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INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO-IFPE

Campus Vitória de Santo Antão


Curso de Licenciatura em Química
Disciplina de Química Geral e Experimental 1
Prof. Me.: Wlisses Guimarães Souza

AUTORES: ALISON MELO; IVALDO LUIS; MARCOS HENRIQUE;


LETYCIA NERY; WELLINGTON MARCIONILO

DETERMINAÇÃO DA CURVA DE SOLUBILIDADE DO CLORETO DE


POTÁSSIO

Vitória de Santo Antão-PE


2022
SUMÁRIO

1-RESUMO
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3- MATERIAIS UTILIZADOS
4- PROCEDIMENTOS
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO
6- CONCLUSÃO
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-RESUMO

Na quarta-feira do dia 21 de setembro de 2022, foi realizada a segunda


prática experimental em laboratório da disciplina de Química geral e experimental II
sob a orientação do professor Wlisses Souza, onde a turma foi dividida em 4
grupos, com os quais foi executado o experimento de determinação da solubilidade
do sal cloreto de potássio. A equipe retornou ao laboratório ao longo da semana
seguinte, realizando novas pesagens da amostra após processo de desidratação
ocorrido na estufa e no dessecador.

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sabe-se que na natureza, dificilmente conseguimos encontrar substâncias


puras, pois as substâncias são encontradas na forma de misturas, também
chamadas de dispersões, que se classificam como misturas homogêneas, quando
são monofásicas, como por exemplo, o ar atmosférico e a água mineral. Ou como
misturas heterogêneas, quando apresentam mais de duas fases, e que são
subdivididas em colóides e suspensões, por exemplo, óleo e água, maionese, água
e areia, dentre outros. A diferença entre os tipos de dispersões se dá por meio do
tamanho das partículas, as misturas homogêneas apresentam partículas menores
que 1 nanômetro, os colóides de 1 a 1000 nanômetros e as suspensões acima de
1000 nanômetros.

As misturas homogêneas, são classificadas como soluções. Numa mistura há


sempre uma substância que será classificada como soluto e outra que será
classificada como solvente. O soluto é, geralmente, a substância que se encontra
em menor quantidade, a fase dispersa, que é dissolvida. E o solvente é a substância
de maior quantidade, a fase dispersante, que irá dissolver, como por exemplo, o
processo de solvatação do sal de cozinha em água, conforme equação 1:

(1)

Nessa mistura, o sal (NaCl) é o soluto pois está em menor quantidade e a


água é o solvente que está em maior quantidade. A água é considerada como um
solvente universal, uma vez que ela vai participar de uma grande quantidade de
soluções onde será o solvente. Contudo, a água pode ser o soluto da solução, como
por exemplo no álcool hidratado, ele é composto por 96% de etanol e 4% de água.

As soluções podem ser classificadas também quanto à sua saturação. Onde,


é analisada pelo coeficiente de solubilidade (Cs), que indica a quantidade máxima
de soluto que pode ser dissolvida em determinada quantidade de solvente a uma
dada temperatura, por exemplo, suponha que em 100g de água a uma temperatura
de 30ºC, seja capaz de dissolver 20g de sal. A solubilidade pode ser expressa em
quantidade de soluto (em g) por quantidade de solvente (em 100g ou em 1L, por
exemplo). Quando há o aumento da temperatura a quantidade que é dissolvida
pode aumentar mas também pode diminuir como é o caso dos gases, para os gases
quanto maior

a temperatura menor será a solubilidade do gás. Um exemplo prático é a


solubilidade do gás oxigênio nas águas, como a solubilidade do oxigênio diminui à
medida que a temperatura aumenta, isso significa que nas águas superficiais como
é mais quente requer menos O2 dissolvido para atingir 100% de saturação do ar
quando comparado com a água mais profunda que é fria.
Figura 1- Solubilidade de vários compostos iônicos em água em função da
temperatura.

Fonte: Brown et.al. (2005, p.457).

Uma solução é instaurada quando a quantidade de soluto dissolvido é menor


do que o coeficiente de solubilidade, isso significa que a quantidade do soluto
dissolvido não atingiu o Cs e pode-se dissolver mais. As soluções saturadas são
aquelas que atingem perfeitamente o coeficiente de solubilidade, para casos em que
há o adicionamento de uma maior quantidade de soluto, como por exemplo, ao
adicionar 50g de sal em 100 g de água a 20ºC, dos 50g apenas 36g irão se
dissolver e os 14g vai formar o corpo de fundo e portanto, será uma solução
saturada com corpo de fundo. Há também a chamada solução supersaturada, que
ocorre quando há mais soluto dissolvido do que seria possível de acordo com o Cs.
Caso aquecemos a solução que está saturada e com corpo de fundo do exemplo
anterior, os 14g de sal irão se dissolver devido ao aumento da temperatura. Logo,
os 50g estarão dissolvidos, após deixar a solução em repouso ela continuará igual,
contudo, como a solução supersaturada é muito instável, se houver algum

tipo de perturbação ela irá se precipitar. A figura 2 mostra uma solução super
saturada após se cristalizar.
Diante disso, existem alguns fatores capazes de alterar a solubilidade,
são eles: temperatura e pressão. Como mencionado anteriormente, na maioria das
substâncias quanto maior for a temperatura maior será a solubilidade, quando isso
ocorre o soluto é dissolvido absorvendo calor tratando-se de uma dissolução
endotérmica. Por outro lado, há substâncias que com o aumento da temperatura
não são favorecidas, como é o caso dos gases, quanto menor for a temperatura
maior a solubilidade de um gás. Desse modo, é uma dissolução exotérmica.
Quando se trata de pressão, os gases sofrem muita influência, pois sua solubilidade
nos líquidos depende da pressão, quando há o aumento da pressão sobre um
determinado gás sua solubilidade aumenta. Uma vez que, segundo a Lei de Henry,
a solubilidade de um gás em solução é proporcional à pressão que o gás exerce
sobre o líquido, que é dada pela seguinte equação.

S= Kh.P (2)

Um exemplo dessa aplicação no cotidiano é o processo de inserir o gás nos


refrigerantes, onde as condições ideais para este processo são altas pressões e
baixas temperaturas, para que o gás se espalhe pelo líquido e se solubilize.
3- MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais utilizados foram os seguintes: Béquer de 50mL (5), pisseta,

pipetador, pipeta volumétrica de 5mL, espátula, calculadora, lápis, borracha,

termômetro de mercúrio (ou álcool), agitador magnético com aquecimento, barra

magnética, balança analítica, estufa, dessecador, tenaz e marcador permanente.

Quanto aos Reagentes e solventes, utilizou-se: cloreto de potássio


(KCl),Cloreto de sódio(NaCl), água destilada e gelo
4- PROCEDIMENTOS

Separou-se 5 béqueres, os quais foram marcados para identificação e


pesados. Preparou-se soluções de cloreto de potássio, tendo o sal sido dissolvido
em 5 diferentes temperaturas, até que se observa-se corpo de fundo. Em cada um
dos 5 béqueres, uma amostra de uma dessas soluções foi adicionada, e foi feita
uma nova pesagem.

Após registrar as massas que foram obtidas, os béqueres foram levados até
uma estufa para desidratação, depois disso transferirmos eles para o dessecador
por alguns dias, tendo sido realizadas novas pesagens até que as leituras das
mesmas não mais variassem, indicando a finalização da etapa de desidratação.
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tabela 1, abaixo, apresenta os dados obtidos no experimento, (como o peso dos


béqueres vazios, contendo a solução e a temperatura da solução) e valores obtidos a partir
dos mesmos, tendo sido posteriormente calculados (como o coeficiente de solubilidade).

Tabela 1: Dados obtidos no experimento e através de cálculos a partir dos mesmos

Massa Coeficiente
do Massa de
Massa béquer Massa do Massa Massa solubilidade
do + da béquer do do Temperatura (g/100 g de
béquer solução solução +soluto soluto solvente (°C) H2O)
1 30,18 41,4 11,22 33,01 2,9 8,32 2 34,85
2 30,87 42,4 11,53 33,41 2,54 8,99 5 28,23
1 30,52 42,29 11,77 33,45 2,93 8,84 17 33,14
4 31,52 42,78 11,26 34,51 2,99 8,27 28 36,15
5 31,94 43,89 11,86 35,21 3,27 8,59 30 38,06

Os dados que utilizaremos para nossa discussão, serão os valores do


coeficiente de solubilidade em função da temperatura. Para isso, utilizaremos a
tabela 2, pois a mesma nos fornece os valores necessários para que façamos a
regressão linear e obtenhamos o R de Pearson para essa distribuição.

Tabela 2: Tabela de dados necessários para cálculo dos coeficientes da regressão


linear.
A partir dos dados na tabela 2, segue o desenvolvimento:

Logo, podemos determinar os coeficientes m e n da equação da reta:


Gráfico 1: Coeficiente de solubilidade em função da temperatura

O comportamento esperado é de que, quanto maior a temperatura, maior


será o coeficiente de solubilidade, contudo, obteve-se um ponto anômalo,
certamente advindo de algum erro durante o procedimento experimental, que foi o
valor medido na temperatura de 2 graus Celsius.
Buscou-se por handbooks a fim de obter a curva de solubilidade do KCl, em
função da temperatura, mas, não logrou-se êxito, não tendo sido possível pela
equipe encontrar esses dados de forma gratuita. Recorreu-se então à tabela 3, a
qual foi utilizada pela universidade Mackenzie em 2015, questão 37
Tabela 3: Dados da questão 37 do vestibular de 2015 da universidade
Mackenzie.

Podemos notar que os valores obtidos pela equipe, exceto pelo ponto fora da
curva (medição a 2 graus), tem um comportamento muito próximo do que é
documentado oficialmente.
Quanto a obtenção e análise do valor do coeficiente de correlação amostral r,
temos:

Notamos que, mesmo com o ponto fora da curva diminuindo o valor do


coeficiente angular, ainda assim obtemos uma forte correlação positiva.
6- CONCLUSÃO

Os resultados obtidos foram consistentes e próximos dos fornecidos pela


literatura, embora uma comparação mais acurada tenha sido impossibilitada pela
dificuldade de se obter handbooks com tabelas detalhadas. Dentre as 5 medidas
obtidas, umas delas apresentou forte discrepância, de modo que, para uma amostra
tão pequena, isso significa 20% do total, não podendo ser desprezado e
influenciando bastante ao plotar-se a distribuição dos pontos e fazer-se a regressão
linear, o que aponta para a importância de ter sempre amostras tão grandes quanto
seja possível, dentro da viabilidade dos recursos disponíveis.
O experimento possibilitou ainda o primeiro contato da turma com análises
estatísticas, apresentando os conceitos de regressão linear e coeficiente de
correlação amostral, os quais serão inestimáveis ao longo da formação acadêmica e
prática profissional.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.; Química a
ciência central; 13ª ed.; Pearson Prentice Hall do Brasil, 2016.

[2] ATKINS, P.; JONES, L.; Princípios de Química, questionando a vida


moderna e o meio ambiente; 5ª Ed, Bookman, 2011.

[3] HOFFMANN, R; Análise de regressão: uma introdução à econometria, 5. ed.


Editora HUCITEC; capítulo 2, 2016.

[4] CONSTANTINO, M. G.; SILVA, G. V. J.; DONALE, P. M.. Fundamentos de


Química Experimental. São Paulo. Edusp, 2014.

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