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Métodos Matemáticos em Engenharia Naval

Professor: Juan Bautista Villa Wanderley

Projeto 1 - Simulação computacional

João Victor Carvalho de Azevedo


DRE:118065900

Rio de Janeiro, 2022


Índice
Sumário
Motivação ................................................................................................................................... 3
Metodologia................................................................................................................................ 4
Formulação numérica e matemática ......................................................................................... 7
Análise dos resultados ............................................................................................................... 9
Comparação com o modelo experimental .............................................................................. 13
Conclusão ................................................................................................................................ 18
Referências .............................................................................................................................. 19
Motivação
Este trabalho tem como objetivo principal analisar o escoamento em um aerofólio,
com a capacidade de observar o aerofólio dentro do túnel de vento, onde é estudado
as forças existentes como: a força de sustentação, arrasto e momento são altamente
dependentes do ângulo de ataque, visto que o ângulo de ataque utilizado foi de 6º,
ditado pelo professor, veja na figura 1 podemos observar as forças existentes
demonstradas.

Figura 1 – forças atuando sobre o aerofólio

De fato, para obtermos o comportamento do aerofólio, através do túnel de vento


conforme as equações de contorno utilizadas, como o número de Reynolds, onde
este demonstra o tipo de escoamento, sendo ele laminar ou turbulento, visto que
números altos demonstram escoamentos turbulentos, Número de Match, onde é
obtido a compressibilidade do fluído, e o ângulo de ataque, como pode-se observar
na figura 2, o local onde ele atua, o qual irá determinar o comportamento do aerofólio.

Figura 2 – Ângulo de Ataque


Com o perfil NACA 2412 através do software Tecplot, o qual foi elaborado para obter
valores próximos ao resultado esperado e a partir desses valores e das iterações do
programa iremos obter a curva de lift, o campo de pressão, coeficientes de arrasto,
coeficiente de momento, coeficiente de pressão, o número de Strouhal e a vorticidade,
onde iremos observar através das figuras, e vídeos o comportamento do aerofólio de
acordo com o ângulo de ataque e o número de Reynolds.

Metodologia
De fato, os testes foram feitos pelo N. A. C. A. através do uso de arquivos de o túnel
de densidade variável, que foi projetado para facilitar os entendimentos
aerodinâmicos em todo o intervalo de números de Reynolds entre o túnel de vento e
valores de voo. Para isso, diversos aerofólios foram usados com frequências e
estudados em relação ao seu efeito de acordo com a sua escala, no túnel de
densidade variável, os resultados obtidos por esses testes, indicaram importantes
efeitos para alguns aerofólios, no túnel de vento, os números de Reynolds foram
esperados, estes testes de aerofólios serviram para confirmar a importância de efeitos
de escala, e forneceu dados importantíssimos para interpretação do túnel de
densidade variável, onde obtém-se, particularmente os efeitos da turbulência que
estão presentes nesse túnel.
Com isso, o início do trabalho consistiu basicamente para gerar dados que podem ser
analisados, como campo de pressão, lift e vorticidade em que todos através dos
dados gerados, onde foi gerado 700.000 iterações através do arquivo executável
perfil.flow, gerando assim os inputs, com o intuito de uma melhor observação no
software Tecplot, de fato foi necessário a utilização do Qtiplot para gerar os dados no
Tecplot, visto que pelo wordPad, não estava conseguindo gerar, e com isso, aplicando
o método dos volumes finitos e o esquema TVD de Roe e Sweby. O perfil NACA 2412
pode ser observado na figura 3, os dados sobre o aerofólio NACA 2412 possuem
espessura máxima 12% a 30% corda, cambagem máxima de 2% a 40% de acorde
da corda, com um ângulo de ataque de 6º.

Figura 3 - Perfil NACA2412


Figura 4 – Características do aerofólio 2412

A tabela abaixo demonstra os dados que foram utilizados.


O passo seguinte foi a geração da malha computacional, que pode ser observada na
figura 5 que tem um refinamento maior próximo ao aerofólio, facilitando a análise de
camada limite, essa imagem foi gerada a partir da última iteração sai2333, veja
abaixo.

Figura 5 - Malha computacional de um aerofólio

Em seguida os dados são carregados e podemos visualizar através de imagens ou


animações os campos de pressão, a vorticidade e as linhas de corrente. Usando
dados gerados pela simulação podemos ver os gráficos dos coeficientes de arrasto,
lift e de momento. É feita também a transformada de Fourier para identificar a
amplitude do coeficiente em relação às diferentes frequências encontradas durante o
evento.

Para finalizar, usamos gráficos experimentais dados pelo professor para comparar a
nossa simulação e validar ou não os resultados obtidos.
Formulação numérica e matemática
O programa utilizado resolve as equações de Navier - Stokes levemente compressível
em duas dimensões:

onde:

Explicando a equação acima 𝑄 é o valor médio dentro do volume de controle, como


P é o vetor dos vetores, sendo que, 𝐸𝑒 e 𝐹𝑒 são vetores de fluxos não viscosos, onde
𝑝𝑢 𝑒 𝑝𝑣 é a equação da continuidade,𝑢2 + 𝑝 𝑒 𝑢𝑣 equação da quantidade de
movimento na direção x, e 𝑢𝑣 𝑒 𝑣 2 + 𝑝 a quantidade de movimento da equação y, já
𝐸𝑣 e 𝐹𝑣 são os vetores viscosos, onde 𝑀∞ é o número de Match e Re é o número de
Reynolds, e 𝜇𝑡 é viscosidade turbulenta, já o vetor de fluxo viscoso é zero, pois não
será incluído. Sendo assim, essa integral pode-se calcular a fluxo de volume em
movimento que passam por x e y.
O espaço bidimensional é discreteado em retângulos e as propriedades do
escoamento são definidas nos vértices das células, conforme mostra a Fig. 6. O
volume de controle utilizado na desratização espacial das equações governantes é
mostrado em vermelho. Neste caso, as propriedades do escoamento nas faces do
volume de controle são obtidas por interpolação das propriedades dos vértices
vizinhos.

Figura 6 - Volume de controle

Aproximando espacialmente a integral de superfície das equações, assumindo que


as propriedades do escoamento são constantes ao longo de cada face do volume
finito, obtemos a equação. É utilizado o método TVD, é basicamente um esquema de
alta resolução, em que se utiliza dois esquemas, o esquema de alta ordem, que é o
Lax–Wendroff, é um método numérico para a resolução de equações hiperbólicas em
derivadas parciais, baseado em diferenças finitas. É um método de segunda ordem
no tempo e no espaço. Lax e Wendroff apresentaram um método de discretização de
segunda ordem para a solução de equações hiperbólicas, que é utilizado em regiões
suaves, no presente método, trabalhamos com derivadas temporais de ordem
superior, pois o método é baseado na expansão em série de Taylor da função u(t)
que queremos determinar já em regiões descontínuas, onde podem aparecer
oscilações em estruturas é utilizado reduzimos a precisão do método de segunda para
primeira ordem.

Considerando que a condição de escoamento não-perturbado seja dada por:


Note que a condição de escoamento não-perturbado pode ser também utilizada na
fronteira externa do domínio de cálculo, para todos os níveis de iteração (ou seja, em
qualquer instante). Em outras palavras, esta não é apenas uma condição inicial, mas
também uma condição de contorno na fronteira externa. A condição de contorno de
não escorregamento na superfície do corpo deve ser implementada impondo-se:

Análise dos resultados


A análise de dados, foram gerados gráficos e imagens em PNG, onde os valores
médios de Cm, Cd e Cp foram obtidos, e com isso demonstram como o escoamento
se comporta através do aerofólio, sabendo que com o aumento do descolamento da
pressão, irá aumentar a vorticidade, esse descolamento pode ser observado nas
linhas de correntes, já que o comportamento do aerofólio ocorre de acordo com o
ângulo de ataque escolhido, ou seja, o ângulo de ataque o modifica. Pode-se observar
também a diferença do escoamento no primeiro contato com o aerofólio e em seu
último, e como isso interfere na camada limite, na vorticidade e no campo de pressão.
Com isso, será obtido a comparação dos valores experimentais e os valores obtidos
pelo Tecplot.
Análise do Campo de Pressão

Figura 7 - Campo de pressão no início da simulação Figura 8 - Campo de pressão ao final da simulação

Figuras 9 e 10 – Campo de pressão com as linhas de correntes (sai2333)

Notamos que no início da simulação, nas figuras 8 e 9 a camada limite ainda não se
descolou, e devido ao escoamento ser mais acelerado na parte de baixo do aerofólio,
pois com o descolamento da pressão, possui maior velocidade, é notório a vorticidade
em azul. Como pode-se perceber, no final do escoamento o descolamento na camada
limite e a formação de pontos de baixa pressão, como dito antes, são chamados de
vórtices. Pode-se perceber no ponto de contato inicial na parte de cima do aerofólio,
o maior ponto de contato com o fluido. Nas figuras 9 e 10, podemos notar com o
auxílio as linhas de correntes auxiliam na demonstração da velocidade do fluido em
torno do aerofólio.

Análise da Vorticidade

Em alguns pontos do aerofólio a velocidade tende a ser zero. A vorticidade está


concentrada próximo a superfície do corpo, ela pode ser observada na parte de cima
como na de baixo, onde a parte vermelha é a vorticidade positiva e a azul a negativa.
Em cima, observa-se um elemento de fluído girando no sentindo horário, com
vorticidade negativa, na parte de baixo o sentido do fluido é anti-horário, por isso, a
vorticidade é positiva. Além do mais, como o ângulo de ataque é diferente de zero, o
fluxo de vorticidade na camada limite também é diferente de zero, fazendo com que
a asa tenha sustentação. O que gera essa diferença de fluxo é o vórtice de partida,
que podemos ver na figura 11 e 12.

Figura 11 - Vorticidade no início da simulação Figura 12 - Vórtice inicial

Figura 13 - Início da formação dos vórtices Figura 14 - Vorticidade no final da simulação


Análise com as linhas de correntes

Figura 15 - Vorticidade inicial - LC Figura 16 - Vorticidade final – LC

Figura 17 - Pressão - Inicial Figura 18 – Pressão – Final – LC

Como a linha de corrente consiste numa linha contínua traçada num fluido, tangente
em todos os pontos ao vetor velocidade, como pode-se perceber, na figura 16, na
parte de baixo do aerofólio, diversas linhas de correntes contidas, demonstrando
assim, maior velocidade.
Comparação com o modelo experimental
Para o entendimento, esses coeficientes são calculados pelo tecplot por valores
médios dos coeficientes, de acordo com eles podemos obter a força exercida, sendo
ela sustentação, arrasto ou gravitacional. Portanto, a sustentação é um componente
aerodinâmico, perpendicular à direção do deslocamento que tende a levar o avião
para cima, se contrapondo ao peso a aeronave, a força de arrasto é ocasionada pelo
atrito do ar e se opõe ao deslocamento, oferecendo resistência, o peso está
relacionado à força da gravidade e, por se tratar de uma lei da física, não há como
alterá-la. Já força de tração (ou propulsão) é produzida pelos motores e é a
responsável por fazer o avião se deslocar para a frente, como pode ser observado na
figura 1.

Analisando os gráficos gerados na simulação obtemos os seguintes valores médios:

Coeficiente de sustentação (Cl): 2.695218e-01


Relação entre a pressão de sustentação e a pressão dinâmica. Número adimensional
que relaciona a capacidade de gerar sustentação com a velocidade, densidade do
fluido, a área da asa e o ângulo de ataque.

Coeficiente de momento (Cm): 3.245677e-02


Momentos de rolamento ou giro, inclinação ou arfagem e guinada que o ar exerce
sobre o aerofólio.

Coeficiente de Arrasto (Cd): 6.293943e-02


Número adimensional que é usado para quantificar o arrasto ou resistência de um
objeto em um meio fluido. Permite quantificar a força de resistência ao ar ou outro
fluido por parte de uma dada superfície.
Número de Strouhal

O número de Strouhal é um número adimensional que descreve o mecanismo de


fluxo oscilante, representando a geração de vórtices.

Dados da fórmula, f é a frequência de vórtices, L é o comprimento característico, e


V é a velocidade do fluido.
Através do gráfico de frequência do coeficiente de arrasto obtém-se o número de
strouhal para o ângulo de ataque de 6 graus, ele é visualizado no eixo dos gráficos
que foram gerados a cima, o ponto de maior frequência no eixo y, a amplitude,
sendo assim o Número de Strouhal (St) é ≃1,075.
É praticamente o mesmo número de strouhal do Cd, Cl e Cm. Pode-se observar nos
gráficos gerados a cima.

Comparando com os gráficos os modelos dados pelo livro disponibilizado pelo


professor, o artigo NACA-Report.No 586 que estuda as características das seções do
aerofólio de como são afetadas de acordo com o número de Reynolds, como os dados
escolhidos pelo professor é um angulo e ataque de 6 graus, perfil NACA 2412, e o
número de Reynolds de 4,15*10^4 temos:
Utilizando uma tabela para termos uma visualização melhor dos valores
experimentais, os resultados obtidos demonstram valores discrepantes, de fato os
coeficientes demonstram valores não razoáveis, devido a algumas dificuldades na
resolução dos problemas, tais serão mencionados.

A visualização da malha para obter os resultados, foram através do seguinte método,


como para 6 graus ele ainda não está na fase do stall, foi obtido o valor de Cl na
primeira malha, antes do ângulo crítico, o que possibilitou obter valores do Cd
experimental foi encontrado de acordo com fases que ocorrem na segunda malha
antes de realizar o ângulo crítico, ou seja, este ângulo significa o ângulo de ataque
onde a asa de um avião possui uma máxima sustentação, devido ao descolamento
do fluxo de ar, com isso o avião perde a sua sustentação.
Sendo assim, através dos cálculos dos erros relativos em relação aos experimentais
através da fórmula (𝐸𝑥𝑝. −𝑁𝑢𝑚. ) ÷ 𝐸𝑥𝑝. Concluímos os seguintes resultados das
discrepâncias.

As discrepâncias de valores do experimento podem estar ligadas ao mal refinamento


da malha, variações na velocidade do fluido ou erros na aferição das medidas, entre
outros.

Conclusão
Sendo assim, após as análises, conclui-se que é de grande importância entender as
aplicações dos métodos matemáticos, onde pode-se representar, conforme
modelado, os processos reais, aumentando assim a viabilidade de resultados, com
poucos esforços, pois anteriormente esses processos eram obtidos através de
laboratórios e experimentos.
Desconsiderando a dimensão dos erros experimentais, uma maior concordância entre
os resultados poderia ser obtida aumentando o número de iterações, refinando e
realizando um teste de sensibilidade da malha e, principalmente, a partir de métodos
mais precisos de extração dos dados (como do número de Strouhal no Tecplot ou da
obtenção direta dos dados experimentais, e não a partir de métodos geométricos nos
gráficos).
Referências

[1] Fundamentos da Mecânica dos Fluidos Computacional, Juan Bautista Villa Wanderley

[2] Juan Bautista Villa Wanderley, (2020) Projeto 1, Rio de Janeiro

[3] Anderson, J. D., (2001). Fundamentals of Aerodynamics, Third Edition,

McGraw-Hill, New York.

[4] Abbott, I. H., and Doenhoff, A. E. von, (1981). Theory of Wing Sections, Dover,

New York.

[5] Baldwin, B. S., Lomax, H., 1978, Thin layer approximation and algebraic model for

separated turbulent flows, AIAA Paper 78-257, Huntsville, Alabama.

[6] Panton, R. L., (2005). Incompressible Flows, Third Edition, John Wiley & Sons,

Inc., Hoboken, New Jersey.

[7] Roe, P. L., 1984, Generalized Formulation of TVD Lax-Wendroff Scheme, ICASE

Report 84-53.

[8] Sweby, P. K., 1984. High Resolution Scheme Using Flux Limiter for Hyperbolic

Conservation Laws. SIAM J. Num. Anal. 21,995-1011.

[9] Tannehill, J. C., Anderson, D. A., and Plecher, R. H. (1997). Computational Fluid

Mechanics and Heat Transfer, Second Edition, McGraw-Hill, New York.

[10] Hunt, J. C. R., Wray, A. & Moin, P. (1988). Eddies, Streams, and Convergence

Zones in Turbulent Flows. Center for Turbulence Research Report CTR-S88.

[11]http://airfoiltools.com/airfoil/details?airfoil=n0012-il

[12]https://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficientes_aerodin%C3%A2micos#Coeficientes_de_mom
entos

[13]https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_Strouhal

[14]https://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_sustenta%C3%A7%C3%A3o

[15] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:NACA_2412.svg

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