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Disciplina: Metrologia
Introdução:
Como a temperatura ambiente era diferente de 20°C, foi utilizada a seguinte fórmula de
dilatação térmica linear:
𝐿
𝑚
● 𝐿20º𝐶 = 1+𝛼𝛥𝑇
Por fim, espera-se que, com esse experimento, os membros responsáveis desenvolvam a
capacidade de como manusear instrumentos de medida (paquímetros e micrômetros) da
maneira correta, de forma a evitar ao máximo erros que podem ser evitados. Também é
esperado que se aprenda a lidar com o cálculo de incertezas, habilidade essencial para a
realização de futuros experimentos e práticas em laboratório.
Parte experimental:
Para efetuar a medição dimensional dos eixos, foram utilizados três instrumentos: um
paquímetro, um micrômetro com resolução em cm, e outro micrômetro com resolução em mm.
Foram realizadas 5 medições em cada um dos 4 eixos. Para aferir a medida de cada um,
foi realizada uma medida externa. Fez-se uma compressão entre os bicos fixo e móvel do
paquímetro, de modo que a ponta dos bicos ficasse numa posição o mais próxima possível do
diâmetro do eixo medido. Em seguida, girou-se a trava do paquímetro para evitar possíveis
falhas na medição. Feita a medida, analisamos a informação encontrada. Demonstração de
como foi obtida a medida tomando como exemplo a simulação abaixo:
No paquímetro, temos a escala principal e a escala do Nônio, sendo aquela fixa, e essa
móvel. É necessário analisar o 0 da escala do Nônio.
Nesse caso, observamos que ele está entre a medição 3 e 3.1, portanto, já sabemos que
teremos uma medida 30,XX. Para descobrir XX, analisamos a continuidade das marcações
verticais entre a escala principal e a escala do Nônio. Onde a linha é contínua, obtemos a medida,
e nesse exemplo, percebemos que a medição 6 da escala móvel se torna contínua com a linha
principal, portanto, XX é 60. Logo, a medida é dada por 30,60.
Tal qual com o paquímetro, foram realizadas 5 medições em cada eixo. Para a medição,
colocou-se o eixo entre a batente e o fuso, e depois girou-se a catraca até que o fuso tocasse o
objeto (visando obter maior precisão na medida e evitar possíveis erros, foram realizados mais
3 giros a fim de garantir que o fuso não estivesse levemente frouxo).
A medição realizada com o micrômetro milesimal foi feita da mesma maneira que a 2ª
etapa. A diferença existente entre a 2ª e a 3ª etapa consiste no refinamento da medição
realizada. Observe a imagem de uma simulação de um micrômetro milesimal:
Feita a análise da medida encontrada na bainha com o limite do tambor (nesse caso,
percebemos que é 13), é necessário encontrar a continuidade das linhas horizontais presentes
na bainha com as linhas do tambor. Percebe-se que a linha principal de referência se encontra
entre a medida 20 e 21 no tambor, portanto, tem-se que a medida encontrada até o momento
é 13,20X. Como visto na imagem, percebe-se que a linha correspondente à medida 9 é contínua
com a linha de medição do tambor, portanto, constata-se que X é 9, e a medida encontrada é
13,209.
Após a conclusão das etapas de medição, construímos uma tabela com os dados obtidos
experimentalmente.
Tabela 1 – Tabela construída no software editor de Planilhas Microsoft Excel com os dados
obtidos no experimento, além das médias, variâncias e desvios-padrões calculados
Cálculo dos Resultados e suas respectivas incertezas
Após adquiridas as medições (a dimensão dos eixos e as temperaturas sob as quais
foram realizadas as práticas), é necessário calcular a incerteza associada a cada instrumento em
cada experimento. Além disso, como objetivo da prática, também é vital calcular a incerteza
expandida 𝑈95,45% , de modo que possamos abranger mais valores possíveis para a dimensão de
cada eixo.
Portanto, antes de iniciar os cálculos, devemos definir, os tipos de incertezas que podem
afetar o resultado final:
● Paquímetro e Micrômetros:
𝑆
𝑢𝐴 (𝑥𝑖 ) =
√𝑛
onde
Além disso, esses dois tipos de instrumentos também possuem resoluções, que
são definidas pelo INMETRO como incerteza Tipo-B. No caso, do paquímetro, sua
resolução é de 0,02𝑚𝑚, o micrômetro centesimal possui 0,01𝑚𝑚 de resolução e o
micrômetro milesimal, 0,001𝑚𝑚.
Sendo assim, em se tratando de instrumentos analógicos, a incerteza-padrão
Tipo-B é dada pela seguinte fórmula
𝑎
𝑢(𝑥𝑖 ) =
√6
onde
● Termômetro:
Esse recurso foi utilizado para medir a temperatura. No entanto, apesar de,
assim como o paquímetro e os micrômetros, ter sido útil para medições, nele não
consideramos a incerteza-padrão Tipo-A, pois, sob conselho do Professor Orientador,
nós o utilizamos para medir a temperatura no início e no final dos dimensionamentos
de cada eixo, obtendo, assim, uma média aritmética que será utilizada para o cálculo
dos comprimentos à 20ºC.
Porém, como dado anterior à prática, é nos dito que esse termômetro possui
um certificado de calibração para uma incerteza expandida 𝑈95,45% = 0,7℃, com 𝑘 =
2,20.
Sendo assim, a incerteza relacionada a esse dado também é considerada incerteza-
padrão Tipo-B e é dada pelo seguinte cálculo:
𝑈95,45%
𝑢(𝑥𝑖 ) =
𝑘
Como dado anterior ao experimento, essa variável é nos dada como um valor
seguido de sua incerteza (𝛼 = 𝑉 ± 𝐼𝑐). Sendo assim, temos outra incerteza-padrão Tipo-
B, que é calculada pela fórmula:
𝐼𝑐
𝑢(𝑥𝑖 ) =
√3
Tabela 1
Tabela 2 – Cálculo dos valores de 𝐿20℃ para cada instrumento em cada eixo
Observação: A partir de agora, o cálculo das incertezas é um processo longo, onde são
necessárias várias etapas e, portanto, não será possível apresentar todos os dados em uma única
imagem da planilha feita no Excel para os cálculos. Para tal, será feita uma breve descrição dos
procedimentos antes da imagem ser apresentada
5º Passo: Cálculo das Derivadas Parciais de 𝐿20℃ com relação a 𝐿𝑚 , 𝑇 𝑒 𝛼 para calcular a
incerteza-padrão.
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Nem sempre é possível se fazer a medição direta de uma grandeza. Muitas vezes, o valor
da grandeza deve ser determinado por meio de medições de outras grandezas relacionadas com
ela. Nesse caso, em que a medição é indireta, a incerteza o valor a ser determinado depende
das incertezas de todas as medições feitas. Esse cálculo é conhecido como propagação de
incertezas.
Considere uma grandeza Y, que não pode ser medida diretamente, mas que é uma
função f de N outras grandezas 𝑋1 , 𝑋2 , . . . , 𝑋𝑁 , ou seja,
𝑌 = 𝑓(𝑋1 , 𝑋2 , … , 𝑋𝑁 )
Se resultados das medições de 𝑋1 , 𝑋2 , . . . , 𝑋𝑁 forem iguais a
𝑥1 𝑢(𝑥1 ), 𝑥2 𝑢(𝑥2 ), … 𝑥𝑁 𝑢(𝑥𝑁 ), então o resultado y da medição da grandeza Y depende de
todas essas medições, ou seja,
𝑦 = 𝑓(𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑁 )
A incerteza padrão da medição de uma grandeza obtida por meio de uma medição
indireta é chamada de incerteza padrão combinada 𝑢𝑐 , e é dada por
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1
Observação: a equação anterior é válida apenas para o caso em que todas as grandezas
de entrada (𝑥𝑖 ) sejam independentes umas das outras.
(Física Experimental Básica na Universidade, Agostinho A. Campos, Elmo Salomão Alves, Nivaldo
Lúcio Speziali)
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𝜕𝑦 −𝐿𝑚 𝛥𝑇
=
𝜕𝛼 (1 + 𝛼𝛥𝑇)2
𝜕𝑦 −𝐿𝑚 𝛼
=
𝜕𝛥𝑇 (1 + 𝛼𝛥𝑇)2
𝜕𝑦 1
=
𝜕𝐿𝑚 1 + 𝛼𝛥𝑇
Sendo assim, para facilitar os cálculos no Excel, cada derivada parcial foi encontrada e
seus valores foram distribuídos nas tríades de colunas a fim de calcular a incerteza padrão
𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
Isso foi feito desta maneira pois será necessário o valor de cada 𝑢𝑖 (𝑦) mais à frente do
cálculo.
𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
e 𝑢𝑖2 (𝑦).
Tabela 4 a 6 – Cálculo das derivadas parciais e das incertezas-padrões com relação à
Temperatura (superior à esquerda), ao Comprimento (à direita) e ao Coeficiente de Dilatação
Térmica (Inferior à esquerda)
6º Passo: Cálculo da Incerteza Padrão Combinada
Fórmula de Welch-Satterthwaite:
𝑢𝑐4 (𝑦)
𝜈𝑒𝑓𝑓 =
𝑢𝑖4 (𝑦)
∑𝑁
𝑖=1 𝜈
Essa fórmula diz que o grau de liberdade efetivo é o quociente entre a incerteza-padrão
combinada elevada ao quarto grau e o somatório das incertezas-padrões individuais à quarta
potência divididas pelo respectivo grau de liberdade.
Lembrando:
𝜕𝑦
𝑢𝑖 (𝑦) = ( ) 𝑢(𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
E
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1
Lembrando que para cada instrumento temos duas incertezas associadas, sendo que a
incerteza-padrão Tipo-B possui grau de liberdade infinito, portanto, o cálculo expresso pelo
nome da coluna resulta em 0. Esse mesmo fato ocorre com o cálculo envolvendo o coeficiente
de dilatação térmica.
Para calcular K, o valor relacionado da tabela T-Student para cada grau de liberdade
efetivo, é possível utilizar no Excel a função T.INV.2T, que calcula a inversa da distribuição T-
Student bicaudal. Para tal, é necessário fornecer dois parâmetros,
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∙ A incerteza incide sobre o último algarismo significativo da medida, ou seja, é a incerteza que
determina o número de algarismos significativos de uma medida.
Através dos dados retirados, é possível analisar algumas fontes de incerteza presentes
no processo de medição. Por exemplo, a incerteza gerada pelo erro do operador, que pode ser
observada pelos desvios-padrões dos instrumentos, que diminuíram conforme o decorrer do
experimento e o aperfeiçoamento da técnica dos operadores após repetidas medições. Também
pode-se observar o relatado acima através da variância das medidas obtidas por um mesmo
instrumento, visto que houve um revezamento de manuseadores dos equipamentos.
Finalmente, foi repetido o processo feito em sala de aula para definir o valor do
diâmetro dos eixos, considerando as incertezas da medida. Após a obtenção das medidas
obtidas, são estimadas as incertezas que podem estar presentes na medida e, então, feito o
cálculo da incerteza combinada através da fórmula descrita na página 10:
𝑁
𝜕𝑦 2 2
𝑢𝑐2 (𝑦) = ∑ ( ) 𝑢 (𝑥𝑖 )
𝜕𝑥𝑖
𝑖=1
Resultados: