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ESCOLA DE ENGENHARIA
Todavia, ao vir ao Brasil e conversar com o então presidente da Embraer, Frederico Curado,
David avistou uma oportunidade de negócios no país: com o apoio financeiro de seu colega
investidor e reaproveitando a frota encomendada pela BRA, ele poderia abrir uma nova
companhia aérea no Brasil para competir com a GOL e a TAM que, até então, tinham domínio
da malha aérea brasileira [10]. Assim, ambos entraram nessa empreitada e, com o auxílio de
uma votação pública via web para escolha do nome da empresa, Neeleman fundou, em
dezembro de 2008, a Azul Linhas Aéreas.
Com uma frota de aeronaves da Embraer E-190 e E-195, a Azul nasceu com o objetivo de
prestar um serviço de viagens focado no baixo custo e na satisfação do cliente. Como
estratégia de baixo custo, evidencia-se a escolha por parte da organização pela compra de
aeronaves de menor porte em relação às aeronaves das empresas com as quais aspirava
competir, o que proporciona uma economia na operação e manutenção das aeronaves.
Ademais, haja visto que a GOL e a TAM possuíam duopólio deste mercado, estas
maximizavam o lucro por meio da manutenção de preços relativamente elevados de
passagens, o que possibilitava à Azul adentrar este mercado com a oferta de preços baixos,
buscando, ainda, obter uma fatia de mercado ainda não explorada, ao focar em preencher as
‘lacunas’ de prestação de serviços por parte das outras companhias, ampliando a
conectividade nacional e fundando aeroportos em cidades que, até então, não eram atendidas
pelas demais empresas de transporte aéreo.
Além disso, a empresa visou oferecer um elevado grau de conforto ao cliente e construir uma
identidade única para si. Para cumprir tal objetivo, David Neeleman contratou, então,
Gianfranco Beting, popularmente conhecido como ‘Panda Beting’, para assumir o cargo de
Diretor de Marketing e Comunicação da empresa. Em sua função, Beting, em acordo com
seus superiores, definiu a pintura a se utilizar nas fuselagens dos aviões da empresa, que viria
a possuir um corpo branco com barriga azul, com o nome da empresa e um mapa do Brasil
com cores vibrantes pintados sobre as aeronaves. Assim, eles iniciaram a construção
identitária da empresa.
Posteriormente, Neeleman requisitou a Beting que elaborasse um plano de serviços para a
companhia focado na fidelização do cliente. Assim, Gianfranco elaborou o plano que ficou
conhecido como ‘OPA’ (Observar, Perceber e Atender), cujo cerne baseava-se na ideia de que
a empresa deveria observar sua clientela para buscar entender suas necessidades e seus
desejos para, então, atender a essas demandas e colocar a empresa em uma posição
prestigiosa na ótica dos clientes [10]. Assim, os funcionários foram orientados a atender os
passageiros de maneira menos automatizada e mais dinâmica, observando os seus perfis e
adequando a comunicação entre eles, enquanto a empresa implementava medidas de
promoção de conforto durante a viagem superiores às presentes em outras companhias aéreas,
como a instalação de televisores nas aeronaves e o fornecimento de um serviço de
alimentação de maior qualidade.