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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS-UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS-CCET

ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO AULA PRÁTICA - EXPERIMENTO SOBRE PERDAS DE CARGA


LOCALIZADAS E DISTRIBUÍDAS EM CONDUTOS FORÇADOS

SAMUEL SOARES CRUZ

Montes Claros - MG

Junho/2023
1. INTRODUÇÃO

A perda de carga é um dos principais temas da disciplina de hidráulica, ofertada


regularmente no 5° período do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Montes Claros – UNIMONTES. Visando melhor compreensão do conteúdo, bem como a
familiarização com a experimentação prática, é possibilitado ao aluno o uso de um laboratório
de hidráulica, repleto de aparelhagem, dentre eles uma bancada para experimentos de perda de
carga. Assim, os alunos poderão realizar ensaios para medições de vazões nos quais deverão
ser observados a ocorrência de perdas de carga (localizadas e distribuídas), comparando os
resultados com aqueles obtidos através da literatura científica. Neste trabalho relata-se
detalhadamente uma prática realizada nesta bancada pelo aluno acima mencionado e seus
resultados.

2. OBJETIVO DO ENSAIO

Esta prática tem como objetivo verificar e comparar diferentes métodos de cálculos
de perdas de carga distribuídas e localizadas, além da medição de vazão e velocidade (em
condutos forçados).

3. EQUAÇÕES EMPÍRICAS PARA CÁLCULO DE PERDA DE CARGA

∆ h1→ 2=∆ h' 1 →2 +∆ h ' ' 1→ 2

Onde, Δh = perda de carga total (m.c.a);

Δh’ = perda de carga distribuída (m.c.a);

Δh’’ = perda de carga localizada (m.c.a);

3.1. PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA

3.1.1. EQUAÇÃO DE DARCY-WEISBACH

L u²
∆ h' 1→ 2=f
D 2g

Onde, Δh’ = perda de carga distribuída (m.c.a);


f = fator de atrito;

L = comprimento da tubulação (m);

u = velocidade do escoamento (m/s);

g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²);

D = diâmetro (m).

3.1.2. EQUAÇÃO DE FLAMANT

1,75
6,107 b . Q .L
∆ h' 1→ 2= 4,76
D

Onde, Δh’ = perda de carga distribuída (m.c.a);

b = coeficiente do material;

L = comprimento da tubulação (m);

Q = vazão (m³/s);

D = diâmetro (m).

3.1.3. EQUAÇÃO DE HAZEN - WILLIAMS

10.64 . Q1,85 . L
∆ h' 1→ 2=
C1,85 . D4,87

Onde, Δh’ = perda de carga distribuída (m.c.a);

C = coeficiente do material;

L = comprimento da tubulação (m);

Q = vazão (m³/s);

D = diâmetro (m).

3.2. PERDA DE CARGA LOCALIZADA


3.2.1. MÉTODO DIRETO

Σk . u ²
∆ h' ' 1 →2=
2g

Onde, Δh’’ = perda de carga localizada (m.c.a);

u = velocidade do escoamento (m/s);

g = aceleração da gravidade (9,81 m/s²); k = valores tabelados.


4. DESCRIÇÃO E RESULTADOS DO EXPERIMENTO

4.1. FUNCIONAMENTO DA BANCADA E PRECAUÇÕES


O funcionamento da bancada de perda de carga, consiste basicamente no acionamento
de uma bomba que movimenta água ao longo de um conjunto de condutos, inicialmente com
diâmetro de 32 mm, passando primeiro por um registro de gaveta (RG10), no percurso
denominado Linha 8, depois por duas Placas de Orifício, por um Tubo de Venturi e em
seguida, por uma câmara transparente onde são adaptados dois Tubos de Pitot, para cálculo de
velocidades e vazões. Em seguida, o fluido poderá se deslocar pelas linhas 7, 6 (onde se
encontram singularidades para realização de ensaios de perda de carga localizadas) de acordo
com a escolha de qual registro ficará aberto, enquanto a bomba estiver ligada e pelas linhas 5,
4, 3, 2, 1, de diferentes materiais para a realização de ensaios sobre perda de carga distribuída.

Observação 1: Para retirada dos tampões dos conectores (pneumáticos), deve-se


pressionar (empurrar) a parte azul (Figura 3-a) e puxar o tampão (Figura 3-b e 3-c) ou ponta
da mangueira. Caso venha a forçá-lo apenas puxando, a haste do tampão se romperá.

4.2 MEDIDA DA VAZÃO

Para verificar EXPERIMENTALMENTE a vazão na linha estudada, siga os


procedimentos:

a) Medir o diâmetro do trecho que será analisado e verificar o tipo de material da tubulação.

b) Abrir os registros:R10 e aquele correspondente a linha estudada.

c) Conectar o quadro/sistema elétrico à tomada de 20 amperes.


d) Ligar a chave principal do quadro da bomba (Figura 2-a).

e) Em caso de emergência, curto-circuito, fumaça, princípios de incêndios, acione a

chave PARADA DE EMERGÊNCIA (Figura 2-b).

f) Ligar a bomba, finalmente no botão verde (Figura 2-c).

g) Verificar se todos os conectores estão devidamente fechados com seus devidos tampões de
4 mm.

h) Ajustar o cronômetro.

i) Redirecionar o fluxo de saída, para o reservatório de adução, por meio do movimento da


válvula (sistema de mudança de movimento da saída de água) e ao mesmo tempo acione o
cronômetro.

j) Aguarde alguns segundos até que se obtenha um volume conhecido.

k) Determinar a vazão, por meio da equação da continuidade, 𝑸 = 𝑼 ∆𝒕 = 𝑼𝑨 (m3 /s ou l/s)

Imagem1 – Exemplo de Medição de Vazão

Fonte: Autor

4.3. MEDIDA DE PERDAS DE CARGA


Para verificar EXPERIMENTALMENTE a perda de carga distribuída foi utilizada a linha 5
(PVC), sendo o procedimento assim descrito:

1º) abrir o registro R5 e certificar de que a bomba não irá trabalhar bombeando água
numa tubulação fechada.

2º) ligar a bomba.

3º) conectar o manômetro nos conectores C51 (montante) e C53 (jusante).

4º) obter as leituras do manômetro em U (piezômetro), definindo a diferença de


pressão, a qual estabelece relação direta com a perda de carga localizada nesse dispositivo de
redução.

Para verificar EXPERIMENTALMENTE a perda de carga localizada foi utilizada a linha 6


(PVC), sendo o procedimento assim descrito: 1º) abrir o registro R5 e certificar de que a
bomba não irá trabalhar bombeando água numa tubulação fechada.

2º) ligar a bomba.

3º) conectar o manômetro nos conectores C64 (montante) e C65 (jusante).

4º) obter as leituras do manômetro em U (piezômetro), definindo a diferença de


pressão, a qual estabelece relação direta com a perda de carga localizada nesse
dispositivo de redução.

Imagem 2 – Variação de pressão entre C51 e C53


Fonte: Autor

Imagem 2 – Variação de pressão entre C64 e C65

Fonte: Autor

4.4. RESULTADOS

As vazões nos dois trechos são minimamente diferentes, uma vez que as
singularidades contribuem para queda da vazão. Então, como esperado, já que os diâmetros
são diferentes, segundo a equação da continuidade (Q=u.a), as velocidades também serão
diferentes.

TABELA 1 – RESULTADOS DO EXPERIMENTO

PERDA DE CARGA
DISTRIBUÍDA LOCALIZADA
Vazão da bomba Velocidade Vazão da bomba Velocidade
Q = 1,56 L/s u = 2,21 m/s Q = 1,45 L/s u = 3,40 m/s
Linha 5 Linha 6
Nome do Dispositivo Entre C51 e C53 Nome do Dispositivo Entre C64 e C65 (J2)
Δh' 0,15 mca Δh' 0,13
Δh' (ref) 0,37 mca Δh' (ref) 0,12
Erro 0,22 mca Erro 0,01
5. CONCLUSÃO
O experimento apresentou falhas, inerentes a qualquer experimentação prática. Erros
nas anotações de valores de pressão e diâmetro (já amortizado pela tabela do fabricante), erros
em cálculos, bem como eventual mau funcionamento da bancada de uma forma geral, também
podem comprometer a fidelidade do experimento. Em suma, o experimento se mostra positivo
em relação ao acúmulo de conhecimento pelos alunos, tanto do conteúdo quanto a prática
experimental.

6. REFERÊNCIAS
FERREIRA, TIAGO BORGES, MARQUES, JÚLIO CÉSAR GOMES. Hidráulica e
hidrometria. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 200 p.
GUIMARÃES, MARCIA MARIA. Instruções de experimento sobre perdas de carga
localizadas e distribuídas em condutos forçados. Oficina de hidráulica. UNIMONTES,
junho/2023.
PORTO, R. de M. Hidráulica básica. 4. ed. São Carlos: EESC-USP, 2006. 540p.

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