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Campus Joinville
Relatório de atividade de
Projeto Integrado I, do curso
de Engenharia Mecânica,
como requisito parcial para
aprovação na disciplina.
Joinville, 11 de Junho de 2022
2
Sumário
1.Introdução 3
2. Metodologia 5
2.1 Resolução Analítica 6
2.2 Resolução experimental 10
2.3 Simulação Numérica 12
3. Resultados 14
3.1. Resultados Experimental 14
3.2. Resultados da simulação numérica 14
3.3 Resultados do Analítico 15
4. Conclusão 18
5. Referência 19
3
1.Introdução
4
Ao menos essa é a atribuição dada às vigas pelo renomado e conhecido
astrônomo italiano Galileu Galilei, reconhecido por muitos como um dos
pioneiros no estudo da resistência dos sólidos. Até mesmo em uma de suas
publicações “Duas Novas Ciências” (1638), discutiu um problema de viga
engastada sendo o carregamento o próprio peso da viga, sendo esta
problemática conhecida como "Problema de Galileu", onde o resultado final da
análise obteve resultados incorretos devido à falta de recursos para a
resolução do problema. Com isso, muitos cientistas desenvolveram ou
otimizaram resoluções aplicadas às análises estruturais, entre elas os estudos
de viga. (Santade et al., 2013)
Podemos definir como deflexão de viga quando a mesma com um eixo
longitudinal reto é carregada por forças transversais, neste caso o eixo é
formado em uma curva, que chamamos de curva deflexão da viga. De forma
geral, o procedimento para encontrar a deflexão de vigas, se baseia em
equações diferenciais da linha elástica, e nas relações associadas a ela (Gere
et al., 2012).
Determinar a máxima deflexão sofrida por uma viga quando está sob um
carregamento é de grande interesse nas áreas de engenharia, uma vez que as
especificações de projeto que envolvam uma viga, irão incluir um valor máximo
permitido para a sua deflexão. (Beer et al., 2012)
Sabendo que as excessivas deformações podem acabar causando uma
alteração na eficiência da estrutura e também na aparência, faz com que os
usuários desta estrutura, tenham receio de utilizá-la, tornando crucial o estudo
das consequências do uso de carga excessiva em uma estrutura (Lima et al.,
2003)
Portanto, o estudo de deflexão de vigas, permite que o engenheiro, ao
desenvolver um projeto, estabeleça as solicitações e forças que atuaram no
sistema, com segurança, não colocando carga em excesso ou
subdimensionando uma estrutura de viga. (Martha et al., 2010)
O Método de Elementos Finitos (MEF), além de outras aplicações, é
uma ferramenta comumente utilizada para determinar o comportamento
estrutural de componentes sob carregamentos, sejam eles estáticos e/ou
dinâmicos. Isso porque, componentes reais, por apresentarem em sua maioria
5
complexidades geométricas, de materiais e de carregamentos, acabam muitas
vezes por inviabilizar soluções analíticas ou experimentais.
O funcionamento é relativamente simples, o (MEF) divide a estrutura a
ser analisada em pequenas sub estruturas elásticas, transformando assim o
corpo em estudo em uma malha, onde serão aplicadas as cargas, sejam elas
dinâmicas, térmicas, etc. Essas aplicações podem ser feitas tanto na superfície
do elemento quanto em seus nós. Estes nós são o que fazem a ligação de um
elemento com o outro, portanto é onde as propriedades do elemento serão
estabelecidas e onde as forças podem ser aplicadas, ou ainda, onde as
condições de contorno são atribuídas (graus de liberdade).
Para análises estruturais os graus de liberdade, podem ser definidos
como os movimentos, sejam de rotação ou translação, independentes que
existem em um nó. Como existem três eixos de trabalho (x,y,z) os graus de
liberdade de cada elemento são três graus translacionais e três rotacionais. Por
fim, quando cada elemento no interior de uma estrutura estiver totalmente
definido localmente, em sua forma matricial e os elementos montados
globalmente por seus nós, as cargas podem então ser aplicadas e as
condições de contorno definidas. Após isso, os valores de todos os graus de
liberdade de deslocamento desconhecidos são determinados através de
operações matriciais e desta forma usamos esses deslocamentos para
determinar as resistências e tensões utilizando as equações elásticas. (Shigley
et al., 2016)
2. Metodologia
Foi realizado neste estudo, uma análise analítica de uma viga, definindo
os valores para os esforços e os pontos de aplicação. Para mais, em
laboratório foram executados uma série de testes em uma viga de aço ABNT
1020, para obtenção de valores de deformação de forma experimental. Os
testes foram executados para posteriormente serem comparados com a
resolução analítica, através da dedução da equação de linha elástica, e
também com uma simulação computadorizada, por Método de Elementos
Finitos, com auxílio do software SolidWorks, para desta forma, validar a análise
de tensão e deflexão do guindaste em estudo.
6
2.1 Resolução Analítica
7
Figura 3 - Seção o-a
Fonte: Autores
Seção a-b:
ΣM (a−b)=0 (5)
Mo−Ry∗x+ P∗(x−a)+ M =0
P∗a−P∗x + P∗(x−a)+ M =0
8
P∗(−x +a+ x −a)+ M =0
M (x)=0 (6)
Para encontrar-se a linha elástica foi utilizada a seguinte equação:
d ²v M
= (7)
dx ² E . I
❑
dv 1
= .∫ ❑ M (x )dx
dx E . I ❑
❑ ❑ ❑
dv 1 dv P
= .∫ ❑ P . ( x−a ) dx ⇔ = . (∫ ❑ xdx −∫ ❑ adx)
dx E . I ❑ dx E . I ❑ ❑
( ) ( )
❑ 2 ❑ 2
P x P x
v=∫ ❑ . −ax+C 1 dx ⇔ v= .∫ ❑ −ax+ C 1 dx
❑ E. I 2 E.I ❑ 2
3 2
P x ax
v= .( − + C 1 x +C 2) (9)
E .I 6 2
Para a Seção a-b foi utilizado o mesmo método, apenas alterando o
valor do momento. Neste caso, a equação foi montada com base no momento
encontrado na Seção a-b.
Seção a-b
❑
dv 1 dv 1
= .∫ ❑ 0 dx ⇔ = .C 3 (10)
dx E . I ❑ dx E . I
❑ ❑ ❑
C3 1 1
v=∫ ❑ dx ⇔ v= .∫ ❑C 3 dx ⟺ v= . ∫ ❑ C 3 dx
❑ E. I E .I ❑ E.I ❑
1
v= . ( C 3 x+ C 4 ) (11)
E .I
9
Para se obter os valores das constantes, foram utilizados pontos nos
quais são conhecidos os valores das condições de contorno de flexão e
inclinação.
Da (8) tem-se:
( )
2
dv P x
θ= = . −ax +C 1
dx E . I 2
No engaste tem-se:
Para x=0 , θ=0
dv P
0= =θ= . ( 0−0+C 1 ) ⟺ C 1=0
dx E.I
Da (9 tem-se:
3 2
P x ax
v= .( − + C 1 x +C 2)
E .I 6 2
Para x=0 , v=0
P
0= . ( 0−0+0+C 2 ) ⟺ C 2=0
E. I
Com os valores de C 1 e C 2 encontrados, a equação de flexão para a
seção o-a fica:
Seção o-a
( )
3 2
P x ax
v= . +
E .I 6 2
P. x²
v= . ( x −3 a ) para 0< x <a (12)
6. E . I
( )
2
P x C3
. −ax =
E.I 2 E. I
Para x=a ,
( )
2
a 2
P. −a =C 3
2
( ) ( )
2 2 2 2
a 2a −a P.a
P. − =C 3 ⟺ P . =C 3 ⟺− =C 3
2 2 2 2
10
O mesmo processo foi feito com as equações 9 e 8.
Da (11 e (12 tem-se:
P. x² 1
. ( x−3 a )= . ( C 3 x +C 4 )
6. E . I E. I
P. x²
. ( x−3 a )=C 3 x+ C 4
6
Para x=a
P.a²
. ( a−3 a )=C 3 a+C 4
6
Desenvolvendo a equação:
−P.2 a ²
=C 3 a+C 4
6
P.a²
−a .( +C 3)=C 4
3
Substituindo na (8 da flexão na seção a-b é obtida seguinte equação:
[( ) ]
2 2
1 −P . a P.a² P.a
v= . . x −a .( − )
E .I 2 3 2
2
P.a
v= .(−3 x+ a) para a< x <l (13)
6. E . I
11
Figura 5 - Viga experimental com carga pontual
Fonte: Autores
12
Figura 7 - Relógio comparador analógico
Fonte: Autores
13
Figura 8 - Passos envolvidos em uma análise de elementos finitos
Fonte: Adaptada de Tschiptschin, 2011
14
7 (131mm) 18309 0,393
0.393
0.392
0.391
0.390
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000
3. Resultados
Agora com todas as equações e com os valores utilizados na resolução
experimental, foram montadas tabelas de comparação entre os resultados
calculados, medidos em laboratório e obtidos através da simulação numérica.
Alguns números foram arredondados para melhor visualização.
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apoio
1 0,3 11 0,556
2 0,3 31 0,532
3 0,3 51 0,502
4 0,3 71 0,465
5 0,3 91 0,425
Fonte: Autores
3.2. Resultados da simulação numérica
Com a malha gerada foi realizada uma simulação com os diversos
pontos de aplicação da carga, gerando representações de deformação,
mostrados na Figura 11, na imagem está apresentado os respectivos pontos de
aplicação da carga enumerados no canto inferior direito.
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E para melhor visualização, foi gerada a Tabela 3 com os dados obtidos
através da análise numérica.
Módulo Momento
Largura Espessura
Massa de Força P Comprimento de Inércia
da viga da viga h
(kg) Elasticida (N) da viga l (m) 4
b (mm) (mm) I x (m )
de (GPa)
0,55 11 0,449
0,54 31 0,429
0,5 51 0,409
0,427 91 0,369
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Fonte: Autores
Para se diminuir os possíveis erros, as tabelas foram separadas em
diferentes partes do cálculo conforme as tabelas Tabela 6 e Tabela 7
Tabela 6 – Valores parciais obtidos na resolução analítica
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Os resultados obtidos pelos métodos analítico (trecho o-a), experimental
e simulação numérica foram comparados conforme a Tabela 8. O desvio de
simulação relativo ao experimental foi calculado como sendo a Flexão
Simulação menos a Flexão Experimental sobre a Flexão Simulação e o desvio
de simulação relativo ao analítico foi calculado como sendo a Flexão Simulação
menos a Flexão Analítico sobre a Flexão Simulação, com os valores em
módulo.
4. Conclusão
A partir dos resultados obtidos nos procedimentos experimental,
analítico e numérico, foi possível analisar a deflexão de uma barra retangular
de aço, e desta forma constatar que problemas desta natureza, podem ser
resolvidas pelos três tipos de análise demonstrados neste estudo. Como
observado no tópico anterior, por não termos as propriedades reais do material
utilizado na análise experimental, e sim uma estimativa, somente os resultados
do procedimento analítico e numérico convergiram, tendo um erro ínfimo que
pode até mesmo ser desconsiderado, diferente do procedimento experimental
que não teve resultados com a mesma precisão, porém, ainda próximos tanto
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do analítico como numérico, o que nos mostra que muito provavelmente, em
ensaios onde se tenha as propriedades reais do material analisado, e não
somente uma estimativa, os três resultados venham a convergir. Por fim, para
fins demonstrativos em casos considerados simples, os três processos podem
ser utilizados, sendo que para geometrias não uniformes, ou que sejam mais
complexos, podemos obter as equações de deflexão com auxílio de um
software.
5. Referência
Beer, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. Amgh. Porto Alegre. 2011
Gere, J. M.; Mecânica dos Materiais. 6. Ed. São Paulo. Editora Thomson
Learning, 2003.
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