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Após a PCR, os fragmentos são submetidos a uma eletroforese capilar, nos sequenciadores
automáticos de DNA.
Veja abaixo quais são os principais problemas associados a análise de fragmentos por
eletroforese capilar.
1. Picos +A/-A
Durante a PCR muitas polimerases inserem uma adenina no final dos fragmentos. Quando
apenas parte dos fragmentos estam adenilados, um pico menor é vizualizado junto ao pico
correspondente do fragmento. A estratégia para resolver este problema é forçar a adenilação
dos fragmentos, aumentando o tempo de extensão final na PCR.
2. Picos Stutter
Os picos stutter são artefatos resultantes da amplificação dos microssatélites,
caracterizados pela presença de umaunidade de repetição mais curta em relação ao alelo princ
ipal (frequência de 3-12%). Para um dado loco STR, a probabilidade de
stutter geralmente aumenta com
o tamanho dos alelos (maior número de unidades de repetição) e com
o tamanho da unidade de repetição (em pares de bases). A porcentagem de stutter
é proporcional à concentração de cloreto de magnésio (MgCl2) e é muito
reprodutível para um determinado alelo.
A quantificação dos picos pode facilitar a interpretação dos resultados quando ocorre sobreposi
ção dos picos com stutters.
3. Allele Drop-out
Drop-out = falha de amplificação de locos/alelos específicos. A possibilidade de ocorrer drop-
out aumenta quando se utilizam-se pequenas quantidades de DNA, quando existe algum
contaminante inibidor na amostra (ex: hematina, ácido húmico, fenol, etc.), ou quando as
amostras estão degradadas ou comprometidas.
Para diminuir os problemas de sinal muito intenso, você precisa otimizar a diluição do seu
produto de PCR e a quantidade de Size Standard utilizado, para que o sinal não ultrapasse o
limiar máximo de detecção do software. Além disso, para aumentar a precisão e a
confiabilidade dos seus resultados, procure sempre otimizar o preparo da sua amostra de
modo que a intensidade dos picos seja semelhante a intensidade dos picos do Size Standard.
Quando você pretende analisar mais de um marcador em um mesmo ensaio, é também
fundamental que a intensidade dos picos de cada marcador seja o mais próxima possível.
O excesso de primers que não foram incorporados na reação de PCR também pode
provocar um "estouro" de sinal, prejudicando as análises. Para resolver este tipo de problema
você pode customizar o seu Size Standard, deixando de fora os picos iniciais, geralmente
excluindo o pico da posição 35.
Importante (1): Mantenha a temperatura da sala do seu sequenciador sempre
constante (próxima 22 °C), principalmente durante as corridas. A oscilação da temperatura
pode alterar o padrão de migração das amostras e do Size Standard, interferindo na
construção da curva para determinação do tamanho dos fragmentos.
Para evitar este tipo de erro você pode também utilizar controles positivos com genótipos
conhecidos ou uma escada alélica para analisar suas amostras.
...
Considerações sobre o Software GeneMapper®
Installation and Administration Guide
Reference and Troubleshooting Guide
Microsatellite Analysis Getting Started Guide
SNPlex™ System Analysis Getting Started Guide
AFLP® System Analysis Getting Started Guide
User Bulletin - Autoanalysis Guide
Com o auxílio do software GeneMapper você pode analisar seus dados de microssatélites,
SNaPshot, AFLP, LOH, MLPA, entre outros. Durate as análises são verificados componentes
de qualidade para cada uma das amostras e para os genótipos associados a estas
amostras. Para cada um desses componentes é atribuído um status,
como é visto na figura abaixo,
Veja abaixo uma descrição de alguns componentes e problemas que podem estar associados
a falha destes componentes:
OS - Offscale
Este componente é visualizado tanto na aba das amostras como dos genótipos. Entretanto,
seu significado difere em cada uma das abas. Na aba das amostras, a falha neste componente
está associada ao fato de um ou mais picos do Size Standard terem excedido o limiar máximo
de detecção. Já na aba dos genótipos a falha está relacionada à ocorrência de picos da
amostra que excedem o limiar máximo de detecção.
A falha no Offscale pode ser corrigida através da diminuição da quantitade de Size Standard ou
de amostra no preparo solução a ser levada para o sequenciador.
Importante: o uso de água ao invés de formamida no preparo da solução pode
produzir picos artificiais com intensidade elevada.
SQ - Sizing Quality
O Sizing Quality verifica a similaridade entre o padrão de fragmentos especificado para o Size
Standard e a distribuição real dos picos do Size Standard na minha amostra. A medida
do Sizing Quality é a combinação de valores que medem o sucesso de alguns algorítmos,
como os utilizados para a construção da curva “size-calling” do Size Standard, a partir da qual
o tamanho dos fragmentos pode ser determinado. O valor de SQ varia de 0 a 1 e, de acordo
com o threshold definido nas configurações do nosso método de análises, pode passar ou
falhar.
Problemas neste componente podem ser resolvidos através da otimização da quantidade de
Size Standard utilizado no preparo das amostras e pela utilização de um Size Standard
adequado para o DyeSet das amostras e para o tamanho dos fragmentos em análise.
GQ - Genotype Quality
O Genotype Quality é um resumo das medidas de qualidade associadas àquele genótipo.
Baixos valores de qualidade nos demais componentes, como para o OS, o SQ, etc, reduzem o
valor do Genotype Quality cerca de 50% (fator de correção 0,5). Quando o GQ das suas
amostras estiver baixo verifique qual é o processo de qualidade que está causando este
problema, para que ele possa ser corrigido.
Sequenciamento
Seus resultados de sequenciamento não estão tão bons quanto você gostaria?
Os eletroferogramas da sua corrida podem dar várias pistas do que pode ter
ocorrido e de como você pode melhorar seus resultados.
Quando você sequencia produtos de PCR, o primeiro passo é obter um ótimo resultado de
PCR, otimizando seu protocolo para que sua amplificação seja específica para fragmento de
interesse. Produtos de PCR inespecíficos são um dos principais problemas na obtenção um
sequenciamento de qualidade.
Além disso, a quantidade de material de partida (DNA molde) para a sua reação de
sequenciamento é extremamente crítica para a obtenção de boas sequências. As quantidades
variam de acordo com o tamanho dos fragmentos que você pretende sequenciar. A tabela
abaixo pode servir como ponto de partida para a otimização da sua reação de sequenciamento.
O sistema Qubit®, da Invitrogen, faz a quantificação do DNA por fluorometria, e é mais
indicado que os métodos baseados em absorbância, pois quantifica especificamente o DNA
presente na solução.
A purificação, tanto do produto de PCR, quanto da reação de sequenciamento, é fundamental
para a obtenção de bons resultados de sequenciamento. Existem diversos Kits para a
purificação do produto de PCR, visite o site da Invitrogen e escolha o mais adequado para o
seu projeto. A Invitrogen também possui alguns Kits para purificação da reação de
sequenciamento (Sequencing Reaction Purification), entretanto o BigDye XTerminator®
Purification Kit é um dos protocolos mais rápidos e confiáveis.
Mesmo tomando todos os cuidados acima, ainda podem ocorrer problemas no nosso
sequenciamento.
Eletroferogramas mal resolvidos, com muitos picos sobrepostos, podem ser resultado do uso
de algorítimos de análise que são inespecíficos para o Kit (dye set) de sequenciamento
utilizado. Verifique sempre se o "basecaller" e o "mobility file" estão de acordo com o seu Kit.
Se não estiverem, reanalise seus dados utilizando os algorítimos adequados.
No seu programa de análises, verifique sempre a janela EPT para cada eletroferograma. Essa
janela mostra o status da corrente, da voltagem, temperatura do forno e potência do laser, que
são informações importantes para resolver problemas na sua corrida. Veja abaixo um exemplo
de como esses parâmetros devem se corportar durante uma boa corrida.
Obs. Muitas vezes esses perfis podem ser resultado do uso de pouco Mix na reação de
sequenciamento, pouco primer ou pouco DNA molde, presença d econtaminantes que inibem a
polimerase, ou ainda degradação do produto da reação de sequenciamento.
3. Ausência de sinal
Um eletroferograma sem sinal pode ter muitas causas, como a perda do material durante a
purificação da reação de sequenciamento, falha na reação de sequenciamento, ausência de
corrente durante a corrida, capilar entupido, mau funcionamento do kit de sequenciamento,
presença de inibidores na reação de sequenciamento (ex. Fenol) entre outros. Em muitos
desses casos, é muito comum a visualização de um pico alto no inicio do eletroferograma, que
correspode aos dideoxinucleotídeos que nao foram incorporados na reação.
Muitas vezes isso pode estar associado a perda de resolução da amostra. Nesses casos, as
principais causas são a contaminação durante a eletroforese, a presença de água no polimero,
o não preenchimento adequado do capilar, etc.
7. Background elevado
Contaminação na água, polímero, seringas, blocos,
etc., resulta em background elevado. Além disso, sujeira nos capilares, nos
espelhos, polímero velho, etc, também podem levar a um background elevado.
Um background
elavado pode prejudicar a eletroforese e diminuir a vida útil dos capilares.
Problemas com o alinhamento da câmera CCD e com a calibração espectral também podem
estar entre as causas desses perfis.
Muitas vezes, o sinal cai antes do final do fragmento, provavelmente devido ao uso de
quantidade insuficiente de Mix de sequenciamento ou por um problema da polimerase em
sintetizar através de um contexto específico de bases.
Grandes picos no final da corrida também podem aparecer, um artefato associado aos
sistemas de eletroforese capilar, mas que nao interfere na qualidade dos dados.
...
Veja a seguir alguns problemas que podem
ocorrer na análise de metilação por
sequenciamento
1. Picos alargados
Fragmentos com conversão parcial das citosinas migram de forma desigual e promovem
distorções nos picos. Otimizar a conversão por bissulfito pode ajudar a resolver este problema.
2. Conversão parcial do DNA
A conversão parcial por bissulfito pode levar a ocorrência de picos sobrepostos ao longo de
toda sequência.
PCR
Reação de Sequenciamento
Modelo esquemático mostrando as diferenças entre uma molécula de dNTP e uma de ddNTP.
Leia os discursos dos vencedores do Prêmio Nobel de Química de 1980, Frederick Sanger,
pelo desenvolvimento da técnica de sequenciamento, e de 1993, de Kary B. Mullis, pelo
desenvolvimento da PCR.