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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (CCT)


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL I

ISAIAS LEAL DA COSTA

2° RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I:


Medidas de comprimento
Professor Alexandre José de Almeida Gama

CAMPINA GRANDE/PB
2022
Sumário
Páginas

1 Introdução 3

2 Procedimentos e análises 4
2.1 Dados registrados durante os experimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Obtendo informações a partir dos dados registrados . . . . . . . . . . . . . . . 5

3 Conclusões 7
1 Introdução
As experiências que neste relatório serão apresentadas tem como objetivo principal
avaliar e comparar a precisão de diversos instrumentos de comprimento, utilizando o conceito de
algarismos significativos e as propriedades das operações envolvendo estes. Por esse motivo,
utilizamos três instrumentos diferentes: um paquímetro, uma régua milimetrada e um instrumento
complementar graduado em uma unidade de medida arbitrária (U). Também utilizamos um
pequeno bloco de madeira, com alguns orifícios. Este foi o nosso objeto de medição.

Figura 1: Instrumentos usados para a realização do experimento.

3
2 Procedimentos e análises

2.1 Dados registrados durante os experimentos


Inicialmente, pegamos o instrumento de medida complementar, graduado na unidade
arbitrária U e medimos o comprimento, a largura e a altura do bloco de madeira, registrando esses
valores nas colunas C, L e H, respectivamente. Será registrado especificamente o número de
unidades completas, o valor da fração avaliada, o valor total obtido e o valor com o desvio (para
o caso do nosso instrumento, o desvio era de 0,05 U). Registrarmos os resultados na Tabela 1,
conforme abaixo:

Tabela 1: Unidade Arbitrária: U. Desvio Avaliado: VA = 0,05 U


Dimensões do bloco de madeira medidos com o instrumento complementar
C L H
N° de unid. completas 4,0 2,0 3,0
Fração Avaliada 0,3 0,2 0,2
Valor total obtido 4,3 2,2 3,2
Valor com desvio 4,30 ± 0,05 2,20 ± 0,05 3,20 ± 0,05

Em seguida, realizamos o mesmo procedimento, mas dessa vez utilizando uma régua
milimetrada como instrumento de medição, e adotando o desvio da régua como sendo de 0,5
mm. O resultado está na Tabela 2:

Tabela 2: Unidade: mm. Desvio Avaliado : VA = 0,5 mm


Dimensões do bloco de madeira medidos com a régua
C L H
N° de unid. completas 56,0 30,0 46,0
Fração Avaliada 0,0 0,5 0,0
Valor total obtido 56,0 30,5 46,0
Valor com desvio 56,0 ± 0,5 30,5 ± 0,5 46,0 ± 0,5

Agora repetimos novamente as medições, mas utilizando um paquímetro e adotando o


desvio como sendo de 0,01 mm (informação obtida através do fabricante do instrumento). O
resultado está na Tabela 3:

Tabela 3: Unidade: mm. Desvio Avaliado : VA = 0,01 mm


Dimensões do bloco de madeira medidos com o paquímetro
C L H
N° de unid. completas 56,0 31,0 46,0
Fração Avaliada 0,56 0,24 0,62
Valor total obtido 56,56 31,24 46,62
Valor com desvio 56,56 ± 0,01 31,24 ± 0,01 46,62 ± 0,01

Depois de realizadas essas medições, utilizaremos o paquímetro para medir o diâmetro e

4
a profundidade dos orifícios presentes no bloco de madeira. Obtemos como resultado os dados
da Tabela 4:

Tabela 4: Diâmetro e profundidade dos orifícios medidos com o paquímetro


D (mm) P (mm)
Orifício raso 25,20 ± 0,01 4,36 ± 0,01
Orifício profundo 18,20 ± 0,01 35,32 ± 0,01

Agora, utilizamos novamente o paquímetro e medimos o diâmetro do orifício raso dez


vezes, registrando os dados na Tabela 5:

Tabela 5: Medidas do diâmetro do orifício raso realizadas com o paquímetro


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D (mm) 25,23 24,64 24,85 24,75 23,72 22,20 21,90 22,21 21,49 21,92

2.2 Obtendo informações a partir dos dados registrados


Utilizando a Tabela 3, podemos calcular o perímetro e a área da face maior do móvel,
utilizando a teoria do desvio padrão:
Perímetro da face maior:

(56, 56 ± 0, 01) + (56, 56 ± 0, 01) + (46, 62 ± 0, 01) + (46, 62 ± 0, 01)

Aplicando a Teoria do Desvio Padrão:


p p
(56, 56 + 56, 56) ± 0, 012 + 0, 012 + (46, 62 + 46, 62) ± 0, 012 + 0, 012

Aplicando a Teoria do Desvio Padrão novamente, obtemos:

(206, 360 ± 0, 020) mm, que é o perímetro da face maior

Área da face maior:


Para obtermos a área da face maior, basta multiplicar as duas arestas maiores:

(56, 56 ± 0, 01) × (46, 62 ± 0, 01)

Pela Teoria do Desvio Padrão:


s 2  2
0, 01 0, 01
= 56, 56 · 46, 52 ± 56, 56 · 46, 52 · +
56, 56 46, 62

= (2631, 2 ± 0, 7) mm2

5
Tratamento estatístico dos valores do diâmetro do orifício raso:
Utilizando os dados da Tabela 5, podemos escrever que o diâmetro D do orifício raso
vale:
D = D ± σvm

onde
1 N
D= ∑ Di
N i=1
e s
N
1
σvm =
N ∑ (Di − D)2
i=1

Dessas duas equações, concluímos que:

D = 23, 291

σvm = 0, 444293709160956

∴ D = (23, 3 ± 0, 4) mm

Cálculo do valor da unidade arbitrária U


Indiretamente, podemos calcular o valor de 1U igualando os dois valores dos compri-
mentos obtidos nas Tabela 1 e Tabela 2. Para tal, utilizaremos a teoria do desvio padrão para a
propagação de erros:
(4, 30 ± 0, 05)U = (56, 0 ± 0, 5) mm
56, 0 ± 0, 5
U= mm
4, 30 ± 0, 05
s
0, 5 2 0, 05 2
  
56, 0 56, 0
U= ± · + mm
4, 30 4, 30 56, 0 4, 30
U = (13, 02 ± 0, 19) mm

6
3 Conclusões
Dados os resultados do experimento realizado, podemos concluir que é impossível
construir um instrumento que meça as dimensões exatas de um corpo, pois sempre haverá
uma fração do valor que será duvidosa. Além disso, observamos a importância de adequar os
instrumentos de medição para os objetos que serão medidos. É inviável, por exemplo, utilizar
um paquímetro para medir uma mesa de jantar, visto que as dimensões do paquímetro e suas
características são úteis apenas para calcular comprimentos bem menores.
Através deste experimento, também conseguimos explorar melhor o significado de
algarismo significativo, e a partir dos nossos estudos, podemos defini-lo como aqueles algarismos
que temos plena certeza, mais um duvidoso. E este algarismo duvidoso está diretamente ligado à
escala do instrumento de medição utilizado. O algarismo duvidoso é um indicativo da escala do
instrumento de medida.

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