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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-RIO

ENG1713 - MÉTODOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA MECÂNICA

ANA CAROLINA DESTRI LIBERATORE - 1820374


AUGUSTO RODRIGUES CANEDO - 1910378

DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DE UM MATERIAL SÓLIDO

RIO DE JANEIRO - RJ
2023.2
SUMÁRIO
1. Resumo 2
2. Introdução 2
3. Apresentação Teórica 2
3.1. Incerteza de tipo A 2
3.2. Incerteza de tipo B 3
3.3. Incerteza Padrão Combinada 3
3.4. Incerteza Expandida 3
3.5. Propagação de incertezas
3.6. Graus de Liberdade Efetivo 3
4. Experiência e procedimentos 4
5. Resultados e discussão 6
6. Conclusão 6
7. Referências bibliográficas 6
8. Apêndice 6

1. Resumo
Foi realizada a determinação da massa específica de um corpo cilíndrico de
alumínio com base nas medidas de massa e volume. Para isso, foram
executados três procedimentos para obter a referida massa específica do
corpo: (1) por meio das dimensões (altura e diâmetro), (2) pela imersão do
cilindro em um recipiente com água, determinando a massa do volume de
água deslocado pelo cilindro, e (3) pelo volume deslocado de água ao adicionar
o corpo ao recipiente. Com isso, espera-se analisar a influência do processo na
medição, bem como as incertezas envolvidas. A partir do experimento
observou-se que o melhor método para a medição da densidade do cilindro foi
o método (1).
2. Introdução
Para determinar a massa específica de um corpo, deve-se conhecer seu
volume e sua massa. No experimento, o referido volume foi obtido por meio de
três métodos distintos, e cada método está sujeito a erros de medição.
É sabido que, ao realizar uma medição em um experimento, ela está sujeito a
erros. Assim, ciente disso, é necessário determinar uma faixa na qual esse erro
pode ser quantificado, o que é denominado de incerteza. Esta incerteza é
atrelada a um nível de confiança, que é a chance do valor verdadeiro da
medida estar dentro da faixa delimitada pela incerteza; no caso aqui, será
considerado um nível de confiança de 95%.
Existem duas classificações para a incerteza: a incerteza aleatória e a
sistemática. Cada uma delas está relacionada com a forma como os dados são
adquiridos durante o experimento. Essas classificações serão discutidas com
mais detalhes na seção seguinte; Apresentação Teórica.
3. Apresentação Teórica
Há dois tipos de incerteza: a de tipo A e a de tipo B.
1. Incerteza de tipo A
É obtida a partir de um conjunto de amostras, e é dada normalmente pelo
desvio padrão da média, sm:
sm = sN (1)
Onde N é o número de amostras e s é o desvio padrão do conjunto de
amostras.
Quanto ao desvio padrão s, este é calculado por uma das fórmulas a seguir:
s=1N*i=1N*(xi-x)2 ; para N grande (>30) (2)
s=1N-1*i=1N*(xi-x)2 ; para N pequeno (3)

É importante frisar que a incerteza de tipo A calculada com a fórmula (1) é uma
incerteza padrão, isto é, de nível de confiança de 68%.
2. Incerteza de tipo B
É obtida por qualquer outro meio, tal como informação prévia fornecida pelo
fabricante; aproximações conservadoras baseadas em experiência prévia com
instrumentos similares; modelo matemático formal do processo de medição
específico como um processo estocástico; valores da bibliografia; etc.
Assim, as incertezas advindas de resoluções de instrumentos de medição são
incertezas do tipo B, e são calculadas por:
uinstr= r3 (4)
Onde r é a resolução do instrumento.
Vale ressaltar que a incerteza do instrumento calculada pela fórmula (4) é uma
incerteza padrão, assim, esta incerteza apresenta um nível de confiança de
68%.
3. Incerteza Padrão Combinada
É a incerteza padrão de uma medição que envolve os dois tipos de incerteza;
tipo A e tipo B. Pode ser calculada por:
upadrão=uA2+uB2 (5)
Onde uA é a incerteza de tipo A padrão e uB é a incerteza de tipo B padrão.
4. Incerteza Expandida
Define um intervalo, atrelado a um nível de confiança, em torno do resultado de
uma medição com o qual se espera abranger uma grande fração da
distribuição dos valores, que podem ser razoavelmente atribuídos ao
mensurando. A incerteza expandida é dada por:
uexp=k*upadrão (6)
Onde k é o fator de abrangência, que depende do número de graus de
liberdade do conjunto de amostras e do nível de confiança desejado para a
incerteza expandida. O referido número de graus de liberdade GL é calculado
por:
GL = N - 1 (7)
onde N é o número de amostras.
Utiliza-se a distribuição t-Student para se estimar o fator de abrangência (k). A
seguir, é mostrada uma tabela resumida com o fator de abrangência (nível de
confiança de 95%) para números de graus de liberdade distintos, para uma
distribuição t-Student:

Imagem 1: fator de abrangência para graus de liberdade distintos (p = 95%)

5. Propagação de incertezas
Se um resultado Y é função de n grandezas; X , X , X ,... X , então a incerteza
1 2 3 n

de Y, uy , pode ser calculada através da fórmula abaixo, para o caso de


amostras finitas:
uy=i=1ndFdXi*uXi2 (8)
Onde X é uma determinada grandeza e uXi é a sua incerteza.
i

6. Graus de Liberdade Efetivo


Considerando ainda Y uma medida que é função de n grandezas X1, X2, X3, … , Xn,
caso o número de amostras das grandezas X não sejam todos iguais, há então um
número de graus de liberdade efetivo, que pode ser calculado pela equação a seguir:

GLefetivo= uy4i=1Ncomponentes
incertezadFdXi*uXi4GLi (9)
Onde uy é a incerteza padrão de Y, calculada pela equação (8), GLi é o
número de graus de liberdade e uXi é a incerteza padrão, associados a
grandeza Xi.
Deve-se ressaltar que as incertezas padrão do Tipo B, por definição, tem
número infinito de graus de liberdade. Assim, não precisam ser contabilizadas
no denominador da expressão (9). Além disso, deve-se adotar o valor inteiro
superior ao resultado desta fórmula.
Tendo o número de graus de liberdade efetivo, pode-se então obter o fator de
abrangência k associado, levando também em consideração o nível de
confiança desejado para a incerteza expandida, e assim a referida incerteza
expandida pode ser calculada pela equação (6).

Assim, para calcular a incerteza expandida de uma certa grandeza Y que é


função de outras grandezas X , X , X , …, X , deve-se seguir o seguinte
1 2 3 n

procedimento:
1. Calcular as incertezas de tipo A e B, padrão, para cada uma das
grandezas X;
2. Combinar as incertezas padrão de tipo A e B de todas as grandezas X,
com a fórmula (8), calculando a incerteza de Y padrão;
3. Calcular, se for o caso, o número de graus de liberdade efetivo, através
da equação (9);
4. Obter a incerteza de Y expandida através da equação (6), utilizando o
fator de abrangência k de acordo com o número de graus de liberdade e
o nível de confiança desejado.

Há dois tipos de incerteza associada a experimentos, incertezas aleatórias e as


incertezas sistemáticas.
7. Incerteza aleatória
São incertezas que fazem com que medidas repetidas apresentem valores
diferentes.
8. Incerteza sistemática
São incertezas que fazem com que medidas repetidas apresentem
aproximadamente o mesmo desvio (positivo ou negativo) sem razão aparente
(se a razão fosse conhecida uma correção poderia ser feita).
A partir dessa repetibilidade pode-se estimar o valor real da medida a partir da
média das amostras e o intervalo de incerteza.

4. Experiência e procedimentos
O experimento teve duração de cerca de 1 hora e foi executado em um
laboratório mantido a 20°C. Para a experiência foram utilizados os seguintes
equipamentos:
 Balança Marte, modelo LC10 com resolução de 2g. → uBal= 1,2g
(padrão)
 Paquímetro Maub-Ch com resolução de 0,1mm (ou 0.01cm). → uPaq=
5,8* 10-3 cm (padrão)
 Béquer com resolução de 5 mL → uBeq= 2,9 mL (padrão)
 Cilindro de alumínio
O experimento foi feito da seguinte forma:
1º: Foi medido o diâmetro e comprimento do corpo de prova com o paquímetro,
repetindo por 6 vezes este procedimento:

Tabela 1 - Diâmetro do corpo de prova para cada medição


Medida Diâmetro D (cm)

1 2,87

2 2,84

3 2,86

4 2,86

5 2,85

6 2,86

Média 2,85667

Desvio Padrão 0,010328


Desvio Padrão da Média 4,2 * 10-3

Tabela 2 - Comprimento do corpo de prova para cada medição


Medida Comprimento L (cm)

1 8,51

2 8,52

3 8,51

4 8,53

5 8,52

6 8,53

Média 8,52

Desvio Padrão 0,0089443

Desvio Padrão da Média 3,7 * 10-3

2º: Foi medido a massa do cilindro na balança. Este procedimento também foi
realizado 6 vezes.

Tabela 3 - Massa do cilindro para cada medição


Medida Massa m (g)

1 146,0

2 146,0

3 144,0

4 144,0

5 146,0

6 146,0

Média 145,33333

Desvio Padrão 1,032796

Desvio Padrão da Média 0,4

3º: Colocou-se o cilindro em um recipiente com água, de forma que o cilindro


ficasse completamente submerso, e então foi feita a determinação da massa
de água deslocada pelo cilindro, através do seguinte método: primeiramente,
foi medida a massa inicial de água sem o corpo com a balança. Em seguida, o
corpo foi adicionado e registrou-se o volume marcado pelo recipiente. Então, o
cilindro foi removido, e água foi adicionada até se chegar no volume marcado
pelo recipiente anteriormente. Daí, finalmente, a nova massa de água (massa
de água final) foi medida na balança. A diferença entre a massa de água final e
a massa de água inicial é a massa do volume de água deslocado pelo corpo.
Este processo foi realizado 6 vezes.
Tabela 4 - Massas de água inicial e final para cada medição
Massa água inicial mHi Massa água final mHf
Medida
(g) (g)

1 922,0 978,0

2 924,0 980,0

3 922,0 978,0

4 922,0 976,0

5 920,0 978,0

6 924,0 982,0

Média 922,33333 978,66667

Desvio Padrão 1,50555 2,065591

Desvio Padrão da 0,6 0,8


Média

4º: O béquer foi enchido com água, até marcar 800mL. Após isso, o cilindro foi
adicionado ao béquer e registrou-se o novo volume marcado (volume final). A
diferença entre o volume final e o volume inicial de 800mL é o volume
deslocado de água. Este procedimento foi realizado 6 vezes.
Tabela 5 - Volume final marcado para cada medição
Medida Volume final Vf (mL)

1 850

2 865

2 870

3 850

5 850

6 865

Média 858,33333

Desvio Padrão 9,30949


Desvio Padrão da Média 3,8

5. Resultados e discussão
Os resultados da massa específica do cilindro para cada um dos 3
procedimentos feitos na experiência seguem na tabela abaixo, junto com a
respectiva incerteza, para um nível de confiança de 95%:

Tabela 6 - massa específica do cilindro para cada procedimento (p=95%)


Procedimento ᑭ cilindro (g/cm3)

1º; ᑭ = m(π*D2*L4) 2,7 +/- 0,07

2º; ᑭ = m(mHf - mHiᑭH) 2,6 +/- 0,3

3º; ᑭ = mVf-Vi 2,5 +/- 0,6

OBS: Nos cálculos da densidade do cilindro para o 2º procedimento,


considerou-se a densidade da água a 20°C (já que o laboratório em que o
experimento foi feito estava mantido a 20°C). O valor usado para a densidade
da água então foi de 0,998g/cm3, obtida do livro “Introdução à Mecânica dos
Fluídos - Fox - McDonald - Pritchard - 8ª Edição”. Além disso, foi considerada
uma incerteza de 1% para a referida densidade.

OBS 2: Os cálculos em detalhes da massa específica do cilindro e de sua


incerteza para cada um dos procedimentos realizados na experiência estão no
apêndice deste relatório.
Dado que a massa específica do alumínio é de 2,7g/cm3, e considerando as
incertezas da massa específica obtidas para cada um dos procedimentos,
conclui-se então que o melhor procedimento para obter a massa específica do
cilindro foi o 1º, justamente por retornar o valor mais próximo da densidade
real do alumínio e, ao mesmo tempo, a menor faixa de incerteza.
Analogamente, o pior procedimento para obter a massa específica do cilindro
foi o 3º, pois retornou o valor mais distante da densidade real do alumínio e, ao
mesmo tempo, a maior faixa de incerteza.
Era esperado que o 3º procedimento fosse ser o pior. Isto porque, comparando
com os outros instrumentos de medição usados nos outros procedimentos, a
resolução do béquer utilizado é alta, além de ter sido difícil fazer a leitura
correta do volume final de água, pelo béquer não apresentar muitas divisões.
Do mesmo modo, era esperado que o 1º procedimento fosse ser o melhor, já
que, comparando com os outros instrumentos de medição usados nos outros
procedimentos, a resolução do paquímetro usado é baixa, e a leitura do
paquímetro era menos suscetível a erros de leitura.
Do mesmo modo, era esperado que o 1º procedimento fosse ser o melhor, já
que, comparando com os outros instrumentos de medição usados nos outros
procedimentos, a resolução do paquímetro usado é baixa, além do 1º
procedimento ser menos propício a erros experimentais significativos (a leitura
do paquímetro era mais fácil de ser feita em relação a leitura dos .
 Erros experimentais possíveis no 1º procedimento: Erro de leitura do
paquímetro
 Erros experimentais possíveis no 2º procedimento: Erro de leitura do
volume marcado pelo recipiente ao inserir o cilindro;
 Erros experimentais possíveis no 3º procedimento: Erro de leitura do
volume final de água no béquer.
Por fim, os cálculos (detalhados no apêndice deste relatório) mostraram que,
no 1º procedimento, o que mais contribuiu para a incerteza foi. No 2º
procedimento, o que mais contribuiu para a incerteza foi, e no 3º, foi

6. Conclusão

7. Referências bibliográficas
Introdução à Mecânica dos Fluídos - Fox - McDonald - Pritchard - 8ª Edição

8. Apêndice

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