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IMT - CEUN

Escola de Engenharia Mauá

DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM CONDUTOS


RELATÓRIO DE EXPERIMENTO LABORATORIAL

CURSO: ENGENHARIA CIVIL


SÉRIE: 3 ANO
PERÍODO: DIURNO
CÓDIGO DA DISCIPLINA: ETC411
DENOMINAÇÃO DA DISCIPLINA: FENÔMENOS DE TRANSPORTE
PROF.: JOÃO CARLOS MARTINS COELHO

AUTORES:
Rafael Fioratti Rodriguez RA: 11.00542-4
Rafael Mateus Miguel RA: 15.00708-0
Lucas Gonçalves de Oliveira RA: 15.02061-4
Nathalie Kimie Teraoka Cury Calia RA: 16.00088-9

S. CAETANO DO SUL
16/10/2018

1
 Sumário

1. Simbologia.............................................................................................................3

2. Introdução.............................................................................................................3

3. Objetivos................................................................................................................3

4. Apresentação Teórica...........................................................................................4

5. Experimento Realizado........................................................................................6

6. Metodologia de Cálculo........................................................................................7

7. Resultados..............................................................................................................11

8. Comentários e Conclusões....................................................................................16

9. Referências Bibliográficas ...................................................................................16

10. Anexos..................................................................................................................17

2
1. Simbologia
 mi=Massa Inicial(kg)
 mf =Massa Final (kg)
 ∆ t=variação do tempo (s)
 h esq=Deflexão à esquerda(mm)
 h dir =Deflexão à direita(mm)
 D = Diâmetro (m)
3
m
 ṁ=Vazão Mássica ( )
s
 ˙
∀=Vazão Volumétrica (m³/s)
 ρ=¿Massa Específica (kg/m3 ¿
m
 v=Velocidade de escoamento ( )
s
2
 A=Área(m )
 ∆ p=Diferença de Pressão (Pa)
 Re =Numero de Reynolds

 μ=Viscosidade Dinâmica(Pa . s)
 p=Pre ssão (Pa)
 h m=Diferença entre as deflexões (mm)
m
 g=Gravidade ( 2
)
s

2. Introdução

Motivados pelo Prof° João Carlos Martins Coelho, foi realizado um experimento em
que utilizou-se três diferentes tubulações. Alterando a vazão e o rendimento da água foi
possível determinar a perda de carga no escoamento, fator de atrito, coeficiente de perda de
carga e número de Reynalds, assim como a altura de rugosidade no tubo rugoso.

3. Objetivos

3
O trabalho tem como objetivo a análise e compreensão da pressão e vazão de água em
tubulações com diferentes diâmetros, rugosidades e perda de carga. Assim, gerando
entendimento e classificação dos dispositivos para o uso adequado.

Foi avaliado a perda de carga no escoamento, fator de atrito número de Reynalds no


1 3 3
tubo DN 20 ( ¿ liso, tubo DN 25 ( ¿ liso, tubo DN 25 ( ¿ rugoso e a altura de rugosidade
2 4 4
3
do tubo DN 25 ( ¿ rugoso. E, também, o coeficiente de perda de cargas nos acessórios de
4
tubulação como joelho 90°, joelho 45° e curva 90°.

4. Apresentação teórica

O transporte de fluidos é feito através de condutos projetados para esta finalidade,


esses condutos podem ser, ou condutos fechados onde a pressão interna é mais que a pressão
atmosférica, caso estudado durante o laboratório, e são conhecidos como dutos sob pressão ou
condutos forçados ou abertos para atmosfera denominados canais. (BARRAL, 2015)

O líquido ao escoar em um conduto é submetido a forças resistentes exercidas pelas


paredes da tubulação e por uma região do próprio líquido. Nesta região denominada camada
limite, há um elevado gradiente de velocidade e o efeito da velocidade é significante. A
consequência disso é o surgimento de forças cisalhantes que reduzem a capacidade de fluidez
do líquido.

O líquido ao escoar dissipa parte de sua energia em calor. Essa energia não é mais
recuperada na forma de energia cinética e/ou potencial e, por isso, denomina-se perda de
carga. Trata-se de perda de energia devido ao atrito contra as paredes e à dissipação devido à
viscosidade do líquido em escoamento. (COLEBROOK, 1939)

Para efeitos de estudo e de cálculos para dimensionamentos em engenharia, a perda de


carga é classificada em perda de carga distribuída ou continua e perda de carga localizada ou
singular.

As perdas de carga lineares são aquelas devido ao fluxo em trechos retilíneos de


tubulação, enquanto que as singulares são devidas a trechos curvos, a peças e dispositivos

4
especiais tais como joelho 90°, joelho 45°, curva 90°, entre outros instalados na linha onde se
está verificando ou calculando as perdas de carga.
Para cálculo da perda de carga total dependemos dos seguinte parâmetros: diâmetro da
tubulação (D), comprimento do tubo (L), rugosidade e da parede (ξ), das propriedades físicas
do fluido como massa especifica (ρ), viscosidade (µ) e da velocidade (v) do escoamento,
(Equação I)
utilizando a formula abaixo demonstrada:
2
v x
h L= (f + ∑ k )
2. g D

No caso estudado, a natureza do escoamento da tubulação, que pode ser laminar ou


turbulento, é determinada pelo parâmetro número de Reynolds, o qual é calculado pela
seguinte expressão:

ρ. v . D (Equação II)
ℜ=
μ

Com o resultado da expressão determinamos o regime em que se encontra o


Re
escoamento, sendo < 2300 regime laminar (α=2), onde as partículas apresentam trajetórias
Re
que não se cruzam e movimento ordenado, e > 2300 regime turbulento (α=1), o qual tem
movimento desordenado das partículas.

Para essa situação aplica-se a equação de Bernoulli:

2 2
P1 v1 P2 v2 (Equação III)
+α 1 + z 1 + H B = +α 2 + z + H T +h L
γ 2. g γ 2. g 2

Entretanto, as tubulações em questão estão na horizontal (DN 20, DN25 Liso, DN25
Rugoso), ou seja, as alturas z1 e z2 serão zero e não há utilização de turbinas (HT = 0) no
sistema estudado e admite-se escoamento turbulento (α1=α2=1), obtêm-se a seguinte
equação:

2 2
P 1 v1 P 2 v2 (Equação IV)
+ + HB= + +h
γ 2. g γ 2. g L
5
Tubulação em questão é feita de cobre, logo, utiliza-se a equação de Petukhov a seguir
para encontrar o fator de atrito teórico:

f =¿ ¿ (Equação V)

5. Experimento realizado

O experimento constava com quatro tubulações, das quais três eram o tubo DN 20 (½)
liso, tubo DN 25 (¾) liso, tubo DN 25 (¾) rugoso e o quarto tubo continha um joelho de 90,
joelho de 45 e uma curva de 90. Foi realizado o escoamento de água variando o rendimento
da bomba através das quatro tubulações diferentes. Durante o experimento era necessário
controlar o rendimento da bomba que variava de 0 a 100%, com o objetivo de obter cinco
valores de vazões volumétricas diferentes para cada tubulação.

Para cada vazão volumétrica definida, observava-se a diferença de pressão dada pelo
manômetro e era realizado esse mesmo procedimento para cada tubulação. Ao mudar a
tubulação, era necessário retirar o ar da mesma, do contrário ocorria erros nas medições.

Figura 1 – Tipos de Tubulações Figura 2 – Medidor de vazão volumétrica

Figura 3 – Curva de 45°

6
6. Metodologia de cálculo

Para realizar os cálculos usando os dados experimentais, foi utilizado a ferramenta


Microsoft Excel e utilizou-se a metodologia de cálculo a seguir.
Usando a tabela de conversão de unidades de pressão da “Mikroval” foi preciso
converter a unidade de pressão da leitura no Manômetro com a relação:
1 [ mmca ] =10 [ Pa ]

Utilizando a tabela de massa específica em função da temperatura do livro “Energia e


Fluidos – Volume 2: Mecânica do Fluidos”, interpola-se os dados e conclui-se que existe uma
relação entre a massa específica (y= ρ) e a temperatura (x).

Tabela 1- Massa Específica em função da Temperatura

Temperatura (°C) 10 20 30 40 50

Massa específica (kg/m3) 999,7 998,2 995,6 992,2 988

Gráfico 1- Massa Específica em função da Temperatura

7
Massa específica em Função da Temperatura
1002
999.7
1000 998.2
f(x) =998
2.5000000000028E-05 x³ − 0.00667857142857452 x² + 0.0307142857143922 x + 1000.04
Massa específica(kg/m3)
R² = 0.999985584869879 995.6
996
994 992.2
992
990 988
988
986
984
982
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Temperatura (°C)

−5
ρ ( x [ ° C ]) =−3 ×10 × x −0,0067 × x + 0,0307× x+ 1000[kg /m ]
2 2 3

Com isso pode-se calcular a massa específica da água na temperatura de 21,8°C:


ρ ( x=21 , 8° C )=−3 ×10−5 × 21 ,8 3−0,0067 ×21 , 82 +0,0307 × 21, 8+1000=997 , 17 [ kg / m3 ]
O valor do diâmetro fornecido em polegadas será convertido para metros com a
seguinte relação:
1 [ Pol ] =0,0254 [m]
O número de Reynolds é calculado, com o valor da viscosidade dinâmica (µ) igual a
0,0010 [Pa.s] e adotando a temperatura de 20°C retirado do livro “Energia e Fluidos –
Volume 2: Mecânica do Fluidos” com a seguinte equação:
4 × ρ × ∀˙ (Equação VI)
ℜ= [adimensional ]
3600 × µ × π × d
Determina-se o tipo de escoamento com o teste lógico:

{
Se ℜ<2300 ≡ Escoamento Laminar
ℜ>2300 ≡ Escoamento Turbulento
O critério de decisão para a determinação do fator de atrito é apresentado no diagrama
na imagem abaixo:

8
Admite-se, todos os tubos lisos, para a determinação do primeiro fator de atrito a
equação de Petukhov. Em seguida, o resultado obtido será utilizado na equação de Colebrook
para determinar o fator de atrito.
−2
f Petukhov =[ 0 ,79 × ln ( ℜ ) −1 ,64 ] (Equação VII)

{ [(
f Colebrook = − 2× log
d
ε
+ )
2 ,51
3 , 7 ℜ× √ f ]} (Equação VIII)

Com o fator de atrito definido, o cálculo da perda de carga é realizado pela equação:
8 × ∀˙ × f ×l
2
hl =hld = (Equação IX)
2 5
π ×d × g
A perda de carga pode ser calculada por uma manipulação da equação da energia.
2 2
∆ p (α 2 × v 2−α 1 × v 1) (Equação X)
+ + ∆ z−h L =0
γ 2× g

9
Sabendo que a vazão e o diâmetro entre os dois pontos é igual, consequentemente, as
velocidades também. Com isso, não há variação da altura entre ele, pode-se afirmar que:
∆p (Equação XI)
h L=
γ
Com isso calculamos o fator de atrito usando a equação XII.
2 5
hL × g × π × d (Equação XII)
f=
l × ∀˙ ×8
2

Para o tubo rugoso, a rugosidade é determinada (Ɛ) através das equações de Haalad e
Colebrook.

√ ( )
−1
1 ,11
−1 ,8 × √ f 6,9
ε Haalad =d × 3 , 7 × 10 − ℜ
(Equação XIII)

[ ]
1
3,7 2 × √f 2 , 51
ε Colebrook = × 10 −
d ℜ ×√f
(Equação XIV)
Com o fator de atrito definido, o cálculo da perda de carga é realizado pela equação
derivada da equação da energia.
Uma observação importante, é que para esse trabalho, o cálculo iterativo utilizado as
formas manipuladas da equação de Coolebrook foram interrompidos na oitava interação, onde
o resultado mostra convergência até a sexta casa decimal.
Para calcular a perda de carga localizada no Joelho de 90°, Joelho de 45° e Curva de
90°, deve-se calcular a perda de carga pela equação da energia e retirar a perda de carga
distribuída pela equação XV.
∀˙ × 8
2
l (Equação XV)
h¿ =h l− 2 ×f × 5
π ×g d
Calcula-se o valor do coeficiente de perda de carga (k) nas conexões de tubulações
utilizando a equação XVI.
2
h × π ×8 (Equação XVI)
k= ¿ 2 4
∀˙ ×d

10
7. Resultados

Tabela 2- Cálculo das Perdas de Carga para as Tubulações

11
12
Gráfico 2- Fator de Atrito Teórico em função do Numero de Reynolds para a
tubulação DN 20 (1/2)

Fator de Atrito Teórico DN 20 (1/2) em Função


do Número de Reynolds
0.03

0.025

0.02
Fator de Atrito

0.015

0.01

0.005

0
10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Número de Reynalds

fPetukhov fColebrok

Gráfico 3- Fator de Atrito Experimental em função do Número de Reynolds para


a tubulação DN 20 (1/2)

Fator de Atrito Experimento DN 20 (1/2) em


Função do Número de Reynolds
0.06

0.05

0.04
Fator de Atrito

0.03

0.02

0.01

0
10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Número de Reynalds

fteórico fColebrok

13
Gráfico 4- Fator de Atrito Teórico em função do Número de Reynolds para a
tubulação DN 25 (3/4)

Fator de Atrito Teórico DN 25 (3/4) em Função


do Número de Reynolds
0.03

0.025

0.02
Fator de Atrito

0.015

0.01

0.005

0
20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000 55000 60000 65000
Número de Reynalds

fPetukhov fColebrok

Gráfico 5- Fator de Atrito Experimental em função do Número de Reynolds para a


tubulação DN 25 (3/4)

Fator de Atrito Experimental DN 25 (3/4) em


Função do Número de Reynolds
0.045
0.04
0.035
0.03
Fator de Atrito

0.025
0.02
0.015
0.01
0.005
0
20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000 55000 60000 65000
Número de Reynalds

fteórico fColebrok

14
Tabela 3- Cálculo Do Fator de Atrito por Colebrook

15
Tabela 4- Cálculo das Perdas de Cargas Localizadas

16
8. Comentários e conclusões

9. Referências bibliográficas

Coelho, João Carlos Martins. (2016). Energia e Fluidos – Vol 2. 1º Edição.


Colebrook, C. F.; White, C. M. (1937). Experiments with Fluid Friction in
Roughened Pipes. Proceedings of the Royal Society of London. Series A,
Mathematical and Physical Sciences.
White, Frank (2008). Mecánica de Fluidos, 6ª edición, McGraw-Hill.

10. Anexos

Instituto Mauá de Tecnologia – Escola de Engenharia Mauá


LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS
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DETERMINAÇÃO DA PERDA DE CARGA EM CONDUTOS – FOLHA DE REGISTRO DE DADOS
DISCIPLINA: ETC411 – Fênomenos de Transporte
Nome: Rafael Fioratti Rodriguez RA: 11.00542-4
Nome: Rafael Mateus Miguel RA: 15.00708-0
Nome: Lucas Gonçalves de Oliveira RA: 15.02061-4
Nome: Nathalie Kimie Teraoka Cury Calia RA: 16.00088-9
Turno: ____Diurno____ Turma: ____3___ Data: _12_/_09_/_18
Bancada: __1E___ Temperatura da água: _21,8 ºC__

Tabela 1 – Dados para cálculo das perdas de carga distribuídas


DN 20 (1/2) Vazão (m³/h) 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5
Tubo liso
L = 104 cm Δp (mmca) 1295 1025 715 475 290
DN 25 (¾) Vazão (m³/h) 4,8 3,5 3,0 2,5 2,0
Tubo liso
L = 104 cm Δp (mmca) 770 395 310 220 145
DN 25 (¾) Vazão (m³/h) 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5
Tubo rugoso 660 545 425 345 240
Δp (mmca)
L = 104 cm

Tabela 1 – Dados para cálculo das perdas de carga localizadas


Vazão (m³/h) 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0
Joelho 90°
Δp (mmca) 720 560 420 290 190
Vazão (m³/h) 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5
Joelho 45°
Δp (mmca) 415 350 265 215 140
Vazão (m³/h) 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0
Curva 90°
Δp (mmca) 210 170 130 80 65
Observação: usar a norma ABNT NBR 5648 para obter as dimensões de tubos de PVC
soldáveis para água fria.
a = 140mm
b = 140mm
c = 175mm
d = 185mm
e = 225mm

18
f= 135mm

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