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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO – ES

Curso de Engenharia Civil

Caique Rodriguês Scaramussa


Everton Moreira Mozer
Helmut Fidelis
Henrique de Rezende Hesl
Nathan Cardozo Cypriano
Nivaldo Galavotti

TENSÕES EM VIGAS - DEFORMAÇÕES

Cachoeiro de Itapemirim – ES
Julho – 2014
Caique Rodriguês Scaramussa
Everton Moreira Mozer
Helmut Fidelis
Henrique de Rezende Hesl
Nathan Cardoso Cypriano
Nivaldo Galavotti

TENSÕES EM VIGAS - DEFORMAÇÕES

Trabalho escrito da disciplina de


Resistência dos Materiais I do Curso de
Engenharia Civil do Centro Universitário
São Camilo, orientado pelo Prof. Eliezer
Pedrosa de Almeida, como requisito
parcial para obtenção de nota da
disciplina

Cachoeiro de Itapemirim – ES
Julho – 2014
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
2 OBJETIVOS........................................................................................................................ 4
3 MÉTODO DA LINHA ELÁSTICA ................................................................................... 5
4 INTEGRAÇÃO DIRETA ................................................................................................... 8
5 MÉTODO DE MOHR ...................................................................................................... 11
6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 14
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1 INTRODUÇÃO

O trabalho de um engenheiro civil ao projetar vigas prismáticas não pode se


concentrar somente em determinar a rigidez da estrutura, em verificar se as tensões
estão abaixo do limite de escoamento para a configuração do material usado, se a
viga simplesmente suporta a carga ou não.

Tensões geram deformações, mesmo em regime elástico, na forma de deflexão


da viga e determinar tais deformações é uma tarefa muito importante, tendo em vista
que as especificações do projeto incluem um valor máximo admissível para tal
deflexão (BEE, 1995, p. 815).

Os diferentes métodos utilizados para determinar a deformação de vigas com


carregamento transversal se baseiam, de uma forma ou outra, na determinação da
linha curva que caracteriza a forma deformada de uma viga, denominada como linha
elástica.

Conforme o número e tipo dos carregamentos e das reações externas e


internas em uma viga, determinar a linha elástica se torna mais complexo, de tal forma
que existiram métodos que tratam maior facilidade em uma determinada situação do
que outros. Assim é interessante para um engenheiro o conhecimento e domínio de
diversos métodos.

O estudo da linha elástica também auxilia da determinação de estruturas


hiperestáticas. Contudo não é objetivo deste trabalho abordar este assunto, ficando
restrito a análise de três métodos para determinação das deformações de uma viga.
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2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo o estudo da determinação das deformações


sofridas por uma viga prismática em qualquer situação de carregamento transversal
através dos métodos:

a) Método da linha elástica;


b) Método da integração direta;
c) Método de Mohr.

Este trabalho busca apresentar tais métodos de uma forma simples e resumida,
buscando explanar a essência de cada método, cabendo o posterior aprofundamento
sobre o assunto.
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3 MÉTODO DA LINHA ELÁSTICA

Uma viga que sofre carregamento transversal, tende a se deformar e flexionar de


forma que sua linha neutra assume a forma de linha curva denominada linha elástica.

A declividade e deflexão podem ser deduzidas através da equação diferencial da linha


elástica que determina a linha curva que caracteriza a viga deformada.

   ()
=
 

A deformação da viga elástica depende então:

 Das características de resistência mecânica dos materiais utilizados - módulo


de elasticidade “e”;

 Da geometria da viga – momento de inércia “i”;

 Do momento fletor “m”, resultado da interação dos carregamentos, das


reações dos apoios e das reações internas.

Podemos deduzir a equação da linha elástica através de duas integrações


sucessivas da função do momento fletor nos diferentes seguimentos da viga:

 
1ª −
=  () d + 


2ª −
() =  M(x) d +   d + 

Através da primeira integração calculamos o ângulo de deflexão da viga em


determinado ponto.

 
1ª −
=  () d + 

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Integrando o resultado novamente, obtemos a equação da linha elástica e podemos


calcular a flecha da viga em um determinado ponto.


2ª −
() =  M(x) d +   d + 

 e  são constantes de integração que são obtidas através das condições de


contorno determinadas pelas condições impostas pelos apoios como mostrado
abaixo.

Viga simplesmente apoiada Viga biapoiada com balanço

Vida engastada em balanço

Para a determinação da equação da linha elástica, da flecha e a declividade em


qualquer ponto de uma viga é necessário seguir alguns passos básicos. Abaixo serão
elencados os passos para a determinação da equação da linha elástica, da flecha e
da declividade no ponto A da viga em balanço, engastada com um carregamento
concentrado em sua extremidade livre:
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1º passo - analisar o diagrama de corpo livre para determinar a função do momento


fletor na viga:

M(x) = - Px

2º passo - substituir o valor de m na equação diferencial da linha elástica e


proceder a primeira integração:

   −    
=
=  − d →
= - P  + 
 
  

3º passo - determinar a condição de contorno que torna possível calcular a constante


de integração  :

 
 ! = 0 #$%&'  = ( → y’(L)=0
× 0= - P( +  →  = P(
 

4º passo - proceder a segunda integração:

    

() =  - P  + P( d →
() = - P + + P(  + 
  * 

Resposta - a flecha no ponto A é obtida fazendo x = 0 na equação final da linha


elástica:

 (+
, = (−0 + 0 − 2(+ ) , = −
6
3

Resposta - a declividade no ponto A é obtida fazendo x = 0 na equação resultante


da primeira integração:

 1  P(
, =
= P( → , =
 2 2

4 INTEGRAÇÃO DIRETA

Vimos que a equação da linha elástica é obtida resolvendo a equação diferencial:

   ()
=
 

Também sabemos que existe uma relação diferencial entre momento fletor, força
cortante e carregamento como se segue:

 /
= /() = −ω
 

Desta forma podemos deduzir que a equação diferencial da linha elástica também
pode ser encontrada integrando três vezes seguidas a função da força cortante:

 +  /()
=
 +

Como também integrando quatro vezes seguidas a função do carregamento:

 0  −ω
=
 0

As condições de contorno que permitem calcular as quatro constantes de integração


que surgem no processo são:

 As restrições impostas à deformação da viga pelos apoios como vimos


anteriormente;
 A condição de que V e M devem ser nulos na extremidade livre de uma viga
em balanço;
 M tem que ser nulo nos dois apoios de uma viga simplesmente apoiada.
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Para determinação da equação da linha elástica e a flecha máxima na viga biapoiada


AB com carregamento concentrado conforme mostrado abaixo, procede-se da
seguinte forma

Resolução:

1
= −ω
 1

+
= /() = − ω + 
 +
 1 
= () = − ω +   + 
  2

As condições de contorno requerem que o momento fletor seja nulo nas duas
extremidades da viga:


 = 0 2  = 0 ⟶  = 0  = ( 2  = 0 ⟶  = − ω(

Reescrevendo a equação:

 1  1

= − ω + ω(
  2 2
Integrando duas vezes a equação:

 1 1

= − ω + + ω(  + + y
= −  ω 0 +  ω(  + +  + 0
 6 4 0 

As condições de contorno exigem que y = 0 nos dois apoios da viga:



 = 0 2  = 0 ⟶ 0 = 0  = ( 2  = 0 ⟶ + = − ω(+
0
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Reescrevendo a equação com os valores de + e 0 :


ω
y=
056
7−  0 + 2( + − (+ 8

O valor da flecha máxima encontra-se no ponto onde o valor do momento fletor é


maior, ou seja x = l/2. Substituindo x na equação teremos que a flecha máxima é:

5ω(0
|y|:á =
384

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5 MÉTODO DE MOHR

 O método também é conhecido como analogia de Mohr ou método dos


momentos de área.

 Método visual que explora semelhanças das propriedades gráficas da equação


da linha elástica e da relação carregamento, diagrama de força cortante e
diagrama de momento fletor.

 > −
Equação da Linha elástica: = =
  

Relação Momento Fletor, Força    ? −#


Cortante e Carregamento: = =
  

Viga análoga: é necessária criar uma viga fictícia que represente a seguinte relação
de analogia dos vínculos dos apoios:

Condições de Condições de
deslocamento da viga carregamento da viga
real análoga
ϕA ≠ 0 V*A ≠ 0

νA ≠ 0 M*A ≠ 0

ϕB = 0 V*B = 0

νB = 0 M*B = 0

Teremos então:

Viga Real Viga análoga


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Para determinar a flecha e o ângulo de deflexão na extremidade livre da barra


engastada da viga mostrada abaixo, quando se sabe que E e I se procede da seguinte
forma:

1º passo - esboçar o diagrama de momento fletor da viga:

2º passo - a carga distribuída que será aplicada a viga análoga é o inverso do


momento fletor dividido por EI:

3º passo - determinar a viga análoga com o carregamento descrito no 2º passo:

4º passo - o ângulo de deflexão no ponto A da viga real será determinado pelo valor
da força cortante no ponto A da viga análoga:

 B B D
>@ = /,∗ = − × ×C ⟶ >@ = −
 56 56

5º passo - o deslocamento no ponto A da viga real será determinado pelo valor do


momento fletor no ponto A da viga análoga:

 B  B E
?@ = ,∗ = × ×C× ⟶ ?@ =
 56 + +56
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6 CONCLUSÃO

A abordagem apresentada neste trabalho ofereceu um primeiro contato com os


métodos para determinação da linha elástica e assim calcular as flechas e deflexões
das vigas prismática.

Embora tenha sido uma abordagem ainda superficial, já oferece a oportunidade


de permitir ao engenheiro determinar as deformações de vigas nos casos mais
comuns do projeto de vigas.

Cabe ao profissional o estudo mais aprofundado não só destes métodos, que


são os mais conhecidos, mas também a busca de novos modelos, incluindo os
modelos computacionais, para o cálculo de deformações mais complexas e que
necessitem de maior conhecimento por parte do profissional.
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7 REFERÊNCIAS

BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON JR, E. Russel. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS.


3.ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1995. 1255 p.

HIBBELER, R. C. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS. 7.ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2010. 641 p.

MORILLA, José Carlos. Analogia de Mohr. Universidade Santa Cecília – UNISANTA,


Santos. Disponível em <http://cursos.unisanta.br/mecanica/ciclo5/
analogia-mohr.pdf>. Acesso em 28 jun. 2014.

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