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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ENZO PORTO LUZ

GABRIEL HENRIQUE DA CRUZ BOMFIM

ESCOAMENTO EM TUBOS E DUTOS


(PERDA DE CARGA)

DETERMINAÇÃO DAS GRANDEZAS “L” e “W”

SALVADOR
2022

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ENZO PORTO LUZ
GABRIEL HENRIQUE DA CRUZ BOMFIM

ESCOAMENTO EM TUBOS E DUTOS


(PERDA DE CARGA)

PLANILHA AUTOMÁTICA DE CÁLCULO DA GRANDEZA “L ”

O Relatório do Trabalho final da disciplina


ENG370 - Fenômenos de Transporte I,
ministrada pelo Professor Gabriel Gomes,
no curso de Engenharia Civil.

SALVADOR
2022

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4

2. PROBLEMA .............................................................................................................4

3. TEORIA.....................................................................................................................5

4. PLANILHA DE CÁLCULO ...................................................................................6


4.1. DESENVOLVIMENTO ...................................................................................6
4.2. FUNCIONAMENTO DA PLANILHA ............................................................8

5. RESULTADOS E CONCLUSÃO .........................................................................11

6. REFERÊNCIAS......................................................................................................12

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1. INTRODUÇÃO

Este relatório se refere ao desenvolvimento e funcionamento da planilha de cálculo


automática criada no programa Microsoft Excel para resolução do problema dado, o qual
solicita a determinação do espaçamento máximo possível entre estações de bombeamento
(L) e também a potência que deve ser fornecida a cada estação de bombeamento (W).

Dessa forma, inicialmente é apresentado o referencial teórico relativo à questão. Em


seguida, é apresentado o Escopo do Problema. No próximo capítulo, é apresentado a
planilha de cálculo, como foi desenvolvida e como o usuário irá utiliza-la. Por fim, os
resultados obtidos.

2. PROBLEMA

O problema em questão é o seguinte:

“Petróleo cru escoa através de um trecho horizontal do oleoduto do Alasca a uma taxa
de 1,6 milhão de barris por dia (1 barril = 42 galões). O diâmetro interno do tubo é 48 in,
a rugosidade do tubo é equivalente à do ferro galvanizado. A pressão máxima admissível
é 1200 psi; a pressão mínima requerida para manter os gases dissolvidos em solução no
petróleo cru é 50 psi. O petróleo cru tem SG = 0,93; sua viscosidade à temperatura de
bombeamento de 140 °F é μ=3,5×10-4lbf.s/ft². Para estas condições, determine o
espaçamento máximo possível entre estações de bombeamento. Se a eficiência da bomba
é de 85%, determine a potência que deve ser fornecida a cada estação de bombeamento.”

Figura 1: Questão Problema

Dessa forma, nota-se que a questão nos concedeu os dados no Sistema Inglês de
Unidades.

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3. TEORIA

Para o problema em questão, é solicitado o valor da grandeza “L”, que corresponde o


espaçamento máximo possível entre as estações, o qual é calculado a partir da seguinte
expressão:

2 ∗ 𝐷 ∗ ∆𝑃
𝐿=
𝑓 ∗ 𝜌 ∗ 𝑉2

A grandeza “D” se refere ao diâmetro do tubo o qual o fluido estará escoando, “∆𝑃”
representa a diferença de pressão de máxima admissível e a pressão requerida para manter
os gases dissolvidos no fluido. “𝜌” se refere à massa específica do fluido em questão e a
grandeza “V”, se refere à velocidade que o fluido está escoando, e é obtido a partir da
razão entre a vazão volumétrica “Q” e a área da seção do tubo “A”:

𝑄
𝑉=
𝐴

A grandeza “f” se refere ao Fator de Atrito. Existem algumas expressões para se


determinar tal fator, como por exemplo, a mais conhecida e a que é apresentada no livro
Introdução à Mecânica dos Fluidos, 8ª edição, é a Equação de Colebrook:

1 𝑒 2,51
= −2 ∗ 𝑙𝑜𝑔 [3,71∗𝐷 + ] (Eq. Colebrook)
√𝑓 𝑅𝑒∗√𝑓

Portanto, a utilização dessa expressão não é ideal para criação de uma planilha
automática, onde o usuário precisaria apenas digitar os valores das grandezas, pois se faz
necessário utilizar um comando mais complexo no Excel chamado “Atingir Meta” toda
vez que desejasse alterar os valores, e isso diminuiria a automatização e simplicidade da
planilha.

Dessa forma, foi utilizado outra expressão que obtém resultados bem próximos e é
ideal para utilizar em uma planilha automatizada. Tal expressão foi criada por Swamee
(1992), e é válida para escoamentos laminar, turbulento liso, de transição e turbulento
rugoso:

0,125
64 8 𝑒 5,74 2500 −16
𝑓 = {( ) + 9,5 ∗ [𝐿𝑛 ( + ) − ( )] } (Eq. Swamee)
𝑅𝑒 3,7∗𝐷 𝑅𝑒 0,9 𝑅𝑒

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A grandeza “Re” é o Coeficiente de Reynolds, e é calculado pela seguinte
expressão:

𝜌∗𝑉∗𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇

Onde “𝜇” é a Viscosidade Absoluta do Fluído.

O problema também solicita o valor da “potência que deve ser fornecida a cada
estação de bombeamentos”, a qual é representada por “Wentrada”, e é calculado pela
seguinte expressão:

𝑊𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎
𝑊𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 =
η
Onde “η” é a eficiência da bomba, e “Wbomba” nada mais é que a potência da bomba,
a qual é calculada pela seguinte expressão:

𝑊𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑄 ∗ ∆𝑃
4. PLANILHA DE CÁLCULO
4.1. DESENVOLVIMENTO

A planilha foi desenvolvida a partir no programa Microsoft Excel. Sendo assim, ao


introduzir os dados pela questão, a planilha calcula automaticamente os valores “L” e
“W”, os quais são pedidos na no problema.

Dessa forma, utilizando funções do programa, como a função SE, ou a função


PROCV, foi possível desenvolver uma planilha que utiliza um banco de dados para
realizar o cálculo das grandezas solicitadas.

Essas tabelas foram desenvolvidas a partir dos gráficos e tabelas presentes no livro
Introdução à Mecânica dos Fluidos, 8ª edição:

Tabela 1: Rugosidade para Tubos de


Materiais Comuns de Engenharia.

Fonte: Introdução a Mecânica dos


Fluídos, 8ª edição (pág. 441).

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Analisando a Tabela 1, nota-se que alguns materiais, presentes na tabela
apresentam o um intervalo de valores para a rugosidade “e”, como por exemplo, a
Madeira. Para a efeitos de desenvolvimento da planilha, tais materiais foram divididos
em três subcategorias, ficando da seguinte forma:

- Madeira (pouca rugosidade): e = 0,2 mm

- Madeira (média rugosidade): e = 0,495 mm

- Madeira (alta rugosidade): e = 0,9 mm

Ou seja, o valor de “média rugosidade” é a média dos dois extremos dos intervalos
presentes na tabela.

Para se criar um banco de dados da relação Temperatura X Viscosidade Absoluta,


foi utilizado o seguinte gráfico:

Figura 2: Gráfico Temperatura X Viscosidade Absoluta.

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Dessa forma, foram utilizadas as informações de alguns dos materiais presentes
no gráfico da Figura 2 para montar o banco de dados presente na planilha, a qual serve de
subsidio para o funcionamento da mesma. Um exemplo é o banco de dados da Água,
como mostra a Tabela 2.

Tabela 2: Informações sobre a Água.

Alguns valores de densidade em função da temperatura foram retirados do livro


Introdução à Mecânica dos Fluidos, 8ª edição. Alguns outros, por conta da dificuldade de
se encontrar os diversos valores de densidade para diferentes temperaturas, utilizou-se
métodos estatístico para chegar a valores próximos do real, partindo de valores
encontrados na literatura.

4.2. FUNCIONAMENTO DA PLANILHA

Para utilização da planilha, inicialmente é necessário que o usuário determine qual


Sistema de Unidades deseja utilizar. Sendo que pode escolher entre “Sistema
Internacional” e Sistema Inglês”.

Figura 3: Determinação do Sistema de Unidades desejado.


A próxima etapa após escolher o sistema, é inserir o valor do diâmetro interno do
tubo:

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Figura 4: Determinação da área da seção do tubo

Como mostra a Figura 4, o sistema de unidades escolhido foi o Sistema Inglês,


dessa forma, o valor deve ser inserido na unidade “Pé” (ft). Como a questão da o valor
em “Polegadas” (in), foi inserido um conversor de unidades logo abaixo, caso o usuário
tenha dificuldade em realizar essa conversão mentalmente.

Note que as células que o usuário deve inserir informações são as de cor amarela,
e que os resultados são mostrados nas células em verde, que são as que contém as funções.

O próximo passo é inserir qual é o material do tubo. Para isso, foi utilizado a Tabela 1
presente nesse relatório para criar o banco de dados presente na TABELA a, que se
encontra na Planilha.

Figura 4: Tabela a

Dessa forma, o usuário deve escolher um desses material dentro dessa lista, e
automaticamente será dado o valor da rugosidade na unidade escolhida.

Figura 5: Determinação da rugosidade do tubo.

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Em seguida, o usuário deve escolher um dos fluídos do banco de dados e a
temperatura, dessa forma, a planilha informa automaticamente qual é a viscosidade
absoluta e a massa especifica do fluido. Tais informações estão presentes nas tabelas b
até i presentes na planilha.

Figura 6: Determinação da viscosidade absoluta e massa específica.

No passo 4, o usuário deve inserir o valor da vazão volumétrica que é a informação


necessária para que a planilha apresente os valores da Velocidade e do Coeficiente de
Reynolds. Note que a questão informa a vazão na unidade “Milhões de Barris por Dia”,
portanto, a planilha pede que o valor seja inserido na unidade “ft³/s”. Dessa forma, foi
inserido um conversor de unidades logo abaixo, para auxiliar o usuário.

De forma semelhante, no passo 5, o usuário deve inserir os valores de pressão de


entrada e pressão de saída, que na questão foram dadas na unidade “psi”, entretanto, os
valores devem ser inseridos na unidade “lbf/ft²”, para realizar essa conversão, o usuário
pode utilizar o conversor logo abaixo das células que deve inserir as informações.

Figura 7: Determinação da velocidade, Coef. de Reynold e Diferença de Pressão.

No passo 6, é calculado automaticamente o valor do Fator de Atrito (f), utilizando os


dados obtidos anteriormente. Com isso, é possível calcular a grandeza “L”, solicitada pelo
Problema.

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Figura 8: Determinação do Fator de Atrito e do Espaçamento Máximo (L).

Por fim, no passo 7, o usuário deve inserir o valor de eficiência da bomba para
que a planilha informe o valor da potência que deve ser fornecida a cada estação de
bombeamento.

Figura 9: Determinação da potência fornecida necessária a cada estação de bombeamento.

5. RESULTADOS E CONCLUSÃO
Dessa forma, com a criação da planilha, se torna mais prático a análise do
problema, já que é possível alterar os dados e verificar a mudança dos resultados finais
rapidamente. Como por exemplo, quanto maior for o diâmetro do tubo, maior será
espaçamento máximo possível entre estações de bombeamento ou, quanto maior for a
Vazão (Q), menor será o espaçamento máximo entre as estações (L) e maior será a
potência que deve ser fornecida a cada estação de bombeamento (W).

Figura 10: Diâmetro do tubo (ft) X Espaçamento Figura 11: Vazão Volumetrica (ft³/s) X
Máximo (kft). Espaçamento Máximo (kft.10¹) X Potência
necessária (MW).

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6. REFERÊNCIAL
Fox, R.W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J.; “ Introdução à Mecânica dos Fluidos”, LTC,
8ª ed. (2010) 2. White, F.M., "Fluid Mechanics" Mc Graw Hill, 2002 3. Fay, J.A., “ Introduction
to Fluid Mechanics”, MIT Press, 1994 4.

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