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GCET825-Física Experimental I

Prof. Balbino Pomponet


• A Física é uma ciência natural que se utiliza de
procedimentos teóricos e experimentais. Os
procedimentos experimentais desenvolvem papel
relevante dentro da Física por ser ao mesmo tempo o
ponto de partida para a formulação teórica como o
fator decisivo para a validação das teorias físicas. Nas
atividades experimentais eliminar efeitos espúrios e
medir somente efeitos relevantes não é em geral
tarefa fácil.
• É indispensável compreender alguns procedimentos
fundamentais para a realização das atividades
experimentais em Física. Nesse contexto começaremos
a estudar alguns conceitos fundamentais no que
chamamos de teoria dos erros.
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Grandezas Físicas

Chamamos de grandeza física aquilo que


pode ser quantizado, isto é, aquilo a que
pode ser atribuído um valor numérico e uma
unidade de medida que o caracteriza.

Medir uma grandeza física significa


compará-la com um padrão de medida cuja
escala é pré-determinada.

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Procedimentos experimentais consistem
resumidamente em realizar "medidas" de grandezas
físicas de interesse no estudo de determinado
fenômeno. Uma questão que se coloca relevante neste
caso é qual a nossa confiança em relação à medida
realizada?

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As grandezas podem ser medidas direta ou indiretamente,
havendo, em cada caso, um modo diferente de tratar seus
valores e os erros a eles associados.
Medidas diretas são as obtidas por simples comparação
utilizando-se instrumentos de medida já calibrados para tal
fim. Neste tipo de medida devemos distinguir dois casos: (i)
a medida é feita através de uma única determinação onde
o valor numérico ou é lido numa escala (régua, paquímetro,
cronômetro, balança, etc.), ou é fornecido diretamente
como no caso de massas aferidas. (ii) a medida é obtida
através de várias determinações onde o valor numérico é
dado pelo Valor Mais provável.

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Medidas indiretas são todas aquelas relacionadas com
as medidas diretas por meio de definições, leis e suas
consequências. Neste tipo de medidas o valor
numérico assim como a dimensão e a unidade
correspondentes, são encontradas através de
expressões matemáticas que as ligam as medidas
diretas envolvidas. Exemplo é a determinação do
volume dum cilindro a partir da medida de suas
dimensões.

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 Classificação do erro de uma medida
Quando realizamos um procedimento de medida os mais variados
tipos de erro são cometidos. Sabemos que todo aparelho de
medida é limitado no sentido que somente um número finito de
casas decimais são observadas. O valor do erro instrumental é
definido da seguinte forma:
 Para instrumentos analógicos: a metade da menor subdivisão do
aparelho.
 Para instrumentos digitais: a menor subdivisão do aparelho. No
caso de um cronômetro digital, que mede até os centésimos de
segundos, o erro instrumental vale 0,01s.
Outros tipos de erros muito conhecidos são os erros estatísticos,
erros sistemáticos e os erros grosseiros. Vamos discutir
separadamente cada um deles.
Os erros grosseiros são normalmente causados por alguma
distração do operador ou por alguma falha de funcionamento
do equipamento. Resultam em valores muito distantes dos
demais valores medidos. São normalmente facilmente
identificados e devem ser eliminados dos conjuntos de dados.
Os erros sistemáticos são causados por fontes identificáveis e,
em princípio, podem ser eliminados ou compensados. Fazem
com que as medidas feitas estejam sempre acima ou sempre abaixo
do valor verdadeiro, prejudicando a exatidão (ou acurácia) da
medida, que é quantificação de quão próximo do valor
verdadeiro está o valor médio das medidas. Uma das principais
tarefas do idealizador ou realizador de medições é identificar e
eliminar o maior número possível de fontes de erros sistemáticos.
Uma das principais causas de erros sistemáticos é a falta de
uma correta calibração do instrumento.
Os erros aleatórios ou estatísticos são flutuações nas medidas que
ocorrem ao acaso. Este tipo de erro é inevitável e impossível de ser
completamente eliminado e é consequência de fatores intrínsecos
do processo de medição, como, por exemplo, o ruído eletrônico
do equipamento. A influência deste tipo de erro faz as medidas
variarem para mais ou para menos, fazendo com que
aproximadamente a metade das medidas realizadas de uma mesma
grandeza numa mesma situação experimental esteja desviada para
valores maiores, e a outra metade esteja desviada para valores
menores. Portanto, para um grande número de medidas, os erros
aleatórios tendem a se cancelar.
• Forma correta de apresentar qualquer medida
ex: x = (15,5±0,5)mm

• Medidas: Diretas e Indiretas

• Erros: Desvio avaliado,


Desvio padrão,
Propagação de erros
Ordem de Grandeza
Chamamos de ordem de grandeza a potência de 10 com
expoente inteiro que mais se aproxima do valor medido de
uma determinada grandeza a ser analisada. Qualquer que
seja o número q que corresponde a essa medida em
módulo, está compreendida entre duas potências de 10,
inteiras e consecutivas,
10n ≤ |q| ≤ 10n+1
Para obter a ordem de grandeza de um número, devem os
inicialmente colocá-la em notação científica, q = a.10n com
1 ≤ a < 10. Para saber se a ordem de grandeza é n ou n +
1 comparamos o módulo de a com o valor de 101/2 já que a
variação do expoente é igual a 1. Assim,
• Se |a| ≤ 3,16 a ordem de grandeza é n
• Se |a| > 3,16 a ordem de grandeza é n + 1
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Qual a ordem de grandeza de 2,7 × 10 e 5,9 × 10 ?
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Algarismos Significativos
Um número é constituído de algarismos. Aos algarismos
encontrados por contagem mais a interpolação são ditos
algarismos significativos (A.S.). Em uma medição, quando
expressamos um número por 7 ou 7,00, dizemos que a
medição pode variar de 6 a 8 ou 6,99 a 7,99,
respectivamente. O que implica maior ou menor precisão
em nossa medição.

Portanto, A.S. são os algarismos necessários para nos


referirmos a um valor medido com a mesma precisão da
instrumentação utilizada para medi-lo.

Portanto, os A.S. caracterizam a exatidão, ou nível de


clareza, do valor de uma medida ou de um valor
calculado.
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Em toda medição é importante se expressar o resultado com
o número correto de A.S.

Existe regras que são utilizadas para se determinar a


quantidade de A.S. de um valor numérico:

• Cada algarismo de um número é considerado um A.S.,


exceto os zeros, à esquerda do primeiro algarismo não nulo;

• Os A.S. de uma medida são todos os considerados


corretos até aquele considerado o duvidoso;

• O algarismo duvidoso é o que é afetado pela incerteza da


medição;

Por exemplo, o número 0,00519 = 5,19 × 10−3 possui 3 A.S.


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Operações com Algarismos Significativos

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Declaração de Incertezas:

Incertezas experimentais devem quase sempre ser


arredondadas para um algarismo significativo.

Considere a seguinte medida da aceleração da gravidade:


(g medido) = 9,82 ± 0,02385 m/s2

Não se pode conceber que a incerteza seja conhecida com


4 algarismos significativos.

(g medido) = 9,82 ± 0,03 m/s2


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Declaração de respostas:

O último dígito significativo em uma resposta deve


geralmente ser da mesma ordem de magnitude (na mesma
posição decimal) que a incerteza:

3,05 ± 0,03 (5,2 ± 0,08)x102

152,1 ± 0,9 (8,923 ± 0,0001)x10-8

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Regras de Arredondamento

Quando interpolamos certo valor, teremos de interromper a série de


números neste valor. Porém, desconsiderar todo restante da série pode
resultar em um erro substancial.

Assim, interpolamos a grandeza e realizamos um arredondamento, para


minimizarmos os demais números perdidos, de acordo com o valor do
próximo dígito na interpolação aplicando as regras:

• Desprezando-se algo que é maior ou igual a 5: aumenta-se 1 na última


casa do número que se conservou.
• Desprezando algo menor que 5: Mantenha o dígito precedente
inalterado.

0,0705 0,071 0,07 0,1

Realize as somas:
a) 2,3462 cm + 1,4 mm + 0,05 m;

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19
20
21
22
23
24
25
1,55
1,5 e 1,6cm
(15,5±0,5)mm
(1,55±0,05)cm
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Calculando os Desvios:
Medida direta realizada apenas uma vez: Desvio avaliado
O valor do desvio é avaliado pelo operador levando em conta o processo
de medição e o instrumento utilizado. No mínimo o desvio avaliado deve
ser igual ao erro instrumental.

Medida direta realizada com repetições: Desvio padrão


Calculado com a Fórmula

Medidas indiretas: Fórmula de propagação de erros


Desvio avaliado

x=(15,5±0,5)mm

Desvio igual ao
erro instrumental

t=(25,82±0,01)s ERRADO!

t=(25,8±0,1)s

Desvio maior que o erro


instrumental
N° Indicação
Erros de Medições 1 1014
EXEMPLO 1: 2 1015
A tabela a seguir mostra os resultados de 3 1017
um experimento realizado em uma balança 4 1012
digital. Uma massa conhecida é 5 1015
repetidamente medida pela balança digital.
O valor de massa é de (1,000000,00001) 6 1018
kg. Seria esperado que a indicação da 7 1014
balança sempre coincidisse com o valor 8 1015
verdadeiro da massa. 9 1016
10 1013
Medida direta realizada com repetições: Desvio padrão 11 1016
Calculado com a Fórmula
12 1015
N° Indicação
1 1014
2 1015
3 1017
4 1012
5 1015
6 1018
7 1014
8 1015
9 1016
10 1013
11 1016
12 1015
1 Erros de Medições
EXERCÍCIOS:
1)Média e desvio-padrão N° Indicação (V)
1 1,58
2 1,60
3 1,59
4 1,57
5 1,59
6 1,60
7 1,58
8 1,59
9 1,59
10 1,58
11 1,60
12 1,59
Determinar o volume do objeto
V = π.r2.h= π.312.62=187.182,3735mm3
2 2
 v  2  v  2
sv    sr    sh
 r   h 

v  ( .r .h) 2
   .2.r.h
r r
v  ( .r .h) 2
   .r 2

h h
Área e diâmetro de uma circunferência

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Construção e interpretação de
gráficos: Escala correta, Variável
dependente e independente
Análise gráfica de dados experimentais
Ajuste MMQ para qualquer gráfico
Linearização e obtenção de
informações físicas a partir dos
parâmetros do gráfico

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v

h=gt2/2
x= x0 + v0.t +a.t2/2 36
x

t
Para linearizar: fazer uma mudança de variáveis
h=gt2/2 t2 = u
x= x0 + v0.t +a.t2/2 h=g.u/2 37
A = 2,8676.r2,0284

A = 𝜋.r2
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Linearização de Curvas
A = 𝜋.r2
Linearizar Transformar uma curva em uma reta

y = k.xn y = A + B.x
Curva Reta
Métodos de Linearização de Curvas

Mudança de Variáveis y = k.xn


z = xn
y = k.z (A=0, B=k)

z
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Métodos de Linearização de Curvas

Método Logarítmico y = k.xn


log(y) = u
log(y) = log(k.xn) log(x) = v
log(y) = log(k) + log(xn)
log(y) = log(k) + n.log(x)
u = log(k) + n.v y = A + B.x
(A=log(k), B=n)
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12,5 475
5,5 90
17 901
3,75 42
8,75 238

A = 𝜋.r
Mudança de Variáveis
2

12,5 475 A = 𝜋.z z = x2


5,5 90 y = 3,1185x - 3,8929
17 901
3,75 42
8,75 238 44
A = 𝜋.r
Mudança de Variáveis
2

R(mm)
12,5
R2(mm2) A(mm2)
156,25 475
A = 𝜋.z z = x2
5,5 30,25 90
17 289 901
3,75 14,0625 42
y = 3,1185x - 3,8929
8,75 76,5625 238
A = 𝜋.r2
Método Logarítmico

log(A) = log(𝜋.r2)
log(A) = log(𝜋) +2log(r)
u = log(𝜋) +2v
y = 2,0284x + 0,4575

log(𝜋) = 0,4575
𝜋 = 100,4575
𝜋 = 2,8675
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Cálculo da discrepância relativa

Mudança de Variáveis 𝜋 = 3,1185


D = [(𝜋 - 3,1185)/ 𝜋]x100 =0,74%

Método Logarítmico 𝜋 = 2,8675


D = [(𝜋 - 2,8675)/ 𝜋]x100 = 8,72%

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S = a.v/2
V=t2
A = a/2
a=g.senθ

Y = 40x +0,3

40=a/2 ; a = 80m/s2
80 = g.0,5
g = 160m/s2 48

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