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As soluções químicas são misturas ou dispersões homogêneas.

A sua formação
depende de dois constituintes principais, o soluto e o solvente.

O soluto, que é considerado o dispersor, pode ser definido como a substância


dissolvida, ou seja, a que se distribui no interior de outra substância na forma de
pequenas partículas. Essas partículas devem apresentar o diâmetro de até 1 nanômetro
(1nm = 10-9 metros), o que significa que, mesmo com um ultramicroscópio, somente
uma única fase ao longo de toda a solução é vista.

Além disso, em razão do tamanho das partículas dispersas, essas misturas não podem
ser separadas por meio de técnicas físicas, como a filtração, a decantação e
a centrifugação, mas somente por meio de técnicas químicas, como a destilação.
Assim, as partículas não se sedimentam com o passar do tempo, mas ficam suspensas
ao longo de toda a sua extensão.

O solvente é a substância chamada de dispersante, ou seja, é a que permite que o soluto


distribua-se em seu interior.

Exemplos de solutos e solventes


Um exemplo de solução bem simples que ajuda na compreensão do papel do soluto e
do solvente é uma mistura de água e sal. Quando o sal está separado, nós visualizamos
seus cristais, mas, ao adicioná-lo à água, ele “some”, ou seja, distribui-se na água. Suas
estruturas são separadas e ficam de um tamanho tão pequeno que não é possível
visualizá-las. Desse modo, concluímos que o sal é o soluto, e a água é o solvente.

A água é chamada, muitas vezes, de solvente universal, pois uma grande quantidade de
substâncias dissolve-se nela, mas nem sempre ela é o solvente. A gasolina usada
atualmente, por exemplo, contém cerca de 25% de etanol (álcool) dissolvido nela, ou
seja, nesse caso, o soluto é o álcool e o solvente é a gasolina. Esse fato também
evidencia que geralmente o solvente está em maior quantidade que o soluto, apesar
disso não ser uma regra geral.

Além disso, os solutos que se dissolvem na água são polares, assim como a água. Por
outro lado, os solutos apolares dissolvem-se apenas em solventes apolares. Essa é uma
regra conhecida como “semelhante dissolve semelhante”. É por isso que o óleo (apolar)
não se dissolve na água (polar).

Classificações das soluções quanto ao tipo de soluto dissolvido

Dependendo do tipo de soluto que está dissolvido no solvente, a solução formada pode
ser eletrolítica (conduz corrente elétrica) ou não eletrolítica (não conduz corrente
elétrica).

a) Solução eletrolítica
A solução eletrolítica também é chamada de solução iônica porque apresenta íons
(espécies químicas com cargas elétricas que são responsáveis por conduzir corrente
elétrica). Para formar esse tipo de solução, o soluto pode ser iônico, isto é, formado por
íons, ou molecular e sofrer ionização.
Um exemplo de soluto iônico é o sal de cozinha (NaCl). Ao ser colocado na água, ele
tem o seu ânion Cl- atraído pela parte positiva da água (H+), enquanto seu cátion Na+ é
atraído pela parte negativa da água (oxigênio). Após essa separação, esses íons ficam
dispersos, o que configura o fenômeno chamado de dissociação iônica.

Dissociação iônica do sal na água


Um exemplo de soluto molecular é o HCl, cuja fórmula é formada por uma ligação
covalente ou por um compartilhamento de um par de elétrons entre o H e o Cl, o que
significa que não há íons. Todavia, ao entrar em contato com a água, ele reage e forma
os íons H+ e Cl-.

b) Solução não eletrolítica


No entanto, vale ressaltar que as soluções não eletrolíticas ou moleculares são formadas
unicamente pela dissolução de solutos moleculares que não reagem com a água.

É o caso do açúcar (sacarose – C12H22O11) quando dissolvido em água. Inicialmente os


seus cristais estão muito agrupados, mas, em água, eles separam-se até ficarem
imperceptíveis. Porém, suas moléculas não se rompem e continuam sendo C12H22O11.
Como não há íons, a solução não conduz eletricidade.
Uma solução não precisa necessariamente possuir somente um soluto, mas podem
haver vários solutos dispersos em um único solvente. Um exemplo é a água mineral,
que possui diversos sais dissolvidos nela.

Exemplos
Veja alguns exemplos de soluções químicas e descubra os solutos e solventes de cada
uma delas:

Água e sal: Soluto: Sal/Cloreto de Sódio; Solvente: Água

Água e açúcar: Soluto: Açúcar; Solvente: Água

Vinagre: Soluto: Ácido acético; Solvente: Água

Soro Fisiológico: Soluto: Cloreto de sódio; Solvente: Água

Coeficiente de Solubilidade
Para entender o coeficiente de solubilidade, você deve saber que existe um limite de
soluto a ser adicionado na solução.

Chamamos de coeficiente de solubilidade, a quantidade de soluto necessária para


saturar uma quantidade padrão de solvente a uma determinada temperatura.

O coeficiente de solubilidade varia de acordo com a temperatura. Ele pode aumentar ou


diminuir conforme as mudanças de temperatura e do soluto em questão.

Existe um limite para que o solvente possa realizar a dissolução. Considere o seguinte
exemplo:

Se você colocar açúcar em um copo com água, no primeiro momento, perceberá que o
açúcar desaparece na água. Entretanto, se continuar a acrescentar açúcar, perceberá que
em determinado momento ele começará a se acumular no fundo do copo. Isso acontece
porque a água, que é o solvente, atingiu o seu limite de solubilidade e a quantidade
máxima de concentração. O excesso de açúcar no fundo do copo não será dissolvido e
não influenciará na concentração da solução. Além disso, o açúcar depositado no fundo
do copo não deixará a água mais doce. O soluto que resta no fundo do recipiente e que
não se dissolve é chamado de corpo de fundo ou precipitado.

Concentração
A partir do soluto e solvente é possível calcular a concentração de uma solução.
A concentração comum é definida como a relação da massa do soluto dissolvido em um
certo volume de solução.

O cálculo da concentração é feito através da seguinte fórmula:


C = m / V.
C = Concentração (g/L);
m = massa do soluto (g);
V = volume da solução (L).

Exercício Resolvido
Calcule a concentração, em g/L, de uma solução aquosa de nitrato de sódio que contém
30 g de sal em 400 mL de solução:

Resolução:
Observe as informações relacionadas com as quantidades de soluto e solvente. Existem
30 g de sal (soluto) em 400 mL de solução aquosa (solvente).
Porém, o volume está em mL e precisamos transformá-lo para L:
V = 400 mL / 1000 = 0,4 L
Agora, para saber a concentração, deve-se apenas aplicar a fórmula: C= m / V
C = 30 / 0,4; C = 75 g/L

Classificação das soluções

As soluções podem ser classificadas quanto à quantidade de soluto dissolvido. Assim,


podem ser de três tipos: insaturadas, saturadas e supersaturadas.
Solução insaturada: A quantidade de soluto dissolvido ainda não atingiu o coeficiente
de solubilidade. Isso significa que pode ser acrescentado mais soluto.

Solução saturada: Soluções que atingiram o limite do coeficiente de solubilidade.


Podem ou não ter precipitado.

Solução supersaturada: Soluções que possuem mais soluto dissolvido do que em


condições normais. Nesse caso, apresentam precipitado.
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Solução é uma mistura homogênea formada por um solvente (material que dissolverá
outro) e um soluto (material que será dissolvido). A preparação desse tipo de mistura
está diretamente relacionada com uma propriedade física da matéria denominada de
solubilidade.
Solubilidade ou coeficiente de solubilidade é a capacidade que um determinado
solvente apresenta de dissolver certa quantidade de soluto. Essa capacidade sempre está
relacionada com dois fatores: quantidade de solvente; temperatura.

a) Quantidade de solvente
À medida que adicionarmos uma quantidade maior de solvente à solução e o soluto
for dissolvido, poderemos também acrescentar uma quantidade maior de soluto.
Exemplo: 100g de água dissolvem 36 gramas de NaCl. Assim, se tivermos 200 gramas
de água, poderemos dissolver 72 gramas de NaCl, ou seja, 36 gramas a mais.
b) Temperatura
A temperatura é o único fator capaz de modificar a solubilidade de um soluto em um
determinado solvente sem que a quantidade deste seja alterada. Por exemplo, se o
soluto for um gás, sempre haverá uma maior quantidade dissolvida quando a
temperatura do solvente for menor, ou seja, quanto mais frio, mais dissolvido será o
gás.
Observação: De acordo com o químico britânico William Henry, o aumento da
pressão pode favorecer a dissolução de um soluto gasoso em um solvente.
Todavia, se o soluto for um líquido ou um sólido, a mudança de temperatura poderá
influenciar de diferentes formas a solubilidade. Dessa forma, há casos em que, quanto
mais quente está solvente, mais soluto é dissolvido; e outros em que, quanto mais
quente está o solvente, menos o soluto dissolve-se e vice-versa.

A tabela a seguir traz como exemplo dados sobre a variação da solubilidade do NaCl
em água em função da temperatura:

Tabela demonstrando a variação da solubilidade do NaCl em água em função da temperatura


Analisando a tabela, é possível perceber que, quando 100 gramas de água está a 20 oC,
pode haver dissolução de 36 gramas de NaCl; mas se a temperatura dessa mesma
quantidade de água fosse aumentada para 60 oC, seria possível dissolver 37,3 gramas de
NaCl, ou seja, 1,3 gramas a mais sem ter aumentado a quantidade de água.
Após o estudo dos fatores que influenciam a solubilidade, é importante ressaltar que
sempre que vamos preparar uma solução ou resolver um exercício sobre o assunto, os
dois fatores estão presentes e devem ser levados em consideração. Veremos agora a
resolução de dois exercícios que envolvem solubilidade.

1º) Determine a massa de nitrato de bário, Ba(NO3)2, que será dissolvida em uma massa de 500 gramas

de H2O a 70 oC, sabendo que o coeficiente de solubilidade desse sal em água é de 70 gramas a cada 100

gramas de água a 40oC.

Para resolver esse exercício, basta montar uma regra de três simples com os dados fornecidos, colocando

na primeira linha os dados da solubilidade:

100g de H2O-----------70 g de Ba(NO3)2

500g de H2O----------- X

100.X = 500.70; 100.X = 35000; X = 35000 / 100; X = 350 g de Ba(NO3)2 dissolvidos em 500 g de

H2O.

2º) A tabela abaixo traz o coeficiente de solubilidade do sulfato de potássio (K 2SO4) em gramas a cada

100 gramas de água:

Para resolver esse exercício, basta montar uma regra de três simples com os dados fornecidos, colocando

na primeira linha os dados da solubilidade. Determine a quantidade mínima de água, a 50oC, necessária

para dissolver totalmente 66 gramas de K2SO4.

100g de H2O-----------16,5 g de K2SO4.

X ----------- 66 g de K2SO4.

16,5.X = 100.66 ; 16,5.X = 6600 ; X = 6600 / 16,5

X = 400g de H2O são necessários para dissolver totalmente 66g de K2SO4.

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