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Após a análise, percebeu-se que os valores divergiam de um software para outro em uma
margem relativamente grande. No entanto, tanto no JavaFoil quanto no XFOIL todos os perfis
apresentaram a mesma “ordem” quando comparados somente pelos seus coeficientes de
sustentação. Desse modo, percebeu-se a necessidade de buscar um terceiro programa, visto
que seu resultado poderá nos ajudar a concluir quais valores são mais confiáveis. Para esse
terceiro programa, foi pensado utilizar o Ansys Fluent, da Ansys Inc. ou o Star CCM+, da Siemens.
Assim, após todo esse processo, os dados foram verificados e características como coeficiente
de sustentação, arrasto; ângulo de stall e eficiência aerodinâmica foram utilizadas como bases
para definir o aerofólio que será utilizado no projeto.
Por fim, modelos de esboço feito no Solidworks, da Dassault Systèmes, para representar as
diferentes posições dos multi-elementos e suas angulações foram criadas para facilitar o
posterior processo de simular o perfil principal com multi-elementos.
II – Introdução
Fórmula SAE (Student) é uma competição universitária que acontece em muitos países do
mundo. A competição é sobre fazer com que os alunos projetem, construam, apresentem e
compitam com veículos de corrida de fórmula em escala em eventos estáticos e dinâmicos.
O problema que aparece para todo aerodinamicista do automobilismo são as regras de limitação
de espaço para dispositivos aerodinâmicos, criando assim a necessidade de uma asa eficiente.
Essa eficiência é interpretada para gerar o máximo de força de sustentação com o espaço
disponível limitado e tendo em mente reduzir o arrasto o máximo possível.
3. O efeito de despejo (the dumping effect): O bordo de fuga do elemento a jusante tem maior
velocidade do que o fluxo livre. Assim, a camada limite sairá do elemento frontal com alta
velocidade, onde ocorre uma redução na recuperação de pressão.
5. Nova camada limite (Fresh boundary layer): O objetivo é iniciar uma nova camada limite em
cada elemento para ter três camadas limite finas em três elementos, o que é melhor do que ter
uma camada espessa em um único aerofólio.
Técnicas de dinâmica de fluidos computacional (CFD) são usadas para resolver numericamente
as equações governantes para um campo de fluxo para prever variáveis de fluxo, como pressão,
velocidade e temperatura. Assim, é importante definir dois conjuntos de equações: em primeiro
lugar a massa de Navier-Stokes, quantidade de movimento e equações de conservação de
energia e em segundo lugar introduzindo o problema de modelagem de turbulência. Uma vez
que estes modelos são definidos, eles são resolvidos pelo volume finito (FVM).
Onde
𝜌 = 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑝 = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜
𝑔𝑖 = 𝐶omponente gravitacional na direção i
𝑢, 𝑣, 𝑤 = componentes de velocidade nas direções 𝑥−, 𝑦 − 𝑒 𝑧 −
𝜇 = Viscosidade da dinâmica dos fluidos
B. Modelagem de turbulência
O escoamento turbulento é um tipo de escoamento caracterizado por flutuações locais
irregulares tanto na magnitude quanto na direção das propriedades em relação ao tempo.
Devido à energia cinética excessiva, as partículas do fluido superam o efeito de amortecimento
da viscosidade. O problema de modelar as irregularidades flutuantes não surge apenas no
intervalo de tempo muito curto entre o qual essas flutuações ocorrem, mas também que a
solução para tal problema seria muito afetada pelas condições iniciais e condições de contorno;
assim, o erro mais simples resultaria em grande variação da solução. Assim, o problema da
turbulência é resolvido pelos seguintes métodos.
São eles:
Seguindo, tiveram também de ser escolhidos quais softwares de simulação 2D seriam utilizados.
No caso, acabou utilizando-se o XFOIL e o JavaFoil.
1. JavaFoil:
1.1 Explicações sobre o Software:
Bases teóricas:
JavaFoil é um programa relativamente simples, que utiliza vários métodos tradicionais
para análise de aerofólios. Os dois métodos a seguir constroem a espinha dorsal do
programa:
Vários métodos de painel foram desenvolvidos ao longo dos últimos 30 anos, desde
métodos simples de 0ª ordem até métodos complexos de ordem superior. O módulo
por trás desta página da web usa um método de painel de 2ª ordem com uma
distribuição linear de vórtices variável, como o código XFOIL, enquanto o conhecido
método de análise Eppler contém um método de painel de 3ª ordem, que produzirá
melhores resultados com menos painéis, mas é mais sensível a superfícies onduladas.
Outros códigos ainda usam métodos de 1ª ordem, por simplicidade e rapidez.
Na tela inicial do programa podemos tomar dois começos diferentes. Se quisermos simular um
perfil NACA, basta mudar os valores dos espaços nas respectivas abas. No entanto, para um
veículo de competição automobilística é comum existirem perfis próprios para tal. Nesse caso,
para carregá-los no programa, clicamos no botão “Open...” na parte inferior e selecionamos um
arquivo de texto “.txt” com as coordenadas em duas dimensões somente (x e y). Vale ressaltar
que existem várias maneiras de gerar esse arquivo antes desse processo, a principal maneira,
caso o aerofólio esteja disponibilizado gratuitamente na internet, é entrar em um dos sites de
perfis e baixar os dados.
- http://airfoiltools.com/
- https://m-selig.ae.illinois.edu/ads/coord_database.html
Antes de realizar qualquer avaliação, devemos alterar os parâmetros para atender nossos
objetivo.
Nessa aba, podemos colocar quais valores do número de Reynolds queremos e os valores de
ângulos de ataque.
Além disso, pode-se ainda escolher qual tipo de finalização de superfície (“Surface Finish”) se
deseja; o modelo de stall (“Stall Model”) e modelo de transição (“Transition Model”).
Enfim, para realizar a simulação, basta clicar no botão “Analyze It!” e aparecerá os resultados na
tela. Ao clicar nos botões “Cl-Cd Plot”, “Lift”, “Moment”, “Upper”, “Lower” e no(s) botão(ões)
logo ao lado de “Cl-Cd Plot” (estará escrito o(s) número(s) de Reynolds escolhido(s)), aparecerão
diferentes tipos de informações.
Após analisado, podemos importar os textos com os dados através do botão “Copy (text)” e
podemos importar as imagens através do botão “Print”.
f) deflexão de aba;
a) Cálculo polar de arraste com números de Reynolds e/ou Mach fixos ou variáveis.
O XFOIL é mais adequado para uso em uma boa estação de trabalho. Um PC de última geração
também é eficaz, mas deve executar o Unix para suportar os gráficos X-Windows.
O código fonte do XFOIL é Fortran 77. A biblioteca de plotagem também usa algumas rotinas C
para a interface X-Windows.
Exemplo:
Vale ressaltar que ter o arquivo .txt na mesma pasta que o programa (“xfoi.exe”) facilita na hora
de carregar o documento.
Para configurarmos essas características, digitamos PPAR e seguiremos para outra seção do
XFOIL:
Pode ser observado na parte mais à esquerda do nome dos parâmetros as letras que se referem
a o que deve ser digitado em “Change What? (<cr> if nothing else) c>”. Logo a direita dessas
letras, estão escritas outras que se referem ao tipo de número que o comando requisita, i =
inteiro e r = real. Mais de uma dessas letras significa que mais de um número será necessário.
Os comandos “Zoom” e “Unzoom” são feitos com cliques no mouse e o que deve ser feito para
executá-los aparece na linha de comando.
Para as simulações feitas nesse relatório, somente o parâmetro Number of Panel Nodes foi
alterado. Seu novo valor foi 400.
Após clicar Enter em “N 400”, deve-se clicar Enter mais uma vez para atualizar os dados.
Observação: no final deste relatório haverá imagens que tentarão explicar o que cada um desses
comandos em PPAR ajustam.
Finalizando esse passo, clicamos Enter mais uma vez para entrar na linha de comando principal
do XFOIL.
VISC (Número de Reynolds): para ajustarmos a análise para um escoamento viscoso e logo em
seguida digitaremos o número de Reynolds que desejamos analisar. É possível tamber digitar
VISC clicar Enter e após digitar o número de Reynolds. (As análises desse projeto foram feitas
com Re = 325000 (3.25e5), pois foi um valor médio encontrado ao ler Artigos.
Digitamos, então, o comando SEQP e o software nos informará qual gráfico veremos.
6º Passo: Ativar o acúmulo de pontos do gráfico da Polar, escolher um arquivo para
salvar os dados e ajustar os limites dos gráficos.
Com o comando PACC, ativaremos o acúmulo de pontos da Polar, ou seja, nosso gráfico nos
apresentará uma sequência de pontos para várias análises.
Após digitar esse comando, nos será requisitado nomes de dois arquivos para onde salvar os
dados. No primeiro nome, é recomendado digitar o próprio nome do perfil; já para o segundo
arquivo, não há necessidade, pois ele é um “Dump File”, ou seja, será despojado todas as
informações do processo, até as inúteis para nosso caso.
Utilizaremos o comando PPAX. Nesse relatório, para a maioria dos perfis, foram escolhidos os
seguintes valores:
7º Passo: Rodar as simulações com sequências de ângulos de ataque:
Com o comando ASEQ, definiremos uma sequência de ângulos de ataque começando
do primeiro ângulo até o último e o intervalo.
Após clicar Enter, as simulações serão feitas, o gráfico será plotado e os dados serão
salvos no arquivo definido no passo 6.
Vale ressaltar que para alguns ângulos de ataque as soluções podem não convergir.
8º Passo: (Opcional) Avaliar a distribuição de pressão com um gráfico “Cp vs x” ou com
vetores de pressão ao redor do perfil para dado ângulo de ataque ou uma sequência de
ângulos de ataque.
Voltamos agora o tipo de gráfico a ser apresentado com o comando SEQP e também
desativaremos o acúmulo de dados da Polar (para evitar sobrecarregamento de dados
repetidos) com o comando PACC.
Conclusão:
Com base nos dados obtidos e analisados, percebemos que houve uma divergência dos valores
obtidos tanto pelo XFOIL quanto pelo JavaFoil; o que já era esperado por usarem métodos
diferentes de solução. No entanto, alguns valores divergiram com uma margem relativamente
grande. Sendo assim, agora busca-se tirar a conclusão do quão real são esses dados com outro
software, no caso ou o Ansys Fluent, da Ansys Inc. ou o Star CCM+, da Siemens.
Por fim, evitando que o projeto pare enquanto se estuda o uso desses outros softwares, o perfil
Selig S1223 é tido como um preferido entre os simulados, pois apresentou um Coeficiente de
Sustentação (Cl) alto comparado com os outros e, para 𝛼 = 9º, apresentou uma eficiência muito
grande no software JavaFoil.
Apesar de o perfil MSHD ter tido os maiores valores de Cl no software JavaFoil, foi encontrado
problemas no software XFOIL para simulá-lo e, portanto, não temos outros dados dele além dos
analisados pelo JavaFoil, somado ao fato de que os gráficos apresentados não parecem ter tido
uma “suavidade” com relação aos resultados. Ademais, ele parece apresentar uma dificuldade
maior para manufatura.
[3] Smith, A.M.O., “High-Lift Aerodynamics,” AIAA Journal of Aircraft 37th Wright Brothers
Lecture 12(6), 1975
[5] Abdelrahman I.M., Hashim E.Z., Walid A., and Mohamed A., Design of High-Lift Airfoil for
Formula Student Race Car
[6] Pedro Henrique Araújo, Projeto Via CFD de Componentes Aerodinâmicos para um Veículo de
Fórmula SAE
[7] https://www.mh-aerotools.de/airfoils/javafoil.htm
[8] https://web.mit.edu/drela/Public/web/xfoil/
[10] PAKKAM, SRIRAM SARANATHY. High Downforce Aerodynamics for Motorsports. (Under the
direction of Dr. Ashok Gopalarathnam).