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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Apostila de
Físico-Química I
Elaborada pelos professores:
Jacqueline Amanda Figueiredo dos Santos
Bruno Rocha Santos Lemos

Belo Horizonte, 2017

1
Sumário

Conteúdo
Tema 1: Soluções .................................................................................................................................................... 3
Lista 1: Solubilidade ............................................................................................................................................... 6
Tema 2: Concentração das soluções........................................................................................................................ 9
Lista 2: Concentração das soluções ....................................................................................................................... 15
Tema 3: Diluição das soluções .............................................................................................................................. 21
Lista 3: Diluição das Soluções .............................................................................................................................. 23
Tema 4: Normalidade............................................................................................................................................ 26
Lista 4: Equivalente-grama ................................................................................................................................... 29
Tema 5: Misturas de soluções e titulação .............................................................................................................. 31
Lista 5: Mistura de soluções .................................................................................................................................. 33
Tema 6: Propriedades coligativas ......................................................................................................................... 37
Lista 6: Propriedades coligativas .......................................................................................................................... 42
Tema 7: Termoquímica ......................................................................................................................................... 47
Lista 7: Termoquímica .......................................................................................................................................... 53
Tema 8: Cinética Química .................................................................................................................................... 59
Lista 8: Cinética Química ..................................................................................................................................... 64
Conteúdo auxiliar 1: Titulação e Padronização ..................................................................................................... 75
Conteúdo auxiliar 2: Gases ideais ......................................................................................................................... 78
Tema 1: Equilíbrio Químicoe Princípio de Le Chatelier ....................................................................................... 86
Lista 1: Equilíbrio Químico e Princípio de Le Chatelier ....................................................................................... 94
Tema 2: Equilíbrios iônicos e Teoria ácido-base .................................................................................................. 99
Lista 2: Teoria Ácido-Base ................................................................................................................................. 104
Tema 3: Equilíbrio iônico da água. Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos monopróticos ................... 107
Lista 3: Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos monopróticos.............................................................. 115
Tema 4: Ácidos Polipróticos ............................................................................................................................... 119
Lista 4: Ácidos polipróticos ................................................................................................................................ 121
Tema 5: Hidrólise Salina ..................................................................................................................................... 123
Lista 5: Hidrólise salina ...................................................................................................................................... 125
Tema 6: Solução tampão ..................................................................................................................................... 128
Lista 6: Solução tampão ...................................................................................................................................... 132
Tema 7: Equilíbrio de Solubilidade .................................................................................................................... 136
Lista 7:Equilíbrio de solubilidade ....................................................................................................................... 140
Tema 8: Eletroquímica ........................................................................................................................................ 145
Lista 8: Eletroquímica ......................................................................................................................................... 161

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Tema 1: Soluções

A matéria pode ser classificada como substâncias puras ou misturas.

Algumas definições importantes:


Solução= mistura homogênea= mistura constituída de uma única fase
Mistura= presença de mais de um componente
Fase =parte distinta do todo
As misturas que não constituem solução são chamadas de misturas heterogêneas
Soluto= substância dissolvida
Solvente= substância na qual o soluto é dissolvido (geralmente presente em maior quantidade)
Solução com relativamente pouco soluto= solução diluída
Solução com relativamente muito soluto= solução concentrada
Solução que possui o máximo de soluto que é possível dissolver em uma dada temperatura
formando uma solução estável= solução saturada
Solução que possui menos soluto do que é possível dissolver em uma dada temperatura=
solução insaturada
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Influência da temperatura: Para os gases, quanto maior a temperatura, mais difícil é a
solubilização. O mesmo comportamento é observado para o sulfato de cálcio. Entretanto, para
a maioria das substâncias, quanto maior a temperatura, mais fácil solubilizar.
Se adicionamos mais soluto do que é possível solubilizar em uma dada temperatura, obtemos
um sistema contendo corpo de fundo (sólido sedimentado) e um líquido (sobrenadante)
saturado.
OBS: não confunda corpo de fundo com precipitado. (Para ver um vídeo de reação de
precipitação acesse: http://www.youtube.com/watch?v=7_v2x7ByLic Trata-se da mistura
de uma solução de iodeto de potássio e nitrato de chumbo produzindo iodeto de chumbo _ um
sólido amarelo que causa turvação do sistema. Com o tempo, o sólido decanta indo para o
fundo do recipiente)
No caso de líquidos, quando adicionamos mais soluto do que é possível dissolver, ocorre
separação das fases com formação de uma interface entre elas, sendo a fase mais densa aquela
que permanecerá no fundo do recipiente.
Quando adicionamos mais soluto do que é possível dissolver em uma temperatura T1 e então
aquecemos a uma temperatura T2, é possível que todo o soluto se dissolva. Quando a
temperatura diminui lentamente com o sistema em repouso, podemos obter uma solução que
possui mais soluto dissolvido do que normalmente é possível nessa temperatura. Essa solução
é então chamada de solução supersaturada. A solução supersaturada é instável. Se ela receber
um choque mecânico, o soluto poderá se sedimentar instantaneamente. Quando permitimos
que o solvente evapore lentamente na ausência de qualquer vibração, obtemos cristais.
Um outro exemplo de solução supersaturada são os refrigerantes, nos quais consegue-se
solubilizar uma quantidade de gás maior do que a que geralmente seria possível dissolver
naquela temperatura. Para isso eleva-se a pressão interna do gás. Quando o refrigerante é
aberto e as pressões se igualam, o gás excedente escapa. Quando uma latinha de refrigerante
cai no chão, ela geralmente estoura, pois o choque mecânico faz com que o gás em excesso
escape da solução, aumentando a pressão interna.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Solubilidade
Entende-se por solubilidade a quantidade máxima de soluto que pode ser dissolvida em
determinada quantidade de um dado solvente, a uma temperatura específica, formando uma
solução estável.
Curva de solubilidade: A curva de solubilidade apresenta a solubilidade do soluto a diversas
temperaturas.
Curva de solubilidade típica dos solutos mais comuns:

A solução representada pelos seguintes


pontos no gráfico a seguir é:
A= solução supersaturada;
B= solução saturada;
C= solução insaturada

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Curva de solubilidade típica dos gases a pressão constante:

____________________________________________________________________

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Lista 1: Solubilidade

1 - a 18ºC, a solubilidade do cloreto de magnésio é de 55,8 g por 100 g de água. Nessa


temperatura 150 g de MgCl2 foram misturados em 200 g de água. Pergunta-se:
a) O sistema obtido é homogêneo ou heterogêneo?
b) Qual a massa de sólido dissolvida na água?

c) Qual a massa de MgCl2 depositada?

2 - O gráfico mostra a curva de solubilidade de um sal em água. Considerando que em uma


determinada temperatura 40 g deste sal foram dissolvidos em 100 g de água, indique:

a) A característica dessa solução nos


pontos A, B e C do gráfico;

b) A quantidade de sal que será possível


cristalizar, resfriando-se a solução até
30°C;.

Temperatura
c) A massa de sal que se encontrará no fundo do recipiente, em que a solução se encontra,
quando se evapora 20 g de água a 40°C

3 - A solubilidade do brometo de cálcio em água, a 18°C, é de 143 g por 100 g de água. Pede-
se:
a) Qual a massa de água necessária para se preparar uma solução saturada de CaBr 2
contendo 643,5 g desse sal?

b) Se a massa molar do CaBr2 é de 200 g, a solução obtida pela dissolução de 6 mols de


CaBr2 em 1,0 kg de água a 18°C será saturada? Justifique sua resposta.

4 - O coeficiente de solubilidade do Ba(NO3) com a temperatura, segundo a tabela:

CS(g/100g de H2O) 60 70 80
T(°C) 30 40 50

Determine a massa de Ba(NO3), necessária para preparar 500 g de uma solução aquosa
saturada a 40°C.

5 - Adicionou-se 500 g de hidróxido de potássio a 400 cm3 de água, e posteriormente, o


sistema resultante foi agitado. Obteve-se um sistema bifásico que foi filtrado. A massa do
solido foi de 60 g. Qual a solubilidade do KOH expressa em gramas/100 cm3 de solvente?

6
6 - Em 120 mL de solução aquosa saturada de um sal existem dissolvidos 42g de soluto.
Sabendo-se que a densidade desta solução é de 1,35 g/mL, calcule a solubilidade deste sal,
exprimindo-a em gramas de soluto/100 g de H2O.

7 - Abaixo estão relacionadas a solubilidade de vários sais, a temperatura ambiente, em g/100


mL de H2O:

AgNO3: 260 Al2(SO4)3: 160 NaCl: 36 KNO3: 52 KBr: 64

Se 25 mL de uma solução saturada de um desses sais foram completamente evaporados, e o


resíduo sólido pesou 13 g, o sal é:

a) AgNO3 b) Al2(SO4)3 c) NaCl d) KNO3 e) KBr

8 - Dado o gráfico abaixo, responda:

a) Qual dos solutos apresentados no gráfico é


mais solúvel em água a 10ºC?

b) Qual a menor quantidade de água necessária


para dissolver 40 g de K2CrO4, a 30ºC?

9 - O gráfico representa as curvas de solubilidade das substâncias A, B e C: Com base no


diagrama, responda:

a) Qual das substâncias tem sua solubilidade diminuída com


a elevação da temperatura?
b) Qual a máxima quantidade de A que conseguimos
dissolver em 100 g de H2O a 20 ºC?
c) Considerando apenas as substâncias B e C, qual delas é a
mais solúvel em água?
d) Considerando apenas as substâncias A e B, qual delas é a
mais solúvel em água?
e) Qual é a massa de C que satura 500 g de água a 100 ºC?
Indique a massa da solução obtida (massa do soluto + massa
do solvente).
f) Uma solução saturada de B com 100 g de água, preparada a 60 ºC, é resfriada até 20 ºC.
Determine a massa de B que irá precipitar, formando o corpo de fundo a 20 ºC.

10 - Certo refrigerante é engarrafado, saturado com dióxido de carbono (CO2) a 5ºC e 1 atm
de CO2 e então fechado. Um volume de 500 mL desse refrigerante foi mantido algum tempo
em ambiente à temperatura de 30ºC. Em seguida, a garrafa foi aberta ao ar (pressão
atmosférica = 1 atm) e agitada até praticamente todo CO2 sair. Nessas condições (30ºC e 1

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atm), qual o volume aproximado de CO2 liberado? (Dados: massa molar do CO2 = 44 g/mol;
volume molar dos gases a 1 atm a 30ºC = 25 L/mol; solubilidade do CO2 no refrigerante a 5ºC
e sob 1 atm de CO2 = 3,0 g/L)

Respostas:

1 - a) Heterogêneo b) 111,6 g c) 38,4 g


2 - a) A. Supersaturada, B. Saturada, C.Insaturada b) 30 g c) 16 g
3 - a) 450 g b) Não
4 - 205,9 g
5 - 110 g/100 cm3
6 - 35 g/100 g H2O
7-d
8 - a) NaNO3 b) 66,7 g
9 - a) A b) 60 g c) B d) Temp. inferiores a 40 ºC: A; Temp. superiores a 40 ºC:
e) 900 g f) 60 g
10 - 0,85 L

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Tema 2: Concentração das soluções

A concentração de uma solução geralmente é a medida da quantidade de soluto existente em


uma determinada quantidade de solução. A concentração de uma solução pode ser expressa de
diversas formas:

- Concentração em massa por volume.: é a massa de soluto existente em um determinado


volume de solução. Pode ser expressa em g/mL, g/L, Kg/L
OBS: O símbolo para litro é L(maiúsculo) e não l (minúsculo).

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
C (g/L)= 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

- Título em massa: é a razão entre a massa de soluto e a massa de solução. Não tem unidade.
Observe que como msolução> msoluto o título deverá ser um número menor que 1.

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
τ= 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

- Título em volume: é a razão entre o volume de soluto e o volume de solução. Não tem
unidade

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
τ= 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

- Concentração em porcentagem massa-massa: é a massa de soluto existente em 100g de


solução. Pode ser obtido multiplicando-se o título em massa por 100. Concentração
percentual= Título x100. É expressa em %m/m.

massa soluto (g) ____ massa de solução (g)


x ____ 100 (g) de solução

C(% m/m)= τ x100


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C(% m/m)= 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 x100 ou
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

- Concentração em porcentagem massa-volume: é a massa de soluto (g) existente em


100mL de solução. É expressa em %m/v.

massa soluto (g) ____ volume de solução (mL)


x ____ 100 (mL) de solução

9
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C(% m/v)= 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 x100
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜 (𝑒𝑚𝑚𝐿 )

Concentração em porcentagem volume-volume: é o volume de soluto (mL) existente em


100 mL de solução. É expressa em % v/v.

volume soluto (mL) ____ volume de solução (mL)


x ____ 100 (mL) de solução

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C(% v/v)= 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 x100
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜 (𝑒𝑚𝑚𝐿 )

- Concentração em partes por milhão: é a quantidade em gramas de soluto existente em


1000000 g de solução. É expressa em ppm.

massa soluto (g) ____ massa de solução (g)


x ____ 1.000.000 (g) de solução

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C(ppm)= 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 x1.000.000
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

- Concentração em molaridade (mol por litro): é a quantidade em mol do soluto existente


em 1L de solução. É expressa em mol/L. OBS: 1 mol= 6,02x1023 partículas.

𝑛
𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C (mol/L)= 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

Sabendo a massa do soluto e a massa molar do mesmo, podemos saber a quantidade em mol
do soluto pela relação:

m= n. MM Em que m é a massa total, n é a quantidade de mol e MM é a massa molar

Juntando ambas equações obtemos:

𝑚
𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C (mol/L)= 𝑀𝑀𝑥𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
𝑠𝑜𝑙𝑢 çã𝑜

Logo as concentrações em C (mol/L) e em C (g/L) podem ser facilmente relacionadas:

10
𝐶(𝑔/𝐿)
C (mol/L) = 𝑀𝑀

- Concentração em molalidade (mol por quilo): é a quantidade em mol do soluto existente


em 1Kg de SOLVENTE (CUIDADO!: nesse caso trata-se da medida da quantidade de soluto
existente em uma determinada quantidade de SOLVENTE e não de solução). É expressa em
mol/Kg.

𝑛 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
C (mol/Kg) = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
𝑆𝑂𝐿𝑉𝐸𝑁𝑇𝐸 (𝑒𝑚𝐾𝑔 )

- Fração molar
xsoluto= n soluto/n total
xsolvente= n solvente/n total sendo n total = n soluto + n solvente
xsoluto + xsolvente = 1

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Conteúdo extra

- Concentração em volume
O peróxido de oxigênio (água oxigenada) é instável e decompõe-se liberando oxigênio
conforme a reação:
2 H2O2 2 H2O + O2↑

2 x 34,02 g de H2O2 produz 22,4 litros de O2 nas CNTP

Se um determinado volume de solução de água oxigenada liberar um volume de oxigênio x


vezes maior, dizemos que essa solução de água oxigenada é ―x volumes‖. Ex: Se 1 mL de
solução de água oxigenada liberar 20 mL de oxigênio, dizemos que essa água oxigenada é 20
volumes.

Logo podemos, por exemplo, fazer a seguinte pergunta: Qual será o volume de O2 liberado
por 1 mL de solução de água oxigenada? A resposta será a concentração em volume da
solução de H2O2.

Ex de cálculo: Qual é a concentração em volume de uma solução de água oxigenada 3 % m/v?

3g de H2O2 _ 100 mL de solução 68,04 g de H2O2 _ 22,4 L O2


0,03g _ 1 mL 0,03g de H2O2 _ 9,87 x 10-3 L

Logo 1 mL da solução liberam ≈ 10 mL de O2. Portanto uma solução de água oxigenada 3 %


m/v é uma solução 10 volumes.

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- Grau Gay Lussac (°GL)

°Gay Lussac (°GL= %V): quantidade em mililitros de álcool absoluto contida em 100
mililitros de mistura hidro-alcoólica. Um frasco de álcool com 90 graus GL tem 90% em
volume de álcool
_______________________________________________________________________

Conteúdo extra
1) Regras de arredondamento

Se o
algarismo a
Procedimentos Exemplos
ser eliminado
for:
<5 O último algarismo a permanecer fica inalterado. 53,24 passa a 53,2
42,87 passa a 42,9
>5 Aumenta-se de uma unidade o algarismo a permanecer. 25,08 passa a 25,1
53,99 passa a 54,0
(i) Se ao 5 seguir em qualquer casa um algarismo diferente 2,352 passa a 2,4
=5 de zero, aumenta-se uma unidade no algarismo a 25,6501 passa a 25,7
permanecer. 76,250002 passa a 76,3
24,75 passa a 24,8
(ii) Se o 5 for o último algarismo ou se ao 5 só seguirem
24,65 passa a 24,6
=5 zeros, o último algarismo a ser conservado só será
24,7500 passa a 24,8
aumentado de uma unidade se for ímpar.
24,6500 passa a 24,6

2) Notação científica

Ao escrevermos um número em notação científica utilizamos o seguinte formato:


a x10b
Onde o coeficiente a (denominado mantissa) é um número igual ou maior que 1 e menor que
10 e o expoente b, a ordem de grandeza, é um numero inteiro.

A mantissa é obtida posicionando a vírgula à direita do primeiro algarismo diferente de zero


deste número.
Após deslocarmos a vírgula, o expoente da potência de dez será igual ao número de posições
deslocadas. Se o deslocamento da vírgula foi para a esquerda, esse expoente será positivo.
Se o deslocamento da vírgula foi para a direita, esse expoente será negativo.

Exemplos de números escritos em notação científica:

Número Notação científica


2048 2,048x103
0,0049 4,9 x 10-3
1 1 x 100
0,000391 3,91 x 10-4
-0,012 - 1,2 x 10-2
180,4 1,804 x 102
2,86 2,86 x 100

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Observe que 12,5 x 10-1 e 4,7 x 102,5 são exemplos de números que não estão escritos
corretamente em notação científica. No primeiro exemplo a mantissa 12,5 é maior que 10. No
segundo exemplo a ordem de grandeza 2,5 não é um número inteiro.

Mudando a Posição da Vírgula e Ajustando o Expoente:

Como em um número escrito em notação científica a vírgula sempre deve ser posicionada à
direita do primeiro algarismo diferente de zero, se não for este o caso o procedimento a ser
realizado é o seguinte:
Se deslocarmos a vírgula n posições para a direita, devemos subtrair n unidades do expoente.
Ao deslocarmos a vírgula n posições para a esquerda, devemos somar n unidades ao expoente.
Como visto acima, 12,5 x 10-1 não está na forma padronizada, então precisamos deslocar a
vírgula 1 posição para a esquerda e também acrescentar 1 unidade ao expoente (para
compensar essa alteração), o que resulta em 1,25 x 100.
No caso do número 0,0078 x 105 precisamos deslocar a vírgula 3 posições para a direita e
subtrair 3 unidades do expoente, resultando em 7,8 x 102.

3) Conversão de unidades

Para converter uma unidade em outra que se encontre à direita da mesma no quadro abaixo,
multiplicamos o valor inicial por 10 para cada casa deslocada. Por outro lado, para converter
uma unidade em outra que se encontre à esquerda da mesma no quadro abaixo, dividimos o
valor inicial por 10 para cada casa deslocada.

Ex: 250 g = 0,25 kg , 3,5 kg = 3500 g

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Lista 2: Concentração das soluções

1 - Uma solução contém 20 g de soluto e 180 g de solvente. Calcule, para esta solução:
a) Título
b) %m/m

2 - Uma solução de amoníaco (NH3(aq)) tem porcentagem em massa de 15%. Considere uma
amostra de 50 g dessa solução e calcule:
a) a massa de gás amoníaco.
b) a massa de água.

3 - Se tivermos 50 g de cloreto de sódio (sólido) e quisermos utilizá-lo para preparar uma


solução aquosa a 10% m/m, qual a massa de água que devemos acrescentar?

4 - Uma solução aquosa de hidróxido de sódio tem título 0,2. Se necessitarmos de 40 g de


NaOH para empregarmos numa neutralização, quantos gramas de solução deveremos utilizar?

5 - Temos 250 g de solução de cloreto de cálcio cuja porcentagem em massa é 20%.


Adicionamos a essa solução 150 g de água.Calcule:
a) a massa de cloreto de cálcio disponível;
b) a massa de água após diluição;
c) % m/m após diluição;
d) o título da solução diluída.

6 - Dispõe-se de 200 g de solução de hidróxido de sódio 4% m/m .Para aumentar a


concentração dessa solução, evapora-se parte do solvente, obtendo-se uma porcentagem de
5% m/m. Calcule:
a) a massa de NaOH na solução inicial;
b) a massa de água na solução inicial;
c) a massa de NaOH na solução final;
d) a massa de água na solução final;
e) a massa de água evaporada;
f) o volume de água evaporado, se a densidade da água é 1 g/cm3.

7 - Uma solução de ácido nítrico tem 32% de HNO3 em massa e densidade 1,19 g/mL.
Calcule
o volume de solução necessário para que se tenha 6,4 g de HNO3.

8 - Uma solução de ácido sulfúrico tem densidade de 1,18 g/mL e 25% m/m. Considere 500
mL da solução e calcule:
a) a massa da solução;
b) a massa de ácido sulfúrico;
c) a massa de água.

Considere agora 1 litro de solução e calcule:


d) quantos gramas de H2SO4 há por litro de solução;
e) a massa da solução.

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9 - Uma solução de soda cáustica com densidade de 1,220 g/cm3 (a 200 C) contém cerca de
20% m/m de NaOH. 100 cm3 dessa solução (a 200C) foram levados á fervura por algum
tempo. Após resfriamento, verificou-se que a %m/m de NaOH na solução dobrou. Qual a
massa de água perdida pela solução nesse aquecimento?

10 - Sabendo que d(álcool) = 0,8 g/mL, quantos mL de álcool há em um copo de 200 mL de


uma bebida a 30% m/v?

11 - Tem-se 50 cm3 de uma gasolina comercial que consiste numa mistura de álcool e
gasolina. Acrescenta-se a ela 50 cm3 de água. Observa-se a formação de 2 fases, sendo que a
aquosa passa a ter 60 cm3, já que o álcool é extraído pela água. Qual o teor de álcool nessa
gasolina comercial (expresso em porcentagem em volume)?

12 - Uma solução aquosa de cloreto de cálcio tem concentração igual a 80 g/L.Qual o volume
de solução necessário para que, por evaporação total,tenhamos 1,6 g de CaCl2?

13 - Uma solução de densidade 0,8 g/mL foi obtida pela dissolução de 50 g de um líquido em
350 g de outro líquido B. Calcule:
a) a porcentagem em massa da solução;

b) o título da solução;

c) o volume da solução obtida;

d) a concentração em g/L da solução.

14 - Uma solução possui 30 g de nitrato de sódio em 270 g de água e apresesenta uma


densidade igual a 5 g/mL. Pede-se para esta solução:
a) a concentração em g/L;
b) o título em massa
c) %m/m

15 - Em 200mL de solução existem 20 g de soluto. Sabendo-se que a densidade da solução é


de 1,5 g/cm3, calcule :
a) concentração comum;
b) título em massa;
c) %m/m.

16
16 - Tem-se uma solução cuja concentração é de 100g/L Dispõe-se de 0,5 L dessa solução e
deseja-se fazer com a concentração da solução caia para 20 g/L, por adição de água. Calcule;
a) a massa inicial do soluto;

b) a massa final do soluto;

c) o volume inicial da solução;

d) o volume final da solução;

e) o volume de água a ser acrescentado para que haja a diluição.

17 - Em 5 L de uma solução de H2SO4 ,existem 49 g do soluto. Calcule a concentração da


solução em g/L e em mol/L.

18 - Qual a massa de ácido clorídrico existentes em 5 L de solução 6 mol/L de ácido


clorídrico?

19 - Em uma reação química teremos que usar 1,48 g de hidróxido de cálcio. Que volume de
solução aquosa de Ca(OH)2 0,01 mol/L deveremos empregar?

20 - Calcule a quantidade de matéria existente em:


a) 4.9 g de H2SO4;
b) 9,8 g de H3PO4;
c) 2,495 g de CuSO4 .5 H2O
d) 3,22 g de Na2SO4 ;
e) 250 mL solução de HCl 3 mol/L
f) 500 cm3 de solução de glicose (C6H12O6) 2 mol/L;

21 - Calcule a massa do soluto existente em:


a) 2 mols de carbonato de sódio (Na2CO3)
b) 500 mL de solução 0,2 mol/L de ácido sulfúrico

22 - Calcule o volume que se pode obter com 20 g de cloreto de cálcio para preparar uma
solução 0,6 mol/L.

23 - Qual a concentração em mol/L de uma solução de hidróxido de potássio que contém 11,2
g da base em 50 cm3 de solução?
24 - Dissolveram-se 12,34 g de sulfato de cobre II penta hidratado em água para se obter 250
mL de solução. Calcule a concentração desta solução em:
a) g/L
b) mol/L

25 - Uma solução contém 15 g de carbonato de sódio (Na2CO3) em 135 g de água e tem


densidade igual a 1,5 g/mL. Calcule para esta solução:

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a) a concentração em g/L;
b) o título em massa;
c) a concentração percentual m/v;
d) a concentração em mol/L.

26 - Calcule a concentração em mol/L de uma solução de brometo de magnésio (MgBr2) de


concentração igual a 20% m/v. Calcule também [Mg2+] e [Br-], presentes na solução.

27 - Considere uma solução de ácido clorídrico de concentração igual a 146 g/L? Supondo o
ácido 90% ionizado, calcule [H+] e [Cl-]?

28 - Uma solução de ácido fosfórico tem concentração 15%m/v. Calcule para esta solução a
concentração em:
a)mol/L
b)g/L

29 - Uma solução é formada por 500 g de glicose e 350 g de água e tem densidade igual a 1.2
g /mL Calcule:
a) o volume da solução em litros;
b) a concentração em g/L;
c) a concentração %m/v;
d) a concentração % m/m
e) o título em massa da solução;
f) concentração em mol/L
30 - O conteúdo do ácido acético no vinagre é de aproximadamente 3% em massa .Sabendo-
se que a massa molar do ácido acético é de 60 g/mol e que a densidade do vinagre é de 1,0
g/cm3, qual a concentração da solução em: a) mol/L b) g/L?

31 - A 22,2 g de cloreto de cálcio, acrescenta-se água até obter 400 mL de solução. Calcule:
a) a concentração da solução em mol/L
b) [Ca2+] (Massa molar CaCl2: 111 g/mol)
-
c) [Cl ]

32 - Uma solução de Al(NO3)3 tem concentração molar de íons nitrato,NO-3 igual a


0,6.Calcule:
a) a concentração da solução em mol/L
b) [Al3+]
c) a concentração da solução em g/L

33 - Considere soluções aquosas 10-3 mol/L das substâncias:


A: nitrato de cálcio
B: nitrato de amônio
C: fosfato de sódio
D: nitrato de sódio
a) Qual tem maior concentração molar em cátions?

b) Qual tem maior concentração molar em ânions?

18
34 - Tem-se uma solução aquosa de glicose (C6H12O6) que foi obtida pela adição de 3,6 g de
glicose a 90 g de água. Calcule
a) a fração molar da glicose;
b) a fração molar da água;
c) % m/m da solução.

35 - Uma solução de ácido sulfúrico tem densidade 1,857. Se a porcentagem em massa dessa
solução é 95%, calcule:
a) concentração em g/L;
b) a concentração em mol/L;
c) as frações molares de seus componentes.

36 - O álcool hidratado (C2H5OH) usado como combustível apresenta em média 3,7% m de


água dissolvida em álcool puro. Calcule o valor das frações molares dos componentes do
álcool hidratado.

37 - Uma solução de ácido clorídrico tem densidade 1 g/cm3. Essa solução foi obtida pela
dissolução de 7,3 g de ácido clorídrico em 1992,7 g de água. Calcule:
a) a molalidade da solução

b) a % m/m da solução;

c) a fração molar do HCl ;

d) o volume ocupado pela solução ;


e) a concentração da solução em mol/L.

f) concentração molal

38 - Explique porque em soluções aquosas muito diluídas a molalidade é aproximadamente


igual a concentração molar.

39 - Uma lata de sardinha de 250 g tem concentração de 0,52 ppm de mercúrio.


a) Quantos gramas de Hg há nessa lata?

b) Quantos átomos de Hg estão presentes?

40 - Uma xícara de chá preto contém 0,3 mg de flúor. Se o volume de água da xícara é de 200
mL, qual a concentração em ppm de flúor nessa solução?

41 - No rótulo de uma garrafa de água mineral lê-se entre outras informações:

Conteúdo: 1,5L
Bicarbonato de sódio: 120 ppm
Calcule a massa de bicarbonato de sódio contida nesta garrafa.

19
Respostas:

1 - a) 0,1 11 - 20 %v/v 21 - a) 212 g b) 9,8 g 31 - a) 0,5 mol/L


b) 10 %m/m b) 0,5 mol/L
c)1,0 mol/L
2 - a) 7,5 g 12 - 20 mL 22 - 0,3 L 32 - a) 0,2 mol/L
b)42,5 g b) 0,2 mol/L
c) 42,6 g/L
3 - 450 g 13 - a) 12,5% 23 - 4,0 mol/L 33 - a) C
b) 0,125 b) A
c) 500 mL
d) 100g/L
4 - 200 g 14 - a) 500 g/L 24 - a) 49,36 g/L 34 - a) 0,004
b) 0,1 b) 0,2 mol/L b) 0,996
c) 10% m/m c) 3,84% m/m
5 - a) 50 g 15 - a) 100 g/L 25 - a) 150 g/L b) 0,1 35 - a) 1764,15 g/L
b) 350 g b) 0,06 c) 15 %m/v b) 18 mol/L
c) 12,5 % c) 6% m/m d) 1,4 mol/L c) (H2O) = 0,23
d) 0,125 (H2SO4) = 0,77
6- 16 - a) 50 g 26 - 1,09 mol/L 36 - (H2O) = 0,09
a) 8,0 g b) 50 g [Mg2+] = 1,09 mol/L (C2H5OH) = 0,91
b)192 g c) 500 mL [Br-] = 2,18 mol/L
c) 8,0 g d) 2,5L
d) 152 g e) 2 L
e) 40 g
f) 40 cm3
7 - 16,80 mL 17 - 27 - 3,6 mol/L 37 - a) 0,1 mol/Kg
0,1 mol/L e 9,8 g/L b) 0,36 %m/m
c) 0,0018 d) 2 L
e) 0,1 mol/L
8 - a) 590 g 18 - 1095 g 28 - a) 1,5 mol/L 39 - a) 1,3 x 10-4 g
b) 147,5 g b)150 g/L b) 3,9 x 1017 átomos de Hg
c) 442,5 g
d) 295 g
e) 1180 g
9 - 61 g 19 - 2 L 29 - a) 0,708 L 40 - 1,5 ppm
b) 706,21 g/L
c) 70,5 %m/v
d) 58 %m/m
e) 0,59
f) 3,92 mol/L
10 - 75 mL 20 - a) 0,05 mol 30 - a) 0,5 mol/L 41 - 180 mg
b) 0,1 mol b) 30 g/L
c) 0,01 mol
d) 0,023 mol
e) 0,75 mol
f) 1 mol

20
Tema 3: Diluição das soluções

Entende-se por diluição a diminuição da concentração de uma solução geralmente mediante


acréscimo de solvente

Caso 1: Desejamos preparar mL de uma solução mol/L de certa substância a partir da diluição
de uma solução mol/L. Qual será o volume da solução inicial que deverá ser utilizado?

Resolução: Sabendo que o número de mol presente na alíquota transferida é o mesmo que na
solução final, podemos usar as seguintes relações:
n alíquota = nf
Calíquota. Valíquota = Cf. Vf
Lembrando que a concentração da alíquota é a mesma que na solução inicial e o volume da
alíquota é o volume transferido
Cinicial. Vtransferido = Cf. Vf

Essa relação é muito conhecida como C1V1= C2V2


Essa fórmula pode ser usada para concentrações em diversas unidades, sendo as mais comuns
mol/L e g/L. Porém, cuidado: verifique se as unidades da fórmula se cancelam.

Caso 2: Qual será a concentração final da solução ao se fazer uma diluição?


Exemplo: Uma alíquota de mL de uma solução inicial com concentração mol/L foi diluída
para mL. Qual é a concentração da solução final?

Resolução 1: Pode-se utilizar a relação: Cinicial. Vtransferido = Cf. Vf

Resolução 2: Calcular o número de mol presente na alíquota (que será o mesmo na solução
final) e sabendo esse número de mol e o volume final, calcular a concentração final usando
C= n/V.

Atenção!
Não se pode utilizar uma regra de três comum para calcular a nova concentração obtida após a
diluição. Entretanto, pode-se utilizar uma regra de três inversa, pois o aumento do volume é
inversamente proporcional à concentração.
Ex: Suponha que uma alíquota de 250mL de uma solução 3mol/L seja diluída para 500mL.
Calcule a concentração final.

21
Usando C1V2= C2V2 Usando uma regra de três Usando regra de três inversa
comum
C2= (3x250)/500 3mol/L ---250 É feita invertendo-se uma das
C2= 1,5 mol/L x ---500 colunas
x= 6 mol/L
Correto! ERRADO! 3mol/L ---500
Se o número de mols do Uma diluição não pode causar x ---250
soluto é mantido e o aumento da concentração x= (3x250)/500
volume da solução dobra, a x= 1,5 mol/L
concentração da solução Correto!
deve cair pela metade
devido à relação C= n/V

Caso 3: Desejamos preparar 50 mL de uma solução 0,1 mol/L de HCl a partir da diluição de
uma solução 37 %m/m. Qual será o volume da solução inicial que deverá ser utilizado?

Atenção! Agora as concentrações inicial e final não tem a mesma unidade, logo não podemos
substituir os valores diretamente na equação C1V1= C2V2

Resolução 1: Reunimos todas as equações envolvidas e obtemos uma equação para o volume
a ser transferido:
Equações envolvidas:
d= m/V
m = n. MM
C = n/V (para a solução diluída)
C Título = msoluto/msolução (para a solução concentrada)

Juntando essas equações obtemos:


Vconc = [C(mol/L) diluido.Vdiluido (em litros). MMsoluto] ÷ [dconc. CTítulo conc]
Devendo a densidade estar expressa em g/L.

Resolução 2: Convertemos a concentração que está em %m/m para mol/L e então usamos a
equação
C1V1= C2V2

Convertendo %m/m para mol/L:


Na solução concentrada, temos 37 g de soluto para cada 100 g de solução. Para converter essa
concentração para mol/L, podemos:
a) Converter a massa 37 g para mol usando a relação m = n. MM
b) Converter a massa de solução (100 g) para litro usando a relação d= m/V
c) Calculamos a concentração da solução concentrada em mol/L usando C = n/V

Tendo a concentração inicial em mol/L, calculamos o volume a ser transferido usando C1V1=
C2V2

22
Lista 3: Diluição das Soluções

1 - 250 mL de solução 5,0 mol/L de ácido sulfúrico foram diluídos com água destilada, até
obtermos uma solução 2,0 mol/L. Qual o volume de água acrescentado?

2 - Diluindo-se 300 mL de solução 4,0 mol/L de H2SO4 até 400 mL, qual a concentração da
solução final em mol/L?

3 - 15 mL de uma solução de ácido sulfúrico 80% m/m e d=1,8 g/mL são diluídos com água
até 500 mL. Qual a concentração em mol/L da solução resultante?

4 - 45 g de ácido fosfórico, H3PO4 foram dissolvidos em água até completar 250 mL de


solução. A seguir esta solução foi diluída para 500 mL. Qual a concentração em mol/L da
solução final?

5 - Que volume de água devemos acrescentar a 250 mL de solução 19,8 g/L de ácido
fosfórico para torná-la 0,05 mol/L?

6 - Que volume de ácido clorídrico 0,20 mol/L poderemos obter pela diluição de 50 mL de
uma solução desse ácido, de densidade 1,2 g/mL e 36,5 % m/m?

7 - Em que proporção devemos diluir uma solução 10 mol/L para transformá-la em 0,2
mol/L?

8 - 100 mL de solução aquosa de cloreto de cálcio CaCl2, 0,60 mol/L é diluído com água até
volume final de 300 mL .Calcule a concentração molar dos íons na solução final. Considere o
grau de dissociação do sal igual a 100%.

9 - Ao se preparem 2,0 L de uma solução de ácido sulfúrico, foram gastos 19,6 g desse ácido.
Calcule a concentração em mol/L da solução após evaporação do solvente até volume final de
800 mL.

10 - Preparou-se uma solução de NaOH de concentração 16 g/L. Um volume de 500 mL


dessa solução foi aquecido. Após a evaporação do solvente, o volume final da solução era de
1/5 do volume inicial. Calcule a concentração da solução final em:

a) g/L

b) mol/L

c) %m/V

23
11 - 20 mL de H2SO4 1,0 mol/L devem ser diluídos de modo que se tenha uma solução em
que a concentração molar em íons H+ seja 0,5 mol/L. Considere a ionização completa desse
ácido. Qual o volume de água a ser acrescentado?

12 - A partir de uma solução de hidróxido de sódio na concentração de 25 g/L, deseja-se obter


125 mL dessa solução na concentração de 10 g/L. Calcule, em mililitros, o volume da solução
inicial necessário para esse processo.

13 - Uma solução 0,05 mol/L de glicose, contida em um béquer, perde água por evaporação
até restar um volume de 100 mL, passando a concentração para 0,5 mol/L. Qual é o volume
aproximado de água evaporada?

14 - Um béquer contém 10 mL de solução aquosa 0,10 mol/L de sulfato de cobre II. Deixado
em ambiente ventilado, após alguns dias restam no béquer apenas cristais do sal CuSO4.5H2O.
Que quantidade, em mol, se formou desse sal?

15 - Sulfato de cobre (CuSO4) é um sal bactericida utilizado em água de piscina. Uma piscina
tem capacidade total de 300 m3 de água:

a) Estando ela com água a 1/3 de sua capacidade total, adicionaram-se 10 kg de CuSO4. Qual
a concentração molar do sal após sua dissolução total na água da piscina?

b) Se, ao invés da adição do sal sólido, fossem bombeados 100 m3 de água já contendo o
CuSO4 numa concentração igual a 3 x 10 -3 mol/L, e completando-se, em seguida, o volume
total da piscina com água, qual, então, seria a concentração molar do sal?

16 - Em certo dia um tanque para tratamento de resíduos químicos continha, quando cheio, 3
gramas de um dado sal numa concentração de 0,5 M. Hoje a concentração deste sal no tanque
cheio é de 2,5 M. qual a massa do sal no tanque?

17 - Um dos grandes problemas das navegações do século XVI referia-se à limitação de água
potável que era possível transportar numa embarcação. Imagine uma situação de emergência
em que restaram apenas 300 litros (L) de água potável (considere-a completamente isenta de
eletrólitos). A água do mar não é apropriada para o consumo devido à grande concentração de
NaCl (25 g/L), porém o soro fisiológico (10 g NaCl/L) é. Se os navegantes tivessem
conhecimento da composição do soro fisiológico, poderiam usar a água potável para diluir
água do mar de modo a obter soro e assim teriam um volume maior de líquido para beber.

a) Que volume total de soro seria obtido com a diluição se todos os 300 litros de água
potável fossem usados para esse fim?

24
b) Considerando-se a presença de 50 pessoas na embarcação e admitindo-se uma distribuição
equitativa do soro, quantos gramas de NaCl teriam sido ingeridos por cada pessoa?

c) Uma maneira que os navegadores usavam para obter água potável adicional era recolher
água de chuva. Considerando-se que a água da chuva é originária, em grande parte, da
água do mar, como se explica que ela possa ser usada como água potável?

18 - Deseja-se preparar 9,2 litros de solução 2 mol/L de ácido sulfúrico a partir de uma
solução concentrada desse ácido que apresenta densidade igual a 1,84 g/mL e que encerra
98% de H2SO4 em massa. Qual o volume necessário do ácido sulfúrico concentrado?

19 - Uma solução constituída por 144 g de etanol em 96 g de água tem densidade de 0,891
g/mL. Calcule, em mililitros, o volume dessa solução necessário para se obter 500 mL de
solução 1,0 mol/L.

20 - A 100 g de solução de ácido sulfúrico (H2SO4) 90% m/m, são adicionados 400 g de água.
Calcule a porcentagem de ácido sulfúrico, em massa, na solução obtida.

Respostas:

1 - 375 mL 11 - 60 mL
2 - 3 mol/L 12 - 50mL
3 - 0,44 mol/L 13 - 900 mL
4 - 0,92 mol/L 14 - 1x10-3 mol
5 - 750 mL 15 - a) 6,3 x 10-4 mol/L b) 1,0 x 10-3
6 - 3000 mL mol/L
7 - Vf = 50 Vi 16 - 15 g
8 - [Ca2+] = 0,2 mol/L; [Cl-] = 0,4 mol/L 17 - a) 500 L b) 100 g c) ---
9 - 0,25 mol/L 18 - 1 L
10 - a) 80 g/L; b) 2 mol/L; c) 8 %m/v 19 - Aproximadamente 43 mL
20 - 18 g

25
Tema 4: Normalidade

As substâncias reagem recebendo ou doando, ou seja, trocando cargas, as quais podem ser
elétrons, H+ ou OH-.
Para prevermos sobre a capacidade que uma substância tem de reagir, precisamos saber a
quantidade de cargas que 1 mol dessa substância pode trocar. Ex:
1 mol de substância Quantidade em mol de cargas trocadas
1 mol de HCl 1 mol de H+
1 mol de NaOH 1 mol de OH-
1 mol de H2SO4 2 mols de H+
1 mol de NaCl 1 mol de e- (elétrons)  Perceba que para chegar a essa conclusão
podemos considerar o cátion ou o ânion
1 mol de MgCl2 2 mols de e-
1 mol de AlCl3 3 mols de e-
1 mol de Al2(SO4)3 6 mols de e-
Pensando no Al: cada Al troca 3 cargas, porém temos 2 Al e logo
podem ser trocados 6 e-
Pensando no sulfato: cada sulfato troca 2 cargas, porém temos 3
sulfatos e logo podem ser trocados 6 e-

1 mol de cargas é chamado de ―Equivalente‖. Ex:

Troca Quantidade de equivalentes por mol de substância


1 mol de HCl 1 mol de H+ 1 equivalente
1 mol de NaOH 1 mol de OH- 1 equivalente
1 mol de H2SO4 2 mols de H+ 2 equivalentes
1 mol de NaCl 1 mol de e- 1 equivalente
1 mol de MgCl2 2 mols de e- 2 equivalentes
1 mol de AlCl3 3 mols de e- 3 equivalentes
1 mol de Al2(SO4)3 6 mols de e- 6 equivalentes

Se tivermos x mols de uma substância, a quantidade total de equivalentes na amostra também


ficará multiplicada por x. Ex:

Quantidade de substância Quantidade total de equivalentes


1 mol de H2SO4 2 equivalentes
2 mols de H2SO4 4 equivalentes
3 mols de H2SO4 6 equivalentes

Perceba então que a quantidade total de equivalentes de uma amostra é dada por:

N° de equivalentes: n . carga Equação 1

Em que:
Carga= carga trocada por 1 mol da substância
n =n° de mol total da amostra

Definimos então uma medida de concentração denominada ―Normalidade‖ como sendo:

26
N (Eq/L) = (N° de equivalentes)/V Equação 2

Substituindo a equação 1 na equação 2, temos:

N (Eq/L) = (n . carga)/V

Sabendo que a molaridade é dada por C(mol/L)= n/V e substituindo na equação 3, temos:

N (Eq/L) = C(mol/L) . carga Equação 3

Em que: carga= carga trocada por 1 mol da substância


Perceba que para substâncias que trocam uma carga, como o NaOH por exemplo, a
normalidade é igual à molaridade.

Um aspecto muito importante da normalidade é:

―Equivalente reage com equivalente‖

Logo se tivermos x equivalentes de um ácido, precisaremos de x equivalentes de base para


neutralizar, não importa qual seja o ácido ou a base. Com base na Equação 2:
N° de equivalentes = N (Eq/L) . V
Então podemos escrever:

NA (Eq/L) . VA = NB (Eq/L) . VB Equação 4

Sendo que A e B indicam substâncias diferentes, que podem ser, por exemplo, um ácido e
uma base.
Logo volumes iguais de soluções que apresentam a mesma normalidade reagem
completamente.
O significado dessa reação é que:

A quantidade de equivalentes de uma substância deve ser igual à quantidade de equivalentes


de outra substância para que elas reajam completamente.

Exemplos:

1) Calcule o volume de Mg(OH)2 0,54 mol/L necessário para reagir com 15 mL de H3PO4
0,82 mol/L.

Nota: nesse caso em que as concentrações estão em mol/L, precisamos prestar atenção na
proporção molar em que as substâncias reagem, a qual é expressa pela equação química da
reação: 3 Mg(OH)2 + 2 H3PO4  6 H2O + Mg3(PO4)2
Vejamos agora como seria se estivéssemos usando normalidade:

2) Calcule o volume de Mg(OH)2 1,08 Eq/L (1,08 N) necessário para reagir com 15 mL de
H3PO4 2,46 Eq/L.

Nesse caso em que as concentrações estão em Eq/L, não precisamos nos preocupar com a
proporção molar em que as espécies reagem.
Usamos: N1 (Eq/L) . V1 = N2 (Eq/L) . V2

27
Se a proporção molar entre os reagentes na reação não é importante, não precisamos conhecer
a fórmula da substância para calcular a quantidade necessária. Por exemplo, no item 2 acima,
não precisávamos saber que se tratava de Mg(OH)2 eH3PO4.

3) Gastou-se 17 mL de uma base 1N para neutralizar completamente 20mL de um ácido


desconhecido. Qual era a concentração do ácido desconhecido?

Observe que só poderemos expressar a concentração desse ácido em unidade de normalidade.

___________________________________________________________________________

Equivalente-grama

Definimos ―Equivalente-grama‖ como a massa de um composto que possui 1 equivalente.


Ex:
Composto MM E (g)
NaOH 40 g/mol 40
H2SO4 98 g/mol 49
Fe(NO3)3 241,8 g/mol 80,6

Usando uma proporção, teríamos:


A massa de 1 mol (MM) --------- Quantidade de equivalentes em 1 mol
x ---------- 1 equivalente

Logo:
Equivalente-grama (g)= MM/carga Equação 5

A seguinte proporção também pode ser útil:

1 equivalente ------- Equivalente-grama (massa de um equivalente)


N° total de equivalentes ------- massa total

Logo:
massa total = (N° total de equivalentes) x (Equivalente-grama) Equação 6

28
Lista 4: Equivalente-grama

1 - Calcule o equivalente-grama de:


a) NaOH
b) NaNO3
c) H2C2O4
d) Mg(OH)2
e) H3PO4
f) Ca3(PO4)2

2 - Considere 1260 g de HNO3 e calcule:


a) a quantidade de matéria.
b) o número de equivalentes-grama.
c) o número de equivalentes-grama de NaOH necessário para neutralizar
completamente os 1260 g de HNO3.
d) a massa de NaOH necessária para neutralizar totalmente o ácido acima.
e) o número de equivalentes-grama e a massa de hidróxido de magnésio para neutralizar
totalmente o ácido acima.

3 - Complete os espaços vazios da tabela abaixo:

Fórmula da Massa molar E(g) Massa(g) Nº de mols Nº de


Substância (g/mol) equivalente –
grama
Ba(OH)2 0,02
CH3COOH 0,3
Fe(OH)3 0,1
Ca(CH3COO) 0,06
2
AlCl3 4,45
Fe2(SO4)3 160

4 - Tem-se uma solução de H2SO4 cuja concentração molar em íons H+ é 0,6 mol/L. Calcule:
a) sua concentração em mol/L
b) a concentração em mol/L de SO42-
c) sua concentração em eq/L e g/L

5 - Uma solução de H2SO4 possui 98% m/m e densidade 1,9 g/ml. Que volume dessa solução
deve ser usado para se preparar 500 mL de solução do mesmo ácido 1,5 eq/L?

6 - Dispõe- se , no laboratório , de uma solução de ácido clorídrico de densidade 1,2 g/mL e


36,5% m/m. Calcular o volume dessa solução que se deve utilizar para se preparar 100,0 mL
de solução de HCl 1,0 eq/L .

7 - Calcular a concentração de uma solução de HCl em eq/L sabendo-se que 5,0 mL dela
reagem completamente com 1,06 g de carbonato de sódio anidro.

29
8 - Que volume de água deve ser adicionado a 0,5 L de uma solução de ácido sulfúrico 0,1
mol/L para se obter uma solução 0,05 eq/L?

9 - Um laboratorista dispõe de uma solução 2,0 mol/L de H2SO4 e precisa de uma solução 0,5
eq/L. Determine:
a) o volume da solução inicial que ele deve diluir para obter 200 mL da solução desejada
.
b) a massa em gramas de H2SO4 presente nos 200 mL da solução desejada.
c) A concentração da solução inicial em eq/L e g/L.

Respostas:

1 - a) 40 g/eq b) 85 g/eq c) 45 g/eq


d) 29 g/eq e) 32,7 g/eq f) 51,7 g/eq

2 - a) 20 mol b) 20 eq c) 20 eq
d) 800 g e) 20 eq; 580 g

3-

Fórmula da Massa molar E(g/eq) Massa(g) Nº de mols Nº de


Substância (g/mol) equivalente –
grama
Ba(OH)2 171,3 85,65 1,71 0,01 0,02
CH3COOH 60,0 60,0 18,0 0,3 0,3
Fe(OH)3 107 35,7 10,7 0,1 0,3
Ca(CH3COO)2 158 79 4,74 0,03 0,06
AlCl3 133,5 44,5 4,45 0,033 0,1
Fe2(SO4)3 400 66,7 160 0,4 2,4

4 - a) 0,3 mol/L
b) 0,3 mol/L
c) 0,6 eq/L; 29,4 g/L

5 - 19,7 mL

6 - 8,33 mL

7 - 4 eq/L

8 - 1,5 L

9 - a) 25 mL
b) 4,9 g
c) 4 eq/L; 196 g/L

30
Tema 5: Misturas de soluções e titulação

Estaremos supondo que o solvente é sempre o mesmo e que as soluções são relativamente
diluídas, pois só nessas hipóteses é que o volume final será igual à soma dos volumes iniciais
das soluções que são misturadas.

Mistura de duas soluções de um mesmo soluto

É interessante notar que a concentração final (50 g/L) terá sempre um valor compreendido
entre as concentrações iniciais, sendo que a concentração será mais próxima da concentração
da solução que foi adicionada em maior quantidade.

Mistura de duas soluções de solutos diferentes que não reagem entre si

O volume da solução final (A + B) será: V = VA+ VB


Vamos resolver esse problema considerando cada soluto de modo independente na solução
final — isto é, como se o outro soluto não existisse. Dessa maneira, tudo se passa como se
cada solução inicial sofresse uma diluição, partindo de seu volume inicial e atingindo o
volume da mistura. Sendo assim, podemos aplicar as fórmulas da diluição.

Misturando-se 150 mL de solução 2 molar de NaCl com 250 mL de solução 1 molar de KCl,
pergunta-se:
Quais serão as molaridades da solução resultante em relação:
a) ao NaCl; b) ao KCl; c) aos íons presentes em solução.

Resolução
a) Para o NaCl: V C = V’C’
150 x 2 = 400 x C’
C’ = 0,75 mol/L
b) Para o KCl: V C = V’C’
250 x 1 = 400 x C’
C’ = 0,625 mol/L
c) Em 1 L da solução final temos 0,75 mol de NaCl que, sofrendo dissociação total,
produzirá:
NaCl  Na+ + Cl-
0,75 mol 0,75 mol 0,75 mol
Temos também 0,625 mol de KCl:
KCl  K+ + Cl-
0,625 mol 0,625 mol 0,625 mol

31
Logo: [Na+]= 0,75 mol/L [K+]= 0,625 mol/L [Cl-]= 1,375 mol/L

Mistura de duas soluções de solutos diferentes que reagem entre si

1o exemplo — Quando os solutos estão em proporção estequiométrica


Juntando-se 300 mL de HCl 0,4 molar com 200 mL de NaOH 0,6 molar, pergunta-se quais
serão as
molaridades da solução final com respeito:
a) ao ácido; b) à base; c) ao sal formado.

Resposta: [HCl]= 0,0 mol/L [NaOH]= 0,0 mol/L [NaCl]= 0,24 mol/L

2o exemplo — Quando os solutos não estão em proporção estequiométrica


Juntam-se 300 mL de HCl 0,4Me 200 mL de NaOH 0,8M. Pergunta-se quais serão as
molaridades
da solução final em relação:
a) ao ácido; b) à base; c) ao sal formado d) [Na+]. e) [Cl-]

Resposta: [HCl]= 0,0 mol/L [NaOH]= 0,08mol/L [NaCl]= 0,24 mol/L

32
Lista 5: Mistura de soluções

1 - 250 mL de solução 0,5 mol/L de HCl são misturados a 200 mL da solução do mesmo
ácido. Calcule a concentração da solução resultante em mol/L.

2 - 400 mL de solução 0,2 eq/L de ácido nítrico são misturados a 100 mL do mesmo ácido 0,5
mol/L. Calcular a concentração da solução resultante em mol/L e g/L.

3 - 200 mL de solução de ácido nítrico 3,0 mol/L são adicionados a 600 mL do mesmo ácido
5,0 mol/L.; 100 mL da solução final são, a seguir, diluídos com 800 mL de água. Qual será a
concentração molar da solução final?

4 - Para se preparar 450 mL de solução foram dissolvidos 60 g de NaCl em água. Parte dessa
solução foi aquecida, evaporando-se toda água e nada acontecendo ao sal. O resíduo final
pesou 15 gramas. Calcular o volume da solução aquecida.

5 - Calcule os volumes de soluções aquosas de H2SO4 respectivamente 1,0 eq/L e 0,6 eq/L,
necessários para o preparo de 1,0 L de solução 0,7 mol/L.

6 - Misturando-se 100 mL de solução 0,10 mol/L de cloreto de cálcio com 100 mL de solução
0,20 mol/L de cloreto de magnésio. Considerando a dissociação do sal igual a 100%. Calcule:

a) [Ca2+]
b) [Mg2+]
c) [Cl-]

7 - 100 mL de solução 0,3 mol/L de cloreto de cálcio foram misturados com 200 mL de
solução de nitrato de cálcio 0,2 mol/L. Calcule na solução resultante a concentração molar dos
íons presentes.

8 - 200 mL de solução de ácido sulfúrico 0,1 mol/L são misturados a 200 mL de ácido
clorídrico 0,1 mol/L. Calcule na solução resultante a concentração, em mol/L, dos íons
presentes.

9 - Foram misturados 200 mL de solução de sulfato de sódio 0,5 mol/L com 1,0 L de solução
0,7 mol/L da mesma substância. A seguir, adicionaram-se 800 mL de água. Calcule a
concentração molar dos íons presentes na solução final.

10 - Dois frascos, A e B, contém, respectivamente, soluções 0,5 mol/L e 3,0 mol/L de ácido
nítrico . Usando apenas estas soluções, calcule que volume de cada solução que você deve
usar para preparar 150 mL de solução 1,0 mol/L de ácido nítrico.

11 - 50 mL de solução de hidróxido de sódio reagem completamente com 20 mL de HCl 3,0


mol/L. Pede-se:

a) a reação do processo.
b) a quantidade de matéria e a massa reagente do NaOH
c) concentração da solução NaOH em mol/L.

33
12 - 15 mL de uma solução de ácido nítrico 0,1 mol/L neutralizam completamente 10,0 mL de
uma solução de hidróxido de sódio .Pede-se :
a) a equação da reação do processo.
b) A concentração em mol/L da solução de NaOH.
c) A concentração em g/L da solução de NaOH

13 - 25 mL de ácido clorídrico, de densidade 1,2 g/mL e contendo 18% m/m de HCl , são
neutralizados por 30 mL de solução de NaOH .Qual a concentração desta solução de NaOH
em eq/L e em mol/L .

14 - Que massa de carbonato de sódio é necessária para neutralizar 12 mL de ácido sulfúrico


0,5 eq/L?

15 - Que massa de carbonato de sódio é necessária para se preparar 500 mL de solução 0,5
mol/L? Que volume desta solução neutralizam 125 mL de solução de um monoácido 0,2
mol/L?

16 - Foram colocados 2,0 mL de ácido nítrico comercial em um balão volumétrico de 50 mL


completando-se esse volume com água .10,0 mL dessa foram neutralizados com 15,0 mL de
uma solução 0,01mol/L de hidróxido de sódio .Qual a concentração em mol/L do ácido nítrico
comercial?

17 - Em uma titulação, adicionam-se 40,0 mL de Mg(OH)2 0,4 eq/L a 30,0 mL de HNO3 para
completa neutralização .Calcule a concentração do ácido utilizado e do sal formado em eq/L .

18 - 25,0 mL de uma amostra de vinagre comercial contendo ácido acético (CH3COOH)


foram diluídos com água e o volume completado para 250 mL Uma alíquota de 50 mL dessa
solução consumiu 22 mL de uma 0,2 mol/L de hidróxido de sódio para neutralizar o ácido.
Calcule a % m/v do ácido acético no vinagre comercial.

19 - Um acidente ecológico resultou no lançamento de uma substância básica nas águas de


um lago. Uma alíquota de 25,0 mL de água desse lago foi neutralizada com 32,50 mL ácido
clorídrico 3,65% m/v .Calcular a concentração da base em eq/L na água analisada.

20 - O produto farmacêutico, popularmente chamado de antiácido, pode ser preparado á base


de bicarbonato de sódio (NaHCO3).Esse produto é usado para reduzir a acidez estomacal
provocada pelo excesso de ácido clorídrico,de acordo com a reação :
NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2
Se ingerirmos 2,10 g de bicarbonato de sódio, que massa de ácido será neutralizada no
estômago?

21 - Cada mL de leite de magnésia contém 0,06 g de Mg(OH)2. Quantos mols de HCl do


sulco gástrico são neutralizados, quando uma pessoa ingere 25 mL de magnésia?

22 - Um acidente biológico resultou num lançamento de substância ácida nas águas de um rio.
Uma alíquota de 20,0mL de água desse rio foi neutralizada com 25,0 mL de hidróxido de
sódio a 4% p/v. A concentração, em eq/L, do ácido existente na água analisada do rio é igual
a:

34
23 - A 1,05 g de carbonato de cálcio adicionam-se 25,0 mL de solução aquosa de ácido
clorídrico. Observa-se efervescência e dissolução parcial do sal, sobrando 0,55 g sem reagir.
Qual a molaridade da solução de ácido clorídrico?

24 - Um laboratório analisou a água de um rio que fora contaminado com o efluente ácido de
uma empresa, verificando que uma alíquota de 20,00 mL foi neutralizada com 37,50 mL de
solução de hidróxido de sódio a 800 mg/L. Calcule a concentração em eq/L de ácido na água
analisada do rio.

25 - 20 mL de uma solução de hidróxido de sódio são neutralizados por 50 mL de uma


solução 0,10 molar de ácido clorídrico. Calcule:
a) a molaridade da solução de hidróxido de sódio.

b) a concentração da solução de hidróxido de sódio, em g/L

26 - 15 mL de uma solução de ácido fosfórico são neutralizados por 30 mL de uma solução de


hidróxido de sódio 0,15 eq/L. A normalidade do ácido e sua concentração em gramas por litro
são:

27 - 20 mL de uma solução 0,5 eq/L de NaOH foram diluídos com água destilada até um
volume de 100mL. A seguir, 25 mL dessa solução foram misturados a 25 mL de solução de
H2SO4 0,2 N contendo duas gotas de fenolftaleína. Dizer se a solução final é ácida, básica ou
neutra e a sua cor.

28 - 25g de hidróxido de sódio impuro são dissolvidos em água suficiente para 500 mL de
solução. Verifica-se, a seguir, que uma alíquota de 25 mL dessa solução gasta, na titulação,
12,5mL de ácido sulfúrico de concentração igual a 2 eq/L. .Qual a porcentagem de pureza do
hidróxido de sódio? Admita que as impurezas não reajam como o ácido sulfúrico.

29 - 20 mL de solução de Ca(OH)2 de concentração 10-2 mol/L são acrescentados a 20 mL de


solução de HCl 5 x 10-2 mol/L.
a) A mistura final é ácida ou básica? Justifique sua resposta.
b) Qual a molaridade em íons H+ e OH– da solução obtida? Considere que [H3O+][OH-]= 10-14

30 - Uma amostra de 2,0g de um calcário (CaCO3 impuro) consome 120 mL de uma solução
0,1 mol/L de H3PO4. Qual a porcentagem de pureza do calcário?

31 - Em um copo de 500 mL são misturados 100 mL de ácido clorídrico 1,00 molar em 100
mL de hidróxido de sódio 0,50 molar. Determine se a solução resultante no copo é básica,
ácida ou neutra

35
Respostas:

1 - 0,5 mol/L
2 - 0,26 mol/L; 16,4 g/L
3 - 0,5 mol/L
4 - 112,5 mL
5 - 1,4 L e 2,33 L
6 - a) 0,05 mol/L b) 0,1 mol/l c) 0,3 mol/L
2+
7 - [Ca ] = 0,23 mol/L; [Cl ] = 0,2 mo/L; [NO3-] = 0,27 mol/L
-

8 - [Cl-] = [SO42-] = 0,05 mol/L; [H+] = 0,15 mol/L


9 - [Na+] = 0,8 mol/L; [SO42-] = 0,4 mol/L
10 - VA = 120 mL; VB = 30 mL
11 - b) 0,06 mol e 2,4 g; c) 1,2 mol/L;
12 - b) 0,15 mol/L; c) 6,0 g/L
13 - 4,93 eq/L e 4,93 mol/L
14 - 0,318 g
15 - 26,5 g e 25 mL
16 - 0,375 mol/L
17 - 0,53 eq/L e 0,23 eq/L
18 - 5,28% m/v
19 - 1,3 eq/L
20 - 0,913 g
21 - 0,052 mol
22 - 1,25 eq/L
23 - 0,4 mol/L
24 - 0,0375 eq/L
25 - a) 0,25 mol/L; b)10 g/L
26 - 0,3 eq/L e 9,8 g/L
27 - ácida; incolor
28 - 80%
29 - a) ácida; b) [H+] = 0,015 mol/L; [OH-] = 6,67 x 10-13 mol/L
30 - 90%
31 - ácida

36
Tema 6: Propriedades coligativas

Introdução: Mudanças de fase para substâncias puras

Pressão ou (tensão) máxima de vapor de um líquido é a pressão exercida por seus vapores
(vapores saturados) quando estes estão em equilíbrio dinâmico com o líquido.

OBS: a pressão máxima de vapor de um líquido, a uma dada temperatura, não depende das
quantidades de líquido e de vapor presentes.

* Aumentando-se a temperatura, as partículas do líquido se agitam mais; e, em consequência,


o líquido evapora mais intensamente, produzindo então maior pressão de vapor.

* Líquidos mais voláteis do que a água (forças intermoleculares mais fracas) , como o álcool
comum, o éter comum, etc., evaporam-se mais intensamente, resultando maiores pressões
máximas de vapor à mesma temperatura.
* ―um líquido entra em ebulição quando a pressão máxima de seus vapores (p0) torna-se igual
à pressão externa — que, no caso de um recipiente aberto, é a pressão atmosférica local‖.

* Uma vez que um líquido entra em ebulição quando sua pressão de vapor se iguala a pressão
atmosférica, um líquido entrará em ebulição a uma temperatura mais baixa quanto menor for a
pressão externa.
Exemplo: ebulição da água a altas altitudes e uso da panela de pressão. OBS: no nível do mar
a pressão atmosférica é considerada 1 atm (uma atmosfera) = 1,034 bar.

Diagrama de fases

* Em um gráfico de pressão X T (diagrama de fases), deve-se prestar especial atenção


1) Nas regiões do gráfico (estados físicos determinados por elas)
2) Nas curvas traçadas (regiões de mudança de fase)
3) No ponto triplo. O ponto triplo da água é exatamente 273,16 kelvin (0,01 °C) e a pressão é
611,73 pascal (cerca de 0,006 bar)
* OBS: cada substância apresenta um diagrama de fases diferente

37
* Exemplo: A diminuição da temperatura de fusão do gelo com o aumento da pressão é o que
torna a patinação no gelo possível
* Para muitas substâncias, o gráfico de pressão X T para a fusão é uma reta quase vertical. A
grande inclinação dessa reta revela que a alteração da pressão exerce pouca influência sobre a
temperatura de fusão.

A análise da estrutura molecular dos estados físicos da água ajuda a compreender como a
variação de pressão pode favorecer um determinado estado físico.

Curiosidade: Quando a temperatura da água é aumentada de 0°C até 4°C, ela sofre
diminuição de volume, uma vez que a estrutura aberta típica do gelo deixa de existir. Após
4°C, a elevação da temperatura da água provoca expansão do seu volume, devido à dilatação
térmica. Assim, a 4°C, tem-se a água em sua maior densidade (1,00 g/cm³ a 25°C e 1,03
g/cm³ a 4°C). Esse comportamento da água torna a vida aquática possível nos lagos
congelados, nos quais o gelo fica na superfície e tem-se água no estado líquido no fundo do
lago.

Propriedades coligativas

Propriedades coligativas das soluções são propriedades que dependem apenas do número de
partículas dispersas na solução, independentemente da natureza dessas partículas.

38
Diminuição da pressão máxima de vapor do solvente (Tonoscopia ou tonometria)

Quando um soluto é adicionado a um líquido, suas partículas estabilizam o mesmo por


deixarem o sistema mais desorganizado. Ou seja, o aumento da entropia pela dissolução do
soluto torna menos necessário o aumento da entropia por evaporação.

Aumento da temperatura de ebulição do solvente (Ebulioscopia ou ebuliometria)

Esse fenômeno ocorre como consequência direta da diminuição da pressão de vapor, pois será
necessário o aumento da temperatura para que mais vapor se forme, igualando a pressão de
vapor do líquido à pressão atmosférica

Exemplos: 1) esse efeito é a razão pela qual podemos esquentar um café em banho maria sem
que ele ferva. 2) esse efeito é a razão pela qual a água em ebulição pára de ferver ao
adicionarmos açúcar na mesma

Diminuição da temperatura de solidificação do solvente (Crioscopia ou criometria)

Quando adicionamos um soluto em um líquido, o mesmo atrapalha a organização das


moléculas a fim de se obter o estado sólido ―organizado‖. Consequentemente, será necessária
uma temperatura mais baixa para que isso ocorra.

Exemplo: 1) Esse fato explica porque uma garrafa de suco congela a uma temperatura mais
baixa que uma de água.
2) Esse fato explica porque o sal é usado para eliminar o gelo de ruas em países frios
3) Podemos preparar gelo que atinja temperaturas inferiores à 0°C se colocarmos água com
açúcar no freezer.
4) Colocando sal no gelo utilizado para gelar cerveja, o gelo se derrete. Isso aumenta a
superfície de contato entre a latinha de cerveja e a água gelada, mas não diminui a
temperatura do gelo, a menos que se esteja utilizando um freezer.

O gráfico ao lado representa a


diminuição da temperatura de
congelamento da água após adição de
soluto e o aumento da temperatura de
ebulição após adição de soluto.

39
Relação entre o efeito coligativo e a concentração

Em uma solução bastante diluída de um soluto qualquer, não volátil e não iônico, o efeito
coligativo (abaixamento da pressão máxima de vapor, aumento da Te ou diminuição de Tc) é
diretamente proporcional à molalidade da solução.

OBS: No caso de solutos iônicos, as propriedades coligativas dependerão da quantidade de


íons liberados na dissolução do sal.

p/po = Kt.W (abaixamento) e = Ke.W (aumento) c= Kc.W


(Lei de Raoult)

Sendo p/po a variação relativa da pressão máx de vapor, e a variação da temperatura de
ebulição c a variação da temperatura de congelamento e W é a molalidade (mol de soluto
por quilo de solvente)

Osmose (Osmoscopia ou osmometria)

Quando há diferença de concentração de um soluto em um solvente (exemplo: um pouco de


açúcar no fundo de um copo), existe uma tendência natural do soluto se difundir igualando as
concentrações. Porém, se o soluto é impedido de se distribuir uniformemente (através de uma
membrana semipermeável- permeável ao solvente e impermeável ao soluto) então o solvente
deverá passar pela membrana de forma a igualar as concentrações. Esse movimento do
líquido se chama osmose.

Pressão osmótica é a pressão exercida sobre a solução para impedir sua diluição pela
passagem do solvente puro através de uma membrana semipermeável.
Em temperatura constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à molaridade (mol
por volume) da solução.

Obs: devido à pressão exercida pela coluna do líquido, o solvente não se transfire
integralmente para a região com soluto.

Em molaridade constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à temperatura


absoluta da solução.

40
Isso torna a equação da pressão osmótica semelhante a lei dos gases ideais: PV=nRT

Exemplos
1) Hidratação de frutas cristalizadas ao serem colocadas na água
2) Subida da água pelo caule das flores
3) Verduras ficam murchas ao se colocar sal nas mesmas (os sapos e lesmas podem ser
mortos do mesmo modo)
4) Sal usado para preservar carnes (atua eliminando água da carne e de possíveis
microorganismos)
5) Peixes de água doce podem morrer ao serem colocados em água salgada (os peixes de água
salgada já são adaptados)

Alguns termos relacionados:

Solução hipertônica: Solução que está mais concentrada em soluto que o meio;
Solução hipotônica: Solução que está menos concentrada em soluto que o meio;
Solução Isotônica: Solução cuja concentração de soluto é igual a do meio.

Osmose reversa
Na osmose reversa, aplica-se uma pressão extra contra a membrana de forma a forçar a
passagem da água do lado mais concentrado para o lado menos concentrado. Esse processo é
muito usado para se obter água pura a partir da água do mar. Uma das maiores instalações
para obtenção de água por esse processo está em Jubail na Arábia Saudita.

41
Lista 6: Propriedades coligativas

1 - As curvas de pressão de vapor de éter dietílico (A) e etanol (B) são dadas a seguir:

a) Quais os pontos de ebulição destas substâncias na


cidade de São Paulo (Pressão atmosférica = 700 mm
Hg)?
b) A 500 mm Hg e 50 ºC, qual é o estado físico de
cada uma dessas substâncias? Justifique.

2 - Considere o diagrama de fases do dióxido de carbono (CO2):

a) Em que estado físico se encontra o


dióxido de carbono nos pontos I, II, III
e IV?
b) Quais os estados físicos presentes nas
curvas B — A, C — A, D — A?
c) Indique a temperatura (ºC) e pressão
(atm) em que o CO2 existe
simultaneamente nos três estados físicos e
dê o nome do ponto indicado pela letra A.
d) Por que o CO2 é um gás nas condições
ambientes?

3 - A variação das pressões de vapor HCCl3 e H5C2Cl com a temperatura é mostrada no


gráfico abaixo: Considerando a pressão de 1 atmosfera:

a) A que temperatura cada substância


entrará em ebulição?
b) Qual é o efeito da adição de um
soluto não volátil sobre a pressão de
vapor das substâncias?

4 - Considere as seguintes soluções aquosas:


A - solução 0,5 molar de C12H22O11 (sacarose)
B - solução 0,5 molar de CO(NH2)2 (uréia)
C - solução 1 molar de C6H12O6 (glicose)
Compare as pressões máximas de vapor de A, B e C.

5 - Numa mesma temperatura, foram medidas as pressões de vapor dos três sistemas a seguir.

X = 100 g de benzeno;
Y = 5,00 g de naftaleno dissolvidos em 100 g de benzeno (MM do naftaleno = 128 g/mol);
Z = 5,00 g de naftaceno dissolvidos em 100 g de benzeno (MM do naftaceno = 228 g/mol);

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Os resultados, para esses três sistemas, foram: 105,0; 106,4 e 108,2 mm Hg, não
necessariamente nessa ordem. Qual valor corresponde a pressão de vapor de cada um dos
sistemas: X, Y e Z?

6 - O gráfico a seguir representa as curvas de pressão de vapor de alguns solventes, genéricos,


em função da temperatura.

a) Qual é o solvente mais volátil? Por


quê?
b) Qual a temperatura de ebulição do
solvente B ao nível do mar?

7 - As pressões de vapor dos líquidos A e B, em função da temperatura, estão representadas


no gráfico a seguir:

a) Sob pressão de 1,0 atm, qual a


temperatura
de ebulição de cada um desses líquidos?
b) Qual dos líquidos apresenta maior pressão
de vapor a 50 ºC e qual o valor aproximado desta
pressão?

8 - Acredita-se que os cometas sejam "bolas de gelo" que, ao se aproximarem do sol,


volatilizam-se parcialmente à baixa pressão do espaço. Qual das flechas do diagrama a seguir
corresponde à transformação citada?

9 - Considere os seguintes sistemas:


I - Água pura

43
II - Solução aquosa 0,1 mol/L de glicose
III -Solução aquosa 0,1 mol/L molar de KCl

a) Associe cada um dos sistemas a uma das curvas Pv do gráfico a seguir:

b) Numa mesma temperatura, qual dos sistemas apresenta a menor pressão de vapor?
c) Para um mesmo valor de Pv, qual dos sistemas se encontra em uma temperatura maior?
d) A adição de um soluto não-volátil aumenta ou diminui a pressão máxima de vapor de um
solvente? Justifique.

10 - Três panelas, A, B e C, contêm água pura. Em A é adicionada uma colher de areia. Em B


é adicionada uma colher de açúcar. Em C nada é adicionado. As três panelas e seus conteúdos
são aquecidos até a fervura do líquido. Em quais panelas a ebulição ocorrerá na mesma
temperatura? Justifique.

11 - Considere as soluções A, B e C, obtidas pela dissolução de três solutos não-voláteis em 1


litro de solução, cujas características são resumidas na tabela a seguir:

a) Ordene as pressões de vapor


medidas para as soluções A, B e C.
Justifique a ordem proposta.
b) Se as soluções A, B e C forem
congeladas, qual delas apresentará o
ponto de congelamento mais baixo?
Justifique.

12 - Volumes iguais de duas soluções, sendo uma


glicose (solução I) e outra de sacarose (solução
II), são postos em contato através de uma
membrana semipermeável (permeável à água e
não permeável à glicose e sacarose). Com o
passar do tempo, houve alteração no nível de
líquido dos compartimentos conforme mostrado
no esquema ao lado. Com base nessas
informações indique qual solução apresenta,
inicialmente, a maior pressão osmótica.
JUSTIFIQUE.

44
13 - Uma série de soluções foi preparada
dissolvendo-se diferentes massas de sacarose
em 1000 g de H2O. Essas soluções foram
resfriadas e as suas temperaturas de
congelamento, determinadas. Os resultantes
obtidos encontram-se descritos no gráfico a
seguir. Com relação às soluções R e S,
indicadas no gráfico, a afirmativa
INCORRETA é:

a) a pressão de vapor da solução R é maior que a da solução S, numa dada temperatura.


b) a temperatura de ebulição da solução S é maior que a da solução R.
c) adicionando-se sacarose à solução S, a sua temperatura de ebulição aumentará.
d) evaporando-se 10% do solvente da solução S, a sua pressão de vapor aumentará.

14 - Motores de automóveis refrigerados a água normalmente apresentam problemas de


funcionamento em regiões muito frias. Um desses problemas está relacionado ao
congelamento da água de refrigeração do motor. Admitindo que não ocorra corrosão, qual das
ações a seguir garantiria o maior abaixamento de temperatura do início do congelamento da
água utilizada num sistema de refrigeração com capacidade de 4 (quatro) litros de água?
Justifique.

a) Adição de 1 mol de glicerina na água, que não irá se ionizar.


b) Adição de 1 mol de sulfato de sódio na água.
c) Adição de 1 mol de nitrato de sódio na água.

15 - As hemácias apresentam mesmo volume quando estão no sangue ou em solução aquosa


de NaCl 9 g/L (solução isotônica). No entanto, quando as hemácias são colocadas em solução
aquosa de NaCl mais diluída (solução hipotônica) elas incham, podendo até arrebentar. Esse
processo chama-se hemólise. O gráfico a seguir apresenta curvas da pressão de vapor (Pv),
em função da temperatura (t) para soluções aquosas de diferentes concentrações de NaCl.

a) Qual das curvas representa a solução de


NaCl que pode ser usada para o processo de
hemólise? Justifique sua resposta, utilizando a
propriedade coligativa adequada.
b) Com o objetivo de concentrar 2 litros da
solução isotônica, evapora-se cuidadosamente
10% de seu volume. Determine a
concentração, em g/L, da solução resultante.

16 - Em dois recipientes idênticos foram colocados volumes iguais de água pura (frasco A) e
de uma solução 0,2 mol/L de sacarose em água (frasco B). Esses frascos foram colocados sob
uma redoma de vidro completamente fechada e mantidos a temperatura constante.

45
a) COMPARE as temperaturas de ebulição dos líquidos
colocados inicialmente nos frascos A e B. JUSTIFIQUE
sua resposta.
b) Observa-se, com o transcorrer do tempo, que o volume
do líquido no frasco A diminui e que, no frasco B, aumenta.
JUSTIFIQUE essas observações considerando os processos
de evaporação e de condensação que ocorrem em cada
frasco.

Respostas:

1 - a) éter: 35 ºC; etanol: 78 ºC; b) éter: gás; etanol: líquido.


2 - a) I - sólido; II- líquido; III - gasoso; IV - gasoso; b) B — A: sólido gasoso,
C — A: sólido líquido, D — A: líquido gasoso; c) t = –56,6 ºC; P = 5,1 atm;
ponto triplo.
d) Seu ponto triplo está acima de 1 atm;
3 - a) H5C2Cl: 15 ºC; HCCl3: 65 ºC; b) diminui a pressão de vapor
4 - PVA = PVB > PVC;
5 - Y = 105,0; Z = 106,4; X = 108,2.
6 - a) A é o mais volátil porque apresenta a maior pressão de vapor para qualquer
temperatura indicada.
b) 80 °C;
7 - a) A = 60 ºC; B = 70 ºC; b) A = 0,7 atm;
8 - flecha C.
9 - a) I - A; II - B; III – C; b) III; c) III ; d) Diminui a pressão de vapor. A
adição de um soluto não-volátil diminui a vaporização do solvente;
10 - A e C, pois terão a mesma pressão de vapor.
11 - a) PA = PB > PC; b) Solução C. Apresenta maior número de partículas
(concentração) por unidade de volume (efeito crioscópico).
12 - Solução II.
13 - d)
14 - Ação b. 1 mol de sulfato de sódio produzirá uma maior quantidade de partículas na
solução e um maior abaixamento na temperatura de congelamento da água.
15 - a) A. Por apresentar maior Pvapor estará menos concentrada. b) 10 g/L
16 - a) A temperatura de ebulição da água pura é menor, pois a adição de um soluto
não-volátil em água, aumenta o ponto de ebulição dessa. b) Com o tempo os dois
líquidos tendem a possuir a mesma pressão de vapor e para isso parte do líquido do
frasco A evapora e condensa-se no frasco B, a fim de abaixar a concentração desse e,
consequentemente aumentar a pressão de vapor.

46
Tema 7: Termoquímica

Conceito: Termoquímica é o estudo das quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante


as reações químicas

Os processos físicos e químicos geralmente ocorrem com liberação ou absorção de energia.

Processos que liberam calor são denominados EXOTÉRMICOS. Por exemplo, queima de
combustíveis, condensação e solidificação.
Em geral, basta provocarmos uma reação exotérmica para que ela se inicie e prossiga sozinha

Já os processos ENDOTÉRMICOS são os que absorvem calor, como por exemplo:


a decomposição de materiais, a evaporação e fusão.
Uma reação endotérmica ocorre somente quando fornecemos continuadamente o calor de que
ela necessita,

Caloria é a quantidade de calor necessária para elevar em 1grau a temperatura de 1 g de água.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Calorímetros são aparelhos usados para medir a quantidade de calor que é liberada ou
absorvida numa transformação física ou química. No calorímetro de água, provocando uma
reação química dentro da água do calorímetro, a água se aquece. Pela elevação da temperatura
da água, podemos calcular a quantidade de calor que é liberada pelo corpo ou pela reação.

c= calor específico (cal/g.°C); m= massa (g); = variação da temperatura (°C), Q= calor
envolvido (cal)
Ex: a massa da água usada no calorímetro x o calor específico da água x a variação da
temperatura da água é igual ao calor recebido pela água.
Consideramos que o calor absorvido pela água é o mesmo liberado pela amostra. (calorímetro
isolado)
Sabendo o calor liberado pela massa de amostra colocada no calorímetro, podemos calcular a
quantidade de calor liberada por mol da substância.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Toda e qualquer substância possui certa quantidade de energia interna armazenada em seu
interior, parte na forma de energia química (nas ligações entre os átomos, na coesão entre as
moléculas, etc.) e parte na forma de energia térmica (nos movimentos de translação, rotação e
vibração de átomos e moléculas). Se a energia total dos produtos é maior que a energia total
dos reagentes, é necessário haver absorção de energia para que a reação ocorra e vice-versa.

Primeira Lei da Termodinâmica: Em um sistema isolado, a quantidade total de energia é


constante.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

47
Entalpia

Pode-se definir: A variação da entalpia é a medida da quantidade de calor liberada ou


absorvida pela reação, a pressão constante.

Reação exotérmica Reação endotérmica


H= Hprod-Hreag H= Hprod-Hreag
H<0 H>0

Entalpia e espontaneidade das reações químicas


Geralmente os processos que absorvem energia (H>0) não são espontâneos e os processos
que liberam energia H<0 são espontâneos. Mas na verdade a espontaneidade dos processos é
determinada pelo G.

Fatores que influem nas entalpias

Quantidade de matéria
A quantidade de calor liberada ou absorvida em uma reação depende das quantidades dos
reagentes e dos produtos que participam da reação. Por convenção, considera-se que o valor
de H, escrito ao lado de uma equação química, seja referente às quantidades em mols
escritas na equação; por exemplo, a equação:
2 H2(g) + O2(g) 2 H2O (v)H = -485,8 kJ
Se a equação for multiplicada ou dividida por um número, o mesmo acontecerá com a
quantidade de calor;

Estado físico das substâncias envolvidas


Para a equação 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O (v) por exemplo, mais energia poderá ser liberada se a
água for produzida em um estado físico menos energético

Influência do estado alotrópico


Ex:
• carbono, como grafite ou diamante;
• enxofre, monoclínico ou rômbico;
• fósforo, branco ou vermelho;
• oxigênio, como gás oxigênio (O2) ou ozônio (O3).

48
Influência da dissolução
Comumente as substâncias absorvem ou liberam energia durante a dissolução. Assim o H de
reação dependerá se a substância envolvida está ou não dissolvida.

Influência da temperatura na qual se processa a reação


A temperatura influencia sobre o H da reação porque para um dado aumento de temperatura,
o aumento da energia dos produtos é diferente do aumento da energia dos reagentes.

Influência da pressão
Grandes alterações da pressão podem causar alterações do H de reações que envolvem
substâncias gasosas.

Equação termoquímica é a equação química à qual acrescentamos a entalpia da reação e na


qual mencionamos todos os fatores que possam influir no valor dessa entalpia.

Estado padrão
Na Termoquímica é interessante escolher um nível de referência para os valores da entalpia e
atribuir a ele o valor zero. Isso é feito dizendo-se que: Um elemento ou composto químico
está no estado padrão quando se apresenta em seu estado (físico, alotrópico ou cristalino)mais
comum e estável, puro, a 25°C e a 1 atm de pressão. Toda substância simples (ou seja,
constituída por um único elemento químico), no estado padrão, tem entalpia igual a zero.

As entalpias de reações podem ser calculadas por três caminhos: 1) Pela entalpia de formação
2) Pela energia de ligação e 3) Pela lei de Hess

Entalpia (ou calor) padrão de formação de uma substância (H°f )


Entalpia (ou calor) padrão de formação de uma substância é a variação de entalpia verificada
na formação de 1 mol da substância, a partir das substâncias simples correspondentes, estando
todas no estado padrão.
Exemplos:

O conhecimento das entalpias padrão de formação das substâncias é muito importante, pois
permite calcular as variações de entalpia das reações químicas das quais essas substâncias
participam.
Ver tabelas de entalpias de formação.

Usando H°f

Exemplo: NH3 (g) + HBr (g)  NH4Br (s), conhecendo as seguintes entalpias padrão de
formação, em kJ/mol: NH3 (g) =-45,9; HBr (g) =-36,3; NH4Br (s) =-270,8.

Hreação= H°f (NH4Br(s)) – (H°f NH3(g)) -H°f (HBr(g)) = -270,8 +45,9 +36,3
Obtem-se H=-188,6 kJ/mol

Ou seja, o raciocínio é semelhante à lei de Hess (matéria a seguir): é como se a reação se


processasse por duas etapas: 1) decomposição dos reagentes às substâncias simples
correspondentes (por isso usamos )

49
– (H°f reagentes) (troca-se o sinal do H°f reagentes) e depois ocorresse a formação dos
produtos a partir das substâncias simples (por isso usamos + (H°f produtos) (mantem-se o
sinal do H°fprodutos))

Hreação= + (H°f produtos) – (H°f reagentes)

Calor de combustão
É a variação de entalpia (quantidade de calor liberada) verificada na combustão total de 1 mol
de uma determinada substância, supondo-se no estado padrão todas as substâncias envolvidas
nessa combustão.

Calor de neutralização
Calor de neutralização é a variação de entalpia (quantidade de calor liberada) verificada na
neutralização de 1 mol de H" do ácido por 1 mol de OH- da base, supondo-se todas as
substâncias em diluição total ou infinita, a 25 °C e 1 atm. Quando o ácido e a base são ambos
fortes, a entalpia de neutralização é constante e vale aproximadamente -57,9 kJ/mol (devido a
reação H+ + OH- OH-) . Se o ácido e/ou a base forem fracos, parte da energia, que seria
liberada pela reação, é gasta no trabalho de ionização.

Energia de ligação

Energia de ligação é a variação de entalpia (quantidade de calor absorvida) verificada na


quebra de 1 mol (6 . 1023) de uma determinada ligação química, supondo-se todas as
substâncias no estado gasoso, a 25 °C e 1 atm. Quanto maior é a energia de ligação, mais forte
é a ligação, ou seja, é mais difícil quebrá-la.

Usando a energia de ligação para o cálculo do Hreação


Exemplo

2HI(g) + Cl2(g) 2HCl(g) +I2(g)

Hreação= + H das ligações quebradas no reagente (gasto de energia p/ quebrar) -


H das
ligações formadas nos produtos (a energia é liberada na formação)

Hreação= +2(298,4) + 242 – 2(430,9) -150,9 = -173,9kJ

50
OBS: Se usássemos o H°f para calcular esse Hreação obteríamos:
Sendo: H°f (HI)=25,9kJ/mol; H°f (HCl)=-92,3kJ/mol; H°f (Cl2)=0 kJ/mol, H°f (I2)=0
kJ/mol
Hreação= 2x(-92,3) -2x25,9 = -236,4 kJ/mol que representa um erro de 26,4%
O elevado erro obtido se deve ao fato de as energias de ligações tabeladas serem energias
médias de ligação. Na verdade, as energias de ligação entre dois átomos variam de molécula
para molécula e dependem dos outros átomos na vizinhança e da geometria da molécula.
Devido a seus altos erros, esse método está em desuso.

Lei de Hess

A variação de entalpia (quantidade de calor liberada ou absorvida) em uma reação química


depende apenas dos estados inicial e final da reação (a entalpia é função de estadob).
Costuma-se dizer: o H independe do caminho percorrido durante a reação.

Exemplo:

Conseqüências da lei de Hess


1) As equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações matemáticas
2) Invertendo uma equação termoquímica, devemos trocar o sinal de H
3) Multiplicando (ou dividindo) uma equação termoquímica por um número diferente de
zero, o valor de H será também multiplicado (ou dividido) por esse número

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Conteúdo extra

Poder Calorífico Superior (P.C.S.) e Poder Calorífico Inferior (P.C.I.)

Ao se realizar a combustão de um determinado combustível, a água pode ser liberada na


forma líquida ou na forma vapor. Ex:
C2H5OH + 3O2 2CO2 + 3H2O(l) ou C2H5OH + 3O2 2CO2 + 3H2O(v)
Se a água for liberada na forma de vapor, parte da energia que poderia ser liberada pela reação
é gasta para conversão da água líquida em água vapor. Assim, a quantidade de energia
liberada pela reação será inferior.

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Denominamos Poder Calorífico Inferior (P.C.I.) a energia liberada por uma reação na qual a
água é obtida na forma vapor e Poder Calorífico Superior (P.C.S.) a energia liberada por uma
reação na qual a água é obtida na forma líquida.

Entalpia (compreendendo o conceito)

Quando uma queima, por exemplo, é realizada em ambiente aberto (ou seja, a pressão
constante), os gases produzidos são obrigados a empurrar o ar atmosférico (é realizado um
trabalho de expansão). Esse trabalho é tanto maior quanto maior for a variação de volume (ΔV
) e a pressão atmosférica, o que origina a fórmula: T = P . V . Esse trabalho de expansão
deverá ser ―descontado‖ da energia liberada pela reação (para obtermos a energia ―útil‖
liberada), resultando no final um ―saldo‖ menor de energia útil liberada. Essa quantidade de
energia liberada para o meio a pressão constante é chamado entalpia (H ).

52
Lista 7: Termoquímica

1 - As bolsas térmicas consistem, geralmente, de dois invólucros selados e separados, onde


são armazenadas diferentes substâncias químicas. Quando a camada que separa os dois
invólucros é rompida, as substâncias neles contidas misturam-se e ocorre o aquecimento ou
resfriamento. A seguir estão representadas algumas reações químicas que ocorrem após o
rompimento da camada que separa os invólucros com seus respectivos ΔH°.

I. CaO(s) + SiO2(s) CaSiO3(s) ΔH° = - 89,50 kJ/mol


II. NH4NO3(s) + H2O(l) NH4+(aq) + NO3-(aq) ΔH° = + 25,69 kJ/mol
III. CaCl2(s) + H2O(l) Ca2+(aq) + 2 Cl-(aq) ΔH° = - 82,80 kJ/mol

Analise as reações e os valores correspondentes de ΔH° e correlacione, adequadamente, as


reações com as bolsas térmicas quentes ou frias.

2 - À temperatura de 25°C, as reações de combustão do etanol e do hexano podem ser


representadas por estas equações:

C2H5OH(ℓ) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(ℓ) ΔH = –1,4.103 kJ/mol


C6H14(ℓ) + 19/2 O2(g) → 6 CO2(g) + 7 H2O(ℓ) ΔH = – 4,2 x 103 kJ / mol

Considerando-se essas informações, calcule qual massa de etanol, C2H5OH, é necessária para
gerar a mesma quantidade de calor liberada na queima de 1 mol de hexano, C6H14.

3 - uma vela é feita de um material com composição C20H42. A reação de combustão desse
material pode ser representada pela equação química a seguir:

C20H42(s) + 61/2 O2(g) 20 CO2(g) + 21 H2O(g) ΔH = -13000 kJ

Classifique a reação acima, em exotérmica ou endotérmica, e calcule a quantidade de calor


envolvida na combustão de 10,0 g dessa vela.

4 - A formação do SO2(l) é um processo exotérmico. O diagrama que representa corretamente


as energias envolvidas na formação de SO2(l) e SO2(g) é:

53
5 - O diagrama a seguir representa as variações de entalpia para as interconvenções da água
no estado gasoso, no estado líquido e as suas substâncias formadoras.

Analisando o diagrama, classifique as alternativas abaixo em VERDADEIRAS ou FALSAS:

a) H de formação de água líquida, a partir de suas substâncias formadoras, é dado por f;


b) a representa um processo endotérmico;
c) o valor de d pode ser obtido por (e - a) ecorresponde à energia fornecida a H2O(s) para levá-
la a H2O(liq);
d) a variação de entalpia para a obtenção de água no estado gasoso a partir de suas substâncias
formadoras é maior que para obtê-la no estado líquido, a partir dos gases hidrogênio e
oxigênio, uma vez que a quantidade de energia de uma amostra de água no estado gasoso é
maior que quando essa mesma amostra está no estado líquido;
e) e é o valor do H de vaporização da água líquida;
f) e e f são numericamente idênticos, porém, representem processos endotérmico e
exotérmico, respectivamente.

6 - Considere o seguinte diagrama de entalpia, envolvendo o dióxido de carbono e as


substâncias elementares diamante, grafita e oxigênio.

Considerando esse diagrama, assinale a afirmação FALSA.


a) A transformação do diamante em grafita é exotérmica.
b) A variação de entalpia na combustão de 1 mol de diamante é igual a -394 KJ mol-1.
c) A variação de entalpia na obtenção de 1 mol de CO2(g), a partir da grafita, é igual a -394
kJ.mol-1.
d) A variação de entalpia na obtenção de 1 mol de diamante, a partir da grafita, é igual a 2
kJ.mol-1.

7 - Na tabela, são dados os valores de entalpia de combustão do benzeno, carbono e


hidrogênio.

Substância Calor de combustão


C6H6(l) - 3268 kJ.mol-1
C(s) - 394 kJ.mol-1
H2(g) - 286 kJ.mol-1

Calcule a entalpia de formação do benzeno, em kJ/mol, a partir de seus elementos.

54
8 - Combustíveis orgânicos liberam CO2, em sua combustão. O aumento da concentração de
CO2‚ na atmosfera provoca um aumento do efeito estufa, que contribui para o aquecimento do
planeta. A tabela a seguir informa o valor aproximado da energia liberada na queima de
alguns combustíveis orgânicos, a 25°C.

Combustível Fórmula Energia liberada (kJ.mol-1)


Etanol C2H5OH 1400
Metano CH4 900
Metanol CH3OH 730
n-octano C8H18 5600

Qual é o combustível que apresenta o maior quociente energia liberada/quantidade de CO2


produzido?

9 - Com a chegada dos carros com motor Flex, que funcionam tanto com álcool quanto com
gasolina, é importante comparar o preço do litro de cada um desses combustíveis. Supondo-se
que a gasolina seja octano puro e o álcool, etanol anidro, as transformações que produzem
energia podem ser representadas por:

C8H18(l) + 25/2 O2(g) 8 CO2(g) + 9 H2O(g) + 5100kJ


C2H5OH(l) + 3 O2(g) 2 CO2(g) + 3 H2O(g) + 1200kJ

Considere que, para o mesmo percurso, idêntica quantidade de energia seja gerada no motor
Flex, quer se use gasolina, quer se use álcool. Nesse contexto, qual será quociente entre o
preço do litro de álcool e do litro de gasolina, para que, em termos econômicos, seja
indiferente usar álcool ou gasolina?

Combustível Massa molar (g/mol) Densidade (g/mL)


Octano 114 0,7
Etanol 46 0,8

10 - O fósforo branco e o fósforo vermelho são alótropos do


elemento fósforo. O arranjo estrutural dessas moléculas é
tetraédrico, com átomos de P em cada vértice. A energia de
dissociação do fósforo branco, P4, é 1260 kJ/mol. Qual é o valor
médio, em kJ/mol, previsto para a energia de ligação P-P no fósforo
branco?

11 - Baseado na tabela a seguir, contendo valores de entalpias de ligação, em kJ/mol, calcule a


variação de entalpia que ocorre na combustão completa de 1 mol de butano, em fase gasosa.

Ligação Entalpia de Ligação /


kJ.mol-1
C-H 412
C-C 348
C=O 743
O=O 484
O-H 463

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12 - Os valores de energia de ligação entre alguns átomos são fornecidos no quadro a seguir:

Ligação Entalpia de Ligação /


kJ.mol-1
C-H 413
C=O 804
O=O 494
O-H 463

Considerando a reação representada por: CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(v).


Calcule o valor aproximado do ΔH dessa reação.

13 - O carbeto de tungstênio (WC) é usado em brocas de perfuração de poços de petróleo. A


medição experimental do calor de formação do WC é tarefa difícil devido à alta temperatura
em que a reação ocorre. Entretanto, o calor de formação do WC pode ser calculado a partir
dos calores de combustão das substâncias abaixo:
W(s) + 3/2 O2(g) WO3(s)H = - 840 kJ/mol
C(grafite) + O2(g) CO2 (g) H = - 394 kJ/mol
WC(s) + 5/2 O2(g) WO3(s) + CO2(g)H = - 1196 kJ/mol

a) Calcule o calor de formação do WC.


b) A reação de formação do WC é endotérmica ou exotérmica? Justifique.

14 - Dadas as equações termoquímicas a seguir:

CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(g)H = - 820 kJ/mol


CH4(g) + CO2(g) 2 CO(g) + 2 H2 (g)H = + 206 kJ/mol
CH4(g) + H2O(g) CO(g) + 3 H2(g) H = + 247 kJ/mol

Calcule a variação de entalpia envolvida na reação abaixo, em kJ/mol de CH4.

2 CH4(g) + 3 O2(g) 2 CO(g) + 4 H2O(g)H = ?

15 - A respiração celular é um processo vital e ocorre por meio de reações químicas. Um


exemplo pode ser a conversão da glicose (C6H12O6) em ácido pirúvico (C3H4O3), por meio da
reação:
C6H12O6(s) + O2(g) → 2 C3H4O3(s) + 2 H2O(l)

Considere as reações a 25°C e 1 atm:

C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O(l)H = - 2808 kJ/mol


C3H4O3(s) + 5/2 O2(g) → 3 CO2(g) + 2 H2O(l)H = - 1158 kJ/mol

56
Calcule a energia envolvida na formação do ácido pirúvico a partir de 1 mol de glicose.

16 - O zinco metálico é obtido em indústria metalúrgica a partir do óxido de zinco, um


minério deste metal, conforme a reação representada pela equação a seguir:

ZnO(s) + C(s)CO(g) + Zn(s)

Analise as figuras a seguir, que fornecem dados para a obtenção de zinco metálico.

Com base nos dados fornecidos, calcule o ΔH da reação de obtenção de Zn (s), em kJ/mol.

17 - A reação de síntese da amônia, processo industrial de grande relevância para a indústria


de fertilizantes e de explosivos, é representada pela equação:

N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)H = - 90 kJ/mol

Ligação Entalpia de Ligação /


kJ.mol-1
H-H 435
N-H 390

A partir dos dados fornecidos, calcule qual o valor da entalpia de ligação contida na molécula
de N2.

18 - O gás hilariante (N2O) tem características anestésicas e age sobre o sistema nervoso
central, fazendo com que as pessoas riam de forma histérica. Sua obtenção é feita a partir de
decomposição térmica do nitrato de amônio (NH4NO3), de acordo com a seguinte reação:

NH4NO3(s) N2O(g) + 2 H2O(l)

As entalpias de formação das substâncias N2O, H2O e NH4NO3são respectivamente: +19,5


Kcal/mol, -57,8 Kcal/mol e -87,3 Kcal/mol. Calcule a variação de entalpia (ΔH), em Kcal,
para a reação de decomposição do nitrato de amônio.

19 - O gás natural (metano) é um combustível utilizado, em usinas termelétricas, na geração


de eletricidade, a partir da energia térmica liberada na combustão

CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2 H2O(g) ΔH = –800 kJ/mol

Em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, está em fase de instalação uma


termelétrica que deverá ter, aproximadamente, uma produção de 2,4 x 109 kJ/hora de energia

57
elétrica. Considere que a energia térmica liberada na combustão do metano é completamente
convertida em energia elétrica. Nesse caso, qual a massa aproximada de CO2 é lançada na
atmosfera por hora?

20 - Recentemente, um grupo de pesquisadores anunciou um processo para produzir


hidrogênio a partir da reação, catalisada por platina, de açúcares com água.

a) Escreva a equação balanceada da reação da sacarose, C12H22O11(s), com água líquida em


que são produzidos, além do hidrogênio H2(g), dióxido de carbono, CO2(g), e metano, CH4(g).
Suponha que, a partir de 1 mol de sacarose, se produza 1 mol do metano.

b) Observe este quadro:

Substância C12H22O11(s) CH4(g) H2(g) CO2(g) H2O(l)


ΔHf / - 2222 - 75 0 - 394 -286 Co
(kJ/mol) nsi
der
ando os valores de ΔHf de formação a 25 °C dados nesse quadro, calcule a variação de
entalpia da reação (ΔH), indicada na letra a) desta questão.

Respostas:

1 - I. quente, II. Fria, III. quente. 11 - ΔH = - 2264 kJ/mol


2 - 138 g 12 - ΔH = - 820 kJ/mol
3 - Exotérmica; 461 kJ 13 - a) - 38 kJ/mol; b) Exotérmica, pois
4 - a) ΔH < 0
5 - VVFFFV 14 - ΔH = -584 kJ/mol
6 - b) 15 - ΔH = -492 kJ/mol
7 - +46 kJ.mol-1 16 - ΔH = +243 kJ/mol
8 - Metano 17 - 945 kJ/mol
9 - 2/3 18 - ΔH = -8,8 kcal/mol
10 - 210 kJ.mol-1 19 - 132 toneladas/hora
20 - a) --- b) ΔH = +959 kJ/mol

58
Tema 8: Cinética Química

As reações químicas podem ocorrer com diferentes velocidades: Ex: explosão, formação do
petróleo ou do diamante, corrosão metálica, combustão, reações ácido-base, etc.
Frequentemente, desejamos controlar a velocidade das reações acelerando determinadas
reações ou atrasando outras. Por isso é importante que conheçamos os fatores que influenciam
as velocidades das reações. Ex: redução da velocidade das reações de corrosão metálica ou de
decomposição de alimentos, aceleração da velocidade de processos industriais.
Cinética química= é o estudo da velocidade das reações químicas e dos fatores que influem
nessa velocidade
Velocidade da reação= é a medida da variação da quantidade de um reagente (ou produto) ao
longo do tempo
Se para cada mol de reagente são produzidos n mols de produto, o aumento da concentração
do produto será n vezes maior que a diminuição da concentração do reagente. Por isso, para
obtermos um mesmo resultado para a velocidade média de reação, independentemente de
fazermos o cálculo baseados no produto ou no reagente, deveremos normalizar o mesmo pelo
coeficiente da espécie.
Velocidade média = [produto]/υ t Velocidade média = -[reagente]/ υ t
Em que υ é o coeficiente da espécie na reação.
Ex: Para a reação aA + bB  cC + dD podemos expressar a velocidade da reação
como
v=

O sinal negativo no caso do reagente é importante porque a concentração final do reagente é


menor do que a concentração inicial. Ou seja, a concentração dos reagentes diminui com o
tempo enquanto a concentração dos produtos aumenta. Ver gráfico abaixo.
Ex: para a reação a seguir a variação da concentração de CO2 em um dado intervalo de tempo
é o dobro da variação da concentração de C2H5OH no mesmo intervalo de tempo. Assim para
obtermos o mesmo resultado para a velocidade dessa reação, qualquer que seja a substância
cuja concentração está sendo monitorada, precisamos normalizar a variação da concentração
da substância com o tempo pelo coeficiente dessa substância na reação.
C2H5OH (l) + 3 O2(g) 2 CO2 (g) + 3 H2O(l)

59
Velocidade instantânea= é o valor para o qual tende a velocidade média quando os
intervalos de tempo vão se tornando cada vez menores.
De um modo geral a velocidade instantânea das reações diminui com o tempo de reação
devido à concentração cada vez menor dos reagentes.
A velocidade instantânea de uma reação pode ser obtida pela inclinação da reta tangente à
curva []xt no tempo de interesse. Lembre-se de normalizar o resultado pelo coeficiente dessa
substância na reação.

(Cuidado: a velocidade não pode ser obtida simplesmente pela concentração em um dado
tempo dividida por esse tempo, esse procedimento para obter inclinação só dá certo para retas
que passam pela origem. )
OBS: Não devemos confundir espontaneidade das reações com velocidade de reações.
Algumas reações que são espontâneas ocorrem muito lentamente.
Fatores que influenciam a velocidade das reações
Para que as reações ocorram, é necessário que haja uma quantidade apreciável de colisões
entre os reagentes suficientemente energéticas e com orientação favorável (colisões efetivas).
Ex: H2(g) + I2(g) 2HI(g)

- A superfície de contato entre os reagentes Ex: estado físico dos reagentes, o fato de os
reagentes estarem dissolvidos ou não, a granulometria dos reagentes, o fato de os reagentes
(ex líquidos) serem ou não miscíveis. Ex: 1) comprimido efervescente inteiro e moído em
água. 2) Corrosão de uma barra de ferro e de uma palha de aço
- O tipo de reagente Ex Reagentes que possuem ligações mais fortes reagirão mais
lentamente

60
- A concentração dos reagentes Quanto maior a concentração dos reagentes, maior é a
probabilidade de ocorrer choques entre eles. Ex Abanamos uma churrasqueira para aumentar
a concentração de O2. O processo seria ainda mais pronunciado se usássemos O2 puro.
Uma vez que os reagentes são consumidos ao longo da reação, a velocidade de reação diminui
com o tempo.

- o aumento da pressão (equivalente ao aumento da concentração) Ex: compressão do vapor


de gasolina no motor de um automóvel
- O aumento da temperatura O aumento da temperatura aumenta o número e a energia de
colisões efetivas. Ex: necessidade de aumento de temperatura para cozinhar alimentos.
Usamos geladeira e freezer para diminuir a velocidade das reações de decomposição dos
alimentos.
- Outras formas de energia: Ex: luz, eletricidade
- O uso de catalisadores. Os catalisadores aumentam a velocidade de reação, pois fazem com
que a reação ocorra de um modo para o qual a energia de ativação da reação é menor. O
catalisador reage durante o processo, porém não é consumido, pois é também regenerado,
sendo liberado para catalisar novamente.

Mecanismo de atuação do catalisador


Reação global (com alta energia de ativação): A-B + C-D  A-C + B-D
Reações com catalisador (E-F) (etapas com baixa energia de ativação)
A-B + E-F (catalisador)A-E + B-F Etapa 1
A-E + B-F + C-D  A-C + B-D + E-F (catalisador) Etapa 2

61
Cálculo da velocidade de reação para uma reação elementar (que ocorre em uma só
etapa)
Para uma reação elementar genérica aA + bB  cC + dD temos v= k[A]a[B]bLei
da velocidade
A lei da velocidade é uma expressão que fornece a velocidade instantânea da reação em
função da concentração das espécies em um dado instante.
Dizemos que a ordem de reação é a em relação a A e b com relação a B. A ordem global de
reação é a+b
A constante k (constante de velocidade) depende de todos os fatores que influenciam a
velocidade das reações e principalmente da temperatura, mas não depende da concentração
das espécies. Quanto maior o valor de k, mais rápido será o consumo dos reagentes durante a
reação.
Numa dada reação a velocidade aumenta tanto quando aumentamos um reagente quanto
quando aumentamos o outro, pois, ao aumentarmos qualquer deles, a probabilidade de colisão
entre os reagentes aumenta.
Ex: H2(g) + I2(g) 2HI(g) temos: v= k[H2][I2]

Reações que ocorrem em mais de uma etapa


Para reações que não ocorrem em uma única etapa, a lei de velocidade não poderá ser prevista
a partir da equação química e deverá ser verificada experimentalmente.
É possível que a ordem de uma reação seja zero com relação à determinada espécie (o que
significa que essa espécie aparece com expoente zero na lei de velocidade ou que
simplesmente a velocidade da reação não depende dessa espécie). É também possível que a
ordem de reação seja negativa, o que significa que a concentração da referida espécie aparece
no denominador da lei de velocidade. Algumas reações podem até mesmo ter ordens
fracionárias.
NO2(g) + CO (g) NO (g) + CO2(g)
• 1a etapa: 2 NO2(g) NO3(g) + NO (g) (etapa lenta)
• 2a etapa: NO3(g) + CO(g) NO2(g) + CO2(g) (etapa rápida)

62
A lei de velocidade para essa reação é:
V= k[NO2]2 (determinada pela etapa lenta)

Obtendo a lei de velocidades a partir de dados experimentais


Ex: Questão 29 da lista de exercícios:
A reação redox que ocorre entre os íons brometo (Br-) e bromato (BrO3-) em meio ácido,
formando o bromo (Br2) é representada pela equação.

BrO3-(aq) + 5 Br -(aq) + 6 H + (aq) 3 Br2 + 3 H2O (l)

Um estudo cinético dessa reação em função das concentrações dos reagentes foi efetuado, e os
dados obtidos estão listados na tabela a seguir:

Considerando as observações experimentais, qual será a lei de velocidade para a reação?


___________________________________________________________________________
- os dados podem ser usados para o cálculo de k
- tendo k e a lei de velocidade, podemos calcular v para concentrações dadas.
Ou seja, se a ordem com relação a uma espécie é n, ao multiplicarmos a concentração dessa
espécie por x a velocidade da reação fica multiplicada por xn. Ou em outras palavras:
Se multiplicarmos a concentração de uma espécie por x, a velocidade da reação fica
multiplicada por xn em que n é a ordem da reação com relação a essa espécie.
Ex: Se a lei de reação é v=k[A]1[B]2[C]3 e as respectivas concentrações forem ―a‖, ―b‖ e ―c‖,
teremos: v1= kab2c3. Se a concentração de C for dobrada, teremos v2= kab2(2c)3 = kab28c3 =
8kab2c3. Logo v2= 8v1.

63
Lista 8: Cinética Química

1 - A relação a seguir mostra a variação da concentração de uma substância A, em função do


tempo, em uma reação química: a A + b B ⇄ c C + d D

Qual será o valor da velocidade


média da reação de A
correspondente ao intervalo entre 4
e 14 minutos?

2 - Durante a realização de um experimento de decomposição da amônia (NH3), um estudante


montou uma tabela que apresenta o número de mol dos participantes em função do tempo.
Utilizando as informações, resolva:

a) Indique os valores numéricos


correspondentes às letras a, b, c, d, e, f, g que
completam corretamente a tabela.
b) Construa um gráfico representando o
número de mol dos participantes da reação
na ordenada e o tempo, em minutos, na
abscissa.
c) Determine a velocidade média de consumo da amônia (NH3) e de formação do N2 e do H2.
d) Determine a velocidade média da reação.

3 - A formação do dióxido de carbono (CO2) pode ser representada pela equação:

C(s) + O2(g)  CO2(g)

Se a velocidade de formação do CO2 for de 4 mol/minuto, qual será o consumo de oxigênio,


em mol/minuto?

4 - A combustão do butano corresponde à equação: C4H10 + 6,5 O2 4 CO2 + 5 H2O


Se a velocidade da reação for 0,05 mol butano/minuto, qual a massa de CO2 produzida em
meia hora? (C = 12, H = 1, O = 16).

5 - Considere o diagrama abaixo para a seguinte reação: Br + H2⇄ HBr + H

Quais os valores da entalpia da reação e a energia de


ativação para a reação acima?

64
6 - Em presença de ar e à mesma temperatura, o que queima mais rapidamente: 1 kg de carvão
em pó ou 1 kg de carvão em pedaços? Justifique sua resposta.

7 - O gráfico a seguir representa as variações das massas de um pequeno pedaço de ferro e de


uma esponja de ferro (palha de aço usada em limpeza doméstica) expostos ao ar (mistura de
nitrogênio (N2), oxigênio (O2) e outros gases, além de vapor d’água).

a) Por que as massas da esponja e do pedaço de ferro


aumentam com o tempo?
b) Qual das curvas diz respeito à esponja de ferro?
Justifique.

8 - Observe os diagramas 1 e 2 representativos de uma mesma reação química:

Para cada curva do diagrama 1 há


uma curva correspondente no diagrama
2. Quais curvas representam a reação
na presença de um catalisador?
Explique.

9 - Considere as reações elementares:


a) 2 HCl(g) H2(g) + Cl2 (g)
b) H2(g) + I2(g) 2 HI (g)
c) 2 CO (g) + O2(g) 2 CO2 (g)
d) 2 NH3 (g)  N2 (g) + 3 H2 (g)
e) N2(g) + 3 H2(g)  2 NH3(g)
Escreva as equações de velocidade dessas reações.

10 - A hidrazina (N2H4) é utilizada, junto com alguns dos seus derivados, como combustível
sólido nos ônibus espaciais. Sua formação ocorre em várias etapas:
a) NH3(aq) + OCl–(aq) NH2Cl(aq) + OH–(aq) (rápida)
b) NH2Cl(aq) + NH3(aq) N2H5+(aq) + Cl–(aq) (lenta)
c) N2H5+(aq) + OH–(aq)  N2H4(aq) + H2O(l) (rápida)
Qual é a expressão de velocidade para a reação de formação da hidrazina?

11 - Uma certa reação química é representada pela equação: 2 A(g) + 2 B(g)C(g), em que A,
B e C significam as espécies químicas que são colocadas para reagir. Verificou-se
experimentalmente numa certa temperatura que a velocidade desta reação quadruplica com a

65
duplicação da concentração da espécie A, mas não depende das concentrações das espécies B
e C. Qual é a expressão da velocidade e o valor correto da ordem da reação acima?

12 - Os dados da tabela a seguir referem-se à decomposição do aldeído acético:

X CH3CHO(g) Produtos

em que X é o coeficiente do aldeído acético.

Qual é a equação da velocidade para essa


equação?

13 - Foram obtidos os seguintes dados experimentais para a reação X + Y  Z:

Qual o valor da constante de


velocidade dessa reação?

14 - Seja a reação: X  Y + Z. A variação na concentração de X em função do tempo é:

Determine a velocidade média da reação


no intervalo de 2 a 5 minutos.

15 - Amostras de magnésio foram colocadas em soluções de ácido clorídrico a diversas


concentrações e temperaturas, havendo total dissolução do metal e desprendimento de
hidrogênio gasoso. Observaram-se os seguintes resultados:

a) Em qual dos casos a velocidade


média da reação foi maior?
b) Em qual dos casos desprendeu-se
maior quantidade de hidrogênio?
Mostre como você chegou a essas
conclusões.

16 - Considere a reação A ⇄ B que pode ocorrer nos dois sentidos. Sabendo que as energias
de ativação para a reação de formação e de decomposição de B, representadas nos sentidos
() e () nessa equação, são respectivamente 25,0 e 30,0 kJ/mol, qual será a variação de
energia (ΔH) da reação direta? Justifique sua resposta com o auxílio de um gráfico.

66
17 - Três experimentos foram realizados para investigar a velocidade da reação entre HCl
aquoso diluído e ferro metálico. Para isso, foram contadas, durante 30 segundos, as bolhas de
gás formadas imediatamente após os reagentes serem misturados. Em cada experimento,
usou-se o mesmo volume de uma mesma solução de HCl e a mesma massa de ferro, variando-
se a forma de apresentação da amostra de ferro e a temperatura. O quadro indica as condições
em que cada experimento foi realizado:

Qual é o número dos experimentos na


ordem crescente do número de bolhas
observadas.

18 - As curvas I e II representam caminhos possíveis para a reação de hidrogenação do


propeno.

a) Indique a curva que corresponde ao caminho da


reação mais rápida.
b) Escreva o fator responsável por essa diferença de
velocidade.
c) Compare as energias dos complexos ativados
formados nos dois caminhos da reação.

9 - Soluções aquosas de água oxigenada (H2O2) decompõem-se, dando água e gás oxigênio. A
figura que segue representa a decomposição de três soluções de água oxigenada em função do
tempo, sendo que uma delas foi catalisada por óxido de ferro (III) (Fe2O3).

a) Qual das curvas representa a reação


mais lenta? Justifique em função do
gráfico.
b) Qual das curvas representa a reação
catalisada? Justifique em função do
gráfico.

20 - Experimentalmente, observou-se que a velocidade de formação da substância C, através


da reação:
2 A(g) + B(g)  C(g)

é independente da concentração de B e quadruplica quando a concentração de A é dobrada.


Qual é a expressão de velocidade (v) da reação?

21 - A equação X + 2 YXY2 representa uma reação, cuja equação da velocidade é:

v = k [X] [Y]

67
Indique o valor da constante de velocidade, para a reação dada, sabendo que, quando a
concentração de X é 1 mol/L e a de Y é 2 mol/L, a velocidade da reação é de 3 mol/L.m:

22 - A reação: NO2(g) + CO(g) CO2(g) + NO(g) é de segunda ordem em relação ao NO2(g) e de


ordem zero em relação ao CO(g). Em determinadas condições de pressão e temperatura, essa
reação ocorre com velocidade v. Se triplicarmos a concentração de NO2(g) e duplicarmos a
concentração de CO(g), a nova velocidade de reação v1 será quantas vezes o valor de v?

23 - A tabela que segue indica valores das velocidades de reação e as correspondentes


concentrações em mol/L dos reagentes em idênticas condições, para o processo químico
representado pela equação, qual é a equação da velocidade desse processo?

3X+2Y Z+5W

24 - Acredita-se que a decomposição do NO2Cl envolve um mecanismo de duas etapas:


NO2Cl  NO2 + Cl
NO2Cl + Cl  NO2 + Cl2
Qual seria a lei de velocidade experimental observada, se a primeira etapa fosse lenta e a
segunda fosse rápida?

25 - Uma das reações que pode ocorrer no ar poluído é a reação do dióxido de nitrogênio,
NO2, com o ozônio, O3.
NO2(g) + O3(g) NO3(g) + O2(g)

Os seguintes dados foram coletados nessa reação, a 25ºC:


Concentração Inicial de NO2 Concentração Inicial de O3 Velocidade Inicial
(mol dm-3) (mol dm-3) (mol dm-3 s-1)
5,0 x 10-5 1,0 x 10-5 0,022
5,0 x 10-5 2,0 x 10-5 0,044
-5 -5
2,5 x 10 2,0 x 10 0,022

a) Qual a lei de velocidade para essa reação?


b) Qual o valor da constante de velocidade (dê também as unidades corretas)?

26 - A 27ºC, a reação 2 NOCl  2 NO + Cl2 exibe a seguinte dependência da velocidade com


a concentração:

68
Concentração Inicial de NOCl Velocidade Inicial
(mol dm-3) (mol dm-3 s-1)
0,30 3,60 x 10-9
0,60 1,44 x 10-8
0,90 3,24 x 10-8

a) Qual a lei de velocidade para a reação?


b) Qual a constante de velocidade?
c) De que fator deveria aumentar a velocidade, se a concentração inicial do NOCl fosse
aumentada de 0,30 para 0,45 mol/L?

27 - Com relação aos dados experimentais na tabela a seguir, relativos à reação:


Cl2(aq) + 2 Fe2+(aq) 2 Cl-(aq) + 2 Fe3+(aq)

Número do [Cl2] [Fe+2] Velocidades iniciais


Experimento Inicial Inicial relativas
1 0,10 1,0 1,0
2 0,20 1,0 2,0
3 0,10 0,5 0,5
4 0,05 0,05 0,025

Qual a expressão da Lei da Velocidade dessa reação?


28 - O aspartame é um adoçante usado em bebidas lácteas dietéticas. A reação de degradação
do aspartame nessas bebidas apresenta cinética de primeira ordem em relação a sua
concentração. O gráfico a seguir relaciona a velocidade de degradação do aspartame com a
concentração, nas temperaturas de 4°C e 20°C.

Dois frascos A e B tem a mesma concentração inicial de aspartame, 200 mg/L, mas o
primeiro está armazenado a 20°C e o segundo a 4°C. Determine a razão entre as constantes de
velocidade da reação de degradação do aspartame nos frascos A e B. Justifique sua resposta.

29 - A reação redox que ocorre entre os íons brometo (Br-) e bromato (BrO3-) em meio ácido,
formando o bromo (Br2) é representada pela equação.

69
BrO3-(aq) + 5 Br -(aq) + 6 H + (aq) 3 Br2 + 3 H2O (l)

Um estudo cinético dessa reação em função das concentrações dos reagentes foi efetuado, e os
dados obtidos estão listados na tabela a seguir:

Considerando as observações experimentais, qual será a lei de velocidade para a reação?

30 - A equação: 2 A + B Produtos representa uma determinada reação química que ocorre


no estado gasoso. A lei da velocidade para esta reação depende da concentração de cada um
dos reagentes, e a ordem parcial desta reação a cada um dos reagentes é igual aos respectivos
coeficientes estequiométricos. Seja v1 a velocidade da reação quando a pressão parcial de A e
B é igual a pA e pB, respectivamente, e v2 a velocidade da reação quando essas pressões
parciais são triplicadas. Qual é o valor correto da razão v2/v1?

31 - O gráfico mostrado abaixo foi construído com dados obtidos no estudo da decomposição
de iodeto de hidrogênio, a temperatura constante.

a) Em qual dos quatro trechos assinalados na curva ocorre com maior velocidade média?
b) O que se pode concluir a respeito da reação no trecho IV?

32 - Em dois experimentos, massas iguais de ferro reagiram com volumes iguais da mesma
solução aquosa de ácido clorídrico, à mesma temperatura. Num dos experimentos, usou-se
uma placa de ferro; no outro, a mesma massa de ferro, na forma de limalha. Nos dois casos, o
volume total de gás hidrogênio produzido foi medido, periodicamente, até que toda a massa
de ferro fosse consumida. Assinale a alternativa cujo gráfico melhor representa as curvas do
volume total do gás hidrogênio produzido em função do tempo.

70
33 - O gráfico a seguir refere-se às curvas de distribuição de energia cinética entre um mesmo
número de partículas, para quatro valores diferentes de temperatura T1, T2, T3 e T4. Note que
as áreas sob cada uma das curvas são idênticas, uma vez que são proporcionais aos números
de partículas.

As transformações químicas serão tanto mais rápidas quanto maior for o número de colisões
possíveis. Mas isso depende não só do valor do número de colisões, mas também do valor
mínimo da energia, chamado energia de limiar ou de ativação (por exemplo, a energia E
indicada no gráfico). Assim, coloque as temperaturas indicadas no gráfico em ordem
decrescente. Justifique sua resposta.

34 - A reação em solução aquosa: I - + OCl - Cl - + OI -

tem uma velocidade de reação que depende da basicidade da solução. Essa velocidade foi
estudada, observando-se o comportamento resumido na tabela:

Experiência Concentração (mol/L) Velocidade


[I -] [OCl -] [OH -] (mol.L-1s-1)
1 a b c V1
2 2a b c v2 = 2 v1
3 2ª 2b 2c v3 = 2 v1
4 a b 2c v2 = v1/2

a) Descreva como cada reagente afeta a velocidade da reação.


b) Indique a velocidade da reação quando as concentrações [I-], [OCl-] e [OH-] forem,
respectivamente, 2a, 3b e 4c.

35 - A conversão do haleto (CH3)3C-Cl no álcool correspondente ocorre em duas etapas:

a) Escreve a equação da reação total.

71
b) Supondo que a reação total seja exotérmica e considerando as informações dadas sobre as
duas etapas, esboce o gráfico da energia versus a coordenada da reação.
c) Em soluções diluídas, a rapidez da reação total depende apenas da concentração do haleto.
Explique por que a rapidez dessa reação não depende da concentração do íon hidróxido.

36 - A reação entre o monóxido de nitrogênio, NO (g), e o cloro, Cl2 (g), produz NOCl (g), numa
seqüência de duas etapas. Na primeira etapa, que é rápida, o monóxido de nitrogênio
dimeriza-se, formando a espécie ON-NO (g):

Etapa 1 2 NO (g)ON-NO(g)ΔH = - 159 kJ/mol

Na segunda etapa, que é lenta, ON-NO (g) reage com cloro, Cl2 (g), produzindo NOCl (g) :

Etapa 2 Cl2 (g) + ON-NO (g)2 NOCl (g) ΔH = 84 kJ/mol

a) Escreva a equação balanceada da reação global entre o monóxido de nitrogênio e o cloro,


na qual se produz o NOCl (g).
b) Construa um gráfico qualitativo, mostrando a variação da energia versus a coordenada da
reação (caminho da reação) para as duas etapas desse processo.
c) Indique qual é a etapa (1 ou 2) determinante da reação. Justifique sua resposta.

37 - O pentóxido de dinitrogênio, N2O5, um gás incolor, se decompõe para formar dióxido de


nitrogênio, NO2, um gás avermelhado, e oxigênio, conforme representado pela equação:

2 N2O5 (g) 4 NO2 (g) + O2 (g)

a) Cite uma propriedade física cuja medida pode ser utilizada para determinar, em um sistema
fechado, a velocidade de decomposição do N2O5. Justifique sua resposta.
b) O gráfico a seguir descreve a fração de N2O5presente em um sistema fechado, mantido a
50°C, em função do tempo de observação da reação.

Esboce no gráfico acima, uma curva que pode representar a decomposição do N2O5(g)a 25°C.
Justifique sua resposta.

72
Respostas:

1 - 0,40 mol. L–1.min–1


2 - a) a = 0 ; b = 0 ; c = 4; d = 2; e = 6; f = 2 ; g = 6 b)
c) V(NH3) = 0,2 mol/min ; V(N2) = 0,1 mol/min ;
V(H2) = 0,3 mol/min
d) Vm = 0,1 mol/min
3 - 4 mol/minuto.
4 - 264 g.
5 - Entalpia de reação: 25 kcal/mol;
Energia de ativação: 28 kcal/mol.
6 - 1 kg de carvão em pó; maior superfície de contato;
7 - a) Ocorre oxidação - o oxigênio do ar incorpora-se ao produto sólido.
b) Curva B. Num mesmo intervalo de tempo ocorreu um aumento mais significativo da
massa, ou seja, a
velocidade da reação é maior.
8 - curvas B e C. Curva B: mais rápida, Curva C: menor energia de ativação.
9 - a) v = k . [HCl]2; b) v = k . [H2] [I2]; c) v = k.[CO2]2.[O2]; d) v = k.[NH3]2 ; e) v = k .
[N2].[H2]3
10 - v = k [NH2Cl] [NH3]
11 - e) v = k [A]2 e ordem da reação = 2.
12 - c) v = k [CH3CHO]2;
13 - k = 0,2;
14 - 0,1 mol . L–1 . min–1;
15 - a) amostra IV
b) amostra I. Quanto maior a massa de Mg que reage, maior será a quantidade de H2
produzido:
Mg + 2 HCl  MgCl2 + H2
16 - A variação da energia é de 5 kJ e o seu ΔH = –5 kJ.

17 - II, I, III;
18 - a) curva I ; b) catalisador ; c) EII > EI.
19 - a) Curva 3, pois consome menos em um mesmo intervalo de tempo.
b) Curva 2, pois é mais rápida.
20 - v = k [A]2
21 - 1,5;
22 - v1 = 9 v;
23 - v = k [X]2 [Y]0
24 - v = kNO2Cl
25- v = kNO2O3 ; k = 4,4 x 107 dm3 mol-1s-1
26 - a) v = kNOCl2 ; b) k = 4 x 10-8 dm3 mol-1s-1; c) 2,25
27 - v = kCl2Fe2+
28 - KA = 3 KB

73
29 - v = k [BrO3 -] [Br -] [H+]2
30 - 27
31 - a) Trecho I, quando a concentração de reagentes é maior, b) No Trecho IV a velocidade
da reação ficou constante.
32 - b)
33 - T4> T3> T2> T1
34 - a) v α [I-], v α[OCl-] e v α 1/[OH-], b) v = (3/2) k (ab/c)
35 - a) (CH3)3C-Cl + OH- (CH3)3COH + Cl-, b) --- c) O íon hidróxido participa da etapa
rápida que ocorre simultaneamente com a etapa lenta, portanto, sua contribuição para o tempo
total da reação é desprezível.
36 - a) 2 NO (g) + Cl2 (g) 2 NOCl (g), b) --- , c) Etapa 2, pois é a etapa mais lenta.
37 - a) aumento da pressão ou aumento da intensidade da cor vermelha, b) Em temperatura
menor, a velocidade da reação é menor. Deste modo, a 25°C, a fração do reagente consumido
no mesmo intervalo de tempo é menor no gráfico.

74
Conteúdo auxiliar 1: Titulação e Padronização

Titulação

Procedimento analítico,no qual a quantidade desconhecida


de um composto é determinada através da reação deste
com um reagente padrão ou padronizado.

Titulante: reagente ou solução, cuja concentração é


conhecida.
Titulado: composto ou solução, cuja concentração é
desconhecida

Quando em uma titulação o volume de solução é monitorado (uso de bureta, por exemplo) o
procedimento é chamado de volumetria

Os requisitos para que uma reação seja empregada em uma titulação são: 1) que a reação seja
simples e com estequiometria conhecida 2) que a reação seja rápida 3) Apresente mudanças
físicas ou químicas (pH, temperatura, condutividade) principalmente no ponto de equivalência

O ponto estequiométrico, de equivalência ou final teórico de uma titulação é aquele calculado


com base na estequiometria da reação envolvida na titulação (volume exato em que a
substância a ser determinada vai ser titulada). Não pode ser determinado experimentalmente
.
O ponto final de uma titulação é aquele determinado experimentalmente. Para a determinação
do ponto final utiliza-se:
- Indicadores visuais: sofrem mudança de cor próximo ao ponto de equivalência
- Métodos instrumentais: Respondem a certas propriedades da solução que mudam de
característica durante a titulação. Ex: pH, condutividade, potencial, corrente, temperatura, etc

Erro da titulação: A diferença entre o ponto de equivalência (Veq) e o ponto final (Vf) é o erro
da titulação (Et)
Et = Veq - Vf

A figura a seguir esboça a curva de titulação de um ácido com uma base forte

http://www.ufjf.br
*******************************************************************

75
Substâncias padrão primário

São consideradas substâncias padrão primário somente aquelas que satisfazem os seguintes
requisitos:
As substâncias devem ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e conservação.
As impurezas devem ser facilmente identificáveis em ensaios qualitativos conhecidos.
O teor de impurezas não deve ser superior a 0,01 – 0,02%.
A substância não deve ser higroscópica ou eflorescente (Eflorescente é a substância hidratada
que perde água porque a pressão de vapor da água na substância é maior que a pressão de
vapor da água no ar).
A substância deve possuir elevado Kps, de modo a formar uma solução perfeita.
A substância deve possuir elevado peso molecular.
A substância deve ser sólida.
O número de substâncias padrão primário existente é relativamente pequeno. As principais
são: (carbonato de sódio Na2CO3), (borato de sódio Na2B4O7), (cloreto de sódio NaCl),
(nitrato de prata AgNO3), (tiocianato de potássio KSCN), (oxalato de sódio Na2C2O4),
(dicromato de potássio K2Cr2O7), (C6H5COOH ácido benzoico), (ácido oxálico C2H2O4),
(biftalato de potássio KHC8H4O4).

Substâncias padrão secundário

São consideradas padrão secundário aquelas cujo conteúdo de substância ativa foi
estabelecido por comparação com uma substância padrão primário. Podem ser usadas para
padronização.

Soluções padrões

São consideradas soluções padrão aquelas que possuem concentração


exatamente conhecida. É desejável que a concentração das soluções de trabalho possa ser
determinada com erro inferior a 0,1%.
A preparação de uma solução requer, direta ou indiretamente, o uso de um reagente
quimicamente puro e com composição perfeitamente definida. Quando o reagente com que se
tem de preparar a solução é uma substância padrão primário, recorre-se à técnica direta,
pesando uma fração definida ou medindo seu volume para dissolução, normalmente em
solvente universal. A solução assim obtida é uma solução padrão primário.
Quando o reagente não é disponível em sua forma mais pura, como no caso da maioria
dos hidróxidos alcalinos, alguns ácidos inorgânicos e várias substâncias deliquescentes;
recorre-se à técnica indireta, que consiste em preparar inicialmente uma solução com
concentração próxima à desejada e após, padronizá-la, isto é, determinar sua concentração
exata em relação a um padrão primário adequado. A solução assim obtida será então
denominada padrão secundário.
As soluções padrões devem ser conservadas de maneira a manterem-se inalteradas
suas concentrações, tanto quanto possível. Elas não devem ser conservadas nos balões
volumétricos usados na sua preparação. Os frascos utilizados para conservar soluções padrões
devem ter sidos perfeitamente limpos e não devem ser expostos à luz direta. Em nenhum caso
deve-se retornar ao frasco original sobras de soluções padrões utilizadas nas práticas
laboratoriais.

76
Fator de correção:

Uma maneira de expressar a concentração real da solução é acrescentar no rótulo o valor do


fator de correção (f) que é definido como:

f= Cr/Cd = concentração real/concentração desejada

Referências:
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron
Books, 1994.
________________________________________________________________

Exemplo:
Para a padronização de NaOH utilizou-se 25 mL de solução de Biftalato de potássio 0,1372 M
como titulado, solução de NaOH preparada (C ≈0,1 M) como titulante e fenolftaleina como
indicador. Quando a coloração rosa do indicador perdurou por 30 segundos, ocorreu o ponto
final, em que foram gastos 38 mL de solução de NaOH.
Calcule a concentração real da solução de NaOH.
MM= 204,2212 g/mol
nbif= n NaOH = C Bif x V Bif = 0,00343mol
C NaOH = n NaOH/ V NaOH = 0,00343mol/0,038L = 0,09mol/L

__________________________________________________________________________

77
Conteúdo auxiliar 2: Gases ideais

Propriedades dos gases


• os gases têm massa

• os gases são muito menos densos do que os sólidos e os líquidos (isto é, em igualdade de
massa, ocupam um volume muito maior);

• os gases sempre tendem a ocupar todo o volume do recipiente que os contém (grande
expansibilidade); Logo o volume ocupado pelo gás é o volume do recipiente

• os gases sempre se misturam entre si (grande difusibilidade);

• os volumes dos gases variam muito com a pressão (grande compressibilidade) e com a
temperatura (grande dilatabilidade). Só faz sentido mencionarmos o volume de um gás e
fornecermos também sua pressão e temperatura.

• O ―estado de um gás‖ é definido pelas suas condições de volume (V), pressão (p) e
temperatura (T)

Teoria cinética dos gases

• Todo gás é formado por partículas minúsculas (átomos, moléculas, íons) em movimento
livre, desordenado e com alta velocidade. Esse movimento é denominado agitação térmica. A
maior ou menor temperatura de um gás é a medida do maior ou menor grau de agitação
térmica de suas partículas.
• As partículas de um gás estão muito afastadas umas das outras, isto é, o espaço que elas
ocupam é desprezível em face do espaço ―vazio‖ existente no estado gasoso. Tal fato explica
por que os gases têm densidades baixas, podem ser facilmente comprimidos e se misturam
com muita facilidade. Além disso, estando muito afastadas, as partículas se atraem muito
pouco, o que explica a expansão fácil dos gases e sua grande dilatação com o calor.

78
• As partículas de um gás ideal se chocam de forma perfeitamente elástica entre si e contra as
paredes do recipiente que as contém, isto é, sem perder energia cinética e quantidade de
movimento. Isso explica por que o movimento das partículas é perpétuo. Além disso, é fácil
compreender que a pressão exercida por um gás dentro de um recipiente resulta dos choques
de suas partículas contra as paredes desse recipiente.
• As moléculas não exercem força umas sobre as outras, exceto quando colidem. Entre as
colisões, apresentam movimento retilíneo e uniforme. Isso equivale a desprezar as forças
gravitacionais e as forças intermoleculares.

Lei de Boyle

Sob temperatura constante, o volume ocupado por determinada massa gasosa é inversamente
proporcional à sua pressão.

Lei de Gay-Lussac

Sob pressão constante, o volume ocupado por determinada massa gasosa é diretamente
proporcional à sua temperatura absoluta.

79
Conversão Celsius/Kelvin K = ºC + 273,15

Lei de Charles

Sob volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa gasosa é diretamente
proporcional à sua temperatura absoluta.

80
Equação geral dos gases

Reunindo as três leis anteriores obtem-se:

Lei dos Gases ideais (Equação de Clapeyron)

Como a pressão e o volume de um gás são proporcionais à quantidade de matéria (número de


mols), podemos escrever:

pV = nRT Equação dos gases ideais

81
Sendo R a constante dos gases ideais, cujo valor depende das unidades utilizadas para as
demais unidades.

Valor de R Unidades
0,0820574587 L · atm · K−1 · mol−1
8,314462 m3 · Pa · K−1 · mol−1
62,3637 L · mmHg · K−1 · mol−1
83,14462 L · mbar · K−1 · mol−1

Atenção! Utilize as corretas unidades de medida e o valor apropriado para a constante R!

Gás perfeito ou ideal

Gás perfeito, ou gás ideal, seria o gás que obedeceria, rigorosamente, às leis e
fórmulas estudadas neste capítulo, em quaisquer condições de pressão e temperatura e
também deveria encaixar-se perfeitamente no modelo descrito pela teoria cinética. Na prática
tal gás não existe.
Os gases comuns, que chamaremos de gases reais, sempre se afastam do
comportamento de um gás perfeito, principalmente a pressões muito altas e/ou temperaturas
muito baixas. Nesses casos, o volume dos gases se reduz bastante, e as partículas se
avizinham, passando umas a interferir no movimento das outras. Como consequência, o
comportamento dos gases passa a se afastar daquele previsto pela teoria cinética.
Desse modo, podemos concluir que um gás real se assemelha mais ao gás perfeito à
medida que a pressão diminui e a temperatura aumenta; em outras palavras, o comportamento
de um gás será tanto mais perfeito quanto mais rarefeito ele estiver.

Condições normais de temperatura e pressão (CNTP)

Por definição, as condições normais de temperatura e pressão são:

Volume molar:

É útil conhecer o volume ocupado por 1 mol de gás quando este se encontra nas condições
normais de temperatura e pressão (CNTP) ou nas condições ambientais de temperatura e
pressão (CATP):

CNTP 1 atm, 273K = 0°C 22,40 L


CATP 1 atm, 298K = 25°C 24,45 L

Lei de Avogadro

Volumes iguais, de gases diferentes, colocados em condições idênticas de pressão e


temperatura, encerram sempre o mesmo número de moléculas.

82
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Informações complementares

Conversão de unidades

Volume:

1 m3 = 1.000 L = 1.000.000 mL (cm3)


1 L = 1.000 mL = 1.000 cm3
1 mL = 1 cm3

Pressão:

1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg = 760 torr


1 mmHg = 1 torr
1 atm = 101.325 Pa (ou N/m2)
1 mmHg = 133,322 Pa (ou N/m2)

OBS: a pressão atmosférica resulta do peso que a camada de ar atmosférico (de cerca de 800
km de espessura) exerce sobre nós e todos os objetos que estão na superfície da Terra. Sendo
assim, à medida que subimos, a pressão atmosférica diminui.

Temperatura:

T (Kelvin) = T (°C) + 273


°C = (°F - 32)/1,8 em que °F significa ―Grau Fahrenheit‖

OBS: O ponto inicial da escala absoluta ou escala Kelvin é chamado de zero absoluto. Esse
ponto corresponde à temperatura de -273,16 °C. É impossível chegar a essa temperatura, mas
já foram obtidos valores muito próximos. O zero absoluto é uma temperatura de grande
importância teórica para a Física e para a Química. Supõe-se que, nessa temperatura, várias
condições excepcionais serão obtidas: todas as substâncias estarão no estado sólido; cessarão
o movimento e a agitação dos átomos e das moléculas; a resistência elétrica dos metais cairá a
zero (é o fenômeno da supercondutividade elétrica).

83
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Apostila de
Físico-Química II
Elaborada pelos professores:
Jacqueline Amanda Figueiredo dos Santos
Bruno Rocha Santos Lemos

Belo Horizonte, 2017

84
Sumário

Tema 1: Equilíbrio Químico e Princípio de Le Chatelier ...................................................................................... 86


Lista 1: Equilíbrio Químico e Princípio de Le Chatelier ....................................................................................... 94
Tema 2: Equilíbrios iônicos e Teoria ácido-base .................................................................................................. 99
Lista 2: Teoria Ácido-Base ................................................................................................................................. 104
Tema 3: Equilíbrio iônico da água. Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos monopróticos ................... 107
Lista 3: Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos monopróticos.............................................................. 115
Tema 4: Ácidos Polipróticos ............................................................................................................................... 119
Lista 4: Ácidos polipróticos ................................................................................................................................ 121
Tema 5: Hidrólise Salina ..................................................................................................................................... 123
Lista 5: Hidrólise salina ...................................................................................................................................... 125
Tema 6: Solução tampão ..................................................................................................................................... 128
Lista 6: Solução tampão ...................................................................................................................................... 132
Tema 7: Equilíbrio de Solubilidade .................................................................................................................... 136
Lista 7:Equilíbrio de solubilidade ....................................................................................................................... 140
Tema 8: Eletroquímica ........................................................................................................................................ 145
Lista 8: Eletroquímica ......................................................................................................................................... 161

85
Tema 1: Equilíbrio Químico e Princípio de Le Chatelier

Caracterização do estado de equilíbrio

Para caracterizarmos o estado de equilíbrio, consideremos a reação reversível expressa


pela equação geral a seguir. A reversibilidade da reação é indicada por uma dupla seta.
v1
A + B C+ D
v2
Sejam v1 e v2 as velocidades das reações direta e inversa respectivamente. Supondo
que essas reações sejam elementares temos:

v1 = k1[A][B] e v2 = k2[C][D]

No início da reação, isto é, no instante em que se adicionam a mols de A em b mols de


B, v1 assume o seu valor máximo porque [A] e [B] têm seus valores máximos. Com o
decorrer do tempo, [A] e [B] vão diminuindo, pois A e B vão sendo consumidos na reação
direta e, consequentemente, v1 vai diminuindo.

Com o decorrer do tempo[A] e [B] diminuem


v1 diminui

A medida que C e D vão-se formando na reação, suas concentrações vão aumentando,


e, consequentemente, v2 aumenta com o decorrer do tempo.

Com o decorrer do tempo[C] e [D] aumentam


v2 aumenta

Como v1 diminui e v2 aumenta, depois de algum tempo teremos v1 = v2. A partir desse
instante, [A], [B], [C] e [D] permanecem constantes, porque, num mesmo intervalo de tempo,
a quantidade de mols de cada substância consumidos numa reação é igual à quantidade de
mols formados na reação de sentido oposto.
No instante que v1 = v2, dizemos que o sistema atingiu o equilíbrio. A partir desse
instante, o sistema constitui um equilíbrio químico. Toda reação reversível tende para um
estado de equilíbrio químico. Entretanto, o tempo necessário para que o equilíbrio seja
atingido depende de cada reação.

86
O equilíbrio químico corresponde a uma reação reversível na qual a velocidade da
reação direta é igual à velocidade da reação inversa e, consequentemente, as concentrações de
todas as substâncias permanecem constantes.

v1=v2 [A],[B],[C],[D] Equilíbrio Químico


Permanecem constantes

Ainda com respeito ao estado de equilíbrio químico é importante saber:

 Tanto matéria como energia não estão sendo introduzidos ou removidos do sistema ( ou
seja o sistema deve ser isolado ou comportar-se como tal).

 Outras propriedades macroscópicas mensuráveis do sistema (tais como coloração,


temperatura e pressão) também não variam com o tempo.

O equilíbrio químico é de natureza dinâmica e não estática. Quando estamos estudando uma
reação que caminha para um estado de equilíbrio, tem-se a impressão de que num dado
instante a reação ―parou de ocorrer‖. Esta consideração não é verdadeira; a reação,
microscopicamente, continua a ocorrer com a mesma velocidade nos dois sentidos.

Diferentes maneiras de um equilíbrio químico ser atingido

Para uma reação A + B ⇄C + D


Representando a variação das concentrações molares dos reagentes e produtos em
função do tempo teremos gráficos dos seguintes tipos

87
O gráfico I mostra que ao se atingido o equilíbrio a concentração dos reagentes, [A] e
[B], é maior que a dos produtos, [C] e [D]. Dizemos que o equilíbrio está deslocado para os
reagentes.
O gráfico II mostra que ao ser atingido o equilíbrio a concentração dos reagentes, [A]
e [B], é menor que a dos produtos, [C] e [D]. Dizemos que o equilíbrio está deslocado para os
produtos.
O gráfico III mostra que ao ser atingido o equilíbrio a concentração dos reagentes, [A]
e [B], é igual a dos produtos, [C] e [D]

Constante de equilíbrio:

Consideremos o equilíbrio representado pela equação geral:

v1
aA + bB cC + dD
v2
Supondo que as reações nos dois sentidos sejam elementares, temos:

v1 = k1[A]a[B]b v2 = k2[C]c[D]d
No equilíbrio: v1 = v2. Logo:

k1[A]a[B]b= k2[C]c [D]d

k 1 [C] c [D]d

k 2 [A]a [B]b

[C] c [D]d
Kc = em que Kc = constante de equilíbrio expressa em função das concentrações
[A]a [B] b
e [X]= concentração da espécie X no equilíbrio

88
Por convenção, as concentrações dos produtos (2 membro da equação) figuram no
numerador da expressão da constante de equilíbrio. E as concentrações de equilíbrio dos
reagentes (1 membro da equação) figuram no denominador.
Atenção!
(1) A constante de equilíbrio não possui unidade!
(2) Substâncias sólidas não devem ser inseridas na equação da constante
Existem equilíbrios nos quais a reação no sentido reagentes  produtos ocorre em
grande proporção; consequentemente, no sentido produtos  reagentes, ocorre em pequena
proporção. Nesses equilíbrios, as concentrações dos produtos são grandes, se comparadas
com as dos regentes, e o valor do Kc é elevado. Essa situação pode ser representada
utilizando-se uma seta dupla na qual a seta que indica a conversão de reagentes em produtos é
maior que a seta que indica a conversão de produtos em reagentes.

A+B C+D Kc> 1

Existem equilíbrios em que acontece o oposto, isto é, a reação no sentido reagentes 


produtos ocorre em pequena escala, enquanto a reação no sentido produtos  reagentes
ocorre em grande escala. Nesses equilíbrios, as concentrações dos produtos são pequenas, se
comparadas com as das reagentes, e, consequentemente, o valor Kc é pequeno. Essa situação
pode ser representada utilizando-se uma seta dupla na qual a seta que indica a conversão de
produtos em reagentes é maior que a seta que indica a conversão de reagentes em produtos.

A+B C+D Kc< 1

Conclusão:

Quanto maior o valor da constante de equilíbrio (Kc), mais completa é a reação no


sentido reagentes  produtos, e vice-versa.

O valor de Kc varia muito de um equilíbrio para outro.


Para um mesmo equilíbrio, o valor de Kc varia com a temperatura, mas não varia com
a concentração das substâncias participantes, nem com a pressão.
Importante: para o cálculo da constante de equilíbrio, as concentrações a serem aplicadas na
fórmula
[C] c [D]d
Kc = devem ser as concentrações das espécies após o equilíbrio ser atingido. Para
[A]a [B] b
um sistema em um estado qualquer, define-se

[C] c [D]d
Q= em que Q = quociente reacional e [X]= concentração da espécie X
[A]a [B] b
Para um sistema em equilíbrio, tem-se Q= K

Kc x Kp

Para uma reação na qual todos os componentes estão na fase gasosa, a constante de
equilíbrio pode ser definida em termos das pressões parciais dos componentes, em vez das
concentrações dos mesmos. Nesse caso a constante será chamada de Kp e não Kc. Entende-se
por pressão parcial de um componente a pressão que ele exerceria se estivesse sozinho no

89
volume V e temperatura T. Em outras palavras, a pressão parcial é a pressão que pode ser
atribuída exclusivamente a um componente em uma mistura.
A constante Kp é definida de forma análoga à Kc, porém utilizando-se as pressões dos
componentes invés das concentrações:

aA(g) + bB(g) cC(g) + dD(g)

c d
pC pD
Kp = a b
pA pB

Exemplo (Questão 3 – Lista 1):

Num recipiente de volume constante igual a 1,00 litro, inicialmente evacuado, foi introduzido
1,00 mol de pentacloreto de fósforo gasoso e puro. O recipiente foi mantido a 250 ºC e no
equilíbrio final foi verificada a existência de 0,47 mol de gás cloro. Qual é o valor
aproximado da constante (Kc) do equilíbrio estabelecido dentro do cilindro e representado
pela seguinte equação química?

PCl5(g)⇄ PCl3(g) + Cl2(g)

Princípio de Le Chatelier: a resposta do equilíbrio às mudanças nas condições do


sistema

Um equilíbrio químico pode ser perturbado através da adição ou remoção de


componentes, mudança da pressão total sobre o sistema ou da temperatura do sistema. Essa
perturbação causa modificação na velocidade de uma das reações que compõe o equilíbrio
(direta ou inversa).

Entende-se por ―deslocamento do equilíbrio‖ toda e qualquer alteração da velocidade


da reação direta ou da reação inversa, provocando modificações nas concentrações das
substâncias e levando o sistema a um novo estado de equilíbrio.

Quando a velocidade da reação direta aumenta (A + B  C + D), dizemos que o


equilíbrio está se deslocando para o sentido de produção de produtos; pelo contrário, quando
aumenta a velocidade da reação inversa (C + D  A + B), dizemos que o equilíbrio está se
deslocando para o sentido de produção de reagentes. Os dois acontecimentos são porém
passageiros, pois o sistema sempre caminhará para um novo equilíbrio.
Há uma regra bastante simples e prática que relaciona a perturbação do equilíbrio com
o deslocamento que será sofrido pelo mesmo:

Princípio de Le Chatelier: Quando um fator externo age sobre um sistema em equilíbrio,


este se desloca, procurando minimizar a ação do fator aplicado

90
Caso 1) Alteração da composição do equilíbrio

Exemplo: um equilíbrio químico é constituído pelas seguintes quantidades em equilíbrio

Logo a constante de equilíbrio é igual a:

A esse sistema, adiciona-se 1 mol de ácido acético. Assim, momentaneamente, o quociente da


reação (Q) passa a ser:

Entretanto, como a temperatura permanece a mesma, a constante de equilíbrio não pode


mudar. O sistema então aumenta a velocidade da reação direta, produzindo mais produtos e
consumindo reagentes de forma tal que novamente tenha-se Q= K, ou seja, o sistema volta ao
equilíbrio.

- o segundo estado de equilíbrio é diferente do primeiro (as concentrações das espécies são
diferentes), por isso dizemos que o sistema atingiu ―um novo estado de equilíbrio‖.
Entretanto, para as duas situações o valor de Kc é o mesmo.
- a concentração dos produtos aumentou e a concentração do álcool etílico diminuiu (como
consequência do deslocamento do equilíbrio no sentido da produção de produtos). Entretanto,
a concentração do ácido acético assume um valor entre 0,333 e 1,333.
Resumindo, como é possível prever o sentido do deslocamento do equilíbrio?
- Se um reagente foi adicionado ao sistema, isso reduz o valor de Q (uma vez que a
concentração dos reagentes é colocada no denominador). Para aumentar o valor de Q
novamente, deve-se aumentar a concentração dos produtos, ou seja o sistema deve se deslocar
no sentido de formação de produtos. Entretanto, se raciocinarmos a partir do Princípio de Le
Chatelier, chegaremos à mesma conclusão, ou seja, se adicionamos um reagente ao sistema, o
equilíbrio deve se deslocar de forma a amenizar essa perturbação. Ou seja, ele deve se
deslocar no sentido de consumo dos reagentes.

OBS: A retirada ou acréscimo de substância sólida não causa deslocamento do equilíbrio


químico. Ex:
Retirada de Fe(s) no seguinte equilíbrio:

Fe2O3(s) + 3CO(g)⇄ 2Fe(s) + 3CO2(g)

Caso 2) Variação da pressão do sistema

Suponha uma reação química para a qual o número total de substâncias gasosas formadas nos
produtos é diferente do número total de substâncias gasosas consumidas nos reagentes.

91
Ex: N2(g) + 3 H2(g)⇄ 2 NH3(g)
4 mols de gás 2 mols de gás

Se a pressão do sistema for aumentada, mediante a redução do volume do sistema, o


equilíbrio se deslocará no sentido da reação que produz a menor quantidade de substância
gasosa, a fim de minimizar o aumento da pressão. Por outro lado, se a pressão do sistema for
diminuída, mediante o aumento do volume do sistema, o equilíbrio se deslocará no sentido da
reação que produz a maior quantidade de substância gasosa, a fim de minimizar a redução da
pressão.

Se em uma reação química a quantidade de substância gasosa produzida é igual à quantidade


consumida, como na reação abaixo, a variação da pressão não provocará o deslocamento do
equilíbrio.

N2(g) + O2(g)⇄ 2 NO(g)

Se a pressão do sistema é aumentada mediante a injeção de um gás inerte, o equilíbrio


químico não é deslocado (desde que os gases presentes se comportem como ideais). Pois
nesse caso não há alteração da pressão parcial dos gases.

Se a pressão do sistema for aumentada mediante a injeção de uma substância gasosa que
participa do equilíbrio, o mesmo deverá se deslocar no sentido de consumo dessa substância
(conforme ―Caso 1‖).

Caso 3) Alteração da temperatura do sistema

Se uma reação reversível é exotérmica no sentido direto, ela deverá ser endotérmica no
sentido inverso e vice-versa.
O aumento da temperatura do sistema desloca o equilíbrio no sentido endotérmico, ou seja,
em que há consumo de calor.
Já a redução da temperatura do sistema desloca o equilíbrio no sentido exotérmico, ou seja,
em que há liberação de calor

A + B ⇄ C + D + calor (Reação exotérmica no sentido direto)

A + B + calor ⇄ C + D (Reação endotérmica no sentido direto)

Convém ressaltar que o deslocamento do equilíbrio alterará as concentrações das espécies e


provocará mudança no valor da constante de equilíbrio

Influência do catalisador

Em uma reação reversível o catalisador aumenta a velocidade tanto da reação direta


como inversa. Assim, o catalisador faz com que o equilíbrio seja atingido mais rapidamente,
porém não altera o rendimento da reação (concentrações no equilíbrio) e nem o valor da
constante de equilíbrio.

___________________________________________________________________________

92
Conteúdo complementar:

Utilizando a equação dos gases ideais para relacionar pressão e concentração,


n
pV = nRT  p =   RT  p = C. RT
V
é possível obter a seguinte relação entre Kp e Kc:

Kp = Kc (RT )nem que: n = (c + d) - (a + b)

___________________________________________________________________________
_

93
Lista 1: Equilíbrio Químico e Princípio de Le Chatelier

1 - Considere a seguinte equação de oxi-redução:

Ce4+(aq) + Fe2+(aq)⇄ Ce3+(aq) + Fe3+(aq)

A constante de equilíbrio desta reação é igual a 2,0 · 1011.


a) Escreva a expressão que representa a constante de equilíbrio.
b) Calcule a concentração de íons Ce4+ que existe em equilíbrio em uma solução cuja
concentração de Ce3+ é 0,1 mol.L–1, de Fe3+ é 0,1 mol.L–1 e de Fe2+ é 0,1 mol L–1.

2 - Dois mols de CO(g) reagem com dois mols de NO2(g), conforme a equação:

CO(g) + NO2(g)⇄ CO2(g) + NO(g) (200 ºC)

Quando se estabelece o equilíbrio, verifica-se que 3/4 de cada um dos reagentes foram
transformados em CO2(g) e NO(g). Qual é a constante de equilíbrio para a reação acima.

3 - Num recipiente de volume constante igual a 1,00 litro, inicialmente evacuado, foi
introduzido 1,00 mol de pentacloreto de fósforo gasoso e puro. O recipiente foi mantido a 250
ºC e no equilíbrio final foi verificada a existência de 0,47 mol de gás cloro. Qual é o valor
aproximado da constante (Kc) do equilíbrio estabelecido dentro do cilindro e representado
pela seguinte equação química?

PCl5(g)⇄ PCl3(g) + Cl2(g)

4 - São colocados 8,0 mol de amônia num recipiente fechado de 5,0 litros de capacidade.
Acima de 450 ºC estabelece-se, após algum tempo, o seguinte equilíbrio:

2 NH3(g ⇄3 3 H2(g) + N2(g)

Sabendo que a variação do número de mol dos


participantes está registrada no gráfico ao lado, qual é o
valor da constante de equilíbrio, Kc:

5 - O equilíbrio gasoso N2O4⇄ 2 NO2 apresenta, a uma dada temperatura, constante de


equilíbrio Kc = 2. Nesta temperatura, foram feitas duas misturas diferentes, A e B, cada uma
acondicionada em recipiente fechado, isolado e distinto. As condições iniciais estão
mostradas na tabela a seguir:

94
a) Efetue os cálculos necessários e conclua se a mistura A se encontra ou não em situação de
equilíbrio.
b) Efetue os cálculos necessários e conclua se a mistura B se encontra ou não em situação de
equilíbrio.

6 - Sabendo que Kc = 62 para a reação:

3 H2(g) + N2(g)⇄ 2 NH3(g)

A 500 K, verifique se há tendência de formar mais amônia se uma mistura de composição


2,23x10-3 mol.L-1 de N2, 1,24x10-3 mol.L-1 de H2 e 1,12x10-4 mol.L-1 de NH3 estiver em um
recipiente a 500 K.

7 - Calcular o Kc da reação 2H2(g) + S2(g)⇄ 2H2S(g), a 750 ºC, sabendo que em um recipiente
de 90 L de capacidade estão em equilíbrio 13,7 g de hidrogênio, 9,2 x 10-3 g de enxofre e
285,6 g de ácido sulfídrico.

8 - A constante de equilibro, a 700ºC, para a reação 2SO3(g)⇄ 2SO2(g) + O2(g), é igual a 4,80 x
10-3. Uma mistura desses três gases foi analisada, obtendo-se as seguintes concentrações:
[SO3] = 0,70 mol.L-1; [SO2] = 0,60 mol.L-1; [O2] = 0,02 mol.L-1. Essa mistura está em
equilíbrio? Em caso contrário, em que sentido a reação progredirá, ao aproximar-se do
equilíbrio?

9 - A concentração inicial de HBr em um recipiente de reação é 1,2 x 10-3 mol.L-1. Se o


recipiente é aquecido até 500 K, qual é a porcentagem de decomposição do HBr e qual a
composição da mistura no equilíbrio? Para 2 HBr(g)⇄H2(g) + Br2(g), (Kc = 7,7 x 10-11a 500 K).
(Considere que na situação inicial nenhum produto ainda foi formado)

10 - Um recipiente de reação de 3,00 L é ocupado com 0,150 mol de CO, 0,0900 mol de H 2 e
0,180 mol de CH3OH. O equilíbrio é atingido na presença de um catalisador óxido de zinco-
cromo(III); e a 300ºC, Kc = 1,1 x 10-2 para a reação, CO(g) + 2 H2(g) CH3OH(g). À medida
que a reação vai chegando ao equilíbrio, a concentração molar do CH3OH aumenta, diminui
ou permanece inalterada?Justifique.

11 - Em um recipiente de um litro, foram misturados um mol de acetato de etila e um mol de


água. Os compostos reagiram produzindo etanol e ácido, de acordo com a equação:
C4H8O2 + H2O ⇄ C2H5OH + C2H4O2
Depois de algum tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o número de mols de acetato de etila
medido foi de 0,66. Calcule o valor da constante de equilíbrio (OBS: A água não é o solvente
dessa reação).

12 - Considere o equilíbrio a 25 ºC:


PCl5(g)⇄ PCl3(g) + Cl2(g)
Conhecendo-se as concentrações iniciais: [PCl5]i = 0,100 mol/L; [Cl2]i = 0,020 mol/L; [PCl3]i
= 0 e a constante de equilíbrio (Kc = 0,030) para a decomposição do PCl5 à mesma
temperatura, a concentração de PCl5 no equilíbrio é igual a?

13 - Um mol de HI gasoso, a determinada temperatura, está 20% dissociado em hidrogênio e


iodo, em um recipiente de 1L. Qual é o valor da constante de equilíbrio dessa reação?

95
14 - Um método proposto para coletar energia solar consiste na utilização desta energia para
aquecer a 800 ºC trióxido de enxofre (SO3) ocasionalmente a reação:
2 SO3(g)⇄ 2 SO2(g) + O2(g)
Os compostos SO2 e O2, assim produzidos, são introduzidos em um trocador de calor de
volume corresponde a 1,0 L e se recombinam produzindo SO3 e liberando calor. Se 5,0 mols
de SO3 sofrem 60% de dissociação nesta temperatura, qual será o valor de Kc?

15 - Para a reação 3 H2(g) + N2(g)⇄ 2 NH3(g) as pressões parciais de H2 e N2 no equilíbrio


são, respectivamente 0,400 e 0,800 atm. A pressão total do sistema é 2,80 atm. Qual é o valor
de Kp quando as pressões são dadas em atmosferas?

16 - Em um recipiente indeformável de 10 L são colocados 46 g de N2O4(g). O sistema é


aquecido até 27 °C, ocorrendo a reação representada pela equação N2O4(g) ⇄ 2 NO2(g).
Sabendo que, a essa temperatura, o grau de dissociação do N2O4(g) é igual a 20%, calcule a
pressão parcial de N2O4(g) no sistema.

17 - À temperatura de 600 K, o cloreto de amônia (NH4Cl) decompõe-se em amônia e cloreto


de hidrogênio, de acordo com a equação:
NH4Cl(s)⇄ NH3(g) + HCl(g)
Qual o valor numérico constante (Kp) desse equilíbrio, sabendo que nessa temperatura a
pressão da mistura gasosa é de 1,0 atm?

18 - A obtenção de ferro metálico a partir de um minério envolve a etapa de equilíbrio


representada pela equação
Fe2O3(s) + 3 CO(g)⇄ 2 Fe(s) + 3 CO2(g)
a) Escreva a expressão da constante de equilíbrio da reação.
b) Discuta o efeito da retirada de ferro metálico sobre a posição do equilíbrio, quando a
reação é realizada em condições de temperatura e volume constante

19 - Em um equilíbrio químico, pode-se representar diferentes tipos de reações químicas, as


quais podem ser influenciadas por diversos fatores. Observe as equações que representam a
formação de dois compostos gasosos e responda:
I - 3 H2(g) + N2(g) ⇄2 NH3(g)
II - H2(g) + Cl2(g)⇄ 2 HCl(g)
Em qual das reações representadas haverá influência da pressão no respectivo equilíbrio?
Explique.

20 - Na fabricação de cerveja adiciona-se gás carbônico durante o processo de engarrafamento


(parte do CO2, já é produzida durante a fermentação). Isto faz com que o produto final
apresente uma acidez maior. Por outro lado, o CO2, em solução fica em equilíbrio com o CO2,
não-solubilizado, como representado a seguir:
CO2(g) ⇄ CO2(aq)H = - 14,8 kJ/mol de CO2
Suponha que a geração de espuma esteja relacionada à quantidade de gás liberada durante a
abertura da garrafa de cerveja. Se duas cervejas são abertas no mesmo bar, uma a 6 ºC e outra
a 25 ºC, qual apresentará a maior quantidade de espuma? Justifique sua resposta.

21 - Considere o equilíbrio: Fe3O4(s) + 4 H2(g)⇄ 3 Fe(s) + 4 H2O(g), a 150 ºC em um


recipiente fechado. Escreva a expressão da constante de equilíbrio da reação. Preveja,
justificando qual será o efeito ao adicionar-se, ao sistema em equilíbrio:

96
a) Mais H2(g)
b) Mais Fe(s)
c) Um catalisador

22 - O processo industrial de obtenção de Na2CO3 consome amônia, a qual se transforma em


NH4Cl. Para reciclar amônia usa-se a reação:
2 NH4Cl(aq) + Ca(OH)2(s)⇄ CaCl2(aq) + 2 NH3(g) + 2 H2O(l) H > 0
Explique como é possível aumentar o rendimento dessa reação alterando:
a) A temperatura
b) A pressão do sistema

23 - A dimerização do NO2 a N2O4 depende da temperatura. O equilíbrio das duas espécies


pode ser representado por:
2 NO2(g) ⇄N2O4(g)
Sabendo-se que a espécie NO2 é de cor castanha e o dímero N2O4 incolor, e que um aumento
de temperatura em uma ampola de vidro fechada contendo os dois gases em equilíbrio faz
com que a cor castanha se torne mais intensa, diga se a reação de dimerização é endotérmica
ou exotérmica. Justifique.

24 - Em um recipiente de um litro, adicionam-se 4 mols de H2 e 3 mols de I2. A temperatura é


de 27 ºC. O equilíbrio é atingido, como mostra o gráfico a seguir:

a) Calcule a constante de equilíbrio (Kc)


para
essa reação.
b) Qual o sentido de deslocamento dessa
reação quando um ligeiro excesso de H2 é
introduzido no sistema, após o equilíbrio?

Respostas:

1 - b) 5.10-13
2 - 9,00
3 - 0,42
4 - 1,08
5 - a) Qc = 2, A está em equilíbrio.
b) Qc = 40, Kc ≠ Qc, B não está em equilíbrio.
6 - Não existe tendência de formar mais amônia.
7 - 9,4 x 105
8 - Qc = 1,47 x 10-2 ( Kc), progredirá em direção aos reagentes.

97
9 - [Br2] = [H2] = 1,1 x 10-8 mol.L-1; [HBr] = 1,2 x 10-3 mol.L-1; % de decomposição:
1,8 x 10-3%
10 - Diminui.
11 - 0,26
12 - 0,065
13 - Kc = 1,56 x 10-2 para a equação:
2HI(g)⇄ H2(g) + I2(g)
14 - 3,4
15 - 50,0
16 - 0,984 atm
17 - 0,25
18 - a) Kc = [CO2]3/[CO]3 ou Kp = p3CO2/p3CO
b) Não influi, pois o ferro é sólido.
19 - reação I. No equilíbrio temos variação de número de mol entre reagente e produto.
20 - A cerveja a 25 ºC, pois o processo é exotérmico.
21 - Kp = p4H2O/p4H2
a) Deslocamento para a direita
b) Não há deslocamento
c) Não há deslocamento
22 - a) Aumentando a temperatura;
b) diminuindo a pressão total sobre o sistema.
23 - Exotérmica
24 - a) Kc = 50
b) Desloca no sentido da formação de HI

98
Tema 2: Equilíbrios iônicos e Teoria ácido-base

Equilíbrio iônico é o caso particular dos equilíbrios químicos em que aparecem íons.

Eletrólitos e não eletrólitos

As substâncias sacarose e NaCl comportam-se de maneira diferente quando


dissolvidas em água. A sacarose apenas de dissolve. Já o NaCl se dissolve e se dissocia
liberando íons.

Solução de sacarose Solução de NaCl

𝐻2 𝑂
C12H22O11 (s) C12H22O11 (aq)

𝐻 𝑂 𝐻𝑂
NaCl(s) 2 NaCl(aq) 2 Na+(aq) + Cl-(aq)
→ →

Devido à presença de íons livres, a solução de NaCl é capaz de conduzir corrente


elétrica, enquanto a solução de sacarose não.

As soluções condutoras iônicas são chamadas eletrolíticas. O soluto é chamado de


eletrólito, mas é comum também chamar a solução eletrolítica de eletrólito. Vale ressaltar que
as soluções eletrolíticas são eletricamente neutras, visto que a quantidade de cargas positivas
liberada é sempre igual à quantidade de cargas negativas.

Eletrólitos fortes e fracos

99
Alguns eletrólitos, entretanto, não se dissociam completamente:
AB(aq)⇄ A+(aq) + B-(aq) (processo reversível)

Desse conceito de dissociação parcial surgiu o fator ―grau de dissociação (α = alfa)‖


que é a fração de espécies químicas dissociadas.

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑚𝑜𝑙𝑠𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜𝑠 0≤α≤1
α= 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑚𝑜𝑙𝑠𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

De acordo com o grau de dissociação, os eletrólitos se classificam em fortes quando


apresentam valores altos para α e fracos quando apresentam valores baixos para α. A força do
eletrólito pode ser avaliada pela montagem da figura anterior. Se o eletrólito for forte, haverá
muitos íons em solução, então a luz da lâmpada será intensa; caso contrário, se o eletrólito for
fraco, haverá poucos íons em solução e a luz da lâmpada será fraca.
Ao multiplicarmos o valor de α por 100, a dissociação do eletrólito fica expressa em
termos percentuais.

Conceito de ácido e base de Arhenius, Bronsted-Lowry e Lewis.

As soluções eletrolíticas também podem ser constituídas por substâncias moleculares


que sofrem ionização em solução (como HCl e NH3). Essas substâncias, apesar de não serem
constituídas por cátions e ânions unidos por ligação iônica, produzem cátions e ânions quando
dissolvidas em água. O processo de ionização sofrido pelas substâncias moleculares não deve
ser confundido com o processo de dissociação sofrido pelas substâncias iônicas.

HCl(g) + H2O(l) H3O+(aq) + Cl-(aq)


NH3(g) + H2O(l) OH-(aq)+NH4+(aq)

Verifica-se assim que algumas substâncias liberam íons H3O+em água enquanto outras
liberam íons OH- em água.

Conceito de ácido e base de Arrhenius: Em 1884, o químico sueco Svante Arrhenius


(1859-1927) definiu ácidos como substâncias que produzem H+ (ou H3O+)em água, e bases
como substâncias que produzem íons OH- em água.

Conceito de ácido e base de Bronsted-Lowry: O conceito de ácidos e bases de Arrhenius,


embora muito útil, é restrito porque limita-se apenas a soluções aquosas. Em 1923, o químico
dinamarquês Johannes Nicolau Brönsted(1879-1947) e o químico inglês Thomas Martin
Lowry (1874-1936) propuseram um conceito mais geral de ácidos e bases. De acordo com a
definição deles, um ácido é uma substância (molécula ou íon) que pode doar um próton (H+)
para outra substância. Por outro lado, uma base é uma substância que pode receber um próton.
OBS: O íon H+ geralmente é chamado de próton, visto que se trata de um átomo que não
possui nenhum elétron e apresenta apenas um próton no núcleo.

Observe que nas equações acima, o HCl atua como um ácido segundo Arrhenius porque
libera H3O+ na água. Porém, também atua como ácido segundo Bronsted-Lowry porque ele
doa um H+ para a molécula de água. Já a amônia, atua como uma base segundo Arrhenius

100
porque libera OH- na água. Porém, também atua como base segundo Bronsted-Lowry porque
ela recebe um H+ da água.

Conceito de ácido e base de Lewis: Para que uma base seja um bom receptor de prótons ela
deve ter um par de elétrons não-compartilhado para que o próton se ligue. Segundo a teoria
proposta em 1923 pelo químico americano Gilbert N. Lewis (1875-1946), uma base é um
doador de par de elétrons e um ácido é um receptor de par de elétrons. A vantagem da teoria
ácido-base de Lewis é que ela aumenta muito o número de espécies que podem ser
consideradas como ácido ou base.

Ex 1:

OBS: O AlCl3 também atua de forma semelhante ao BF3

Ex 2:

O=C=O + H2O  H2CO3

Comumente, as teorias de Bronsted-Lowry e Arrhenius são mais utilizadas para explicar a


acidez/basicidade. Entretanto, recorre-se ao conceito de Lewis para explicar os casos
específicos que não podem ser explicados pelas outras teorias.

Ácidos e bases fortes e fracos

Assim como os outros eletrólitos, os ácidos e as bases podem ou não sofrer ionização
em grande extensão. Considera-se que os ácidos e bases fortes se ionizam completamente em
água. Já os ácidos e bases fracos ionizam/dissociam apenas parcialmente e consequentemente
existem em solução como uma mistura de moléculas não ionizadas e íons
Considerando a força dos ácidos e bases, a ionização/dissociação dos mesmos pode ser
representada como reações completas ou reações em equilíbrio, utilizando uma seta de reação
apropriada. Ex:

H2SO4(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + HSO4-(aq) (ácido forte)

CH3COOH(aq) + H2O ⇄ H3O+(aq) + CH3COO (aq) (ácido fraco)

𝐻2 𝑂
NaOH Na+ + OH- (base forte)

NH3(g) + H2O(l)⇄ OH-(aq)+NH4+(aq) (base fraca)

Por apresentarem elevado grau de dissociação liberando íons OH-, os hidróxidos dos
metais alcalinos e alcalinos terrosos mais pesados comportam-se como bases fortes. Ex:
NaOH, KOH, Ba(OH)2, Sr(OH)2. Os hidróxidos de Mg2+ e Ca2+ são pouco solúveis e
apresentam tendência para a formação de complexos do tipo MOH+. Esse fato diminui a força
dessas bases. Em sua maioria, os hidróxidos metálicos são pouco solúveis (Ex: Al(OH)3,
Fe(OH)3, etc)

101
Quando um ácido sofre remoção de um próton, o produto resultante é denominado
base conjugada desse ácido. Por outro lado, quando uma base recebe um próton, o produto
resultante é denominado ácido conjugado dessa base.

Se um ácido ou base é forte, sua espécie conjugada é fraca. Porém se o ácido ou base é fraco,
sua espécie conjugada é forte.

Força do ácido ou base Força da espécie conjugada


Ácido forte Base conjugada fraco
Ácido fraco Base conjugada forte
Base forte Ácido conjugado fraco
Base fraca Acido conjugado forte

Fonte: Princípios de Química_ Peter Atkins

Consideramos como ácidos fortes aqueles cuja força é maior do que a do íon hidrônio.

102
Anfóteros

Algumas espécies podem atuar tanto como ácidos quanto como bases. Para que isso seja
possível, a reação não poderá produzir um ácido ou base forte.

HPO42- + H2O  PO43- + H3O+ atuação como ácido


HPO42- + H2O H2PO4- + OH- atuação como base

103
Lista 2: Teoria Ácido-Base

1 - Escreva o equilíbrio de transferência de prótons para os seguintes ácidos em solução


aquosa e identifique para cada um os pares ácido-base conjugados:
a) H2SO4
b) C6H5NH3+ (íon anilina)
c) H2PO4-
d) HCOOH
e) NH2NH3+

2 - Escreva o equilíbrio de transferência de prótons para as seguintes bases em solução aquosa


e identifique em cada caso os pares ácido-base conjugados:
a) CN-
b) NH2NH2 (hidrazina)
c) CO32-
d) HPO42-
e) NH2CONH2 (uréia)

3 - Identifique na seguinte reação:


a) o ácido e a base de Bronsted;
b) a base e o ácido conjugado formado:

HNO3(aq) + HPO42-(aq)⇄ NO3-(aq) + H2PO4-(aq)

4 - Identifique na seguinte reação:


a) o ácido e a base de Bronsted;
b) a base e o ácido conjugado formado:

HSO3-(aq) + NH4+(aq) ⇄NH3(aq) + H2SO3(aq)

5 - De acordo com os conceitos de ácido e base de Brönsted-Lowry, identifique os ácidos e


bases na reação abaixo:

H2SO4(aq) + Cl-(aq) ⇄HSO4-(aq) + HCl(aq)

6 - Baseado nas reações a seguir, qual(is) das afirmativas é(são) verdadeira(s) ?

I) NH3(aq) + H2O(l)⇄ NH4+(aq) + OH-(aq)


II) Ag+(aq) + 2NH3(aq)⇄ [Ag(NH3)2](aq)

a) H2O na reação I e Ag+ na reação II são ácidos de Brönsted-Lowry;


b) NH3 na reação II é base de Lewis e Brönsted-Lowry;
c) H2O na reação I é ácido de Lewis e ácido de Brönsted-Lowry e Ag+ na reação II é ácido de
Lewis;
d) NH3 na reação I é base de Brönsted-Lowry;

7 - O íon hidrogenocarbonato, HCO3-, é um anfótero. Escreva equações químicas balanceadas


que ilustrem esse comportamento. Suponha que HCO3- reaja com H2O.

104
8 - Quando ácido sulfuroso é adicionado a uma solução de íons benzoato, forma-se um
precipitado branco de ácido benzóico:

H2SO3(aq) + C6H5CO2-(aq)⇄ C6H5CO2H(s) + HSO3-(aq)

Por outro lado, se em vez de ácido sulfuroso, usar-se ácido acético, aparentemente não ocorre
reação. Qual é a ordem crescente das forças desses três ácidos?

9 - Na reação entre um hidreto metálico e amônia líquida, representada pela equação abaixo,
quais são as bases de Brönsted?
H-+ NH3⇄ NH2- + H2

10 - Sea conceituação de ácido-base segundo Arrhenius for chamada de I, a de Lowry-


Brönsted de II e a de Lewis de III. Consideremos a reação do íon cúprico com quatro
moléculas de água para formar o composto de coordenação [Cu(H2O)4]+2(aq). Esta é uma
reação de um ácido com uma base segundo:
a) I e II. b) I e III. c) Apenas II. d) II e III. e) Apenas III.

11 - O enxofre reage com o sulfito de sódio em solução aquosa, a quente:

Em que conceito essa equação é uma reação ácido-base? Por quê? Que espécie atua como
ácido? Por quê?

Respostas:

1- a) H2SO4(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + HSO4-(aq)


H2SO4: ácido / HSO4-: base
b) C6H5NH3+(aq) + H2O(l)⇄ C6H5NH2(aq) + H3O+(aq)
C6H5NH3+: ácido / C6H5NH2(aq): base
c) H2PO4-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) +HPO42-(aq)
H2PO4 : ácido / HPO42-: base
-

d) HCOOH(aq) + H2O(l)⇄ HCO2-(aq) + H3O+(aq)


HCOOH: ácido / HCO2-: base
e) NH2NH3+(aq) + H2O(l)⇄ NH2NH2(aq) + H3O+(aq)
NH2NH3+ : ácido / NH3NH2: base
2- a) CN-(aq) + H2O(l)⇄ HCN(aq) + OH-(aq)
-
CN : base / HCN: ácido
b) NH2NH2(aq) + H2O(l)⇄ NH2NH3+(aq) + OH-(aq)
NH2NH2: base / NH2NH3+: ácido
c) CO32-(aq) + H2O(l) ⇄HCO3-(aq) + OH-(aq)
CO3 : base / HCO3-: ácido
2-

d) HPO42-(aq) + H2O(l) ⇄H2PO4-(aq) + OH-(aq)


HPO4 : base / H2PO4-: ácido
2-

105
e) NH2CONH2(aq) + H2O(l)⇄ NH2CONH3+(aq) + OH-(aq)
NH2CONH2 : base / NH2CONH3+: ácido
3- a) ácido de Bronsted: HNO3; base de Bronsted: HPO42-;
b) base conjugada a HNO3: NO3-; ácido conjugado a HPO42-: H2PO4-
4- a) ácido de Bronsted: NH4+; base de Bronsted: HSO3-;
b) base conjugada a NH4+: NH3; ácido conjugado a HSO3-: H2SO3
5 - Ácidos: H2SO4 e HCl; Bases: Cl- e HSO4-
6 - c) e d)
7 - HCO3-(aq) + H2O(l)⇄ H2CO3(aq) + OH-(aq)
HCO3-(aq) + H2O(l)⇄ CO32-(aq) + H3O+(aq)

8 - Acético < Benzóico < Sulfuroso.


9 - H- e NH2-.
10 - e)
11 - No conceito de Lewis, pois há doação/recepção de um par eletrônico. O enxofre
atua como ácido, pois é este o participante que recebe o par eletrônico.

106
Tema 3: Equilíbrio iônico da água. Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos
monopróticos

Equilíbrio iônico da água

Vimos que muitas substâncias sofrem ionização em água, ou seja, produzem íons. A
água pode inclusive se auto- ionizar:

H2O + H2O ⇄ H3O+ + OH-

ou

2H2O ⇄ H3O+ + OH- Kw= [H3O+][OH-] = 1,0x10-14 (a 25 °C)

Logo, mesmo a mais pura das águas possui, além de moléculas de H2O, íons H3O+ e OH-.
A constante de equilíbrio para a reação de auto-ionização da água é denominada Kw e
seu valor é 1,0x10-14 a 25 °C. O pequeno valor dessa constante mostra que a maioria das
moléculas de água encontra-se na forma não ionizada e a água pura não é boa para conduzir
corrente elétrica.
Atenção! A concentração da água não entra na fórmula de Kw.
Uma vez que a auto-ionização da água produz quantidades iguais de H3O+ e OH-, tem-
se que na água pura [H3O+]=[OH-]= 1,0 x 10-7 (valor obtido a partir da expressão de Kw).

pH (potencial hidrogeniônico)

O pH de uma solução está relacionado à acidez (ou basicidade) da mesma. Define-se:

pH = -log [H3O+]

Assim, para a água pura, em que [H3O+]=1,0 x 10-7, o pH é igual a 7.


Assim, soluções de ácidos fortes em água, as quais apresentam elevado valor de
+
[H3O ] devido a ionização do ácido, deverão apresentar baixo valor de pH.

Analogamente, define-se:

pOH = -log [OH-]

Assim, soluções básicas deverão apresentar baixos valores de pOH.

Manipulando a equação de Kw, podemos obter:

[H3O+][OH-] = 1,0x10-14
log [H3O+] + log [OH-] = log 1,0x10-14

107
- log [H3O+] - log [OH-] = - log 1,0x10-14
Então:

pH + pOH = pKw
ou
pH + pOH = 14

Essas relações estão esquematizadas no diagrama abaixo:

Conforme podemos observar na figura abaixo, o log de uma grandeza aumenta com o
aumento dessa grandeza. Entretanto, o - log de uma grandeza diminui com o aumento dessa
grandeza. Assim, podemos compreender melhor porque o pH (-log[H3O+]) diminui com o
aumento da concentração de H3O+.

a b

Constante de dissociação de ácidos e bases; Ka e Kb

As equações químicas abaixo apresentam a reação de ionização de um ácido e uma


base genéricos em água, bem como as constantes de equilíbrio para esses processos, as quais

108
são chamadas, respectivamente, de constante de dissociação ácida (Ka) e constante de
dissociação básica (Kb).

[A  ][ H 3O  ]
HA + H2O ⇄ A- + H3O+Ka = pKa = -log Ka
[ HA]

[HA][OH - ]
A- + H2O ⇄ HA + OH-Kb = pKb = -log Kb
[A-]

Observe que quanto mais forte o ácido, maior é o seu Ka e menor é o seu pKa.
Analogamente, quanto mais forte a base, maior é o seu Kb e menor é o seu pKb.
Atenção! As equações de Ka e Kb não são o inverso uma da outra! Em ambos os casos, a
reação ocorre com a água.

Se multiplicarmos o Ka de um determinado ácido pelo Kb da sua base conjugada, obtemos:

[A  ][ H 3O  ] [HA][OH - ]
Ka. Kb = . = [H3O+][OH-] =Kw
[ HA] [A-]
Logo:

Ka. Kb = Kw para ácidos e bases conjugados

Asssim, se Ka é grande, Kb é pequeno e vice-versa. Ou seja, se o ácido é forte, a base


conjugada é fraca e vice-versa.

Podemos verificar também que a soma das equações de hidrólise de um ácido e hidrólise de
sua base conjugada fornece a equação de auto ionização da água, cuja constante é Kw.

HA + H2O ⇄ A- + H3O+
A- + H2O ⇄ HA + OH-
____________________
2H2O ⇄ H3O+ + OH-

Assim podemos chegar na seguinte conclusão, a qual possui validade geral, ou seja, não é
limitada a esse caso para o qual foi demonstrada:

A constante de equilíbrio de uma equação obtida como a soma de outras equações é dada pelo
produto das constantes de equilíbrio das equações somadas.

109
Cálculo do pH de ácidos fortes monopróticos

Suponha que preparemos uma solução de um ácido forte cuja concentração inicial do ácido
seja Ca. Como o ácido é forte, ele deverá se converter integralmente em sua base conjugada e
H3O+, e não teremos o ácido não ionizado no sistema. Logo: [H3O+] = Ca

HA + H2O  A- + H3O+
Início Ca 0 0
Final 0 Ca Ca

110
Como o ácido é forte e libera muito mais H3O+ que a água pura, não precisamos
considerar a contribuição do H3O+ produzido pela auto-ionização da água, a não ser que o
ácido esteja muito diluído. Temos então:

pH = -log [Ca] Para o cálculo do pH de ácidos fortes

Cálculo do pH de ácidos fracos monopróticos

No caso dos ácidos fracos, não podemos considerar que a concentração do H3O+ será igual a
concentração inicial do ácido, pois apenas uma parte do ácido sofrerá ionização.

HA + H2O ⇄ A- + H3O+
Início Ca 0 0
Reação -x +x +x
Equilíbrio Ca-x x x

[A  ][ H 3O  ]
Ka =
[ HA]
x.x
Ka =  KaCa – Kax = x2 x2 +Kax – KaCa = 0
Ca  x
Sendo x = [H3O+], então [H3O+] (e consequentemente o pH) pode ser obtido resolvendo a
equação:

[H3O+]2 + Ka [H3O+] – KaCa = 0 Para o cálculo do pH de ácidos fracos

Lembre-se que para resolver uma equação quadrática do tipo

ax2+ bx + c = 0

usamos:

−𝑏 ± 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥= Fórmula de Bhaskara
2𝑎

Nas situações em que o ácido é muito fraco, podemos considerar que a concentração do ácido
não ionizado no equilíbrio será praticamente igual à concentração inicial. Isso quer dizer que
[HA] >> [A-]. Assim:

HA + H2O ⇄ A- + H3O+
Início Ca 0 0
Reação -x +x +x

111
Equilíbrio Ca-x x x

Porém, pela nossa simplificação Ca-x ≈ Ca


[A  ][ H 3O  ]
Ka =
[ HA]
x.x
Ka =  x2 = KaCa Sendo x = [H3O+], então:
Ca

[H3O+] = KaCaPara o cálculo do pH de ácidos muito fracos

Porém, é importante verificar se a simplificação é válida. A simplificação feita foi baseada na


consideração de que [HA] >> [A-]. Essa consideração, para ser aceitável, deve ter um erro
máximo de 3 %. Assim, devemos verificar se 3%[HA] > [A-]. Isso quer dizer que mesmo se
considerarmos uma quantidade tão pequena quanto apenas 3% de [HA], mesmo assim essa
quantidade será maior que [A-]. Na prática, verificamos se 3%Ca > [H3O+], pois esses valores
são conhecidos e tem-se que Ca = [HA] e [A-] = [H3O+].

Cálculo do pH de bases fracas

Analogamente, obtemos para o caso de bases fracas:

A- + H2O ⇄ HA + OH-
Equilíbrio Cb-x x x

[OH-]2 + Kb[OH-]- KbCb= 0

Ou

[OH-]= = KbCb

Cálculo do pH de ácidos fortes monopróticos diluídos

No caso de ácidos muito diluídos, a quantidade de H3O+ vinda da água não poderá ser
desprezada frente ao H3O+ vindo do ácido. Para obtermos a equação que fornece a [H3O+]
nesse caso, montamos um sistema a partir de várias equações. Para termos uma quantidade de
equações suficiente, consideraremos o balanço de massa (BM) e o balanço de carga (BC) do
sistema.

HA + H2O ⇄ A- + H3O+ Ka = ∞
2H2O ⇄ H3O + OH
+ -
Kw= [H3O+][OH-]
BM: Ca = [A-] pois o ácido é forte
BC: [H3O ] = [A ] + [OH-]
+ -

112
Inserindo a equação de Kw e o BM no balanço de carga temos:
𝐾𝑤
+ Ca = [H3O+] (Multiplicando a equação por [H3O+]):
[𝐻 𝑂 + ]
3
Kw + Ca[H3O+] = [H3O+]2

[H3O+]2 - Ca[H3O+]– Kw = 0 Ácido forte diluído Ca < 10 -6

Observe que nesse caso não podemos considerar que [H3O+] = [A-], pois a água também
contribui para a concentração do H3O+. No caso de um ácido diluído devemos considerar que
o H3O+ total é o H3O+ que vem do ácido (= [A-] ) mais o H3O+ que vem da água (= [OH-] ).
Perceba que essa consideração está sendo expressa pelo balanço de carga.
__________________________________________________________________________

Indicadores ácido-base

Um indicador ácido-base é um ácido fraco ou uma base fraca cujas diferentes espécies
protonadas assumem diferentes cores. A equação a seguir mostra a ionização de um indicador
genérico, representado por ―In‖

HIn + H2O ⇄ H3O+ + In-


Cor A Cor B
Devido ao deslocamento do equilíbrio, o indicador deverá assumir majoritariamente sua
forma protonada em meio ácido e a forma desprotonada em meio básico. Assim, a coloração
do indicador está associada ao pH do meio.
Se as concentrações de HIn e de In- forem próximas, o sistema deverá assumir uma cor
intermediária em relação às cores dessas espécies. Por exemplo, se HIn apresentar a cor
amarela e In- apresentar a cor azul, o sistema deverá se mostrar verde quando as
concentrações de HIn e de In- forem próximas. Geralmente, é necessário que a concentração
de HIn seja ao menos 10 vezes maior que [In-] para que enxerguemos a coloração de HIn e
que [In-] seja ao menos 10 vezes maior que [HIn] para que enxerguemos a coloração de In -. O
intervalo de pH no qual ocorre a mudança de cor do indicador é chamado de faixa (ou
intervalo) de viragem ou faixa (ou intervalo) de transição.

113
A figura a seguir mostra as estruturas do indicador ácido base fenolftaleína na presença de
H3O+ ou OH-.

Quím. Nova vol.29 no.3 São Paulo May/June 2006

------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Conteúdo extra

Algumas propriedades do logarítmo

Log a b = x  ax= b
Em que: a= base do logaritmo, b= logaritmando e x= logaritmo de b na base a

Log a (b.c) = Log a b.+ Log a c


Log a (b/c) = Log a b.- Log a c
Log a bx = xLog a b
Log a b = - Log a(1/b)
Log a1 = 0
Log aax = x
Log ab = Log c b/Log c a

114
Lista 3: Cálculo de pH de ácidos e bases fortes e fracos monopróticos

1 - A 60°C, o produto iônico da água, [H+] × [OH–], é igual a 1,0 x 10–13. Em relação a
soluções aquosas nesta temperatura, são feitas as seguintes afirmações:

I. Soluções ácidas são aquelas que têm pH < 6,5.


II. Soluções neutras têm pH = 6,5.
III. Soluções básicas têm pH > 6,5.
IV. pH + pOH tem que ser igual a 13,0.
V. Solução com pH = 14 é impossível de ser obtida.

Das afirmações anteriores, está(ão) correta(s):

2 - Analisando as constantes de ionização dos monoácidos abaixo, a uma dada temperatura:

K(HA) = 2,5 x 10-2


K(HB) = 3,0 x 10-4
K(HC) = 5,0 x 10-5

Qual é a ordem CRESCENTE do grau de ionização, para uma mesma molaridade?

3 - Calcule o pH de uma solução 0,1 mol/L, em HNO2 10% ionizado.

4 - Calcule o pH de uma solução 0,2 mol/L, Mg(OH)2 5% dissociado.

5 - Calcule a concentração hidrogeniônica (H3O+) em uma solução 0,01 mol/L de ácido


acético (Dado: ka = 1,6 x 10-5).

6 - Calcule o grau de ionização de um ácido em uma solução 0.1 mol/L, cuja constante de
ionização é 9,0 x 10-7 a 25°C.

7 - Calcule a constante de ionização do NH4OH sabendo que seu grau de ionização é de 1,3%
em uma solução 0,10 mol/L.

8 - Um copo, com capacidade de 250 ml, contém 100 ml de uma solução aquosa 0,10 mol/L
de ácido acético na temperatura de 25 °C. Nesta solução ocorre o equilíbrio:

HAc(aq)⇄ H+(aq) + Ac-(aq) Ka = 1,8 x 10-5

Considere a adição de mais 100 ml de água pura a esta solução, com a temperatura
permanecendo constante. Após a adição de água, o que acontecerá com:

a) a concentração de íons acetato em solução?


b) a quantidade de íons acetato em solução?

9 - Uma área agrícola foi adubada com amônia, nitrato e fosfato de amônio. Na amostra das
águas residuais da irrigação dessa área verifica-se que a concentração de íons OH-(aq) é igual a
8,0 x 10-5 mol/L, a 25°C. Calcule o pH da amostra em questão.

115
10 - A concentração hidrogeniônica do suco de limão puro é 10 -3 mol/L. Qual o pH de um
refresco preparado com 20 mL de suco de limão e água suficiente para completar 200 mL?

11 - O vibrião colérico não sobrevive em meio de pH = 3, ou mais ácido. Qual é o número de


gotas de uma solução 1,0 mol/L de ácido clorídrico que se deve introduzir em 10 litros de
água, a fim de eliminar o vibrião colérico? (Admita que não haja alteração de volume e que o
volume de uma gota é 0,05 mL).

12 - A amônia é um insumo para a indústria química.

a) Escreva a equação química balanceada que representa o sistema em equilíbrio resultante da


reação do íon amônio, NH4+(aq), com água, que forma amônia aquosa, NH3(aq).
b) Escreva a expressão da constante de equilíbrio, K, da reação indicada no item a) desta
questão, em função das concentrações das espécies nela envolvidas.
c) O valor da constante de equilíbrio, K, expressa no item b) desta questão, é igual a 1,0 x 10 –
9
.
Calcule o valor do pH em que a concentração de NH4+ e a de NH3, em uma solução aquosa de
cloreto de amônio, NH4Cl , são iguais.
d) Compare o valor da constante de equilíbrio, K, indicada no item c) desta questão, com o da
constante de equilíbrio, referente a auto-ionização da água (Kw = 1,0 x 10-14). INDIQUE se
uma solução aquosa de NH4Cl é ácida, neutra ou básica. JUSTIFIQUE sua resposta.

13 - Calcule o pH de uma solução 0,10 mol/L de ácido acético (HAc;Ka = 1,8 x 10-5).

14 - Calcule o pH e a concentração de íons hidróxido de uma solução 5,0 x 10-4 mol/L de


ácido hipocloroso (HClO; Ka = 3 x 10-8).

15 - Calcule o pH de uma solução de 2,0 x 10-3 mol/L de anilina (C6H5NH2; Kb = 4,0 x 10-10)

16 - Qual é o pH de uma solução 0,10 mol/L de hidroxilamina? (HONH2; pKb = 8,02)

17 - Qual é o pH de uma solução 1,50 x 10-4 mol/L de metilamina? (CH3NH2; pKb = 4,50)

18 - Calcule a [H3O+] em uma solução 0,120 mol/L de HNO2 (Ka = 5,1 x 10-4)

19 - Calcule a [H3O+] em uma solução 7,5 x 10-2 mol/L de NH3. (Kb = 1,76 x 10-5)

20 - Calcule o pH de uma solução de HCl 0,005 mol/L.

21 - Calcule o pH de uma solução de NaOH 3,2 x 10-3 mol/L.

22 - Calcule o pH de uma solução de HCl 2,0 x 10-8 mol/L.

23 - Indicadores são substâncias cujas cores variam com o pH do meio. Essas variações de cor
resultam do deslocamento de equilíbrios ácido/base uma vez que as espécies ácida e básica
têm cores diferentes. Esses equilíbrios podem ser representados pela equação abaixo, na qual
In simboliza um grupo orgânico.

HIn(aq)⇄ H+(aq) + In-(aq)


(I)(II)

116
O indicador azul de bromotimol apresenta cor amarela em soluções com pH < 6 e cor azul em
pH > 7,6. A cor da solução varia entre diversas tonalidades de verde quando o pH esta entre 6
e 7,6.

a) Indique qual das espécies I e II, predomina em meio fortemente ácido. Justifique a sua
resposta de acordo com o princípio de Le Chatelier.
b) Indique a cor das espécies I e II no caso do azul de bromotimol.
c) A uma solução aquosa de azul de bromotimol de pH = 8 adicionou-se HCl suficiente para
aumentar mil vezes a concentração de íons hidrogênio. Calcule o pH da solução resultante e
indique a sua cor.

24 - 80,0 mL de uma solução aquosa de hidróxido de potássio de concentração 0,250 mol/L


são parcialmente neutralizados por 20,0mL de uma solução aquosa de ácido nítrico de
concentração 0,500 mol/L.

a) Escreva a equação química da reação de neutralização.


b) Calcule o pH da solução após a adição do ácido.

25 - Misturam-se 100 mL de uma solução aquosa de NaOH, de concentração 0,100 mol/L,


com 400 mL de solução aquosa de HCl, de concentração 0,050 mol/L. Supondo dissociação
total, calcule o pH da solução resultante.

26 - O elemento cálcio reage violentamente com água produzindo gás hidrogênio. Um


químico fez reagir 0,10 gramas de cálcio com 0,10 dm3 de água. Depois que a reação
terminou ele adicionou mais água, de modo a completar 0,5 dm3 de solução. (Suponha um
rendimento de 100%)

a) Escreva a equação química da reação entre o cálcio e a água.


b) Calcule o pH da solução final.

Respostas:

1 - I,II,III e IV
2 - HC < HB < HA
3 - pH = 2
4 - pH =12,3
5 - 4 x 10-4 mol.L-1
6 - 0,3%
7 - kb = 1,69 x 10-5
8 - a) vai diminuir b) vai aumentar
9 - 9,9
10 - pH = 4,0
11 - 200 gotas.
12 - a) NH4+(aq) + H2O(l) NH3(aq) + H3O+(aq)
+ +
a) K = [NH3][H3O ]/[NH4 ]
b) pH = 9,0
c) ácida
13 - pH = 2,87

117
14 - pH = 5,41; [OH-] = 2,58 x 10-9 mol/L
15 - pH = 7,96
16 - pH = 9,49
17 - pH = 9,74
18 - 7,6 x 10-3 mol/L
19 - 8,7 x 10-12 mol/L
20 - pH = 2,32
21 - pH = 11,51
22 - pH = 6,92
23 - a) O aumento da concentração de H+ tende a deslocar o equilíbrio no sentido de
consumir essa íons, levando a formação da espécie I.
b) I - Amarela / II – Azul
c) pH = 5
24 - a) KOH(aq) + HNO3(aq) → KNO3(aq) + H2O(l)
b) pH = 13
25 - pH =1,7
26 - pH = 12

118
Tema 4: Ácidos Polipróticos

Ácidos polipróticos são aqueles que podem sofrer mais de uma desprotonação:

H2A + H2O ⇄ HA- + H3O+ Ka1

HA- + H2O ⇄ A2- + H3O+ Ka2

Se ao montarmos uma equação para o cálculo do pH de um ácido diprótico não fizermos


nenhuma simplificação, obteríamos uma equação do 4° grau, de difícil resolução. Assim,
utilizamos certas considerações (quando apropriado) que nos permitem obter uma equação
mais simples.

Cálculo do pH de um ácido fraco diprótico para o qual a segunda desprotonação ocorre


em pequena extensão

Simplificação: Ka1>>>> Ka2 (logo a segunda desprotonação será desconsiderada)


Nesse caso consideraremos o ácido fraco diprótico como um ácido fraco monoprótico, visto
que a segunda desprotonação é desprezível. Usamos a equação:

[H3O+]2 + Ka [H3O+] – KaCa = 0 Para o cálculo do pH de ácidos fracos


Se for válida a simplificação [HA-]>>[A2-]

Ou

[H3O+] = KaCaSe pudermos considerar que Ka1 também é pequeno e 3%Ca > [H3O+]

OBS: Os casos de ácidos fracos em que tanto Ka1 como Ka2 precisam ser considerados geram
equações de terceiro grau e, portanto, não serão trabalhados no nosso curso.

Cálculo do pH de um ácido forte diprótico para o qual a segunda desprotonação ocorre


em pequena extensão

Consideraremos o ácido forte diprótico como um ácido forte monoprótico, visto que a
segunda desprotonação é desprezível. Usamos a equação:

pH = -log [Ca]

Cálculo do pH de um ácido forte diprótico para o qual a segunda desprotonação não


pode ser desconsiderada

H2A + H2O ⇄ HA- + H3O+ Ka1 = ∞

119
[A 2 ][ H 3 O  ]
HA + H2O ⇄ A + H3O
- 2- +
Ka2=
[ HA  ]
BM: Ca = [HA-] + [A2-] (Como o ácido é forte, consideramos que [H2A] = 0)
[H3O+] = Ca + [A2-] Ou seja, consideraremos que o H3O+ total é a soma do H3O+ que
vem
da primeira desprotonação (= Ca, pois Ka1 = ∞) mais o H3O+ que
vem da segunda desprotonação (= A2-).

Substituindo o BM na equação de Ka2:


[A 2  ][ H 3 O  ]
Ka2=
Ca  [A 2 ] (Substituindo a equação de [H3O+] )
([ H 3 O  ] - Ca)[ H 3 O  ]
Ka2=
Ca  ([ H 3 O  ] - Ca)

[ H 3 O  ] 2 - Ca[ H 3 O  ]
Ka2=
2Ca  [ H 3 O  ]
[H3O+]2 – Ca[H3O+] = 2CaKa2 – Ka2[H3O+]

[H3O+]2 + (Ka2 - Ca)[ H3O+] – 2CaKa2 = 0

Método alternativo de resolução:

Na primeira desprotonação as espécies HA-e H3O+ são produzidas em quantidade Ca, uma
vez que essa reação é completa. Na segunda desprotonação, mais H3O+ é formado e parte do
HA- é consumido numa quantidade igual ao A2- formado.

H2A + H2O ⇄ HA- + H3O+ Ka1 = ∞


[A 2 ][ H 3 O  ]
HA + H2O ⇄ A + H3O
- 2- +
Ka2=
[ HA  ]
Ca -[A2-][A2-] Ca+ [A2-]

[A 2  ](Ca  [A2- ] )
Ka2=
(Ca  [A2- ] )
[A2-]Ca + [A2-]2 = Ka2Ca - Ka2[A2-]
[A2-]2(Ca + Ka2)[A2-] - Ka2Ca = 0
Assim, após obter [A2-], a concentração de H3O+ é obtida por:
[H3O+] = Ca+ [A2-]
___________________________________________________________________________

120
Lista 4: Ácidos polipróticos

1 - Escreva as etapas do equilíbrio de transferência de prótons para a desprotonação de:


a) Ácido sulfúrico, H2SO4;
b) Ácido arsênico, H3AsO4;
c) Ácido ftálico, C6H4(COOH)2.

2 - Escreva as etapas do equilíbrio de transferência de prótons para a desprotonação de:


a) Ácido fosfórico, H3PO4;
b) Ácido adípico, (CH2)4(COOH)2;
c) Ácido succínico, (CH2)2(COOH)2.

3 - Calcule o pH do H2SeO4(aq) 0,010 mol.L-1, sabendo-se que Ka1 é muito grande e Ka2 = 1,2
x 10-2.

4 - Calcule o pH do H2SO4(aq) 0,15 mol.L-1 a 25ºC. Dado que Ka1 = ∞, Ka2 = 1,2 x 10-2.

5 - Calcule o pH das seguintes soluções de ácidos dipróticos a 25ºC, ignorando a segunda


desprotonação somente quando a aproximação é justificada:
a) H2CO3(aq) 0,010 mol.L-1 (Ka1 = 4,3 x 10-7 e Ka2 = 5,6 x 10-11);
b) H2S(aq) 0,20 mol.L-1 (Ka1 = 1,3 x 10-7 e Ka2 = 7,1 x 10-15);
c) H2C4H4O6(aq) (ácido tartárico) 0,15 mol.L-1; (Ka1 = 6,0 x 10-4 e Ka2 = 1,5 x 10-5);
d) H2TeO4(aq) 1,1 x 10-3 mol.L-1 (ácido telúrico); (Ka1 = 2,1 x 10-8 e Ka2 = 6,5 x 10-12);

6 - Calcule o pH de uma solução 0,010 mol.L-1 de ácido sulfuroso (H2SO3, pKa1 = 1,76 e pKa2
= 7,21).

7 - Calcule o pH de uma solução 0,010 mol.L-1 de ácido oxálico (H2C2O4; pKa1 = 1,25 e pKa2
= 4,28).

8 - Calcule o pH de uma solução 0,010 mol.L-1 de ácido maleico (pKa1 = 1,92 e pKa2 = 6,22).

9 - As constantes do equilíbrio de ionização dos ácidos carbônico e oxálico são:

H2CO3 (Ka1 = 4,3 x 10-7, Ka2 = 6,4 x 10-11)


H2C2O4 (Ka1 = 5,9 x 10-2, Ka2 = 6,4 x 10-5)

a) Supondo uma solução 1 mol/L dos dois ácidos, coloque em ordem crescente de abundância
os ânions HCO3-, CO32-,HC2O4- e C2O42-.
b) Qual dos ácidos é o mais forte? Justifique sua resposta.

Respostas:

1 - a) H2SO4(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + HSO4-(aq)


HSO4-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + SO42-(aq)
b) H3AsO4(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + H2AsO4-(aq)
H2AsO4-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + HAsO42-(aq)
HAsO42-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + AsO43-(aq)
c) C6H4(COOH)2(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + C6H4(COOH)CO2-(aq)

121
C6H4(COOH)CO2-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + C6H4(CO2)22-(aq)

2 - a) H3PO4(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + H2PO4-(aq)


H2PO4-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + HPO42-(aq)
HPO42-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + PO43-(aq)
b) (CH2)4(COOH)2(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + (CH2)4(COOH)CO2-(aq)
(CH2)4(COOH) CO2-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + (CH2)4(CO2)22-(aq)
c) (CH2)2(COOH)2(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + (CH2)2(COOH)CO2-(aq)
(CH2)2(COOH) CO2-(aq) + H2O(l)⇄ H3O+(aq) + (CH2)2(CO2)22-(aq)

3 - 1,85
4 - 0,80;
5 - a) 4,18 b) 3,80 c) A aproximação não é justificada, pois Ka1 e Ka2 são próximos
d) 5,31
6 - 2,15
7 - 2,06
8 - 2,19
9 - a) CO32-< HCO3-< C2O42- < HC2O4- b) H2C2O4, pois possui o maior valor de Ka.

122
Tema 5: Hidrólise Salina

Conceito de Hidrólise de sais.

Quando se dissolvem sais em água pura, nem sempre a solução resultante se apresenta
neutra. A razão para isso é que alguns sais reagem com a água (daí o termo hidrólise),
produzindo excesso de íons hidrônio ou hidróxido, tornando a solução ácida ou básica,
respectivamente.
Suponha um sal genérico BHA o qual foi obtido pela reação entre o ácido HA e a base
B:
HA + B  BH+ + A-
sal (BHA)
Quando esse sal é dissolvido em água, ele se dissocia:
BHA(s) + H2O  BH+(aq) + A-(aq)
Se o sal se dissocia completamente, as concentrações do cátion e do ânion (logo após a
dissociação) serão correspondentes à concentração inicial do sal, obedecendo a estequiometria
da dissolução.
A seguir, as seguintes reações podem acontecer:

Constantes de hidrólise

BH+ + H2O ⇄ B + H3O+ (Hidrólise do cátion) [ B][ H 3 O  ]


Ka =
[ BH  ]
A- + H2O ⇄ HA + OH- (Hidrólise do ânion) [HA][OH - ]
Kb =
[A-]

Como KaKb = Kw, quanto mais forte for o ácido, menor será a extensão da hidrólise de sua
base conjugada e quanto mais forte for a base, menor será a extensão da hidrólise de seu ácido
conjugado. O contrário também é verdade.

pH da solução de um sal neutro

Para um sal proveniente da reação entre um ácido forte e uma base forte
Ex: HCl + NaOH  NaCl (sal) + H2O
as reações de hidrólise, tanto do cátion como do ânion, não são prováveis, pois essas reações
produziriam base e ácido forte, respectivamente. Como sabemos, ácidos e bases fortes não
permanecem em solução na forma não ionizada.
Nesse caso, como nenhuma reação de hidrólise acontece, o pH não será alterado.
Consequentemente, a dissolução de um sal de ácido forte e base forte manterá o pH=7. Por
isso o sal de ácido forte e base forte é denominado sal neutro.

pH da solução de um sal básico

Suponha agora um sal proveniente da reação entre uma base forte e um ácido fraco.

Ex: NaOH + HAc  NaAc + H2O


Nesse caso, a hidrólise do cátion não ocorre, pois resultaria na formação de uma base forte.
Entretanto, a hidrólise do ânion ocorre, pois resulta em um ácido fraco.

123
Ac- + H2O ⇄ HAc + OH- (aumento da concentração de OH- na solução)

Assim, o ânion atua como uma base fraca, resultando em uma solução com pH > 7. O pH da
solução poderá ser calculado por:

[OH-]2 + Kb[OH-]- KbCa= 0

Ou

[OH-]= = KbCa

pH da solução de um sal ácido

Suponha agora um sal proveniente da reação entre um ácido forte e uma base fraca.

Ex: HCl + NH3 NH4Cl


Nesse caso, a hidrólise do ânion não ocorre, pois resultaria na formação de um ácido forte.
Entretanto, a hidrólise do cátion ocorre, pois resulta em uma base fraca.

NH4+ + H2O ⇄ NH3 + H3O+ (aumento da concentração de H3O+ na solução)

Assim, o cátion atua como um ácido fraco, resultando em uma solução com pH < 7. O pH da
solução poderá ser calculado por:

[H3O+]2 + Ka [H3O+] – KaCa = 0

Ou

[H3O+] = KaCa

pH da solução de um sal de base fraca com ácido fraco

Ex: HAc + NH3⇄ NH4Ac

Nesse caso, tanto o cátion como o ânion pode sofrer hidrólise:

NH4+ + H2O ⇄ H3O+ + NH3 Ka

Ac- + H2O ⇄ HAc + OH- Kb

O pH da solução dependerá de qual reação de hidrólise ocorre em maior extensão. Se Ka >


Kb, o pH será menor que 7. Se Kb> Ka, o pH será maior que 7.
___________________________________________________________________________

124
Lista 5: Hidrólise salina

1 - Um dos assuntos relacionados com a Química, que mais polêmica provocam na


atualidade, é o uso de aditivos em alimentos. Um desses aditivos é o ácido benzóico ,
C6H5COOH, usado como inibidor no crescimento de bactérias. O ácido benzóico é
encontrado em diversos tipos de produtos, particularmente, em refrigerantes.

a) Os sais da base conjugada, benzoato, não apresentam a mesma atividade bacteriostática.


Por isso, o ácido benzóico só pode ser usado em pH no qual a concentração do ácido livre
exceda a da base conjugada. Isso ocorrerá em solução ácida ou básica? JUSTIFIQUE
sua resposta, analisando qualitativamente a equação de ionização do ácido em solução
aquosa.
b) Sabendo que pKa=4,20, para o ácido benzóico, CALCULE o pH em que são iguais as
concentrações de ácido benzóico e benzoato.
c) Calcule o pH de uma solução 0,1 mol/L de benzoato de sódio (Kb=1,6 x 10-10).

2 - Calcule o pH de uma solução 0,01 mol/L de acetato de sódio. Dado: Ka(HAc) = 1,8 x 10-5

3 - Calcule o pH de uma solução 0,05 mol/L de cloreto de amônio. Dado: Kb(NH3) = 1,8 x 10-
5

4 - Calcule o pH de uma solução 0,01 mol/L de cianeto de potássio. Dado: Kb(CN-) = 4,8 x
10-5

5 - Para os sais abaixo, indique se o cátion, o ânion ou ambos sofrem hidrólise. Indique
também se o pH de uma solução aquosa desses sais será maior, menor ou igual a 7.
JUSTIFIQUE suas respostas.

a) NaBr
b) NH4NO3
c) NH4CN (Ka(NH4+) = 5,56 x 10-10 e Kb(CN-) = 2,04 x 10-5)
d) Na2CO3

6 - Em três frascos A, B e C, dissolvemos, em água pura, respectivamente: cloreto de sódio


(NaCl), cloreto de amônio (NH4Cl) e acetato de sódio (NaC2H3O2). Sabendo-se que somente
os íons Na+ e Cl– não sofrem hidrólise, podemos afirmar que:

a) o pH da solução do frasco A se situa entre 8,0 e 10,0.


b) o pH da solução do frasco B se situa entre 11,0 e 13,0.
c) o pH da solução do frasco C se situa entre 2,0 e 4,0.
d) a solução do frasco A é mais ácida do que a do frasco B.
e) a solução do frasco B é mais ácida do que a do frasco C.

7 - Quando se adiciona o indicador fenolftaleína a uma solução aquosa incolor de uma base de
Arrhenius, a solução fica vermelha. Se a fenolftaleína for adicionada a uma solução aquosa de
um ácido de Arrhenius, a solução continua incolor. Quando se dissolve cianeto de sódio em
água, a solução fica vermelha após adição de fenolftaleína. Se a fenolftaleína for adicionada a
uma solução aquosa de cloreto de amônio, a solução continua incolor.

125
a) Explique o que acontece no caso do cianeto de sódio, utilizando equações químicas.
b) Explique o que acontece no caso do cloreto de amônio, utilizando equações químicas.

8 - Alcalose e acidose são dois distúrbios fisiológicos caracterizados por alterações do pH no


sangue: a alcalose corresponde a um aumento enquanto a acidose corresponde a uma
diminuição do pH. Estas alterações de pH afetam a eficiência do transporte de oxigênio pelo
organismo humano. O gráfico esquemático a seguir mostra a porcentagem de oxigênio
transportado pela hemoglobina, em dois pHs diferentes em função da pressão do O2.

a) Em qual dos dois pHs há uma maior eficiência no transporte de oxigênio pelo organismo?
Justifique.
b) Em casos clínicos extremos pode-se ministrar solução aquosa de NH4Cl para controlar o
pH
do sangue. Em qual destes distúrbios (alcalose ou acidose) pode ser aplicado esse recurso?
Explique.

9 - O azul-de-bromotimol é um indicador ácido-base, com faixa de viragem [6,0 - 7,6], que


apresenta cor amarela em meio ácido e cor azul em meio básico. Considere os seguintes
sistemas:
I - água pura
II - CH3COOH (1 mol/L)
III - NH4Cl (1 mol/L)

Indique, na tabela que segue, a coluna contendo as cores desses sistemas depois da adição de
azul-de-bromotimol.

Respostas:

1 - a) Meio ácido. Ao aumentar a concentração de H3O+, segundo o princípio de Le


Chatelier, a reação inversa é favorecida produzindo o ácido benzóico que é bactericida.
b) pH = 4,20
c) pH = 8,60
2 - pH = 8,37
3 - pH = 5,28
4 - pH = 10,83

126
5 - a) nenhum, pH = 7 b) Cátion, pH < 7 c) Cátion e ânion, pH > 7 (Kb> Ka) d)
Ânion, pH > 7
6 - e)
8 - a) pH = 7,6, pois a quantidade de O2 transportado é maior.
b) Alcalose; NH4Cl tem caráter ácido.
9 - d)

127
Tema 6: Solução tampão

A importância do controle do pH

O controle do pH de soluções e fluidos é muito importante em diversas situações


principalmente na química e na biologia. O rendimento de muitas reações químicas e mesmo
o tipo de produto formado pode ser alterado pela mudança de pH do sistema. A intensidade
dos processos corrosivos, por exemplo, depende do pH do meio. No corpo humano, o pH do
sangue deve permanecer dentro da estreita faixa entre 7,38 e 7,42 para que a pessoa esteja
saudável. A eficiência das enzimas também é alterada pelas mudanças de pH.
Para que uma solução não sofra grandes alterações de pH quando a ela é adicionado
um ácido ou uma base, é necessário que esta solução possua uma espécie básica (capaz de
reagir com o ácido adicionado) e uma espécie ácida (capaz de reagir com a base adicionada).
Entretanto a base e o ácido presentes na solução não poderiam reagir entre si. Essa condição
só pode ser satisfeita se o ácido e a base forem um par ácido/base conjugado.

Conceito de tampão

Na linguagem popular, um tampão é algo capaz de amortecer um choque ou suportar o


impacto de forças opostas. Quando se trata de pH, um tampão é um sistema capaz de resistir a
variações bruscas de pH quando a ele é adicionado um ácido ou uma base ou ainda quando o
sistema sofre diluição.

Como um tampão atua

Considere um tampão constituído pela mistura de um ácido fraco HA e sua base conjugada A-
. Essas espécies apresentam os seguintes equilíbrios em água:

HA + H2O ⇄ A- + H3O+ Hidrólise do ácido fraco


A- + H2O ⇄ HA + OH- Hidrólise da base conjugada

Quando um ácido é adicionado a esse sistema, ele será consumido por parte da base
conjugada A- e produzirá mais HA, deslocando o equilíbrio de hidrólise do ácido fraco no
sentido dos reagentes. Por outro lado, se uma base for adicionada ao sistema, ela será
consumida pelo ácido HA produzindo mais da base A- ao deslocar o equilíbrio de hidrólise da
base conjugada no sentido dos reagentes. Assim, o pH do sistema não deverá sofrer grande
alteração, uma vez que o tampão tem a capacidade de consumir tanto um ácido que for
adicionado como uma base.

Cálculo do pH de um tampão

O pH de uma solução tampão pode ser calculado a partir de uma derivação da equação
da constante Ka:

[A  ][ H 3O  ]
Ka =
[ HA]
Isolando [H3O+]:
K [ HA]
[H3O+] = a -
[A ]

128
Aplicando o log em ambos os lados da equação:
[ HA]
log[H3O+] = logKa + log -
[A ]
Multiplicando por (-1):
[ HA]
-log [H3O+] = -logKa - log -
[A ]
[ HA]
pH = pKa - log -
[A ]
Invertendo o sinal e a fração do log:

[A - ]
pH = pKa + log Equação de Henderson Haselbach
[HA]

Uma vez que o ácido e a base são fracos, não sofrem hidrólise em quantidade
apreciável. Além disso, a presença da espécie conjugada desloca o equilíbrio dificultando
ainda mais a hidrólise. Assim, a concentração analítica do ácido e da base será muito próxima
da concentração dessas espécies no equilíbrio. Isso significa que invés de substituir as
concentrações do ácido e da base no equilíbrio, podemos utilizar também as concentrações
analíticas. A equação ficaria:

CA-
pH = pKa + log
C HA

Efeito da diluição do tampão

A equação de Henderson Haselbach não pode ser utilizada para sistemas muito
diluídos. Entretanto enquanto essa equação for válida, o pH do tampão dependerá apenas do
pKa do ácido e da razão entre as concentrações do ácido e da base. A diluição do sistema não
modifica a razão da concentração entre essas espécies. Assim, o pH do sistema não será
afetado pela diluição enquanto a equação de Henderson Haselbach for válida.

Capacidade tamponante

Observa-se que quando as concentrações do ácido e da base no tampão forem iguais, o


pH do tampão será igual ao pKa do ácido, pois a equação de Henderson Haselbach fornecerá
pH = pKa+log1=pKa. Observa-se também que a máxima capacidade de um tampão de resistir
a variações do pH ocorre quando as concentrações do ácido e da base forem iguais, ou seja,
quando pH = pKa. Por esse motivo, quando se deseja preparar um tampão que apresente
determinado valor de pH, deve-se escolher o par ácido/base conjugado cujo pKa do ácido seja
o mais próximo possível do pH desejado.
Entende-se por capacidade tamponante do tampão o número de mols do ácido forte ou
da base forte que 1 L de tampão pode absorver sem variar o pH em mais de 1 unidade. Como
já foi dito acima, a capacidade tamponante máxima ocorre quando as concentrações de ácido
e base forem iguais. Entretanto, o tampão ainda oferecerá uma capacidade tamponante
apreciável se as concentrações do ácido e da base diferirem no máximo em 10 vezes uma da
outra. Se a concentração da base conjugada for 10 vezes a concentração do ácido, a equação

129
de Henderson Haselbach fornecerá: pH = pKa + 1. Por outro lado, se a concentração do ácido
for 10 vezes a concentração da base a equação fornecerá pH = pKa – 1. Assim, o tampão terá
capacidade tamponante apreciável no intervalo pH = pKa ± 1.
A capacidade tamponante também depende da concentração do ácido e da base
conjugada. Considere dois tampões constituídos pelo mesmo par ácido/base sendo que cada
um dos sistemas apresenta concentrações iguais entre o ácido e a base conjugada. Logo o pH
será igual ao pKa nos dois casos. Entretanto, a concentração das espécies em um tampão é
diferente do outro. Sejam por exemplo duas soluções:

a) HAc 0,1 mol/L e NaAc 0,1 mol/L  pH = 4,74


b) HAc 0,001 mol/L e NaAc 0,001 mol/L  pH = 4,74
Após a adição de 0,5 mL de HCl 0,1 mol/L a 100 mL de cada uma destas soluções, os valores
de pH serão:
a) pH= 4,736 ∆pH = 0,004
b) pH= 4,26 ∆pH = 0,48
Verifica-se assim que altas concentrações dos componentes do tampão aumentam a
capacidade tamponante.

Resumindo:

Se [A-] = [HA] então pH = pKa


pH = pKa ou [A-] = [HA] (Máxima capacidade tamponante)
pH = pKa ± 1 (Intervalo de boa capacidade tamponante)

Cálculo do pH do tampão após a adição de ácido ou base forte

Se um ácido ou base forte for adicionado ao sistema, ele/ela deverá reagir completamente de
forma que o número de mol adicionado de ácido forte, por exemplo, será igual ao número de
mol produzido do ácido conjugado e ao número de mol consumido da base conjugada. Já no
caso da adição de base forte, será produzido igual número de mol da base conjugada e
consumido igual número de mol do ácido conjugado.

Suponha um tampão constituído por 0,2 mol/L de NH3 e 0,3 mol/L de NH4Cl.
a) Qual é o pH desse tampão?

Sabendo que o pKa do íon NH4+ é 9,24 e substituindo os valores na equação de Henderson
Haselbach, obtém-se:

pH= 9,07

b) Calcule o pH que será atingido após a adição de 100 mL de NaOH, com concentração igual
a 0,05 mol/L, a 400 mL desse tampão .

A adição de n mols de base forte consome n mols da espécie ácida do tampão (pois a reação é
completa) e forma mais n mols da espécie básica. Assim, precisamos saber a quantidade
inicial em mol do ácido e da base do tampão, bem como da base adicionada

130
n NaOH: C.V = 0,05mol/Lx0,1L = 0,005 mol

NH4+ + OH- ⇄ NH3 + H2O


n inicial 0,3mol/Lx0,4L = 0,12 mol 0,2mol/Lx0,4L = 0,08 mol
n após reação 0,12 - 0,005 = 0,115 mol 0,08 + 0,005 = 0,085 mol

Inserindo os novos valores na equação de Henderson Haselbach, obtém-se: pH = 9,11


Logo ∆pH= 9,11 – 9,07 = 0,04

c) Calcule o pH que será atingido após a adição de 100 mL de HCl, com concentração igual a
0,05 mol/L, a 400 mL do tampão inicial.

A adição de n mols de ácido forte consome n mols da espécie básica do tampão (pois a reação
é completa) e forma mais n mols da espécie ácida. Assim, precisamos saber a quantidade
inicial em mol do ácido e da base do tampão, bem como do ácido adicionado

n HCl: C.V = 0,05mol/Lx0,1L = 0,005 mol

NH3 + H3O+⇄ NH4+ + H2O


n inicial 0,2mol/Lx0,4L = 0,08mol 0,3mol/Lx0,4L = 0,12 mol
n após reação 0,08 - 0,005 = 0,075 mol 0,12 + 0,005 = 0,125 mol

Inserindo os novos valores na equação de Henderson Haselbach, obtém-se: pH=9,02


Logo ∆pH= 9,02 – 9,07 = -0,05

d) Para comparação, calcule o pH que seria atingido se o mesmo ácido fosse adicionado a 400
mL de uma solução não tamponada cujo pH inicial seja igual ao pH inicial do tampão descrito
anteriormente (calculado na letra a).

Se pH= 9,07 então [H3O+]= 10-9,07 mol/L  ninicial(H3O+)= 10-9,07 mol/Lx0,4L = 3,4x10-10

nadicionado(H3O+)= 0,005 mol


[H3O+]= (3,4x10-10 + 0,005 mol)/ 0,5L = 0,01
pH = 1,999

∆pH= 9,07 – 1,999 = 7,07

Verifica-se assim que quando o ácido é adicionado a uma solução não tamponada o pH varia
consideravelmente mais do que se o ácido tivesse sido adicionado a um tampão de mesmo pH
inicial.
___________________________________________________________________________

131
Lista 6: Solução tampão

1 - Quais as condições necessárias para se garantir um tampão eficiente?

2 - Quantos gramas de cloreto de amônio


(Ka= 5,8 x 10-10) devem ser adicionados a 2,0 litros de solução 0,30 mol/L de amônia para se
formar um tampão de pH igual a 9,0?

3 - Sobre 200 mL de solução tampão constituída por acetato de sódio 0,20 mol/L e
ácidoacético (pKa = 4,75) 0,10 mol/L adicionaram-se 10 mL de solução de ácido clorídrico
0,1 mol/L. Calcule a variação ocorrida no pH da solução original.

4 - Considerando-se o sistema tampão ácido acético/acetato de sódio e sabendo-se que o pKaé


4,74, calcule:
a) o pH de uma solução resultante da adição de 50 mL de ácido acético 0,20 mol/L a 50 mL
deacetato de sódio 0,20 mol/L.
b) a variação do pH resultante da adição de 1,0 mL de HCl 0,50 mol/L à solução obtida em a.
c) a variação do pH resultante da adição de 1,0 mL de HCl 0,50 mol/L a uma solução
obtidadiluindo-se 10,0 mL do tampão em a com 90,0 mL de água destilada.
d) o pH resultante da adição de 90,0 mL de ácido acético 0,20 mol/L a 10,0 mL de acetato
desódio 0,20 mol/L.
e) a variação do pH resultante da adição de 1,0 mL de HCl 0,50 mol/L à solução obtida em d.
f) a concentração de H3O+ da solução obtida em d.

5 - Misturando-se 0,20 mol de ácido acético (Ka= 1,8 x 10-5 ) com 0,10 mol de hidróxido
desódio e diluindo-se para um volume de 0,50 L, qual será o pH da solução?

6 - Quantos mL de solução 1 mol/L de hidróxido de sódio devem ser adicionados a 1 L


desolução 0,60 mol/L de ácido acético (pKa = 4,75) para formar um tampão de pH = 5,0?

7 - Que massa de ácido benzóico (Ka= 6,3 x 10-5 ; MM = 122 g/mol) deve ser adicionada a
100 mL de solução 0,090 mol/L de hidróxido de sódio para formar um tampão de pH = 4,6?

8 - Um tampão de cloreto de amônio (Ka=5,8 x 10-10 ) e amônia, de pH = 10, possui


umaconcentração total do sal e da base igual a 0,30 mol/L. Qual a concentração individual de
cadacomponente?

9 - Calcule o pH da solução resultante da mistura de 20 mL de ácido acético (Ka= 1,8 x 10 -5


)0,10 mol/L com 7,0 mL de hidróxido de sódio 0,15 mol/L.

10 - Que volume de uma solução de 0,10 mol/L de ácido acético (Ka= 1,8 x 10-5) deve
seradicionado a uma solução de hidróxido de sódio 0,10 mol/L para formar 500 mL de um
tampãode pH = 4,5?

11 - Um tampão de ácido acético (Ka= 1,8 x 10-5) e acetato de sódio possui pH = 6,0 e asoma
das concentrações do sal e do ácido é igual a 0,22 mol/L. Qual a concentração de cada
componente?

132
12 - Mede-se 500,0 mL do tampão citado no problema anterior. Que volume de solução de
ácido clorídrico 0,5 mol/L deve-se adicionar à alíquota para que o pH da mistura seja 5,2?

13 - Descreva a preparação de 250,0 mL de solução tampão de pH = 5,0, a partir de


soluçõesde ácido acético (Ka= 1,8 x 10-5 ) 0,50 mol/L e acetato de sódio 0,20 mol/L.

14 - Se 3,0 g de NH4Cl (Ka= 5,8 x 10-10) e 2,0 g de NH3 são dissolvidos em água
suficientepara formar 500 mL de solução, qual é a concentração de íons hidróxido nessa
solução?

15 - Um sujeito quer preparar um tampão de pH 4,27. Qual o ácido, da lista abaixo, deve
serutilizado para preparar o tampão em que a razão entre as concentrações do ácido e da base
é0,3?
Ácido Ka
Fórmico (HCOOH) 1,78 x 10-4
Acético (CH3COOH) 1,75 x 10-5
Lático (CH3CHOHCOOH) 1,35 x 10-4

16 - Determine a massa em gramas do fosfato diácido de sódio (NaH2PO4.2H2O, MM =


138,01g/mol) e do fosfato monoácido de sódio (Na2HPO4.2H2O, MM = 141,98 g/mol)
necessária parase preparar 1 L de tampão em pH 7,00, cuja concentração de fosfato total seja
0,100 mol/L. OpKa do fosfato diácido é 6,86 a 25ºC.

17 - Quais reagentes abaixo você utilizaria para preparar tampões com os seguintes valores
depH?

18 - Um pesquisador precisava determinar o pKa de um ácido que não estava tabelado.


Assim, ele executou algumas medidas e determinou como 4,80 o pH de uma solução 0,010
mol/L do ácido livre e 0,087 mol/L do sal de sódio desse ácido. Qual o valor do pKa
encontrado pelo pesquisador?

19 - Os tampões são de extrema importância em todos os organismos vivos. O pH do plasma


sanguíneo é mantido em valores admiravelmente constantes próximos a 7,40 por um sistema
tampão de bicarbonato. Se os mecanismos regulatórios falharem, como no caso de diabete
severo não controlado, por causa da acidose causada pela superprodução de ácidos
metabólicos, o pH do sangue pode cair a 6,8 ou abaixo e levar a lesões irreparáveis e a morte.
Qual a relação ideal de concentração das espécies do bicarbonato para manter o pH em 7,40?
(Dado: Ka1 = 4,3 x 10-7)

133
20 - Uma descrição simples do pKa de um ácido é que ele representa o pH onde o ácido está
ionizado pela metade, isto é, o pH onde o ácido existe como uma mistura 1:1 do ácido e de
sua base conjugada. Demonstre que esta relação é correta a partir da expressão da constante
de equilíbrio.

21 - O aminoácido glicina é frequentemente usado como principal ingrediente de um tampão


em experimentos bioquímicos. O grupo amino deste aminoácido, que possui um pKa de 9,3,
pode existir na forma protonada (-NH3+) ou na forma de base livre (-NH2) por causa do
equilíbrio reversível:
R–NH3+ + H2O ⇄ R–NH2 + H3O+

a) Em que zona de pH a glicina pode ser usada como um tampão efetivo graças ao seu grupo
amino?
b) Em uma solução 0,1 mol/L de glicina, em pH 9,0, que fração de glicina possui seu grupo
amino na forma – NH3+?
c) Quanto de KOH 5 mol/L deve ser adicionado a 1 L de glicina 0,1 mol/L, em pH 9,0, para
elevar o pH para 10,0?
d) A fim de ter 99% de glicina em uma forma onde seu grupo amino esteja protonado, qual
deve ser a relação numérica entre o pH da solução e o pKa do grupo amino da glicina?

22 - Suponha que você está em um laboratório de pesquisa e precisa, urgentemente, de um


tampão de pH 8,0 mas os únicos reagente disponíveis são:

NaOH(s) ------
Solução de HAc (2 mol/L) pKa = 4,74
Solução de NaH2PO4 (2 mol/L) pKa = 7,20
Solução de NH3 ( 1 mol/L) pKa = 9,25

a) Com quais reagentes e em quais proporções você poderia preparar 1 litro do tampão de
modo que a concentração total (Ca + Cb) fosse igual a 1 mol/L?
b) O que você esperaria da eficiência deste tampão?
c) Qual será o valor do pH de 100 mL desta solução tampão se for adicionado 10 mL de HCl
0,1 mol/L?

23 - Você tem disponível NaOH 0,1 mol/L e soluções 0,1 mol/L d H2SO4, HAc (pKa = 4,75),
ácido láctico (pKa = 3,86) e cloreto de amônio (pKa = 9,25).

a) Como você prepararia 50 mL de uma solução tampão, na qual Ca + Cb = 0,0055 mol/L,


para manter o pH essencialmente constante em 5,40, em um experimento enzimático no qual
será produzido ácido?
b) Se houver produção de 1 x 10-4 mol de íons H+ neste meio durante o experimento, qual
será o pH final?

134
Respostas

2 - 55,64 g
3 - ∆pH = -0,03
4 - a) 4,74 b) 0,04 c) 0,48 d) 3,79 e) 0,14 f) 1,62 x 10
5 - 4,74
6 - 384 mL
7 - 1,54 g
8 - [NH3] = 0,256 mol/L; [NH4+] = 0,044 mol/L
9 - 4,78
10 - 366 mL
11 - [HAc] = 0,01 mol/L; [Ac-] = 0,21 mol/L
12 - 46,7 mL
13 - Volume de ác. Acético = 45 mL; volume de acetato de sódio = 205 mL
14 - 3,6 x 10-5 mol/L
15 - Ác Fórmico
16 - 5,80g e 8,23 g
17 - a) (CH3)3N+HCl b) NH3+HCl c) CH3COOH + NaOH d) HCOOH + NaOH
18 - 3,86
19 - 10,8
20 - ---
21 - a) 8,3 a 10,3 b) 2/3 c) 10 mL d) pH – pKa = -2
22 - a) Ca = 0,137 mol/L; Cb = 0,863 mol/L (Dissolver 34,52 g de NaOH em 500 mL de
NaH2PO4 e completar o volume para 1 litro).
b) Não muito eficiente pois Cb/Ca>> 1, entretanto é satisfatório pois 0,1< Cb/Ca<10, ou
seja esta dentro da faixa pH= pKa±1.
c) 7,96
23- a) Misturar 2,75 mL de HAc com 2,25 mL de NaOH e completar o volume para 50 mL.
b) 4,67

135
Tema 7: Equilíbrio de Solubilidade

Equilíbrio de solubilidade:

O equilíbrio de solubilidade para uma solução saturada com corpo de fundo é representado
por:

AxBy⇄ xAy+ + yBx- Kps= [Ay+]x[ Bx-]y

Sendo que Kps é a constante do produto de solubilidade.

A relação entre a constante do produto de solubilidade (Kps) e a solubilidade

Para o equilíbrio:
AxBy⇄ xAy+ + yBx-
Cada quantidade S que se solubiliza do composto AxBy produz uma quantidade xS de Ay+ e
uma quantidade yS de Bx-, sendo S a solubilidade do composto. Assim temos:

AxBy⇄ xAy+ + yBx-


xS yS

Logo [Ay+]=xS e [ Bx-]= yS

Substituindo esses valores na equação do Kps, tem-se:


Kps= [Ay+]x[ Bx-]y

Kps= (xS)x(yS)y Que fornece a relação entre a solubilidade e o Kps

Perceba então que a relação entre a solubilidade e o Kps de um sal depende da relação
estequiométrica entre o cátion e o ânion.
Cuidado! A solubilidade de dois sais só pode ser comparada através de seus Kps se ambos
possuírem a mesma estequiometria de dissolução.

Exemplo específico: Questão 2 da lista de exercícios

Aplicações do produto de solubilidade: prevendo a precipitação

Se uma solução do composto AxBy (a qual é constituída pelos íons Ay+ e Bx-) for posta em
contato com o sólido AxBy, o sólido irá se dissolver até que [Ay+]x[ Bx-]y seja igual ao Kps. Por
outro lado, se uma solução contendo o íon Ay+ for misturada a uma solução contendo o íon
Bx- de tal forma que na solução final [Ay+]x[ Bx-]y exceda o Kps, haverá precipitação de AxBy
até que [Ay+]x[ Bx-]y seja igual ao Kps. O produto [Ay+]x[ Bx-]y para uma dada solução é
denominado Produto Iônico (PI). Assim temos:

 Se PI < Kps, a precipitação não ocorre


 Se PI > Kps, a precipitação ocorre
 Se PI = Kps, a solução está saturada

136
Exemplo: Questão 14 da lista de exercícios

Precipitação fracionada ou seletiva

Quando se tem uma solução constituída de mais de um composto (possuindo, portanto


mais de um tipo de cátion ou mais de um tipo de ânion), pode ser de interesse separar essas
espécies através da precipitação fracionada. Esse método permite que cada cátion ou cada
ânion da solução seja precipitado individualmente, a fim de ser separado da solução por
filtração ou centrifugação. Para que a precipitação fracionada tenha sucesso, é preciso que
uma espécie seja quantitativamente precipitada antes que a precipitação da próxima espécie se
inicie.
Dizemos que a precipitação foi quantitativa se a concentração da espécie dissolvida
(após a precipitação) for no mínimo 105 vezes menor que a concentração inicial.

Precipitação fracionada com hidróxido

Esse método se baseia na precipitação de íons metálicos na forma de hidróxidos. A


extensão da precipitação poderá ser controlada através do ajuste da concentração de íons
hidroxila [OH-], ou seja, do pH. A precipitação fracionada será possível se uma espécie puder
ser quantitativamente precipitada antes de se atingir o pH no qual a precipitação da próxima
espécie se inicia. O controle do pH é feito utilizando-se um tampão sendo o mais comum o
tampão de NH3/NH4+. À medida que os íons [OH-] são consumidos para formar o precipitado,
mais NH3 se ioniza recompondo o OH- removido e mantendo o pH praticamente inalterado.

Mn+ + nOH-⇄ M(OH)n sendo Mn+ um cátion genérico


NH3 + H2O ⇄ NH4+ + OH-

Exemplo: Questão 21 da lista de exercícios

Precipitação fracionada com sulfeto

A precipitação com sulfetos pode ser feita saturando-se uma solução com H2S, o qual
apresenta os seguintes equilíbrios em solução:

H2S(aq)⇄ HS- + H+ Ka1= 1,0x10-7


HS-⇄ S2- + H+ Ka2= 1,3x10-13
Reação global: H2S(aq)⇄ S + 2H
2- +
K= Ka1.Ka2= [S2-][ H+]2/[H2S(aq)] =1,3x10-20
Porém, em uma solução saturada com H2S, [H2S(aq)] = 0,1 mol/L

Logo: [S2-][ H+]2 =1,3x10-21

Assim a concentração de S2- na solução e consequentemente a precipitação de sulfetos pode


ser controlada através da concentração de H+, ou seja, do pH.
Em pHs reduzidos a concentração de sulfetos será baixa e o PI assumirá um pequeno valor.
Assim, apenas sofrerão precipitação aqueles sulfetos cujo Kps é pequeno, ou seja, sulfetos
pouco solúveis. Os metais cujos sulfetos são insolúveis em meio ácido são reunidos no grupo
II de cátions enquanto os metais cujos sulfetos são insolúveis em meio alcalino pertencem ao
grupo III.

137
Ex:
CuS (grupo II) Kps: 6,3x10-36(Precipita em meio ácido)
MnS (grupo III) Kps: 2,5x10-13(Precipita em meio básico)

Exemplo: Questão 18 da lista de exercícios

O efeito do íon comum sobre as reações de precipitação

A solubilidade de uma substância é diminuída quando à solução saturada é adicionado algum


íon comum. Esse comportamento é previsto pelo Princípio de Le Chatelier.
Ex: Calcule a solubilidade do Ba(IO3)2(iodato de bário) em uma solução com KIO3 0,1 mol/L.

Ba(IO3)2(s) ⇄ Ba2+ + 2IO3- Kps= [Ba2+][ IO3-]2 = 1,25x10-9


S 2S+ 0,1
S(2S+0,1)2= 1,25x10-9
Essa expressão resulta em uma equação do 3º grau. Se for possível, devemos considerar 2S
muito pequeno frente a 0,1. Se essa aproximação não for válida, teremos que encontrar (por
tentativas e aproximações) o valor de S que satisfaz a equação.
Obtemos:
S= 1,25x10-7mol/L
Se não houvesse a presença do íon comum, a solubilidade seria:
Sx(2S)2= 1,25x10-9
S= [(1,25x10-9) 4] (1/3)
S=6,79x10-4 mol/L
Verificamos, portanto que a presença do íon comum diminuiu a solubilidade 542883 vezes.

_________________________________________________________________________

Conteúdo extra

Para o cálculo das concentrações das espécies após a precipitação, podemos supor que a
reação acontece por completo no sentido da formação do precipitado e, depois, parte do
precipitado se dissolve. Se uma das espécies estiver em excesso, a concentração dessa espécie
no equlíbrio será a concentração em excesso somada da concentração proveniente da
solubilização do precipitado (Baccan, 2001).

138
Fonte: Baccan, 2001. Química analítica quantitativa elementar

139
Lista 7:Equilíbrio de solubilidade

1 - A solubilidade do fluoreto de cálcio (CaF2) a 25 ºC é 2,2 x 10-4 mol.L-1. Calcule seu


produto de solubilidade.

2 - Calcule as solubilidades das substâncias abaixo, dados os seus produtos de solubilidade:


a) AB (Kps = 1,0 x 10-8)
b) A3B2 (Kps = 1,08 x 10-30)
c) A3B4 (Kps = 1,0 x 10-25)
d) A2B (Kps = 4,0 x 10-12)

3 - O produto de solubilidade do hidróxido de magnésio, Mg(OH)2, é igual a 1,8 x 10-11.


Calcule a solubilidade desse hidróxido e o pH de sua solução saturada.

4 - Calcule a massa de bário (MM = 137,3 g.mol -1) que é perdida quando um precipitado de
cromato de bário (BaCrO4, Kps = 1,6 x 10-10) é lavado com 120 mL de água.

5 - O produto de solubilidade do fosfato de chumbo [Pb3(PO4)2; MM = 811,6 g.mol-1] a 25 ºC


é igual a 7,9 x 10-43. Calcule a solubilidade desse sal em g.L-1.

6 - A 25ºC os produtos de solubilidade do sulfato de chumbo (PbSO4), cromato de bário


(BaCrO4) e hidróxido de zinco [Zn(OH)2] são, respectivamente, iguais a 1,8 x 10-8; 2,4 x 10-10
-18
e 1,0 x 10 . Determine as concentrações de cada um dos cátions nas soluções saturadas de
cada uma das substâncias.

7 - Quantos gramas de íons de chumbo (MM = 207,2 g/mol-1) e de íons iodeto (MM = 126,9
g.mol-1) existem em 1,0 mL de uma solução saturada de iodeto de chumbo (PbI2; Kps = 8,7 x
10-9).

8 - Qual é a diferença em gramas entre a quantidade de prata (MM = 107,90 g.mol -1) contida
em 400 mL de solução saturada de cloreto de prata (AgCl; Kps = 1,0 x 10-10) e a quantidade de
prata contida em 400 mL de solução saturada de brometo de prata (AgBr; Kps = 4,0 x 10-13)?

9 - O produto de solubilidade do fosfato de prata (Ag3PO4) é 1,8 x 10-18 e o do cromato de


prata (Ag2CrO4) é 4,1 x 10-12. Qual desses sais conterá a maior concentração de íons prata na
solução saturada?

10 - Que massa de íons chumbo (Pb2+; MM = 207,2 g.mol-1) está presente em 250 mL de uma
solução saturada de cloreto de chumbo (PbCl2; Kps = 1,6 x 10-5).

11 - Quantos gramas de iodato de chumbo [Pb(IO3)2; Kps = 2,57 x 10-13; MM = 557,2 g.mol-1]
podem ser dissolvidos em 200 mL de água?

12 - Calcule a solubilidade em mol.L-1 do cromato de prata (Ag2CrO4; Kps = 1,3 x 10-12).

13 - Determine a concentração de íons hidróxido necessária para iniciar a precipitação de


hidróxido férrico [Fe(OH)3, Kps = 3,8 x 10-38], sendo [Fe3+] = 1,0 x 10-3 mol.L-1.

140
14 - Haverá formação de precipitado quando se misturam volumes iguais de soluções de
nitrato de cálcio [Ca(NO3)2] 0,030 mol.L-1 e fluoreto de sódio (NaF) 0,10 mol.L-1?
Dado: CaF2 ⇄ Ca2+ + 2F- ; Kps = 4,0 x 10-11

15 - Qual das seguintes misturas formará precipitado?

a) 100 mL de nitrato de prata (AgNO3) 2,0 x 10-3 mol.L-1 com 50 mL de bromato de


potássio (KBrO3) 1,0 x 10-2 mol.L-1.
Dado: AgBrO3⇄ Ag+ + BrO- ; Kps = 5,5 x 10-5

b) 1,0 mL de cloreto de bário (BaCl2) 1,0 x 10-3 mol.L-1 com 2,0 mL de fluoreto de
sódio (NaF) 1,0 x 10-2 mol.L-1.
Dado: BaF2⇄ Ba2+ + 2F- ; Kps = 1,1 x 10-6

c) 2,0 mL de sulfato cúprico (CuSO4) 2,0 x 10-2 mol.L-1 com 2,0 mL de cromato de
potássio (K2CrO4) 1,0 x 10-2 mol.L-1.
Dado: CuCrO4⇄ Cu2+ + CrO42- ; Kps = 3,6 x 10-6

d) 50 mL de cloreto de cálcio (CaCl2) 2,0 x 10-3 mol.L-1 com 150 mL de ácido


sulfúrico (H2SO4) 2,0 x 10-3 mol.L-1.
Dado: CaSO4⇄ Ca2+ + SO42- ; Kps = 9,1 x 10-6

e) 50 mL de nitrato de chumbo [Pb(NO3)2] 0,0050 mol.L-1 com 100 mL de tiocianato


de potássio (KSCN) 0,0050 mol.L-1.
Dado: Pb(SCN)2⇄ Pb2+ + 2SCN- ; Kps = 2,0 x 10-5

16 - Uma solução contém íons cobaltosos Co2+ ( 0,010 mol.L-1) e H+ (0,30 mol.L-1). Se a
solução for saturada com gás sulfídrico (H2S), haverá a formação de precipitado? Dado: Kps
CoS= 4,0 x 10-21.

17 - Deseja-se separar íons manganosos (Mn2+) de íons cúpricos (Cu2+), ambos na


concentração 0,10 mol.L-1, por precipitação como sulfetos.
a) Calcule a concentração de sulfeto (S2-) necessária para formar cada um dos
precipitados.
b) Calcule o pH que cada sulfeto começa a se precipitar.
c) Qual é a concentração dos íons cúprico quando o sulfeto manganoso começa a se
precipitar?
Dados: MnS ⇄ Mn2+ + S2- ; Kps = 2,5 x 10-13
CuS ⇄ Cu2+ + S2- ; Kps = 6,3 x 10-36

18 - Deseja-se separar os íons manganosos (Mn2+) dos íons cádmio (Cd2+) de uma solução
1,0 x 10-2 mol.L-1 por precipitação como sulfeto:
a) Que sulfeto se formará primeiro? Em que pH?
b) Em que pH o íon que forma o sulfeto menos solúvel estará quantitativamente
precipitado?
c) Em que pH o sulfeto mais solúvel começa a se precipitar?
d) É possível efetuar tal separação?
Dados: MnS ⇄ Mn2+ + S2- ; Kps = 2,5 x 10-13
CdS ⇄Cd2+ + S2- ; Kps = 7,9 x 10-27

141
19 - a) É possível separar os ions ferrosos (Fe2+) dos manganosos (Mn2+) de uma solução
0,010 mol.L-1, desses íons, por precipitação como sulfeto?
b) Qual é a porcentagem do íon que precipita primeiro na solução quando o segundo
começa a precipitar?
c) Em que pH cada íon começa a se precipitar?
Dados: MnS ⇄ Mn2+ + S2- ; Kps = 2,5 x 10-13
FeS ⇄ Fe2+ + S2- ; Kps = 5,0 x 10-18

20 - Tem-se uma solução de sulfato de cádmio (CdSO4) e sulfato cúprico (CuSO4) com
concentração igual a 1,0 x 10-3 mol.L-1 em relação a cada substância. O pH dessa solução será
gradualmente aumentado por adição de hidróxido.
a) Qual hidróxido se precipitará primeiro?
b) É possível separar os cátions por precipitação fracionada com perda de no máximo
1% do cátion que precipitou primeiro? Demonstre.
c) Em que pH cada hidróxido começa a se precipitar?
d) Quando o hidróxido mais solúvel começa a se precipitar, qual é a concentração do
cátion que forma o hidróxido menos solúvel?
Dados: Cd(OH)2⇄ Cd2+ + 2OH- ; Kps = 2,2 x 10-14
Cu(OH)2⇄ Cu2+ + 2OH- ; Kps = 2,2 x 10-20

21 - (a) É possível separar os íons férrico (Fe3+) e cobaltoso (Co2+) por precipitação
fracionada com hidróxido, sendo a concentração molar de cada íon igual a 0,010 mol.L-1?
b) Qual é o intervalo de pH entre o fim da primeira precipitação e o início da segunda?
c) Como se pode controlar o pH para se conseguir tal separação?
Dados: Fe(OH)3⇄ Fe3+ + 3OH- ; Kps = 3,2 x 10-38
Co(OH)2⇄ Co2+ + 2OH- ; Kps = 2,0 x 10-15

22 - Faça considerações sobre a possibilidade de separação dos íons niqueloso (Ni2+) e


magnésio (Mg2+), ambos na concentração 0,010 mol.L-1, por precipitação como hidróxido.
Dados: Ni(OH)2⇄ Ni2+ + 2OH- ; Kps = 2,0 x 10-15
Mg(OH)2⇄ Mg2+ + 2OH- ; Kps = 6,0 x 10-10

23 - Uma solução contendo 1,0 x 10-3 mol.L-1 de cloreto de sódio (NaCl) e 2,0 x 10-3 mol.L-1
de cloreto de bário (BaCl2) é saturada com um sal pouco solúvel BCl3. A concentração dos
íons B3+ é medida e encontrada sendo igual a 3,8 x 10-4 mol.L-1. Calcule o produto de
solubilidade do BCl3.

24 - Que massa de A3B2 (200 g.mol-1, Kps = 1,0 x 10-20) se dissolverá em 200 mL de solução
que contém 0,10 g de A (50 g.mol.-1).

25 - O produto de solubilidade do oxalato de cálcio (CaC2O4) é 1,78 x 10-9 a 18ºC. Calcule:


a) A solubilidade desse sal numa solução 0,050 mol.L-1 de oxalato de amônio
[(NH4)2C2O4].
b) Quantas vezes essa solubilidade será menor do que a solubilidade em água pura?

26 - O produto de solubilidade do hidróxido de magnésio [Mg(OH)2] é 1,8 x 10-11. Calcule a


solubilidade desse hidróxido em uma solução 0,020 mol.L-1 de nitrato de magnésio
[Mg(NO3)2].

142
27 - A 100 mL de solução saturada de cloreto de prata (AgCl; Kps = 1,56 x 10-10) adiciona-se
1,7 mg de nitrato de prata (AgNO3; MM = 169,9 g.mol-1). Calcule a concentração de íons
cloreto na solução.

28 - Quantas vezes a concentração de íons prata será reduzida em uma solução saturada de
cloreto de prata (AgCl; Kps = 1,0 x 10-10 a 20ºC) se a ela adiciona-se uma solução 0,030
mol.L-1 de ácido clorídrico?

29 - Determine a concentração de íons prata em uma solução saturada de cloreto de prata


(AgCl; Kps = 1,56 x 10-10) na qual a concentração de íons cloreto é igual a 6,0 x 10-3 mol.L-1.

30 - Que massa de cálcio (Ca2+; MM = 40,08 g.mol-1 será removida de um precipitado de


oxalato de cálcio (CaC2O4; Kps = 2,3 x 10-9) que é lavado com 200 mL de solução 0,1 mol.L-1
de oxalato de amônio?

31 - Quantos gramas de sulfato de bário (BaSO4; Kps = 1,1 x 10-11; MM = 233,36 g.mol-1) se
dissolverão se o lavarmos com:
a) 250 mL de água;
b) 250 mL de solução 0,83 mol.L-1 de sulfato de amônio [(NH4)2SO4].

Respostas:

1 - Kps = 4,26 x 10-11


2 - a) S = 1,0 x 10-4mol.L-1 b) S = 3,98 x 10-7 mol.L-1 c) S = 7,59 x 10-5 mol.L-1 d) S
= 1,0 x 10-4 mol.L-1
3 - S = 1,65 x 10-4 mol.L-1 e pH = 10,5
4 - m = 2,08 x 10-4 g
5 - S = 1,21 x 10-6 g.L-1
6 - [Pb2+] = 1,34 x 10-4 mol.L-1; [Ba2+] = 1,55 x 10-5 mol.L-1; [Zn2+] = 6,30 x 10-7
mol.L-1.
7 - massa de Pb2+ = 2,69 x 10-4 g; massa de I- = 3,3 x 10-4g).
8 - diferença = 4,04 x 10-4 g.
9 - Ag2CrO4.
10 - m = 0,822 g.
11 - m = 4,46 x 10-3 g
12 - S = 6,88 x 10-5 mol.L-1.
13 - [OH-] = 3,36 x 10-12 mol.L-1.
14 - PI > Kps, então haverá formação de precipitado
15 - a) PI < Kps, não haverá formação de precipitado; b) PI < Kps, não haverá formação
de precipitado
c) PI > Kps, haverá formação de precipitado; d) PI < Kps, não haverá formação de
precipitado; e) PI < Kps, não haverá formação de precipitado.
16 - Não haverá formação de precipitado.
17 - a) Para formar MnS: [S2-] = 2,5 x 10-12 mol.L-1; para formar CuS: [S2-] = 6,3 x 10-
35
mol.L-1.
b) MnS: pH = 4,6 e CuS: pH = -6,7; c) [Cu2+] = 2,52 x 10-24 mol.L-1.
18 - a) CdS; pH = -1,6 b) pH = 0,89 c) pH = 5,14 d) É possível fazer essa

143
separação.
19 - a) Não é possível fazer essa separação; b) Fe2+ =0,002%; FeS: pH = 2,79 e
MnS: pH = 5,13
20 - a) Cu(OH)2; b) É possível fazer a separação; c) Cu(OH)2: pH = 5,67;
Cd(OH)2: pH = 8,67 d) [Cu2+] = 1,00 x 10-9 mol.L-1
21 - a) É possível fazer a separação; b) pH = 3,8 c) O pH pode ser controlado com
um tampão NH3/NH4Cl
22 - É possível fazer a separação.
23 - Kps = 8,8 x 10-11
24 - m = 2,00 x 10-6 g.
25 - a) S = 3,56 x 10-8 mol.L-1 b) 1185 vezes.
26 - S = 1,5 x 10-5 mol.L-1
27 - [Cl-] = 1,56 x 10-6mol.L-1.
28 - A concentração será reduzida em 3000 vezes.
29 - [Ag+] = 2,6 x 10-8 mol.L-1.
30 - m = 1,84 x 10-7 g.
31 - a)m = 1,94 x 10-4 g; b) m = 7,73 x 10-10 g.

144
Tema 8: Eletroquímica

Eletrodo e Potencial do Eletrodo

Quando um metal é inserido em uma solução contendo íons desse


metal, os átomos do metal perdem elétrons formando cátions metálicos
que vão para a solução. Porém, o processo inverso também ocorre, ou
seja, íons da solução recebem elétrons do metal e se depositam no
mesmo. Ou seja, ocorrem os seguintes processos:
M  ne- + Mn+
Mn+ + ne- M

Desta forma, quando o equilíbrio é atingido, o metal, assim como a


solução, estarão eletricamente carregados. Portanto, existirá uma
separação de cargas na interface metal-solução e, como consequência, tem-se uma diferença
de potencial entre o metal e a solução, a qual chamamos de potencial de eletrodo.
O termo Eletrodo, dependendo do contexto em que é utilizado pode ser compreendido
como:
1) Material usado como condutor eletrônico. Ex: Eletrodo de Cu, semicondutores cerâmicos
2) Interface entre um condutor eletrônico e condutor iônico Ex: Ag/Ag+
3):Sistema formado pelo metal e pela solução eletrolítica vizinha ao metal (Semi-célula)

Célula galvânica (pilha).

Quando dois materiais metálicos diferentes, imersos em uma solução contendo íons, são
postos em contato, elétrons poderão fluir de um material para outro. No metal que perde
elétrons (denominado anodo) deverá ocorrer uma reação de oxidação, enquanto no material
que recebe elétrons (denominado catodo) deverá haver uma reação de redução. Esse fluxo de
elétrons pode ser aproveitado na forma de uma corrente elétrica, liberando energia.

Define-se Pilha como um dispositivo que utiliza reações de óxido-redução para converter
energia química em energia elétrica. A reação química utilizada será sempre espontânea e a
diferença de potencial do processo sempre será positiva.

Caso 1: Pilha de Daniell ou pilha de Zinco e Cobre

145
Zn(s) Zn2+ + 2e- Cu2+ + 2e- Cu(s)
Oxidação: é o processo de perda de elétrons Redução= processo de recebimento de elétrons
Anodo: eletrodo no qual ocorre oxidação Catodo= eletrodo no qual ocorre redução
Polo negativo= os elétrons são repelidos desse Polo positivo= os elétrons migram
polo espontaneamente para esse polo
Perda de massa Ganho de massa
Os ânions da ponte salina migram para esse Os cátions da ponte salina migram para esse
eletrodo eletrodo

Equação global: Zn(s) + Cu2+(aq)  Cu(s) + Zn2+(aq)


Diferença de potencial entre os eletrodos: E= +1,1 V (medida por um voltímetro)

Observações:
1) para obter a equação global, devemos somar as semi-equações. Para isso, devemos
verificar se o número de elétrons perdidos na semi-reação de oxidação é igual ao número de
elétrons ganhos na semi-reação de redução. Caso não seja, os coeficientes de uma ou ambas
as reações devem ser multiplicados por algum valor de forma a igualar o número de elétrons.
Atenção! Quando os coeficientes são multiplicados, NÃO devemos multiplicar o valor do
potencial.
2) Uma equação de oxirredução só estará corretamente balanceada se estiver balanceada
quanto ao número de átomos e às cargas
3) A substância que sofre redução é chamada de agente oxidante, pois causa a oxidação de
outra substância. Já a substância que sofre oxidação é chamada de agente redutor, pois causa a
redução de outra substância.

A notação da pilha:

Caso 2: Pilha Zn-H2

Reação anódica: Zn(s) Zn2+(aq) + 2e-


Reação catódica: 2H+(aq) + 2e- H2(g)

146
Reação global: Zn(s) 2H+(aq) Zn2+(aq) + H2(g)
Diferença de potencial entre os eletrodos: E= +0,76V (medida por um voltímetro)

Caso 3: Pilha Cu-H2

Reação anódica: Cu2+(aq)+ 2e- Cu(s)


Reação catódica: H2(g) 2H+(aq) + 2e-
Reação global: Cu2+(aq)+ H2(g) Cu(s) + 2H+(aq)
Diferença de potencial entre os eletrodos: E= +0,34V (medida por um voltímetro)

Eletrodo de referência

E impossível se medir diretamente o potencial de um eletrodo isolado. Assim como não é


possível medirmos a altura de uma montanha se não estabelecermos o nível do mar como
referência.

O eletrodo de referência é um eletrodo com potencial constante, conhecido. Em razão da


estabilidade do eletrodo de referência, qualquer mudança no potencial do sistema será
ocasionada pela contribuição do outro eletrodo, chamado eletrodo indicador ou de trabalho. O
potencial de uma pilha, registrado pelo voltímetro, é na realidade a diferença dos potenciais
dos eletrodos indicador e referência.
Ecel = | Eref – Eind |
O seu potencial é função de uma espécie cuja concentração permanece inalterada
durante toda a determinação. Para que um eletrodo seja empregado como eletrodo de
referência deve apresentar as seguintes características:

* Reversível e obedece a Equação de Nernst (a ser estudada a seguir);


* Exibe potencial constante com o tempo (invariabilidade do potencial durante o
processo);
* Retorna ao seu potencial original depois de submetido a pequenas correntes
(baixa polarizabilidade, isto é, mesmo havendo passagem de pequenas correntes pelo
eletrodo, não deve haver mudança considerável no seu potencial);
* Exibe baixa histerese com variações de temperatura (histerese térmica
desprezível, isto é, o potencial do eletrodo deve responder prontamente a uma variação de

147
temperatura, mas assim que a temperatura inicial é restabelecida, o seu potencial deve voltar
ao valor inicial);
* Deve ser de fácil preparação;
* Rápido ajustamento a um determinado e exato potencial;

O eletrodo padrão de Hidrogênio (EPH)

O eletrodo normal de hidrogênio ([H+]= 1 M, pressão do H2 = 1 bar e T=25 °C) é considerado


o eletrodo padrão, cujo potencial é definido como zero volt. O potencial de todos os demais
eletrodos é definido frente ao EPH.
Este não é prático em trabalhos de rotina, pois é de difícil preparação, requer uma
corrente de hidrogênio puro a uma pressão determinada e, torna-se inativo por efeito de
envenenamento da camada catalítica com traços de certas substâncias. Além disso, o eletrodo
não pode ser usado na presença de agentes oxidantes ou redutores.
Deve-se observar que embora nas representações de células contendo o eletrodo de
hidrogênio normalmente apareça um vaso aberto, na prática o eletrodo é usado num frasco
fechado, com uma saída conveniente para o hidrogênio, de modo que se pode manter sobre a
solução uma atmosfera isenta de oxigênio.

Além do EPH, existem outros eletrodos de referência, sendo os mais utilizados o


eletrodo de calomelano e o eletrodo de prata/cloreto de prata.

A tabela de potenciais padrões de redução

Uma vez que o potencial do EPH é definido como zero, os potenciais de eletrodo dos demais
eletrodos poderão ser obtidos experimentalmente, construindo-se uma pilha entre o EPH e o
eletrodo cujo potencial se deseja descobrir. Assim, torna-se possível criar uma tabela com os
potenciais de diversos eletrodos. Como os potenciais de redução e oxidação são iguais em
módulo e opostos em sinal, geralmente as tabelas apresentam somente os potenciais de
redução.
Os potenciais da tabela referem-se a condições padrões (25°C, 1atm, 1mol/L) e de equilíbrio
(corrente total nula)

OBS:
- Atentar para os altos potenciais de redução dos metais que podem ser encontrados na forma
elementar na natureza: Ouro, platina, prata, cobre e mercúrio
- Atentar para o baixo potencial de redução dos metais zinco e magnésio
- Er Cu> Er Fe
- Er Fe > Er Al, porém Al forma naturalmente uma película protetora
- Metais alcalinos e alcalinos terrosos perdem com facilidade os elétrons da camada de
valência e por isso sofrem oxidação facilmente (possuem baixo potencial de redução)
- Elementos muito eletronegativos como o flúor e o oxigênio apresentam alta tendência de
receber elétrons e, portanto possuem alto potencial de redução.

Cálculo do potencial de pilhas.

O potencial de pilhas pode ser calculado pela soma entre o potencial de oxidação da reação
anódica e o potencial de redução da reação catódica.

148
Prevendo a espontaneidade de processos eletroquímicos

As reações de óxido-redução para as quais o potencial global é positivo caracterizam


processos espontâneos, por outro lado, as reações de óxido-redução para as quais o potencial
global é negativo caracterizam processos não espontâneos.

Eglobal > 0 (processo espontâneo)


Eglobal < 0 (processo não espontâneo)

Caso 4: Pilha Cu-Ag

Reação anódica: Cu(s) Cu2+(aq) + 2e- Eox= -0,34V


Reação catódica: 2Ag+(aq) + 2e- 2Ag(s) Ered= +0,80V
Reação global: Cu(s) 2Ag +(aq) Cu2+(aq) + 2Ag(s) E global= +0,46V

Perceba que o Cu sofre redução frente ao Zn, mas sofre oxidação frente à Ag. Logo o
comportamento eletroquímico de uma espécie depende das outras espécies presentes.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Pilhas de eletrodos inertes

Eletrodos de primeira espécie: Os eletrodos constituídos por um metal imerso em uma


solução contendo íons desse metal são chamados de eletrodos de primeira espécie.

Eletrodos inertes/ eletrodo redox: Os eletrodos inertes são constituídos de um metal


inatacável, geralmente platina, em contato com uma solução contendo os estados oxidado e
reduzido de um sistema de oxidação-redução.

149
Caso 5: Pilha Zn-Pt

Reação anódica: Zn(s) Zn2+(aq) + 2e-


Reação catódica: Fe2+(aq) + 2e- Fe(s)
Reação global: Zn(s) Fe2+ (aq) Zn2+(aq) + Fe(s)

Caso 6: Pilha Cr2+- Ce4+

Reação anódica: Cr2+(aq) Cr3+(aq) + e-


Reação catódica: Ce4+(aq) + e- Ce3+(aq)
Reação global: Cr2+(aq) + Ce4+(aq) Cr3+(aq) + Ce3+(aq)

Equação de Nernst (para eletrodos reversíveis)

Para o cálculo do potencial da pilha em condições diferentes das condições padrões, utiliza-se
a equação de Nernst:

E= E° - (RT/nF)lnQ
em que Q é o quociente reacional: produtório das concentrações dos produtos elevadas às seus
respectivos coeficientes dividido pelo produtório das concentrações dos reagentes elevados a

150
seus respectivos coeficientes. Não são incluídos sólidos e líquidos puros. No equilíbrio
químico, Q= K.
F é a constante de Faraday 96485 J/V.mol
R é a constante dos gases 8,314J/K.mol
T é a temperatura na escala Kelvin (25°C = 298K)

Substituindo os valores para 25°C e usando o logaritmo na base 10, obtemos:

E = E° - (0,0592/n )log Q

Ex 1) Determine o potencial da seguinte pilha

Fe(s) + Cd2+(aq) → Fe2+(aq) + Cd(s)


quando: [Fe2+] = 0,01mol/L e [Cd2+] = 1mol/L

Ex 2) Determine o potencial da semi reação

Pb2+ + 2e- → Pb(s) sendo que [Pb2+] = 0,001mol/L

Pilha por concentração diferencial

Pilhas em que os eletrodos são constituídos pelo mesmo tipo de material metálico, porém
imersos em soluções com concentrações diferentes

Para o processo em questão tem-se a seguinte equação:


Cu2+(aq) + 2e-⇄ Cu(s)
Segundo o princípio de Le Chatelier tem-se:
Anodo: aquele que estiver imerso na solução mais diluída
Catodo: aquele que estiver imerso na solução mais concentrada
Sendo assim a reação de redução é: Cu2+(aq solução concentrada) + 2e-⇄ Cu(s)
e a reação de oxidação é Cu(s)⇄ Cu2+(aq solução diluída) + 2e-
E a equação global será
Cu2+(aq solução concentrada)⇄ Cu2+(aq solução diluída)
A equação de Nernst para a pilha será:
E= E˚ - (0,0592/n) log [menor concentração]/[maior concentração]

151
Para uma pilha de concentração E°= 0. Logo,
E= - (0,0592/n) log [menor concentração]/[maior concentração]
Verifica-se assim que o potencial global da pilha de concentração não depende da espécie
envolvida, mas somente das concentrações.
Usando-se essa equação para as concentrações indicadas no desenho acima obtem-se E= +
0,0296V

Pilha de eletrodos diferentes

É o tipo de pilha em que dois metais ou ligas metálicas diferentes estão em contato e
imersos num mesmo eletrólito. Uma vez que se utiliza o mesmo eletrólito, não há a
necessidade de ponte salina, a qual é indispensável caso se queira trabalhar com eletrólitos de
constituições diferentes. Uma vez que os eletrodos estão no mesmo compartimento, é muito
importante evitar que haja contato direto entre os eletrodos. Tal contato causaria um curto-
circuito na célula e permitira que os elétrons fossem transportados por esse contato, invés de
passarem pelo circuito externo.
O metal com menor potencial de redução funcionará como anodo da pilha (sofrerá
corrosão)
Ex: considere o seguinte sistema:

Ao utilizarmos um meio aquoso eletrolítico e


adicionarmos fenolftaleína e ferrocianato de potássio
ao sistema, observamos que ao redor do eletrodo de
Fe aparecerá uma coloração azul devido à reação do
Fe2+ com K3Fe(CN)6 dando Fe3[Fe(CN)6]2 e ao redor
do eletrodo de cobre aparecerá uma coloração
avermelhada devido à reação H2O + 1/2 O2 + 2e-
→2OH- (meio aerado) ou H2O + 2e- → H2 + 2OH-
(meio desaerado)

Atenção: o catodo não é a água ou o oxigênio e sim o Cu. Catodo= local onde ocorre redução
Um exemplo prático: uma placa de ferro presa com pregos de Cu ou vice-versa.

152
153
154
Eletrólise

Eletrólise é uma reação de oxirredução não espontânea provocada pela aplicação de corrente
elétrica. Sendo assim, a diferença de potencial global dos processos de eletrólise apresenta
sinal negativo. Logo, para forçar o processo a ocorrer, o sistema deve ser conectado a uma
fonte de tensão externa com potencial superior ao Eglobal. Devido à existência de uma fonte
externa com diferença de potencial superior à do sistema, os elétrons se movem em direção
ao pólo positivo da fonte. Consequentemente, o eletrodo conectado à essa extremidade será o
anodo e será um pólo positivo. Por outro lado, os elétrons se deslocarão no sentido contrário
ao pólo negativo da fonte. Assim, o eletrodo conectado a essa extremidade será o catodo e
será o pólo negativo do sistema. Atente para a diferença:

Catodo Anodo
Pilha Pólo positivo Pólo negativo
Eletrólise Pólo negativo Pólo positivo

Convém ressaltar que tanto nas pilhas como na eletrólise, o catodo é o eletrodo onde ocorre a
redução e o anodo é o eletrodo onde ocorre a oxidação, por definição.

Eletrólise ígnea do NaCl com eletrodos inertes

Chama-se eletrólise ígnea aquela que é realizada com o eletrólito fundido.

No caso do NaCl, aquecendo- o a 808 °C, ele se funde e,


no estado líquido, os íons Na+ e Cl- passam a ter liberdade
de movimento. Passando corrente elétrica contínua através
da célula eletrolítica, os cátions Na+ são atraídos pelo pólo
negativo (catodo); chegando a esse pólo, eles ganham
elétrons e são descarregados. Ao contrário, os ânions Cl-
são atraídos pelo pólo positivo (anodo), no qual perdem
elétrons e se descarregam.

Eletrólise aquosa do NaCl com eletrodos inertes

Agora os íons presentes não são apenas o Na+ e Cl-. Existe também: H+ e OH-.

As seguintes reações podem ocorrer:

Na+ + e- Na Ered=-2,71 V


+ -
2H + 2e  H2 Ered= 0
H2O + ½ O2 +2e- 2OH- (meio neutro aerado) Ered=+0,40 V
- -
2H2O + 2e  H2 + 2OH (meio neutro não aerado) Ered= -0,83 V

155
2Cl- Cl2 + 2e- Eoxid= -1,36 V
2OH- H2O + ½ O2 +2e- Eoxid= -0,40 V
2H2O  O2 + 4H+ + 4e- Eoxid=-1,23 V

Dentre as semi reações de redução, aquela com maior potencial de redução é


H2O + ½ O2 +2e- 2OH- (meio neutro aerado) Ered=+0,40 V
-
Assim, esse é o processo que deverá ocorrer no catodo. O OH produzido combina-se com o
Na+ presente no meio, produzindo NaOH, um importante insumo para a indústria.
Dentre as semi reações de oxidação, aquela com maior potencial é a da oxidação do
hidróxido. Entretanto, a semi reação que de fato ocorre é
2Cl- Cl2 + 2e- Eoxid= -1,36 V
por ser essa uma reação cineticamente favorável em meio concentrado. Assim, no anodo
ocorre a formação de Cl2, outro importante insumo para a indústria.

Aplicações da eletrólise

A eletrólise tem muitas aplicações práticas. Entre as mais importantes, citamos: a produção e
purificação de metais, como Na, K, Mg, Al, etc., de não-metais, como Cl2 e F2, e de outras
substâncias úteis, como o NaOH, e a deposição de finas películas de metais sobre peças
metálicas ou plásticas. Essa técnica tem o nome genérico de galvanização, e os casos mais
comuns são os de deposição de cromo (cromagem), de níquel (niquelagem), estanho
(estanhagem, muito utilizada para produção de folhas de flandres) ou de prata (prateação).
Com isso, as peças tornam-se mais brilhantes, bonitas e resistentes à corrosão.

Purificação de metais

Exemplo:

Cu impuro Cu2+ + 2e-

Cu2+ + 2e-Cu puro

Cu impuro Cu puro (processo global)

156
Galvanização (Revestimento de um metal com outro)

Exemplo:

Ni2+ + 2e- Ni Ered= - 0,23 V (maior Ered)

Ni  Ni2+ + 2e- Eoxid= + 0,23 V (maior Eoxid)

2H2O  O2 + 4H+ + 4e- Eoxid=-1,23 V

2H2O + 2e- H2 + 2OH- Ered= -0,83 V

Eletrólise da água com eletrodos e eletrólito inertes

2H+ + 2e- H2 Ered= 0


2OH- H2O + ½ O2 +2e- Eoxid= -0,40 V

2H+ + 2OH- H2O + ½ O2 + H2 (Equação global)

A estequiometria das reações eletroquímicas

A massa de uma substância produzida ou consumida durante uma reação eletroquímica, a


corrente e o tempo envolvidos no processo são grandezas relacionadas entre si.

Para estabelecer essas relações, algumas informações úteis são:

1 mol de elétrons = 96500 C = 1 Faraday (Carga de 1 mol de elétrons)

i= Q/t
onde i= corrente (dada em Àmpere) , Q= carga (dada em Coulomb), t= tempo (dado em
segundos)

Ex: Qual a massa de níquel obtida no catodo a partir de uma solução de cloreto de níquel
submetida a uma corrente elétrica de 20 A durante 2 horas?

157
Resolução:
Uma vez que a corrente é dada por Coulomb/segundo, é necessário converter o tempo para
segundos. Uma forma eficiente de fazer isso é através de análise dimencional:
60 𝑚𝑖𝑛 60 𝑠𝑒𝑔
2ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 = 2ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠. = 7200 𝑠
1 ℎ𝑜𝑟𝑎 1 𝑚𝑖𝑛
Conhecendo o tempo em segundos e a corrente, é possível calcular a carga envolvida:
Q= i.t = 20 A. 7200s = 144000 C
Sabendo que a carga de 96500 C está associada a 1 mol, é possível saber a quantos mols a
carga calculada está associada
1 mol --- 96500 C
x ---- 144000 C
x= 1,492 mol

Através da equação eletroquímica do processo, é possível verificar que o consumo de 2 mols


de elétrons produz 1 mol de níquel, ou seja, 58,69g.
Ni2+ + 2e- → Ni
Assim é possível calcular a massa eletrodepositada:

2 mol ---- 58,69g


1,492 mol --- m
m= 43,79g

____________________________________________________________________

Potencial de mistura de soluções


Na titulação potenciométrica, utiliza-se uma reação redox para se obter a concentração
desconhecida de uma espécie. O potencial do sistema é medido em relação a um eletrodo de
referência durante a adição gradativa do titulante. Uma vez que existe uma relação
logaritmica entre a concentração das espécies e o potencial (dada pela equação de Nernst), a
curva de titulação de Esistema em função do volume adicionado do titulante apresenta uma
aparência similar a uma curva de titulação de neutralização.

158
Para demosntração do cálculo do potencial de mistura, utilizaremos como exemplo a
titulação de uma solução de Fe2+ com Ce4+. A reação da titulação é:

Fe2+ + Ce4+ ⇄ Fe3+ + Ce3+

Essa reação é rápida e reversível, assim o sistema está em equilíbrio durante todo o curso da
titulação. Para sistemas em equilíbrio, os potenciais de eletrodo de todas as semi reações são
idênticos. Assim temos:

Esistema = 𝐸𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+= 𝐸𝐹𝑒 3+/𝐹𝑒 2+


Dessa forma, o potencial de mistura pode ser obtido pela equação de Nernst tanto para a semi
reação do Ce(IV) quanto para a semi-reação do Fe(III).
Antes do ponto de equivalência, uma quantidade de Ce4+ adicionada produzirá Fe3+ e
consumirá parte do Fe2+. As concentrações de Fe3+ e Fe2+ podem ser calculadas a partir dos
dados volumétricos e da estequiometria da reação. Entretanto a quantidade de Ce4+ no sistema
será quase nula, sendo decorrente apenas da reversibilidade da reação. Sendo assim, a
quantidade de Ce4+ é mais difícil de ser calculada, podendo ser obtida somente a partir de
cálculos baseados na constante de equilíbrio. Dessa forma é conveniente que antes do ponto
de equivalência a equação de Nernst do ferro seja utilizada para obtenção do potencial da
mistura.
0,0592 [𝐹𝑒 2+ ]
E = 𝐸⁰𝐹𝑒 3+/𝐹𝑒 2+ - 𝑙𝑜𝑔 [𝐹𝑒 3+]
1
Nesse caso, como a estequiometria é 1:1, teremos
𝑛𝐹𝑒 2+ = 𝑛𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐹𝑒 2+− 𝑛𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝐶𝑒 4+
𝑛𝐹𝑒 3+ = 𝑛𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝐶𝑒 4+

Após o ponto de equivalência, o sistema possuirá Ce3+ decorrente da reação e Ce4+


adicionado em excesso. As concentrações de Ce3+ e Ce4+ podem ser calculadas a partir dos
dados volumétricos e da estequiometria da reação. Entretanto a quantidade de Fe2+ no sistema
será quase nula, sendo decorrente apenas da reversibilidade da reação. Sendo assim, a
quantidade de Fe2+ é mais difícil de ser calculada, podendo ser obtida somente a partir de
cálculos baseados na constante de equilíbrio. Dessa forma é conveniente que após o ponto de
equivalência a equação de Nernst do cério seja utilizada para obtenção do potencial da
mistura.
0,0592 [𝐶𝑒 3+ ]
E = 𝐸⁰𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+ - 𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝑒 4+]
1
𝑛𝐶𝑒 3+= 𝑛𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐹𝑒 2+
𝑛𝐶𝑒 4+= 𝑛𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝐶𝑒 4+ − 𝑛𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐹𝑒 2+

No ponto de equivalência, terá sido adicionada uma quantidade de Ce4+ exatamente


suficiente para consumir o Fe2+. Assim, as quantidades de Ce4+ e Fe2+ serão muito pequenas e
decorrentes apenas da reversibilidade da reação. Nesse caso, nem a equação de Nernst do
ferro e nem a do cério será conveniente. Entretanto, sabemos que no equilíbrio:
[Fe2+] = [Ce4+] e [Fe3+] = [Ce3+]
Dessa forma, será conveniente utilizarmos a soma das equações de Nersnt do cério e
do ferro:
0,0592 [𝐶𝑒 3+ ]
E = 𝐸⁰𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+ - 𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝑒 4+]
1

159
0,0592 [𝐹𝑒 2+ ]
E = 𝐸⁰𝐹𝑒 3+/𝐹𝑒 2+ - 𝑙𝑜𝑔 [𝐹𝑒 3+]
1
0,0592 [𝐶𝑒 3+ ] 0,0592 [𝐹𝑒 2+ ]
2E= 𝐸⁰𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+ + 𝐸⁰𝐹𝑒 3+/𝐹𝑒 2+ - 𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝑒 4+] - 𝑙𝑜𝑔 [𝐹𝑒 3+]
1 1
0,0592 [𝐶𝑒 3+ ][𝐹𝑒 2+ ]
2E= 𝐸⁰𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+ + 𝐸⁰𝐹𝑒 3+/𝐹𝑒 2+ - (𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝑒 4+][𝐹𝑒 3+])
1
Os termos no logaritmando se cancelam devido à relação [Fe2+] = [Ce4+] e [Fe3+] = [Ce3+] e o
termo logarítmico torna-se zero. Assim:
E= ( 𝐸⁰𝐶𝑒 4+/𝐶𝑒 3+ + 𝐸⁰𝐹𝑒 3+ /𝐹𝑒 2+ )/2
Ou seja, o potencial da mistura no ponto de equivalência não depende das concentrações das
espécies.

Exemplo: Suponha que desejamos titular 100 mL de uma solução de Fe2+ 0,05 M com uma
solução de Ce4+ 0,1 M. Calcule a diferença de potencial da célula eletroquímica quando 36,0,
50,0 e 63,0 mL são adicionados.

__________________________________________________________________________

160
Lista 8: Eletroquímica

1 - Considere a pilha esquematizada na figura a seguir, montada com barras metálicas de


mesmas dimensões. O interruptor I foi fechado e, após algum tempo de funcionamento do
circuito, observou-se a diminuição da massa da lâmina de zinco e o aumento da massa da
lâmina de cobre.

a) Explique, através de reações químicas, por que


ocorrem variações das massas das duas lâminas.
b) Qual é o sentido do fluxo de elétrons pelo
circuito externo que liga as lâminas de zinco e
cobre? Justifique.

2 - Calcule o valor do E° para a célula representada pela equação:

2 Ag+(aq) + Mg(s) 2 Ag(s) + Mg2+(aq)

Conhecendo-se os potenciais-padrão de redução:

Ag+(aq)+ e– Ag(s) E° = +0,80 volt / Mg+2(aq) + 2 e– Mg(s) E° = –2,37 volts

3 - Dadas as reações de meia célula:

Cu2+(aq) + e– Cu+(aq) E° = 0,153 V


I2(s) + 2 e– 2 I–(aq) E° = 0,536 V

a) escreva a equação que representa a reação global da célula;


b) calcule o potencial de eletrodo global (ΔE°).

4 - A pilha alcalina é constituída de uma barra de manganês metálico eletroliticamente puro,


imerso numa pasta de hidróxido de zinco. Dela são conhecidos os respectivos potenciais-
padrão de redução:
Mn2+(aq) + 2 e– Mn(s) E° = –1,18 V
Zn2+(aq) + 2 e–  Zn(s) E° = –0,76 V
a) Qual a ddp da pilha?
b) Qual a equação global que nela ocorre?

5 - Na pilha de Daniell, barras de cobre e zinco se encontram mergulhadas em soluções


aquosas de sulfato de cobre (II) e sulfato de zinco, respectivamente. As duas soluções estão
separadas por uma parede porosa. Sabendo que os potenciais-padrão de redução são:

Cu2+(aq) + 2 e– Cu(s) E° = +0,34 V


Zn2+(aq) + 2 e– Zn(s) E° = –0,76 V

a) escreva a reação espontânea que ocorre na pilha de Daniell;


b) calcule a diferença de potencial da pilha;

161
c) desenhe a pilha de Daniell indicando, através de setas, como os elétrons fluem através de
um circuito externo que conecta os eletrodos.

6 - Para estudar o aparecimento de ferrugem em


pregos, foram preparados três tubos, como no esquema
ao lado, usando sempre o mesmo tipo de prego de
ferro.

a) O que se observará em cada caso, após certo tempo?


b) Escreva uma equação química que possa representar a formação de ferrugem no prego.

7 - Nos processos de transporte subterrâneo, as tubulações de ferro têm barras de magnésio


ligadas, conforme o desenho abaixo. Os potenciais normais de oxidação são:

Mg(s)Mg2+(aq) + 2 e– E° = 2,37 V
2+ –
Fe(s)Fe (aq) + 2 e E° = 0,44 V

a) Com base em seus conhecimentos sobre pilhas eletroquímicas, explique para que são
utilizadas as barras de magnésio.
b) Escreva a reação global e calcule a diferença de potencial da pilha formada.

8 - Dada a célula eletroquímica ilustrada, considere os seguintes potenciais-padrão de


redução:

E°Zn2+/Zn = –0,76 V; E°Au3+/Au = +1,50 V

A partir dessas informações, responda:


a) Qual é a reação catódica?
b) Qual é a reação anódica?
c) Qual é a reação global da célula?
d) Qual é a ddp da pilha?
e) A célula é espontânea?

9 - Dada a seguinte tabela de reatividade:

a) Disponha os metais citados em ordem


crescente dos potenciais de redução.
Explique.
b) Associe dois destes metais de modo que
se forme uma pilha. Indique os pólos positivo
e negativo.

162
10 - Encanamentos de ferro mergulhados em água sofrem corrosão, devido principalmente à
reação: Fe(s) + 2 H+(aq)  Fe2+(aq) + H2(g)
Para proteger encanamentos nessas condições, costuma-se ligá-los a barras de outros metais,
que são corroídos ao invés dos canos de ferro. Conhecendo os potenciais padrões de redução
abaixo e dispondo-se de barras de magnésio e cobre, propõe-se:

Cu2+(aq) + 2 e– Cu(s) E° = +0,34 V


Fe2+(aq) + 2 e– Fe(s) E° = –0,44 V
Mg2+(aq) + 2 e– Mg(s) E° = –2,37 V
2 H+(aq) + 2 e– H2(g) E° = 0,00 V

a) Qual metal deve ser utilizado para proteger o encanamento? Justifique.


b) Escreva as reações que ocorrem na associação do cano de ferro com a barra metálica
escolhida, indicando o agente oxidante e o agente redutor.

11 - O cobre com elevado grau de pureza é obtido pelo método eletrolítico que consiste na
eletrólise de solução de sulfato cúprico e ácido sulfúrico. Utiliza-se cobre impuro como ânodo
e cobre puro como cátodo e regula-se convenientemente a voltagem de forma que no cátodo
ocorra apenas a redução: Cu2+(aq) + 2 e– Cu(s)
Qual é a quantidade de elétrons, em mol, necessária para a obtenção de 254 g de cobre puro
é?

12 - O cobre metálico, para ser utilizado como condutor elétrico, precisa ser muito puro, o que
se consegue por via eletrolítica. Neste processo, os íons cobre II são reduzidos, no cátodo, a
cobre metálico, ou seja,
Cu2+(aq) + 2 e– Cu(s)

Qual a massa de cobre que se obtém por mol de elétrons que atravessa a cuba eletrolítica?
(massa atômica relativa do cobre = 64 g/mol)

13 - Calcule a corrente, em ampères, para se obter 26,98 g/hora de alumínio metálico, a partir
de uma solução de cloreto de alumínio (AlCl3).

14 - As novas moedas de centavos, que começaram a circular no mercado, apresentam uma


tonalidade avermelhada obtida por eletrodeposição de cobre a partir de uma solução de sulfato
de cobre II. Para recobrir certo número de moedas foi efetuada a eletrólise, com uma corrente
elétrica de 5 ampères, em 1 L de solução 0,10 mol·L–1 em CuSO4, totalmente dissociado.

a) Escreva a equação química que representa a dissociação do sulfato de cobre II e calcule a


concentração dos íons sulfato, em mol.L–1, na solução inicial.
b) Determine o tempo necessário para a deposição de todo o cobre existente na solução,
considerando 1 F = 96500 C.

15 - Calcule o potencial de eletrodo quando um eletrodo de mercúrio é imerso em uma


solução de:
a) Hg(NO3)2 0,040 mol/L
b) Hg2(NO3)2 0,040 mol/L
c) KCl 0,040 mol/L saturado com Hg2Cl2

Dados:

163
Hg2+(aq) + 2e-⇄Hg(l) E0 = 0,854 V
Hg2 (aq) + 2e ⇄2 Hg(l)
2+ -
E0 = 0,788 V
Hg2Cl2 + 2e-⇄2 Hg(l) + 2 Cl-(aq) E0 = 0,268 V

16 - Calcule o potencial de eletrodo quando um eletrodo de platina é imerso em uma solução


de:
a) 0,075 mol/L em Fe2(SO4)3 e 0,060 mol/L em FeSO4
b) 0,244 mol/L em V3+, 0,414 mol/L em VO2+ e 1x10-5 mol/L em NaOH
c) 0,117 mol/L em K4Fe(CN)6 e 0,333 mol/L em K3Fe(CN)6
d) 0,0744 mol/L em UO22+, 0,0507 mol/L em U4+ e 1x10-4 mol/L em HClO4
e) saturada com hidrogênio a 1 atm e tem um pH de 3,50
f) 0,0627 mol/L em S2O32- e 0,0714 mol/L em S4O62-

Dados:
Fe3+(aq) + e-⇄ Fe2+(aq) E0 = 0,771 V
VO2+(aq) + 2 H+(aq) + e- ⇄ V3+ + H2O E0 = 0,359 V
Fe(CN)6 (aq) + e ⇄ Fe(CN)6 (aq)
3- - 4- 0
E = 0,360 V
UO22+(aq) + 4 H+(aq) + 2 e-⇄ U4+(aq) + 2 H2O(l) E0 = 0,334 V
2 H+(aq) + 2 e-⇄ H2(g) E0 = 0,000 V
S4O62-(aq) + 2 e-⇄ 2 S2O32-(aq) E0 = 0,080 V

17 - Indique se cada semicélula comporta-se como anodo ou catodo quando acoplada ao


eletrodo padrão de hidrogênio numa célula galvânica. Calcule o potencial da célula.
a) Pb / Pb2+ (2,0 x 10-4 mol/L)
b) Pt/ Sn4+ (0,20 mol/L), Sn2+ (0,50 mol/L)
c) Pt/ Sn4+ (1,0 x 10-6 mol/L), Sn2+ (0,50 mol/L)
d) Ag/ AgBr(s), KBr (1,0 x 10-4 mol/L)
e) Ag/ Ag(CN)2- (0,20 mol/L), CN- (1,0 x 10-6 mol/L)
f) Pt / Ti3+ (0,30 mol/L), TiO2+ (0,10 mol/L), H+ (0,20 mol/L)
g) Ag / Na3[Ag(S2O3)2] (0,010 mol/L), Na2S2O3 (0,080 mol/L)

Dados:
2 H+(aq) + 2e-⇄ H2(g) E0 = 0,000 V
Pb (aq) + 2e ⇄ Pb(s)
2+ -
E0 = -0,126 V
Sn4+(aq) + 2e-⇄ Sn2+(aq) E0 = 0,154 V
AgBr + e ⇄ Ag(s) + Br (aq)
- -
E0 = 0,073 V
Ag(CN)2-(aq) + e-⇄ Ag(s) + 2CN-(aq) E0 = -0,310 V
TiO (aq) + 2 H (aq) + e ⇄ Ti (aq) + H2O
2+ + - 3+
E0 = 0,099 V
Ag(S2O3)23-(aq) + e- ⇄ Ag(s) + 2S2O32-(aq) E0 = 0,017 V

18 - Calcule a constante de equilíbrio de cada uma das reações seguintes:


a) Cu(s) + 2 Ag+(aq) Cu2+(aq) + 2 Ag(s)
b) 2 Fe3+(aq) + 3 I-(aq) 2 Fe2+(aq) + I3-(aq)
4- 2+
c) 2 MnO (aq) + 3 Mn (aq) + 2 H2O(l) 5 MnO2(s) + 4 H+(aq)

Dados:
Cu2+(aq) + 2 e-⇄ Cu(s) E0 = 0,337 V
Ag+(aq) + e-⇄ Ag(s) E0 = 0,799 V
Fe3+(aq) + e-⇄ Fe2+(aq) E0 = 0,771 V
I3-(aq) + 2 e-⇄ 3 I-(aq) E0 = 0,536 V

164
MnO4-(aq) + 4 H+(aq) + 3 e-⇄ MnO2(s) + 2 H2O(l) E0 = 1,695 V
MnO4-(aq) + 8 H+(aq) + 5 e-⇄Mn2+(aq) + 4 H2O(l) E0 = 1,510 V

19 - Calcule o potencial eletródico resultante da mistura de 50,00 mL de uma solução de U4+


0,050 mol/L com os seguintes volumes da solução de MnO4- 0,02 mol/L:
a) 10,00 mL
b) 60,00 mL
Obs: Considere [H+] = 1,00 mol/L

Dados:
UO22+(aq) + 4 H+(aq) + 2 e-⇄ U4+(aq) + 2 H2O(l) E0 = 0,334 V
MnO4-(aq) + 8 H+(aq) + 5 e-⇄ Mn2+(aq) + 4 H2O(l) E0 = 1,510 V

20 - Calcule o potencial eletródico das seguintes misturas, considerando [H+] = 0,5 mol/L
quando necessário:
a) 50,00 mL de solução 0,100 mol/L em Fe2+ com 15,00 mL de solução 0,10 mol/L em
Cr2O72-
b) 10,00 mL de solução 0,050 mol/L em MnO4- com 15,00 mL de solução 0,25 mol/L em Fe2+
c) 50,00 mL de solução 0,100 mol/L em Fe(CN)64- com 10,00 de solução 0,050 mol/L em Tl3+

Dados:
Fe3+(aq) + e-⇄ Fe2+(aq) E0 = 0,771 V
MnO4-(aq) + 8 H+(aq) + 5 e-⇄ Mn2+(aq) + 4 H2O(l) E0 = 1,510 V
Cr2O7 (aq) + 14 H (aq) + 6e ⇄ 2 Cr (aq) + 7 H2O(l)
2- + - 3+
E0 = 1,330 V
Fe(CN)63-(aq) + e-⇄ Fe(CN)64(aq)- E0 = 0,360 V
Tl (aq) + 2e ⇄ Tl (aq)
3+ - + 0
E = 1,250 V

21 - Para a deposição eletrolítica de 11,2 gramas de um metal cuja a massa atômica é 112,
foram necessários 19300 Coulombs. Qual é o número de oxidação desse metal ? (Dados: F =
96.500 C)

22 - Durante uma eletrólise, a única reação que ocorreu no catodo foi a deposição de certo
metal. Observou-se que a deposição de 8,81 gramas de metal correspondeu à passagem de
0,300 mols de elétrons pelo circuito. Qual das opções a seguir contém o metal que pode ter
sido depositado? (Dados: Massas atômicas Ni = 58,71; Zn = 65,37; Ag = 107,87; Sn =
118,69; Pb = 207,19)

a) Ni. b) Zn. c) Ag. d) Sn. e) Pb.

23 - Muitas latas utilizadas em embalagens de alimentos industrializados são formadas a


partir de uma folha de ferro, revestida internamente por uma camada de estanho metálico. A
aplicação desta camada sobre o ferro se dá por meio de um processo de eletrodeposição,
representado pela seguinte reação:
Sn2+(aq) + 2 e- Sn(s)

Admitindo que em uma lata exista, em média, 1,19 × 10−3 g de estanho e que 1 F = 96.500 C,
calcule o tempo necessário para a eletrodeposição de uma lata, mediante o emprego de uma
corrente elétrica com intensidade de 0,100 A.

165
24 - Qual o volume de gás flúor que pode ser produzido quando uma corrente de 0,5 A é
passada por fluoreto de potássio fundido durante 8 horas? Considere que o gás produzido
encontra-se a 273 K e 1,0 atm de pressão.

25 - Em uma célula eletrolítica, com eletrodos inertes, uma corrente de 1,00 A passa por uma
solução aquosa de cloreto de ferro, produzindo Fe(s) e Cl2(g). Admita-se que 2,80g de ferro são
depositados no catodo, quando a célula funciona por 160 minutos e 50 segundos. Determine a
fórmula do cloreto de ferro utilizado na preparação da solução originalmente eletrolisada e
escreva a equação eletroquímica que representa a descarga ocorrida no anodo.

26 - Um rádio de pilha ficou ligado durante TODO o primeiro tempo de uma partida de
futebol. Nesse período seu eletrodo de zinco (MM = 65,5 g/mol) sofreu um desgaste de
0,3275 g tendo originado uma corrente de 0,3216 A. Quantos minutos o árbitro deu de
acréscimo nesse primeiro tempo? Considere que um tempo de um jogo de futebol apresenta
45 minutos.

27 - Determine o equivalente-grama de uma substância formada em um eletrodo, sabendo-se


que, ao passar uma corrente de 9,65 A durante 8 minutos e 20 segundos, formam-se 1,4 g de
substância.

28 - Após o Neolítico, a história da humanidade caracterizou-se pelo uso de determinados


metais e suas ligas. Assim, à idade do cobre (e do bronze) sucedeu-se a idade do ferro (e do
aço), sendo que mais recentemente iniciou-se o uso intensivo do alumínio. Esta seqüência
histórica se deve aos diferentes processos de obtenção dos metais correspondentes, que
envolvem condições de redução sucessivamente mais drásticas.

a)Usando os símbolos químicos, escreva a seqüência destes metais, partindo do menos nobre
para o mais nobre, justificando-a com base nas informações acima.
b)Para a produção do alumínio (grupo 13 da classificação periódica), utiliza-se o processo de
redução eletrolítica (Al3+ + 3 e– → Al). Qual a massa de alumínio produzida após 300
segundos usando-se uma corrente de 9,65 C·s–1? (Dados: massa molar do Al = 27 g·mol–1 e
a constante de Faraday, F = 96500 C/mol)

29 - O magnésio, graças a sua leveza, é usado na indústria espacial e aeronáutica, em


aparelhos óticos e equipamentos em geral. As ligas de magnésio, muito resistentes, são
empregadas na fabricação de motores e fuselagens de aviões. A maior parte deste metal é
produzida pela eletrólise ígnea do cloreto de magnésio obtido da água do mar. Ao passarmos
uma quantidade de carga de 19300 C através de cloreto de magnésio fundido, quais são as
massas, em gramas, produzidas de magnésio metálico e de gás cloro?

30 - Um parafuso de níquel prende uma porca de cobre. Este sistema foi colocado em um
recipiente que contém uma solução diluída de ácido clorídrico (HCl), conforme a figura
abaixo.
Nesse recipiente ocorre uma reação de oxidação/redução. Para decidir quais são as semi-
reações apropriadas, consulte a série eletroquímica:

166
Ni2+ (aq, cor verde) + 2 e- Ni(s) Eo= - 0,25 V
2 H+ (aq, incolor) + 2 e- H2(g) Eo= 0,00 V
Cu2+ (aq, cor azul) + 2 e- Cu(s) Eo= + 0,35 V
Cl2 (g) + 2 e-  2Cl- (aq, incolor) E° = + 1,36 V

a) Escreva a equação balanceada da reação global que está ocorrendo no recipiente.


b) Calcule o valor da força eletromotriz dessa reação. Deixe seus cálculos registrados, de
modo a explicitar seu raciocínio.
c) Cite duas evidências experimentais que indicam a ocorrência de reação química no
processo descrito acima.

31 - Em um determinado processo eletrolítico, uma pilha mostrou-se capaz de fornecer 5 x 10-


3
mol de elétrons, esgotando-se depois.

a) Quantas pilhas seriam necessárias para se depositar 0,05 mol de cobre metálico, a partir de
uma solução de Cu2+, mantendo-se as mesmas condições do processo eletrolítico?
b) Quantos gramas de cobre seriam depositados nesse caso?

32 - Quando o acumulador dos automóveis (bateria de chumbo) fornece uma corrente elétrica,
ocorre uma reação química representada por:

Pb(s) + PbO2(s) + 4H+(aq) + 2 SO42- (aq) 2 PbSO4(s) + 2 H2O(l)

a) Quais as variações do número de oxidação do chumbo nesta reação?


a) O anúncio de uma bateria de automóvel dizia que a mesma poderia fornecer 50 A/h. Neste
caso, quantos gramas de chumbo metálico seriam consumidos?

(Dados: Constante de Faraday, F=96500C/mol, Massa molar do chumbo = 207g/mol)

33 - Uma solução aquosa de NiSO4 é eletrolisada em uma célula com eletrodos de platina,
mediante a passagem de corrente elétrica constante de 268 mA, durante 1,0 hora. No cátodo,
além da eletrodeposição de níquel, foi observada a formação de 11,2 mL (CNTP) de certo
gás. Qual é a razão entre a carga elétrica utilizada para a eletrodeposição de níquel e a carga
elétrica total que circulou pelo sistema?

Respostas:

1 - a) Zn(s) Zn2+(aq) + 2e–; corrosão / Cu2+ + 2e– Cu; deposição;


b) Zn(s) Cu; como o Zn corrói, temos perda de elétrons, que migram para o cobre.
2 - E° = +3,17 volts;
3 - a) I2 + 2 Cu+ 2 I– + 2 Cu2+ b) E = 0,383 V;
4 - a) 0,42 V b) Zn2+ + Mn  Zn + Mn2+;
5 - a) Zn + Cu2+ Cu + Zn2+
b) E = 1,10 volts

167
c)

6 - a) tubo A = não ocorre oxidação ; tubo B = oxidação completa


tubo C = oxidação parcial
b) Fe + 3/2 O2 + 3/2 H2O  Fe(OH)3
7 - a) Como o potencial de oxidação do magnésio é maior que o do ferro, o magnésio se
oxida, evitando a oxidação do ferro.
b) Mg + Fe2+ Mg2+ + Fe ΔE = 1,93 V;
8 - a) Au3+ + 3 e– Au b) Zn  Zn2+ + 2 e– c) 2 Au3+ + 3 Zn  2 Au + 3 Zn2+
d) E = 2,26 V e) sim;
9 - a) Eredução: Mg2+< Pb2+< Cu2+
b)

10 - a) Mg; menor potencial de redução;


b) Mg + Fe2+ Mg2+ + Fe agente redutor: Mg agente oxidante: Fe2+
11 - 8,0;
12 - 32 g;
13 - 81 A;
14 - a) a) CuSO4 Cu2+ + SO42–; 0,1 mol/L b) 3860 segundos
15 - a) 0,813 V b) 0,747 V c) 0,351 V
16 - a) 0,795 V b) -0,693 V c) 0,387 V d) -0,134 V e) -0,207 V f) 0,117 V
17 - a) anodo, E = 0,235 V b) catodo, E = 0,142 V c) anodo, E = 0,0147 V
d) catodo, E = 0,310 V e) catodo, E = 0,360 V f) anodo, E = 0,012 V g) catodo,
E = 0,0285 V
18 - a) K = 4,06 x 1015 b) K = 8,69 x 107 c) K = 7,50 x 1046
19 - a) 0,316 V b) 1,500 V
20 - a) 1,300 V b) 0,789 V c) 0,324 V
21 - Número de oxidação = +2
22 - a)
23 - 19,3 s
24 - 1,67 L
25 - FeCl2; Anodo: 2 Cl-(aq) Cl2(g) + 2 e-
26 - 5 minutos de acréscimo
27 - 28 g/mol
28 - a) Al < Fe< Cu; b) 0,27 g
29 - 2,43 g de Mg e 7,1 g de Cl2
30- a) Ni + 2 HCl  NiCl2 + H2 ; b) 0,25 V; c) a liberação de gás (H2) e a coloração verde da
solução.
31 - a) 20 pilhas; b) 3,175 g.
32 - a) O número de oxidação do Pb varia de zero a +2 no processo: Pb(s) → PbSO„(s) e
varia de +4 para +2 no processo: PbO2(s) → PbSO„(s), b) 193 g
33 - 90%

168
169

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