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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (CCT)


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL I

ISAIAS LEAL DA COSTA


121110025

3° RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I - TURMA 09:


Coeficiente de elasticidade de molas
Professor Alexandre José de Almeida Gama

CAMPINA GRANDE/PB
2022
Sumário
Páginas

1 Introdução 3

2 Procedimentos e análises 4

3 Conclusões 9
1 Introdução
Este trabalho tem como objetivo principal mostrar como determinar os parâmetros de uma
lei da Física através de dados experimentais. Ao longo do trabalho, mostraremos como é possível
determinar o coeficiente de elasticidade de uma mola medindo sua deformação ao suspender
objetos com massa (e, consequentemente, peso) bem definidos e conhecidos. Para uma melhor
análise dos dados coletados, também faremos uso do software Lab Fit, desenvolvido na própria
Universidade Federal de Campina Grande e disponibilizado gratuitamente para download.

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2 Procedimentos e análises
Para a realização do experimento, são necessárias duas molas, uma bandeja para segurar
os pesos nas molas, vários pesos com valores diferentes e um suporte grande, para suspender
a mola. Também utilizaremos um instrumento de medição para avaliar a deformação da mola
conforme aumentamos o peso. Os pesos que serão colocados sobre as bandejas são dados em
grama-força (g f ), que é o equivalente ao peso de um corpo com um grama num local em que a
gravidade é 9, 80665 m/s2 . Uma relação entre grama-força e Newton é dada por:

1g f = 0, 00980665 N

Figura 1: As duas molas utilizadas e o suporte

Figura 2: Pesos utilizados

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Inicialmente, prendemos uma mola ao suporte e deixamos ela suspensa. Depois, coloca-
remos na mola a bandeja com um peso inicial conhecido. Em seguida, anotaremos o valor do
peso inicial p0 registrado, e também do comprimento l0 da mola após ter colocado o primeiro
peso. Agora, vamos aumentando o peso sob a mola gradativamente e vamos registrando a medida
do novo peso e o novo comprimento l da mola a cada alongamento. Fizemos isso para a nossa
primeira mola, denominada H3 e obtivemos os seguintes dados:
Mola 1 (identificada pela letra H3 )
Peso inicial (p0 ) sobre a bandeja: = 10 g f
Posição inicial (l0 ) do ponto de conexão: 16 cm

Tabela 1: Comprimento da mola H3 alongada


1 2 3 4 5 6 7 8
P (g f ) 20 30 40 50 60 70 80 90
l (cm) 19,5 23,0 27,0 30,5 34,4 38,0 41,5 45,0

Se pegarmos o valor de cada l e subtrairmos o valor de l0 , obteremos a deformação da


mola:

Tabela 2: Comprimento da deformação da mola H3 conforme os pesos aumentavam


1 2 3 4 5 6 7 8
P (g f ) 20 30 40 50 60 70 80 90
deformação (cm) 3,5 7,0 11,0 14,5 18,0 22,0 25,5 29,0

Repetimos o mesmo procedimento para uma segunda mola, denominada G, e obtivemos:


Mola 2 (identificada pela letra G)
Peso inicial (P0 ) sobre a bandeja: 30 g f
Posição inicial (l0 ) do ponto de conexão: 24, 5 cm

Tabela 3: Comprimento da mola G alongada


1 2 3 4 5 6 7 8
P (g f ) 40 50 60 70 80 90 100 110
l (cm) 27,5 31,0 34,0 37,5 40,0 43,5 46,5 50,0

Tabela 4: Comprimento da deformação da mola G


1 2 3 4 5 6 7 8
P(g f ) 40 50 60 70 80 90 100 110
deformação (cm) 3,0 6,5 9,5 13,0 15,5 19,0 22,0 25,5

A partir da análise das forças que agem na mola e no suporte dos pesos, como ilustradas
na figura Figura 3 abaixo, podemos identificar que a força feita pela mola sobre a bandeja (que
no desenho está em cor azul) tem sentido contrário à elongação x (em branco), mas a força feita
pela bandeja sobre a mola (em amarelo) tem o mesmo sentido da elongação x. Essas forças

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possuem a mesma direção e intensidade, porém sentidos opostos e não se anulam. Isso constitui
um par de ação e reação, como definida na Terceira Lei de Newton.

Figura 3: Esquema de forças que atuam no par mola-bandeija

A partir dos dados coletados na Tabela 2, podemos traçar no Sofware Lab Fit o gráfico da
Força F pela deformação x na mola. Faremos isso inicialmente considerando a função f (x) = ax
(que é a própria Lei de Hooke):

Observe que o valor do parâmetro A indica o coeficiente angular da reta, que neste caso

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é o coeficiente de elasticidade da mola.
Agora, considerando ainda os dados da Tabela 2, traçaremos o mesmo gráfico, mas desta
vez considerando a função f (x) = ax + b:

O parâmetro A, medido pelo Lab Fit identifica o coeficiente de elasticidade da mola H3


de acordo com cada função.
Também podemos pegar os dados da Tabela 4 e plotar eles em um gráfico, considerando
a função f (x) = ax. Assim poderemos analisar as propriedades da mola G:

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Agora, pegaremos os dados da Tabela 4 e plotaremos considerando a função f (x) =
ax + b:

O parâmetro A, medido pelo Lab Fit identifica o coeficiente de elasticidade da mola G de


acordo com cada função.
O valor do parâmetro b deveria ser diferente de zero. Não o é devido a erros sistemáticos
durante as medições.

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3 Conclusões
Através dos experimentos e dados coletados, podemos concluir que a função que melhor
descreve a força elástica de uma mola que está sofrendo deformação, desconsiderando os erros
sistemáticos é uma função do tipo f (x) = ax, onde o a é o coeficiente de elasticidade da mola, e
x é a deformação sofrida pela mola. Esse tipo de função forma uma reta que passa pela origem.
No caso dos nossos experimentos, a função que melhor descreveu nossos dados foi uma do tipo
f (x) = ax + b, porque os erros sistemáticos durante a experimentação acabaram por gerar um
coeficiente linear diferente de zero.
A partir da análise dos gráficos, se fizermos uma análise dimensional do coeficiente de
elasticidade, que coincide com o coeficiente angular, constataremos que sua unidade é o g f /cm,
ou seja, a mola realiza uma força equivalente ao peso de um grama, a cada centímetro deformado.
E seu valor pode ser estimado a partir da coleta de dados experimentais.
Podemos também deduzir a equação que representa a energia potencial armazenada
em uma mola, pois, dado o gráfico da Força Elástica × deslocamento, sabemos que podemos
calcular o trabalho realizado pela força obtendo a área A do gráfico:

Figura 4: Gráfico da Força Elástica × deslocamento

Onde x é a deformação sofrida pela mola e Fel é a força elástica realizada. Como temos
um triângulo retângulo, podemos fazer:

b · h x · Fel
A= =
2 2
Como Fel = kx, vem:

x · kx
A=
2
kx2
∴A=
2
Esse é o trabalho necessário para realizar uma deformação x na mola e, portanto, também
representa a energia potencial que pode ser armazenada nela.

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