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Dimensionamento de Eixos

Disciplina: Metrologia

Professor: Pedro Bastos Costa


Autores/Número de Matrícula:

- Gustavo Carvalho (2022060223)


- Lucas Coutinho (2022059950)
- Pedro Lopes (2022060258)
- Rodrigo Pena (2022060312)

Data do experimento: 27/09/2022

Introdução:

O experimento realizado consistiu na medição do diâmetro de 4 eixos, utilizando-se 3


instrumentos diferentes: um paquímetro, um micrômetro milesimal e um micrômetro
centesimal.

O objetivo principal da prática era encontrar os valores desses diâmetros em


temperatura padrão (20°C), além de suas respectivas incertezas.

Imagem 1: Termômetro digital ambiente

Como a temperatura ambiente era diferente de 20°C, foi utilizada a seguinte fórmula de
dilatação térmica linear:

𝐿
𝑚
● 𝐿20º𝐶 = 1+𝛼𝛥𝑇

● 𝐿20º𝐶 = Comprimento à temperatura de 20°C [𝑚𝑚]

● 𝐿𝑚 = Valor do comprimento medido no experimento [𝑚𝑚]


● ∆𝑇 = Diferença entre a temperatura ambiente e o valor de 20°C [℃]

● 𝛼 = Valor do coeficiente de dilatação térmica do material [1/℃]

Por fim, espera-se que, com esse experimento, os membros responsáveis desenvolvam a
capacidade de como manusear instrumentos de medida (paquímetros e micrômetros) da
maneira correta, de forma a evitar ao máximo erros que podem ser evitados. Também é
esperado que se aprenda a lidar com o cálculo de incertezas, habilidade essencial para a
realização de futuros experimentos e práticas em laboratório.
Parte experimental:

Para efetuar a medição dimensional dos eixos, foram utilizados três instrumentos: um
paquímetro, um micrômetro com resolução em cm, e outro micrômetro com resolução em mm.

Imagens 2-5: Eixos a serem dimensionados (superior à esquerda); Paquímetro (superior à


direita); Micrômetro Centesimal (inferior à esquerda); Micrômetro Milesimal (inferior à direita)
1ª Etapa – Medição com paquímetro

Foram realizadas 5 medições em cada um dos 4 eixos. Para aferir a medida de cada um,
foi realizada uma medida externa. Fez-se uma compressão entre os bicos fixo e móvel do
paquímetro, de modo que a ponta dos bicos ficasse numa posição o mais próxima possível do
diâmetro do eixo medido. Em seguida, girou-se a trava do paquímetro para evitar possíveis
falhas na medição. Feita a medida, analisamos a informação encontrada. Demonstração de
como foi obtida a medida tomando como exemplo a simulação abaixo:

Imagem 6 – Representação Esquemática de uma Medição com Paquímetro

No paquímetro, temos a escala principal e a escala do Nônio, sendo aquela fixa, e essa
móvel. É necessário analisar o 0 da escala do Nônio.

Nesse caso, observamos que ele está entre a medição 3 e 3.1, portanto, já sabemos que
teremos uma medida 30,XX. Para descobrir XX, analisamos a continuidade das marcações
verticais entre a escala principal e a escala do Nônio. Onde a linha é contínua, obtemos a medida,
e nesse exemplo, percebemos que a medição 6 da escala móvel se torna contínua com a linha
principal, portanto, XX é 60. Logo, a medida é dada por 30,60.

2ª Etapa – Medição com micrômetro centesimal

Tal qual com o paquímetro, foram realizadas 5 medições em cada eixo. Para a medição,
colocou-se o eixo entre a batente e o fuso, e depois girou-se a catraca até que o fuso tocasse o
objeto (visando obter maior precisão na medida e evitar possíveis erros, foram realizados mais
3 giros a fim de garantir que o fuso não estivesse levemente frouxo).

Feito isso, retiramos o objeto do micrômetro. Agora já com a medida, analisamos a


medição na bainha em relação ao tambor. Em seguida, foi necessário comparar a linha de
referência principal com as linhas da escala do tambor.

Observe a imagem de uma simulação de um micrômetro centesimal:


Imagem 7 – Representação Esquemática de uma Medição com Micrômetro

Observa-se que a medida limite na bainha em relação ao tambor corresponde à medição


16.

Depois, averiguamos com qual medida do tambor a linha principal de referência é


contínua, e percebemos que ela é contínua em 23. Portanto, a medida do exemplo é 16,23 (0).
(Casos em que não houve continuidade na linha, foi estimada a 3ª casa decimal da medida).
3ª Etapa – Medição com o micrômetro milesimal

A medição realizada com o micrômetro milesimal foi feita da mesma maneira que a 2ª
etapa. A diferença existente entre a 2ª e a 3ª etapa consiste no refinamento da medição
realizada. Observe a imagem de uma simulação de um micrômetro milesimal:

Imagem 8 – Representação Esquemática de uma Medição com Paquímetro

Feita a análise da medida encontrada na bainha com o limite do tambor (nesse caso,
percebemos que é 13), é necessário encontrar a continuidade das linhas horizontais presentes
na bainha com as linhas do tambor. Percebe-se que a linha principal de referência se encontra
entre a medida 20 e 21 no tambor, portanto, tem-se que a medida encontrada até o momento
é 13,20X. Como visto na imagem, percebe-se que a linha correspondente à medida 9 é contínua
com a linha de medição do tambor, portanto, constata-se que X é 9, e a medida encontrada é
13,209.

Observação: é necessário considerar a inexperiência dos alunos envolvidos na medição


com cada um dos instrumentos como uma das principais fontes de incerteza.

Após a conclusão das etapas de medição, construímos uma tabela com os dados obtidos
experimentalmente.
Tabela 1 – Tabela construída no software editor de Planilhas Microsoft Excel com os dados
obtidos no experimento, além das médias, variâncias e desvios-padrões calculados
Cálculo dos Resultados e suas respectivas incertezas
Após adquiridas as medições (a dimensão dos eixos e as temperaturas sob as quais
foram realizadas as práticas), é necessário calcular a incerteza associada a cada instrumento em
cada experimento. Além disso, como objetivo da prática, também é vital calcular a incerteza
expandida 𝑈95,45% , de modo que possamos abranger mais valores possíveis para a dimensão de
cada eixo.

Como estamos tratando as variáveis 𝐿𝑚 , 𝑇 𝑒 𝛼 (o comprimento medido, a temperatura


medida e o coeficiente de dilatação térmica, respectivamente) como variáveis aleatórias,
devemos seguir regras estabelecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO) para determinar a respectiva incerteza combinada do resultado 𝐿20º𝐶 (o
diâmetro dos eixos à temperatura de 20ºC), valor que depende dessas 3 variáveis e é
determinado pela fórmula
𝐿𝑚
𝐿20º𝐶 =
1 + 𝛼𝛥𝑇
𝑜𝑛𝑑𝑒 ∆𝑇 é 𝑎 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑟𝑎𝑢𝑠 𝐶𝑒𝑙𝑠𝑖𝑢𝑠 𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟
∆𝑇 = 𝑇 − 20

Portanto, antes de iniciar os cálculos, devemos definir, os tipos de incertezas que podem
afetar o resultado final:

1º Passo: Tipos de Incertezas

● Paquímetro e Micrômetros:

Como são dois instrumentos utilizados para medição da principal variável do


experimento, é inerente atribuir a incerteza-padrão Tipo-A, que é uma “avaliação de
uma componente da incerteza de medição por uma análise estatística dos valores
medidos, obtidos sob condições definidas de medição”.

No caso, a Incerteza Tipo-A é dada pela fórmula

𝑆
𝑢𝐴 (𝑥𝑖 ) =
√𝑛
onde

𝑆 é 𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑑𝑖çõ𝑒𝑠;

𝑛 é 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.

Além disso, esses dois tipos de instrumentos também possuem resoluções, que
são definidas pelo INMETRO como incerteza Tipo-B. No caso, do paquímetro, sua
resolução é de 0,02𝑚𝑚, o micrômetro centesimal possui 0,01𝑚𝑚 de resolução e o
micrômetro milesimal, 0,001𝑚𝑚.
Sendo assim, em se tratando de instrumentos analógicos, a incerteza-padrão
Tipo-B é dada pela seguinte fórmula
𝑎
𝑢(𝑥𝑖 ) =
√6
onde

𝑎 é 𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.

● Termômetro:

Esse recurso foi utilizado para medir a temperatura. No entanto, apesar de,
assim como o paquímetro e os micrômetros, ter sido útil para medições, nele não
consideramos a incerteza-padrão Tipo-A, pois, sob conselho do Professor Orientador,
nós o utilizamos para medir a temperatura no início e no final dos dimensionamentos
de cada eixo, obtendo, assim, uma média aritmética que será utilizada para o cálculo
dos comprimentos à 20ºC.

Porém, como dado anterior à prática, é nos dito que esse termômetro possui
um certificado de calibração para uma incerteza expandida 𝑈95,45% = 0,7℃, com 𝑘 =
2,20.
Sendo assim, a incerteza relacionada a esse dado também é considerada incerteza-
padrão Tipo-B e é dada pelo seguinte cálculo:

𝑈95,45%
𝑢(𝑥𝑖 ) =
𝑘

● Coeficiente de Dilatação Térmica (𝛼):

Como dado anterior ao experimento, essa variável é nos dada como um valor
seguido de sua incerteza (𝛼 = 𝑉 ± 𝐼𝑐). Sendo assim, temos outra incerteza-padrão Tipo-
B, que é calculada pela fórmula:

𝐼𝑐
𝑢(𝑥𝑖 ) =
√3

Em seguida, devemos calcular as médias aritméticas das medições de 𝐿𝑚 e seus


respectivos desvios-padrões, assim como as médias aritméticas das temperaturas iniciais e finais
a fim de obter o valor de 𝐿20℃ e iniciar os cálculos das incertezas tipo-A.
2º Passo: Cálculo das médias aritméticas e desvios-padrões

Tabela 1

3º Passo: Cálculo de 𝐿20℃ para cada eixo com cada instrumento:

Nessa etapa, temos o seguinte valor fornecido pelo próprio exercício:

𝛼 = 22.10−6 ± 2.10−6 1/℃


E, sabemos que
𝐿𝑚
𝐿20º𝐶 =
1 + 𝛼𝛥𝑇
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐿𝑚 é 𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜;
𝑒 ∆𝑇 = 𝑇 − 20,
𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑇 é 𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑖𝑥𝑜.
Observação: É necessário salientar que, como dado do exercício, o termômetro possui
uma correção, ou seja, para todo valor T que formos utilizar, temos que corrigi-lo pela seguinte
expressão: 𝑇 = 𝑇 + 𝐶, onde 𝐶 = +0,3℃.

Portanto, obtemos os seguintes dados:

Tabela 2 – Cálculo dos valores de 𝐿20℃ para cada instrumento em cada eixo

4º Passo: Início dos Cálculos das Incertezas

Observação: A partir de agora, o cálculo das incertezas é um processo longo, onde são
necessárias várias etapas e, portanto, não será possível apresentar todos os dados em uma única
imagem da planilha feita no Excel para os cálculos. Para tal, será feita uma breve descrição dos
procedimentos antes da imagem ser apresentada

Na imagem a seguir, teremos o cálculo das incertezas apresentadas no 1º Passo para


cada instrumento/variável.

Na coluna “Estimativas”, temos os valores dos desvios-padrões, caso a incerteza seja do


Tipo-A. Caso seja do Tipo-B, podemos ter o valor das resoluções (para os instrumentos de
medição de 𝐿𝑚 ) e o valor da incerteza para o coeficiente de dilatação 𝛼.

Como temos o certificado de calibração do termômetro, os valores de cada termo


necessário para cálculo de sua incerteza são dados nas duas colunas seguintes.
Tabela 3 – Cálculo das incertezas associadas a cada variável e/ou instrumento

5º Passo: Cálculo das Derivadas Parciais de 𝐿20℃ com relação a 𝐿𝑚 , 𝑇 𝑒 𝛼 para calcular a
incerteza-padrão.

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Observação: Propagação de Incertezas:

Nem sempre é possível se fazer a medição direta de uma grandeza. Muitas vezes, o valor
da grandeza deve ser determinado por meio de medições de outras grandezas relacionadas com
ela. Nesse caso, em que a medição é indireta, a incerteza o valor a ser determinado depende
das incertezas de todas as medições feitas. Esse cálculo é conhecido como propagação de
incertezas.

Considere uma grandeza Y, que não pode ser medida diretamente, mas que é uma
função f de N outras grandezas 𝑋1 , 𝑋2 , . . . , 𝑋𝑁 , ou seja,

𝑌 = 𝑓(𝑋1 , 𝑋2 , … , 𝑋𝑁 )
Se resultados das medições de 𝑋1 , 𝑋2 , . . . , 𝑋𝑁 forem iguais a
𝑥1 𝑢(𝑥1 ), 𝑥2 𝑢(𝑥2 ), … 𝑥𝑁 𝑢(𝑥𝑁 ), então o resultado y da medição da grandeza Y depende de
todas essas medições, ou seja,

𝑦 = 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑁 )
A incerteza padrão da medição de uma grandeza obtida por meio de uma medição
indireta é chamada de incerteza padrão combinada 𝑢𝑐 , e é dada por
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1

A incerteza padrão combinada 𝑢𝑐 (𝑦) é a raiz quadrada positiva do somatório dos


quadrados das derivadas parciais de cada variável multiplicada por sua respectiva incerteza.

Observação: a equação anterior é válida apenas para o caso em que todas as grandezas
de entrada (𝑥𝑖 ) sejam independentes umas das outras.

(Física Experimental Básica na Universidade, Agostinho A. Campos, Elmo Salomão Alves, Nivaldo
Lúcio Speziali)

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Para cada variável, temos as seguintes derivadas parciais:

𝜕𝑦 −𝐿𝑚 𝛥𝑇
=
𝜕𝛼 (1 + 𝛼𝛥𝑇)2
𝜕𝑦 −𝐿𝑚 𝛼
=
𝜕𝛥𝑇 (1 + 𝛼𝛥𝑇)2
𝜕𝑦 1
=
𝜕𝐿𝑚 1 + 𝛼𝛥𝑇

Sendo assim, para facilitar os cálculos no Excel, cada derivada parcial foi encontrada e
seus valores foram distribuídos nas tríades de colunas a fim de calcular a incerteza padrão
𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖

Isso foi feito desta maneira pois será necessário o valor de cada 𝑢𝑖 (𝑦) mais à frente do
cálculo.

A seguir, temos as colunas das Derivadas Parciais de 𝐿20℃ com relação a 𝐿𝑚 , 𝑇 𝑒 𝛼


calculadas a partir dos dados das tabelas 2 e 3 para cada eixo e seus respectivos instrumentos.
Além disso, há também colunas para as respectivas incertezas-padrão

𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖

e 𝑢𝑖2 (𝑦).
Tabela 4 a 6 – Cálculo das derivadas parciais e das incertezas-padrões com relação à
Temperatura (superior à esquerda), ao Comprimento (à direita) e ao Coeficiente de Dilatação
Térmica (Inferior à esquerda)
6º Passo: Cálculo da Incerteza Padrão Combinada

O cálculo da incerteza padrão combinada, então, é importante para definirmos a


incerteza do nosso mensurando 𝐿20℃ abrangendo uma área de 68,27% sob a curva normal. No
entanto, para encontrarmos a incerteza que abrange 95,45% da área sob a curva normal,
devemos fazer o cálculo da incerteza padrão combinada para utilizar a fórmula de Welch-
Satterthwaite, na qual encontraremos o grau de liberdade efetivo que será utilizado para
determinar o valor de k (na tabela da distribuição de Student).

O grau de liberdade de uma variável é, em termos simples, a quantidade de dados


disponível para realizar cálculos relacionados a ela mesma.

Portanto, a tabela a seguir se trata do cálculo da incerteza padrão-combinada, seu valor


ao quadrado e o grau de liberdade respectivo a cada variável de cada eixo.

Tabela 7 – Tabela representando os valores de da incerteza padrão combinada para cada


instrumento em cada eixo e os graus de liberdade para cada tipo de incerteza.
Vale explicar o porquê desses valores de grau de liberdade:

a) Para os casos em que temos as incertezas-padrões Tipo-A, o grau de liberdade é


facilmente calculado pela fórmula 𝑣 = 𝑛 − 1, onde 𝑣 é o grau de liberdade e 𝑛 é a
quantidade de medições. Como para cada instrumentos foram realizadas 5 medições,
𝑣 = 4 para todas as incertezas-padrões Tipo-A.
b) Nas incertezas Tipo-B dos instrumentos (ligadas à resolução do equipamento) e na
incerteza relacionada ao Coeficiente de Dilatação Térmica, o grau de liberdade é
considerado infinito (∞) dado que nesse intervalo de resolução, a medida pode
apresentar inúmeros valores que diferem entre si, nos dando, assim, um grau de
liberdade muito alto que para fins de simplificar o cálculo é considerado infinito.
c) O grau de liberdade 𝑣 = 14 para a variável Temperatura ligada ao termômetro é
encontrado utilizando a tabela de distribuição de Student (criada por William Sealy
Gosset). Tal valor é encontrado ao se observar a linha na qual a intersecção com a coluna
que representa 95,45% da distribuição resulta no valor 𝑘 = 2,20.

7º Passo: Cálculo do Grau de Liberdade Efetivo

Fórmula de Welch-Satterthwaite:

𝑢𝑐4 (𝑦)
𝜈𝑒𝑓𝑓 =
𝑢𝑖4 (𝑦)
∑𝑁
𝑖=1 𝜈

Um dos últimos passo é calcular o grau de liberdade efetivo para a incerteza-padrão


combinada dada pela fórmula acima.

Essa fórmula diz que o grau de liberdade efetivo é o quociente entre a incerteza-padrão
combinada elevada ao quarto grau e o somatório das incertezas-padrões individuais à quarta
potência divididas pelo respectivo grau de liberdade.

Lembrando:
𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = ( ) 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
E
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1

Segue as tabelas representando, da esquerda para a direita, as incertezas-padrões


individuais à quarta potência divididas pelo respectivo grau de liberdade do comprimento
medido (𝐿𝑚 ), da temperatura (𝑇) e do coeficiente de dilatação térmica (𝛼) e o grau de liberdade
efetivo para cada eixo medido com cada instrumento:
Tabela 8 – Tabela com os valores necessários para cálculo do grau de liberdade efetivo (𝑣𝑒𝑓𝑓 e
seu resultado

Lembrando que para cada instrumento temos duas incertezas associadas, sendo que a
incerteza-padrão Tipo-B possui grau de liberdade infinito, portanto, o cálculo expresso pelo
nome da coluna resulta em 0. Esse mesmo fato ocorre com o cálculo envolvendo o coeficiente
de dilatação térmica.

8º Passo: Cálculo do valor de K (pela distribuição de Student) e da Incerteza Expandida

Para calcular K, o valor relacionado da tabela T-Student para cada grau de liberdade
efetivo, é possível utilizar no Excel a função T.INV.2T, que calcula a inversa da distribuição T-
Student bicaudal. Para tal, é necessário fornecer dois parâmetros,

1. A probabilidade associada a distribuição bicaudal, no caso é 1 − 0,9545 = 0,0455;


2. O grau de liberdade.

Em seguida ao cálculo de K, podemos calcular a incerteza expandida para 95,45% ao


utilizar a simples fórmula

𝑈95,45% = 𝐾𝑢𝑐 (𝑦)


Tabela 9 – Tabela com os valores do grau de liberdade efetivo, as constantes multiplicativas
para a incerteza expandida e as incertezas padrão e expandida

9º passo: Escrever o resultado final do mensurando junto da sua Incerteza Expandida


Associada

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Observação: Para se apresentar corretamente o resultado de uma medição devem ser


observadas estas três regras:

∙ A incerteza deve ser arredondada de forma a ter apenas um algarismo significativo.

∙ A incerteza incide sobre o último algarismo significativo da medida, ou seja, é a incerteza que
determina o número de algarismos significativos de uma medida.

∙ O resultado de uma medição deve ser escrito na forma:

(valor da grandeza ± incerteza da medição) [unidade]


(Física Experimental Básica na Universidade, Agostinho A. Campos, Elmo Salomão Alves, Nivaldo
Lúcio Speziali) ------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Lembrando que o valor da grandeza é o valor já calculado para 𝐿20℃ na tabela 2.

Tabela 10 – Resultados escritos em função do mensurando mais sua respectiva incerteza


Conclusão:
Através da prática, o grupo entrou em contato com diferentes instrumentos de
medição, podendo observar as particularidades de cada e como diversos fatores, como a
resolução de um equipamento, podem alterar na definição de uma medida. No caso dos
micrômetros, o milesimal forneceu a informação com três casas decimais, o que só foi possível
atingir com o micrômetro centesimal através de inferências e aproximações, já que esse apenas
fornece duas casas decimais de resolução.

Através dos dados retirados, é possível analisar algumas fontes de incerteza presentes
no processo de medição. Por exemplo, a incerteza gerada pelo erro do operador, que pode ser
observada pelos desvios-padrões dos instrumentos, que diminuíram conforme o decorrer do
experimento e o aperfeiçoamento da técnica dos operadores após repetidas medições. Também
pode-se observar o relatado acima através da variância das medidas obtidas por um mesmo
instrumento, visto que houve um revezamento de manuseadores dos equipamentos.

Finalmente, foi repetido o processo feito em sala de aula para definir o valor do
diâmetro dos eixos, considerando as incertezas da medida. Após a obtenção das medidas
obtidas, são estimadas as incertezas que podem estar presentes na medida e, então, feito o
cálculo da incerteza combinada através da fórmula descrita na página 10:
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑ ( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1

Em seguida, segue-se o processo descrito anteriormente para se expandir as incertezas


para a faixa de 95,45% e apresentá-las corretamente.

Resultados:

Tabela 11 – Resultados finais do dimensionamento de eixos

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