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Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC

Campus Joinville

Estudo de um elemento de viga de um guindaste


giratório de coluna

Bruno Giacomo Storti


Leonardo Junkes Nascimento
Lucas Yudi Kimura

Relatório de atividade de
Projeto Integrado I, do curso
de Engenharia Mecânica,
como requisito parcial para
aprovação na disciplina.
Joinville, 11 de Junho de 2022

2
Sumário
1.Introdução 3
2. Metodologia 5
2.1 Resolução Analítica 6
2.2 Resolução experimental 10
2.3 Simulação Numérica 12
3. Resultados 14
3.1. Resultados Experimental 14
3.2. Resultados da simulação numérica 14
3.3 Resultados do Analítico 15
4. Conclusão 18
5. Referência 19

3
1.Introdução

Este projeto visa integrar todos os conhecimentos já obtidos pelos


estudantes ao longo da graduação, aplicando estes saberes em situações
reais.
No presente trabalho, portanto, será desenvolvida a análise de um
elemento de viga de um guindaste giratório de coluna Figura 1, através da
análise numérica de elementos finitos e comparando os resultados, com as
medições obtidas em laboratório.

Figura 1- Guindaste giratório


Fonte: Modelo de relatório

De forma geral, um guindaste giratório, tem uma norma específica que


rege os parâmetros de construção. É um equipamento utilizado para o
içamento de cargas em locais específicos dentro de fábricas, tem uma
capacidade limitada que se deve a sua forma construtiva, sendo composto por
uma coluna principal, que dá a altura de elevação, e um braço fixado à coluna
geralmente por meio de pinos, rodas dentadas ou rolamentos. O sistema de
elevação conta com uma talha, que faz-se necessário a aplicação da norma
NBR ABNT 8800, para o dimensionamento da viga, devido aos momentos
verticais gerados durante a elevação da carga.
As vigas podem ser definidas como estruturas lineares que trabalham
em posição horizontal ou inclinada, estando elas apoiadas em um ou mais
elementos de apoio com a função de dar suporte a diferentes tipos de esforços
e carregamentos.

4
Ao menos essa é a atribuição dada às vigas pelo renomado e conhecido
astrônomo italiano Galileu Galilei, reconhecido por muitos como um dos
pioneiros no estudo da resistência dos sólidos. Até mesmo em uma de suas
publicações “Duas Novas Ciências” (1638), discutiu um problema de viga
engastada sendo o carregamento o próprio peso da viga, sendo esta
problemática conhecida como "Problema de Galileu", onde o resultado final da
análise obteve resultados incorretos devido à falta de recursos para a
resolução do problema. Com isso, muitos cientistas desenvolveram ou
otimizaram resoluções aplicadas às análises estruturais, entre elas os estudos
de viga. (Santade et al., 2013)
Podemos definir como deflexão de viga quando a mesma com um eixo
longitudinal reto é carregada por forças transversais, neste caso o eixo é
formado em uma curva, que chamamos de curva deflexão da viga. De forma
geral, o procedimento para encontrar a deflexão de vigas, se baseia em
equações diferenciais da linha elástica, e nas relações associadas a ela (Gere
et al., 2012).
Determinar a máxima deflexão sofrida por uma viga quando está sob um
carregamento é de grande interesse nas áreas de engenharia, uma vez que as
especificações de projeto que envolvam uma viga, irão incluir um valor máximo
permitido para a sua deflexão. (Beer et al., 2012)
Sabendo que as excessivas deformações podem acabar causando uma
alteração na eficiência da estrutura e também na aparência, faz com que os
usuários desta estrutura, tenham receio de utilizá-la, tornando crucial o estudo
das consequências do uso de carga excessiva em uma estrutura (Lima et al.,
2003)
Portanto, o estudo de deflexão de vigas, permite que o engenheiro, ao
desenvolver um projeto, estabeleça as solicitações e forças que atuaram no
sistema, com segurança, não colocando carga em excesso ou
subdimensionando uma estrutura de viga. (Martha et al., 2010)
O Método de Elementos Finitos (MEF), além de outras aplicações, é
uma ferramenta comumente utilizada para determinar o comportamento
estrutural de componentes sob carregamentos, sejam eles estáticos e/ou
dinâmicos. Isso porque, componentes reais, por apresentarem em sua maioria

5
complexidades geométricas, de materiais e de carregamentos, acabam muitas
vezes por inviabilizar soluções analíticas ou experimentais.
O funcionamento é relativamente simples, o (MEF) divide a estrutura a
ser analisada em pequenas sub estruturas elásticas, transformando assim o
corpo em estudo em uma malha, onde serão aplicadas as cargas, sejam elas
dinâmicas, térmicas, etc. Essas aplicações podem ser feitas tanto na superfície
do elemento quanto em seus nós. Estes nós são o que fazem a ligação de um
elemento com o outro, portanto é onde as propriedades do elemento serão
estabelecidas e onde as forças podem ser aplicadas, ou ainda, onde as
condições de contorno são atribuídas (graus de liberdade).
Para análises estruturais os graus de liberdade, podem ser definidos
como os movimentos, sejam de rotação ou translação, independentes que
existem em um nó. Como existem três eixos de trabalho (x,y,z) os graus de
liberdade de cada elemento são três graus translacionais e três rotacionais. Por
fim, quando cada elemento no interior de uma estrutura estiver totalmente
definido localmente, em sua forma matricial e os elementos montados
globalmente por seus nós, as cargas podem então ser aplicadas e as
condições de contorno definidas. Após isso, os valores de todos os graus de
liberdade de deslocamento desconhecidos são determinados através de
operações matriciais e desta forma usamos esses deslocamentos para
determinar as resistências e tensões utilizando as equações elásticas. (Shigley
et al., 2016)

2. Metodologia

Foi realizado neste estudo, uma análise analítica de uma viga, definindo
os valores para os esforços e os pontos de aplicação. Para mais, em
laboratório foram executados uma série de testes em uma viga de aço ABNT
1020, para obtenção de valores de deformação de forma experimental. Os
testes foram executados para posteriormente serem comparados com a
resolução analítica, através da dedução da equação de linha elástica, e
também com uma simulação computadorizada, por Método de Elementos
Finitos, com auxílio do software SolidWorks, para desta forma, validar a análise
de tensão e deflexão do guindaste em estudo.

6
2.1 Resolução Analítica

Primeiramente, para se obter o momento fletor, precisa-se encontrar as


forças de reação nos apoios e para isso foi desenhado um esquema de forças
conforme a Figura 2.

Figura 2 - Viga esquemática


Fonte: Autores

Pelas equações da estática tem-se:


ΣFy=0 (1)
Ry−P=0
Ry=P
ΣMo=0
Mo−(P∗a)=0
Mo=P∗a (2)

Com as forças obtidas, é possível achar o momento fletor, realizando um


corte entre o engaste e a aplicação da força P, conforme a Figura 3 que mostra
a Seção o-a:

7
Figura 3 - Seção o-a
Fonte: Autores

Agora é possível achar o momento fletor, fazendo o somatório dos


momentos em torno do ponto no qual a viga foi seccionada e considerando o
sentido horário positivo.
seção o-a:
ΣM (o−a)=0 (3)
Mo−(Ry∗x )+ M =0
M =(Ry∗x)−Mo
M (x)=(Ry∗x)−( P∗a)
M (x)=(P∗x)−(P∗a)
M (x)=P(x−a) (4)

Do mesmo modo, foi realizado o equacionamento do momento para a


Seção a-b conforme a Figura 4:

Figura 4 - Seção a-b


Fonte: Autores

Seção a-b:
ΣM (a−b)=0 (5)
Mo−Ry∗x+ P∗(x−a)+ M =0
P∗a−P∗x + P∗(x−a)+ M =0

8
P∗(−x +a+ x −a)+ M =0
M (x)=0 (6)
Para encontrar-se a linha elástica foi utilizada a seguinte equação:
d ²v M
= (7)
dx ² E . I

E utilizando o momento obtido anteriormente o equacionamento deu-se


por:


dv 1
= .∫ ❑ M (x )dx
dx E . I ❑
❑ ❑ ❑
dv 1 dv P
= .∫ ❑ P . ( x−a ) dx ⇔ = . (∫ ❑ xdx −∫ ❑ adx)
dx E . I ❑ dx E . I ❑ ❑

Portanto, depois de integrar-se em relação a x, obtém-se a primeira


equação:
2
dv P x
= .( −ax+ C 1) (8)
dx EI 2
E para se obter a equação de flexão, foi necessário integrar novamente.

( ) ( )
❑ 2 ❑ 2
P x P x
v=∫ ❑ . −ax+C 1 dx ⇔ v= .∫ ❑ −ax+ C 1 dx
❑ E. I 2 E.I ❑ 2
3 2
P x ax
v= .( − + C 1 x +C 2) (9)
E .I 6 2
Para a Seção a-b foi utilizado o mesmo método, apenas alterando o
valor do momento. Neste caso, a equação foi montada com base no momento
encontrado na Seção a-b.

Seção a-b

dv 1 dv 1
= .∫ ❑ 0 dx ⇔ = .C 3 (10)
dx E . I ❑ dx E . I
❑ ❑ ❑
C3 1 1
v=∫ ❑ dx ⇔ v= .∫ ❑C 3 dx ⟺ v= . ∫ ❑ C 3 dx
❑ E. I E .I ❑ E.I ❑
1
v= . ( C 3 x+ C 4 ) (11)
E .I

9
Para se obter os valores das constantes, foram utilizados pontos nos
quais são conhecidos os valores das condições de contorno de flexão e
inclinação.
Da (8) tem-se:

( )
2
dv P x
θ= = . −ax +C 1
dx E . I 2
No engaste tem-se:
Para x=0 , θ=0

dv P
0= =θ= . ( 0−0+C 1 ) ⟺ C 1=0
dx E.I
Da (9 tem-se:
3 2
P x ax
v= .( − + C 1 x +C 2)
E .I 6 2
Para x=0 , v=0
P
0= . ( 0−0+0+C 2 ) ⟺ C 2=0
E. I
Com os valores de C 1 e C 2 encontrados, a equação de flexão para a
seção o-a fica:
Seção o-a

( )
3 2
P x ax
v= . +
E .I 6 2
P. x²
v= . ( x −3 a ) para 0< x <a (12)
6. E . I

Foram igualadas as equações (8 e (10 no ponto “a” de aplicação da


força P.
Da (8 e (10 tem-se:

( )
2
P x C3
. −ax =
E.I 2 E. I
Para x=a ,

( )
2
a 2
P. −a =C 3
2

( ) ( )
2 2 2 2
a 2a −a P.a
P. − =C 3 ⟺ P . =C 3 ⟺− =C 3
2 2 2 2

10
O mesmo processo foi feito com as equações 9 e 8.
Da (11 e (12 tem-se:
P. x² 1
. ( x−3 a )= . ( C 3 x +C 4 )
6. E . I E. I
P. x²
. ( x−3 a )=C 3 x+ C 4
6
Para x=a
P.a²
. ( a−3 a )=C 3 a+C 4
6
Desenvolvendo a equação:
−P.2 a ²
=C 3 a+C 4
6
P.a²
−a .( +C 3)=C 4
3
Substituindo na (8 da flexão na seção a-b é obtida seguinte equação:

[( ) ]
2 2
1 −P . a P.a² P.a
v= . . x −a .( − )
E .I 2 3 2
2
P.a
v= .(−3 x+ a) para a< x <l (13)
6. E . I

2.2 Resolução experimental


Para a realização da análise de deformação feita em laboratório, foi
utilizado um corpo de prova com 460 mm de comprimento e seção retangular
de 4,76 mm de altura e 38,1 mm de largura. As características do material
foram informadas, sendo constituído de aço ABNT 1020, com módulo de
elasticidade de 200 GPa.
O procedimento realizado utiliza um corpo de material desconhecido,
com massa de 0,3 kg para exercer uma carga pontual na superfície superior da
viga mostrada na Figura 5, com distâncias variáveis ao ponto de engaste
determinadas em projeto.

11
Figura 5 - Viga experimental com carga pontual
Fonte: Autores

Para simular o engaste foi utilizado um grampo C mostrado na Figura 6,


para fixar uma das extremidades da Viga em uma plataforma plana, não
permitindo nenhum grau de liberdade em seu movimento. Todas as distâncias
utilizadas para o estudo foram obtidas através de um paquímetro calibrado pelo
técnico de laboratório presente.

Figura 6 - Grampo C engastando Viga.


Fonte: Autores

Na aferição da deformação gerada foi utilizado um relógio comparador


analógico mostrado na Figura 7, posicionado a 181 mm medidos a partir da
extremidade oposta ao engaste, medindo a deformação gerada nos diversos
pontos de aplicação da carga demonstrados no tópico a seguir.

12
Figura 7 - Relógio comparador analógico
Fonte: Autores

2.3 Simulação Numérica

Para fins de modelamento numérico, foi utilizado o Método de Elementos


Finitos (MEF), através da implementação tridimensional no Software
SolidWorks.
De forma simplória, o processo de solução de problemas através do
MEF, é normalmente dividido em três principais etapas: Primeiramente o
processamento computacional, seguido da etapa intermediária e o por fim, o
pós-processamento. Sendo que o processo computacional, é a etapa
intermediária onde o computador efetivamente realiza todos os cálculos
necessários, separando as etapas de pré-processamento e pós-
processamento, que são etapas onde existe a necessidade da participação do
engenheiro para apontar as condições da análise a ser realizada e também
para interpretar os dados retornados pelo computador. (Tschiptschin et al.,
2011)

13
Figura 8 - Passos envolvidos em uma análise de elementos finitos
Fonte: Adaptada de Tschiptschin, 2011

Na Figura 8, é ilustrado um fluxo contínuo com início, meio e fim. Porém,


a análise de elementos finitos é feita através de repetições onde se busca
refinar o resultado final para se chegar a uma análise mais precisa.
Portanto, a partir do modelamento da viga dentro do software
SolidWorks, com material definido como ABNT 1020, adotando módulo de
elasticidade de 200 GPa, momento de inércia de 3,4027.10−10 m4, pode-se definir
as coordenadas as quais as cargas foram aplicadas na análise experimental.
Para definir esses pontos dentro do software, é realizado um esboço na
superfície da peça com as distâncias observadas no modelo experimental,
onde com um recurso do software é aplicada a carga. Na sequência é realizado
uma restrição de movimentos em uma das faces onde a viga ficará engastada,
limitando desta forma os seus graus de liberdade. Por fim é gerada um refino
de malha, na qual para que se obtenha um resultado mais aproximado são
necessários alguns loops de processamento até que se tenha valores concisos,
gerando a Tabela 1:

Tabela 1 – Refino de malha

Ponto de medição Número de elementos Deflexão medida


7 (131mm) 3742 0,391
7 (131mm) 3778 0,392
7 (131mm) 8034 0,393

14
7 (131mm) 18309 0,393

E, portanto, gerando o gráfico da Figura 9 nos mostrando que a partir de


8034 malhas os resultados começam a convergir.

Gráfico Refino de Malha


0.394

0.393

0.392

0.391

0.390
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000

Figura 9 – Gráfico de convergência de malha


E desta forma chegando a um refino de malha com 13048 elementos, sendo os
mesmos tetraédricos, conforme apresentado na Figura 10.

Figura 10 - Viga com malha aplicada


Fonte: Autores

3. Resultados
Agora com todas as equações e com os valores utilizados na resolução
experimental, foram montadas tabelas de comparação entre os resultados
calculados, medidos em laboratório e obtidos através da simulação numérica.
Alguns números foram arredondados para melhor visualização.

3.1. Resultados Experimental


A Tabela 2 a seguir mostra os valores de deformação obtidos através
dos experimentos realizados em laboratório, analisando os diferentes pontos
de aplicação da carga utilizada e as propriedades físicas do material.
Tabela 2 - Tabela de deformações

Ponto de Carga pontual [kg] Dist. aplicação carga [mm] Deformação[mm]

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apoio

1 0,3 11 0,556

2 0,3 31 0,532

3 0,3 51 0,502

4 0,3 71 0,465

5 0,3 91 0,425

6 0,3 111 0,398

7 0,3 131 0,370

Fonte: Autores
3.2. Resultados da simulação numérica
Com a malha gerada foi realizada uma simulação com os diversos
pontos de aplicação da carga, gerando representações de deformação,
mostrados na Figura 11, na imagem está apresentado os respectivos pontos de
aplicação da carga enumerados no canto inferior direito.

Figura 11 - Simulações numéricas


Fonte: Autores

16
E para melhor visualização, foi gerada a Tabela 3 com os dados obtidos
através da análise numérica.

Tabela 3 – Medições análise numérica

Ponto de aferição da deflexão Deflexão medida Distância da Ponta da Viga


0,5928 11
0,5595 31
0,5261 51
0,279 0,4928 71
0,4594 91
0,426 111
0,3927 131

3.3 Resultados do Analítico


Tabela 4 - Dados da viga

Módulo Momento
Largura Espessura
Massa de Força P Comprimento de Inércia
da viga da viga h
(kg) Elasticida (N) da viga l (m) 4
b (mm) (mm) I x (m )
de (GPa)

0,3 200 2,943 38,1 4,75 0,46 −10


3,4027.10
Fonte: Autores
Sendo o momento de inércia calculado pela equação (14).
3
b.h
Ix= (14)
12

Tabela 5 - Valores obtidos através da resolução analítica.

Ponto do Relógio Distância da Ponta da Distância da Base da Viga


Flexão Medida V (mm)
Comparador (m) Viga (mm) (m)

0,55 11 0,449

0,54 31 0,429

0,5 51 0,409

0,279 0,465 71 0,389

0,427 91 0,369

0,399 111 0,349

0,37 131 0,329

17
Fonte: Autores
Para se diminuir os possíveis erros, as tabelas foram separadas em
diferentes partes do cálculo conforme as tabelas Tabela 6 e Tabela 7
Tabela 6 – Valores parciais obtidos na resolução analítica

Flexão o-a Flexão o-a


x²(x-3a) Desvio
P/(6*E*I) Calculada V Calculada V
seção o-a (%)
(m) (mm)

-0,083 -0,000599 -0,599 8,21%

-0,078 -0,000566 -0,566 4,51%

-0,074 -0,000532 -0,532 5,99%

0,00720749 -0,069 -0,000498 -0,498 6,66%

-0,064 -0,000465 -0,465 8,08%

-0,060 -0,000431 -0,431 7,40%

-0,055 -0,000397 -0,397 6,85%


Fonte: Autores

Tabela 7 - Valores parciais obtidos na resolução analítica

a²(-3x+a) Flexão a-b Calculada V


Flexão a-b Calculada V (m) Desvio (%)
seção a-b (mm)

-0,078 -0,000564 -0,564 2,44%

-0,075 -0,000541 -0,541 0,22%

-0,072 -0,000516 -0,516 3,11%

-0,068 -0,000489 -0,489 4,83%

-0,064 -0,000459 -0,459 7,03%

-0,059 -0,000428 -0,428 6,86%

-0,055 -0,000396 -0,396 6,64%


Fonte: Autores
As diferenças nos valores de desvio das tabelas devem-se a
imprecisões na medição que são propagadas de formas diferentes nas
equações dos trechos o-a e a-b da viga, pois essas equações são diferentes.

18
Os resultados obtidos pelos métodos analítico (trecho o-a), experimental
e simulação numérica foram comparados conforme a Tabela 8. O desvio de
simulação relativo ao experimental foi calculado como sendo a Flexão
Simulação menos a Flexão Experimental sobre a Flexão Simulação e o desvio
de simulação relativo ao analítico foi calculado como sendo a Flexão Simulação
menos a Flexão Analítico sobre a Flexão Simulação, com os valores em
módulo.

Tabela 8 - Comparação entre as três análises realizadas


Desvio
Desvio
Distância da Flexão Flexão o-a Flexão simulação
simulação
Base da Viga Experimental Analítico Simulação relativo ao
relativo ao
(m) (mm) (mm) (mm) experimental
analítico (%)
(%)
0,449 -0,55 -0,599 -0,5928 7,22% 1,08%
0,429 -0,54 -0,566 -0,5595 3,49% 1,08%
0,409 -0,5 -0,532 -0,5261 4,96% 1,10%
0,389 -0,465 -0,498 -0,4928 5,64% 1,10%
0,369 -0,427 -0,465 -0,4594 7,05% 1,12%
0,349 -0,399 -0,431 -0,426 6,34% 1,15%
0,329 -0,37 -0,397 -0,3927 5,78% 1,15%
Fonte: Autores
Pode-se notar que o desvio resultante da simulação em relação ao
método experimental é muito maior que o desvio apresentado entre a
simulação e o método analítico, o que muito provavelmente se deve ao fato de
as propriedades da barra utilizada no experimento, não serem exatamente as
mesmas que foram utilizadas no método analítico e numérico.

4. Conclusão
A partir dos resultados obtidos nos procedimentos experimental,
analítico e numérico, foi possível analisar a deflexão de uma barra retangular
de aço, e desta forma constatar que problemas desta natureza, podem ser
resolvidas pelos três tipos de análise demonstrados neste estudo. Como
observado no tópico anterior, por não termos as propriedades reais do material
utilizado na análise experimental, e sim uma estimativa, somente os resultados
do procedimento analítico e numérico convergiram, tendo um erro ínfimo que
pode até mesmo ser desconsiderado, diferente do procedimento experimental
que não teve resultados com a mesma precisão, porém, ainda próximos tanto

19
do analítico como numérico, o que nos mostra que muito provavelmente, em
ensaios onde se tenha as propriedades reais do material analisado, e não
somente uma estimativa, os três resultados venham a convergir. Por fim, para
fins demonstrativos em casos considerados simples, os três processos podem
ser utilizados, sendo que para geometrias não uniformes, ou que sejam mais
complexos, podemos obter as equações de deflexão com auxílio de um
software.

5. Referência

Beer, Ferdinand P. et al. Mecânica dos materiais. Amgh. Porto Alegre. 2011

Shigley, Joseph Edward; Budynas, Richard G; Nisbett, J. Keith. Elementos de


máquinas de Shigley. Porto Alegre: AMGH. 2016

LIMA, P. R.L.; FONTES, C. M. A.; LIMA, J. M. F. Análise não-linear da


deflexão de vigas de concreto armado. Sitientibus, n. 28, 2003. Disponível
em:<https://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/28/analise/_nao/_linear/_da/
_deflexao/_de/_vigas.pdf>. Acesso em:06/2022

Martha, L. F. Métodos básicos da análise de estruturas. Rio de Janeiro:


Campus, 2010.

Gere, J. M.; Mecânica dos Materiais. 6. Ed. São Paulo. Editora Thomson
Learning, 2003.

TSCHIPTSCHIN, André Paulo. Método de Elementos Finitos Aplicado à


Seleção de Materiais. METMAT/USP, 2011. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2792809/mod_resource/content/2/
Aula_elementos%20finitos.pdf>. Acesso em:06/2022

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