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1 Erros de Medições

CARACTERIZAÇÃO DO ERRO DE MEDIÇÃO

O erro de medição está presente cada vez que a indicação


do sistema de medição não coincide com o valor verdadeiro
do mensurando.
ERRO DE MEDIÇÃO: é a diferença entre o
valor indicado pelo sistema de medição e o
valor verdadeiro do mensurando. E = I −VV
(Eq. 1)
Matematicamente, o erro de medição pode ser
calculado de uma forma muito simples pela Sendo:
equação 1. E: erro de medição
I: indicação do sistema
de medição
VV: valor verdadeiro do
mensurando 1
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• Note que o erro de medição é positivo quando o


sistema de medição indica número maior do que
deveria.

• Na prática, o erro de medição não é sempre


constante, muda frequentemente sob a ação de vários
fatores aleatórios
• O ERRO DE MEDIÇÃO ESTARÁ PRESENTE.

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Tipos de Erros de Medição
Erro Absoluto
Corresponde à diferença algébrica entre o valor obtido e o valor
verdadeiro.
Erro Absoluto = Valor Medido – Valor Verdadeiro

Erro Relativo
Razão entre o erro Absoluto e o Valor Verdadeiro.
Erro Relativo = Erro Absoluto/Valor Verdadeiro
Exemplo
Calcule o erro relativo e o erro relativo percentual considerando as medidas
Xmedido=19,3mm Xreal=18mm
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EXEMPLO 1:
N° Indicação
A tabela a seguir mostra os resultados de 1 1014
um experimento realizado em uma balança 2 1015
digital. Uma massa conhecida é 3 1017
repetidamente medida pela balança digital.
O valor de massa é de (1,000000,00001) 4 1012
kg. Seria esperado que a indicação da 5 1015
balança sempre coincidisse com o valor 6 1018
verdadeiro da massa. Entretanto, a balança 7 1014
indica 1014 g. A balança apresenta um erro
de medição positivo, que pode ser calculado 8 1015
pela Equação (4.1): 9 1016
E = I − VV 10 1013
E = 1014 − 1000 11 1016
12 1015
E = 14 g
5
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1.2 TIPOS DE ERROS

• ERRO SISTEMÁTICO: é a parcela previsível do erro.

• ERRO ALEATÓRIO: é a parcela imprevisível do erro. É o agente que faz


com que repetições levem a resultados diferentes.

• ERRO GROSSEIRO: O erro grosseiro é, geralmente, decorrente de mau


uso ou mau funcionamento do SM. Pode, por exemplo, correr em
função de leitura errônea, operação indevida ou dano do sistema de
medição. Seu valor é totalmente imprevisível, porém geralmente sua
existência é facilmente detectável. Sua aparição pode ser resumida a
casos muito esporádicos, desde que o trabalho de medição seja feito
com consciência. Seu valor será considerado nulo neste texto.

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• Exatidão: é a capacidade de um sistema funcionar sem erros,
tendo sempre um ótimo desempenho. Um sistema que sempre
acerta é um sistema com ótima exatidão.

• Precisão: significa “pouca dispersão”, isto é, capacidade de


obter sempre o mesmo resultado quando repetições são
efetuadas. Portanto, dizer que um sistema é preciso não
significa dizer que sempre acerta, mas apenas que se comporta
sempre da mesma forma nas mesmas condições.

✓ Precisão e exatidão são dois parâmetros qualitativos associados


ao desempenho de um sistema. Um sistema com ótima precisão
repete bem, com pequena dispersão. Um sistema com
excelente exatidão não apresenta erros.

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ERRO ALEATÓRIO, INCERTEZA-PADRÃO E


REPETITIVIDADE

ERRO ALEATÓRIO

O erro aleatório pode ser calculado para cada indicação pela


seguinte equação:

Eai = I i − I (5)
Sendo:
Eai : erro aleatório da i-ésima indicação
I i : i-ésima indicação
I : média das indicações

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(I )
n 2
i −I
 = lim i =1
n → n
σ: desvio padrão
I i :i-ésima indicação
I:médias das indicações
n:númerode medições repetitivas efetuadas.

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Na prática, não se tem tempo para efetuar infinitas


medições repetidas. Uma estimativa do desvio-
padrão é obtida pelo desvio-padrão da amostra.,
calculado a partir de um número finito de
medições repetidas do mesmo mensurando por:

( I ) ( I )
n 2 n 2
i −I i −I
= i =1 u= i =1

n −1 n −1
 = n −1 11
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No exemplo 1 (balança), a incerteza-padrão
podem ser calculados a partir das 12
indicações disponíveis.

Cálculo da incerteza-padrão:

12

(I − 1015 )
2
i
u= i =1
= 1, 65 g
12 − 1
 = 12 − 1 = 11

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FONTES DE ERROS

As imperfeições do sistema de medição são talvez as causas


mais evidentes dos erros de medição. São fatores internos ao
sistema de medição que, em maior ou menor grau, podem dar
origem a erros sistemáticos e/ou aleatórios. O operador, o
procedimento de medição, a forma como o mensurando
é definido, as condições ambientais do local e o
momento em que a medição é realizada são outros
fatores que independem do sistema de medição, mas também
geram erros. São, portanto fontes de erros.

Denomina-se fonte de erros qualquer fator que, agindo sobre


o processo de medição, dá origem a erros de medição.
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Fontes de erros podem ser internas ao sistema de medição ou externas a
ele, podem decorrer da interação entre o sistema de medição e o
mensurando ou entre o sistema de medição e o operador.

FATORES INTERNOS AO SISTEMA DE MEDIÇÃO.

• Nos sistemas de medição mecânicos, erros de geometria as partes e


mecanismos são as principais fontes de erros internos. Por limitações
tecnológicas e de custos, a qualidade das partes e dos componentes
utilizados e o rigor com que são montados e alinhados os mecanismos
se afastam do ideal. Com o uso contínuo, as peças mecânicas, expostas a
movimentos relativos, tendem a se desgastar, intensificando as folgas e
piorando o desempenho do conjunto.

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• Nos sistemas de medição elétricos, as conexões e
propriedades dos componentes eletrônicos, assim
como o desempenho dos circuitos, são as maiores
fontes de erros internos. As não-idealidades dos
circuitos eletrônicos geral erros de medição.

• O próprio principio de funcionamento do sistema de


medição já pode dar origem a erros de medição.

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FATORES EXTERNOS AO SISTEMA DE MEDIÇÃO.

• O ambiente no qual o sistema de medição está inserido


pode influenciar o seu comportamento.

• A presença de vibrações mecânicas e as variações de


temperatura podem provocar erros de medições expressivos
nos sistemas de medição mecânicos.

• A presença de fortes campos eletro magnéticos, flutuações


da tensão e variações na frequência da rede elétrica e da
temperatura são fatores que podem afetar o
comportamento dos sistemas de medição elétricos.
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• Variações de temperatura, umidade do ar e pressão
atmosférica podem induzir erros nos sistemas ópticos de
medição com maior ou menor intensidade.

Para obter resultados confiáveis de medições, é necessário


tomar alguns cuidados. A forma mais segura é manter estáveis
e controladas as condições ambientais que tem maior influencia
sobre o processo de medição. Práticas comuns em laboratórios
de medição:

• Uso de salas climatizadas


• Fontes de tensão elétrica estabilizadas
• Blindagens eletromagnéticas.
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EFEITOS DA TEMPERATURA NA METROLOGIA
DIMENSIONAL

A quase totalidade dos materiais muda suas dimensões em


função da temperatura. Essa propriedade é denominada
dilatação térmica. A variação das dimensões lineares é
proporcional à variação de temperatura. O fator de
proporcionalidade é denominado coeficiente de dilatação
térmica, frequentemente representado pela letra grega .

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L =   L T

Sendo:
L : variação do comprimento
: coeficiente de dilatação térmica do material
L: comprimento inicial
T: variação da temperatura.

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Exemplo
Uma barra de 10 metros de alumínio a uma temperatura inicial de 20ºC
fica exposta ao sol, sendo sua temperatura elevada para 40ºC. Sabendo
que o coeficiente de dilatação do alumínio é αAl = 22.10 -6 ºC-1, calcule a
dilatação sofrida pela barra.

Resposta ΔL = 44 . 10-4 m = 4,4 . 10-3 m


Exercicios

Para verificar a calibração de um micrômetro, foi


realizada uma medição em um bloco padrão de 2,5
mm. O resultado da medição foi de 2,4 mm.
Qual o erro absoluto e o erro relativo nesta
medição?
Exercicios

1) Para avaliar o desempenho de um N° Indicação (V)


voltímetro portátil, uma pilha-padrão 1 1,580
de (1,500  0,001) V foi medida
2 1,602
repetidamente. As indicações obtidas
3 1,595
estão apresentadas na Tabela a seguir,
todas em volts. Calcule 4 1,570
a) O valor dos erros individuais de 5 1,590
cada medição; 6 1,605
b) A incerteza-padrão. 7 1,584
8 1,592
9 1,598
10 1,581
11 1,600
12 1,590
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Exercicio
(UFLA-95)Uma barra de ferro homogênea é aquecida de 10ºC até 60ºC. Sabendo-
se que a barra a 10ºC tem um comprimento igual a 5 m e que o coeficiente da
dilatação linear do ferro é igual 1,2 x 10-6 ºC-1, podemos afirmar que a variação de
dilatação ocorrida e o comprimento final da barra foram de:
a)5×10-4m; 5,0005m
b)2×10-4m; 5,0002m
c)4×10-4m; 5,0004m
d)3×10-4m; 5,0003m
e)6×10-4m; 5,0006m
Exercicios
Calcule o erro relativo e o erro relativo percentual considerando as medidas
Xmedido=19,3mm Xreal=18mm
E
Ymedido=100mm Yreal=102mm
Qual medida apresenta um menor erro percentual?

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