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UEPB

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA


UEPB/CAMPU VIII
CENTRO DE CIÊNCIAS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCTS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JOSE LUIS MEDEIROS DA SILVA

PERDA DE CARGA CONTÍNUA

ARARUNA/PB
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................3
2 OBJETIVOS ..............................................................................................3
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 3
4 METODOLOGIA......................................................................................5
4.1 Equipamentos ...............................................................................................5
4.2 Procedimentos ..............................................................................................5
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................7
6 CONCLUSÕES...........................................................................................8
REFERÊNCIAS .........................................................................................8
ANEXO – Memorial de cálculo .................................................................9

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1 INTRODUÇÃO
No estudo dos fenômenos de transporte, o fluido é definido como uma substância
que se deforma continuamente sob a ação de tensões cisalhantes. Na dinâmica dos fluidos,
ou seja, no estudo do movimento destes, mais especificamente a água, observa-se que
parte da energia é dissipada com seu movimento, devido ao atrito gerado entre as paredes
internas do material no qual o líquido se movimenta, essa perda de energia é denominada
de perda de carga. A energia da água ao longo de uma tubulação pode ser dissipada de
duas maneiras diferentes, sendo elas: perdas de carga contínua e perdas de carga
localizada.

No referente relatório iremos estudar e analisar um fluido, mais especificamente,


a água em tubulações de diâmetros iguais e materiais parcialmente diferentes, pois no
tubo 1 o material utilizado foi PVC, no tubo 2, o material utilizado foi o mesmo, porém,
a sua parte interna apresentava imperfeições, ou seja, seu diâmetro interno era composto
por uma superfície rugosa.

A perda de carga contínua ocorre devido a dissipação da energia em trechos


retilíneos de uma tubulação de diâmetro constante. No estudo da hidráulica, temos a
equação universal da perda de carga em condutos forçados, mais conhecida como equação
de Darcy-Weisbach, onde o fator de atrito da tubulação influencia diretamente no
resultado da perda de carga.

O principal objetivo de análise e estudo da água em uma bancada hidráulica com


condutos forçados é a perda de carga contínua, pressões máximas e mínimas ao longo da
tubulação e vazões volumétricas.

2 OBJETIVOS

• Estudar a equação da continuidade para fluidos reais;


• Analisar a perda de carga em um tubo com material rugoso;
• Calcular a vazão volumétrica;
• Calcular a pressão nos tubos.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As perdas de carga ao longo de uma tubulação linear ocorrem devido ao fenômeno


de viscosidade, ou seja, o atrito interno e externo entre as partículas da água e as paredes

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do tubo, fazem com que a energia do fluxo de dissipe em forma de calor, essa dissipação
de energia é também conhecida como perda de carga distribuída.

No estudo da hidrodinâmica, houve-se muito falar no princípio da continuidade e


equação de Bernoulli. No princípio da continuidade temos que a velocidade que um fluido
escoa em uma tubulação é inversamente proporcional à sua área de seção transversal, ou
seja, a vazão presente em um fluxo de fluido depende da velocidade de movimento dele
e do diâmetro da seção do mesmo. Na equação de Bernoulli, temos a descrição do
comportamento de um fluido que se move ao longo de uma tubulação com as energias de
pressão, cinética e potencial. A seguir as equações da continuidade e Bernoulli,
respectivamente.

𝑄 = 𝐴1 𝑣1 = 𝐴2 𝑣2 (1)

𝑃1 𝑣1 2 𝑃2 𝑣2 2
𝑍1 + + = 𝑍2 + + + ∆𝐻 (2)
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

A equação fundamental de Darcy-Weisbach, que regem o estudo das perdas de


carga em fluidos reais e condutos livres e forçados é expressa da seguinte maneira:

𝐿 𝑉2
∆𝐻 = 𝑓 𝐷 2𝑔 (3)

Onde o 𝑓 representa o fator de atrito, que depende de natureza da tubulação,


viscosidade, rugosidade e regime de escoamento. Diversos estudiosos desenvolveram
equações empíricas e modelos gráficos para encontrar o fator de atrito, relacionando na
maioria das vezes o número de Reynolds, rugosidade relativa da tubulação e tipos de
escoamento. As fórmulas para encontrar o valor do fator de atrito foram desenvolvidas
com algumas especificações, sendo elas: para tubos lisos usa a equação de Blasius, tanto
para tubos lisos como rugosos também pode-se usar Nikuradse; para especificações como
número de Reynolds temos, Swamee e Jain indicada para um intervalo de Reynolds de
5 × 103 < 𝑅𝑒 < 108 , dentre diversas outras equações empíricas. A seguir temos as
equações de Blasius, Nikuradse e Swamee e Jain, respectivamente.

0,316
𝑓= 1 (4)
𝑅𝑒 ⁄4

1 𝑅𝑒√𝑓
= 2 log (5)
√𝑓 2,51

4
1 𝐷
= 2 log 3,7 𝑒 (6)
√𝑓

1,325
𝑓= 𝑒 5,74 2
(7)
[ln( + )]
3,7𝐷 𝑅𝑒0,9

Além dos modelos matemáticos para determinação do fator de atrito, temos


também o diagrama de Moody, que representa o fator de atrito em função do número de
Reynolds e a rugosidade relativa de forma gráfica.

A equação de Hazen-Williams é também é uma relação empírica que relaciona o


fluxo da água na tubulação com as propriedades e o tipo de material que o mesmo foi
fabricado. A equação é expressão da seguinte maneira:

𝑄 1,85
𝛥𝐻 = 10,65 𝑥 𝐶 1,85𝑥 𝐷 4,87
𝑥 𝐿 (8)

Onde 𝐶, é dado pelo coeficiente de rugosidade da tubulação e 𝐿 o comprimento da


mesma, pode-se também isolar qualquer um dos outros termos para os encontrá-los.

1,85 𝑄 1,85
𝐶= √10,65 𝐿 (9)
∆𝐻

4 METODOLOGIA

4.1 Equipamentos

• Bancada hidráulica
• Trena
• Paquímetro
• Manômetro digital
• Rotâmetro
• Cronômetro

4.2 Procedimentos

4.2.1 Informações da tubulação

Inicialmente, verificou o diâmetro externo e interno e comprimento dois pontos


que aferem pressão dos dois tubos da bancada hidráulica, ambos de material PVC,
diferenciando apenas a característica rugosa no tudo 2.

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Tabela 1.: Dados das tubulações

DADOS TUDO 1 TUDO 2


Diâmetro Externo Interno Externo Interno
(mm) 25 20 25 20
PVC (Interno
Material PVC
rugoso)

Comprimento
111 104
do trecho (cm)

4.2.2 Vazão volumétrica

Logo após a verificação dos dados da tabela 1, foi determinado as dimensões da


caixa/reservatório da bancada e calculado as vazões volumétricas.

Tabela 2.: Dados para o cálculo da vazão volumétrica

DIMENSÕES DA
CAIXA/RESERVÁTORIO
Vazões 1 2
Comprimento (mm) 380 380
Largura (mm) 220 220
Altura (mm) 510 505
Volume (m³) 0,042636 0,042218

No segundo momento foi determinado a vazão média para a leitura do rotâmetro,


para a medição 1.1 e 1.2.

Tabela 3.: Determinação das vazões médias

Medições Tempo (s) Leitura do rotâmetro Vazão média (m³/s)


Medição 1.1 74,11 2000
0,000574687
Medição 1.2 74,27 2000
Medição 2.1 50,85 3000
0,000832292
Medição 2.2 50,6 3000

4.2.3 Medições de pressão

Em um terceiro momento foi aberto o registro da bancada hidráulica e com o


auxílio de um rotâmetro regulou-se a vazão desejada a transportar no sistema. Foram
aferidas em duplicata as pressões máximas e mínimas para as vazões de 2000 LPH e

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3000LPH, por segurança na obtenção dos dados, obtivemos os valores em cada ponto, no
mínimo duas vezes; esse processo foi repetido esse número de vezes a fim de buscarmos
uma melhor precisão nos resultados. Esse procedimento deu-se para as anotações de
valores nos dois tipos de tubulações com características geométricas iguais (comprimento
e diâmetro).

Tabela 4.: Valores de pressão nos pontos do tubo 1

TUBO 1
Vazão Ponto 1 Ponto 2
(LPH) Pmáx Pmin Pméd Pfinal (kPa) Pmáx Pmin Pméd Pfinal (kPa)
21,5 18,8 20,15 11,2 8,5 9,85
2000 20,175 9,575
21,5 18,9 20,2 10,7 7,9 9,3
20,7 18,1 19,4 17,6 15,3 16,45
3000 19,2 16,2
20,2 17,8 19 17,2 14,7 15,95

Tabela 5.: Valores de pressão nos pontos do tubo 2

TUBO 2
Vazão Ponto 1 Ponto 2
(LPH) Pmáx Pmin Pméd Pfinal (kPa) Pmáx Pmin Pméd Pfinal (kPa)
16,2 14 15,1 12 9,2 10,6
2000 15,075 10,475
16,1 14 15,05 11,4 9,3 10,35
27,7 24,4 26,05 18,3 15,8 17,05
3000 26,1 16,95
27,7 24,6 26,15 18,3 15,4 16,85

5 RESULTADOS E DISCURSSÕES

5.1 Resultados tabelados

Utilizando as equações da continuidade, Bernoulli e Hazen-Williams, foi possível


determinar a perda de carga, fator de atrito e coeficiente de rugosidade para as duas
tubulações, tubo 1 liso e tubo 2 rugoso.

Tabela 5.: Valores de perda de carga e fator de atrito obtidos através dos cálculos

Vazão = 2000 LPH Vazão = 3000 LPH


Tubos
Δh (m) Fator de atrito Δh (m) Fator de atrito
PVC Liso (1) 1,081 0,114 0,301 0,015
PVC Rugoso (2) 0,469 0,053 0,933 0,05

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Tabela 6.: Valores de Coeficiente de Rugosidade Experimental e Teórico

Vazão = 2000 LPH Vazão = 3000 LPH


Tubos
C experimental C teórico C experimental C teórico

PVC Liso (1) 62,14 150 178,75 150


PVC Rugoso (2) 92,24 150 94,1 150

6 CONCLUSÃO

Através de todos os fundamentos teóricos e as atividades experimentais, conclui-


se que o fluxo é inversamente proporcional ao coeficiente de atrito, proporcional à perda
de carga e ao coeficiente de rugosidade. A tubulação afeta diretamente o valor das
pressões máximas, mínimas e finais. Portanto, através dos dados obtidos, em teoria,
podemos verificar o coeficiente de atrito teórico e o encontrado no experimento, conforme
mostrado na tabela 6, após a análise dos dados finais, temos que os resultados obtidos
através do experimento são muito diferentes dos valores teóricos usados para cálculos em
sala de aula. Os valores de “C” experimentais do tubo de PVC liso foi o que apresentou
maior diferença em relação aos valores da literatura, ultrapassando-o, já o PVC rugoso
mostrou resultados também diferentes ao tabelado. Isso pode ser justificável pela falta de
manutenção do aparelho e/ou erros técnicos de execução e manuseio dos aparelhos.

REFERENCIAS

PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. [S.l: s.n.], 1998.

VIANA, Dandara. Perda de carga: Entenda o que é. [S. l.], 14 jan. 2019. Disponível em:
https://www.guiadaengenharia.com/perda-carga/. Acesso em: 29 maio 2022.

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ANEXO – Memorial de cálculo

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