) = 0 (5)
𝑀𝑜 − 𝑅𝑦 ∗ 𝑥 + 𝑃 ∗ (𝑥 − 𝑎) + 𝑀 = 0
𝑃 ∗ 𝑎 − 𝑃 ∗ 𝑥 + 𝑃 ∗ (𝑥 − 𝑎) + 𝑀 = 0
𝑃 ∗ (−𝑥 + 𝑎 + 𝑥 − 𝑎) + 𝑀 = 0
𝑀(𝑥) = 0 (6)
Para encontrar-se a linha elástica foi utilizada a seguinte equação:
𝑑²𝑣 𝑀
= (7)
𝑑𝑥² 𝐸. 𝐼

E utilizando o momento obtido anteriormente o equacionamento deu-se


por:

7
𝑑𝑣 1
= .∫ 𝑀(𝑥)𝑑𝑥
𝑑𝑥 𝐸. 𝐼
𝑑𝑣 1 𝑑𝑣 𝑃
= .∫ 𝑃. (𝑥 − 𝑎)𝑑𝑥 ⇔ = . (∫ 𝑥𝑑𝑥 − ∫ 𝑎𝑑𝑥)
𝑑𝑥 𝐸. 𝐼 𝑑𝑥 𝐸. 𝐼

Portanto, depois de integrar-se em relação a x, obtém-se a primeira


equação:
𝑑𝑣 𝑃 𝑥2
= 𝐸𝐼 . ( 2 − 𝑎𝑥 + 𝐶1) (8)
𝑑𝑥

E para se obter a equação de flexão, foi necessário integrar novamente.


𝑃 𝑥2 𝑃 𝑥2
𝑣=∫ . ( − 𝑎𝑥 + 𝐶1) 𝑑𝑥 ⇔ 𝑣 = .∫ ( − 𝑎𝑥 + 𝐶1) 𝑑𝑥
𝐸. 𝐼 2 𝐸. 𝐼 2
𝑃 𝑥 3 𝑎𝑥 2
𝑣= .( − + 𝐶1𝑥 + 𝐶2) (9)
𝐸. 𝐼 6 2
Para a Seção a-b foi utilizado o mesmo método, apenas alterando o valor
do momento. Neste caso, a equação foi montada com base no momento
encontrado na Seção a-b.

Seção a-b
𝑑𝑣 1 𝑑𝑣 1
= .∫ 0𝑑𝑥 ⇔ = . 𝐶3 (10)
𝑑𝑥 𝐸. 𝐼 𝑑𝑥 𝐸. 𝐼
𝐶3 1 1
𝑣=∫ 𝑑𝑥 ⇔ 𝑣 = .∫ 𝐶3𝑑𝑥 ⟺ 𝑣 = .∫ 𝐶3𝑑𝑥
𝐸. 𝐼 𝐸. 𝐼 𝐸. 𝐼
1
𝑣= . (𝐶3𝑥 + 𝐶4) (11)
𝐸. 𝐼

Para se obter os valores das constantes, foram utilizados pontos nos


quais são conhecidos os valores das condições de contorno de flexão e
inclinação.
Da (8) tem-se:
𝑑𝑣 𝑃 𝑥2
𝜃= = . ( − 𝑎𝑥 + 𝐶1)
𝑑𝑥 𝐸. 𝐼 2
No engaste tem-se:
Para 𝑥 = 0, 𝜃 = 0

8
𝑑𝑣 𝑃
0= =𝜃= . (0 − 0 + 𝐶1) ⟺ 𝐶1 = 0
𝑑𝑥 𝐸. 𝐼
Da (9 tem-se:
𝑃 𝑥 3 𝑎𝑥 2
𝑣= .( − + 𝐶1𝑥 + 𝐶2)
𝐸. 𝐼 6 2
Para 𝑥 = 0, 𝑣 = 0
𝑃
0= . (0 − 0 + 0 + 𝐶2) ⟺ 𝐶2 = 0
𝐸. 𝐼
Com os valores de 𝐶1 e 𝐶2 encontrados, a equação da deflexão para a
seção o-a fica:
Seção o-a
𝑃 𝑥 3 𝑎𝑥 2
𝑣= .( + )
𝐸. 𝐼 6 2
𝑃.𝑥²
𝑣 = 6.𝐸.𝐼 . (𝑥 − 3𝑎) 𝑝𝑎𝑟𝑎 0 < 𝑥 < 𝑎 (12)

Foram igualadas as equações (8 e (10 no ponto “a” de aplicação da força


P.
Da (8 e (10 tem-se:
𝑃 𝑥2 𝐶3
. ( − 𝑎𝑥) =
𝐸. 𝐼 2 𝐸. 𝐼
Para 𝑥 = 𝑎,
𝑎2
𝑃. ( − 𝑎2 ) = 𝐶3
2
𝑎2 2𝑎2 𝑎2 𝑃. 𝑎2
𝑃. ( − ) = 𝐶3 ⟺ 𝑃. (− ) = 𝐶3 ⟺ − = 𝐶3
2 2 2 2
O mesmo processo foi feito com as equações 9 e 8.
Da equação (11 e (12 tem-se:
𝑃. 𝑥² 1
. (𝑥 − 3𝑎) = . (𝐶3𝑥 + 𝐶4)
6. 𝐸. 𝐼 𝐸. 𝐼
𝑃. 𝑥²
. (𝑥 − 3𝑎) = 𝐶3𝑥 + 𝐶4
6
Para 𝑥 = 𝑎
𝑃. 𝑎²
. (𝑎 − 3𝑎) = 𝐶3𝑎 + 𝐶4
6
Desenvolvendo a equação:

9
𝑃. 2𝑎²
− = 𝐶3𝑎 + 𝐶4
6
𝑃. 𝑎²
−𝑎. ( + 𝐶3) = 𝐶4
3
Substituindo na (8 da flexão na seção a-b é obtida seguinte equação:

1 𝑃. 𝑎2 𝑃. 𝑎² 𝑃. 𝑎2
𝑣= . [(− . 𝑥) − 𝑎. ( − )]
𝐸. 𝐼 2 3 2
𝑃.𝑎2
𝑣 = 6.𝐸.𝐼 . (−3𝑥 + 𝑎) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 < 𝑥 < 𝑙 (13)

2.2 Resolução experimental


Para a realização da análise de deformação feita em laboratório, foi
utilizado um corpo de prova com 460 mm de comprimento e seção retangular de
4,76 mm de altura e 38,1 mm de largura. As características do material foram
informadas, sendo constituído de aço ABNT 1020, com módulo de elasticidade
de 200 GPa.
O procedimento realizado utiliza um corpo de material desconhecido, com
massa de 0,3 kg para exercer uma carga pontual na superfície superior da viga
mostrada na Figura 5, com distâncias variáveis ao ponto de engaste
determinadas em projeto.

Figura 5 - Viga experimental com carga pontual


Fonte: Autores

10
Para simular o engaste foi utilizado um grampo C mostrado na Figura 6,
para fixar uma das extremidades da viga em uma plataforma plana, não
permitindo nenhum grau de liberdade em seu movimento. Todas as distâncias
utilizadas para o estudo foram obtidas através de um paquímetro calibrado pelo
técnico de laboratório presente.

Figura 6 - Grampo C engastando Viga.


Fonte: Autores

Na aferição da deformação gerada foi utilizado um relógio comparador


analógico mostrado na Figura 7, posicionado a 181 mm medidos a partir da
extremidade oposta ao engaste, medindo a deformação gerada nos diversos
pontos de aplicação da carga demonstrados no tópico a seguir.

Figura 7 - Relógio comparador analógico


Fonte: Autores

11
2.3 Simulação Numérica

Para fins de modelamento numérico, foi utilizado o Método de Elementos


Finitos (MEF), através da implementação tridimensional no Software SolidWorks.
De forma simplória, o processo de solução de problemas através do MEF,
é normalmente dividido em três principais etapas: Primeiramente o pré-
processamento, seguido da etapa de processamento computacional e o por fim,
o pós-processamento. Sendo que o processo computacional, é a etapa
intermediária onde o computador efetivamente realiza todos os cálculos
necessários, separando as etapas de pré-processamento e pós-processamento
(Figura 8), que são etapas onde existe a necessidade da participação do
engenheiro para apontar as condições da análise a ser realizada e também para
interpretar os dados retornados pelo computador. (Tschiptschin et al., 2011)

Figura 8 - Passos envolvidos em uma análise de elementos finitos


Fonte: Adaptada de Tschiptschin, 2011

Na Figura 8, é ilustrado um fluxo contínuo com início, meio e fim. Porém,


a análise de elementos finitos é feita através de repetições onde se busca refinar
o resultado final para se chegar a uma análise mais precisa. Portanto, a partir do
modelamento da viga dentro do software SolidWorks, com material definido
como ABNT 1020, adotando módulo de elasticidade de 200 GPa, momento de
−10
inércia de 3,4027.10 𝑚4 , pode-se definir as coordenadas as quais as cargas
foram aplicadas na análise experimental.

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Para definir esses pontos dentro do software, é realizado um esboço na
superfície da peça com as distâncias observadas no modelo experimental, onde
com um recurso do software é aplicada a carga. Na sequência é realizado uma
restrição de movimentos em uma das faces onde a viga ficará engastada,
limitando desta forma os seus graus de liberdade. Por fim é gerada um refino de
malha, na qual para que se obtenha um resultado mais aproximado são
necessários alguns loops de processamento até que se tenha valores concisos,
gerando a Tabela 1:

Tabela 1 – Refino de malha

Ponto de medição Número de elementos Deflexão medida


7 (131mm) 3742 0,391
7 (131mm) 3778 0,392
7 (131mm) 8034 0,393
7 (131mm) 18309 0,393

E, portanto, gerando o gráfico da Figura 9 nos mostrando que a partir de


8034 malhas os resultados começam a convergir.

Gráfico Refino de Malha


0,394
0,393
0,393
0,392
0,392
0,391
0,391
0 5000 10000 15000 20000

Figura 9 – Gráfico de convergência de malha


E desta forma chegando a um refino de malha com 13048 elementos,
sendo os mesmos tetraédricos, conforme apresentado na Figura 10.

13
Figura 10 - Viga com malha aplicada
Fonte: Autores
3. Resultados
Agora com todas as equações e com os valores utilizados na resolução
experimental, foram montadas tabelas de comparação entre os resultados
calculados, medidos em laboratório e obtidos através da simulação numérica.
Alguns números foram arredondados para melhor visualização.

3.1. Resultados Experimental


A Tabela 2 a seguir mostra os valores de deformação obtidos através dos
experimentos realizados em laboratório, analisando os diferentes pontos de
aplicação da carga utilizada e as propriedades físicas do material.
Tabela 2 - Tabela de deformações

Ponto de Carga pontual [kg] Dist. aplicação carga [mm] Deformação[mm]


apoio
1 0,3 11 0,556

2 0,3 31 0,532

3 0,3 51 0,502

4 0,3 71 0,465

5 0,3 91 0,425

6 0,3 111 0,398

7 0,3 131 0,370


Fonte: Autores

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3.2. Resultados da simulação numérica
Com a malha gerada foi realizada uma simulação com os diversos pontos
de aplicação da carga, gerando representações de deformação, mostrados na
Figura 11, na imagem está apresentado os respectivos pontos de aplicação da
carga enumerados no canto inferior direito.

Figura 11 - Simulações numéricas


Fonte: Autores

E para melhor visualização, foi gerada a Tabela 3 com os dados obtidos


através da análise numérica.

Tabela 3 – Medições análise numérica

Ponto de aferição da deflexão Deflexão medida Distância da Ponta da Viga


0,5928 11
0,5595 31
0,5261 51
0,279 0,4928 71
0,4594 91
0,426 111
0,3927 131

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3.3 Resultados do Analítico
Tabela 4 - Dados da viga

Módulo
Largura Espessura Momento
Massa de Força P Comprimento
da viga da viga h de Inércia
(kg) Elasticida (N) da viga l (m)
b (mm) (mm) 𝐼𝑥 (𝑚4 )
de (GPa)

0,3 200 2,943 38,1 4,75 0,46 3,4027.10−10

Fonte: Autores
Sendo o momento de inércia calculado pela equação (14).
𝑏. ℎ3
𝐼𝑥 = (14)
12

Tabela 5 - Valores obtidos através da resolução analítica.

Ponto do Relógio Distância da Ponta da Distância da Base da Viga


Flexão Medida V (mm)
Comparador (m) Viga (mm) (m)

0,55 11 0,449

0,54 31 0,429

0,5 51 0,409

0,279 0,465 71 0,389

0,427 91 0,369

0,399 111 0,349

0,37 131 0,329


Fonte: Autores
Para se diminuir os possíveis erros, as tabelas foram separadas em
diferentes partes do cálculo conforme as tabelas Tabela 6 e Tabela 7

Tabela 6 – Valores parciais obtidos na resolução analítica

Flexão o-a Flexão o-a


x²(x-3a) Desvio
P/(6*E*I) Calculada V Calculada V
seção o-a (%)
(m) (mm)

-0,083 -0,000599 -0,599 8,21%

0,00720749 -0,078 -0,000566 -0,566 4,51%

-0,074 -0,000532 -0,532 5,99%

16
-0,069 -0,000498 -0,498 6,66%

-0,064 -0,000465 -0,465 8,08%

-0,060 -0,000431 -0,431 7,40%

-0,055 -0,000397 -0,397 6,85%


Fonte: Autores

Tabela 7 - Valores parciais obtidos na resolução analítica

a²(-3x+a) Flexão a-b Calculada V


Flexão a-b Calculada V (m) Desvio (%)
seção a-b (mm)

-0,078 -0,000564 -0,564 2,44%

-0,075 -0,000541 -0,541 0,22%

-0,072 -0,000516 -0,516 3,11%

-0,068 -0,000489 -0,489 4,83%

-0,064 -0,000459 -0,459 7,03%

-0,059 -0,000428 -0,428 6,86%

-0,055 -0,000396 -0,396 6,64%


Fonte: Autores

As diferenças nos valores de desvio das tabelas devem-se a imprecisões


na medição que são propagadas de formas diferentes nas equações dos trechos
o-a e a-b da viga, pois essas equações são diferentes.
Os resultados obtidos pelos métodos analítico (trecho o-a), experimental
e simulação numérica foram comparados conforme a Tabela 8. O desvio de
simulação relativo ao experimental foi calculado como sendo a Flexão Simulação
menos a Flexão Experimental sobre a Flexão Simulação e o desvio de simulação
relativo ao analítico foi calculado como sendo a Flexão Simulação menos a
Flexão Analítico sobre a Flexão Simulação, com os valores em módulo.

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Tabela 8 - Comparação entre as três análises realizadas
Desvio
Desvio
Distância da Flexão Flexão o-a Flexão simulação
simulação
Base da Viga Experimental Analítico Simulação relativo ao
relativo ao
(m) (mm) (mm) (mm) experimental
analítico (%)
(%)
0,449 -0,55 -0,599 -0,5928 7,22% 1,08%
0,429 -0,54 -0,566 -0,5595 3,49% 1,08%
0,409 -0,5 -0,532 -0,5261 4,96% 1,10%
0,389 -0,465 -0,498 -0,4928 5,64% 1,10%
0,369 -0,427 -0,465 -0,4594 7,05% 1,12%
0,349 -0,399 -0,431 -0,426 6,34% 1,15%
0,329 -0,37 -0,397 -0,3927 5,78% 1,15%
Fonte: Autores
Pode-se notar que o desvio resultante da simulação em relação ao
método experimental é muito maior que o desvio apresentado entre a simulação
e o método analítico, o que muito provavelmente se deve ao fato de as
propriedades da barra utilizada no experimento, não serem exatamente as
mesmas que foram utilizadas no método analítico e numérico.

4. Conclusão
A partir dos resultados obtidos nos procedimentos experimental, analítico
e numérico, foi possível analisar a deflexão de uma barra retangular de aço, e
desta forma constatar que problemas desta natureza, podem ser resolvidas
pelos três tipos de análise demonstrados neste estudo. Como observado no
tópico anterior, por não termos as propriedades reais do material utilizado na
análise experimental, e sim uma estimativa, somente os resultados do
procedimento analítico e numérico convergiram, tendo um erro ínfimo que pode
até mesmo ser desconsiderado, diferente do procedimento experimental que não
teve resultados com a mesma precisão, porém, ainda próximos tanto do analítico
como numérico, o que nos mostra que muito provavelmente, em ensaios onde
se tenha as propriedades reais do material analisado, e não somente uma
estimativa, os três resultados venham a convergir. Por fim, para fins
demonstrativos em casos considerados simples, os três processos podem ser
utilizados, sendo que para geometrias não uniformes, ou que sejam mais
complexos, podemos obter as equações de deflexão com auxílio de um software.

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5. Referência

Beer, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. Amgh. Porto Alegre. 2011

Shigley, Joseph Edward; Budynas, Richard G; Nisbett, J. Keith. Elementos de


máquinas de Shigley. Porto Alegre: AMGH. 2016

LIMA, P. R.L.; FONTES, C. M. A.; LIMA, J. M. F. Análise não-linear da deflexão


de vigas de concreto armado. Sitientibus, n. 28, 2003. Disponível
em:<https://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/28/analise/_nao/_linear/_da/_deflexao/
_de/_vigas.pdf>. Acesso em:06/2022

Martha, L. F. Métodos básicos da análise de estruturas. Rio de Janeiro:


Campus, 2010.

Gere, J. M.; Mecânica dos Materiais. 6. Ed. São Paulo. Editora Thomson
Learning, 2003.

TSCHIPTSCHIN, André Paulo. Método de Elementos Finitos Aplicado à


Seleção de Materiais. METMAT/USP, 2011. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2792809/mod_resource/content/2/Aul
a_elementos%20finitos.pdf>. Acesso em:06/2022

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