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FACULDADE DE TECNOLOGIA – FT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTES
MANAUS - 2017
i
IGOR MORAES BEZERRA CALIXTO – 21456321
SAMIR DO NASCIMENTO BESSA – 21201044
SAMYRA SOUSA ROCHA – 21100536
YAN MONTEIRO DA SILVA – 21353298
MANAUS – 2017
ii
RESUMO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pode-se definir perda de carga como sendo a energia perdida ou dissipada pela unidade
de peso do fluido quando este escoa. Esta pode ocorrer por diversos motivos e pode ser
classificada em dois tipos: perda de carga distribuída e perda de carga localizada.
O transporte através de tubos longos e que não possuem grandes perturbações no
percurso geram, basicamente, o que conhece-se como perda de carga distribuída. Já nos trajetos
em que o fluido transportado sofre grandes perturbações como numa válvula gaveta, pode-se
dizer que se trata de perda de carga localizada, como mostra a figura 1. Embora a perda de
carga localizada costume ser menor que a perda de carga distribuída nos escoamentos esta pode
promover grande perda de carga no local em que se encontra instalada em trechos relativamente
curtos (BRUNETTI, 2008).
Figura 1: Singularidades
𝑣2
∆ℎ = 𝐾𝑠 2𝑔 (1)
Onde:
Δh = variação da perda de carga no trecho considerado;
Ks = coeficiente da perda de carga singular;
g = força da gravidade.
6
𝐾𝑠 ∗𝐷
𝐿𝑒𝑞 = (3)
𝑓
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.2 Métodos
90°. Para obtenção dos dados foi usado um piezômetro com intuito medir a diferença de pressão
entre dois pontos conectados no inicio e no fim da singularidade.
Iniciou-se o procedimento conectando as mangueiras do piezômetro as tomadas de
pressão do tubo na singularidade de 45°. Ligou-se a bomba e abriu-se a válvula deste tubo. Em
seguida, abriu-se progressivamente a válvula que controlava o fluxo de água a fim de obter 10
valores distintos de perda de carga.
Após a coleta dos 10 pontos na curva de 45° fecharam-se as válvulas do tubo e de
controle de vazão, e a bomba foi desligada. O piezômetro foi conectado ao cotovelo de 90° e
repetiu-se o procedimento.
Fonte: www.labtrix.com.br
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.
queda da pressão de saída. As vazões utilizadas neste experimento foram de 800 L/h a 2600
L/h, com variação das vazões em 200 L/h. O fator de conversão para pressão entre milímetros
de coluna de água (mmca) e Pascal (Pa) é dado por: 1 mmca=9,8 Pa.
Tabela 1: Dados obtidos de quedas de pressão para a curva de 45º para tubo ¾ ”.
Vazão (L/h) Pa (mmca) Pb (mmca) ΔP= Pa - Pb (mmca) ΔP (Pa)
800 785 767 18 176,4
1000 795 760 35 343
1200 800 755 45 441
1400 815 750 65 637
1600 825 750 75 735
1800 835 740 95 931
2000 845 735 110 1078
2200 865 725 140 1372
2400 880 720 160 1568
2600 895 715 180 1764
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Percebe-se, através dos dados mostrados na tabela, que conforme aumentamos a vazão,
a queda de pressão também aumenta. Sabemos que a perda de carga localizada é diretamente
proporcional ao quadrado da velocidade, assim é esperado que quando se aumenta a vazão
volumétrica operacional, também temos um aumento significativo da queda de pressão ΔP e
por consequência da perda de carga localizada.
Com os dados obtidos experimentalmente na tabela 1 para as perdas de pressão, pode-
se obter pela tabela a seguir o Δhcurva, a velocidade de escoamento (m/s), a vazão volumétrica
(em m3/s) e o Reynolds para cada uma das vazões utilizadas. Segundo a NBR 5648 para
disponibilização dos diâmetros dos tubos de PVC, têm que para um tubo de ¾ ”, chega-se ao
diâmetro interno de D=26,2 mm-2*2,5 mm = 21,2 mm. Assim, pode-se obter um valor de área
igual a 3,53 x 10-4 m2. A seguir, temos o conjunto de dados disponibilizados na tabela.
Através dos dados calculados para as perdas de cargas, percebe-se que para a maior
vazão operada (2600 L/h), tem-se uma perda de carga de 0,180 m, sendo este valor a carga
necessária que o fluido deve vencer para escoar de um ponto a outro na tubulação. Já o número
de Reynolds se encontra na faixa de 104, uma vez que este intervalo asseguraria um fator de
atrito e Ks praticamente constante. A seguir, é obtido a tabela e o gráfico de Δhcurva por vazão:
0,14
0,12
Δhcurva
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006 0,0007 0,0008
Q (m^3/s)
A seguir, foi possível obter o gráfico do Δhcurva por vazão ao quadrado, fazendo-se o
ajuste de curvas adequado para obter a constante C1 da equação expressa por Δhcurva = C1*Q2.
Através da constante C1, foi possível obter o coeficiente de perda de carga singular “Ks” uma
Ks
vez que essa constante C1 é igual a A2 ∗(2∗g).
0,14
0,12
Δhcurva
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 0,0000001 0,0000002 0,0000003 0,0000004 0,0000005 0,0000006
Q^2 (m6/s2)
Através do valor obtido para C1, foi possível preencher a tabela a seguir, obtendo-se o
valor do coeficiente de perda de carga singular “Ks” para a curva de 45º.
11
Assim, pode-se obter o coeficiente de perda de carga singular “Ks” para a curva de 45º
igual a 0,346. Agora, é possível fazer o gráfico do coeficiente de perda de carga singular “Ks”
pelo Reynolds, sendo possível perceber que o coeficiente “Ks” mantêm-se constante para a
faixa de Reynolds utilizada.
0,35
0,3
Ks da curva 45º
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
Reynolds
Precisa-se ainda obter o fator de atrito pelo diagrama de Moody para assim podermos
obter o Leq para o acessório em estudo, no caso a curva de 45º. Para isso, utilizou-se da vazão
mínima de operação na prática (Q=800 L/h) uma vez que se obtêm o Reynolds mínimo que já
é a faixa no diagrama de Moody onde as curvas praticamente não variam mais, sendo possível
obter o fator de atrito experimental “f”. Procedimentalmente, fez-se uma reta horizontal do
Reynolds mínimo até a curva que se considera que o fator “f” praticamente se torna constante,
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obtendo-se através de uma reta horizontal o fator “f”. Fazendo-se isso, pode-se obter a figura
abaixo:
Percebe-se, através dos dados mostrados na tabela, que conforme aumentamos a vazão,
a queda de pressão também aumenta. Sabemos que a perda de carga localizada é diretamente
proporcional ao quadrado da velocidade, assim é esperado que quando se aumenta a vazão
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Através dos dados calculados para as perdas de cargas, percebe-se que para a maior
vazão operada (2600 L/h), tem-se uma perda de carga de 0,341 m, sendo este valor a carga
necessária que o fluido deve vencer para escoar de um ponto a outro na tubulação. Já o número
de Reynolds se encontra na faixa de 104, uma vez que este intervalo asseguraria um fator de
atrito praticamente constante. A seguir, é obtido a tabela e o gráfico de Δhcotovelo por vazão:
0,35 y = 2E+06x2,1491
R² = 0,9799
0,3
0,25
Δhcotovelo
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006 0,0007 0,0008
Q (m^3/s)
A partir do gráfico acima, foi possível obter a equação y = 2x106x2,1491 pelo modelo
polinomial com alto grau de precisão uma vez que o fator R2 está próximo de 1. Além disso, é
possível concluir que a perda de carga singular é diretamente proporcional à vazão de operação,
o que se confirma pelas equações.
A seguir, foi possível obter o gráfico do Δhcotovelo por vazão ao quadrado, fazendo-se o
ajuste de curvas adequado para obter a constante C1 da equação expressa por Δhcotovelo = C1*Q2.
Através da constante C1, foi possível obter o coeficiente de perda de carga singular “Ks” uma
Ks
vez que essa constante C1 é igual a A2 ∗(2∗g).
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0,35 y = 2E+06x1,0746
R² = 0,9799
0,3
0,25
Δhcotovelo
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 0,0000001 0,0000002 0,0000003 0,0000004 0,0000005 0,0000006
Q^2 (m^3/s)
Através do valor obtido para C1, foi possível preencher a tabela a seguir, obtendo-se o
valor do coeficiente de perda de carga singular “Ks” para o cotovelo de 90º.
Assim, pode-se obter o coeficiente de perda de carga singular “Ks” par o cotovelo de
90º igual a 4,889. Agora, é possível fazer o gráfico do coeficiente de perda de carga singular
“Ks” pelo Reynolds, sendo possível perceber que o coeficiente “Ks” mantêm-se constante para
a faix de Reynolds utilizada.
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5
Ks do cotovelo 90º
0
10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
Reynolds
Precisa-se ainda obter o fator de atrito pelo diagrama de Moody para assim podermos
obter o Leq para o acessório em estudo, no caso o cotovelo de 90º. Para isso, utilizou-se da
vazão mínima de operação na prática (Q=800 L/h) uma vez que se obtêm o Reynolds mínimo
que já é a faixa no diagrama de Moody onde as curvas praticamente não variam mais, sendo
possível obter o fator de atrito experimental “f”. Procedimentalmente, fez-se uma reta
horizontal do Reynolds mínimo até a curva que se considera que o fator “f” praticamente se
torna constante, obtendo-se através de uma reta horizontal o fator “f”. Fazendo-se isso, pode-
se obter a figura abaixo:
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Assim, pelo diagrama de Moody, pode-se obter um fator de atrito de f=0,073 aproximadamente. Com
este fator, torna-se finalmente possível calcular o comprimento equivalente do acessório da tubulação (cotovelo
𝐾𝑠∗𝐷
de 90º). Sabe-se que o comprimento equivalente pode ser calculado pela expressão Leq = . Assim, com os
𝐹
Pelos dados obtidos de comprimento equivalente, foi possível observar que a perda de
carga gerada pelo cotovelo a 90º é maior, pois o comprimento equivalente é superior. Assim,
pode-se entender que mais energia será dispendida para o fluido vencer o cotovelo de 90º do
que a curva de 45º. Uma das possíveis explicações é a maior inclinação do cotovelo o que gera
mais esforço mecânico no deslocamento do fluido.
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Através da tabela mostrada a seguir, percebem-se quais valores foram obtidos para o
coeficiente de perda de carga singular para os acessórios da tubulação utilizados (curva 45º e
cotovelo 90º), além dos respectivos comprimentos equivalentes calculados.
Tabela 12: Obtenção dos coeficientes de perda de carga localizada para a curva 45º e o cotovelo 90º.
Acessório Coeficiente de perda de carga singular Comprimento Equivalente
Curva 45º 0,346 0,100 m
Cotovelo 90º 4,889 1,4198 m
Fonte: Autoria própria, 2017.
Através dos dados obtidos, é possível avaliar que a perda de carga singular gerada pelo
cotovelo de 90º é bem maior que a da curva de 45º, uma vez que o coeficiente de perda de
carga singular e o comprimento equivalente são maiores. Sabe-se que estes dois parâmetros
devidamente calculados são diretamente proporcionais à perda de carga, sendo possível
concluir que a energia gasta no deslocamento do fluido para vencer o cotovelo é maior.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A partir dos estudos realizados nesse trabalho foi possível verificar experimentalmente
a relação entre perda de carga localizada e fatores reológicos do sistema de escoamento.
Constataram-se maiores valores de perda de carga para o cotovelo de 90º em
comparação à curva de 45º, tendo em vista as variações mais bruscas de escoamento que o
primeiro ocasiona e, consequentemente, um comprimento equivalente da singularidade
também maior. Graficamente, a relação de perda de carga versus vazão para a curva de 45º
apresentou um comportamento próximo ao linear, enquanto que para o cotovelo de 90º o
comportamento mostrou-se exponencial.
De modo geral, os resultados apresentados comprovaram cientificamente as relações
existentes entre perda de carga e os diferentes tipos de singularidades.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. Pearson Prentice Hall, segunda edição revisada, 2008.
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STREETER, V. L. Mecânica dos fluidos. McGraw Hill do Brasil. São Paulo, 1978.
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7 ANEXOS